Metodologia de Respirometria - Comentada

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METODOLOGIA DE DETERMINAÇÃO DA RESPIRAÇÃO

BASAL E QUOCIENTE METABÓLICO (Qco2)


Procedimento Conforme:

Método de Respirometria -

A metodologia consiste em amostras de solos deixadas dentro de portes


herméticos ou que garanta ausência de troca de gases com o ambiente
externo, sendo que dentro destes potes junto ao solo irá soda (responsável
pela captura de CO2). O ácido carbônico e estruturas diversas baseadas em
gás carbônico, que estejam em estado gasoso e que são emitidos
normalmente pelo solo, pois a microbiota está atuando lá e liberando
normalmente estes elementos químicos durante o tempo que estejam nestes
solos (mas vai decrescendo com o tempo de armazenamento). Daí a soda
captura este gás carbônico e titulamos a soda restante de toda que tinha ali
com uso de corantes e ácidos e assim temos a respirometria basal (captura de
CO2 emitido pelo solo e reagente químico titulavel e capaz de ser determinada).
Após isso com ajuda de outros índices do solo por forma de cálculos achamos
o quociente metabólico.

Procedimento Metodológicos:

Coleta das amostras de Solo e Armazenamento

As amostras podem ser indeformadas, coletar uma quantidade maior que os


150 gramas a serem usados para possibilidade de segura limpeza (informada a
seguir), determinação de umidade (informada a seguir) e possibilidade de
repetição caso haja necessidade.

Após a coleta de solo armazenar as amostras em câmara fria (+-6ºC, não


passando de 10ºC) por no máximo 15 dias antes dos procedimentos
informados a seguir.

Para preparação das amostras para análise devesse retirar as raízes e restos
vegetais através da catação e em seguida peneirar as amostras com abertura
de 2,0mm já visando destinar para os vidros nos próximos passos.

Determinar a umidade das amostras para fins de cálculos (metodologia


informada a parte no fim da sequência)

OBS: O Solo deve se estar ao máximo possível com suas características


naturais de agregação e organização.

Procedimentos Analíticos:
Pesar 50g de solo úmido num dentro de um recipiente de 100mL ou volume
padronizado para todas as repetições e brancos, com duas repetições (A e B)
ou em duplicata. Manter o vidro fechado mesmo sem outros passos até seguir
com o passo a passo.

Colocar em um béquer de 50mL EXATAMENTE 10 ml de NaOH (soda) 1 mol/L


e muito rapidamente colocar sobre o solo que está no fundo do recipiente com
o solo e feche bem o recipiente. Utilizar neste momento um titulador evitando
buretas ou provetas.

O recipiente se não hermético deve ter plástico filme ou fita adesiva ou


qualquer outro item que assegure ausência de toca de gases (evitar perda ou
entrada de gás carbônico que atrapalharia os dados.

Deve ser feito para cada 10 a 20 amostras um recipiente em solo com a soda
dentro para captar os gases normais do ar (comuns) e assim utilizar para retirar
influência do ambiente nas análises.

O branco segue todos os procedimentos já falados e citados afrente e deve ter


de ser vedado também e tratado como uma amostra qualquer. Evitar mais que
30 amostras por branco.

As amostras e o branco deverão ser encubados entre 25ºC a 28ºC, em local


isento de luminosidade por um período que pode variar entre 5 a 10 dias
(normalmente uso 7 dias). Para esta parte da análise deve ser feito testes para
fechar o período de incubação melhor adequado e que não gere gasto total da
soda dentro do sistema de analise perdendo a análise.

Após o tempo de incubação, retirar os frascos incubados junto ao solo


contendo o NaOH e RAPIDAMENTE (evitar parada ou desvio de atenção ou
parar e voltar depois antes de iniciar alguma analise) e adicionar 2mL de
cloreto de bário a 10% (m/v) para a completa precipitação e para a coleta de
gases no sistema.

Após para a análise com o passo acima e verificar possíveis erros adicionar 2
gotas de fenolftaleína 1% (m/v) em cada bequer com a soda que veio do ponto
com a amostras de solo e titular sob agitação magnética com a solução de HCl
a 0,5M anteriormente padronizado (afrente o processo). Com a adição do
indicador a amostra liquida ficará rosa forte e deve-se fazer o processo de
titulação imediatamente (menos 1 hora) pois ficam fraca a cor e lenta a
mudança.

Essencial na titulação do HCl é sempre estar agitando durante a mistura com o


indicador e principalmente durante a titulação (NaOH VS HCl) isso se deve pois
o ROSA FORTE que é visto em 2 gotas muda de cor e assim se errar perde a
análise.

Ao final da titulação a coloração da solução irá de rosa a incolor de forma


bastante rápida e que não volta.
OBS: Fechar bem os vidros mesmo, pois qualquer fresta já troca gas e teremos
perda.
OBS: Manter brancos e potes com solo junto.
OBS: Potes dever ter rigorosamente o mesmo tamanho pois junto todas as
análises passam pela respirometria.
OBS: Cuidado com potes de boca estreita, pois os bequers com soda travam
nele e/ou depois fica difícil retirar. Bequers pequenos de 30 ml são bons neste
caso.
OBS: Colocar indicador em várias amostras poder gerar perda de qualidade e
fraqueza da coloração.
OBS: Fazer entre 3 a 5 amostras (incluindo 2 brancos ao menos) teste para
verificar se o ácido utilizado na titulação está adequado ou se existe algum erro
no sistema

Controle De Qualidade Da Titulação - Procedimento Para


Determinação Exata Da Molaridade Do Ácido Clorídrico
(Padronização)

O procedimento é realizado para dar segurança que a titulação está ocorrendo


de forma adequada e sabermos o gasto real de HCl e sua qualidade de
neutralização da soda que é ponto chave de indicação da metodologia.

O ponto é que se parte que os reagentes apesar de puro e vir dos recipientes
podem ter pedido a força ou ação.

Procedimento Analítico:

Adicionar 50mL da solução THAM e 10mL de solução de ácido bórico 1% (m/v)


em um Erlenmeyer de 125 ml de boca larga se possível e proceder boa mistura
de ambos.

Proceder a titulação da solução produzida sob agitação magnética com o ácido


clorídrico a ser determinado (o que queremos saber a qualidade), ao final da
titulação a coloração ira de verde para rosa que passa de forma bem devagar.

Os resultados obtidos da quantidade gasta deverão passar por cálculos para


determinar a quantidade de ácido gasta versos a quantidade de soda que
reagiu e por cálculos teremos nossa real molaridade / concentração de ácido
que está se gerando. ESTA MOLARIDADE É USADA EM CORREÇÕES DE
QUANTIDADE DE RESPIRAÇÃO BASAL QUE SE TEVE NA AMOSTRA DO
EXPERIMENTO.

OBS: É essencial realizar esta avaliação se possível antes da utilização do HCl


ou no máximo 10 dias após a utilização do ácido, pois este perde poder em
relação ao seu momento de utilização.
Produção dos Reagentes Utilizados no Procedimento Analítico:

Solução de hidróxido de sódio NaOH 1M:

Pesar rapidamente, EXATAMENTE e COM QUALIDADE (BALANÇA BOA)


39,9971g de hidróxido de sódio, pois o mesmo é hidroscópico e é a base do
experimento (solução que irá coletar o carbono).

Transferir para um béquer de 1L ou 2L e dissolver em 700mL de água


deionizada e completar o volume para 1000mL em balão volumétrico.

Armazenar em plástico e de possível fazer horas antes fazer a metodologia


este reagente.

OBS: Deve se optar por reagentes de qualidade neste item, pois qualquer erro
fora do controle irá atrapalhar o experimento.
OBS: Todos os reagentes aqui neste item precisam ser PA

Solução de cloreto de bário (BaCl2) 10% (m/v):

Pesar 10g de cloreto de bário

Transferir para um bequer de 100mL e dissolver em agua deionizada sempre


com atenção de total dissolução do pó que ele é. DEMORA PARA
DISSOLVER, precisando agitar bem mesmo!

Completar o volume para 100mL em balão volumétrico com água destilada.

OBS: Verificar se cloreto de bário está bem seco antes de usar (inclusive
podendo liquefazer com certo tempo de inadequadamente fechado!

Fenolftaleína (C2H14O4) 1% (m/v) em etanol:

Pesar 1g de fenolftaleína

Transferir para um bequer de 100Ml e dissolver em 50mL de etanol (C 2H5OH)


cuidando para que seja rápida a mistura devido à perda de etanol por
evaporação do álcool em questão.

Completar o volume para 100mL com etanol em balão volumétrico

OBS: pode ser guardado por anos, mas vai perdendo de vagar a qualidade e
evaporando dentro do recipiente.

OBS: Nunca etanol anidro ou de posto de gasolina

Solução de tris-hidroxi-amino-metano (C4H11NO3) 0,03M:


Pesar 3,6340g de THAM (tris-hidroxi-amino-metano) previamente seco em
estufa a 105º de 2 a 4 horas antes do seu uso (principalmente se for antigo)
Transferir para um béquer dissolver em agua deionizada e completar o volume
para 1L em balão volumétrico com agua deionizada.

Solução A+B+C – Ácido bórico (H3BO3) a 1% (m/v):

Solução A:
Pesar 10g de ácido bórico
Dissolver este ácido bórico em 900mL de água deionizada em um béquer de
1L
Completar o volume para 1000mL em balão volumétrico com água destilada

Solução B:
Pesar 0,100g de vermelho de metila
Transferir para um béquer de 100mL, dissolver o vermelho de metila em 70mL
de metanol
Completar o volume em balão volumétrico de 100mL com metanol.

Solução C:
Pesar 0,100g de verde de bromocresol
Transferir para um béquer de 100mL, dissolver o verde de bromocresol em
70mL de metanol
Completar o volume em balão volumétrico de 100mL com metanol.

Solução A+B+C:
Pipetar 7mL da solução B e 10mL da solução C no béquer contendo os 900mL
da solução A
Ajustar o pH da mistura entre 5,0 e 6,0 com NaOH 0,5M tendo cuidado com
rápida elevação e rebaixe de Ph.
Completar o volume em balão volumétrico de 1000 ml com solução A.

OBS: Cuidado com os volumes da solução B e C que precisam ser exatos

Solução de ácido clorídrico (HCl) a 0,5M:

Pipetar 41,4mL de ácido clorídrico 37% em capela de exaustão em um béquer


contendo 500mL de água deionizada previamente
Homogeneizar a solução no béquer, aguardar poucos minutos e transferir a
solução para um balão volumétrico de 1000ml completando o mesmo com
água deionizada.

OBS: Cuidado com emissão de gases na mistura e não deixe a tampa do balão
aberta após

Determinação da Umidade das Amostras

Pesar um béquer de vidro de 25 ml (pode ser maior) e registrar o peso e


identifica-lo para a referida amostra que irá ser utilizado.

Pesar 10g de solo da amostra no seu respectivo béquer (com exatidão). Anotar
o peso total (solo + béquer) e anotar o peso do solo, mesmo se der 10g exatos.

Levar a amostra a estufa para secagem por 24 horas a 105º C (caso umidade
muito grande deixar mais horas, mas não mais de 36 horas. Padronizar a todas
as amostras o tempo.

Retirar as amostras da estufa e armazenar em dessecador até esfriar (ou pesar


logo após ficarem um pouco frias)
Efetuar pesagem do conjunto e anotar peso pós secagem

Cálculos para determinação da umidade:

Quant. Água no Solo = (Peso Béquer + Solo úmido) – (Peso Béquer + Solo
Seco)

Peso do Solo Seco = Peso do Solo Úmido – Quant. Água no Solo

Umidade (%) = (peso do solo úmido – peso do solo seco) x 100


Peso do solo úmido

Mas usamos realmente o peso do solo seco na formula dos cálculos

OBS: Também é aceitável 72 horas a 60ºC, mas demora mais o


processamento das amostras e seus cálculos.
OBS 2: Esta Umidade pode ser utilizada para outros cálculos de microbiologia
como respirometria, enzimas e outras metodologias.

Limitações do Método

A limitação do método está na possibilidade da saturação total do hidróxido de


sódio com a função de absorver o CO 2 evoluído, subestimando a taxa de
respiração do solo, pois solos com alto teor de umidade são de difícil manuseio
no processo de peneiração e manuseio em geral (pesagem e colocação nos
potes), sendo também desfavoráveis na difusão do CO 2 no procedimento em si
aqui descrito. Para evitar inconvenientes aconselha-se que a amostragem de
campo seja a mais próxima possível de 60% da capacidade de campo do solo
(umidade boa).

CÁLCULOS para Determinação da Liberação de Carbono do Solo pela


Biologia deste e Cálculos Relacionados:

Determinação da molaridade exata do ácido clorídrico:

MAC= (MTHAM . VTHAM) / VAC

MAC = molaridade do ácido clorídrico a ser determinado


VAC = volume do ácido clorídrico gasto na titulação;
MTHAM = molaridade da solução THAM;
VTHAM = volume de THAM utilizado na titulação.

Cálculo da respiração basal do solo:

RBS (mg C de CO2 kg-1 solo hora-1) = { [(Vb-Va) . M . 6. 1000] / PS} / T

RBS = carbono oriundo da respiração basal do solo;


Vb = volume de HCl gasto na titulação dos brancos;
Va = volume de HCl gasto na titulação das amostras;
M = molaridade exata do HCl (com no mínimo 4 casas após a virgula);
Ps (g) = massa de solo seco (umidade determinada e descontada);
T= tempo de incubação das amostras em horas.

OBS: No tempo precisamos ser corretos anotando cada amostras qual a hora
fechada que foi feita (sem min)

CÁLCULO DO QUOCIENTE METABÓLICO DO SOLO (QCO 2) DA


RESPIRAÇÃO BASAL DO SOLO:

qCO2 (mgC-CO2.g-1 BMS-C.h-1)= RBS ( mgC-CO2. kg-1 solo.h-1 )


BMS – C ( mgC.kg-1 solo ). 10-3

qCO2 = quociente metabólico do solo;


RBS = respiração basal do solo;
BMS – C = carbono da biomassa microbiana do solo (obtido em outra
metodologia de microbiologia).

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