Questões Comentadas - SUS - 2020

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PROVA DO

SUS-SP
2020
COM E N TA DA
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria  
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Anemia Falciforme 
 
01.  Paciente  de  5  anos  de  idade,  com  história  de  anemia  falciforme  (HbSS),  é 
levado  para  atendimento  médico  com  queixa  de tosse, dor torácica e febre de 38,7 
°C há 1 dia. Estava assintomático havia 4 meses.  
 
Ao  exame  físico  apresenta-se  descorado  moderado,  anictérico,  acianótico,  afebril. 
Ausculta  pulmonar:  discretos  sibilos  bilaterais  e  poucos  roncos.  Tiragem  subcostal 
leve.  Ausculta  cardíaca  e  propedêutica  abdominal  sem  alterações  significativas. 
Pulsos  cheios  e  perfusão  periférica  de  2  segundos.  Rx  de  tórax  com  infiltrado leve 
em  bases  bilateralmente,  principalmente  à  direita.  Gasometria  arterial  com 
saturação 90% em ar ambiente. Hemoglobina: 8,1 g/dL e Hematocrito 25,4%.  
 
Após  o  início de oxigenioterapia e analgesia adequada, a melhor conduta para esse 
paciente, dentre as abaixo, é: 
 
A) Alta hospitalar com amoxicilina oral, broncodilatador e analgesia. 
B) Penicilina cristalina e expansão volêmica com cristalóide. 
C) Vancomicina e expansão volêmica com plasma fresco congelado. 
D) Corticoide, oseltamivir e expansão volêmica com cristalóide. 
E) Ceftriaxona, claritromicina e transfusão de concentrado de hemácias. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ fácil.  
 
DICA  DO PROFESSOR: ​Estando diante de um paciente com diagnóstico de anemia 
falciforme  devemos  estar  atentos  às  principais  complicações  dessa  patologia  como: 
crise  vaso  oclusiva,  síndrome  torácica  aguda, priapismo, sequestro esplênico, dentre 
outras.  O  paciente  em  questão  apresenta  história  de  tosse,  dor  torácica,  febre, 
sibilos  bilaterais  e  roncos  à  ausculta  pulmonar,  desconforto  respiratório  visualizado 
pela  tiragem  subcostal  leve,  radiografia  de  tórax  com  infiltrado  leve  bibasal  e  mais 
importante  à  direita  e  dessaturação  (SatO²  de  90%).  Nesse  caso,  devemos 
imediatamente  pensar  num  caso  de  Síndrome  Torácica  Aguda  (STA)  que  aparece 
como  a  segunda  causa  de admissão hospitalar, a principal causa de óbito e principal 
complicação  de  cirurgia  e  anestesia.  Essa  síndrome  caracteriza-se  por  febre  alta, 
taquipneia,  dor  torácica,  leucocitose  e  infiltrado  pulmonar  mais  importante  em  lobo 
inferior  esquerdo.  Esse  paciente  pode  evoluir  com  quadro  de  hipoxemia  e 
insuficiência  respiratória  (como  acontece no paciente em questão). A principal causa 
é  infecciosa  e,  geralmente,  pelo  Streptococcus  pneumoniae  mas  também  pode  ser 
por germes atípicos como Mycoplasma pneumoniae e Chlamydophila pneumoniae.  
Alternativa  A:  INCORRETA.  Esse  paciente  não  tem  condições  clínicas  para  alta 
hospitalar.  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  A  melhor  escolha  terapêutica  de  antibiótico 
seria  uma  cefalosporina  de  terceira  geração  associada  a  macrolídeo.  Alternativa  C: 
INCORRETA.  Não  há  necessidade  de  prescrever  Vancomicina  inicialmente. 
Alternativa  D:  ​INCORRETA.  O  corticóide  só  precisa  ser  utilizado  nos  casos  de 
pacientes  portadores  de asma. Além disso, não há necessidade de antiviral já que as 
principais  causas  infecciosas  são  bacterianas.  ​Alternativa  E:  ​CORRETA.  Diante  do 
diagnóstico  de  STA  devemos  realizar  medidas  de  suporte  como  analgesia  e 
oxigenoterapia;  transfusão  (simples  ou  de  troca);  antibioticoterapia  empírica  com 
cefalosporina  de  terceira  geração  associada  a  um  macrolídeo;  broncodilatador  e 
corticoide nos asmáticos e realização de fisioterapia respiratória.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra E. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria  
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Arritmias 
 
02.  Lactente  de  3  meses  é  levado  à  emergência  com  quadro  de  choro  excessivo, 
recusa  alimentar  e  respiração  ofegante,  com  “batedeira”  há  3  horas.  É levado para 
a sala de emergência e monitorado, sendo obtido o eletrocardiograma abaixo.  
 
Ao  exame  físico  o  paciente  encontra-se  irritado,  agitado,  com  tempo  de 
enchimento capilar de 7 segundos, pulsos periféricos finos e PA: 57 × 32 mmHg.  
 

 
 
 
Dentre os tratamentos abaixo, a melhor conduta inicial é: 
 
A)  Manobras  vagais,  como  compressão  do  globo  ocular  ou  estimulação  do  seio 
carotídeo. 
B) Administração de adenosina intravenosa, na dose inicial de 0,1 mg/kg, " 
C) Cardioversão elétrica sincronizada, com carga inicial de 2-4 J/kg. 
D) Desfibrilação imediata com carga inicial de 2-4 J/kg. 
E) Soro fisiológico 20 mL/kg em seringa. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ fácil.  
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  questão  nos  traz  uma  criança  apresentando sintoma de 
taquicardia  (""batedeira"") associado a um eletrocardiograma mostrando taquicardia 
com  ausência  de  onda  P, intervalo PR curto, intervalo R-R constante e um complexo 
QRS  estreito.  Os  sinais  e  sintomas  dessa  condição  incluem  diminuição da aceitação 
alimentar,  taquipneia,  irritabilidade,  aumento  da  sonolência,  sudorese,  palidez  e/ou 
vômitos.  ​Alternativa  A:  ​INCORRETA.  Devemos  considerar  realização  de  manobras 
vagais  como  bolsa  de  água  com  gelo  sobre  a  testa  do  bebê;  pedir  para  a  criança 
soprar  um  canudo  obstruído  ou  realizar  massagem  de  seio  carotídeo  durante  a 
preparação  para  o  tratamento  definitivo.  ​Alternativa  B:  ​CORRETA.  Sabendo  que  o 
paciente  apresenta-se  hipotenso,  com  perfusão  tissular  lentificada  e  pulsos 
periféricos  finos,  ele  é  considerado  como  instável  e,  dessa forma, o tratamento deve 
ser  feito  com  cardioversão  sincronizada  com  dose  do  primeiro  choque  de  0,5  a  1 
J/Kg  e  os  choques  subsequentes  de  2  J/Kg.  Alternativa  C:  ​INCORRETA  ​Alternativa 
D:​ INCORRETA.​ Alternativa E: ​INCORRETA. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria  
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Doenças exantemáticas 
 
03.  J.P.S.,  sexo  masculino,  2  anos  de  idade,  tem  história  de  febre  (38,5 °C) há sete 
dias.  A  mãe  notou  também  o  aparecimento  de  vermelhidão  nas  mãos  e  nos  pés, 
manchas  no  tronco,  e  olhos  vermelhos.  Procurou  a  Unidade  de  Pronto 
Atendimento  para  elucidação  diagnóstica.  Ao  exame  físico,  foi  observado  eritema, 
edema  e  descamação  em  mãos  e  pés,  exantema  maculopapular  em  tronco  e 
extremidades,  hipertrofia  de  papilas  linguais,  hiperemia  ocular  e  linfonodo  cervical 
de  2,0  cm  de  diâmetro,  indolor  e  fibroelástico.  Em  relação  à  hipótese  diagnóstica 
mais provável, é correto afirmar:  
 
A)  A  linfonodomegalia  cervical  não  é  critério  diagnóstico,  mas  quando  presente,  é 
muito sugestiva da doença. 
B)  O  envolvimento  da  artéria  coronária  é  critério  necessário  para  o  diagnóstico  da 
doença. 
C)  A  hiperemia  conjuntival  é  geralmente  purulenta  e  bilateral  acompanhada  de 
fotofobia e dor ocular. 
D)  O  exantema  presente  nesta  doença  pode  ser  do  tipo  escarlatiniforme  e  evoluir 
para descamação. 
E)  A  elevação  das  provas  de  atividade  inflamatória,  como  VHS e proteína C-reativa, 
faz parte dos critérios diagnósticos. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ fácil.  
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  questão  nos  traz  uma  criança  com  um  quadro  de 
vermelhidão  pelo  corpo  (exantema)  +  febre  há  7  dias  +  eritema  e  edema  de mãos e 
pés  +  hiperemia  ocular  +  hipertrofia  de  papilas  linguais  +  linfonodo  cervical  de  2,0 
cm.  Diante  desses  achados  devemos  lembrar  imediatamente  do  quadro  da  Doença 
de  Kawasaki.  Essa  patologia  é  uma  vasculite  aguda  com envolvimento principal das 
artérias  coronárias,  aguda,  que  pode  ter  evolução  subaguda  e  até  cronificar.  Ela 
surge  como  a  segunda  vasculite  mais  comum  na  infância,  é  importante  causa  de 
cardiopatia  adquirida  e  costuma  atingir  crianças  abaixo  de  5  anos  de  idade.  Seu 
diagnóstico  é  clínico  e  baseia-se  na  presença  de  febre  por  pelo menos 5 dias e pelo 
menos  mais  4  dos  seguintes critérios: alterações cutâneas de extremidades (eritema 
ou  edema  palmar  e  plantar,  descamação  periungueal  na  fase  subaguda)  e  área 
perineal;  exantema  polimorfo;  alterações  labiais  e  orais,  hiperemia  de  mucosa  oral e 
faríngea;  conjuntivite  bilateral  não  purulenta;  linfadenomegalia  cervical  maior  que 
1,5  cm  geralmente  unilateral.  Diante  disso,  podemos  fechar  o  diagnóstico  do 
paciente  em  questão  como  portador  da  Doença  de  Kawasaki.  A  partir  do 
diagnóstico  deve-se  instituir  imediatamente  o  tratamento  para  reduzir  a  inflamação 
e  evitar  a  formação  de  aneurismas  coronarianos.  Esse  tratamento  é  feito  com 
Imunoglobulina  humana  em  dose  única  de  2  g/Kg  e  deve  ser  administrada 
preferencialmente  antes  do  décimo  dia  de  doença.  A  aspirina  também  é  utilizada 
sendo  4  doses  diárias,  nos  primeiros  10  dias  de  doença,  com  posterior  redução  até 
normalização  das  plaquetas.  ​Alternativa  A:  INCORRETA.  Conforme  dica  do 
professor,  a  linfadenomegalia  maior  que  1,5  cm  entra  como  um  dos  critérios 
diagnósticos  da  Doença  de  Kawasaki.  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  Conforme  dica 
do  professor,  o  envolvimento  da  artéria  coronária  faz  parte  da  fisiopatologia  da 
doença  e  não  entra  como  critério  diagnóstico  para  a  doença.  ​Alternativa  C: 
INCORRETA.  Geralmente  a  conjuntivite  presente  na  Doença  de  Kawasaki  é  não 
purulenta  e  costuma  ser  bilateral.  Alternativa  D:  CORRETA.  O  exantema  presente 
da  doença  é  polimorfo  podendo  apresentar-se  como  maculopapular, 
escarlatiniforme  ou  eritema  multiforme  sendo  predominante  em  tronco  e  região 
inguinal.  Na  fase  subaguda  esse  exantema  pode  sim  evoluir  para  descamação. 
Alternativa  E:  INCORRETA.  De  acordo  com  o  Tratado  de  Pediatria  da  Sociedade 
Brasileira  de  Pediatria,  os  achados  laboratoriais  não  são  específicos  na  doença.  No 
início  da  fase  aguda  podemos  encontrar  aumento  de  todas  as  provas  de  atividade 
inflamatória  como  a  PCR  e  o  VHS.  Vimos  na  dica  do  professor  todos  os  critérios 
diagnósticos nos quais esses exames laboratoriais não são citados.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria  
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Doenças exantemáticas 
 
04.  Uma  criança  de  6  anos  de  idade  apresenta  um  exantema  facial,  intensamente 
vermelho  como  se  tivesse levado um tapa no rosto, e palidez perioral. No tronco há 
um  exantema  macular,  rendilhado,  simétrico,  pruriginoso,  distribuindo-se  para  as 
pernas.  Não  houve  período  prodrômico.  Esse  exantema,  após  sua  resolução,  pode 
recidivar  dependendo  de  alterações  ambientais,  como  exposição  à  luz  solar.  O 
período  de  incubação  desta  doença é de 4 a 14 dias. Dentre as alternativas abaixo, 
o diagnóstico mais provável é:  
 
A) Rubéola. 
B) Exantema súbito. 
C) Eritema infeccioso. 
D) Sarampo. 
E) Escarlatina. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ fácil.  
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Estamos  diante de uma criança apresentando exantema e, 
por  isso,  devemos  fazer  o  diagnóstico  diferencial  das  doenças  exantemáticas. 
Alternativa  A:  INCORRETA.  A  rubéola  é  causada  pelo  vírus  pertencente  ao  gênero 
Rubivirus  da  família  Togaviridae.  Sua  transmissão  se  dá  pelas  secreções 
nasofaríngea  dos  infectados.  Sua  maior  transmissibilidade  ocorre  de  cinco  dias 
antes  até  seis  dias  após  o  início  do  exantema.  As  manifestações  clínicas  são 
divididas  em  fase  prodrômica  (com  sintomas  inespecíficos  como  febre  baixa, dor de 
garganta,  conjuntivite, cefaleia, anorexia e linfadenomegalia em cadeias suboccipital, 
retroauricular  e  cervical  posterior)  e  a  fase  exantemática  de  característica 
maculopapular  róseo  com  as  primeiras  lesões  surgindo  na  face  e  no  pescoço  com 
disseminação  para  tronco  e  extremidades  de  forma  mais  rápida  que  aquela 
presenciada  no  sarampo.  Nessa  condição  podemos  ter  a  presença  das  manchas  de 
Forchheimer  que  consistem  em  lesões  puntiformes  rosadas  identificadas  no  palato 
mole.  ​Alternativa  B:  ​INCORRETA.  O  exantema  súbito  é  causado  pelo  Herpervírus 
humano  6  A  e  B  sendo  o  B  mais  comum.  Trata-se  de  uma  condição  bem  típica  de 
lactentes  com  pico  de  incidência  entre  seis  e  nove  meses.  Sua  principal  forma  de 
contaminação  ocorre  por  contato  com  a  saliva  dos  infectados.  Nas  manifestações 
clínicas  temos  a  fase  prodrômica  (com  febre  alta  que  desaparece  em  crise  após 
cerca  de  72  horas  associada  a  irritabilidade,  rinorreia,  linfadenomegalia  nas  cadeias 
da  cabeça  e  do  pescoço)  e  a  fase  exantemática  cujo  exantema  caracteristicamente 
surge  algumas  horas  após  o  desaparecimento  da  febre.  Esse  exantema  é 
caracterizado  pela  presença  de  lesões  maculopapulares  róseas  e  não  pruriginosas. 
Ele surge na região do tronco e se dissemina para a cabeça e extremidades de forma 
centrífuga.  Costuma  durar  apenas  algumas  horas  e  entre  um e três dias desaparece 
sem  causar  descamação.  ​Alternativa  C:  ​CORRETA.  O  eritema  infeccioso  tem  como 
agente  o  parvovírus  B19  da  família  Parvoviridae;  é  uma  infecção  comum  com 
distribuição  mundial  e  as infecções sintomáticas são mais comuns em crianças entre 
5  e  15  anos  de  idade.  A  sua  transmissão  é  feita  por  secreções  nasofaríngeas  do 
infectado  e  a  principal  característica  de  suas  manifestações  clínicas  é  uma evolução 
do  exantema  em  três  fases  distintas.  Na  primeira  fase  temos  a  presença  de  um 
eritema  malar  bilateral  dando  o  aspecto  de  ""face  esbofeteada"".  Na  segunda  fase 
ocorre  a  disseminação  desse  exantema  para  o  tronco  e  extremidades  proximais 
sendo  principalmente  nas  superfícies  extensoras  poupando  a  região  palmoplantar. 
Lesões  maculares  eritematosas  são  identificadas  e  elas  sofrem  clareamento  central 
adquirindo  um  aspecto  rendilhado.  Na  última  fase  temos  a  recidiva  do  exantema 
quando  o  paciente  se  expõe  ao  sol,  calor,  estreese  e  exercício.  Podemos  ter  ainda 
manifestações  articulares  em  mãos,  punhos,  tornozelos  e  joelhos;  crise  aplásica 
transitória  por  interrupção  temporária  da  eritropoiese;  miocardite,  dentre  outras. 
Alternativa  D:  INCORRETA.  O  quadro  clínico  do  sarampo  é  dividido  em  três  fases: 
prodrômica  (com  presença  de  febre,  conjuntivite  não  purulenta com fotofobia, tosse 
bastante  intensa  e  as  manchas  de  Koplik);  exantemática  (lesões  maculopapulares 
eritematosas  com  áreas  de pele sã de permeio caracterizado como morbiliforme que 
dura  em  torno  de  5  dias  com  progressão  craniocaudal  iniciando na fronte, na região 
retroauricular  e  na  nuca  progredindo  para  o  tronco  e  depois  extremidades); 
convalescença  ou  remissão  (caracterizada  pela  descamação  da  pele  com  aspecto 
furfuráceo).  Alternativa  E:  ​INCORRETA.  A  escarlatina  é  uma  doença  causada  pelo 
Streptococcus  pyogenes  (beta-hemolítico  do  grupo  A)  produtor  de  endotoxina 
pirogênica.  Seu  contato  é  feito  a  partir  de  gotículas  de  saliva  ou  secreção  nasal  da 
pessoa  infectada;  nas  manifestações  clínicas  temos  um  quadro  de  faringite 
estreptocócica  associada  a  exantema  micropapular  com  pele  no  aspecto  de  lixa  e  a 
presença  de  sinais  clássicos  como  Filatov  (palidez  peribucal)  e  Pastia  (exantema 
mais  intenso  em  áreas  de dobras). Depois do desaparecimento do exantema tem-se 
uma  fina  descamação  iniciada  na  face  que  vai  descendo  podendo  durar  até 
semanas. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria  
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Hematologia 
 
05.  Olívia,  4  anos  de  idade,  foi  levada  à  Unidade  de  pronto  atendimento  com 
história  de  quatro  dias  com  manchas  arroxeadas  no  corpo.  Hoje  apresentou 
sangramento  nasal.  A  mãe  refere  que  sua  filha  apresentou  febre  e  coriza,  com 
diagnóstico  de  quadro  viral,  há duas semanas. Nega uso de medicações ou história 
de  doenças  crônicas.  Ao  exame  físico,  apresenta  bom  estado  geral,  presença  de 
equimoses  esparsas  em  tronco  e  membros,  sem  hepatoesplenomegalia  ou 
linfonodomegalias.  Hemograma:  hemoglobina:  12,5  g/dL;  leucocitos:  6.000/mm3; 
plaquetas:  20.000/mm3.  Hipótese  diagnóstica  mais  provável  para  Olívia, dentre as 
abaixo, é:  
 
A) Meningococcemia.  
B) Púrpura de Henoch-Schönlein. 
C) Púrpura trombocitopênica trombótica. 
D) Púrpura trombocitopênica imune. 
E) Síndrome hemolítico-urêmica. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ fácil.  
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Estamos  diante  de  uma  paciente  com  surgimento  de 
manchas  arroxeadas  no  corpo  há  4 dias com sangramento nasal surgido 2 semanas 
após  um  quadro  de  infecção  viral  de  vias  aéreas  superiores.  Paciente  hígida,  sem 
uso  de  medicamentos,  em  bom  estado  geral,  com  equimoses  esparsas  em  tronco  e 
membros,  sem  hepatoesplenomegalia  e  sem  linfonodomegalias.  Apresenta  valores 
normais  de  hemoglobina  e  leucócitos  totais  com  diminuição  importante  da 
contagem  de  plaquetas.  ​Alternativa  A:  ​INCORRETA.  A  meningococcemia  é  uma 
síndrome  clínica  com  septicemia provocada por meningococo com prognóstico ruim. 
Nesses  casos  tem-se  um  rash  principalmente  em tronco e membros inferiores e, em 
mais  de  50%  dos  casos,  temos  presença  de  petéquias.  ​Alternativa B: ​INCORRETA. 
A  Púrpura  de  Henoch-Schonlein  (PHS)  é  a  vasculite  mais  comum  da  infância 
caracterizada  por  uma  inflamação leucocitoclástica e depósitos de IgA em pequenos 
vasos  da  pele,  articulações,  trato  gastrointestinal e nos rins. Aproximadamente 90% 
dos  casos  acontecem  em  crianças  principalmente  de  3  a  10  anos  de  idade  com 
predileção  pelo  sexo  masculino.  O  grande  achado  da  doença  é  a  presença  de 
púrpuras  palpáveis  simétricas  em  membros  inferiores  e  nádegas.  Podemos 
encontrar  ainda  sinais  de  artrite  e  artralgia  oligoarticulares  em  grandes  articulações 
sem  levar  à  deformidade.  As  manifestações  gastrointestinais  como  dor  abdominal, 
vômitos,  diarreia  e  íleo  paralítico  ocorrem  em  até  80%  das  crianças.  ​Alternativa  C: 
INCORRETA.  A  Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT) caracteriza-se com um 
quadro  de  anemia  hemolítica  microangiopática,  plaquetopenia,  manifestações 
neurológicas,  lesão  renal  aguda  e  febre.  Como  o  próprio  nome  já  sugere,  o  quadro 
acontece  por  oclusão  difusa  de  arteríolas  e  capilares  da  microcirculação,  levando  à 
isquemia  de  tecidos.  A  oclusão  é  causada  por  microtrombos  compostos 
basicamente  de  plaquetas,  formados  após  agregação  plaquetária  intravascular. 
Alternativa  D:  CORRETA.  Diante  de  um  caso  com  criança  previamente  hígida  com 
surgimento  súbito  de  equimoses  e/ou  petéquias  temos  que  pensar  numa  Púrpura 
Trombocitopênica  Imune  (PTI).  Essa  patologia  se  manifesta  por  trombocitopenia 
isolada  com  plaquetas  inferiores  a  100.000/mm³,  tem  caráter  agudo,  em  torno  de 
60%  dos  casos  tem  história  de  infecção  antecedendo  o  seu  quadro  clínico 
característico.  Pode  ocorrer  epistaxe  em  20  a  30%  dos  casos;  hematúria, 
sangramento  oral  e  gastrointestinal  são  observados  em  menor  frequência.  Não 
observamos  sintomas  sistêmicos  nestes  casos  e  no  exame  físico  não  temos 
linfonodomegalia  nem  hepatoesplenomegalia.  ​Alternativa  E​:  INCORRETA.  Na 
Síndrome  hemolítico-urêmica  temos  um  quadro  de  anemia  hemolítica 
microangiopática  com  plaquetopenia  e  lesão  renal  aguda  associada.  Essa  patologia 
tem  origem  na  trombose  glomerular  e  suas  consequências:  a  obstrução  da 
microcirculação  dos  rins  leva  à  perda  aguda  da  função  renal  e  à  anemia  já  que  a 
passagem das hemácias por micro vasos trombosados causa hemólise.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria  
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Hepatologia pediátrica 
 
06. Na doença hepática gordurosa não alcoólica, 
 
A) pode haver evolução para cirrose, mas não para o hepatocarcinoma. 
B) não é possível fazer o diagnóstico em crianças com menos de 5 anos. 
C) o diagnóstico é facilitado por ser habitualmente uma doença sintomática. 
D) a acantose nigricans é um marcador da hiperinsulinemia.  
E) o padrão ouro para o diagnóstico é a ultrassonografia. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ intermediário.  
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​De  acordo  com  o  Tratado  de  Pediatria  da  Sociedade 
Brasileira  de  Pediatria,  a  doença  hepática  gordurosa  não  alcoólica  (NAFLD  - 
non-alcoholic  fat  liver  disease)  é  uma  das  principais  causas  de  doença  hepática 
crônica  em  crianças  na  América  do  Norte.  Os  dados  disponíveis  sugerem  que  a 
doença  afeta  cerca  de  2,6%  das  crianças,  9,6%  dos  adolescentes  e  sua prevalência 
varia  de  12  a  80%  em  crianças  com  diagnóstico  de  obesidade.  ​Alternativa  A: 
INCORRETA.  Essa  condição  clínica  destaca-se  por  seu  curso  silencioso  e  por  seu 
amplo  espectro  evolutivo,  incluindo  desde  casos  com  curso  benigno,  esteatose com 
ou  sem  aumento  de  enzimas  hepáticas,  até  casos  mais  graves  que  evoluem  para 
cirrose,  falência  hepática  e  hepatocarcinoma.  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  O 
diagnóstico  da  patologia  atualmente  exige  comprovação  de  esteatose,  que  conta 
com  técnicas  de  imagem  na  prática  clínica  independentemente  da  idade  da criança. 
Alternativa  C:  INCORRETA.  Conforme  comentário  da  alternativa  A,  a  doença 
geralmente  tem  curso  silencioso  e  pode  ter,  ou  não, aumento de enzimas hepáticas. 
Alternativa  D:  CORRETA.  A  acantose  nigricans  trata-se  de  hiperpigmentação 
grosseira  das  dobras  cutâneas  que  é  característica  da  resistência  insulínica  e  a 
constatação  de  concentração sérica elevada de insulina. ​Alternativa E: ​INCORRETA. 
O  padrão  ouro  para  o  diagnóstico  de  doença  hepática  gordurosa  não  alcoólica  é  a 
biópsia  hepática.  Entretanto,  por  tratar-se  de  um  método  invasivo  e  com  riscos  de 
complicações, não é o mais utilizado. Os métodos de imagem são os melhores meios 
de se identificar a esteatose e, nesse aspecto, o ultrassom representa o método mais 
prático  e  simples  para  esse  diagnóstico,  especialmente  quando  a  esteatose  excede 
30%.  Para  esteatoses  menos  intensas  (5  a  30%)  a  ressonância  nuclear  magnética 
com  espectroscopia  ou  a  RM  de  última  geração  (dual  gradient)  são  métodos  mais 
sensíveis.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria  
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Imunização 
 
07.  Segundo o Ministério da Saúde, foram confirmados 6.640 casos de sarampo no 
Brasil até a 38a semana epidemiológica de 2019, sendo que inúmeros outros casos 
ainda  estavam  em  investigação.  Foram  notificados  seis  óbitos, quatro em menores 
de  1  ano  de  idade  e  dois  em  adultos.  Ações  instituídas  no  enfrentamento  deste 
surto  a  fim  de  interromper  a  transmissão  do  vírus  do  sarampo  e  reduzir  as 
internações e os óbitos nos lactentes foram:  
 
A)  Aplicar  imunoglobulina  específica  contra  o  sarampo  em  crianças  de  zero  a  11 
meses  e  29  dias  de  idade  que  tiveram  contato  com  caso  confirmado  de  sarampo  e 
revacinar aos 15 meses de idade. 
B)  Vacinar  contra  o  sarampo  as  crianças  de  12  meses  e  de  15  meses  de  idade  e 
aplicar uma dose de reforço, para todas as crianças aos 4 anos de idade.  
C)  Aplicar  uma  dose  da  vacina  contra  o  sarampo  em  crianças  de 6 a 11 meses e 29 
dias de idade e manter as doses da vacina aos 12 e 15 meses de idade.  
D)  Vacinar  com  uma  dose  extra  contra  o  sarampo,  assim  que  a  criança  desmamar, 
se  o  desmame  ocorrer  antes  do  final  do  primeiro  ano  de  vida,  e  revacinar  aos  15 
meses. 
E)  Vacinar  contra  o  sarampo  as  gestantes  no  terceiro  trimestre  da  gestação ou, nos 
casos  em  que  a  mãe  não  tiver  recebido  a  vacina,  vacinar  as  crianças  ao  nascer  e 
revacinar aos 12 meses. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Diante  do  retorno  de  casos  de  sarampo  no  Brasil  desde 
meados  de  2018,  o  Ministério  da  Saúde  instituiu  a  realização  de  uma  dose extra da 
vacina  contra  o  sarampo para crianças consideradas mais suscetíveis para adquirir a 
doença,  ou  seja,  aquelas  crianças  com  idade  entre  6  meses  e  1  ano  de  vida. 
Alternativa  A:  INCORRETA.  Após  contato  com  caso  suspeito  devemos realização a 
vacina  de  bloqueio  em  até  72  horas  após  a  exposição  e  vacinar  aqueles  não 
vacinadas  a  partir  dos  6  meses  de  vida  no  menor  tempo  possível.  ​Alternativa  B: 
INCORRETA. Conforme dica do professor. ​Alternativa C: CORRETA. O Ministério da 
Saúde  instituiu  a  realização  de  uma  dose  extra  da  vacina  contra o vírus do sarampo 
que  deve  ser  realizada  em  crianças entre 6 meses e 1 ano de vida. Diante disso, não 
podemos  esquecer  que  as  doses  recomendadas  pelo  Programa  Nacional  de 
Imunização  devem  ser  realizadas  normalmente  com  a  Tríplice  Viral  aos  12  meses  e 
Tetra  Viral  aos  15  meses  de  vida.  ​Alternativa  D: INCORRETA. A realização da dose 
extra  da  vacina  contra  o  sarampo  não  tem  qualquer  relação  com  o  aleitamento 
materno.  ​Alternativa  E:  INCORRETA.  A  vacina  contra  o  sarampo  não  deve  ser 
realizada  ao nascimento como diz a alternativa, mas sim, entre 6 meses e 1 ano para 
realização da dose extra. Além disso, a vacina contra o sarampo é contraindicada em 
gestantes,  em  crianças  menores  de  6  meses  de  vida  e  naqueles  com  sinais  e 
sintomas de sarampo pois as vacinas são produzidas com o vírus do sarampo vivo.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria  
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Imunização 
 
08.  Durante  a  orientação  para alta, um paciente internado na enfermaria apresenta 
lesões  de  pele  compatíveis  com  varicela.  No  mesmo  quarto,  estão  internados mais 
2  pacientes  imunocompetentes,  suscetíveis  e  não  vacinados:  (A)  com  5  meses  de 
idade  e  (B)  com  10  meses  de  idade.  Considerando  que  o  caso  índice  receberá alta 
hospitalar,  além  do  isolamento  com  precaução  para  contato,  gotículas  e  aerossóis, 
a  melhor  conduta,  dentre  as  abaixo,  em  relação  aos  pacientes,  respectivamente,  A 
e B é: 
 
A) Vacina contra varicela. Vacina contra varicela.  
B) Imunoglobulina humana antivaricela-zoster. Vacina contra varicela. 
C) Vacina contra varicela. Imunoglobulina humana antivaricela-zoster. 
D)  Imunoglobulina  humana  antivaricela-zoster.  Imunoglobulina  humana 
antivaricela-zoster. 
E)  Imunoglobulina  humana  antivaricela-zoster,  se  apresentar  sintomas. 
Imunoglobulina humana antivaricela-zoster, se apresentar sintomas. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  conduta  pós-exposição  à  varicela  é  um  tema  muito 
recorrente  em  provas.  Essa  prevenção  pode  ser  feita  com  vacinação  de bloqueio ou 
com  uso  da  Imunoglobulina  Humana  Antivaricela-Zóster  (IGHAVZ).  Em  relação  à 
vacina  de  bloqueio  não  podemos  esquecer  que  o  Ministério  da Saúde só libera essa 
vacina  em  situação  de  controle  de  surto  em  ambiente  hospitalar  e  em  creches.  A 
vacina  deve  ser  realizada  em  comunicantes  suscetíveis  imunocompetentes  maiores 
de  nove  meses  de  idade  até  120  horas  após  a  exposição.  No  bloqueio  de  surto  em 
ambiente hospitalar, os suscetíveis que não podem receber a vacina deverão receber 
a  IGHAVZ.  Essa  imunoglobulina  pode  ser  feita  até  96  horas  após  a  exposição. 
Alternativa  A:  ​CORRETA.  Conforme  dica  do  professor. ​Alternativa B: INCORRETA. 
Conforme  dica  do  professor.  ​Alternativa  C:  INCORRETA.  Conforme  dica  do 
professor.  ​Alternativa  D:  INCORRETA.  Conforme  dica  do  professor.  Alternativa  E: 
INCORRETA. Conforme dica do professor. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
 
 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria  
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Lúpus Eritematoso Sistêmico 
 
09.  Menina  de  8  anos de idade foi internada para investigação de febre não aferida 
há  3  meses.  Mãe  refere  que  criança apresentou febre alguns dias sim e outros não. 
Neste  período,  iniciou  edema  das  mãos  e  pés  e  manchas  na  região  das  coxas 
bilateralmente  e  na  face  (rush  malar).  Fez uso de “anti alérgico” e prednisolona por 
dois  dias  com  alguma  melhora,  mas as manchas e edema retornaram após término 
da  medicação.  Refere  ainda  aparecimento  de  aftas  dolorosas  orais,  que  se 
intensificaram  há  3  dias.  Paciente  apresenta  bom  estado  geral,  sem  alterações 
cardiopulmonares  significativas,  fígado  a  2,5  cm  do  rebordo  costal,  rush  cutâneo 
em  face,  principalmente  região  malar,  e  em  membros  inferiores.  Os  exames 
mostram  anemia  leve,  leucopenia  com  linfopenia  discreta,  sem  plaquetopenia. 
Fator  antinuclear  positivo,  anticorpo  anti-DNA  positivo,  anticorpo  anticardiolipina 
positivo, VDRL positivo. Complementos CD3, CD4 e CH50 baixos.  
 
O melhor tratamento para esse caso, dentre os abaixo, é:  
 
A) Prednisolona e hidroxicloroquina. 
B) Prednisolona e anti-histamínico. 
C) Anti-histamínico e rituximabe. 
D) Prednisolona e anti-histamínico. 
E) Anti-histamínico e aciclovir. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ fácil. 
 
DICA DO PROFESSOR: ​A criança em questão, do sexo feminino, apresenta história 
de  febre  prolongada  (há  3  meses),  edema  de  mãos  e  pés,  manchas  na  região  das 
coxas  bilateralmente,  rush  malar  (com  melhora  após  uso  de  corticoide),  aftas  orais 
dolorosas,  hepatomegalia,  anemia,  leucopenia  com  linfopenia,  FAN  positivo, 
anti-DNA  positivo,  anticardiolipina  positivo,  VDRL  positivo,  e  complemento  baixo. 
Dessa  forma,  podemos  pensar  que  essa  criança  é  portadora  de  alguma  síndrome 
reumatológica  com  comprometimento  multissistêmico  e, dessa forma, não podemos 
deixar  de  pensar  no  Lúpus  Eritematoso  Sistêmico  (LES).  O  LES  é  uma  doença 
autoimune,  multissistêmica,  crônica  e  potencialmente  grave  podendo  evoluir  de 
diversas  formas  e  com  fases  de  ativação  e  remissão.  Caracteriza-se  pela  presença 
de  autoanticorpos  contra  autoantígenos  e  deposição  de  imunocomplexos  fixadores 
de  complemento podendo resultar em lesão em qualquer órgão ou tecido, sobretudo 
na  pele,  nas  articulações,  nos  rins,  nas  células  formadoras  de  sangue,  vasos 
sanguíneos,  dentre  outros.  A  sua  prevalência  na  faixa  etária  pediátrica  é menor que 
nos  adultos  e  cerca  de  20%  dos  diagnósticos  são  feitos  em menores de 16 anos de 
idade  com  prevalência  pelo  sexo  feminino  principalmente  na  puberdade.  Para o seu 
diagnóstico  devemos  observar  os  critérios  definidos  pelo  SLICC  (Systemic  Lupus 
International  Collaborating  Clinics).  Do  total  de  17  critérios  (sendo  11  clínicos  e  6 
laboratoriais),  a  paciente  precisa  ter  pelo  menos  4  de  todos  os  critérios  sendo  no 
mínimo  1  clínico  e  1  imunológico  ou  ainda  se  tiver  nefrite  lúpica  comprovada  por 
biópsia  renal  associada  a  FAN  ou  anti-DNA  ds  positivos. Os critérios clínicos são: a) 
rash  malar,  rash  maculopapular,  rash  fotossensível;  b)  rash  discóide  clássico  ou 
hipertrófico,  paniculite  lúpica;  alopecia  não  cicatricial  com  fragilidade  capilar  difusa 
com  cabelos  quebradiços  sem  outras  causas;  d)  úlceras  orais  ou  nasais;  e)  doença 
articular  (sinovite  em  duas  ou  mais  articulações,  rigidez  matinal  em  duas  ou  mais 
articulações);  f)  serosite  (dor  pleurítica  típica  por  mais  de  1  dia,  derrame  pleural  ou 
atrito  pleural,  derrame  pericárdico,  atrito  pericárdico,  pericardite);  g)  cilindros 
hemáticos  no  sedimento  urinário  ou  500  mg  de  proteinúria/dia;  h)  convulsões, 
psicose,  mononeurite  múltipla,  mielite,  neuropatia  periférica;  i)  anemia  hemolítica;  j) 
leucopenia  abaixo  de  4.000/mm³  ou  linfopenia  inferior  a  1.000/mm³  e  k) 
trombocitopenia  com  plaquetas  abaixo  de  100.000/mm³.  Os  critérios  imunológicos 
são:  a)  FAN  positivo;  b)  anti-DNA  positivo;  c)  Anti-Sm  positivo;  d)  antifosfolípido 
(anticoagulante  lúpico,  VDRL  falso-positivo,  anticardiolipina);  e)  queda  do 
complemento  (C3,  C4  ou  CH50  baixo);  f)  coombs  direto  positivo.  Dessa  forma,  a 
paciente  em  questão  pode  receber  o  diagnóstico  de  LES  e  o  tratamento  deve  ser 
iniciado.  Além  de  medidas comportamentais temos o tratamento farmacológico com 
o  uso  de  antimaláricos  como  a  hidroxicloroquina  ou  a  cloroquina;  o  uso  de 
antiinflamatórios  não  esteroidais  para  controle  de  manifestações 
musculoesqueléticas  e,  o  mais  importante  sendo  considerado  o  pilar  do  tratamento 
do LES, o corticosteróide.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria  
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​PALS 
 
10.  Um  lactente  de  6  meses,  sexo  masculino,  é  levado  no  colo  da  mãe  após 
engasgo.  Encontra-se  não  responsivo  e  sem  pulsos.  Após  chamar  ajuda,  a  melhor 
conduta imediata, dentre as abaixo, é: 
 
A) Iniciar imediatamente compressões torácicas, entre 100 a 120 por minuto.  
B)  Iniciar  ventilações  com  bolsa-valva-máscara  (BVM),  em  frequência  de  40-60  por 
minuto. 
C) Administrar adrenalina na dose de 0,1 mg/kg da solução diluída 1:10.000. 
D) Levar até a sala de emergência e checar o ritmo antes de tomar alguma conduta. 
E) Intubação orotraqueal. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ fácil. 
 
DICA  DO PROFESSOR: ​O início rápido e efetivo da ressuscitação cardiopulmonar é 
ponto  fundamental  para  o  sucesso.  Precisamos  estar  atentos  ao  passo  a  passo  do 
atendimento.  Inicialmente  temos  que  assegurar  a  segurança  do  local  e,  logo  em 
seguida,  avaliar  a responsividade da criança. Estando ela irresponsiva, deve-se pedir 
ajuda  e  ativar  o  atendimento  de  emergência.  Em  seguida  deve-se  observar 
movimentos  respiratórios  e,  simultaneamente, checar o pulso. Nas crianças menores 
de  1  ano de vida o pulso deve ser checado na região braquial e nas crianças maiores 
de  1  ano  na  região  carotídea  com  duração  máxima  de  10  segundos.  Não  havendo 
movimentos  respiratórios  e  nem  pulso  temos  que,  imediatamente,  iniciar  as 
compressões  torácicas.  A  regra  geral  é  fazer  30  compressões  torácicas  e  depois 
realizar  duas  ventilações  se  tivermos  apenas  uma  pessoa  prestando o atendimento. 
Caso  tenham  duas  pessoas  deve-se  realizar 15 compressões para duas ventilações. 
O  desfibrilador  deve  ser  utilizado  logo  após  a  sua  chegada.  Havendo  um  ritmo 
chocável  (fibrilação  ventricular  ou  taquicardia  ventricular)  deve  ser  instituído  um 
choque  com  retorno  às  compressões  torácicas  imediatamente  após.  Caso  o  ritmo 
não  seja  chocável  (assistolia  ou  atividade  elétrica  sem  pulso  -  AESP),  as 
compressões  torácicas  devem  ser  mantidas  por  mais  2  minutos.  ​Alternativa  A: 
CORRETA.  Conforme  dica  do  professor,  as  compressões  torácicas  devem  ser 
iniciadas  logo  que  seja  detectada  a  parada  cardiorrespiratória.  Essas  compressões 
devem  ser  realizadas  numa  frequência  de  100  a  120  por  minuto,  com  uma 
profundidade  de  1/3  do  diâmetro  anteroposterior  do  tórax  que  corresponde  a cerca 
de  4  cm  nos  menores  de  1  ano  e  5  cm  nas  crianças  de um a dez anos. Em menores 
de  um  ano  podemos  utilizar  a  técnica  dos  dois  dedos  ou  a  dos  dois  polegares 
circundando  o  tórax.  A  compressão  torácica  é  reconhecida  como  a  principal  ação 
diante  de uma PCR e, portanto, não pode deixar de ser realizada por mais do que 10 
segundos.  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  A  ventilação  deve  ser  realizada  de  12  a  20 
repetições  por  minuto  de  modo  a  termos  a  média  de  1  ventilação  a  cada  3  a  5 
segundos.  ​Alternativa  C:  ​INCORRETA.  A  adrenalina  pode  ser  utilizada  caso  não 
haja  retorno  do  ritmo  regular  após  as  compressões  torácicas,  porém,  a  conduta 
imediata  diante  do caso deve ser o início dessas compressões. A dose a ser utilizada 
deve  ser  de  0,01  mg/Kg  ou  0,1  mL/Kg.  ​Alternativa  D:  INCORRETA.  Conforme 
sequência  mostrada  na  dica  do  professor.  ​Alternativa  E:  INCORRETA.  Assim  como 
a  realização  de  adrenalina,  a  intubação  orotraqueal  só  deve  ser  considerada  após 
realização  dos  primeiros  passos  da  ressuscitação  cardiopulmonar  sem  que  haja 
melhora do paciente. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria  
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Arritmias 
 
11.  Uma  criança  de  7  anos,  20  kg,  arresponsiva  e  sem pulso, apresenta o seguinte 
ritmo no traçado do ECG mostrado abaixo.  
 

 
 
Dentre  as  hipóteses  abaixo,  a  principal  hipótese  diagnóstica  e  sua  causa  são, 
respectivamente, 
 
A) Atividade elétrica sem pulso e hipóxia. 
B) Assistolia e hipotermia. 
C) Taquicardia ventricular sem pulso e acidose. 
D) Taquicardia sinusal e sepse. 
E) Taquicardia supraventricular e febre. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  questão  nos  traz  uma  criança  apresentando sintoma de 
taquicardia  (""batedeira"") associado a um eletrocardiograma mostrando taquicardia 
com  ausência  de  onda  P, intervalo PR curto, intervalo R-R constante e um complexo 
QRS  estreito.  Os  sinais  e  sintomas  dessa  condição  incluem  diminuição da aceitação 
alimentar,  taquipneia,  irritabilidade,  aumento  da  sonolência,  sudorese,  palidez  e/ou 
vômitos.  ​Alternativa  A:  ​INCORRETA.  Devemos  considerar  realização  de  manobras 
vagais  como  bolsa  de  água  com  gelo  sobre  a  testa  do  bebê;  pedir  para  a  criança 
soprar  um  canudo  obstruído  ou  realizar  massagem  de  seio  carotídeo  durante  a 
preparação  para  o  tratamento  definitivo.  Alternativa  B:  CORRETA.  Sabendo  que  o 
paciente  apresenta-se  hipotenso,  com  perfusão  tissular  lentificada  e  pulsos 
periféricos  finos,  ele  é  considerado  como  instável  e,  dessa forma, o tratamento deve 
ser  feito  com  cardioversão  sincronizada  com  dose  do  primeiro  choque  de  0,5  a  1 
J/Kg  e  os  choques  subsequentes  de  2  J/Kg.  ​Alternativa  C:  INCORRETA  ​Alternativa 
D:​ INCORRETA.​ Alternativa E: ​INCORRETA.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria  
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Pediatria Intensiva 
 
12.  Uma  criança  de  2  anos  e  6  meses  de  idade  é  levada  ao médico por apresentar 
palidez  intensa  e  dor  abdominal.  Os  pais  referem  que  a  criança  apresentou 
episódios  de  diarreia  sanguinolenta  há  cerca de 5 dias. Após a anamnese, o exame 
físico  e  exames  de  laboratório,  o  quadro  diagnosticado  foi  de  Síndrome 
Hemolítico-Urêmica  (SHU)  típica  e  a  criança  foi  encaminhada  para  a  unidade  de 
terapia intensiva. Foi identificada Escherichia coli (STEC). Nesse quadro, 
 
A) a anemia dessa criança é de origem autoimune. 
B) espera-se que as provas de coagulação estejam anormais. 
C) existe microangiopatia trombótica. 
D) espera-se contagem de plaquetas normais. 
E) não há toxina envolvida. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  Síndrome  Hemolítico-Urêmica  (SHU)  tem  grande 
associação  com  a  infecção  pela  Escherichia  coli  O157:H7  e  trata-se  de  uma 
condição  grave  e  responsável  por  um  quadro  de  falência  renal  aguda  na  população 
pediátrica.  A  SHU  está  incluída  no  diagnóstico  diferencial  de  microangiopatias 
trombóticas.  A  gênese  desta  condição  reside  na  trombose  glomerular  e  suas 
consequências:  a  obstrução  microcirculatória  dos  rins  leva  à  perda  aguda da função 
renal  e  à  anemia  pois  a  passagem  das  hemácias  por  micro  vasos  trombosados 
causando  hemólise  e  a  trombose  em  si  consome  as  plaquetas.  Os  casos  são  mais 
frequentes  em  meses  de  verão,  nas  zonas  rurais  e  geralmente  são  esporádicos, 
podendo  ocorrer  surtos  decorrentes  da  ingestão  de  alimento  ou  água  contaminada. 
Alternativa  A:  ​INCORRETA.  Uma  vez  na  circulação,  a  toxina  de  Shiga  localiza-se 
preferencialmente  nos  rins  pela  alta  concentração  de  seus  receptores  no  endotélio 
glomerular.  A  ligação  da  toxina ao endotélio leva à apoptose dessas células gerando 
trombos  na  microcirculação.  Nos  capilares  glomerulares  há  o  cisalhamento  das 
hemácias  levando  a  uma  anemia  hemolítica  microangiopática.  ​Alternativa  B​: 
INCORRETA.  Na  SHU  o  quadro  de  microangiopatia  trombótica  é  decorrente  da 
hiperativação  da  via  alternativa  do  sistema  complemento  a  qual  mantém  relação 
com  o  sistema  de  coagulação.  ​Alternativa  C:  CORRETA.  Conforme  dica  do 
professor,  a  SHU  é  um  diagnóstico  diferencial  da  microangiopatia  trombótica. 
Alternativa  D:  INCORRETA.  A  trombocitopenia  faz  parte  da  tríade  da  SHU.  Ela  é 
caracteristicamente  abaixo  de  140.000  plaquetas  e  costuma  alcançar  valores 
próximos  de  40.000  plaquetas.  Importante  lembrarmos  que  a  intensidade  da 
trombocitopenia  não  se  relaciona  com  a  severidade  da  disfunção  renal.  ​Alternativa 
E:  ​INCORRETA.  Após  a  ingestão  de  Escherichia  coli  O157:H7  esta  acaba 
produzindo  níveis  altos  de  toxina  Shiga  no  intestino  grosso.  Essas toxinas têm ação 
de  danificar  diretamente  as  células  da  mucosa e as células endoteliais vasculares na 
parede intestinal.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria  
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Puericultura 
 
13.  Paciente  do  sexo  feminino,  9  anos  de  idade,  é  levada  à  Unidade  Básica  de 
Saúde  para  uma  avaliação  de  rotina.  A  mãe  está  preocupada  porque  acha  que  a 
criança  está  comendo  muito  e  engordando  neste  último  ano.  Nega  outros 
problemas  de  saúde.  Ao  exame  físico,  paciente  apresenta:  Peso  de  42  kg,  entre  o 
escore  z  +  2  e  +  3  da curva da OMS, 2007. Estatura de 1,44 m, entre o escore z +1 
e  +  2  da  curva  da  OMS,  2007.  Índice  de  Massa  Corpórea  (IMC)  de  20,25,  entre  o 
escore  z  +  1  e  +  2  da  curva da OMS, 2007. Desenvolvimento puberal: M2 P1 pelos 
critérios de Tanner. A classificação nutricional dessa paciente é:  
 
A) Peso adequado para a idade, por estar no início da puberdade. 
B) Obesidade, por apresentar o peso entre o escore z + 2 e + 3. 
C) Obesidade, por apresentar o percentil do peso maior que o da altura. 
D) Alta estatura, por apresentar a estatura entre o escore z + 1 e + 2.  
E) Sobrepeso, por apresentar IMC entre o escore z + 1 e + 2 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  A  questão  aborda  dados  relacionados  aos  gráficos  de 
crescimento  da  Organização  Mundial  de  Saúde  aos  quais  devemos  sempre  estar 
atentos  a  todas  as  medidas  isoladas  e,  ainda  mais  importante,  à  reta formada pelos 
pontos  isolados.  ​Alternativa  A:  ​INCORRETA.  Na  curva  da  OMS  de  peso  por  idade 
temos  que:  a)Z  escore  abaixo  de  -3  é  considerado  uma  criança  com  peso  muito 
baixo  para  a  idade;  b)  Z escore abaixo de -2 consideramos peso abaixo do esperado 
para  a  idade;  c)  Z  escore  entre  -2  e  +2  devemos  considerar  como  peso  adequado 
para  a  idade;  d)  Z  escore  acima  de  +2  é  considerado  peso  elevado  para  a  idade. 
Alternativa  B:  INCORRETA.  Para  considerarmos  a  criança  com obesidade devemos 
utilizar  a  curva  de  IMC  para  a  idade  e  não  a  curva  do  peso  para  a  idade  como  a 
alternativa  traz.  ​Alternativa  C:  ​INCORRETA.  A  obesidade  não  deve  ser 
diagnosticada  dessa  forma,  mas  sim,  a  partir  da  curva  de  IMC  para  a  idade. 
Alternativa  D:  ​INCORRETA.  Estatura  com  Z  escore  entre  -2  e  +2  deve  ser 
considerada  como  estatura  adequada  para  a  idade.  Alternativa  E:  CORRETA.  Em 
crianças  e  adolescentes  de  5  a  20  anos  incompletos,  o  escore  Z  entre  +1  e  +2 
determina  sobrepeso;  o  escore  Z  entre  +2  e  +3  equivale  à  obesidade  e  Z  escore 
acima de +3 determina obesidade grave.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra E. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria  
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Reanimação Neonatal 
 
14.  Gestante  com  35  anos  de  idade,  internada  em  uso  de  drogas  hipotensoras, 
idade  gestacional  de  33  semanas  e  6  dias  evolui  com  pré-eclâmpsia grave e tem a 
cesárea  indicada.  A  equipe  de  neonatologia  é  avisada  do  caso  e  recebe  o 
recém-nascido  pré  termo,  que  após  a  total  extração  do  corpo  materno  mostra-se 
ativo e com choro vigoroso. A melhor conduta para esse caso, dentre as abaixo, é:  
 
A)  Monitorizar  o  recém-nascido  quanto  a  apneia  e/ou  respiração  irregular,  o  que 
indica intubação, que deve ser realizada nos primeiros 60 segundos de vida. 
B)  Manter  a  sala  de  parto  com  temperatura  entre  23  e  25  °C,  envolver  o  corpo  do 
recém-nascido em saco plástico transparente, secá-lo e colocar touca. 
C)  Deixar  o  recém-nascido  posicionado  no  abdome  materno  e  colocar  o  sensor  do 
oxímetro de pulso no membro superior esquerdo.  
D)  Deixar  o  recém-nascido  posicionado  no  tórax  materno  e  clampear  o  cordão 
umbilical de imediato. 
E)  Deixar  o  recém-nascido  aquecido  e  posicionado  no  abdome  materno  por  30-60 
segundos antes de clampear o cordão umbilical. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​De  acordo  com  as  Diretrizes  de  Reanimação  Neonatal  da 
Sociedade  Brasileira  de  Pediatria  de  2016,  logo após a extração completa, avalia-se 
se  o  bebê  a  termo  começou a chorar e se apresenta tônus muscular em flexão. Caso 
a  resposta  seja sim para as duas perguntas, devemos indicar o clampeamento tardio 
do  cordão  umbilical,  independentemente  do  aspecto  do  líquido  amniótico,  ou  seja, 
aguardar  de 1 a 3 minutos para sua realização. ​Alternativa A: I​NCORRETA. Após os 
cuidados  iniciais  para  manter  a  temperatura  e  a  permeabilidade  das  vias  aéreas,  a 
presença  de  apneia,  respiração  irregular  e/ou  frequência  cardíaca  menor  que  100 
bpm,  devemos  indicar  a  ventilação  com  pressão  positiva  e  não  a  intubação 
inicialmente.  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  De  acordo  com  as  Diretrizes  de 
Reanimação  Neonatal  da  Sociedade  Brasileira  de  Pediatria  temos:  ""Para diminuir a 
perda  de  calor  nesses  pacientes,  é  importante  pré-aquecer  a  sala  de  parto  e  a  sala 
onde  serão  realizados  os  procedimentos  de  estabilização/reanimação,  com 
temperatura  ambiente  de  23-26ºC.""  Além  disso,  sabemos  que  após  o 
clampeamento do cordão, o RN levado à mesa de reanimação em campos aquecidos 
deve ser posicionado sob fonte de calor radiante, em decúbito dorsal e com a cabeça 
voltada  para  o  profissional  de  saúde  e  deve  ser  envolto  em  saco  plástico 
transparente.  Ou  seja,  logo  depois  de  posicionar  o  paciente  sob  fonte  de  calor 
radiante  sem  secá-lo,  introduzir  o  corpo,  exceto  a  face,  dentro  do  saco  plástico  e,  a 
seguir,  realizar  as  manobras  necessárias.  Não  podemos  esquecer  que  tal  prática 
deve  ser  suplementada  pelo  uso  de  touca  dupla  para  reduzir  a  perda  de  calor  na 
região  da  fontanela  de  modo  a  cobrir  o  couro  cabeludo  com  plástico  e,  por  cima, 
colocar  touca  de  lã  ou  algodão.  ​Alternativa  C:  ​INCORRETA.  De  acordo  com  as 
Diretrizes de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria: ""Pacientes 
<34  semanas  de  idade  gestacional  precisam  sempre  ser  conduzidos  à  mesa  de 
reanimação  após  o  clampeamento  do  cordão,  indicando-se  os  passos  iniciais  da 
estabilização/reanimação.  Tais  passos  devem  ser  executados  de  modo  simultâneo 
em,  no  máximo,  30  segundos  e  incluem  evitar  a  perda  de  calor  corporal,  manter  as 
vias  aéreas  pérvias  (posição  do  pescoço  em  leve  extensão  e,  se  necessário, 
aspiração  do  excesso  de  secreção  da  boca  e  narinas)  e  locar  o  sensor  do  oxímetro 
de  pulso"".  Além  disso,  devemos  saber  que  o  oxímetro  de  pulso  deve  ser  colocado 
no  membro  superior  direito.  ​Alternativa  D:  INCORRETA.  Como  o  recém-nascido 
apresentou  choro  e  tônus  muscular  bom,  não  há  indicação  para  clampeamento 
imediato.  ​Alternativa  E:  CORRETA.  Nos  casos  de  recém-nascido  pré-termo,  logo 
após  a  extração  completa,  avalia-se  se  ele  começou  a  respirar  ou  chorar  e  se  está 
ativo.  Se  a  resposta  é  “sim”  a  essas  perguntas,  indica-se  aguardar  de  30  a  60 
segundos para clampear o cordão umbilical.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra E. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria  
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Tuberculose na infância 
 
15.  Gestante,  primigesta,  deu  entrada  na  maternidade  em  trabalho  de  parto,  com 
história  de  ter  iniciado  tratamento  para  tuberculose  há  4  dias.  Os  exames 
indicaram  que  a  paciente  ainda  estava  bacilífera.  O  recém-nascido  nasceu  bem,  e 
foi  afastada  tuberculose  congênita.  Nessa  situação,  entre  as  opções apresentadas, 
a melhor conduta é:  
 
A)  Contraindicar  o  aleitamento  materno,  vacinar  com  a  BCG  e  fazer  a  prova 
tuberculínica com 3 meses. 
B)  Liberar  o  aleitamento  materno  com  uso  de  máscara  cirúrgica,  não  vacinar  com  a 
BCG e iniciar a quimioprofilaxia por 3 meses.  
C) Liberar o aleitamento materno sem necessidade de máscara cirúrgica, não vacinar 
com a BCG e iniciar a quimioprofilaxia por 3 meses.  
D)  Contraindicar  o  aleitamento  materno,  não  vacinar  com  a  BCG  e  iniciar  a 
quimioprofilaxia por 3 meses. 
E)  Liberar  o  aleitamento  materno  com  uso  de  máscara  cirúrgica,  não  vacinar  com  a 
BCG e iniciar a quimioprofilaxia por 6 meses. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​De  acordo  com  a  Organização  Mundial  de  Saúde  não  há 
qualquer  necessidade  de  separar  a  mãe  de seu filho e, em nenhuma circunstância, o 
aleitamento  materno  deve  ser  impedido.  Segundo  a  Academia  Americana  de 
Pediatria,  o  recém-nascido  de  mãe  com  diagnóstico  de  tuberculose  pulmonar  em 
fase  contagiante  ou  bacilífera,  sem  tratamento  ou  com  menos  de 3 semanas do uso 
de  tuberculostáticos  no  momento  do  parto,  deve ser separado da mãe mas deve ser 
alimentado  com  o  leite  humano  ordenhado,  uma  vez  que  a  transmissão  geralmente 
se  dá  pelas  vias  aéreas.  Entretanto,  segundo  a  própria  OMS,  a  amamentação  deve 
ser  mantida  tentando  diminuir  o  contato  íntimo  entre  mãe  e  filho  a  partir  de  alguns 
cuidados:  amamentar  com  máscara  cirúrgica  ou  similar,  lavar  cuidadosamente  as 
mãos  e  rastrear  os  comunicantes,  especificamente  os  domiciliares.  ​Alternativa  A: 
INCORRETA.  Conforme  dica do professor, a amamentação deve ser estimulada com 
alguns  cuidados  adicionais.  ​Alternativa  B:  CORRETA.  Além  de  seguirmos 
normalmente  com  a  amamentação  com  seus  devidos  cuidados  adicionais,  não 
podemos  esquecer  que  essa  criança  não  pode  receber  inicialmente  a  vacina  BCG, 
deve  receber  profilaxia  com  isoniazida  por  um  período  de  3  meses  e,  só  então, 
dependendo  do  resultado  do  PPD  a  ser  realizado  depois  desse  período,  ela  poderá 
receber  a  vacina  BCG  caso  o  teste  seja  negativo  e  a  quimioprofilaxia  suspensa. 
Alternativa  C:  INCORRETA. Como vimos, a mãe deve utilizar máscara cirúrgica para 
oferecer  o  leite  materno.  ​Alternativa  D: ​INCORRETA. Conforme dica do professor, o 
aleitamento  materno  deve  ser  estimulado  mesmo  nesses  casos  contanto  que  todos 
os  cuidados  sejam  tomados.  ​Alternativa  E:  ​INCORRETA.  A  quimioprofilaxia  deve 
ser  realizada,  inicialmente por um período de apenas 3 meses. Em seguida, a criança 
realiza  o  PPD  e,  caso  seja  positivo  e  a  criança  não  tenha  diagnóstico  de  doença 
ativa, a profilaxia deve ser estendida até os 6 meses de vida. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Sistema Único de Saúde 
 
16.  Um  médico  que  resiste  à  forte  demanda  de  exames  para  diagnóstico  e  de 
rastreamento  desnecessários,  bem  como,  à  pressão  da  corporação  farmacêutica  e 
tecnológica, presente nos dias atuais, está atuando em prevenção  
 
A) básica. 
B) primária.  
C) secundária. 
D terciária. 
E) quaternária. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  vigilância  epidemiológica  é  conceituada  como  ""um 
conjunto  de  ações  que  proporciona  o  conhecimento,  a  detecção  ou  prevenção  de 
qualquer  mudança  nos  fatores  determinantes  e  condicionantes  de  saúde  individual 
ou  coletiva,  com  a  finalidade  de  recomendar  e  adotar  as  medidas  de  prevenção  e 
controle  das  doenças  ou  agravos”.  Assim,  a  prevenção  é  um  dos  pilares da atenção 
à  saúde  de  forma  geral.  ​Alternativa  A:  ​INCORRETA.  A  prevenção  básica  ou 
primordial  visa  evitar  que  fatores  de  risco  sejam  implementados,  como por exemplo 
incentivando  atividade  física  antes  mesmo  que  ocorre o sedentarismo, fator de risco 
para  diversas  condições  patológicas.  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  A  prevenção 
primária  visa  evitar  a  doença  na  população  (reduzindo  sua  inciência),  através  da 
retirada  dos  fatores  causais.  Assim,  atua  no  período  pré-patogênico.  ​Alternativa  C: 
INCORRETA.  A  prevenção  secndária  visa  identificar  e  corrigir  o  mais  precocemente 
possível  qualquer  desvio  da  normalidade,  fazendo  com  que  o  indivíduo  retorne  ao 
seu  estado  saudável.  Alternativa  D:  INCORRETA.  A  prevenção  terciária,  uma  vez 
que  a  doença  está  instalada,  visa  reduzir  a  incapacidade  causada  pela  mesma. 
Alternativa  E: CORRETA. A prevenção quaternária, por fim, visa evitar iatrogenias e, 
por incrível que parece, também busca prevenir a prevenção inapropriada.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra E. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​PALS 
 
17.  Uma  criança  de  5  anos  foi  atropelada  por  motocicleta.  Na  avaliação  inicial  no 
pronto-socorro,  é  diagnosticada  lesão  esplênica  isolada.  Principal  fator  que  deve 
ser levado em consideração para indicação cirúrgica:   
 
A)  Queda  de  2  g/dL  ou  mais  nos  níveis  de  hemoglobina,  em  relação  ao  valor  de 
entrada. 
B) Quantidade de líquido livre no abdome, pela tomografia. 
C) Presença e intensidade da dor abdominal.  
D Condição hemodinâmica.  
E)  Grau  da  lesão esplênica, embora se deva levar em consideração que, no trauma, a 
imagem  tomográfica  tende  a  hiperestimar  a  gravidade  das  lesões  de  vísceras 
parenquimatosas. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ difícil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​No  trauma  abdominal  de  origem  contusa  o  órgão  mais 
lesado  é  o  baço.  Inicialmente,  de  forma  generalizada,  todo  trauma  contuso  deverá 
ser  abodrdado  com  laparotomia se: peritonite ou retro/pneumoperitônio evidenciado 
em  exame  de  imagem.  No  trauma  contuso  com  acientes  estável  a  tomografia 
computadorizada  com  contraste  é  o  melhor  exame  para avaliar possíveis lesões. No 
paciente  instável,  o  FAST  ou  a  lavagem  peritoneal  diagnóstica  são  opções  à 
tomografia  computadorizada.  Na  evidência  de  um  trauma  esplênico  deve  ser 
avaliada  se  há  estabilidade  hemodinâmica  e  a  classificação  da  lesão.  Nas  lesões 
grau  I,  II  e  III  com  ESTABILIDADE  hemodinâmica,  o  tratamento  é 
clínico/conservador.  Nas  lesões  grau  IV  e  V  ou  na  presença  de  instabilidade 
hemodinâmica  indica-se  o  tratamento  cirúrgico  (que  pode  ser  com  esplenorrafia, 
esplenectomia  parcial  ou  total).  ​Alternativa  A:  INCORRETA.  A  queda  da 
hemoglobina  é  um  indicação  tardia  para  laparotomia  em  pacientes  com  trauma 
penetrante  (por  arma  branca).  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  A  presença  de  líquido 
livro  não  usado  como  critério  de  indicação  cirúrgica  na  lesão  esplênica.  Alternativa 
C: INCORRETA. A intensidade da dor não relaciona-se diretamento com a gravidade 
da  lesão  e,  então,  não  é  critério  de  intervenção  cirúrgica.  ​Alternativa  D:  ​CORRETA. 
A  presença  de  instabilidade  hemodinâmica  é  o  principal  indicador  de  abordagem 
laparotómica  no  trauma  esplênico  (no  trauma  abdominal  em  geral).  ​Alternativa  E: 
INCORRETA.  Associada  à  avaliação  da  condição  hemodinâmica,  o  grau  de  lesão 
esplênica  também  é  fator  considerado  para  indicar  ou  não  uma  laparotomia. 
Contudo,  a  TC  contrastada  é  o  exame  com  maior  acurácia  para  avaliação  da  lesão 
esplênica.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Litíase urinária e uropatia obstrutiva 
 
18.  Em  pacientes  com  nefrolitíase  e  cólica  renal  aguda  com  cálculo  menor  que  5 
mm  em  ureter  distal,  o  tratamento  pode  ser  realizado  com  analgesia  e/ou 
medicações  que  possam  facilitar  a  passagem  da  pedra,  tais  como  as  abaixo, 
EXCETO   
 
A) bloqueadores de canal de cálcio. 
B) bloqueadores alfa-adrenérgicos. 
C) opióides. 
D inibidores da fosfodiesterase-5.  
E) anti-inflamatórios não-hormonais. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ intermediário.. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  nefrolitíase  corresponde à formação de cálculos no trato 
urinário. A sua prevalência é maior em homens, com pico de incidência entre 20 e 40 
anos.  Na  grande  maioria  dos  casos pacientes com nefrolitíase são assintomáticos. A 
dor,  referida  como  cólica  nefrética, ocorre quando há mobilização do cálculo no trato 
urinário  da  pelve  renal  para  o  ureter  (pela  impactação  do  cálculo  nos  pontos  de 
constrição  fisiológica  do  ureter).  Outros  sintomas  esporádicos  incluem  hematúria, 
infecção,  obstrução,  além  da  possibilidade  de  evolução  com  nefrocalcinose.  O 
tratamento  de  crises  agudas  a  resolução  dos  sintomas  e  é  composta  de:  analgesia 
(realizada  com  AINES, geralmente por via oral; caso a dor não melhore ou o paciente 
não  tolere  AINE,  podem  ser  utilizados  opióides,  apesar  desses  não  reduzirem  os 
espasmos  ureterais),  bloqueadores  alfa-1-adrenérgicos  (relaxam  diretamente  a 
musculatura  lisa  uretral,  reduzindo  o  espasmo  e,  consequentemente,  a  dor)  e 
hidratação.  Se  o  cálculo  for  pequeno  (≤  10  mm),  o  terapia  médica  expulsiva, 
conservadora,  pode  ser  tentada.  A  TME  consiste  no  emprego  de  AINE  + 
alfabloqueador  por um período de 4 a 6 semanas, devendo o paciente ser reavaliado 
após  7  a  14 dias do início da terapia. O uso de bloqueadores de canal de cálcio pode 
ser  tentado,  mas  os  mesmos  são  menos  eficazes  e  possuem  mais  efeitos  adversos 
em  comparação  aos  alfa-bloqueadores.  Em  casos  com  cálculos  >  10  mm  a  terapia 
intervencionista  deve  ser  realizada.  ​Alternativa  A:  ​CORRETA.  Seu  uso  pode  ser 
realizado  na  terapia  médica  expulsiva.  Alternativa  B:  CORRETA.  Seu  uso  promove 
relaxamento  da  musculatura  lisa  uretral,  melhorando  a  cólica  nefrética  do  paciente. 
Alternativa  C​:  CORRETA.  Caso a dor seja refratária ao uso de AINE, pode-se utilizar 
opióides.  ​Alternativa  D:  INCORRETA.  O  uso  de  inibidores  da  fosfodiesterase  não 
possui  indicação  na  nefrolitíase  aguda  Alternativa  E:  ​CORRETA.  Os  AINES  são  os 
medicamentos  de  primeira  linha  para  a  analgesia  dos  pacientes,  pois  além  de  ter 
efeito analgésico eles também previnem espasmos da musculatura lisa uretral.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Hipertensão Portal e Varizes de Esôfago 
 
19.  A  implantação  de  anastomose  portossistêmica  intra-hepática  transjugular 
(TIPS) é contraindicada na presença de  
 
A) ascite refratária.  
B) varizes esofágicas com sangramento prévio. 
C) insuficiência cardíaca.  
D) gastropatia hipertensiva portal.   
E) cirrose e hidrotórax sintomático. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A TIPS é uma das opções terapêuticas para pacientes com 
hipertensão  porta  que  apresenta  hipertensão  porta  refratária  ao tratamento padrão. 
Exemplo  inclui  pacientes  com  hemorragia  digestiva  alta  refratária  ao  tratamento 
endoscópico  (ou  na  ausência  de  endoscopia  e  balsão  de Sengstaken-Blakemore). O 
método  consiste  na  formação  de  um  shunt  vascular  portossistêmico  intra-hepático 
transjugular,  através  da  colocação  de  um  permitindo  que  o  sangue  flua  para  o 
sistema  cava  sem  precisar  passar  pelos  sinusóides  hepáticos.  Contudo,  por 
aumentar  o  fluxo  sanguíneo  na  veia  porta  é  contraindicado  na  presença  de 
insuficiência  cardíaca  congestiva  grave,  assim  como  a  presença  de  doença hepática 
cística.  Uma  desvantagem  desse  procedimento  é  a  instalação  de  encefalopatia 
hepática  (o sangue, que passaria pelos hepatócitos e seria detoxificado, segue direto 
para  o  sistema  cava  e  é  distribuído  para  o  corpo),  que  costuma  ocorrer  em  até  1/3 
dos  pacientes.  Uma  vez  que  não  altera  a  anatomia  hepática,  o  TIPS  costuma  ser 
utilizado  como  ponte  para  pacientes  que  estão  na  fila  do  transplante  e  cursam  com 
complicações  agudas da doença. ​Alternativa A: ​INCORRETA. A ascite refratária não 
é  contraindicação  para  TIPS  -  na  verdade,  a  TIPS,  por  reduzir  a  pressão  no  sistema 
porta,  reduziria  a  ascite  do  paciente.  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  Por  reduzir  a 
pressão  porta  o  TIPS  reduz  a  chance  de  sangramento  por varizes esofagogástricas. 
Alternativa  C:  ​CORRETA.  A  derivação  criada  aumento  o  influxo  venoso  no  sistema 
cava  e,  consequente,  no  lado  direito  do  coração,  piorando  a  ICC.  ​Alternativa  D: 
INCORRETA.  Vide  letra  D. ​Alternativa E: ​INCORRETA. Em alguns casos, por reduzir 
o  aporte  sanguíneo  para  os  hepatócitos,  TIPS  pode  piorar  a  função  hepática.  A 
cirrose e suas complicações (não de forma generalizada) são as indicações de TIPS.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Hemostasia e Trombose 
 
20.  O  risco  de  trombose  varia  entre  as causas de síndrome nefrótica, sendo o mais 
elevado nos pacientes com 
 
A) nefropatia membranosa.  
B) nefropatia mesangial. 
C) glomeruloesclerose segmentar e focal.  
D) glomerulonefrite membranoproliferativa. 
E) nefropatia por IgA. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ difícil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  síndrome  nefrótica  é  caracterizada  por  proteinúria 
nefrótica  (  >  3,5  g/24  horas  em  adultos),  associada  a  hipoalbuminemia,  edema, 
hiperlipidemia,  lipidúria.  Causas  de  síndrome  nefrótica  incluem:  doença  de  lesão 
mínima  (mais  comum  em  crianças),  glomeruloesclerose  segmentar  focal,  nefropatia 
membranosa,  nefropatia  membranoproliferativa,  glomerulonefrite  mesangiocapilar, 
entre  outras.  A  trombose  venosa  da  veia  renal  associa-se  a  dor  lombar,  piora  da 
proteinúria,  hematúria,  varicocele  se  à  esquerda  e  é  uma  complicação  conhecida  de 
algumas  causas  de  síndrome  nefrótica.  A  trombose  venosa  profunda  na  síndrome 
nefrótica  correlaciona-se  com a redução dos níveis de antitrombina III, que leva a um 
estado  pró-trombótico.  ​Alternativa  A:  ​CORRETA.  A  nefropatia  membranosa  evolui 
com  trombose  da  veia  renal  em  até  50%  dos  casos.  Essa  é  a  secunda  principal 
causa  de  síndrome  nefrótica  em  adultos.  Além  dessa,  relaciona-se  em  menor 
número  à  trombose  de  veia  renal  a  glomerulonefrite  membranoproliferativa  e  a 
amiloidose.  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  A nefropatia mesangial ou glomerulonefrite 
proliferativa  mesangial  não  relaciona-se  à  trombose  de  veia  renal.  ​Alternativa  C: 
INCORRETA.  A  GESF,  principal  causa  de  síndrome  nefrótica  em  adultos,  não evolui 
com  trombose  venosa  profunda.  Alternativa  D:  ​INCORRETA.  A  glomerulonefrite 
membranoproliferativa  ou  mesangiocapilar  não  costuma  estar  tão  relacionada  à 
trombose de veia renal como a nefropatia membranosa, apesar de poder evoluir com 
essa  complicação.  Alternativa  E:  INCORRETA.  A  nefropatia  por  IgA  ou  Doença  de 
Berger  classicamente  cursa  com  síndrome  nefrítica  e  não  evolui  com  trombose 
venosa profunda.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Fraturas 
 
21.  A  fratura  de  bacia  com  instabilidade  hemodinâmica  deve  ser  tratada 
inicialmente com  
 
A) fixação externa. 
B) arteriografia, sempre que disponível. 
C) tamponamento pélvico pré-peritoneal. 
D) cinta ou enfaixamento pélvico. 
E) calça pneumática. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE:​ difícil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Pela  proximidade  das  estruturas  ósseas  da  pelve  com 
vasos  sanguíneos  calibrosos,  nervos  e  vísceras,  lesões  pélvicas  costumam  ser 
acompanhadas  de  hemorra  significativa (em cerca de 50% dos casos). Na fratura de 
pelve  as  lesões  são  divididas  em  estáveis,  quando  o  anel  pélvico  está  alinhado  e  a 
abertura  da  sínfise  é  <  2,5  cm,  ou em instável, quando o anel não está alinhado ou a 
abertura  da  sínfise é > 2,5 cm. As fraturas estáveis podem ser classificadas em tipo I 
e  as  instáveis,  em  tipo  II  ou  III,  a  depender  do  mecanismo  da  lesão  e  das alterações 
encontradas.  O  tratamento  de  fraturas  estáveis  é  clínico,  com  repouso  no  leito.  As 
fraturas  instáveis,  por  sua  vez,  necessitam  de  tratamento  cirúrgico  para  resolução 
definitiva,  geralmente  com  uso  de  fixador  externo  anterior,  associado  ou  não  à 
fixação  interna  (através  de  placas  e  barras).  Alternativa  A:  ​INCORRETA.  A  fixação 
pélvica  externa,  mesmo  que  muito  realizada  e  considerada  o  tratamento  definitivo, 
não  é  a  medida  inicialmente  realizada.  ​Alternativa  B​:  INCORRETA.  A  arteriografia 
não  é  a  medida  clássica  no  tratamento  de  lesões  pélvicas.  ​Alternativa  C: 
INCORRETA.  Geralmente  realizado  quando  medidas  iniciais  não  são  resolutivas 
para  a  instabilidade  hemodinâmica  apresentada.  ​Alternativa  D:  ​CORRETA.  O 
enfaixamento  pélvico,  de  fácil  e  rápida  realização,  é  a  primeira  medida  para 
pacientes  com  trauma  pélvico  e  instabilidade  pélvica.  Essa  medida  promove  o 
fechamento  do  anel  pélvico  com  contenção  da  hemorragia  em  curso.  Alternativa  E: 
INCORRETA. Não se usa calça pneumática na fratura pélvica instável.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Endocardite infecciosa 
 
22.  O  tratamento  de  endocardite  infecciosa  em  protese  valvar,  causada  por  S. 
aureus,  requer  uma  associação  de  drogas,  sendo  essencial,  por  sua  habilidade 
única de matar estafilococos aderentes a próteses, a utilização de  
 
A) linezolida. 
B) sulfametoxazol-trimetoprim. 
C) rifampicina. 
D) teicoplanina. 
E) ciprofloxacina. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​Intermediária. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  endocardite  infecciosa  consiste  na  infecção  microbiana 
da  superfície  endotelial  do  coração,  acometendo  preferencialmente  as  valvas 
cardíacas.  Pode  ser  dividida  em  aguda  e  subaguda.  A  endocardite  aguda  é  uma 
condição  associada  à  febre  alta,  sinais  de  toxemia,  disfunção  cardíaca  precoce  e 
surgimento  de  múltiplos  focos  de  infecção  metastática  à  distância  -  necessitando, 
assim,  de  tratamento  imediato  com  antimicrobianos.  A  subaguda  apresenta 
manifestações  clínicas  mais  arrastadas.  Quando  ocorre  em  próteses  valvares  a  EI 
tem  como  principal  agente  o  Staphylococcus  epidermidis,  seguido  do 
Staphylococcus  aureus.  Para  o  tratamento  de  endocardites  por  S.  aureus  em  valva 
protética,  como  relatado  no  caso,  é  necessária  a  associação  de  vancomicina, 
rifampicina  e  gentamicina.  Quando  houver  suspeita  de  resistência  à  vancomicina 
e/ou  à  gentamicina,  essas  podem  ser  trocadas por outros antimicrobianos. Contudo, 
a  importante  é  sempre  associar  o  esquema  com  a  rifampicina,  pois  esse  antibiótico 
impede a formação de biofilme na superfície do material exógeno. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Diabetes mellitus - Complicações crônicas 
 
23.  Considere  os  pacientes  I  e II: I. Homem que, ao completar 18 anos, deu entrada 
no  pronto-socorro  em  primo  descompensação  diabética  com  quadro  típico  de 
cetoacidose.  II.  Homem  de  40  anos,  sem  acompanhamento  médico,  que,  no 
pré-operatório  de  cirurgia  eletiva,  descobre  que  sua  glicemia  de  jejum  vale  220 
mg/dL.  O  primeiro  fundo  de  olho  deve  ser  feito  nestes  pacientes,  quando  tiverem, 
respectivamente, as seguintes idades (em anos): 
 
A) 23 e 45. 
B) 18 e 40.  
C) 28 e 45. 
D) 23 e 40. 
E) 20 e 42. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Diabetes  Mellitus  corresponde  à  uma  doença  do 
metabolismo  intermediário  da  glicose,  causando  hiperglicemia  crônica.  Pode  ser 
dividida  em  tipo  I  (relacionado  na  maioria  das  vezes  a  anticorpos  que  destroem  as 
células  pancreáticas  do  tipo  B,  causando  deficiência  insulínica), e tipo II (associada a 
resistência  periférica  à  insulina).  Em  longo  prazo  a  doença  é  capaz  de  causar  lesão 
de  órgãos-alvo  (por  alterações  micro  e  macro-vasculares),  como  retina,  coração, 
neurônios,  rins,  SNC  entre  outros.  A  retinopatia  diabética  é  uma  das  principais 
causas  de  cegueira  em  indivíduos  entre  20-74  anos  nos  países  desenvolvidos.  Em 
relação  ao  rastreio para retinopatia diabética existem divergências quanto ao tipo de 
DM.  No  tipo  I  o  diagnóstico  de  DM  costuma  ocorrer  no  início  da  doença  (pelos 
presença  de  sintomas  graves).  Com  isso,  como  a  lesão  da  retina  leva  em  média  5 
anos  para  ocorrer,  o  rastreio  deverá  ter  início,  nesses  pacientes,  5  anos  após  o 
diagnóstico  (média  de  5  a  8  anos  após  início  da  hiperglicemia).  No  tipo  II,  por  sua 
vez,  o  paciente  costuma  ter  a  doença  por  anos  antes  de  confirmar  o  diagnóstico. 
Dessa  forma  não  é  possível  estimar  o  tempo  de  evolução  da  doença,  sendo  então 
recomendado  o  rastreio  imediato  para  retinopatia  diabética.  100%  dos  pacientes 
com  DM  1  evoluirá  com  retinopatia  em  20  anos,  enquanto  60%  dos  pacientes  com 
DM  2  apresentarão  essa  complicação  no mesmo período. Alternativa D: ​CORRETA. 
O  paciente 1, que tem 18 anos e apresenta DM tipo I, deverá iniciar o rastreio 5 anos 
após  o  diagnóstico  -  ou  seja,  com  23  anos.  O  paciente  2,  que  tem  40  anos  e 
apresenta  DM  tipo  II,  deve  iniciar  o  rastreio  imediatamente,  por  ser  impossível 
estimar o tempo de doença.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Complicações oncológicas 
 
24.  Um  senhor  de  72 anos, ativo e independente, retorna em consulta ambulatorial 
com  resultado  de  biópsia  percutânea  de  lesão  hepática,  suspeita  de  metástase  de 
colangiocarcinoma.  Recentemente,  apresentou  icterícia,  caracterizada  como 
obstrutiva  e  queda  do  estado  geral  (síndrome  ictérica  e  consumptiva).  A 
tomografia  mostrou  múltiplas  imagens  compatíveis  com  metástases, em ambos os 
lobos hepáticos. A biópsia confirmou metástase de colangiocarcinoma. A família do 
paciente está na sala de espera. O médico deve conversar  
 
A)  com  a  família  antes  de  conversar  com  o  doente,  expondo  o  diagnóstico  e  a 
gravidade. 
B)  apenas  com  o  paciente  e  encaminhá-lo  para  o  oncologista,  deixando  para  esse 
especialista a função de explicar a gravidade.  
C)  apenas  com  o  doente  e  iniciar  o  tratamento  paliativo, sem encaminhamento para 
oncologista,  uma  vez  que  o  paciente  está  fora  de  possibilidade  de  tratamento 
curativo. 
D)  com  o  paciente  e  os  familiares  simultaneamente,  explicando  o  diagnóstico,  mas 
sem chamar a atenção para a gravidade. 
E)  inicialmente  apenas  com  o  doente, explicando o diagnóstico e a gravidade. Nessa 
conversa  inicial  deve  ser  combinada  a  oportunidade  de  abrir  ou  não o diagnóstico e 
o  prognóstico  para  os  familiares.  Deve  ainda  encaminhar  o  paciente  para  o 
oncologista, para tratamento paliativo. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Informações  sobre  diagnósticos,  prognóstico,  riscos  e 
objetivos  de um tratamento devem, em primeira mão, sempre ser dadas ao paciente. 
Inclusive, esse direito é defendido pelo código de ética médica, vedando o médico de 
não  fazê-lo.  Contudo,  toda  regra  possui  exceções. Para pacientes que não estão em 
condições  de  decidir  sobre  tratamentos/condutas,  como  pacientes  em  coma, 
psiquiátricos  descompensados,  crianças,  quando  a  mesma  pode  causar  danos  ao 
paciente  (depressão  grave,  quando  diz  não  querer saber...), entre outros, o médico e 
a equipe profissional pode conversar com um familiar sobre e, com ele, tentar pensar 
na  melhor  conduta  a  ser  tomada.  ​Alternativa  A:  INCORRETA.  O  paciente  é  ativo, 
independente,  e  possui  condições de ser informado, tomar decisões e escolher se os 
familiares  serão  ou  não  informados.  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  Apesar  da 
necessidade  de  encaminhar  para  um  oncologista,  o  médico  deve  esclarecer  da 
melhor  forma  possível  sobre  o  diagnóstico, prognóstico, entre outros. ​Alternativa C: 
INCORRETA.  O  encaminhamento  para  um  profissional  mais  capacitado  é  de 
fundamental  importância  e  a  não  realização  consiste  em  imprudência,  imperícia  e 
negligência. ​Alternativa D: ​INCORRETA. Os familiares somente serão informados se 
o  paciente  assim  desejar.  ​Alternativa  E:  CORRETA.  A  afirmativa  descreve 
exatamente o que deve ser feito. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra E. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Complicações em cirurgia 
 
25.  Procedimento  cirúrgico,  entre  os  apresentados,  que  se  associa  a  maior 
incidência de trombose venosa profunda no pós-operatório:  
 
A) Histerectomia por via abdominal.  
B) Ressecção transuretral de próstata.  
C) Artroplastia de quadril. 
D) Parto cesárea. 
E) Abdominoplastia. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​O  tromboembolismo  venoso  consiste  na  terceira  doença 
cardiovascular  mais  comum.  A  trombose  venosa  profunda  é  cerca  de  3x  mais 
comum  que  o  tromboembolismo  pulmonar  (que  é  a  principal  complicação  em 
pacientes  hospitalizados).  A  fisiopatologia  da  TVP  relaciona-se  à tríade de Virchow: 
estase  sanguínea,  lesão  vascular  e  hipercoagulabilidade.  Os  fatores  de  risco  para 
TVP  incluem  idade  avançada,  obesidade,  tabagismo,  trauma,  imobilizações  (e 
viagens  prolongadas),  cirurgias  realizadas  nos  últimos  três  meses,  câncer,  gravidez, 
uso  de  ACO  ou  terapia  de reposição hormonal, entre outros. Dentres as cirurgias, as 
ortopédicas  são  as  que  acarretam  maior  risco,  principalmente  a  artroplastia  de 
quadril.  Outras  cirurgias  com  grande  risco  de  TVP  são  as  oncológicas,  grandes 
cirurgias  vasculares  e  neurológicas.  ​Alternativa  A:  INCORRETA.  ​Alternativa  B​: 
INCORRETA.  Comumente  a  RTUP  não  causa  imobilização/repouso  ao  leito 
prolongado,  sendo  dentre  essas  a  que  menos  aumenta  o  risco  de  TVP.  ​Alternativa 
C:  ​CORRETA.  As  cirurgias  ortopédicas,  principalmente  a  artroplastia  de  quadril, 
elevam  significativamente  o  risco  de  TVP.  Além  do  procedimento,  geralmente  o 
paciente  submetido  permanece  um  período  prolongado  restrito  ao leito. Alternativa 
D: ​INCORRETA. A ​ lternativa E​: INCORRETA.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Cirurgia pediátrica geral 
 
26. Em relação à apendicite aguda na criança, é correto afirmar:  
 
A) Os níveis de proteína C reativa estão muito elevados, mesmo nas fases iniciais. 
B)  O  sedimento  urinário  mostrando  leucocitúria  a  partir  de  50.000  leucócitos/mm3 
ajuda a descartar o diagnóstico de apendicite.  
C)  O  achado  de  apêndice  de,  pelo  menos,  5,0  mm  de  diâmetro, na ultrassonografia, 
confirma o diagnóstico. 
D) A apendicite aguda pode ocorrer antes, durante ou após gastroenterocolite. 
E) A tomografia é o primeiro exame que deve ser realizado em casos suspeitos. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediária. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  apendicite  aguda  corresponde  à  principal  causa  de 
abdome  agudo  inflamatório.  Ocorre  por  obstrução  do  apêndice  vermiforme, 
geralmente  por  fecalitos,  com  fisiopatologia  semelhante  à  obstrução  em  ""alça 
fechada"".  Com  o  aumento  da  pressão  no  apêndice,  estase  sanguínea  e  lesão  da 
mucosa,  ocorre  supercrescimento  bacteriano  com  piora  da  inflamação.  Caso  não 
seja  tratada  adequadamente  no  período determinado, pode evoluir com perfurações 
(que  serão  contidas  por  estruturas  vizinhas,  formando  um  abscesso,  ou  causarão 
peritonite  difusa).  As  manifestações  mais  comuns  incluem  anorexia,  febre  (baixa  na 
maioria  das  vezes),  dor  abdominal  (que  se  inicia  no  epigástrio  e  migra,  com  a 
inflamação  do  peritônio,  para  o  quadrante inferior direito), náuseas e vômitos. Sinais 
clássicos  de  peritonite  por  apendicite  são:  sinal  de  Blumberg, sinal de Rovsing, sinal 
do  psoas  e  sinal  do  obturador.  O  seu  diagnóstico  é  eminentemente  clínico  mas,  em 
casos  de  dúvida  (como  em  idosos,  crianças,  gestantes,  obesos...)  recomenda-se  a 
realização  de  exame  de  imagem.  Apesar  da  tomografia  computadorizada  ser 
padrão-ouro,  em  crianças  e  gestantes  recomenda-se  o  uso  de  ultrassonografia.  O 
tratamento  consiste  no  uso  de  ATB  profilático  +  apendicectomia  nos casos simples. 
Se  houver suspeita de complicação, o ATB é terapêutico e a cirurgia vai depender da 
condição  associada  (pode  ser  imediata,  após  algumas  semanas  e/ou  associada  à 
drenagem  percutânea).  ​Alternativa  A:  INCORRETA.  Os  níveis  de  proteína  C  reativa 
costumam  estar  elevados.  Contudo,  seu  aumento  só  tem  início  após  algumas  horas 
de  inflamação  instalada.  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  Existe  a  possibilidade  de 
contaminação  cruzada  ou  da  associada  de  ITU,  por  exemplo,  em  pacientes  com 
apendicite  aguda.  ​Alternativa  C:  ​INCORRETA.  Os  critérios  sonográficos  incluem: 
apêndice  não  compressível  com  ≥  7  mm  de  diâmetro  anteroposterior,  presença  de 
apendicolito,  interrupção  da  ecogenicidade  da  submucosa  e  massa  ou  líquido 
periapendicular.  Um  sinal  clássico,  altamente  sugestivo,  é  a  imagem  em  alvo. 
Alternativa  D:  CORRETA.  A  obstrução  do  lúmen  apendicular  pode  ocorrer  por 
hiperplasia  de  folículos  linfóides,  no  contexto  de  infecção  gastrointestinal.  Outras 
causas  de  obstrução  incluem  bolo  de  Ascaris,  tumores,  corpos  estranhos... 
Alternativa  E:  INCORRETA.  O  diagnóstico  é  clínico  e,  se  houver  suspeita  em 
crianças, a USG é o primeiro exame a ser solicitado.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Atendimento inicial ao politraumatizado 
 
27.  Uma  moça  de  19  anos  foi  vítima  de  ferimento  por  arma  branca  no  7o  espaço 
intercostal,  na  linha  axilar  média  direita.  Está  ansiosa  e  parece  assustada.  Pulso: 
110  bpm,  rítmico;  PA:  100  ×  70  mmHg.  A  radiografia  de  tórax  não  mostra 
alterações. Próximo passo, em condições ideais:   
 
A) FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma). 
B) Tomografia de tórax e abdome.  
C) Laparoscopia. 
D) Toracoscopia diagnóstica. 
E) LPD (Lavagem Peritoneal Diagnóstica). 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediária. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Dica  do  professor:  Lesões  na  altura  da  transição 
toracoabdominal,  na  região  diafragmática,  são  abordadas  de  forma  distinta  das 
lesões  abdominais  ou  torácicas.  A  transição  toracoabdominal  compreende  a  região 
entre  os  mamilos  o  ângulo  da  escápula  (7a  ou  8a  costela)  até  a  12a costela. Caso a 
paciente  encontra-se  estável,  o  padrão  ouro  é  a  videolaparoscopia  -  que,  além  de 
diagnóstica,  pode  ser  também  terapêutica.  Menos  comumente  é  realizada  uma 
videotoracoscopia,  mas  essa  é  inferior  à  técnica  anterior.  ​Alternativa  A: 
INCORRETA.  O  FAST  é  indicado  para  lesões  abdominais,  pélvicas  e  algumas 
torácicas.  Além  disso,  é  reservado  para  pacientes  instáveis.  ​Alternativa  B: 
INCORRETA.  Não  é  um  bom  exame  para  lesões  diafragmáticas  e  da  transição 
toracoabdominal.  ​Alternativa  C:  ​CORRETA.  A  laparoscopia  é  o  exame  padrão  ouro 
para  lesões  da  transição  toracoabdominal  e,  além  de  ser  diagnósticas,  pode  ser 
terapêutica em algumas situações. Alternativa D: INCORRETA. A toracoscopia pode 
ser  realizada  mas  é  inferior  à  laparoscopia.  ​Alternativa E: ​INCORRETA. A LPD é um 
exame que identifica lesões abdominais e é reservado para pacientes instáveis. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Atendimento inicial ao politraumatizado 
 
28.  Um  homem  de  35  anos,  vítima  de  queda  de  moto,  chega  ao  pronto-socorro 
cerca  de  25  minutos  após  a  queda.  Está  falando  e  sabe  o  que aconteceu. Após ter 
recebido  1000  mL  de  solução  fisiológica  e  duas  bolsas  de  sangue  tipo O negativo, 
seus  dados  vitais são: FC: 140 bpm; FR: 32 irpm; PA: 80 × 60 mmHg. Queixa-se de 
dor  abdominal.  A  radiografia  de  tórax  é  normal  e  a  radiografia  de  bacia  mostra 
fratura  dos  quatro  ramos  da  pelve  e  diástase  de  sínfise  púbica  >  2,5  cm,  além  de 
disjunção sacroilíaca > 1 cm. Conduta subsequente mais adequada:  
 
A) Tomografia de corpo inteiro. 
B) Arteriografia para embolização das artérias hipogástricas. 
C)  FAST  (focused  assessment  with  sonography  for  trauma),  tamponamento  pélvico 
pré-peritoneal e fixação externa de bacia. 
D) Laparotomia exploradora com ligadura das artérias ilíacas internas. 
E) Laparotomia exploradora xifopúbica. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediária. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Estamos  diante  de  um  paciente  vítima  de  trauma  que  foi 
atendido  segundo  o  protocolo  do  ATLS:  A  para vias aéreas e coluna cervical; B para 
respiração  e  tórax;  C  para  sistema  cardiovascular;  D  para  sistema  neurológico  e  E 
para  outras  lesões  e  prevenção  de  hipotermia.  Contudo,  mesmo  após  a  reposição 
volêmica  com  1.000  mL  de  cristaloide  e  infusão  de  duas  bolsas  de  sangue  o 
paciente  continua  hipotenso,  sendo  a  principal  causa  no  contexto  do  trauma  o 
choque  hipovolêmico.  Isso  ocorre  pois,  além  de  repor  o  volume  que  o  paciente 
perdeu  é  extremamente  necessária  a  interrupção  da  fonte  de  sangramento  -  caso 
contrário,  o  paciente  continuará  sangrando.  Após  realizar  a  radiografia  de  bacia  foi 
identificado  fratura  dos  quatro  ramos da pelve e diástase da sínfise púbica > 2,5 cm, 
além  de  disjunção  sacroilíaca  >  1  cm,  o  que  nos  mostra  a  origem  do  sangramento. 
Pela  proximidade  das  estruturas  ósseas  com  vasos  sanguíneos  calibrosos,  lesões 
destas  estruturas  costumam  ser  acompanhadas  de  hemorra significativa. Na fratura 
de pelve as lesões são divididas em estáveis, quando o anel pélvico está alinhado e a 
abertura  da  sínfise  é  <  2,5  cm,  ou em instável, quando o anel não está alinhado ou a 
abertura  da  sínfise  é  >  2,5  cm. Contudo, precisamos afastar a possibilidade de lesão 
abdominal,  que  também  pode  ser  a  causa  da  hemorragia.  ​Alternativa  A: 
INCORRETA.  A  tomografia  computadorizada  NUNCA  deve  ser  realizada  em 
pacientes  hemodinamicamente  instáveis.  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  A  medida 
inicial  no  trauma  pélvico  é  a  estabilização  com  enfaixamento.  ​Alternativa  C: 
CORRETA.  Para  pacientes  instáveis,  a  realização  do  FAST  é  a  melhor  conduta para 
afastar  a  possibilidade  de  sangramento  de  origem  abdominal.  Caso  o  FAST  seja 
negativo,  seguiremos  com  enfaixamento  pélvico.  Caso  não  haja  melhora  do quadro, 
pode-se  lançar  mão  de  tamponamento  pré-peritoneal  e  fixação  externa  da  bacia. 
Alternativa  D:  INCORRETA.  A  laparotomia  será  indicada  caso o FAST seja positivo. 
Além  disso,  essa  não  é  a  melhor  conduta  para  o  trauma  de  bacia.  ​Alternativa  E: 
INCORRETA. Vide letra D.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Assistência pré-natal 
 
29.  Em  gestantes  com  risco  aumentado  de  pré-eclâmpsia,  a  única  droga  com 
evidência convincente de redução desse risco é  
 
A) hidroclorotiazida. 
B) alfametildopa. 
C) ácido acetilsalicílico. 
D) prazosin. 
E) clopidogrel. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  doença  hipertensiva  específica  da  gestação  se  refere  à 
hipertensão  que  se  desenvolve  durante  a  segunda  metade  da  gravidez,  por  uma 
invasão  trofoblástica  deficiente.  É  classificada,  de  acordo  com  suas  características, 
como  pré-eclâmpsia,  eclâmpsia,  hipertensão  crônica  de  qualquer  etiologia, 
hipertensão crônica com pré-eclâmpsia sobreposta ou como hipertensão gestacional 
ou  transitória.  A  pré-eclâmpsia  consiste  no  aparecimento  de  hipertensão  (≥  140  X 
90  mmHg)  e  proteinúria  (≥  300mg/24  horas)  após  20  semanas  de  gestação  - 
lembre-se que o edema não faz mais parte dos critérios diagnósticos.Na ausência de 
proteinúria,  o  diagnóstico  de  pré-eclâmpsia  pode  ser  realizado  se  houver  um  dos 
achados:  trombocitopenia  (<  100  mil),  elevação  de  transaminases,  piora  da  função 
renal  (com  aumento  da  creatinina),  edema  aguda  de  pulmão  ou  na  presença  de 
sintomas  cerebrais  ou  visuais  -  associado,  claro,  ao  distúrbio  hipertensivo.  O  seu 
tratamento  tem  como  bases  orientações  gerais  (nutricional, sobre o pré-natal, sinais 
de  agravamento  da  doença...),  terapia  medicamentosa  (lembrar  de  não  iniciar  o  uso 
de  medicamentos  anti-hipertensivos  na  pré-eclâmpsia,  pois  esses  podem  piorar 
ainda  mais  a  hipóxia/isquemia  placentária) e avaliação do bem estar materno e fetal. 
Alternativa  C:  CORRETA.  Em  pacientes  com  risco  de  desenvolver  pré-eclâmpsia 
(diabéticas,  gemelares,  hipertensas,  história  prévia  de  pré-eclâmpsia  ou  doença 
renal...)  devem  fazer  uso  de  AAS  em  baixas  doses,  com  início  na  16a  semana  de 
gestação. O intuito é, principalmente, prevenir a falha na segunda onda trofoblástica. 
Essa  é  a  única  droga  com  evidência  científica  de  benefício  na  prevenção  da 
pré-eclâmpsia (mesmo não sendo consenso na literatura).  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Infecção pelo HIV e AIDS 
 
30.  Sobre  as  medidas  específicas  a  serem  adotadas  para  profilaxia  pré  e 
pós-exposição ao HIV (PrEP e PEP) é correto afirmar:  
 
A)  A  PrEP  consiste na utilização de dose alta e mensal de antirretroviral para grupos 
específicos  não  infectados  que  tenham  maior  risco  de  infecção  pelo  HIV,  como 
homens que fazem sexo com homens.  
B)  O  esquema  antirretroviral  de  PEP  é  recomendado  por  categoria  de  exposição: 
acidente com material biológico, violência sexual e exposição sexual consentida.  
C)  A  PrEP  se  insere  como  uma  estratégia  adicional,  segura  e  eficaz  de  prevenção, 
mas ainda indisponível no Sistema Único de Saúde. 
D)  PEP  é  uma  estratégia  de  prevenção  para  evitar  novas  infecções  pelo  HIV,  por 
meio  do  uso  temporário  de  medicamentos  antirretrovirais  após  uma  exposição  de 
risco à infecção pelo HIV. 
E)  A  PrEP  é  a  terapia  antirretroviral  para  evitar  transmissão  vertical  do  HIV, 
oferecida a todas as gestantes infectadas pelo HIV e suspensa após o parto. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediária. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Essa  é  uma  questão  que  você  pode  se  confundir  com 
alguns  conceitos  e  indicações,  porém,  sabendo  diferenciar  cada  tipo  de  profilaxia, 
não  tem  erro!  A  Profilaxia  Pré-Exposição  ao  HIV  (PrEP,  do  inglês  Pre-Exposure 
Prophylaxis)  consiste  no  uso  de  antirretrovirais  (ARV)  para  reduzir  o  risco  de 
adquirir  a  infecção  pelo  HIV.  Essa estratégia se mostrou eficaz e segura em pessoas 
com  risco  aumentado  de  adquirir  a  infecção.  A  Profilaxia  Pós-Exposição  (PEP)  de 
risco  à  infecção  pelo  HIV,  hepatites  virais  e  outras  IST  consiste  no  uso  de 
medicamentos  para  reduzir  o  risco  de  adquirir  essas  infecções  após  a  exposição. 
Alternativa A: INCORRETA. O simples pertencimento nos grupos de vulnerabilidade 
(profissionais  do  sexo,  homens  que  fazem  sexo  com  homens,  gays,  trans,  parcerias 
sorodiscordantes  para  o  HIV)  não  é  suficiente  para  caracterizar  indivíduos  com 
exposição  frequente  ao  HIV.  Para  essa  caracterização  é  necessário  observar  as 
práticas  sexuais,  as  parcerias  sexuais  e  os  contextos  específicos  associados  a  um 
maior risco de infecção. O indicado na PrEP é a combinação de tenofovir associado a 
entricitabina,  em  dose  fixa  combinada  TDF/FTC  300/200mg,  um  comprimido  por 
dia,  via  oral,  em uso contínuo. ​Alternativa B: ​INCORRETA. O tipo de exposição (com 
risco:  Percutânea,  membranas  mucosas,  cutâneas  em  pele  não  íntegra,  mordedura 
com  presença  de  sangue;  sem  risco:  cutânea  em  pele  íntegra,  mordedura  sem  a 
presença  de  sangue)  indica  ou  não  a  PEP,  porém  quando  recomendada, 
independentemente  do  tipo  de  exposição  ou  do  material  biológico  envolvido,  o 
esquema  antirretroviral  preferencial  indicado  deve  ser  TDF  (tenofovir)  +  3TC 
(lamivudina)  +  DTG  (dolutegravir)  com  duração  de  28  dias.  ​Alternativa  C: 
INCORRETA.  A  PrEP  se  insere  como  uma  estratégia  adicional  nova  de  prevenção 
DISPONÍVEL  no  Sistema  Único  de  Saúde  (SUS),  com  o  objetivo  de  reduzir  a 
transmissão  do  HIV  e  contribuir  para  o  alcance  das  metas  relacionadas  ao  fim  da 
epidemia.  ​Alternativa  D:  CORRETA.  Conforme  dito  anteriormente, a PEP é utilizada 
para  evitar  infecções  pelo  HIV  após  uma  exposição  de  risco,  com  uso  de  esquema 
terapêutico  (TDF+3TC+DTG)  por  28  dias.  Alternativa  D:  INCORRETA.  A  PrEP  é  a 
profilaxia  indicada  para  populações  sob  risco  aumentado  para  aquisição  do HIV. Os 
segmentos  populacionais  prioritários  são:  Gays  e  outros  homens  que  fazem  sexo 
com  homens  (HSH),  Pessoas  trans,  Profissionais  do  sexo  que,  tem  relação  sexual 
anal  (receptiva  ou  insertiva)  ou  vaginal,  sem  uso  de  preservativo,  nos  últimos  seis 
meses  E/OU  Episódios  recorrentes  de  Infecções  Sexualmente  Transmissíveis  (IST) 
E/OU  Uso  repetido  de  Profilaxia  PósExposição  (PEP);  e  Parcerias  sorodiscordantes 
para  o  HIV  que  tem  relação  sexual  anal  ou  vaginal  com  uma  pessoa  infectada  pelo 
HIV sem preservativo.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Insuficiência Cardíaca e cardiomiopatias 
 
31. A elevação plasmática de BNP e NT-proBNP pode ser desencadeada por várias 
afecções clínicas, no entanto, NÃO se espera que ocorra em decorrência de  
 
A) sepse. 
B) disfunção de ventrículo esquerdo, assintomática. 
C) agudização de DPOC. 
D) hipertensão pulmonar. 
E) diarréia e hipovolemia. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediária. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:    o  BNP  e  o  NT-pro  BNP  são  frequentemente  utilizados 
como  biomarcadores  da  insuficiência  cardíaca,  mas  podem  se  elevar  em  diversas 
afecções  sistêmicas  que  cursam  com  sobrecarga  de  volume  e  estiramento  dos 
cardiomiócitos.  ​Alternativa  A:  ​Incorreto,  até  50%  dos  pacientes  sépticos  podem ter 
aumento  do  BNP  e  do  NT-pro  BNP,  com  percentual  aumentado  em  casos  mais 
graves.  ​Alternativa  B:  Incorreto,  a  disfunção  do  ventrículo  esquerdo  é  a  principal 
causa  de  aumento  do  BNP  e  do  NT-pro  BNP  .  ​Alternativa  C:  Incorreto,  a  dosagem 
de  BNP  e  NT-pro  BNP  é  útil  em  pacientes  com  DPOC  exacerbada  para  avaliar  um 
diagnóstico  diferencial  de  IC  descompensada,  porém  esses  marcadores  também 
podem  se  elevar  pelo  próprio  DPOC.  ​Alternativa  D:  Incorreto,  a  hipertensão 
pulmonar  se  reflete  como  uma resistência à ejeção do fluxo sanguíneo pelo VD, com 
disfunção  ventricular  e  elevação  destes  marcadores.  ​Alternativa  E:  Correto,  a 
diarreia  e  hipovolemia  não  levam  à  sobrecarga  de  volume  cardíaco,  de  modo  que 
não é esperada uma elevação destes marcadores. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra E. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Lesões hepáticas focais 
 
32. Nome do exame mostrado na imagem abaixo e alteração evidenciada: 
 

 
 
A)  Colangioressonância  – Obstrução do colédoco distal, com dilatação significativa a 
montante. 
B) Colangiografia – Estenose do colédoco proximal, com obstrução parcial.  
C)  CPRE  (colangiopancreatografia  retrógrada  endoscópica)  –  Lesão  da  via  biliar 
principal, com extravasamento de contraste.  
D)  Colangiografia  –  Falha  de  enchimento  em  colédoco distal, com boa passagem do 
contraste para o duodeno. 
E)  Colangiografia  –  Falha  na  contrastação  da  árvore  biliar  intra-hepática  (típico  de 
colangite). 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​difícil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  De  início  precisamos  identificar  que  o  exame  apresentado 
é uma colangiografia intra operatória, realizada após uma colecistectomia (é possível 
notar  a  ausência  do  ""enchimento""  da  vesícula  biliar).  Ao  acompanhar  o trato biliar 
intra  e  extra  hepático  vemos  um  bom  enchimento,  com  vazão  do  conteúdo  para  o 
duodeno  (é  possível  notar  seus  acidentes  anatômicos,  que  diferem  do 
preenchimento  de  ductos  -  regulares  e  contidos).  Mas,  se  prestarmos  atenção  na 
porção  final  do  colédoco,  próximo  ao  local  de  escoamento  para  o  duodeno,  vemos 
uma  falha  de  enchimento  ductal.  Assim,  podemos  concluir  que  o  exame  é  uma 
colangiografia  que  evidencia  uma  falha  de  preenchimento  do  colédoco  distal,  mas 
que não interfere com o extravasamento para o duodeno. Provavelmente trata-se de 
um  cálculo  no  colédoco  (coledocolitíase).  ​Alternativa  A:  ​INCORRETA.  O  exame 
evidenciado  não  é  uma colangioressonância magnética. ​Alternativa B: INCORRETA. 
O  colédoco  proximal  encontra-se  sem  alterações  de  enchimento.  ​Alternativa  C: 
INCORRETA.  No  caso  de  uma  CPRE  visualizaríamos  a  porção  endoscópica  do 
exame.  ​Alternativa  D:  CORRETA.  O  exame  trata-se  de  uma  colangiografia  (intra 
operatória)  que  evidencia  uma  falha  no  enchimento  distal  do  colédoco,  que  não 
prejudica  o  escoamento  para  o  duodeno.  ​Alternativa  E:  INCORRETA.  A  via  biliar 
intra hepática encontra-se pérvia, sem estenoses/obstruções. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Meningite e Infecções do SNC 
 
33. A quimioprofilaxia para doença meningocócica  
 
A)  assegura  efeito  protetor  absoluto  e  prolongado  e,  por  isso,  tem  sido  adotada 
como uma medida eficaz na prevenção de casos secundários. 
B)  é  feita  com  ciprofloxacino,  que  deve  ser  administrado  na  dose  de  5  mg/kg/dia,  e 
simultaneamente  a  todos  os  contatos  próximos,  preferencialmente,  até  48  horas da 
exposição à fonte de infecção (doente). 
C)  é uma medida para prevenção de casos secundários, que são raros e, geralmente, 
ocorrem nas primeiras 48 horas a partir do primeiro caso. 
D)  é  recomendada  para  todos  os  profissionais  da  área  de  saúde  que  atenderam  o 
caso de doença meningocócica. 
E)  é  recomendada  para  contatos  próximos,  como:  moradores  do  mesmo  quarteirão, 
moradores  de  alojamentos,  quartéis,  comunicantes  de  creches  e  escolas  e  pessoas 
diretamente expostas às secreções do paciente. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  quimioprofilaxia  para  doença  meningocócica  visa 
prevenir  os  casos  secundários  da  doença,  que  são  raros,  e  em  geral  ocorrem  após 
48h  do  caso  primário.  É  indicada  para  contatos  íntimos  com  o  primeiro  caso,  mas 
não  há  garantia  de efeito protetor absoluto e prolongado. No Brasil, é indicado o uso 
de  rifampicina  (10  mg/kg/dose  -  máx  600mg,  de  12/12h,  por  2  dias),  via oral, como 
antibiótico  de  escolha.  Profissionais  de  saúde  que  atenderam  o  paciente  infectado 
não  necessitam  de  quimioprofilaxia,  exceto  aqueles  que  efetuaram  procedimentos 
invasivos,  como  intubação  endotraqueal  ou  passagem  de  sonda  gástrica  sem  a 
devida  proteção  individual.  ​Alternativa  A:  INCORRETA.  Não  há  garantia  de  efeito 
protetor  absoluto  e  prolongado.  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  No  Brasil,  para  a 
quimioprofilaxia,  é  indicado  o  uso  de  rifampicina  (10  mg/kg/dose  -  máx  600mg,  de 
12/12h,  por  2  dias),  via  oral,  como  antibiótico  de  escolha​. Alternativa C: CORRETA. 
Casos  secundários  são  considerados  raros e, em geral, ocorre após 48 horas a partir 
do  caso  primário.  A  quimioprofilaxia  para  doença  meningocócica  visa  preveni-los. 
Alternativa  D:  ​INCORRETA.  Profissionais  de  saúde  que  atenderam  o  paciente 
infectado  não  necessitam  de  quimioprofilaxia,  exceto  aqueles  que  efetuaram 
procedimentos  invasivos,  como  intubação  endotraqueal  ou  passagem  de  sonda 
gástrica  sem  a  devida  proteção  individual.  ​Alternativa  E:  INCORRETA.  A 
quimioprofilaxia é recomendada para contatos íntimos.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​O parto 
 
34.  Durante  o  parto  vaginal  em  apresentação  pélvica,  a  manobra  usada  após  a 
saída do pólo pélvico é   
 
A) erguimento do tronco, com o dorso fetal em direção à pube, colocando o diâmetro 
biacromial transversalmente à bacia. 
B)  abaixamento  do  pólo  pélvico  e  deslocamento  lateral do dorso fetal para liberação 
dos ombros. 
C)  tração  em  direção  inferior  do  dorso  fetal  até  que  o  diâmetro  biacromial  fique  em 
sentido perpendicular ao diâmetro transverso da bacia. 
D)  tração  leve  e  constante  do  pólo  pélvico,  oscilando  lateralmente  repetidas  vezes 
até o desprendimento dos ombros. 
E)  posicionamento  do  dorso  fetal  para  baixo  em  direção  à  fúrcula  vaginal  para  o 
desprendimento das espáduas 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Dica  do  professor:  O  método  de  Brecht  é  largamente 
utilizado  na  assistência  ao  parto  pélvico  e  consiste  em  observar  a  expulsão  do  pólo 
pélvico  sem  realizar,  no  entanto,  qualquer  intervenção  intempestiva  até  que  seja 
visualizado  o  ângulo  inferior  da  escápula.  Após  o  desprendimento  das  nádegas  e 
parte  do  tronco,  o médico coloca os polegares ao longo das coxas e os quatro dedos 
restantes  sobre  a  nádega  correspondente  e,  sem  exercer  nenhuma  tração,  eleva  o 
tronco  fetal  em  direção  ao  ventre  materno.  Os  braços  devem  desprender-se 
espontaneamente  com  os  ombros  atravessando  o  estreito  inferior  da  bacia  no 
diâmetro  transverso.  A  seguir,  durante  o  desprendimento da cabeça, o auxiliar pode 
exercer  leve  pressão  suprapúbica,  e  com o movimento do tronco fetal em direção ao 
hipogástrio  materno,  há  liberação  da  face  e  do  polo  cefálico  do  nascituro.  Os 
resultados  da  manobra  de  Bracht  podem  ser  divididos  em:  exitosos  (há 
desprendimento  dos  ombros  e  da  cabeça),  fracasso  parcial (há desprendimento dos 
membros  superiores,  mas  não  da  cabeça)  e  fracasso  total  (não  há  desprendimento 
nem dos ombros nem da cabeça). 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​O parto 
 
35. Está correta a apresentação fetal e o respectivo ponto de referência:   
 
A) cefálica fletida − naso. 
B) cefálica defletida de segundo grau − mento.  
C) cefálica defletida de terceiro grau − glabela. 
D) cefálica defletida de primeiro grau − bregma. 
E) córmica − crista sacrococcígea 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Essa  questão  exige  que  você  decore  as  apresentações  e 
os  respectivo  pontos  de  referência  fetais.  A  apresentação  é  definida  como  a  região 
fetal  que  ocupa  a  área  do  estreito  superior  e  nela se vai insinuar. Quando a situação 
fetal  é  longitudinal,  há  duas  possibilidades  de  apresentação:  cefálica  ou pélvica; nas 
situações  transversas  ,  duas outras possibilidades ocorrem: apresentações cósmicas 
(ou  de  ombro),  ou  apresentações  dorsal  superior  e  inferior.  ​Alternativa  A: 
INCORRETA.  Na  cefálica  fletida  a  linha  de  orientação  PE  a  sutura  sagital  e  o  ponto 
de  referência  é  o  lambda.  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  No  diagnóstico  da 
apresentação  cefálica  defletida  de segundo grau, ao exame vaginal, é possível sentir 
a  sutura  metópica  (como  linha  de  orientação)  e  a  glabela  ou  raiz  do  nariz,  que 
corresponde  ao  ponto  de  referência  fetal.  ​Alternativa  C:  ​INCORRETA.  No 
diagnóstico  da  apresentação  cefálica  defletida  de  terceiro  grau,  ao  toque  vaginal, 
reconhece-se  a  linha  de  orientação  representada  pela  linha  facial,  e  ponto  de 
referência  fetal  o  mento.  Alternativa  D:  CORRETA.  O  diagnóstico  de  apresentação 
cefálica  defletida  de  1º  grau é realizado intraparto, por meio do toque vaginal, com o 
qual  se  identifica  a  linha  de  orientação  sagital  metópica  e  o  ponto  de  referência  a 
fontanela  bregmática.  Alternativa  E:  ​INCORRETA.  Na apresentação córmica, a linha 
de  orientação é o dorso e o ponto de referência é o acrômio. A crista sacrococcígea é 
o ponto de referência da apresentação pélvica.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​O parto 
 
36. O terceiro período de parto 
 
A)  corresponde  ao  período  desde  a  saída  do  recém-nascido  até  a  saída da placenta 
e membrana amniótica. 
B)  é  considerado  prolongado  quando  demorar  mais  de  10  minutos  para  a  saída  da 
placenta. 
C)  corresponde  ao  período  de  desprendimento  do  pólo  cefálico  até  o 
desprendimento completo do pólo pélvico do recém-nascido.  
D) demora normalmente 2 horas nas nulíparas e até 1 hora nas multíparas. 
E) é abreviado pelo uso de oxitocina endovenosa. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Clinicamente,  o  estudo  do  parto  analisa  três  fases 
principais  (1º  período  -  dilatação,  2º  período  -  expulsão  e  3º  período  dequitação), 
precedidas  de  estádio  preliminar,  o  período  premunitório  (pré-parto).  O  terceiro 
período,  também  chamado  de  secundamento  ou  dequitadura,  o  útero  expele  a 
placenta  e  as  membranas  após  o  nascimento  do  feto.  Vamos  avaliar  cada 
alternativa.  ​Alternativa  A:  CORRETA.  Alternativa  B:  INCORRETA.  A  dequitação 
ocorre  entre  10  minutos  e  1  hora  após  o  parto.  Fisiologicamente,  sabe-se  que  ela 
deve  ocorrer  dentro  de  20  a,  no  máximo  30 minutos. Alternativa C: INCORRETA. O 
desprendimento  do pólo cefálico e pélvico ocorrem no 2º período (inicia-se quando a 
dilatação  está  completa  e  se  encerra  com  a  saída  do  feto).  ​Alternativa  D: 
INCORRETA.  A  dequitação  ocorre  entre  10  minutos  e  1  hora  após  o  parto. 
Alternativa  E:  INCORRETA.  Alguns  autores  sugerem  o  uso  da  ocitocina  no  terceiro 
período para redução da hemorragia pós-parto. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Obstruções intestinais 
 
37.  Um  senhor  de  65  anos  procura  o  pronto-socorro  com  queixa  de  vômitos, 
distensão  abdominal  e  parada  de  eliminação  de  gases  e  fezes,  há  5  dias.  Está 
afebril  e  desidratado.  O  abdome  está  distendido,  é  pouco  doloroso  difusamente  e 
os  ruídos  hidroaéreos  estão  aumentados.  A  radiografia  mostra  distensão  de 
delgado,  com  níveis  hidroaéreos  e  o  sinal  de  empilhamento  de  moedas.  O  cólon 
não  é  visualizado.  Antecedentes:  laparotomia  com  esplenectomia,  por  trauma 
abdominal  fechado  decorrente  de  colisão  automobilística,  há  “muitos  anos”  (sic). 
Conduta inicial:  
 
A) Laparoscopia diagnóstica. 
B) Laparotomia exploradora de urgência. 
C) Tratamento não operatório com hidratação, analgesia e sonda nasogástrica.  
D) Tomografia de abdome, com contraste por via oral. 
E)  Tratamento  não  operatório  com  hidratação,  fisioterapia  respiratória,  sonda 
nasogástrica  aberta  e  colonoscopia  de  urgência  para  descartar  neoplasia,  devido  à 
idade. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​O  abdome  agudo  obstrutivo  é  caracterizado  pela 
obstrução  intestinal,  sendo  uma  das  afecções  abdominais  agudas  mais  frequentes. 
O  quadro  clínico  dessa  condição  é  bastante  variado,  sendo  os  principais  sintomas a 
presença  de  dor  abdominal,  inicialmente  difusa,  associada  a  vômitos,  parada  de 
eliminação  de  fezes  e  gases  e  distensão  adnominal.  No  exame  físico  é  comum 
encontrar  ausência  de  ruídos  hidroaéreos  e  presença  de  timpanismo  à  percussão. 
No  exame  radiográfico  é  comum  encontrar  distensão  de  alças  intestinais  e  sinal  do 
empilhamento  de  moedas.  No  caso  desse  paciente,  uma  provável  causa  pode  ter 
sido  a  ocorrência  de  bridas  cirúrgicas  oriundas  dessa  cirurgia  prévia.  A  conduta 
indicada  neste  caso  é  a  realização  de  reposição  de  líquidos  e  eletrólitos,  o 
estabelecimento  de  jejum  e  a  realização  da  descompressão  do  trânsito  intestinal 
através  da  instalação  de  uma  sonda. ​Alternativa A: Falso. O diagnóstico de abdome 
agudo  obstrutivo  por  bridas  é  eminentemente clínico, podendo fazer uso de exames 
de  imagem  para  confirmação  (TC  caso  o  raio  X  não  tenha  sido  conclusivo). 
Alternativa  B:  Falso.  A  realização  de  laparotomia  só  é recomendada na ausência de 
resposta  clinica  à  conduta  descompressiva  em  um  periodo  de  24-48  horas. 
Alternativa  C:  ​Verdadeiro.  A  conduta inicial é a realização de hidratação e reposição 
de  eletrólitos,  seguida  de  colocação  de  sonda  para  descompressão  intestinal. 
Alternativa  D:  ​Falso.  A  TC  só  seria  solicitada  se  o  raio  X  não  fosse  conclusivo 
Alternativa  E:  Falso.  A  presença  de  abdome  agudo  obstrutivo  contraindica  a 
realização de colonoscopia.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Pancreatite crônica 
 
38.  Um  homem  de  32  anos  está  internado  por  pancreatite  aguda.  Está  estável 
hemodinamicamente,  afebril,  e  tem  boa  perfusão  periférica,  com  tempo  de 
enchimento  capilar  <  2  segundos.  Amilase:  750  UI/L,  bilirrubina  total:  1,5  mg/dL, 
leucocitos:  17.500/mm3,  PCR  (proteína  C  reativa):  250  mg/L,  fosfatase  alcalina: 
150  U/L,  gama-GT:  80  U/L.  O  ultrassom  mostra  colelitíase,  com  múltiplos  cálculos 
de  até  0,5  cm  de  diâmetro  e  pequena  dilatação  de  vias  biliares.  Além  de  jejum, 
analgesia e hidratação parenteral, o tratamento inicial deste paciente deve incluir  
 
A)  antibioticoterapia,  por  causa  da  leucocitose  >  16.000/mm3,  que  é  preditor  de 
gravidade. 
B)  antibioticoterapia,  por  causa  de  PCR  >  150  mg/L,  indicando  necrose  pancreática 
com infecção associada. 
C)  antibioticoterapia,  devido  à  presença  de  dilatação  de  vias  biliares,  para  prevenir 
colangite.  
D)  CPRE  (colangiopancreatografia  retrógrada  endoscópica),  por  causa  da  dilatação 
das vias biliares associada a PCR elevado. 
E) apenas observação e controle clínico. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  pancreatite  aguda  tem  como  principal  etiologia  a 
presença de litíase biliar. Clinicamente os pacientes apresenta dor contínua epi/meso 
gástrica,  náuseas,  vômitos,  leve  icterícia,  hemorragias  retroperitoneais  (quando 
presentes  indicam  maior  gravidade),  amaurose  (pela  retinopatia  de  Purtscher-Like), 
entre  outros. O diagnóstico pode ser fechado na presença de 2 dos 3: dor abdominal 
fortemente  sugestiva,  aumento  das  enzimas  (≥  3x  o  normal;  sendo  a  lipase  mais 
específica  que  a  amilase)  e  um  exame  de  imagem  característico  (USG,  TC  com 
contraste  ou  USG  endoscópica).  Após  o  diagnóstico  e  avaliação  do  prognóstico 
(critérios  de  RANSON,  Apache  II,  e  outros),  é  instituído  o  tratamento.  O  manejo 
inicial  consiste  na  implementação  de  dieta  zero,  hidratação,  correção  de  distúrbios 
hidroeletrolíticos  e  analgesia  (pode  utilizar  opióides).  Caso  ocorram  complicações,  o 
tratamento  poderá  ser  com  ATB  e/ou  necrosectomia  e/ou  resolução  de  alguns 
pseudocistos  (preenchem  os  critérios).  É  importante  lembrar  que  algumas 
complicações  são  manejadas  de  forma  expectante. Em relação à etiologia biliar, se o 
paciente  apresentar pancreatite leve e bom risco cirúrgico, uma colecistectomia semi 
eletiva  será  realizada  antes  da  alta.  Caso  o  risco  cirúrgico  desse  paciente  seja  ruim, 
uma  papilotomia  via  EDA  deverá  ser  realizada  antes  da  alta.  Para  pacientes  com 
pancreatite  biliar  grave  é  mandatória  a  papilotomia  via  EDA  imediata  com 
colecistectomia  semi  eletiva  após  6  semanas  do  quadro.  ​Alternativa  A: 
INCORRETA.  O  uso  de  ATB  é  reservado  para  pacientes  que  apresentam 
complicações.  ​Alternativa  B: INCORRETA. Vide letra A. ​Alternativa C: ​INCORRETA. 
Vide  letra  A.  ​Alternativa  D:  ​INCORRETA.  A  CPRE  somente  será  realizada de forma 
imediata  nos  casos  de  pancreatite  biliar  grave  (pois  entende-se  que  o  cálculo  ainda 
estaria  obstruindo  o  ducto).  ​Alternativa  E:  CORRETA.  Todas  as  medidas  iniciais 
foram  tomadas  e  agora  resta  a  avaliação  clínica  (para  identificar  caso  apareçam 
complicações) e a realização de colecistectomia antes da alta hospitalar.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra E. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Planejamento familiar 
 
39.  M.I.,  18  anos,  em  uso  de  pílula  combinada,  gostaria  de  usar  um  método 
contraceptivo  de  longa  ação  e  reversível.  Das  opções  abaixo,  a  que  se  aplica  ao 
desejo dela é 
 
A) anel vaginal.  
B) DIU de cobre.  
C) adesivo transdérmico.  
D) injetável trimestral subcutâneo. 
E) injetável mensal intramuscular. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Os  métodos  atualmente  estão  agrupados  de  acordo  com 
sua  efetividade  e  não  mais  em  função  do  tipo  de  contracepção. Os considerados de 
primeira  linha  são  aqueles  mais  efetivos  e  caracterizados  pela  facilidade  de  uso. 
Esses  métodos  requerem  mínima  motivação  da  usuária  ou  intervenção  e 
apresentam  índice  de  gravidez  não  desejada  inferior  a  2  em 100 durante o primeiro 
ano  de  uso.  Entre  os  métodos  de  primeira  linha  estão  os  dispositivos  intrauterinos, 
implantes  contraceptivos  e  métodos  de  esterilização  feminina  e  masculina.  Os 
métodos  de  segunda  linha  incluem  contraceptivos  hormonais  sistêmicos  (orais, 
injeção  intramuscular,  adesivo  transdérmico  ou  anéis  vaginais).  Os  métodos  de 
terceira  linha  incluem  métodos  de  barreira  para  homens  e mulheres e tabelinha e os 
de  quarta  linha  estão  as  formulações  espermicidas.  ​Alternativa  A:  INCORRETA. 
Apesar  de  ser  um  método  contraceptivo  da  mesma  linha  que  a  pílula  combinada,  o 
regime  de  uso  do  anel  vaginal  envolve  a  colocação  na  vagina,  onde  deve 
permanecer  por  três  semanas,  sendo  removido  após.  Não  é  um  método  de  longa 
duração.  Alternativa  B:  CORRETA.  Os  dispositivos  intrauterinos  constituem,  junto 
com  o  implante  subdérmico,  o  grupo  de  métodos  contraceptivos  reversíveis  de 
longa  duração.  Seus  efeitos  são  imediatos  após  a  confirmação  de  que  o  dispositivo 
se  encontra  normal  implantado  na  cavidade  uterina,  tendo  o  DIU  de  cobre  duração 
de  10  anos  e  o  Mirena  de  5  anos.  ​Alternativa  C:  INCORRETA.  Os  adesivos 
transdérmicos  devem  ser  substituídos  a  cada  semana,  por  três  semanas 
consecutivas,  seguindo-se  uma  semana  de  pausa, sem o adesivo. Não é um método 
de  longa  duração.  Alternativa  D:  ​INCORRETA.  O  mecanismo de ação dos injetáveis 
trimestrais  é  um  importante  bloqueio  da  ovulação,  por  meio  do  grande  efeito 
antigonadotrópico,  criado  por  esse  regime  de  uso.  Além  disso,  promove  uma 
importante  atrofia  do  endométrio,  que  pode  determinar  amenorreia,  seu  principal 
para  efeito,  porém,  não  são  considerados  métodos  de  longa duração. Alternativa E: 
INCORRETA.  O  mecanismo  de  ação  dos  injetáveis  mensais  é  o  mesmo  de  pílulas 
combinadas,  ou  seja,  bloqueio  ovulatório,  porém,  não  são  considerados  métodos de 
longa duração. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Planejamento familiar 
 
40.  O  Ministério  da  Saúde  mapeou  a  situação  vacinal  de  sarampo  de  6,5  milhões 
de crianças de seis meses a menores de cinco anos para 
 
A)  cortar  a  verba  para  ações  locais  de  vacinação  repassada  aos  municípios  que 
constam da lista disponível no e-Gestor Atenção Básica.  
B)  otimizar  o  Programa  Bolsa-Família,  cortando  do  programa  as  famílias  que  não 
atenderam o critério de vacinação infantil.  
C)  publicar  a  lista  de  crianças  não  vacinadas,  de  modo  que  as  famílias  procurem  de 
forma ativa as unidades de saúde para a devida vacinação infantil.  
D)  potencializar  o  trabalho  dos  Agentes  Comunitários  de  Saúde  e  Agentes  de 
Combate às Endemias na busca ativa dessas crianças. 
E)  que as equipes de Saúde da Família e os profissionais que atuam nas unidades de 
Atenção  Primária  à  Saúde  se  preparem  para  a  forte  demanda  que  partirá  das 
famílias denunciadas na lista. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​O  Ministério  da  Saúde  mapeou  a  situação  vacinal  de 
sarampo  de  6,5  milhões  de  crianças  de  seis  meses  a  menores  de  cinco  anos  para 
que  os  gestores  locais  estabelecessem  estratégias  para  realização  de  busca  ativa 
das  crianças  com  o  esquema  vacinal  incompleto.  A  lista  das  crianças não vacinadas 
é  uma  iniciativa  do  Ministério  da  Saúde  para  potencializar  o  trabalho  dos  Agentes 
Comunitários  de  Saúde  e  Agentes  de  Combate  às  Endemias  na  busca  ativa  dessas 
crianças,  visto  que  tais  agentes  conhecem  as  famílias  e  crianças  da  sua  região.  O 
objetivo  do  Ministério  da  Saúde  é  premiar  os  municípios  que  cumpram  metas  em 
relação à vacinação, através de remuneração.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Resposta metabólica e Nutrição em Cirurgia 
 
41.  Um  senhor  de  49  anos  está  no  segundo  dia  pós-operatório  de  correção 
cirúrgica  de  refluxo  gastroesofágico.  A cirurgia foi feita por videolaparoscopia, sem 
intercorrências.  O  paciente  está  em  bom  estado  geral  e  sem  queixas,  salvo  por 
discreto incômodo nas incisões. Orientação médica nesse momento:  
 
A) Iniciar dieta líquida, repouso absoluto no leito.  
B) Dieta pastosa, repouso absoluto no leito, fisioterapia respiratória. 
C) Dieta líquida, trocar os curativos cirúrgicos, mesmo que limpos, repouso absoluto.  
D) Dieta leve, trocar os curativos cirúrgicos apenas se sujos, repouso relativo. 
E)  Dieta  líquida,  trocar  os  curativos  se  sujos,  fisioterapia  respiratória,  repouso 
relativo. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Questão  sobre  pós  operatório  sobre  cirurgia  do  refluxo 
gastroesofágico,  indicada  em  casos  de  refratariedade  ao  tratamento clínico (inibidor 
de  bomba de prótons) e/ou sintomas recorrentes, e presença de complicações, como 
esôfago  de  Barrett,  úlceras  e  estenoses.  A  cirurgia  preconizada  é  a  fundoplicatura, 
que  pode  ser  total,  conhecida  como  cirurgia  de  Neissen,  ou  parcial,  quando  há 
dismotilidade  associada.  A  parcial  pode  ser por via anterior (Dor e Thal) ou posterior 
(Lind  e Toupet). A cirurgia causa um edema temporário do esôfago, promovendo um 
estreitamento  do  canal  interno  do  órgão  e  dificultando  a  passagem  do  alimento. 
Logo,  no  pós  operatório  o  paciente  não  deve  ingerir  alimentos sólidos, pois eles vão 
descer  para  o  estômago  com  dificuldade, o que gera uma sensação desagradável. A 
alimentação  deve  ser  de  consistência  pastosa  ou  líquida.  Ademais,  na  maioria  das 
cirurgias  realizadas  pela  via  laparoscópica,  utilizam-se  tirar  de  micropore,  sem 
utilização  de  gaze.  A  vantagem  é  que  não  é  necessária  a  troca  do  micropore  até  a 
primeira  consulta  após  a  cirurgia,  apenas  se  o  curativo  estiver  sujo,  para  evitar 
possíves  infecções.  Esses  curativos  podem  ser  molhados  durante  o  banho,  não 
descolam  do  corpo  e  secam  espontaneamente.  Por  fim,  muito  se  discute  acerca  do 
repouso  no  pós-operatório  mas  sabe-se  que,  atualmente,  se  preconiza  um  repouso 
relativo,  exceto  em  cirurgias  específicas,  para  evitar  complicações  como  trombose 
venosa  profunda,  úlceras  de  pressão.  Além  disso, há grande vantagem na utilização 
de  fisioterapia,  também  como  forma  de  prevenir  complicações  como  atelectasia 
pulmonar,  pneumonia e de febre no pós-operatório. Levando em consideração o que 
foi  discutido  anteriormente,  a  resposta  correta  é  a  letra  E. ​Alternativa E: ​CORRETA. 
Dieta líquida, trocar os curativos se sujos, fisioterapia respiratória, repouso relativo.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra E. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Sistema Único de Saúde 
 
42.  Dentro  do  conceito  de  Saúde  Única  (One  Health),  há  indissociabilidade  entre 
saúde  humana,  animal  e  ambiental  e,  nesse  contexto,  segundo  o  Ministério  da 
Saúde, a Vigilância em Saúde Ambiental   
 
A) Iniciar dieta líquida, repouso absoluto no leito.  
B) Dieta pastosa, repouso absoluto no leito, fisioterapia respiratória. 
C) Dieta líquida, trocar os curativos cirúrgicos, mesmo que limpos, repouso absoluto.  
D) Dieta leve, trocar os curativos cirúrgicos apenas se sujos, repouso relativo. 
E)  Dieta  líquida,  trocar  os  curativos  se  sujos,  fisioterapia  respiratória,  repouso 
relativo. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Nos  últimos  anos,  o  termo  One  Health  vem  ganhando 
espaço  cada  vez  maior  dentro  das  discussões  científicas  que  tratam  de  questões 
ligadas  à  saúde  e  epidemiologia.  No  português,  Saúde  Única,  o  termo  trata  da 
integração  entre  a  saúde  humana,  a  saúde  animal,  o  ambiente  e  a  adoção  de 
políticas  públicas  efetivas  para  prevenção  e  controle  de  enfermidades  trabalhando 
nos  níveis  local,  regional,  nacional  e  global.  ​Alternativa  A:  Incorreta.  Compete  ao 
Ministério  da  Saúde,  por  intermédio  da  Secretaria  de  Vigilância  em  Saúde  -  SVS 
gestora  nacional  do  Subsistema  Nacional  de  Vigilância em Saúde Ambiental, dentre 
outras  coisas,  executar  ações  de  vigilância  em  saúde  ambiental,  em  caráter 
excepcional,  de  forma  complementar  a  atuação  dos  estados  que  representem  risco 
de  disseminação  nacional,  definir,  normalizar,  coordenar  e  implantar  os  sistemas  de 
informação  relativos  à  vigilância  de  contaminantes  ambientais  na água, ar e solo, de 
importância  e  repercussão  na  saúde pública, bem como à vigilância e prevenção dos 
riscos  decorrentes  dos  fatores  físicos,  ambiente  de  trabalho,  desastres  naturais  e 
acidentes  com  produtos  perigosos;.  ​Alternativa  B:  Correta.  Os  procedimentos  de 
vigilância  epidemiológica  das  doenças  e  agravos  à  saúde  humana  associados  à 
contaminantes  ambientais,  especialmente  os  relacionados  com  a  exposição  a 
agrotóxicos,  amianto,  mercúrio,  benzeno  e  chumbo  serão  de  responsabilidade  da 
Coordenação  Geral  de  Vigilância  Ambiental  em  Saúde.  ​Alternativa  C​:  Incorreta.  O 
Ministério  da  Saúde,  a  Vigilância  em Saúde Ambiental tem ampla cooperação com o 
Ministério  da  Agricultura.  ​Alternativa  D:  Incorreta.  Atua  na  vigilância  em  saúde  de 
trabalhadores,  sem  exceção  dos  trabalhadores  de  indústrias  químicas,  área  dentro 
do  escopo  da  vigilância  epidemiológica.  Alternativa  E: Incorreta. No âmbito do SUS, 
a  Fundação  Nacional  de  Saúde  fomentará  e  apoiará  a  estruturação  da  área  de 
Vigilância  Ambiental  em  Saúde  nas secretarias estaduais de saúde e nas secretarias 
municipais  de  saúde,  por  meio  da  Programação  Pactuada  Integrada  de 
Epidemiologia  e  Controle  de  Doenças  (PPI-ECD)  e  de  projetos  estruturantes  com 
apoio  financeiro  do  Projeto  Vigisus  e  outras  fontes  de  financiamento  que  venham  a 
ser identificadas.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Sistema Único de Saúde 
 
43.  Em  uma  equipe  de  atenção  básica  no  pré-natal,  verifica-se  que:  1.  Agente 
comunitário  de  saúde:  acompanha  as  gestantes  que  não  estão  realizando  o 
pré-natal  na  unidade  básica  de  saúde  local,  mantendo  a  equipe  informada sobre o 
andamento  do  pré-natal  realizado  em  outro  serviço.  2.  Auxiliar  de  enfermagem: 
aplica  vacinas  antitetânica  e  contra  hepatite  B.  3.  Técnico  de enfermagem: fornece 
medicação  mediante  receita,  assim  como  os  suplementos  padronizados  para  o 
programa  de  pré-natal  (sulfato  ferroso  e  ácido  fólico).  4.  Enfermeira:  solicita 
exames  complementares  de  acordo  com  o  protocolo  local  de  pré-natal  e, também, 
prescreve suplementos padronizados para o programa de pré-natal (sulfato ferroso 
e  ácido  fólico).  5.  Médico:  realiza  o  cadastramento  da  gestante  no  SisPreNatal  e 
fornece  o  Cartão  da  Gestante,  devidamente  preenchido  (o  cartão  deve  ser 
verificado  e  atualizado  a  cada  consulta).  A  respeito  das  atividades descritas de 1 a 
5:  
 
A)  todas  as  atividades  estão  corretamente  descritas  e  com  o  profissional  de  saúde 
correto.  
B) a atividade 5, descrita para o médico, está incorreta.  
C) a atividade 4, descrita para a enfermeira, está incorreta.  
D) a atividade 3, descrita para o técnico de enfermagem, está incorreta. 
E)  as  atividades 1 e 2, descritas para o agente comunitário de saúde e para o auxiliar 
de enfermagem, respectivamente, estão incorretas. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Na  assistência  pré-natal  preconizada  pelo  Ministério  da 
Saúde,  os  agentes  comunitários  devem  realizar  visitas  domiciliares  frequentes, 
captando  gestantes  não  inscritas  no  pré-natal,  reconduzir  as  gestantes  faltosas  ao 
pré-natal,  acompanhar  a  evolução  de  alguns  aspectos  da  gestação,  identificando 
algumas  situações  de  risco,  promover  trabalho  educativo  com  a  gestante  e  seu 
grupo  familiar,  além  de  realizar  vistoria  do  cartão  da  gestante,  anotando  qualquer 
alteração  e  informando  para  enfermeira  ou  médico  da  unidade. Em relação ao papel 
da  enfermagem,  o  preconizado  é  que  qualquer  pré-natal  de  baixo  risco  pode  ser 
inteiramente  acompanhado  pela  enfermeira,  que  pode  solicitar  exames  de  rotina, 
atualizar  o  cartão  da  gestante,  orientar  tratamentos  com  base  no  protocolo  do 
serviço,  e  encaminhar as gestantes de alto risco ao profissional médico. O auxiliar de 
enfermagem  aplica  a  vacina  antitetânica,  verifica  dados  antropométricos,  fornece 
medicação  mediante  receita  e  os  medicamentos  padronizados  para  o  programa  e 
participa  de  atividades  educativas,  que  também  podem  ser  fornecidos  pelos 
técnicos  de  enfermagem.  O  médico  cadastra  a  gestante  no  Sisprenatal  que  é  um 
sistema  informatizado  de  utilização  obrigatória  pelos  municípios  que  aderirem  ao 
programa  de  humanização  no pré-natal, além de realizar consultas intercaladas com 
a  enfermagem,  identificar  agravos  e  preencher  e  orientar  a  gestante  quanto  ao 
cartão  da  gestante.  ​Alternativa  A:  Verdadeiro.  Todas  as  atividades  estão  descritas 
de  forma  correta  e  associadas  ao  profissional  responsável.  ​Alternativa  B:  Falso.  É 
papel  do  médico  o  cadastro  no  sisprenatal, assim como a identificação de gestantes 
de  risco,  e a realização de consultas intercaladas com a enfermagem, preenchendo o 
cartão  da  gestante, que deve ser atualizado e verificado a cada consulta. ​Alternativa 
C​:  Falso.  No  pré-natal  de  baixo  risco  a  enfermagem  pode  acompanhar  inteiramente 
o  pré-natal,  solicitando  exames  e  receitando  medicações  protocoladas.  ​Alternativa 
D:  ​Falso.  O  técnico  de  enfermagem  pode  fornecer  as  medicações  mediante  receita 
ou  aquelas  já  protocoladas  pelas  diretrizes  de  acompanhamento  pré-natal. 
Alternativa  E:  Falso.  O  agente  comunitário  de  saúde  tem  como  função  captar 
gestantes  que  não  estejam  realizando  o  pré-natal,  realizar  atividades  educativas  e 
manter  a  equipe  da  unidade  de  saúde  atualizada  sobre  o  andamento  da gestação e 
do  pré-natal,  quando  este  não  é  realizado  neste  serviço.  O  auxiliar  de  enfermagem, 
por  sua  vez,  aplica  as  vacinas,  participa  de  atividades  educativas e pode verificar os 
dados antropométricos.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Sistema Único de Saúde 
 
44.  Muitas  questões  prioritárias  para  pautar  políticas  públicas  voltadas  para  a 
promoção  da  saúde  em  crianças  e  adolescentes  têm  subsídio  nos  dados  da 
Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), do Ministério da Saúde, a qual  
A)  faz  parte  das  ações  de  investigação  da  frequência  e  distribuição  de  fatores  de 
risco  e  proteção  para  doenças  transmissíveis  entre  crianças  até  12  anos  de  idade 
matriculadas em escolas públicas e privadas.  
B)  é  realizada  com  escolares  adolescentes,  de  escolas  públicas  e  privadas,  em 
parceria  com  o  Instituto  Brasileiro  de  Geografia  e  Estatística  e  com  o  apoio  do 
Ministério da Educação.  
C)  está  sendo  realizada,  em  2019,  com  questionários  que  abordam  fatores  de  risco 
domiciliares  para  doenças  transmissíveis,  entre  eles:  água  encanada,  esgoto 
sanitário,  número  de  pessoas  vivendo  sob  o  mesmo  teto  e  presença  de  animais  no 
peridomicílio.  
D)  foi  composta  em  2019,  apenas,  de  crianças  matriculadas  em  escolas  públicas,  e 
os  resultados  serão  comparados  a  dados  internacionais  compilados  de  pesquisas 
realizadas em vários países.  
E)  visa  avaliar  fatores  de  risco,  somente,  para  doenças  de  transmissão  sexual  entre 
estudantes  de  escolas  públicas,  de  15  a  17  anos,  faixa  etária  em que os alunos têm 
comportamentos, relativamente, semelhantes. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  Pesquisa  Nacional  de  Saúde  do  Escolar  (PeNSE)  é  uma 
pesquisa  realizada  pelo  Ministério  da  Saúde  (MS)  em  parceria  com  o  Instituto 
Brasileiro  de  Geografia  e  Estatística  (IBGE)  com  apoio  do  Ministério  da  Educação 
(MEC),  com  escolares  adolescentes,  desde  2009.  Realizada  por  amostragem,  faz 
parte  das  ações  do  MS  na  investigação  da  frequência  e  distribuição  de  fatores  de 
risco  e  de  proteção  para  doenças  crônicas  não  transmissíveis  entre  adolescentes  e 
escolares  brasileiros.  ​Alternativa  A:  INCORRETA.  A  PeNSE  não  faz  parte  da 
investigação  sobre  fatores  de  risco  e  distribuição  de  doenças  transmissíveis,  mas 
sim  das  doenças  não  transmissíveis,  e  os  dados  obtidos  são  direcionados  ao 
Sistema  Nacional  de  Doenças  Crônicas  não  Transmissíveis  do  Ministério  da  Saúde. 
Alternativa  B:  ​CORRETA.  A  PeNSE  é  desenvolvida  a  partir  de  um  convênio  entre 
IBGE  e  Ministério  da  Saúde,  com  apoio  do  Ministério  da  educação,  e  fornece  dados 
de  amostras  que  incluem  escolares  frequentando  o  9°  ano  do ensino fundamental e 
escolares  entre  13  e  17  anos  de  idade  frequentando  as  etapas  do  6°  ao  9°  ano  do 
ensino  fundamental  e  da  1ª  a  3ª  série  do ensino médio. ​Alternativa C: INCORRETA. 
Em  2019  a  pesquisa  foi  realizada  em  sua  4ª  edição,  contendo  questionário  que 
abordava  quatro  fatores  de  risco  em  comum  para  doenças  crônicas  NÃO 
transmissíveis:  tabagismo,  sedentarismo,  alimentação  inadequada  e  consumo  de 
álcool;  além  de  temas  como:  aspectos  socioeconômicos,  contexto  social  e  familiar, 
experimentação  e  consumo  de  drogas,  saúde  sexual  e  reprodutiva,  violência, 
segurança  e  acidentes  e  percepção  da  imagem  corporal.  ​Alternativa  D​: 
INCORRETA.  Para  a  edição  de  2019,  a  amostra  nacional  foi  composta  por  cerca de 
188.000  estudantes  de  escolas  públicas  e  privadas,  para  comparabilidade 
internacional  com  o  Global  School  Based  Student  Health  Survey  (GSHS),  presente 
em  mais  de  90  países  do  mundo.  Alternativa  E:  ​INCORRETA.  A  PeNSE  faz  parte 
das  ações  do  Ministério  de  Saúde  na  investigação  da  frequência  e  fatores  de  risco 
para  doenças  crônicas  não  transmissíveis  entre  adolescentes  e  escolares brasileiros 
e, na edição de 2019, incluiu estudantes de 13 a 17 anos.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Sistema Único de Saúde 
 
45. O Índice de Vulnerabilidade Social (IVS) 
 
A)  é  calculado  pelo  Ministério da Saúde apenas para Municípios com baixo Índice de 
Desenvolvimento  Humano  Municipal  (IDHM),  como  um  subsídio  para  planejamento 
de ações em saúde.  
B)  tem  o  foco  em  uma  situação:  pobreza,  entendida  como  insuficiência  de  recursos 
monetários e único indicador de exclusão e vulnerabilidade social.   
C)  classifica  os  municípios  em  vulnerabilidade:  muito  baixa,  baixa,  média,  alta  e 
muito  alta,  com  escala  de  valores  entre  zero  e  um  e,  quanto  mais  próximo  a  zero, 
maior é a pobreza do município.  
D)  apresenta  a  desvantagem  de  não  considerar  mortalidade  como  um  indicador  de 
vulnerabilidade.  
E)  tem  16  indicadores  estruturados  em:  infraestrutura  urbana,  capital  humano  e 
renda e trabalho. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​De  acordo  com  o  Atlas  da  vulnerabilidade  social  nos 
municípios  brasileiros,  o  índice  de  vulnerabilidade  social  (IVS)  consiste  num  índice 
sintético,  que  reúne  indicadores  de  vulnerabilidade  social  do  Atlas  do 
Desenvolvimento  Humano  (ADH)  no  Brasil,  que  são  apresentados  por  meio  de 
cartogramas  e  estruturados  em  diferentes  dimensões,  servindo  de  suporte  para 
identificação  de  porções  do  território  onde  há  sobreposição  de situações indicativas 
de  exclusão  e  vulnerabilidade  social  no  território. ​Alternativa A: INCORRETA. O IVS 
reúne  informações  acerca  da  exclusão  e  vulnerabilidade  social  para  todos  os 
municípios  do  Brasil.  ​Alternativa  B:  ​INCORRETA.  O  IVS  possui  três  dimensões: 
infraestrutura  urbana  (condições  de  acesso  aos  serviços  de  saneamento  básico  e 
mobilidade  urbana),  capital  humano  (saúde  e  educação)  e  renda  e  trabalho 
(indicadores  relativos  à  insuficiência  de  renda,  desocupação  em  adultos,  ocupação 
informal  de  adultos  pouco  escolarizados,  dependência  com  relação  à  renda  de 
pessoas  idosas  e  presença  de  trabalho  infantil).  ​Alternativa  C:  ​INCORRETA.  O  IVS 
classifica  os  municípios  em  cinco  faixas  de  vulnerabilidade:  muito  baixa,  baixa, 
média,  alta  e  muito  alta,  numa  escala  que  varia  de  0  a  1,  sendo  que  quanto  mais 
próximo  de  1,  maior  a  vulnerabilidade  social  e  a  pobreza  do  município.  ​Alternativa 
D:  INCORRETA.  A  mortalidade  infantil  é  um dos componentes do subíndice ‘Capital 
humano’  do  índice  de  vulnerabilidade  social.  ​Alternativa  E:  ​CORRETA.  O  índice  de 
vulnerabilidade  social  é  complementar  ao  índice  de  desenvolvimento  humano 
municipal  (IDHM)  e  é  composto  por  dezesseis  indicadores  estruturados  nas  três 
dimensões:  infraestrutura  urbana,  capital  humano  e  renda  e  trabalho,  permitindo  o 
mapeamento  da exclusão e vulnerabilidade social em todos os municípios brasileiros 
e  unidades  de  desenvolvimento  humano  (UDHs)  das  principais  regiões 
metropolitanas do país.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra E. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Sistema Único de Saúde 
 
46.  Sobre os princípios gerais que orientam gestores das três esferas da Federação 
na  organização  de  suas  atividades  de  planejamento  no  Sistema  Único  de  Saúde  é 
correto afirmar:  
 
A)  O  planejamento  consiste  em  uma  atividade  facultativa  ao  Município,  pois  o 
processo de planejamento em saúde é de responsabilidade da União. 
B)  O  planejamento  deve  ser  ascendente  e  integrado,  sendo  os  planos  municipais, 
elaborados  a  partir  das  definições  estabelecidas  nas  conferências  municipais  de 
saúde, a base para o planejamento das regiões de saúde.  
C)  O  planejamento  não  deve  ser  necessariamente  integrado  à  Seguridade  Social  e 
ao planejamento governamental geral.  
D)  As  comissões  intergestores  regionais,  bipartite  e  tripartite  devem  acatar  o 
planejamento feito pelos gestores municipais, estaduais e federais.  
E)  A  avaliação  do  efeito  sobre  a  população  inclui  a  efetividade,  que  é  sinônimo  de 
eficácia e eficiência. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA DO PROFESSOR: ​O Sistema Único de Saúde é disciplinado pela Lei no 8.080 
de  19  de setembro de 1990, e, no que diz respeito ao planejamento e orçamento, no 
Art.  36,  temos  que  “O  processo  de  planejamento  e  orçamento  do  Sistema  Único de 
Saúde  (SUS)  será  ascendente,  do  nível  local  até  o  federal,  ouvidos  seus  órgãos 
deliberativos,  compatibilizando-se  as  necessidades  da  política  de  saúde  com  a 
disponibilidade  de  recursos  em  planos  de  saúde  dos  Municípios,  dos  Estados,  do 
Distrito  Federal  e  da  União”.  ​Alternativa  A:  ​INCORRETA. O planejamento municipal 
é  fundamental  na  organização  das  atividades.  ​Alternativa  B:  ​CORRETA. A partir de 
definições  estabelecidas  nas  conferências  municipais  de  saúde,  elaboram-se  os 
planos  das  regiões  de  saúde.  ​Alternativa  C:  INCORRETA.  A  gestão  financeira  do 
SUS  envolve  a  Seguridade  Social  e  outros  orçamentos  da  União.  ​Alternativa  D: 
INCORRETA.  As  Comissões  Intergestores  bipartite  e  tripartite  devem  definir 
diretrizes,  de  âmbito  nacional,  regional  e  intermunicipal,  a  respeito  da  organização 
das  redes  de  ações  e  serviços  de  saúde. ​Alternativa E: ​INCORRETA. A avaliação do 
efeito  inclui  a  eficácia,  segurança,  efetividade  e  custo-efetividade  para  as diferentes 
fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Suporte de Vida em Pediatria (PALS) 
 
47.  Uma  criança  de  5  meses,  vítima  de  trauma  cranioencefálico,  é  entubada  à 
admissão,  por  apresentar  Glasgow  =  6.  Sua  PA  é  de  192  ×  100  mmHg, 
enchimento  capilar  de  2  segundos  e  pulsos cheios. Após monitoramento, a criança 
apresenta  saturação  de  O2  em  ar  ambiente  de  95%  e  o  seguinte  traçado  no 
monitor:  
 

 
 
Dentre  os  diagnósticos  abaixo,  o  mais  provável  para  este  caso  e  sua  causa  são, 
respectivamente,  
A)  bradicardia  sinusal,  com  repercussão  hemodinâmica  e  intoxicação 
medicamentosa  
B) bradicardia sinusal, sem repercussão hemodinâmica e hipertensão intracraniana.  
C) bloqueio atrioventricular (BAV) de primeiro grau e hipertensão arterial.  
D) bloqueio atrioventricular (BAV) de segundo grau e choque obstrutivo. 
E) bloqueio atrioventricular (BAV) de primeiro grau e tamponamento cardíaco 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​o  ECG  nos  mostra  um  ritmo  cardíaco  regular,  com 
intervalos  R-R  e  P-P  constantes;  FC  39;  presença  de  onda  p  positiva  precedendo 
todo  QRS,  e  QRS  estreito,  que  caracterizam  uma  bradicardia sinusal. ​Alternativa A: 
Incorreto,  o  paciente  está  hipertenso,  com  perfusão  adequada  e pulsos cheios, logo, 
não  há  sinais  de  repercussão  hemodinâmica  pela  arritmia.  ​Alternativa  B:  ​Correto, 
um ECG com bradicardia e sem outras alterações nos indica uma bradicardia sinusal, 
nesse  caso  sem  repercussão  hemodinâmica,  visto  que  não  há  hipotensão  ou  má 
perfusão.  A  hipertensão  associada  a  bradicardia  e  alterações  respiratórias 
compõem a tríade de Cushing, que indicam hipertensão intracraniana. ​Alternativa C: 
Incorreto,  no  BAV  de  primeiro  grau  temos  um  intervalo  PR  longo  (>0,2s). 
Alternativa  D:  Incorreto,  no  BAV  de  segundo  grau  temos  ondas  P  sem  QRS. 
Alternativa  E:  ​Incorreto,  no  BAV  de  primeiro  grau  temos  um  intervalo  PR  longo 
(>0,2s). Resposta correta, letra B." 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Trauma Pélvico 
 
48.  Um  homem  de  42  anos  estava  dirigindo  seu  carro  após  ingestão  excessiva  de 
cerveja.  Envolveu-se  em  colisão  contra  outro  automóvel.  No  momento  da  colisão, 
estava  sem  cinto  de  segurança.  Chocou-se  contra  o  volante.  Foi  trazido  pelo 
resgate  consciente, com pupilas isofotorreagentes, com ventilação normal e estável 
hemodinamicamente.  A  pelve  era  estável,  não  tinha  uretrorragia,  mas tinha defesa 
à  palpação  de  hipogastro  e  dor  à descompressão brusca. Não urinou nenhuma vez 
desde  o  trauma.  Foi  feita  sondagem  vesical  de  demora,  com  saída  de  urina 
hematúria.  A  tomografia  com  contraste  endovenoso  e  injeção  de  contraste  pela 
sonda  vesical  mostrou  extravasamento  de  contraste  pela  bexiga,  sem  lesão  de 
outras vísceras. Diagnóstico mais provável e melhor conduta:  
 
A) Lesão intraperitoneal da bexiga – exploração cirúrgica com cistorrafia. 
B) Lesão intraperitoneal da bexiga – sondagem vesical de demora por 14 dias.  
C) Lesão intraperitoneal da bexiga – cistostomia de urgência. 
D) Lesão extraperitoneal da bexiga – exploração cirúrgica com cistorrafia. 
E) Lesão extraperitoneal da bexiga – sondagem vesical de demora por 14 dias. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​a  lesão  extraperitoneal  da  bexiga  é  sua  forma  de  trauma 
mais  comum,  muito  relacionada  a  fraturas  pélvicas.  Já  a  lesão  intraperitoneal  tem 
relação  com  a  ""explosão""  da  bexiga  cheia  após  traumas  contusos.  Essa 
diferenciação  pode  ser  feita  por  exames  de  imagem,  que  demonstram 
extravasamento  de  contraste  em  ""chama  de  vela""  na  lesão  intraperitoneal  e 
contornando  a  bexiga  e  pelve  na  extraperitoneal.  ​Alternativa  A: Correto, a ausência 
de  trauma  pélvico  e  presença  de  irritação  peritoneal  falam  a  favor  de  uma  lesão 
intraperitoneal.  Seu  tratamento  é  cirúrgico,  com  rafia  da  lesão  seguida  de  inserção 
de  sonda  vesical  de  demora.  ​Alternativa  B:  Incorreto,  apenas  nas  lesões 
extraperitoneais  podemos  adotar  a  conduta  conservadora.  ​Alternativa  C:  Incorreto, 
não  há  indicação  de  cistostomia,  apenas  de  rafia  primária  da  lesão.  ​Alternativa  D: 
Incorreto,  o  quadro  é  sugestivo  de  lesão  intraperitoneal.  ​Alternativa  E:  ​Incorreto,  o 
quadro é sugestivo de lesão intraperitoneal.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Uroginecologia / Incontinência urinária 
 
49. Nas afecções que acometem a vagina:  
 
A)  A  principal  neoplasia  maligna  vaginal  é  o  adenocarcinoma  de  células  claras,  que 
se manifesta na pós-menopausa. 
B)  Cistos  vaginais  raramente  se  manifestam  clinicamente  e,  quando  ocorrem,  têm 
grande chance de malignidade.  
C)  Formações  verrucosas  são  comuns,  principalmente  no  1/3  médio  da  vagina  e  se 
manifestam por sangramentos irregulares. 
D)  Os  quadros  infecciosos  são  os  mais  prevalentes,  principalmente  a  candidíase,  a 
vaginose bacteriana e a infecção por HPV.  
E)  Os  prolapsos  das  paredes  vaginais  aumentam  o  risco de aparecimento de câncer 
na vagina, por alteração do pH. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Questão  generalista  acerca  das  principais  afecções  que 
acometem  a  vagina.  Lembre-se  que  as  infecções  uroginecológicas  estão  sempre 
entre  as  principais  causas  de  consultas  ginecológicas  em  países  em 
desenvolvimento.  Vamos  analisar  cada  uma  das  alternativas:  ​Alternativa  A: 
INCORRETA.  O  tipo  histológico  mais  comum  na  neoplasia  vaginal  é o carcinoma de 
células  escamosas.  A  variante  de  células  claras  faz  parte  do  subtipo  dos 
adenocarcinomas,  e  mais  comumente  ocorre  em  mulheres  jovens  que  tiveram 
exposição  uterina  a  dietilestilbestrol  (DES).  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  A  maioria 
dos  cistos  vaginais  tem  evolução  clínica  assintomática.  Em alguns casos pode haver 
desconforto  durante  a  penetração  vaginal,  mas  quase  sempre  as  lesões  não 
requerem  tratamento  e  o  risco  de  malignidade  na  maioria  das  vezes  é  considerado 
muito  baixo.  ​Alternativa  C:  ​INCORRETA.  As  verrugas  genitais  (condilomas 
acuminados)  em  mulheres  costumam  ocorrer  na  vulva,  parede  vaginal,  cérvice  e 
períneo.  São  causadas  pela  infecção  pelo  HPV,  especialmente  os  dos  subtipos  6  e 
11  e,  na  maioria  dos  casos,  são  lesões  assintomáticas.  Os  principais  sintomas, 
quando  presentes,  são  prurido,  ardor  ou  desconforto  local.  ​Alternativa  D: 
CORRETA.  As  infecções  vulvovaginais  são  extremamente  comuns  em  nosso  meio. 
Vaginose  bacteriana  e  candidíase  vulvovaginal  são  as  principais  causas  de 
vulvovaginites.  Por  outro  lado,  estima-se  que  até  80%  das  mulheres  em  idade 
reprodutiva  sejam  infectadas  pelo  HPV  em  algum  momento.  ​Alternativa  E: 
INCORRETA.  Não  há  associação  entre  prolapso  das  paredes  vaginais  e  surgimento 
de  câncer  vaginal.  Alguns  estudos  têm  relatado  discreto  aumento  do  risco  de 
neoplasias  vaginais  entre  pacientes em uso de pessários para correção de prolapsos 
uterinos,  provavelmente  em  função  do  efeito  irritativo  sobre  a  mucosa.  Mas  esses 
dados carecem de maior suporte na literatura.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Vasculites 
 
50.  João,  7  anos  de  idade,  foi  levado  ao  pronto  atendimento  com  história  de 
manchas  arroxeadas  em  tronco  e  membros  há  3  dias.  Mãe  refere  infecção  de  vias 
aéreas  superiores  há  duas  semanas  e  nega  uso  de  medicações  ou  história  familiar 
de  coagulopatia.  Ao  exame  físico,  apresentava  bom  estado  geral,  presença  de 
petéquias  e  equimoses  em  tronco  e  membros,  sem  hepatoesplenomegalia  ou 
linfonodomegalias.  Hemograma:  hemoglobina:  13,0  g/dL;  leucocitos:  8.000/mm3; 
plaquetas:  40.000/mm3.  Dentre  as  abaixo,  a  melhor  conduta  para  esse  paciente, 
nesse momento é:  
 
A) Conduta expectante.  
B) Corticoide oral.  
C) Plasmaférese.  
D) Cefalosporina de terceira geração.  
E) Hemodiálise. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  púrpura  de  Henoch-Schonlein  (ou  vasculite  por 
imunoglobulina  A  )  é  a  vasculite  mais  frequente  na  infância,  com  maior  incidência 
entre  os  4  e  6  anos.  Infecção  de  vias  aéreas  superiores  é  fator  desencadeante  da 
deposição  de  imunoglobulina  A  na  parede  dos  vasos  de  pequeno  calibre, 
principalmente  na  pele,  articulações,  intestino  e  rins.  Manifesta-se  pela  presença  de 
púrpuras  palpáveis  que  acometem,  principalmente,  nádegas  e  membros  inferiores 
simetricamente,  com  distribuição  linear  nos  locais  de  pressão, como no contato com 
as  meias.  Dor  e  edema  nas  articulações  dos  membros  inferiores  limitam  a 
deambulação,  mas  não  há  sequelas  após  resolução  da  doença.  Dor  abdominal  é 
menos  frequente  e,  ocasionalmente,  se  associa  a vômitos. A principal complicação é 
glomerulonefrite  e  está  indicado acompanhamento da função renal durante 6 meses 
após  início  dos  sintomas.  O  diagnóstico  é  clínico e os achados laboratoriais auxiliam 
na exclusão de púrpuras trombocitopênicas. Alternativa A: ​CORRETA. Em contraste 
com  muitas  outras  formas  de  vasculite  sistêmica,  a  púrpura  de  Henoch-Schonlein é 
autolimitada.  A  maioria  dos  pacientes  se  recupera  espontaneamente  e  a  maioria 
dos  pacientes  pode  ser  atendida  no  ambulatório.  A  terapia  é  primariamente  de 
suporte  e  inclui  hidratação  adequada,  repouso  e  alívio  sintomático  da  dor. 
Alternativa  B:  ​INCORRETA.  O uso de glicocorticóides em pacientes com púrpura de 
Henoch-Schonlein  é  controverso.  Embora  muitos  médicos  descrevam  uma  rápida 
melhora  sintomática  em  pacientes  que  recebem  glicocorticóides,  é  questionável  se 
esse  tratamento  altera  os  resultados  clínicos  a  longo  prazo.  ​Alternativa  C: 
INCORRETA.  São  algumas  das  indicações  categoria  I  (  Indicação  aceitável  como 
primeira  linha,  com  eficácia  comprovada por estudos controlados ou ensaios clínicos 
bem  desenvolvidos):  miastenia  gravis,  síndrome  de  Guillain-Barré,  púrpura 
trombocitopênica,  Hiperviscosidade  (mieloma  múltiplo,  macroglobulinemia  de 
Waldenstrom)  Sind.  Goodpasture,  Glomerulonefrite rapidamente progressiva ANCA 
Positivo  e  diálise  dependente  e  DAH  e  Glomerulonefrite  focal  seguimentar 
recorrente,  rejeição  em  transplante  renal  mediada  por  anticorpo,  crioglobulinemia. 
Para púrpura de Henoch Schonlein, a categoria é III (Distúrbios para os quais o papel 
ideal  da  terapia  de  aférese  não  está  estabelecido)  e  grau  de  evidência  é  2C 
(recomendação fraca e evidência de baixa qualidade). ​Alternativa D: ​INCORRETA. A 
recomendação  de  antibióticos  para  esse  paciente,  seria  no  tratamento  de  alguma 
infecção  ativa,  que  não  é  o  caso.  ​Alternativa  E:  ​INCORRETA.  A questão não traz se 
o  paciente  tem  acometimento  renal  importante.  Além  disso,  o  manejo  em  crianças 
que  apresentam  comprometimento  renal  mais  grave  (ou  seja,  proteinúria>  1  g / dia, 
síndrome  nefrótica  ou  evidência  de  glomerulonefrite  crescente  na  biópsia  renal),  é 
feito  com  pulsos  de  metil  prednisolona  e  prednisona  com  monitoramento  da 
excreção de proteínas na urina e a creatinina sérica.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Vigilância epidemiológica 
 
51.  Para  um  caso  de  paciente  com  Síndrome  Respiratória  Aguda  Grave  (SRAG), 
internado  em  Unidade  de  Terapia  Intensiva  (UTI)  de  unidade  de  saúde  sentinela 
decorrente de influenza sazonal,  
 
A)  a  notificação  no  Sistema  de  Informação  da  Vigilância  Epidemiológica  da  Gripe 
(SIVEP-Gripe) não deve ser realizada, mas apenas na ocorrência de surto.  
B)  os  tratamentos  com  antivirais,  não  conseguem  reduzir  a  duração  dos  sintomas, 
principalmente, em pacientes com imunossupressão.  
C)  a  notificação  como  caso  confirmado  só  pode  ocorrer  se  houver  confirmação 
laboratorial.   
D)  o  diagnóstico  laboratorial,  pela  pesquisa  de  vírus  da  influenza,  é  um  dos 
componentes  da  vigilância  sentinela  de  SRAG  em  UTI  e  vigilância  universal  da 
SRAG em pacientes hospitalizados.  
E) a identificação do vírus em laboratório não é importante para a vigilância, uma vez 
que é sempre o vírus C, antigenicamente estável, o agente etiológico da SRAG. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Define-se como portador de Síndrome Respiratória Aguda 
Grave  (SRAG)  indivíduo  de  qualquer  idade,  com  síndrome  gripal  e  que  apresente 
dispneia  ou  os  seguintes  sinais  de  gravidade:  saturação  de  SpO2  <95%  em  ar 
ambiente,  sinais  de  desconforto  respiratório  ou  aumento  da  frequência  respiratória, 
avaliada  de  acordo  com  a  idade,  piora  nas  condições  clínicas  de  doença  de  base, 
hipotensão  em  relação  à  pressão  arterial  habitual  do  paciente  ou  indivíduo  de 
qualquer  idade  com  quadro  de  insuficiência  respiratória  aguda,  durante  período 
sazonal.  ​Alternativa  A:  ​INCORRETA.  A  notificação  deve  ser  realizada  de  forma 
imediata.  Alternativa  B:  ​INCORRETA.  Em  pacientes  com  Síndrome  Respiratória 
Aguda  Grave  deve-se  iniciar  imediatamente  o  tratamento  com  o  fosfato  de 
oseltamivir,  independentemente  da  coleta  de  material  para  exame  laboratorial. 
Alternativa  C:  INCORRETA.  A  notificação  é  realizada  em  casos  suspeitos  ou 
confirmados.  ​Alternativa  D:  CORRETA.  As  amostras  de  secreções  respiratórias 
devem  ser  coletadas  até  o  terceiro  dia  e,  eventualmente,  poderá  ser  realizada  até  o 
sétimo dia, após o início dos sintomas, sendo os agentes infecciosos prioritários para 
investigação  etiológica  são  os  vírus  influenza  e  os  agentes  etiológicos  responsáveis 
por  quadros  de pneumonia bacteriana. ​Alternativa E: ​INCORRETA. A identificação é 
importante  para  a  vigilância,  e  os  agentes  infecciosos  prioritários  para  investigação 
etiológica  são  os  vírus  influenza  e  os  agentes  etiológicos  responsáveis  por  quadros 
de pneumonia bacteriana.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Vigilância epidemiológica 
 
52. Segundo o Sistema de Vigilância da Esquistossomose, 
 
A)  a  definição  de  caso  suspeito  é  um  indivíduo  residente  em  (e/ou  procedente  de) 
área  endêmica,  com  quadro  clínico  sugestivo  das  formas  aguda,  crônica  ou 
assintomática,  com  história  de  contato  com  as  coleções  de  águas  onde  existam 
caramujos eliminando cercárias.   
B)  apenas  casos  de  formas  graves  da  doença  são  de  notificação  compulsória  em 
todo o país.  
C)  após  concluída  a  investigação,  o  caso  deverá  ser  classificado  como 
indeterminado, se o caso notificado não tiver confirmação laboratorial.  
D)  a  Ficha  de  Investigação  da  Esquistossomose  deve  ser  preenchida  com  dados 
clínicos  e  laboratoriais  do  caso  e,  apenas  em  caso  de  surto  deve  ser  seguido  um 
roteiro expandido de investigação para identificação da área de transmissão.  
E)  uma estratégia de prevenção é o tratamento de todos os indivíduos moradores do 
bairro onde houve caso da doença. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​O  caso  suspeito  de  esquistossomose  diz  respeito  ao 
indivíduo  residente  e/ou  procedente  de  área  endêmica com quadro clínico sugestivo 
das  formas:  aguda,  crônicas  ou  assintomáticas,  com  história  de  contato  com  as 
coleções  de  águas  onde  existam  caramujos  eliminando  cercaria.  Já  o  caso 
confirmado  é  todo  indivíduo  que  apresente  ovos  de  Schistosoma  mansoni  em 
amostras  de  fezes,  tecidos  ou  outros  materiais  orgânicos  e/ou  forma  graves  de 
esquistossomose:  aguda,  hepatoesplênica,  abscesso  hepático,  enterobacteriose 
associada,  ginecológica,  pseudo-tumoral  intestinal  e  outras  formas  ectópicas.  A 
esquistossomose  é  doença  de  notificação  compulsória  nas  áreas  não  endêmicas, 
conforme  a  Portaria  nº  1.271  de  06  de  junho  de  2014,  da  Secretaria  de  Vigilância 
em  Saúde,  do  Ministério  da  Saúde.  Entretanto,  é recomendável que todas as formas 
graves,  na  área  endêmica,  sejam  notificadas.  A  investigação  consiste  na  obtenção 
detalhada  de  dados  do  caso,  mediante  o  preenchimento  da  Ficha  de  Investigação, 
que  deve  ser  realizada  em  todos  os  casos  notificados  nas  áreas  indenes.  Nas  áreas 
focais,  em  vias  de  eliminação,  e  nas  áreas  endêmicas,  somente  os  casos  de  formas 
graves  devem  ser  investigados.  Estratégias  educativas  são  recomendadas  para 
prevenção  da  esquistossomose.  ​Alternativa  A:  ​CORRETA.  Caso  suspeito  de 
esquistossomose  diz  respeito  ao  indivíduo  residente  e/ou  procedente  de  área 
endêmica  com  quadro  clínico  sugestivo  das  formas:  aguda,  crônicas  ou 
assintomáticas,  com  história  de  contato  com  as  coleções  de  águas  onde  existam 
caramujos  eliminando  cercaria.  ​Alternativa  B:  ​INCORRETA.  A  esquistossomose  é 
doença  de  notificação  compulsória  nas  áreas  não  endêmicas.  ​Alternativa  C: 
INCORRETA.  A  realização  de  biópsia  retal  ou  hepática,  quando  indicada,  pode 
auxiliar  na  confirmação  do  diagnóstico,  embora  seja  mais  indicada  na  rotina,  a 
repetição  de  vários  exames  de  fezes.  Sendo  negativos,  é  um  caso  descartado. 
Alternativa  D:  ​INCORRETA.  A  investigação  detalhada  deve  ser  realizada  em  todos 
os  casos  notificados  nas  áreas  indenes.  Alternativa  E: ​INCORRETA. O tratamento é 
realizado apenas para pessoas infectadas.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Vigilância epidemiológica 
 
53. Sobre notificação de casos de violência, no âmbito do Sistema Único de Saúde, 
 
A)  é  obrigatória  para  caso  de  violência  doméstica/intrafamiliar,  sexual, 
autoprovocada,  tráfico  de  pessoas,  trabalho  escravo,  trabalho  infantil,  tortura, 
intervenção  legal  e  violências  homofóbicas  contra  mulheres  e  homens  em  todas  as 
idades.  
B)  é  obrigatória  no  caso  de  violência  extrafamiliar/comunitária;  somente  serão 
objetos de notificação as violências contra homens em todas as idades. 
C)  é  obrigatória,  apenas,  para  violências  contra  crianças,  pessoas  idosas  e  pessoas 
com deficiência física. 
D)  não  é  obrigatória  para  caso  de  violência  doméstica/intrafamiliar,  sexual  e 
autoprovocada. 
E)  a  ficha  de  notificação  será  única  para  todos  os casos desse evento que envolvam 
mais de uma vítima. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  definição  de  caso  da  ficha  de  notificação  de  violências 
interpessoais  e  autoprovocadas  é:  “Caso  suspeito  ou  confirmado  de  violência 
doméstica/intrafamiliar,  sexual,  autoprovocada,  tráfico  de pessoas, trabalho escravo, 
trabalho  infantil,  tortura,  intervenção  legal e violências homofóbicas contra mulheres 
e  homens  em  todas  as  idades.  No  caso  de  violência  extrafamiliar/comunitária, 
somente  serão  objetos  de  notificação  as  violências  contra  crianças,  adolescentes, 
mulheres,  pessoas  idosas,  pessoa  com  deficiência,  indígenas  e  população  LGBT.” 
Alternativa  A:  CORRETA.  A  notificação  de  violência  doméstica/intrafamiliar, sexual, 
autoprovocada,  tráfico  de  pessoas,  trabalho  escravo,  trabalho  infantil,  tortura, 
intervenção  legal  e  violências  homofóbicas  contra  mulheres  e  homens  em  todas  as 
idades  é  obrigatória.  ​Alternativa  B:  ​INCORRETA.  No  caso  de  violência 
extrafamiliar/comunitária,  somente  serão  objetos  de  notificação  as  violências  contra 
crianças,  adolescentes,  mulheres,  pessoas  idosas, pessoa com deficiência, indígenas 
e  população  LGBT.  ​Alternativa  C:  ​INCORRETA.  Violência  contra  crianças,  pessoas 
idosas  e  pessoas  com  deficiência  física,  além  da  notificação  compulsória,  requer 
comunicação  aos  órgãos  competentes  designados  pela  legislação.  No entanto, esse 
não  é  o  único  grupo  para  notificação  compulsória  de  violência.  ​Alternativa  D: 
INCORRETA.  É  obrigatória  para  caso  de  violência  doméstica/intrafamiliar,  sexual  e 
autoprovocada.  ​Alternativa  E: ​INCORRETA. Se um evento violento envolver mais de 
uma  vítima,  para  cada  uma  das  vítimas  deverá  ser  preenchida  uma  ficha  de 
notificação individual.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Vigilância epidemiológica 
 
54.  Uma  paciente  durante  uma  consulta  médica  está  muito  agitada  e  relata  que, 
possivelmente,  foi  vítima  de  um  trote  telefônico  em  um  feriado.  Conta  que  um 
funcionário  de  uma  empresa  ligou  para  seu  telefone  fixo,  convidando-a  para  uma 
pesquisa  (chamada Vigitel) do Ministério da Saúde. O funcionário comentou que os 
resultados  iriam  ser  publicados  sem  identificação  dos  participantes  e  perguntou 
quantos  adultos  moravam  na  residência,  idade,  sexo,  escolaridade,  estado  civil  e 
raça/cor,  atividade  física  e  sobre  o  hábito  de  fumar  de  cada  um  deles.  O  médico 
informa corretamente à paciente que  
 
A)  a  Vigitel  é  um  sistema  que  o  Ministério  da  Saúde  mantém  para  avaliação  dos 
dados demográficos da população adstrita, não havendo contato via telefone.  
B)  a  Vigitel  é  um  sistema  de  vigilância  do  Ministério  da  Saúde  que  faz  inquéritos 
apenas presenciais após marcar horário da visita para aplicação de questionários.  
C)  de  fato,  ela  foi  vítima  de  um  golpe,  pois  o  Ministério  da  Saúde  não  contrataria 
uma empresa para realizar qualquer pesquisa por telefone.  
D)  de  fato,  ela  foi  vítima  de  um  golpe,  pois  a  Vigitel  é  uma  ferramenta  que  o 
Ministério  da  Saúde  disponibiliza  aos  usuários para comunicação telefônica em caso 
de inundações, apenas.  
E)  a  Vigitel  compõe  o  sistema  de  Vigilância  de  Fatores  de  Risco  para  doenças 
crônicas não transmissíveis, e esse telefonema recebido é procedimento correto. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  Secretaria  de  Vigilância  em  Saúde  (SVS)  do  Ministério 
da  Saúde  realiza  uma  pesquisa  via  telefone,  a  Vigitel,  implantada  em  2006,  que 
compõe  o  sistema  de  Vigilância  de  Fatores  de  Risco  para  doenças  crônicas  não 
transmissíveis, junto com inquéritos domiciliares e voltados para a população escolar 
com  o  objetivo  de  conhecer  a  situação  de  saúde  da  população.  Por  meio  de  ligação 
telefônica  são  monitoradas  as  doenças  crônicas  como  diabetes,  câncer  e 
cardiovasculares,  além  de  fatores  de  risco  modificáveis  como  tabagismo, 
alimentação  não  saudável,  inatividade  física  e  uso  nocivo  de  bebidas  alcoólicas.  O 
sigilo  das  informações  é  garantido  pela  Lei  nº  12.527,  de  18  de  novembro  de 2011 
(Lei  de  Acesso  à  Informação)  e  pela  Resolução  nº  466 de 12 de dezembro de 2012, 
do  Conselho  Nacional  de  Saúde.  ​Alternativa  A:  INCORRETA.  A  coleta  do  Censo 
Demográfico  realizada  presencialmente  não  é  atividade  da  Vigitel.  ​Alternativa  B: 
INCORRETA.  Os  inquéritos  da  Vigitel  são  por  meio  de  ligação.  ​Alternativa  C: 
INCORRETA.  A  paciente  não  foi  vítima  de  golpe.  ​Alternativa  D:  ​INCORRETA.  A 
paciente  não  foi  vítima  de golpe. ​Alternativa E: ​CORRETA. A Vigitel é uma pesquisa 
da  Secretaria  de  Vigilância  em  Saúde  realizada  por  meio  de  ligação  telefônica  para 
compor  o  sistema  de  Vigilância  de  Fatores  de  Risco  para  doenças  crônicas  não 
transmissíveis,  monitorando  doenças  crônicas  como  diabetes,  câncer  e 
cardiovasculares,  além  de  fatores  de  risco  modificáveis  como  tabagismo, 
alimentação não saudável, inatividade física e uso nocivo de bebidas alcoólicas.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra E. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Vigilância epidemiológica 
 
55.  Uma usuária, sem queixas clínicas e aparentando estar em ótimas condições de 
saúde,  dirige-se  ao  serviço  de  saúde  para  solicitar  um  atestado  médico de aptidão 
física  para  realização  de  exercício  físico.  O  médico  a  atende,  emite  o  atestado 
solicitado  e  aproveita  para  conversar  sobre  detecção  precoce  de  câncer.  A  atitude 
do médico é  
 
A)  incorreta,  pois  a  conversa  sobre  detecção  precoce  de  câncer  deve  ser  feita  pela 
equipe de saúde da família que tem mais proximidade com o usuário.  
B) correta, pois ele fez uma atividade de prevenção terciária.  
C)  incorreta,  pois  detecção  precoce  se  trata  de  rastreamento  por testes em pessoas 
sintomáticas.  
D)  incorreta,  pois  a  demanda  do  atendimento  não  foi  por  cuidado  médico,  mas  sim 
para atestado de saúde. 
E)  correta,  visto  que  rastreamento  é parte da detecção precoce e pode ser abordado 
mesmo quando não há demanda por cuidado. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  atitude  do  médico  foi  correta,  visto  que  faz  parte  da 
detecção  precoce  (prevenção  primária)  o  diagnóstico  precoce  (abordagem  de 
pessoas  com  sinais  e/ou  sintomas  da  doença)  e  o  rastreamento  (aplicação  de  um 
teste  ou  exame  em  pessoas  assintomáticas,  aparentemente  saudável,  com  objetivo 
de  identificar  lesões  sugestivas  de  câncer  e  encaminhá-la  para  investigação  e 
tratamento).  A  detecção  precoce  é  importante  para  aumentar  as  chances  de  cura, 
aumentar  a  sobrevida  dos  pacientes  e  permitir  aplicação  de  tratamentos  menos 
invasivos.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra E. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Violência e maus tratos ao idoso 
 
56.  Prevenir  a  violência  contra  as  mulheres  é  tarefa  das  mais  complexas e envolve 
diferentes  profissionais  de  atenção  atuando  junto  a  essa  população  que  precisa 
saber  os  mitos  e  verdades  sobre  a  violência  doméstica.  Nesse  contexto,  é  correto 
afirmar que é  
 
A) uma verdade: a violência doméstica ocorre muito esporadicamente.   
B)  um  mito:  se  a  situação  fosse  realmente  tão  grave,  as  vítimas  abandonarIam  logo 
seus agressores.  
C)  uma  verdade:  a  violência  doméstica  é  um  problema  exclusivamente familiar, pois 
estes assuntos são tratados no ambiente doméstico.  
D)  uma  verdade:  a  violência  só  acontece  entre  as  famílias  de  baixa  renda  e  baixo 
nível de instrução formal.  
E) um mito: é difícil identificar o tipo de mulher que é exposta à violência. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​A  violência  contra  a  mulher  é  todo  ato  que  resulte  em 
morte  ou  lesão  física,  sexual  ou  psicológica  de  mulheres,  tanto  na  esfera  pública 
quanto  na  privada.  Às  vezes  considerado  um  crime  de  ódio,  este  tipo  de  violência 
visa  um  grupo  específico,  com  o  gênero  da  vítima  sendo  o  motivo  principal. 
Alternativa  A:  ​Incorreta. A violência contra as mulheres é um dos fenômenos sociais 
mais  denunciados  e  que  mais  ganharam  visibilidade  nas  últimas décadas em todo o 
mundo.  Ademais,  tem-se  que  a  violência  doméstica  ou  familiar  contra  a  mulher  é  o 
tipo  mais  recorrente  deste  fato  social  no  Estado  brasileiro,  o  que  levou  à  criação  da 
Lei  Nº  11.340  de  7  de  agosto  de  2006.  ​Alternativa  B:  Correta.  As  vítimas,  muitas 
vezes  por  questões  socioeconômicas  e  estruturais,  não  conseguem  deixar  os  locais 
onde  sofrem  agressão.  ​Alternativa  C:  ​Incorreta.  A  violência  contra  a  mulher  não  é 
um  problema  apenas  familiar.  A  sociedade  pode e deve intervir contra qualquer tipo 
de  agressão  a  qualquer  pessoa.  ​Alternativa  D:  Incorreta.  A  violência  está 
disseminada  em  todas  as  classes  sociais.  ​Alternativa  E:  Incorreta.  Não  é  difícil 
identificar  o  perfil  de  mulheres  que  sofre  violência. Comumente mulheres com baixa 
escolaridade, do lar, que convivem com o parceiro e tem filhos.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica 
ASSUNTOS  RELACIONADOS:  ​Visão  geral  das  Anemias  e  interpretação  do 
hemograma 
 
57.  Considere  os  índices  hematimétricos:  VCM  (volume  corpuscular  médio),  HCM 
(hemoglobina  corpuscular  média),  CHCM  (concentração  de  hemoglobina 
corpuscular  média),  RDW  (red  cell  distribution  width)  e  CTLF  (capacidade total de 
ligação de ferro). Na anemia ferropênica, ocorre aumento de 
 
A) RDW e CTLF.  
B) saturação de transferrina e VCM.  
C) ferritina sérica e RDW.  
D) CTLF e HCM.  
E) saturação de transferrina e CHCM. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  A  anemia  por  deficiência  de  ferro  é  a  mais  comum.  No 
hemograma,  evidencia-se  anemia  microcítica  (VCM  <  70)  e  hipocrômica,  com  baixa 
hemoglobina  corpuscular  média  e  baixa  concentração  de  hemoglobina  corpuscular 
média.  A  ferritina  em  geral  está  abaixo  de  10  ng%,  o  ferro  sérico  abaixo  de  30 
mcg%,  a  transferrina  está  aumentada  mas  a  saturação  de  transferrina  está 
diminuída  (<12%).  Há  aumento  da  capacidade  de  ligação  ao  ferro  e  o  RDW  está 
elevado,  acima  de  16%.  Pode  haver  trombocitose  (plaquetas  >  450.000). 
Alternativa  A:  ​CORRETA.  Na  anemia  ferropênica,  há  aumento  de  RDW  e  CTLF. 
Alternativa  B:  ​INCORRETA.  A  saturação  de  transferrina  e  o  VCM estão diminuídos. 
Alternativa  C:  ​INCORRETA.  A  ferritina  sérica  está  reduzida.  ​Alternativa  D: 
INCORRETA.  O  HCM  está  diminuído.  ​Alternativa  E:  INCORRETA.  A  saturação  de 
transferrina e o CHCM estão reduzidos.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica 
ASSUNTOS  RELACIONADOS:  ​Visão  geral  das  Anemias  e  interpretação  do 
hemograma 
 
58.  Das  relações  abaixo,  entre  alterações  hematológicas  e  doenças  sistêmicas,  a 
MENOS provável é 
 
A) neutrofilia e hemorragia aguda severa.  
B) neutropenia e síndrome de Felty. 
C) eosinofilia e poliarterite nodosa.   
D) linfocitose e citomegalovirose.  
E) plaquetose e síndrome HELLP. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:​Questão  conceitual.  Vamos  analisar  cada  uma  das 
alternativas:  ​Alternativa  A:  CORRETA.  A  neutrofilia  com  neutrófilos  imaturos  na 
circulação  é  uma  complicação  possível  de  eventos  hemorrágicos  severos  ou 
hemólise,  pois  o  estímulo  à  medula  para  produção  de  eritrócitos  pode  ser  elevar  a 
produção  de  neutrófilos  simultaneamente.  ​Alternativa  B:  CORRETA.  A  síndrome 
Felty  ocorre  em  pacientes  com  artrite  reumatoide  e  caracteriza-se  por  artrite, 
neutropenia  inexplicável  e  esplenomegalia.  A  neutropenia  na  síndrome  de  Felty 
pode  ser  assintomática  ou  acompanhada  de  infecções  bacterianas  recorrentes. 
Alternativa C: ​CORRETA. A poliarterite nodosa (PAN) é uma vasculite de artérias de 
pequeno  e  médio  calibre,  que  acomete  predominantemente  os  homens.  Os 
principais  achados  incluem  febre  baixa,  emagrecimento,  nódulos  cutâneos,  livedo 
reticularis,  úlceras  vasculíticas  e  gangrena  digital.  Os  exames  laboratoriais  revelam 
leucocitose  (com  eosinofilia),  elevação  de  VHS  e  anemia.  ​Alternativa  D:  ​CORRETA. 
A  citomegalovirose  primária  pode  ser  assintomática,  mas  em  geral  o  quadro  clínico 
consiste  em  síndrome  mononucleose-like,  com  febre,  calafrios,  mialgia,  mal-estar, 
linfadenopatia,  alteração  da  função  hepática  e  linfocitose.  ​Alternativa  E: 
INCORRETA.  A  síndrome  HELLP  é caracterizada por hemólise, elevação de enzimas 
hepáticas  e  plaquetopenia.  O  diagnóstico  é  estabelecido  quando,  dentre  outros 
achados,  a  contagem  de  plaquetas  é  inferior  a  100.000  células/μl.  Logo,  sua 
associação à plaquetose é impossível.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra E. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica 
ASSUNTOS  RELACIONADOS:  ​Visão  geral  das  Anemias  e  interpretação  do 
hemograma 
 
59.  Investigando-se  a  etiologia  de  quadros  de  anemia  megaloblástica,  deficiência 
de cobalamina será mais provável nos casos de  
 
A) diálise crônica.   
B) hemólise crônica.  
C) má-absorção induzida por metformina.  
D) ressecção jejunal.  
E) gravidez. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Anemias  macrocíticas  megaloblásticas  resultam,  na 
maioria  das  vezes,  de  deficiências  de  vitamina  B12  (cobalamina)  ou  folato,  mas 
também  podem  ocorrer por deficiência de cobre e por medicamentos que interferem 
no  metabolismo  da  purina  ou  pirimidina.  O  metabolismo  dos  ácidos  nucleicos  é 
prejudicado,  levando  a  uma  eficiência  reduzida  da  divisão  celular.  Em  relação  à 
deficiência  de  cobalamina,  há  inúmeras  causas  relacionadas  à  sua  absorção 
complexa:  1)  Anormalidades  gástricas:  autoanticorpos  contra  fator  intrínseco  ou 
células  parietais  gástricas  (ou  seja,  anemia  perniciosa);  gastrectomia/cirurgia 
bariátrica;  gastrite;  gastrite  atrófica  metaplásica  autoimune;  2)  Doença  do  intestino 
delgado:  Síndrome  de  má  absorção;  ressecção  ou  derivação  ileal;  doença 
inflamatória  intestinal;  doença  celíaca;  crescimento  bacteriano;  3)  Pancreatite: 
Insuficiência  pancreática;  4)  Dieta:  bebê  amamentado  por  mãe  com  deficiência  de 
vitamina  B2;  dieta  vegana  estrita;  dieta  vegetariana  na  gravidez;  5)  Agentes  que 
bloqueiam  ou  prejudicam  a  absorção:  Neomicina;  biguanidas  (como  a  metformina); 
inibidores  da  bomba  de  prótons  (como  o  omeprazol);  antagonistas  dos  receptores 
da  histamina  2  (como  a  cimetidina);  gás  de  óxido  nitroso;  6)  Deficiência  herdada de 
transcobalamina  II.  ​Alternativa  A:  INCORRETA.  Pacientes  em  diálise  costumam  ter 
anemia por deficiência de ferro. ​Alternativa B: INCORRETA. A hemólise leva à perda 
de  ferro.  ​Alternativa  C:  ​CORRETA.  As  biguanidas  limitam  a  absorção  da 
cobalamina,  levando  à  sua  deficiência.  ​Alternativa  D:  INCORRETA.  A  ressecção  do 
íleo  terminal  que  é  o  local  de  absorção  da  vitamina  B12.  As  ressecções  jejunais 
causam  menos  deficiência  nutricional  que  as  ileais.  ​Alternativa  E:  ​INCORRETA.  A 
anemia na gravidez costuma ser fisiológica, dilucional ou por deficiência de ferro.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Abortamento legal e Abuso Sexual 
 
60. Considera-se conduta adequada no aborto retido na 8a semana de gestação:   
 
A)  Orientar  a  paciente  para  aguardar a eliminação fisiológica por até 40 dias em uso 
de antibioticoprofilaxia.   
B)  Indicar  curetagem  uterina  pelo  risco  de  fenômenos  tromboembólicos  nos 
primeiros 7 dias. 
C)  Orientar  a  paciente  em  relação  à  possibilidade  de  aguardar  a  eliminação 
fisiológica ou esvaziamento uterino com ou sem preparo do colo uterino.  
D)  Repetir  a  ultrassonografia  semanalmente  para  observar  absorção  fisiológica  do 
feto, por até 40 dias.  
E)  Prescrever  misoprostol  diariamente  até  a  eliminação  espontânea  dos  restos 
placentários. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Pacientes  com  abortamento  incompleto,  inevitável  ou 
retido  durante  o  primeiro trimestre têm as opções de tratamento: aspiração cirúrgica 
uterina  com  ou  sem  preparação  do  colo,  ou  tratamento  expectante.  Todas  as 
abordagens  têm eficácia semelhante, e a escolha do método de tratamento depende 
principalmente  da  preferência  do  paciente.  Devemos  lembrar  que  70%  dos 
abortamentos  até  8  semanas  de  gestação  se  resolvem  espontaneamente.  Ao  optar 
por  esvaziamento  uterino,  deve-se internar a paciente e adotar as medidas gerais. O 
misoprostol  é  administrado  por via vaginal e, até a idade gestacional de 12 semanas 
e  6  dias,  podem  ser  utilizados  4  comprimidos  de  200mg  a  cada  12  horas  (3  doses) 
ou  2  comprimidos  de  200mg  a  cada  8  horas  (3  doses).  Essa  medida  visa  a 
eliminação  do  produto  conceptual  sem  medidas  mais  invasivas.  Para  o 
amolecimento  de  colo  uterino  prévio  a  AMIU  ou  curetagem  utiliza-se  a  dose  de  2 
comprimidos  de  200  mcg  (400  mcg),  via  vaginal,  3  a  4  horas  antes  do 
procedimento.  ​Alternativa  A:  INCORRETA. A conduta expectante pode ser indicada 
por  até  quatro  semanas  para  pacientes  com  aborto  espontâneo  com  menos  de  14 
semanas  de  gestação,  com  sinais  vitais  estáveis  ​e  sem  evidência  de  infecção 
Alternativa  B:  INCORRETA.  A  curetagem  pode  ser  indicada,  mas  não  é  a  conduta 
de  escolha  para  todas  as  pacientes  com  aborto  retido  com  8  semanas  de gestação, 
até  porque  existem  complicações  relacionadas  ao  procedimento.  Podendo-se 
realizar  condutas  menos  invasivas,  elas  devem  ser  tentadas.  ​Alternativa  C: 
CORRETA.  A  maioria  das  gestações  até  8  semanas  se  resolvem  espontaneamente. 
A  paciente  deve  ter  a  opção  de  aguardar  a  eliminação  fisiológica  ou  esvaziamento 
uterino  com  ou  sem  preparo do colo uterino. ​Alternativa D: ​INCORRETA. A conduta 
expectante  só  deve  ser  realizada  até  4  semanas.  Alternativa  E:  ​INCORRETA.  O 
esquema  de  uso  de  misoprostol  para  indução  do  abortamento  é  a  cada  8  ou  12 
horas,  sendo  que  o  primeiro  esquema  não  ultrapassa  as  24  horas  e  o  segundo,  às 
16 horas.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
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ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Aspectos Básicos da Neonatologia 
 
61.  O  neonatologista  é  chamado  para  avaliar  um  recém-nascido  com  16  horas  de 
vida  no  alojamento  conjunto.  A  mãe  relata  que  o  bebê  apresentou  vômitos 
amarelos  3  vezes.  Nasceu  de  parto  normal,  com  Apgar  9/10,  peso  de  2.490  g  e 
idade  gestacional  pelo  Capurro  de  37  semanas.  A  mãe  é  primigesta,  fez  duas 
consultas  de  pré-natal,  pois  descobriu  a  gravidez  tardiamente,  mas  nega  qualquer 
intercorrência  na  gestação.  Ao  exame físico, o recém-nascido está ativo, hidratado, 
com  boa  perfusão,  abdome levemente distendido, não eliminou mecônio. O médico 
solicita uma radiografia de abdome mostrada abaixo.  
 

 
 
Dentre as alternativas abaixo, a hipótese diagnóstica mais provável é:  
 
A) estenose hipertrófica de piloro.   
B) atresia de duodeno.  
C) pâncreas anular.  
D) má rotação intestinal.  
E) atresia jejunoileal. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Essa  radiografia  nos  traz  o  sinal  clássico  da  dupla  bolha, 
com  uma  grande  dilatação  gástrica  seguida  de  uma  dilatação  menor  no  início  do 
duodeno,  sem  ar  no  restante  do  TGI.  Alternativa  A:  Incorreto,  nesse  caso  haveria 
dilatação  apenas  no  estômago,  geralmente com relato de vômitos pós prandiais não 
biliosos e de oliva palpável no epigástrio. ​Alternativa B: ​Correto, esse sinal é clássico 
da  atresia  duodenal,  na  qual  há  uma  obstrução  ao  fluxo  em  alguma  porção  do 
duodeno,  resultando  em  dilatação  proximal,  com  acúmulo  de  ar  na  radiografia. 
Alternativa  C:  ​Incorreto, o pâncreas anular é uma causa rara de obstrução duodenal, 
geralmente  na sua segunda porção. A obstrução geralmente é parcial, com sintomas 
se  manifestando  mais  tardiamente.  ​Alternativa  D:  Incorreto,  a  má  rotação  acomete 
uma  porção  mais  distal  do  delgado,  com radiografia típica mostrando o intestino em 
posição  anômala  ou  com  o  sinal  do  saca  rolhas.  ​Alternativa  E:  ​Incorreto,  na  atresia 
jejunoileal  a  obstrução  seria  mais  distal  e  poderíamos  ver  uma  maior  porção  do 
delgado preenchida por ar. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Assistência pré-natal 
 
62.  A  assistência  ao  pré-natal  nas  gestações  saudáveis  é  fundamental,  pois 
garante  o  bem  estar  materno-fetal.  O  Ministério  da  Saúde  recomenda  solicitar  os 
seguintes exames:  
 
A) ferritina, glicemia de jejum, insulina e cálcio.   
B) colesterol total e frações, triglicérides, TSH e hemograma completo. 
C) sorologia para hepatite B, VDRL, teste rápido de HIV, tipagem sanguínea.  
D) tipagem sanguínea, sorologia para hepatite B, transaminases hepáticas. 
E) sódio, potássio, creatinina, VDRL, teste rápido de HIV, TSH. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Para  um  bom  acompanhamento  pré-natal,  é  necessário 
que  a  equipe  de  saúde  efetue  os  procedimentos  técnicos  de  forma  correta  e 
uniforme  durante  a  realização  dos  exames  complementares, assim como quando da 
realização  dos  exames  clínico  e  obstétrico.  Fazem  parte  dos  exames  solicitados  no 
pré-natal:  hemograma,  tipagem  sanguínea  e  fator  Rh,  Coombs  indireto  (se  for  Rh 
negativo),  glicemia  de  jejum,  teste  rápido  de  triagem  para  sífilis  e/ou  VDRL,  teste 
rápido  diagnóstico  anti-HIV,  anti-HIV,  toxoplasmose  IgM  e  IgG,  sorologia  para 
hepatite  B  (HbsAg),  exame  de  urina  e  urocultura,  Teste  de  tolerância  para  glicose 
com  75g, se a glicemia estiver acima de 85mg/dl ou se houver fator de risco (realizar 
preferencialmente  entre  a  24ª  e  a  28ª semana) e Bacterioscopia de secreção vaginal 
(a  partir  de  37 semanas de gestação). ​Alternativa A: ​INCORRETA. Ferritina, insulina 
e  cálcio  não  fazem  parte  dos  exames  solicitados  no  pré-natal.  ​Alternativa  B: 
INCORRETA.  Colesterol  total  e  frações,  triglicérides,  TSH  não  fazem  parte  dos 
exames  solicitados  no  pré-natal.  ​Alternativa  C:  CORRETA.  Conforme  descrito  na 
dica  acima.  ​Alternativa  D:  ​INCORRETA.  Transaminases  hepáticas  não  fazem  parte 
dos  exames  solicitados  no  pré-natal.  ​Alternativa  E:  INCORRETA.  Sódio,  potássio, 
creatinina, e TSH não fazem parte dos exames solicitados no pré-natal.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Assistência pré-natal 
 
63.  Gestante  de  13  semanas  chega  ao  pré-natal  sem  queixas.  O  médico  não 
consegue  ouvir  os  batimentos  cardíacos  fetais  com  o  Pinard. É correto afirmar que 
os batimentos não estão audíveis pois  
 
A)  com  13  semanas,  o  coração  fetal  só  é  audível  por  meio  de  ultrassonografia  com 
doppler.   
B) nessa idade gestacional a ausculta fetal deve ser feita com o sonar.  
C) deve ter ocorrido óbito fetal. 
D) o feto deve estar em apresentação anômala. 
E) o útero deve ser retrovertido. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  ​Questão  simples  acerca  da  propedêutica  pré-natal.  Os 
batimentos  cardíacos  fetais  podem  ser  identificados  com  sonar  doppler  a  partir  da 
12ª  semana  de  gestação,  ao  passo  que  com  o  estetoscópio  de  Pinard  apenas  é 
possível  a  partir  da  20ª  semana,  em  média.  Lembremos  que  o  padrão  de 
normalidade  inclui  a  presença  de  ritmo  regular,  com  FC  que  varia  entre  120  e  160 
bpm.  Na prática clínica a aferição costuma ser feita em 15 segundos, multiplicando o 
valor  observado  por  quatro.  Define-se  bradicardia  ou  taquicardia  fetal  quando  a 
frequência  cardíaca  fetal  se  apresenta  fora  do  intervalo  de  normalidade  por  pelo 
menos  10  minutos  de  observação.  ​Alternativa  A:  INCORRETA.  A  partir  de  10  a  12 
semanas  de  gestação  já  é  possível  a  ausculta  fetal  por  meio  do  sonar  doppler. 
Alternativa  B:  ​CORRETA.  A  situação  descrita  pela  questão  é  corriqueira  no 
acompanhamento  pré-natal.  Por  isso  deve  ser  de  conhecimento  de  todo  médico 
generalista  que  a  ausculta  fetal  deve  ser  realizada  com  sonar  doppler a partir de 12 
semanas e o uso do estetoscópio de Pinard deve ocorrer estritamente a partir da 20ª 
semana.  ​Alternativa  C:  ​INCORRETA. Não há motivos para supor que tenha ocorrido 
óbito  fetal,  pois  a  ausência  de  BCF  ao  Pinard  com  13  semanas  de  IG  é  normal. 
Alternativa  D:  INCORRETA.  A  apresentação  fetal  tem  pouca  importância  nessa  IG, 
mas  a  ausência  de  BCF  na  ausculta  com  Pinard  com  13  semanas  é  fisiológica. 
Alternativa  E:  INCORRETA.  Novamente,  a  ausculta  negativa  nesse  caso  ocorreria 
em qualquer gestação, portanto nada devemos supor a partir desse dado. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Assistência pré-natal 
 
64.  Gestante de 37 semanas refere diminuição da movimentação fetal há um dia. O 
exame  físico  geral  não  mostra  alterações  e  o  exame  obstétrico é compatível com a 
idade  gestacional.  Realiza-se  cardiotocografia,  em  que  a  paciente  registra  4 
episódios de movimentação fetal, como mostrado na imagem abaixo.  
 

 
 
É correto afirmar que essa cardiotocografia   
 
A) é suspeita para início de hipóxia fetal, devendo-se induzir o parto. 
B)  tem  padrão  tranquilizador  e  a  paciente  pode  observar  a  movimentação  fetal  em 
casa. 
C)  mostra  início  de  trabalho  de  parto,  devendo-se  internar  a  paciente  para 
monitoração do bem-estar fetal. 
D)  mostra  desacelerações  tardias,  sendo  indicada  resolução  do  parto  nesse 
momento. 
E) mostra desacelerações variáveis, sendo indicada cesárea. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  A  cardiotocografia  (CTG)  é  um  exame  não  invasivo  que 
permite  prevenir  a  ocorrência  de  anoxia  fetal,  evitar  lesões  neurológicas  graves  e 
óbito  fetal.  Os  parâmetros  avaliados  pela  CTG  são:  linha  de  base,  variabilidade, 
acelerações  transitórias  e  desacelerações.  A  partir  da  análise  desses  parâmetros 
pode-se  classificar  o  exame  intraparto  em  categorias:  I  –  normal; II – indeterminado; 
III  –  anormal.  Define-se  uma  CTG  como  categoria  I  quando  possui  características 
como:  FCF  basal  entre  110  e  160bpm,  variabilidade  moderada  (entre  6  e  25bpm), 
ausência  de  acelerações  tardias  ou  variáveis,  presença  ou  ausência  de 
desacelerações  precoces  e  de  acelerações.  Por  outro  lado,  classificamos  como 
categoria  III  o  exame  de CTG que apresenta: variabilidade ausente acompanhada de 
desacelerações  tardias  recorrentes  (>50%  das  contrações)  OU  desacelerações 
variáveis  recorrentes  (>50%  das  contrações)  OU  bradicardia  OU  padrão  sinusoidal. 
Se  o  exame  não  pode  ser enquadrado em nenhuma dessas categorias, dizemos que 
se  trata  de  categoria  II.  Alternativa  A:  INCORRETA.  O  exame  revela  acelerações 
transitórias,  não  há  bradicardia/taquicardia  nem  desacelerações  e  a  variabilidade 
está  adequada,  portanto  a  CTG  é  categoria  I  (padrão  tranquilizador).  ​Alternativa  B: 
CORRETA.  A  CTG  apresenta  padrão  tranquilizador  (linha  de  base  adequada, 
variabilidade  moderada  e  acelerações  transitórias).  Define-se  aceleração  transitória 
como  o  aumento  abrupto  de  ao  menos  15  batimentos  cardíacos  acima  da  linha  de 
base  com  duração  entre  15  segundos  e  2  minutos.  As  acelerações  transitórias 
ocorrem  devido  a  movimentos  corpóreos  fetais  e,  segundo  alguns  autores,  são  o 
melhor  parâmetro  de  bem-estar  fetal.  ​Alternativa  C:  ​INCORRETA.  Analisando  o 
traçado,  não  há  aumento  de  frequência  ou  intensidade  das  contrações  uterinas que 
sejam  compatíveis  com trabalho de parto. ​Alternativa D: ​INCORRETA. A DIP II é um 
marcador  de  sofrimento  fetal,  decorre  do  esmagamento  dos  vasos  espiralados 
durante  a  contração  uterina  e,  graficamente,  caracteriza-se  por  nadir  não 
coincidente  com  o  pico  da  contração  uterina,  sendo  esse  intervalo  (decalagem)  de 
pelo  menos  30  segundos.  Analisando  a  CTG  fornecida  pelo  enunciado,  observa-se 
ausência  desse  achado.  ​Alternativa  E:  ​INCORRETA.  A  DIP  umbilical  se  caracteriza 
por  início  e  término  abruptos,  apresenta  morfologia  variável  (W,  U,  V),  com  rápido 
retorno  à  linha  de  base,  podendo  ser  precedida  e  sucedida  por  pequenas 
acelerações  cardíacas.  Decorre  de  compressão  do  cordão  umbilical  em  contextos 
como  oligoâmnio  e  não  necessariamente  indicam  sofrimento  fetal.  Também  está 
ausente na CTG apresentada.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Assistência pré-natal 
 
65.  Gestante,  38  semanas,  desejosa  de  parto  normal,  observou  há  1  dia  cefaleia, 
edema  de  membros  inferiores  e  aumento  súbito  da  pressão  arterial  sistêmica,  que 
chegou  a  140  ×  90  mmHg  na  admissão  da  maternidade.  Em  relação  ao  quadro 
clínico e a via de parto, recomenda-se:   
 
A)  Prescrição  de  anti-hipertensivos  e  parto  instrumentalizado  (fórceps  ou  vácuo) 
para diminuir os riscos de acidente vascular cerebral, com 39 semanas de gestação. 
B) Parto cesárea de urgência com anestesia geral.  
C) Prescrição de anti-hipertensivos e parto cesárea programado com 39 semanas. 
D)  Aguardar  o  trabalho  de  parto  fisiológico,  fazendo  exames  de  vitalidade  fetal  a 
cada 72 horas, e conduzir o parto vaginal em tempo oportuno.  
E)  Parto  via  vaginal,  preferencialmente,  não  havendo  contra  indicação  para 
procedimentos de maturação cervical imediata. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  A  pré-eclâmpsia  é  uma  doença  hipertensiva  gestacional 
que  cursa  com  alterações  orgânicas  a  partir  da  20ª  semana  de  gestação.  O  seu 
diagnóstico  tem  como  base  o  aparecimento  de  hipertensão  e  proteinúria.  O  edema 
era  considerado  um  dos  critérios  diagnósticos  da  pré-eclâmpsia,  no  entanto, 
representa  um  sintoma  frequente.  No  caso  da  paciente  em  questão,  a  presença  de 
cefaleia  é  um  sinal  de  alerta  para  iminência  de  eclâmpsia.  Nestes  casos,  diante  de 
uma  gestação com idade gestacional superior a 38 semanas, a recomendação é pela 
realização  do  parto  e  pela  administração  de  sulfato  de  magnésio  para  profilaxia  de 
episódios  convulsivos.  ​Alternativa  A:  Falso.  Não  há  indicação  de  administrar 
anti-hipertensivo,  estes  são  recomendados  quando  a  PA  está  maior  ou  igual  a 
160x110mmHg.  Além  disso,  não  há  recomendação  para  parto  instrumentalizado. 
Alternativa  B:  Falso.  A  indicação  é  de  parto  por  via  vaginal,  exceto  em  casos  de 
eclampsia.  ​Alternativa  C:  Falso.  Não  há  indicação  de  uso  de  anti-hipertensivo  nem 
de  realização  de  parto  cesáreo.  ​Alternativa  D:  Falso.  Na  iminência  de  eclâmpsia, ou 
seja,  na  pré-eclâmpsia  grave,  o  tratamento  preconizado  para  gestações  com  >34 
semanas  é  o  parto  imediato.  ​Alternativa  E:  ​Verdadeiro.  Neste caso, a paciente deve 
ser  internada  e  deve  passar  pelo  processo  de  preparo  para  realização  do  parto  por 
via vaginal, incluindo a administração de sulfato de magnésio que deve ser feita para 
todas as pacientes com pré-eclâmpsia grave.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra E. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Atendimento inicial ao politraumatizado 
 
66. Tem indicação de arteriografia no trauma de membros:  
 
A) Ausência de pulso e de perfusão distal, por ferimento penetrante. 
B) Descolamento extenso (desenluvamento). 
C) Ferimento por arma de fogo em trajeto vascular. 
D) Hematoma pulsátil em expansão. 
E) Crepitação. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​difícil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  a  arteriografia  é  o  exame  padrão  ouro  para  análise  do 
trajeto  e  de  alterações  anatômicas  arteriais.  No  trauma,  pode  ser  utilizada  para 
investigação  de  casos  com  suspeita  de  lesão  vascular,  respeitando  suas 
contraindicações  como  instabilidade  hemodinâmica  e  necessidade  de  exploração 
cirúrgica  por  outro  diagnóstico.  ​Alternativa  A:  ​Incorreto,  paciente  com  trauma 
penetrante  e ausência de pulsos e perfusão já preenche critérios para diagnóstico de 
lesão  vascular,  sem  necessidade  de  novos  exames,  devendo  partir  para  instituição 
da  terapia.  ​Alternativa  B:  ​Incorreto,  o  desenluvamento  é  um  trauma  no  qual  há 
descolamento  da  pele,  podendo  atingir  diferentes  graus  de  profundidade,  mas  que, 
habitualmente,  não  lesa  planos  profundos  onde  estão  localizados  grandes  feixes 
vasculares.  Alternativa  C:  ​Correto.  Nesse  caso  há  grande  probabilidade  de  lesão 
vascular,  sendo  a  arteriografia  uma  opção  para  confirmação  do  diagnóstico. 
Alternativa  D:  Incorreto,  a  presença  de  hematoma  pulsátil  em  expansão  já  nos 
indica  o  diagnóstico  de  lesão  vascular,  sem  necessidade de novos exames, devendo 
partir  para  instituição  da  terapia.  ​Alternativa  E:  Incorreto,  a  crepitação  geralmente 
tem  relação  com  infecções,  fraturas  ósseas  ou  lesões  de  órgãos  aerados,  não  com 
trauma vascular.  
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Atendimento inicial ao politraumatizado 
 
67.  Um  jovem de 18 anos foi vítima de facada no epigástrio. Deu entrada no centro 
de  trauma  hipotenso  e  com  veias  distendidas  no  pescoço.  A  ausculta  pulmonar 
mostrou  murmúrio  vesicular  presente  bilateralmente,  ainda  que  a  ventilação  fosse 
superficial. Sequência mais apropriada de atendimento e tratamento:  
 
A)  Acesso  venoso  central  –  radiografia  de  tórax  –  FAST  (focused  assessment  with 
sonography for trauma) – tipagem e prova cruzada para transfusão sanguínea. 
B)  Intubação  traqueal  –  acesso  venoso  –  FAST  (focused  assessment  with 
sonography for trauma) – toracotomia. 
C)  Intubação  traqueal  –  FAST  (focused  assessment  with  sonography  for  trauma)  – 
janela pericárdica. 
D) Acesso venoso – transfusão sanguínea – pericardiocentese. 
E)  Intubação  traqueal  –  radiografia  de  tórax  –  FAST  (focused  assessment  with 
sonography for trauma) – esternotomia mediana. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  independente  do  quadro  clínico  apresentado  pelo 
paciente,  a  sequência  de  avaliação  e  condutas  no  trauma  deve  seguir  a  mesma 
ordem  preconizada  pelo  ATLS:  A  (vias  aéreas),  B  (respiração),  C  (circulação),  D 
(neurológico)  e  E  (exposição).  ​Alternativa  A:  Incorreto,  essa  descrição  não  segue  a 
ordem  correta,  além  do  fato  de  não  haver  indicação  de acesso venoso central nesse 
momento,  lembrando  que  a  reposição  volêmica  no  trauma  é  feita  por  meio  de  dois 
acessos  periféricos  calibrosos.  ​Alternativa  B:  Correto,  o  primeiro  passo  é  a 
manutenção  de  uma  via  aérea  pérvia  e  de  uma  boa  ventilação.A  presença  de 
ingurgitamento  jugular  e  hipotensão  após  trauma  penetrante  em  epigástrio  devem 
levantar  a  suspeita  de  tamponamento  cardíaco  e  o  FAST  permite  a  visualização  do 
saco  pericárdico,  confirmando  ou  não  esse  diagnóstico.  Em caso positivo, a conduta 
seria  a  toracotomia  para  seu  alívio.  ​Alternativa  C:  Incorreto,  o  FAST  fornece  uma 
boa  imagem  do  saco  pericárdico,  com  boa  sensibilidade  para  o  tamponamento  no 
trauma,  não  havendo  necessidade  de  janela  pericárdica  para  confirmar  o 
diagnóstico.  ​Alternativa  D:  ​Incorreto,  a  pericardiocentese  atualmente  é 
recomendada  apenas  para  alívio  sintomático  de  urgência  em  casos  com 
tamponamento  e  intensa  instabilidade.  ​Alternativa  E:  ​Incorreto,  a  radiografia  de 
tórax  tem  baixa  sensibilidade  e  especificidade  para  o  diagnóstico  e  a  toracotomia 
seria a incisão mais indicada.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Atendimento inicial ao politraumatizado 
68.  Um  paciente  de 45 anos, vítima de queda de andaime, é atendido no serviço de 
urgência.  A  tomografia  de  corpo  inteiro  mostra  trauma  esplênico,  com 
extravasamento  de  contraste  na  fase  arterial  (blush).  O  paciente  não  tem  outras 
lesões,  a  não  ser  fratura  fechada  de  ambos  os  antebraços,  com  boa  perfusão  e 
pulsos  distais  normais.  Glasgow  15,  pulso:  102  bpm,  PA:  100  ×  75  mmHg, 
saturação  de  oxigênio  em  ar  ambiente:  95%,  tempo  de  enchimento  capilar:  3 
segundos.  Recebeu  já  1  litro de soro fisiológico aquecido. Intervenção indicada, em 
havendo disponibilidade de todos os recursos:   
 
A) Embolização por arteriografia (radiologia intervencionista). 
B) Laparoscopia para avaliar melhor o sangramento esplênico e possível hemostasia. 
C) Esplenectomia por laparotomia. 
D)  Observação  em  unidade  de  terapia  intensiva,  com  controle  seriado  de 
hemoglobina. 
E) Sutura esplênica por laparotomia (operação com conservação do baço). 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  um  conceito  que  você  deve  ter  sempre  em  mente  nos 
traumas  de  órgãos  sólidos  é  que  sua  conduta  dependerá  da  estabilidade  do 
paciente,  não  do  grau  da  lesão.  ​Alternativa  A:  Correto.  Diante  um  paciente  estável 
com  sangramento  arterial  ativo  a  melhor  conduta  seria  a  embolização  por 
arteriografia,  para  cessar  o  sangramento  de  forma  menos  invasiva  e  preservando  o 
órgão.  ​Alternativa  B:  Incorreto,  a  TC  fornece  dados  acurados  sobre  a  lesão  arterial, 
não  havendo  necessidade  de  confirmá-la  por  videolaparoscopia.  ​Alternativa  C: 
Incorreto,  o  paciente  está  estável,  de  modo  que  devemos  priorizar  condutas 
conservadoras.  ​Alternativa  D:  Incorreto.  Na  presença  de  blush  arterial  e  com 
disponibilidade  de  arteriografia,  seria  mais  indicado  a  intervenção  precoce  para 
cessar  o  sangramento.  ​Alternativa  E:  Incorreto,  a  sutura  esplênica  envolveria  uma 
laparotomia, conduta mais agressiva que a embolização hemodinâmica.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Atendimento inicial ao politraumatizado 
 
69.  Vítima  de  queda  de  moto  após  colisão  com  auto,  um  rapaz  de  23  anos  é 
submetido  a  drenagem  torácica  à  direita,  por  pneumotórax.  Tem  tórax  instável, 
com  contusão  pulmonar.  Não  são  achadas  outras  lesões.  Após  a  drenagem,  está 
lúcido,  queixando-se  de  dor  em  hemitórax  direito.  Saturação  de  O2  com  máscara: 
92%; FR: 32 irpm; FC: 110 bpm; PA: 110 × 78 mmHg. Conduta, neste momento: 
 
A)  Intubação  traqueal  para  ventilação  com  pressão  positiva,  após  sedação  e 
curarização. 
B) Analgesia, ventilação com pressão positiva não invasiva e antibioticoterapia.  
C) Analgesia, fisioterapia respiratória e ventilação com pressão positiva não invasiva; 
evitar sobrecarga hídrica.  
D) Intubação traqueal, fixação cirúrgica das costelas e hidratação venosa vigorosa.  
E)  Aumento  do  fluxo  de  oxigênio  inspiratório, analgesia, hidratação venosa vigorosa 
e fisioterapia respiratória. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  o  tórax  instável  ocorre  após  traumas  de  múltiplos  arcos 
costais;  ao  contrário  do  que  muitos  pensam,  a  sua  gravidade  não  depende  das 
fraturas  em  si,  mas  sim  da  contusão  pulmonar  adjacente  que  costuma 
acompanhá-la.  ​Alternativa  A:  Incorreto,  a IOT é recomendada no tórax instável para 
pacientes  com  insuficiência  respiratória  (incapacidade  de  manter  SatO2 > 90% com 
ventilação  não  invasiva,  hipercapnia,  hipoxemia,  esforço importante) ou na presença 
de  choque.  ​Alternativa  B:  ​Incorreto,  não  há  indicação  de  antibioticoterapia  pelo 
trauma.  ​Alternativa  C:  Correto,  o  manejo  do  tórax  instável  segue  os  da  contusão 
pulmonar.  Devemos  prescrever  analgesia  e  fisioterapia  respiratória,  o  que  reduzem 
as  atelectasias  e  pneumonias,  manter  ventilação  adequada  por meio de dispositivos 
não  invasivos,  VPP  ou  VNI,  de  acordo  critérios  de  gravidade;  e  evitar  sobrecarga 
hídrica,  para  reduzir  o  extravasamento  de  plasma.  ​Alternativa  D:  Incorreto,  a  IOT  é 
recomendada  no  tórax  instável  para  pacientes  com  insuficiência  respiratória  ou 
choque.  Não  há  necessidade  de  fixação  costal  e  a  hidratação  deve  ser  regulada. 
Alternativa  E:  Incorreto,  a  hidratação  vigorosa  deve  ser  evitada  pois  está 
relacionada a piora da contusão e edema pulmonar.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Atendimento inicial ao politraumatizado 
 
70.  Vítima  de  soterramento,  uma  mulher  de  30  anos  chega  ao  pronto-socorro 
orientada,  eupneica  e  normal  do  ponto  de  vista  hemodinâmico.  A  tomografia  de 
corpo  inteiro  não  mostra  alterações  significativas  decorrentes  do  trauma. 
Apresentou  200  mL  de  diurese,  com  urina  escura,  durante  as primeiras 5 horas de 
observação.  Não  tem  edema  de  membros  superiores  nem  inferiores  e  todos  os 
pulsos  periféricos  estão  presentes.  Exames  laboratoriais  na  chegada:  K+:  6  mEq/L; 
pH:  7,22;  −  HCO3  :  16  mmol/L;  lactato  arterial:  40  mg/dL  (normal  até  14  mg/dL); 
hemoglobina:  11,2  g/dL;  creatinina:  1,1  mg/dL;  CPK:  20.300  U/L.  Provável 
diagnóstico e terapia inicial recomendada:  
 
A)  Síndrome  de  esmagamento  –  Hidratação  venosa  e  controle  dos  distúrbios 
eletrolíticos e do equilíbrio ácido-básico.  
B) Síndrome de esmagamento – Diálise ou hemofiltração. 
C) Insuficiência renal aguda – Hidratação vigorosa, seguida de hemodiálise lenta. 
D) Insuficiência renal aguda – Diuréticos e hidratação venosa vigorosa.  
E) Trauma de bexiga – Cistografia retrógrada. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  paciente  vítima  de  soterramento,  um  mecanismo  de 
trauma  que  cursa  com  intensa  lesão  muscular,  evolui  com  aumento  significativo  de 
CPK  e  ""urina  escura"",  devemos pensar em rabdomiólise. ​Alternativa A:  ​Correto, a 
síndrome  do  esmagamento  é  o  nome  dado  a  pacientes  que  evoluem  com  sinais  e 
sintomas  decorrentes  de  trauma  muscular  grave,  manifestado  principalmente  como 
mioglobinúria,  lesão  renal  aguda,  hiperpotassemia  e  acidose  metabólica.  O 
tratamento  é  feito  com  hidratação  vigorosa  e  controle  de  distúrbios 
hidroeletrolíticos.  ​Alternativa  B:  ​Incorreto,  a  diálise  pode  ser  uma  opção  em  casos 
graves,  porém  esse  paciente  ainda  não  apresenta  critérios  (ex:  K  >6,5  ou  pH  <  7,1 
refratários  a  medidas  clínicas).  ​Alternativa  C:  ​Incorreto,  a  insuficiência  renal  pode 
surgir  como  uma  consequência  da  síndrome  do  esmagamento;  ainda  não  há 
indicações  de  diálise.  ​Alternativa  D:  ​Incorreto,  a  insuficiência  renal  pode  surgir 
como  uma  consequência  da  síndrome  do  esmagamento;  não  há  indicação  de 
diuréticos.  ​Alternativa  E:  ​Incorreto,  o  trauma  de  bexiga  não  levaria  a  um  aumento 
tão pronunciado da CPK.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Bases da Cirurgia e Procedimentos 
 
71.  Um  senhor  de  56  anos  foi  operado  de  colecistite aguda por videolaparoscopia. 
A colangiografia intra operatória mostrou coledocolitíase. Foi feita a exploração das 
vias  biliares,  com  retirada  do  cálculo  e  colocação  de  dreno  de  Kehr.  Foi  ainda 
deixado  um  dreno  de  Penrose  sub  hepático.  A  respeito dos drenos deste paciente, 
é correto afirmar:  
 
A)  Síndrome  de  esmagamento  –  Hidratação  venosa  e  controle  dos  distúrbios 
eletrolíticos e do equilíbrio ácido-básico.  
B) Síndrome de esmagamento – Diálise ou hemofiltração. 
C) Insuficiência renal aguda – Hidratação vigorosa, seguida de hemodiálise lenta. 
D) Insuficiência renal aguda – Diuréticos e hidratação venosa vigorosa.  
E) Trauma de bexiga – Cistografia retrógrada. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​difícil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  Após  procedimentos  cirúrgicos  com  manipulação  da  via 
biliar  extra-hepática,  como  do  ducto  colédoco,  recomenda-se  o  uso  de um dreno de 
Kehr  (em  forma  de  T)  para  garantir  que  não  ocorram  estenoses  ductais. O dreno de 
Penrose,  por  sua  vez,  auxilia  na  avaliação  pós-operatória  da  formação  de  fístulas 
biliodigestivas,  que  podem  ocorrer  após  manipulação  das  vias  biliares.  Alternativa 
A:  ​INCORRETA.  Sua  utilidade  é  evitar  que  ocorre  estenose  do  ducto  colédoco. 
Alternativa  B:  INCORRETA.  O dreno de Penrose somente deverá ser retirado APÓS 
a  retirada  do  dreno  de  Kehr.  Isso  porque,  garantida  a  patência  do  colédoco,  ainda 
será  possível  a  existência/evolução  de  fístulização  biliodigestiva.  ​Alternativa  C: 
INCORRETA.  Uma  saída de > 500 mL é elevada e, por isso, ambos os drenos devem 
ser  mantidos.  ​Alternativa D: ​CORRETA. Uma das formas de se avaliar a patência do 
colédoco  com  o  dreno  de  Kehr  é  pela  colangiografia,  que  deverá  ser  realizada  em 
todos  os  pacientes  antes  da  retirada  do  dreno.  ​Alternativa  E:  INCORRETA.  Vide 
letra B.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Climatério 
 
72.  Em  relação  à  terapia  hormonal  da  pós-menopausa  (TH)  em  mulheres  com 
síndrome metabólica, está correto afirmar que a TH  
 
A)  oral  com  tibolona  tem  poucos  riscos  cardiovasculares  nas  mulheres  hipertensas, 
diabéticas e obesas acima dos 65 anos de idade. 
B)  estroprogestativa  nos  primeiros  anos  de  pós-menopausa  aumenta  os  riscos 
cardiovasculares nas mulheres com hipercolesterolemia. 
C) progestagênica em mulheres histerectomizadas aumenta os níveis pressóricos. 
D)  transdérmica  é  preferível  para  mulheres  com  hipertensão,  hipertrigliceridemia, 
obesidade, diabetes ou síndrome metabólica. 
E)  estroprogestativa  diminui  os  riscos  cardiovasculares  nas  mulheres  acima  dos  65 
anos de idade. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  A  terapia  hormonal  com  estrógenos  parece  exercer  efeito 
benéfico  sobre  os  níveis  de  HDL e LDL, melhorando o perfil lipídico, porém ocasiona 
elevação  nos  níveis  de  triglicerídeos  quando  administrada  por  via  oral.  Além  disso, 
pacientes  com  hipertensão  devem  também  ter  preferência  pela  via  parenteral, 
evitando  os  efeitos  da  primeira  passagem  hepática  no  sistema  renina-angiotensina, 
sendo  prioritária  ainda  a  escolha  pela  terapia  transdérmica  que  parece  diminuir  a 
atividade  simpática,  promovendo  redução  na  PA.Nesse  sentido,  na  mulher  com 
sintomas  climatéricos, a TH pode contribuir para melhora do quadro metabólico e do 
risco  cardiovascular  das  pacientes,  obviamente  quando  associada  a  mudanças  de 
estilo  de  vida  com  promoção  da  perda  de  peso  e  inserção  de  hábitos  saudáveis. 
Alternativa  A:  ​Falso.  A  administração  por  via  oral  não  é  a  indicada  para  pacientes 
com  síndrome  metabólica.  Além  disso,  a  prescrição  de  tibolona  é  feita,  na  maioria 
das  vezes,  na  vigência  de  uma  queixa  de  libido.  Além  disso,  os  efeitos 
cardiovasculares deletérios foram relatados de forma mais significativa em pacientes 
com  idade  superior  a  65  anos.  ​Alternativa  B:  Falso.  Nos  primeiros  2  a  3  anos  pós 
menopausa,  a  terapia  hormonal  parece  reduzir  os  riscos  cardiovasculares. 
Alternativa  C:  ​Falso.  Não  há  recomendação  para uso de progesterona em pacientes 
histerectomizadas,  uma  vez  que  a  função  deste  hormônio  na  TH  é  apenas  a 
prevenção  de  CA  endometrial  na  vigência  de  terapia  estrogênica.  ​Alternativa  D: 
Verdadeiro.  A via transdérmica é a preferível no caso de distúrbios metabólicos, uma 
vez  que evita a primeira passagem hepática e parece ter melhores resultados no que 
diz  respeito  a  redução  da  pressão  arterial.  ​Alternativa  E: Falso. Há um aumento dos 
riscos cardiovasculares quando iniciamos a TH em idade superior a 63 anos.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Diabetes e gestação 
73.  Gestante  de 25 semanas, com teste oral de tolerância à glicose compatível com 
diabetes  gestacional,  foi  orientada  a  fazer  dieta  e  atividade  física  e  vem  seguindo 
rigorosamente  as  orientações.  Está  monitorando  a  glicemia  capilar  em  seu 
domicílio.  Na  consulta  do  mês  seguinte,  apresenta  glicemias  de  jejum  entre  96  e 
120 mg/dL e pós-prandiais entre 142 e 180 mg/dL. Indica-se  
 
A) introdução de insulina. 
B) introdução de metformina. 
C) manutenção da dieta e exercícios físicos sem alterações. 
D) redução da ingestão de calorias e introdução de metformina. 
E) aumento da atividade física e introdução de metformina. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  O  diagnóstico  de  diabetes  gestacional  é  estabelecido 
quando  a  glicemia  de  jejum  for  ≥  92mg/  dL  e  ≤  125mg/dL  ou  pelo  menos  um  dos 
valores  do  TOTG  com  75g,  realizado  entre  24  e  28  semanas  de  idade  gestacional, 
for  ≥  a  92mg/dL  no  jejum;  ≥  a  180mg/dL  na  primeira  hora;  ≥  a  153mg/dL  na 
segunda  hora.  O  TOTG  75g  é  preconizado  para  todas  as  gestantes  que  não 
apresentaram  critérios  para  o  diagnóstico  de  DMG  ou  DM  no  início  da  gravidez. 
Nesse caso, tem-se uma paciente com diabetes gestacional, com valores de glicemia 
fora  das  metas  preconizadas:  glicemia  jejum < 95 mg/dL, 1h < 140 mg/dL, 2h < 120 
mg/dL.  A  conduta  adequada  é  a  introdução  de  insulinoterapia,  com  dose  inicial  de 
NPH  0,3-0,5  U/kg,  podendo  associar  com  uma  insulina  rápida  caso seja necessário. 
Alternativa  A:    CORRETA.  Explicação  na  dica  do  professor.  ​Alternativa  B: 
INCORRETA.  A  utilização  de  hipoglicemiantes  orais,  como  a  metformina,  em 
diabetes  gestacional  ainda  é  um  assunto  muito  polêmico.  Grande  parte  das 
literaturas  afirma  que  eles  não  devem  ser  utilizados  durante  a  gestação,  enquanto 
outras  citam  que  algumas  drogas  podem  ser  utilizadas,  como  a  metformina  para 
pacientes  com  diabetes  gestacional,  controle  glicêmico  inadequado  e  glicemia  de 
jejum  <  140  mg/dL  e  de  2h  <  200  mg/dL.  ​Alternativa  C:  INCORRETA.  Há 
necessidade  de  intervenção,  visto  que,  mesmo  com  a  dieta  e  a  atividade  física,  o 
controle  glicêmico  não  foi  atingido.  ​Alternativa  D:  INCORRETA.  A  quantidade 
mínima  de carboidratos recomendada na gestação é de 175 g por dia. ​Alternativa E: 
INCORRETA.  Os  exercícios  físicos  preconizados  são  aqueles  de  baixo  impacto, 
durante  25-30  minutos,  em  até  quatro  vezes  por  semana  para  as  gestantes  que  já 
praticavam  exercício  anteriormente.  Para  quem  não  praticava,  recomenda-se 
realizar 15-30 minutos de atividade física diária.  
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Distopias genitais 
 
74.  Comparando-se  as  queixas  clínicas de pacientes com prolapso genital estádio I 
a IV, pode-se observar que mulheres com estadio 
 
A) I têm mais dificuldade em segurar flatos.  
B) II têm mais obstipação intestinal.  
C) IV têm mais dificuldade em esvaziar a bexiga. 
D) III têm mais perda de urina aos esforços.  
E) I têm mais sangramento por úlcera de decúbito. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
DICA  DO  PROFESSOR:  As  causas  de  prolapso  dos  órgãos  pélvicos  (POP)  são 
multifatoriais  e  contribuem  para  o  enfraquecimento  do  tecido  conjuntivo  e  dos 
músculos  de  sustentação  pélvica,  bem  como  para  a  lesão  neural.  O  estágio  I  é  o 
prolapso  mais  de  1cm acima do hímen, o estágio II aquele prolapso entre 1cm acima 
e  1cm  abaixo  do  hímen,  o  estágio  III  é  o  prolapso  mais  de  1cm abaixo do hímen e o 
estágio  IV  o  prolapso  total.  Pacientes  com  POP  podem  apresentar  sintomas 
relacionados  especificamente  às  estruturas  prolapsadas,  como  protuberância  ou 
pressão  vaginal  ou  com  sintomas  associados,  incluindo  disfunção  urinária, 
defecatória  ou  sexual.  ​Alternativa  A:  INCORRETA.  Os  sintomas  defecatórios  são 
menos  prevalentes  no  estágio  I.  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  Os  sintomas 
defecatórios  podem  estar  presentes  em  mulheres  com  qualquer  local  anatômico  de 
prolapso,  embora  tendam  a  ser  mais  comumente  associados  a  defeitos  posteriores 
ou  apicais.  Mulheres  com  prolapso  em  estágio  I  são  as  menos  propensas  a  precisar 
de  tala  (esforço  ou  necessidade  de  aplicar  pressão  digital  na  vagina  ou  no  períneo 
para  evacuar  completamente)  para  defecar  (8  a  15%),  mas  a  probabilidade  de 
sintomas  de  tala  não continuam a aumentar com o avanço do prolapso, acometendo 
igualmente  nos  estágios  II,  III  e  IV  (  de  20  a  38%).  ​Alternativa  C:  ​CORRETA.  À 
medida  que  o  prolapso  avança,  as  mulheres  podem  experimentar  melhora  na 
incontinência  urinária  de  esforço  (IUE),  mas  aumentam  a  dificuldade  de  esvaziar, 
com  prevalência  maior  no  estágio  III  e  IV.  ​Alternativa  D:  INCORRETA.  Os  sintomas 
de  incontinência  urinária  de  esforço  (IUE)  coexistem  frequentemente  com  prolapso 
estágio  I  ou  II.  ​Alternativa  E:  ​INCORRETA.  Os  sintomas  tendem  a  ser  mínimos  no 
prolapso  de  estágio  I.  Quanto  maior  o  estágio,  a  exposição  da mucosa vaginal pode 
torná-la  ressecada,  fina,  cronicamente  inflamada  e,  secundariamente,  infectada, 
ulcerada  e  sangrante  constituindo  a  “úlcera  de  decúbito”.  O  tecido  vaginal  é 
examinado para ulceração em pacientes com prolapso para ou além do hímen.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Doenças benignas da mama 
 
75.  Mulher  de  45  anos  de  idade  queixa-se  de  saída  de  secreção  amarelada  pelos 
mamilos.  Refere  menopausa  aos  43  anos  e,  desde  então,  faz  uso  de  terapia 
estroprogestativa  por  adesivos  transdérmicos.  Ao  exame,  observa-se  saída  de 
secreção  espessa  e  esverdeada,  por  vários  ductos  em  ambos  os  mamilos,  durante 
expressão. O diagnóstico mais provável é de 
 
A) adenoma de hipófise.  
B) carcinoma ductal invasivo.  
C) ectasia ductal. 
D) alterações fibrocísticas de mamas. 
E) carcinoma in situ. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
DICA  DO  PROFESSOR:  Quando  estivermos  frente  a  uma  paciente  com  queixa  de 
derrame  papilar,  devemos  sempre  questionar  se  a  secreção  ocorre  de  forma 
espontânea  (indício  patológico)  ou  se  ocorre  após  expressão  mamária  (indício  de 
derrame  funcional).  O  primeiro  passo  da  investigação  é  excluir  que  se  trata  de 
galactorreia.  Caso  o  seja,  deve-se  solicitar  a  dosagem  de  prolactina  sérica  e 
investigar  hiperprolactinemia.  As  principais  causas de derrame papilar não funcional 
são:  ectasia  ductal,  papiloma  intraductal  e  câncer.  A  ectasia  ductal  é  comum  na  5ª 
década  de  vida  e  em  mulheres  tabagistas,  mas  trata-se  de  lesão benigna, que pode 
estar  associada  a  processo  inflamatório  crônico. A secreção tende a ser esverdeada, 
bilateral,  e  decorre  de  dilatação  dos  ductos  terminais  da  mama.  O  papiloma 
intraductal  é  um  tumor  benigno  formado  pela  proliferação  de  células  ductais,  e  a 
principal  causa  de  derrame  papilar  sanguinolento  e unilateral. Pode inclusive ocultar 
um  carcinoma  in  situ.  O  carcinoma  intraductal  raramente  se  manifesta  por  derrame 
papilar,  mas  caso  ocorra,  o  derrame  tende  a  ser  aquoso,  com  aspecto  em  “água  de 
rocha”.  ​Alternativa  A:  INCORRETA.  De  acordo  com  as  informações  do  caso  a 
secreção  não  é  compatível  com galactorreia, o que afasta o diagnóstico de adenoma 
hipofisário.  Alternativa  B: ​INCORRETA. O aspecto do derrame papilar observado no 
carcinoma  ductal  invasivo  é  aquoso,  em  “água  de  rocha”,  diferentemente  do que foi 
descrito  pelo  caso.  ​Alternativa  C:  ​CORRETA.  Devemos  sempre  pensar  em  ectasia 
ductal  como  causa  de  derrame  papilar  de  coloração  esverdeada  bilateral  em 
mulheres  na  5ª  década  de  vida.  ​Alternativa  D:  INCORRETA.  As  alterações 
fibrocísticas  da  mama  em  geral  não  são  causas  de  derrame  papilar.  ​Alternativa  E: 
INCORRETA.  O  carcinoma  in  situ  poderia  ser  achado  subjacente  a  um  papiloma 
intraductal, mas as características do derrame contradizem essa suspeita.  
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
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ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Doenças das adrenais 
 
76.  Mulher  de  28  anos  apresenta  síndrome  de  Cushing  associada  a  carcinoma  de 
adrenal secretor de cortisol. Dos abaixo, os achados MENOS prováveis são: 
 
A) Osteopenia e fraqueza muscular. 
B) Hirsutismo e ganho de peso.  
C) Depressão e hipertensão arterial. 
D) Intolerância à glicose e acne. 
E) Hipercalemia e hiperpigmentação cutânea. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO PROFESSOR: Estamos diante de uma questão que aborda a síndrome de 
Cushing  associada  a  carcinoma  de  adrenal  secretor  de  cortisol  em  uma  mulher  de 
28  anos.  Em  adultos,  os  sinais  e  sintomas  mais  sugestivos  da  presença  de 
hipercortisolismo  incluem  fraqueza  muscular  proximal,  pletora  facial,  perda  de 
massa  muscular  em  membros  com  aumento  de  gordura  no  abdome  e  rosto,  estrias 
arroxeadas  largas,  hematomas  sem  trauma  óbvio.  Irregularidades  menstruais  são 
comuns  em  mulheres  com  síndrome  de  Cushing,  bem  como  sinais  de  excesso  de 
androgênio,  uma  vez  que  as  glândulas adrenais são a principal fonte de andrógenos 
em  mulheres  -  hirsutismo,  aumento  de  oleosidade  facial  e  acne,  virilização.  A 
hiperpigmentação  é  induzida  pelo  aumento  da  secreção de ACTH, não de cortisol, e 
não  ocorre  em  pacientes  com  tumores  adrenais  em  que  a  secreção  de  ACTH  é 
suprimida.  A  intolerância  é  comum  na  síndrome  de  Cushing  pela  estimulação  da 
gliconeogênese  pelo  cortisol  e  resistência  periférica  à  insulina  aumentada  pela 
obesidade.  A  hipertensão  e  dislipidemia  são  comuns  em  pacientes  com  a síndrome, 
que  têm  aumento  do  risco  cardiovascular.  A  patologia  também  causa  redução  da 
absorção  intestinal  de cálcio, diminuição da formação óssea, aumento da reabsorção 
óssea  e  diminuição  da  reabsorção  renal  de  cálcio,  provocando  osteoporose.  Podem 
ocorrer  vários  sintomas  neuropsicológicos,  incluindo  insônia,  depressão  e  perda  de 
memória.  Os  sintomas  de  doença  psiquiátrica  ocorrem  em  mais  da  metade  dos 
pacientes  com  síndrome  de  Cushing  de  qualquer  etiologia  e  são,  portanto, 
presumivelmente  causados  ​por  excesso  de  cortisol.  ​Alternativa  A:  ​CORRETA.  A 
síndrome  de  Cushing  leva  à  osteopenia  e  fraqueza  muscular.  Alternativa  B: 
CORRETA.  Hirsutismo  e  ganho  de  peso  ocorrem  na  síndrome  apresentada. 
Alternativa  C:  ​CORRETA.  Pacientes  com  síndrome  de  Cushing  podem  apresentar 
depressão  e  hipertensão  arterial.  Alternativa  D:  ​CORRETA.  Intolerância  a  glicose  e 
acne  são  manifestações  clínicas  da  Síndrome  de  Cushing.  ​Alternativa  E: 
INCORRETA.  Pacientes  com  Cushing  apresentam  hipocalemia,  que  decorre  da 
perda  de  potássio  pela  ação  do  cortisol  no  receptor  mineralocorticoide  renal.  Já  a 
hiperpigmentação  cutânea  na  síndrome  de  Cushing  pode  ocorrer  quando  a  causa 
base  é  a  secreção  ectópica  de  ACTH  -  não  é  a  causa  dessa  paciente,  que  tem 
síndrome de Cushing devido a doença adrenocortical primária.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra E. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Doenças Glomerulares 
 
77.  Em  40  a  50%  dos  casos,  há  hematúria  macroscópica  acompanhando  infecção 
de  vias  aéreas  superiores  (hematúria  sinfaringítica).  Em  30  a  40%,  a  hematúria  é 
microscópica  com  proteinúria  leve.  Em  menos  de  10%  ocorre  síndrome  nefrótica 
ou glomerulonefrite rapidamente progressiva. O texto refere-se a 
 
A) Nefropatia por IgA. 
B) Síndrome de Alport. 
C) Amiloidose renal. 
D) Glomerulonefrite difusa aguda pós estreptocócica. 
E) Glomerulonefrite membranoproliferativa. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  A  patologia  que  se  expressa  em  metade  dos  casos  com 
hematúria  macroscópica  acompanhando  infecções  de  vias  aéreas  superiores  é  a 
Nefropatia  por  IgA,  também  chamada  de  doença  de  Berger.  Devemos  diferenciá-la 
da  glomerulonefrite  difusa  aguda  (pós  estreptocócica)  em  que  o  quadro  renal 
costuma  ocorrer  um  pouco  mais  tardiamente  -  cerca de 10 a 14 dias - ao quadro de 
infecção  por  estreptococos.  Em  menos  de  40%  dos  pacientes  há  hematúria 
microscópica  e  proteinúria  leve  e  em  menos  de  10%  há  síndrome  nefrótica  ou 
glomerulonefrite  rapidamente  progressiva,  com  perda  da  função  renal.  ​Alternativa 
A:  ​CORRETA.  A  nefropatia  por  IgA  apresenta  em  até  metade  dos  casos  a 
manifestação  de  hematúria  macroscópica  1  ou  2  dias  depois  de  infecção  de  vias 
aéreas  superiores,  caracterizando  a  hematúria  sinfaringítica.  ​Alternativa  B: 
INCORRETA.  A  síndrome  de  Alport  caracteriza-se  por  nefropatia  hereditária 
geralmente  associada  a  surdez  neurossensorial  e  alterações  oculares.  O  quadro 
renal  é  caracterizado  por  proteinúria  e/ou  hematúria  intermitentes,  com  curso 
crônico  e  progressivo  para  insuficiência  renal.  ​Alternativa  C:  INCORRETA.  Na 
amiloidose  renal,  a  maioria  dos  pacientes  têm  depósitos glomerulares e apresentam 
proteinúria  tipicamente  nefrótica  e,  em  geral,  acompanhada  de  edema.  ​Alternativa 
D:  ​INCORRETA.  O  quadro  de  glomerulonefrite  difusa  aguda  pós  estreptocócica 
apresenta  o  quadro  renal  cerca  de  10  a  14  dias  após  o  quadro  de  infecção 
estreptocócica.  ​Alternativa  E:  INCORRETA.  A  glomerulonefrite 
membranoproliferativa  é  na  maioria  dos  casos  de  etiologia  secundária  a  outra 
patologia  (associação  clássica  com  o vírus C) e cursa com padrão nefrítico-nefrótico: 
hematúria e proteinúria elevada. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Doenças na Gestação 
 
78.  Para  tratamento  conservador  da  gravidez  ectópica  íntegra,  é  correto  afirmar 
que 
 
A)  a  embolização  de  artérias  uterinas  é  indicada  nos  casos  de  massa  anexial  em 
expansão. 
B)  o  cloreto  de  potássio  pode  ser  injetado  em  massa  anexial  que  for  menor  que  3 
cm. 
C)  o  misoprostol  pode  ser  empregado  por  via  vaginal  nos  casos  em  que  a  massa 
anexial é inferior a 3 cm e não há batimentos cardíacos fetais.  
D)  o  metotrexato pode ser usado por via intramuscular se a massa tubária for menor 
que 3,5 cm e o beta-hCG menor que 5.000 mUI/mL.  
E)  a  exérese  do  segmento  tubário  afetado  por  meio  de  videolaparoscopia  preserva 
mais adequadamente o futuro reprodutivo. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  A  questão  aborda  o  tratamento  conservador  da  gravidez 
ectópica  íntegra.  Embora  o  tratamento  cirúrgico  seja  o  padrão  ouro,  o  tratamento 
expectante  ou  com  metotrexato  (MTX)  podem  ser  realizados  em  alguns  casos.  O 
MTX  é  escolhido  quando  a  gestante  apresenta  estabilidade  hemodinâmica;  a 
concentração  sérica  de  gonadotrofina  coriônica  beta-humana  (hCG)  está  ≤  5000 
UI/mL;  não  foi  detectada  atividade  cardíaca  fetal  no  ultrassom  transvaginal;  as 
massas  ectópicas  são  menores  que  3  a  4  cm;  as  pacientes  entendem  os  riscos  da 
gestação  ectópica  e  estão  dispostas  a  seguir  o  acompanhamento,  tendo  acesso  a 
serviço  de  emergência  se  necessário.  Em  geral,  é  administrada  uma  dose 
intramuscular  de  MTX  (dia  1),  e  o  acompanhamento  é  feito  pela medida do hCG. Se 
houver  um  declínio  ≥  15%  de  hCG  dos  dias  7  a  14,  deve-se  verificar  o  hCG 
semanalmente  até  que  o  nível  seja  indetectável.  Se  o  declínio  for  menor  que  isso, 
deve-se  realizar  uma  nova  dose  de  MTX.  Se o hCG estiver subindo, deve-se realizar 
uma nova ultrassonografia. ​Alternativa A: INCORRETA. Massa anexial em expansão 
é  um  sinal  de  que  pode  haver  ruptura  iminente,  e  nesse  caso  não  está  indicado  o 
tratamento  conservador  da  gravidez ectópica. ​Alternativa B: ​INCORRETA. O uso de 
cloreto  de  potássio  ainda  não  está  bem  estabelecido.  Alguns  autores  sugerem 
utilizá-lo  quando  há  batimentos  cardíacos  fetais,  em  gravidez  heterotópica  ou 
gestação  ectópica  intersticial.  ​Alternativa  C:  ​INCORRETA.  Misoprostol  não  é  eficaz 
para  o  tratamento  de  gestações  extrauterinas.  ​Alternativa  D:  CORRETA.  O  MTX  é 
escolhido  quando  a  concentração  sérica  de  gonadotrofina  coriônica  beta-humana 
(hCG)  está  ≤  5000  UI/mL;  não  foi  detectada  atividade  cardíaca  fetal  no  ultrassom 
transvaginal;  as  massas  ectópicas  são  menores  que  3  a  4  cm.  ​Alternativa  E: 
INCORRETA.  A  salpingectomia  afeta  o  futuro  reprodutivo,  sendo  a  salpingostomia 
preferível para mulheres que ainda desejam engravidar.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Doenças testiculares benignas 
 
79.  Um  menino  de  12  anos,  hígido,  queixa-se de dor de forte intensidade, de início 
abrupto,  no  testículo  direito,  acompanhada  de  náuseas  e  vômitos,  há  5  horas. 
Estava  no  sítio  com  a  família.  Foi  levado  ao  pronto-socorro  da  cidade,  onde  foi 
descrito  que  estava  em  bom  estado  geral,  com  dor  intensa  à palpação do testículo 
direito,  que  apresentava  edema  acentuado.  O  testículo  direito  estava 
horizontalizado,  em  posição  elevada.  Foi  notada  também  ausência  do  reflexo 
cremastérico.  O  médico  plantonista  sabe  que  não  tem  disponibilidade  de  métodos 
de  imagem  no  hospital,  que,  no  entanto,  tem  centro  cirúrgico  equipado  para 
procedimentos  de  pequeno  e  médio  porte.  Diagnóstico  mais  provável  e  melhor 
conduta, além de analgesia:  
 
A)  Torção  testicular  –  encaminhamento  para  centro  de  referência  da  região,  para 
confirmação diagnóstica e conduta pertinente. 
B) Torção testicular – exploração cirúrgica imediata. 
C) Orquiepididimite viral – analgesia, anti-inflamatório, repouso e cuidados locais. 
D)  Orquiepididimite  bacteriana  –  antibioticoterapia,  analgesia,  anti-inflamatório, 
repouso e cuidados locais. 
E)  Orquiepididimite  a  esclarecer  –  encaminhamento  para  centro  de  referência  da 
região, para confirmação diagnóstica e conduta apropriada. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  sempre  devemos  ter  duas  principais  hipóteses 
diagnósticas  diante  de  um  paciente  com  escroto  agudo:  orquiepididimite  e  torção 
testicular.  Apesar  de  a  USG  com  doppler  ser  o  exame  mais  específico  para  sua 
diferenciação,  o  exame  físico  consegue  nos  fornecer  dados  importantes,  sobretudo 
com  a  pesquisa  do  reflexo  cremastérico  e  do  sinal  de  Prehn.  Alternativa  A: 
Incorreto, diante da suspeita de torção testicular a conduta deve ser a cirurgia o mais 
precocemente  possível,  preferencialmente  antes  de  6h  do  início  do  quadro,  visando 
preservar  a  vitalidade  e  função  testicular.  ​Alternativa  B:  Correto,  a  descrição  de 
elevação  e  horizontalização  do  testículo  é  altamente  sugestiva  da  torção  testicular, 
assim  como  a  ausência  do  reflexo  cremastérico  e  a  manutenção  da  dor  com  a 
elevação  manual  do  testículo.  Diante  dessa  suspeita  a  conduta  deve  ser a cirurgia o 
mais  precocemente  possível,  com  objetivo  de  desfazer  a  torção  e  restaurar  a 
perfusão tecidual antes que haja necrose. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​DSTs e Úlceras genitais 
 
80. Considere a imagem abaixo.  
 

 
 
Esta imagem vista ao microscópio foi obtida, mais provavelmente, de  
 
A) secreção de lesão ulcerada no pênis.  
B) secreção purulenta de faringe. 
C) secreção uretral aguda.  
D) lesão esbranquiçada de unha. 
E) abscesso subcutâneo axilar. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  A  sífilis  é  uma  infecção  sexualmente  transmissível  (IST)  e, 
eventualmente,  transmitida  por  via  transplacentária  (congênita),  cujo  agente 
etiológico é o Treponema pallidum, uma espiroqueta. Pode ser classificada com base 
no  tempo  de  evolução  em:  recente  –  menos  de  1  ano  de  evolução  –  primária, 
secundária  e  latente  precoce;  e  tardia  –  mais  de 1 ano de evolução – latente tardia e 
terciária.  A  sífilis  primária  caracteriza-se  por  um  período  de  incubação  de  10  a  21 
dias,  e  manifesta-se  clinicamente  por  lesão  ulcerada,  única,  de  cor  rósea,  fundo 
limpo  e  brilhante,  não  associada  a  fenômenos  inflamatórios,  bordas  elevadas  e 
indolor.  Essa  lesão  é  denominada  cancro  duro,  surge  na  vagina,  vulva  ou  pênis  e 
frequentemente  é  acompanhada  de  adenopatia  regional  não  supurativa,  que  pode 
ser  o  primeiro  sinal  da  doença.  Dentre  os  exames  complementares  utilizados  na 
propedêutica  diagnóstica,  pode-se  solicitar  a  microscopia  de  campo  escuro.  Esse 
exame  é  indicado  para  análise  de  material  coletado  a  partir  de  lesão  ulcerada 
suspeita  de  sífilis  primária,  com  sensibilidade  que  pode  chegar  a  95%.  A  questão 
apresenta  uma  imagem  de  microscopia  de  campo  escuro,  na  qual  é  possível 
observar  espiroquetas,  bactérias  de  difícil  visualização  pelo gram e que, no contexto 
da  questão  nos  leva  a  pensar  que  se  trate  de  Treponema  pallidum.  Logo,  o  sítio  de 
coleta  desse  material  provavelmente  foi  um  cancro  duro  localizado  em  região 
genital.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​DSTs e Úlceras genitais 
 
81.  Paciente  de  18  anos  de  idade  refere  que  estava assintomática até 5 dias atrás, 
quando  notou  aparecimento  de  ferida  de  2  cm  na  vulva.  Refere  que  se  relaciona 
sexualmente com outras mulheres. Segundo o Ministério da Saúde, deve-se 
 
A) biopsiar a borda da úlcera antes de indicar tratamento. 
B)  coletar  sorologias  para  infeções  sexualmente  transmissíveis  para  orientar  o 
tratamento.  
C) coletar material da úlcera para exame a fresco para orientar o tratamento. 
D) medicar com aciclovir por via oral e tópica. 
E) medicar a paciente com penicilina e azitromicina. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  De  acordo  com  o  Ministério  da  Saúde,  diante  de  uma 
úlcera genital deve-se avaliar, inicialmente, se há infecção sexualmente transmissível 
como  causa  provável.  Nesse  caso,  a  resposta  seria  sim,  visto  que  a  paciente  se 
relaciona  sexualmente  com  outras  mulheres.  O  próximo  passo,  então,  é  avaliar  a 
disponibilidade  do  laboratório.  Se  não  houver,  questiona-se  se  há  histórico  ou 
evidência  de  lesões  vesiculosas.  Nesse  caso,  a  resposta  é  não.  Logo,  a  conduta  é 
tratamento  de  sífilis  e  cancróide.  Para  tratamento  da  sífilis,  utiliza-se  penicilina  G 
benzatina  2,4  milhões  UI,  IM,  dose  única  (1,2  milhão  UI  em  cada  glúteo).  Já  no 
cancróide,  a  primeira  opção  de  tratamento  é  azitromicina  500  mg,  2  comprimidos, 
VO,  dose  única  ou  ceftriaxona  500  mg,  IM,  dose  única.  A alternativa que contempla 
ambos  os  tratamentos  é  a  ""E"".  Se  houver  laboratório  disponível,  é  indicado  a 
realização  dos  seguintes  exames:  coleta  de  material  para  microscopia  (Gram  e 
Giemsa)  e  campo  escuro,  e  biologia  molecular,  quando  disponível.  ​Alternativa  D: 
INCORRETA.  O  aciclovir  é  utilizado  para  tratamento  da  herpes  genital  e  seria 
indicado, nesse caso, se houvesse história ou evidência de lesões vesiculosas.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra E. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Endometriose 
 
82.  Em  paciente  com  dor  pélvica  crônica  cujo  diagnóstico  clínico  é  de 
endometriose, espera-se encontrar, com maior frequência, focos de endometriose 
 
A) nas tubas uterinas. 
B) nos paramétrios laterais. 
C) no intestino delgado. 
D) nos ureteres. 
E) nos ligamentos uterossacros. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​intermediário. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  Endometriose  é  definida  como  glândulas  e  estroma 
endometriais  que  ocorrem  fora  da  cavidade  uterina.  As  lesões  geralmente  estão 
localizadas  na  pelve,  mas  podem  ocorrer  em  vários  locais,  incluindo  intestino, 
diafragma  e  cavidade  pleural.  Em  geral,  os locais mais comuns de endometriose, em 
ordem  decrescente  de  frequência, são os ovários, fundo de saco anterior e posterior, 
ligamentos  largos  posteriores,  ligamentos  uterossacros,  útero,  trompas  de  falópio 
(tubas  uterinas),  cólon  sigmóide  e  apêndice  e  ligamentos  redondos.  Locais  menos 
comumente  envolvidos  incluem  vagina,  colo  do  útero,  septo  retovaginal,  ceco,  íleo, 
canais  inguinais,  cicatrizes  perineais,  bexiga  urinária,  ureteres  e  umbigo  ​Alternativa 
A:  INCORRETA.  Não  é  o  local  de  maior  freqüência  dentre  as  opções. ​Alternativa B: 
INCORRETA.  Não  é  o  local  de maior freqüência. ​Alternativas C e D: ​INCORRETAS. 
É  um  dos  locais  menos  envolvidos.  ​Alternativa  E:  CORRETA.  É  o  local  de  maior 
frequência dentre as alternativas.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra E. 
 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Pediatria 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Epilepsia e crises convulsivas 
 
83.  A  interação  medicamentosa  entre  metoclopramida  e  prometazina  aumenta  o 
risco de  
 
A) efeitos extrapiramidais. 
B) bloqueio neuromuscular.  
C) lesão renal aguda. 
D) sangramento intestinal, úlceras pépticas. 
E) formação de precipitado de cálcio 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​difícil. 
DICA  DO PROFESSOR: A metoclopramida é um antiemético e apresenta, como um 
dos  efeitos  adversos,  os  sintomas  extrapiramidais  sendo  contraindicado  em 
pacientes  epiléticos  ou  que  estejam  recebendo  outros  fármacos  que  possam causar 
reações  extrapiramidais,  como  a  prometazina  (anti-histamínico),  visto  que  a 
frequência e intensidade destas reações podem ser aumentadas.  
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Espondiloartrites 
 
84.  Artrite  reativa  é  definida  como  artrite  que  se  desenvolve  logo  depois  de  uma 
infecção  em  outros  órgãos  que  não  sejam  as  articulações.  A  relação  de  germes 
mais frequentemente implicados no desenvolvimento da artrite reativa NÃO inclui  
 
A) Chlamydia pneumoniae. 
B) Staphylococcus aureus.  
C) Campylobacter jejuni. 
D) Clostridioses (antigo Clostridium) difficile. 
E) Chlamydia trachomatis. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  A  artrite  reativa  é  uma entidade pertencente ao grupo das 
espondiloartrites  soronegativas,  de  envolvimento  periférico  e  manifestações 
extra-articulares,  que  ocorre  após  infecções  geniturinárias  e  gastrintestinais, 
principalmente  em  adultos  jovens,  sem  predileção  por  sexo.  Os  principais  agentes 
considerados  etiológicos  da  artrite  reativa  são  os  germes  entéricos  (Salmonella, 
Shigella,  Yersinia,  Campylobacter,  Clostridium  difficile)  e  patógenos  geniturinários 
(Chlamydia  trachomatis).  Outras  bactérias  que  também  têm  sido  relatadas  são: 
Chlamydia pneumoniae, E. coli, Ureaplasma urealyticum e Mycoplasma genitalium. O 
BCG  intravesical  para  câncer  de  bexiga  também  tem  sido  associado  como  uma 
causa  rara.  Sendo  assim,  dentre  as  opções  apresentadas,  a  única  que  não  tem 
associação  com  a  artrite  reativa  é  o  Staphylococcus  aureus.  ​Alternativa  A: 
CORRETA.  A  Chlamydia  pneumoniae  está  associada à artrite reativa. ​Alternativa B: 
INCORRETA.  É  o  único  microrganismo  dentre  os  citados  não  associado  à  artrite 
reativa.  ​Alternativa  C:  CORRETA.  Campylobacter  jejunni  é uma das enterobactérias 
associadas  à  etiologia  da  artrite  reativa.  ​Alternativa  D:  ​CORRETA.  Infecções  por 
Clostridium  difficile  estão  associadas  ao  desenvolvimento  de  artrite  reativa. 
Alternativa  E:  ​CORRETA.  Chlamydia  trachomatis  é  o  principal  agente  infeccioso do 
trato geniturinário relacionado à artrite reativa. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Estudos Epidemiológicos 
 
85.  Com  os  dados  da  Pesquisa  Nacional  de  Saúde  (PNS),  foi  realizado  um  estudo 
para  identificar,  dentro  outras,  associações  da  dor  crônica  na  coluna  com 
características  sociodemográficas  e  estilos  de  vida,  por  sexo.  Concluiu-se  que  os 
dados  da  PNS  mostram  que,  aproximadamente,  um quinto da população brasileira 
referiu  dor  crônica  de  coluna.  Alguns  resultados  foram:  18,5%  da  população 
brasileira  referiram  dor  crônica  na  coluna,  sendo  15,5%  (IC95%  14,7-16,4)  em 
homens  e  21,1%  (IC95%  20,2–22,0)  em  mulheres.  Encontrou-se  um  valor  de  p  < 
0,01  na  associação  entre  dor  na  coluna  e  idade,  escolaridade  e  atividade  física 
(MALTA  et  al.,  Rev.  Saúde  Pública,  2017).  Com  base  nessas  informações,  este 
estudo 
 
A) teve como critério de inclusão: dor na coluna. 
B) é transversal.  
C) mostra que a prevalência do desfecho não diferiu segundo o sexo. 
D)  teve  intervalo  de  confiança  (IC)  muito  baixo  para  idade,  escolaridade  e  atividade 
física. 
E) nenhuma associação foi estatisticamente significativa. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  "A  questão  descreve  um  estudo  observacional  da 
frequência  e  distribuição  de  um  evento  na  população  brasileira,  no  qual  as 
observações  foram  mensuradas  uma  única  vez.  Vamos  às  alternativas.  ​Alternativa 
A:  Incorreta.  A  questão  descreve  um estudo de prevalência de dor crônica na coluna 
e  sua  associação  com  características  sociodemográficas  e  estilos  de  vida  por  sexo. 
Dor  crônica  na  coluna  é  o  desfecho  a  ser  observado,  não  se  trata  de  um  critério  de 
inclusão.  ​Alternativa  B:  ​Correta.  De  acordo  com  a  reflexão  sobre  o  desenho  de 
estudo  na  “dica  do  professor”,  percebemos  que  fatores  (características 
sociodemográficas,  estilo  de  vida)  e  efeito  (dor crônica na coluna) foram observados 
num  mesmo  momento  histórico,  portanto,  se  trata  de  um  estudo  transversal. 
Alternativa  C:  Incorreta.  A  prevalência  de  dor  crônica  na  coluna  foi  maior  em 
mulheres  (21,1%  vs. 15,5%). ​Alternativa D: Incorreta. No estudo foi utilizado o valor 
de  p  para  descrever  a  medida  de  significância  da  associação  entre  dor  na  coluna  e 
idade,  escolaridade  e  atividade  física.  Valores  de  p  <  0,05  apontam  significância 
estatística do resultado.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Estudos Epidemiológicos 
 
86.  De  acordo  com  a  United  States Preventive Services Task Force (USPSTF), uma 
recomendação  Grau  B,  como  auxílio  para  os  médicos  na  tomada  de  decisões 
clínicas  quanto  aos  cuidados  de  pacientes  idosos,  é  um  rastreio  do  aneurisma  da 
aorta  abdominal  por  ultrassonografia  em  homens  de  65  a  75  anos  que  sempre 
fumaram. Isso significa que a USPSTF  
 
A)  recomenda  o  serviço.  Há  uma  grande  certeza  de  que  o  benefício  é  moderado  ou 
há moderada certeza de que o benefício é moderado ou substancial. 
B) recomenda esse serviço. Há uma grande certeza de que o benefício é substancial.  
C) recomenda contra o serviço. 
D)  conclui  que  a  evidência  atual  é  insuficiente  para  o  balanço  entre  os  benefícios  e 
prejuízos  do  serviço.  A  evidência  é  escassa,  de  má  qualidade  ou  conflitante.  O 
equilíbrio entre benefícios e prejuízos não pode ser determinado. 
E)  recomenda  contra  o  uso  rotineiro  do  serviço.  Há  considerações  de  que  o  suporte 
deva  ser  providenciado  para  o  paciente  de  modo  individual.  Há  uma  grande  ou 
moderada certeza de que o benefício é pequeno. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  O  grau  de  recomendação  é  um  parâmetro,  com  base  nas 
evidências  científicas, aplicado a um parecer (recomendação), que é emitido por uma 
determinada  instituição  ou  sociedade.  Esse  parecer  leva  em  consideração  critérios 
como  viabilidade,  custos,  questões  políticas,  características  de uma população, além 
das evidências científicas. Por isso o grau de recomendação pode variar amplamente 
entre  as  diversas  instituições.""  De  acordo  com  o  USPSTF,  há  cinco  graus  de 
recomendação:  Grau  A  -  O USPSTF recomenda que se ofereça o serviço, pois existe 
extrema  certeza  de  que  o  benefício  é  substancial.  Sugestão  para  a  prática: 
oferecer/prover  esse  serviço.  Grau  B  -  O  USPSTF  recomenda  que  se  ofereça  o 
serviço,  pois  existe  moderada  certeza  de  que os benefícios variam de substanciais a 
moderados.  Sugestão  para  a  prática:  oferecer/prover  esse  serviço.  Grau  C  -  O 
USPSTF  recomenda  contra  a  oferta rotineira do serviço. Pode-se considerar a oferta 
do  serviço para pacientes individuais. Existe de substancial a moderada evidência de 
que  o  benefício  é  pequeno.  Sugestão  para  a  prática:  oferecer/prover  esse  serviço 
somente  se  tiver  outras  considerações  que  suportam  a  sua  oferta  para  pacientes 
individuais. 
Grau  D  -  O  USPSTF  recomenda  contra  a  oferta  do  serviço.  Existe  de  moderada  a 
muita  certeza  de  que  o  serviço  não  trás  benefício  ou  que  os  danos  superam  os 
benefícios.  Sugestão  para  a  prática:  desencorajar  a  prática  desse  serviço.  Grau I - O 
USPSTF  concluiu  que  a  atual  evidência  é  insuficiente  para  avaliar  os  benefícios  e 
danos  de  se  adotar  o  serviço.  A  evidência  está  faltando,  é  de  má  qualidade  ou 
conflituosa  e,  desse  modo,  impossível  de  determinar  os  benefícios  e  danos  da  sua 
adoção.  Sugestão  para  a  prática:  caso  seja  oferecida,  o  paciente  deveria  ser 
informado e estar ciente das incertezas sobre os danos e benefícios da intervenção. 
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Estudos Epidemiológicos 
 
87.  Em  uma investigação de surto com 5 casos de uma determinada doença, foram 
recrutados  pacientes  com  a  doença  e  pessoas  que  não  tiveram  a  doença.  Foram 
feitas  perguntas  sobre  os  fatores  de  risco/exposição  compatíveis  com  o  agente 
etiológico  da  doença  e  seu  modo  de  transmissão,  buscando-se  identificar  os 
fatores de risco associados. O estudo em questão é 
 
A) coorte. 
B) ecológico. 
C) caso controle. 
D) descritivo. 
E) inadequado, pelo número de casos. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  Estudos  epidemiológicos  possuem  desenhos  diferentes 
que  deverão  ser  analisados  e  estudados  para  que  seja  escolhido,  com  base  na 
hipótese  e  nas  variáveis  a  serem  estudadas,  o  tipo  que  melhor  se  adequa  aos 
objetivos.  De  forma  geral  são  divididos  em  analíticos,  os  quais  investigam  a 
associação  entre  fatores  de  risco  de  um  agravo  à  saúde  e  o  próprio  agravo,  e 
descritivos,  os  quais investigam a frequência e distribuição de um agravo à saúde na 
população  de  acordo  com  suas  características.  Além  disso, podem ser individuados, 
quando  estudam  o  indivíduo,  ou  agregados,  quando  estudam  a  população.  Podem 
ainda  ser  classificados  em  relação  à duração em transversais, nos quais os dados se 
referem  a  um  momento  específico  no  tempo,  ou  longitudinais,  quando  há 
acompanhamento  dos  participantes  do  estudo  em  mais  de  um  momento  no  tempo. 
Por  fim,  podem  ser  observacionais,  quando não há manipulação do fator em estudo, 
ou  de  intervenção,  quando  existe  manipulação  (o  pesquisador  exerce  alguma  ação 
sobre  os  participantes  do  estudo).  O  estudo em questão é longitudinal retrospectivo 
(avalia  os  fatores  de  risco  existentes  anteriormente  à  presença  da  doença), 
observacional  (não  exerce  nenhum  efeito  nos  sujeitos),  analítico  e  individuado. 
Alternativa  A:  INCORRETA.  O  estudo  de  coorte  é  longitudinal  prospectivo, 
observacional,  analítico  e  individuado,  que  parte de sujeitos saudáveis e acompanha 
ao  longo  do  tempo  para  observar  se  haverá  ou  não  desenvolvimento da condição X 
estudada.  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  O  estudo  ecológico  é  transversal,  agregado, 
observacional  e  descritivo.  Geralmente  ajuda  a  identificar  fatores que merecem uma 
investigação  mais  detalhada  por  meio  de  estudos  analíticos.  ​Alternativa  C: 
CORRETA.  Estudo  de  caso  controle  é  observacional,  longitudinal  retrospectivo, 
analítico  e  individuado  que  estuda  a  associação  entre  fatores  de  risco  e  agravos  à 
saúde  partindo  do  agravo  para  elucidar  os  fatores  de  risco.  ​Alternativa  D: 
INCORRETA.  Um  estudo  descritivo,  como  explicado,  investiga  a  frequência  e 
distribuição  de  um agravo à saúde na população de acordo com suas características. 
É  uma  característica  dos  estudos  e  não  um  subtipo  específico.  ​Alternativa  E: 
INCORRETA.  Estudos  de  caso-controle  são  especialmente vantajosos para doenças 
raras  (que  possuem  baixas  taxas  de  prevalência  e  incidência),  assim  como  para 
condições com grande período de latência.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Estudos Epidemiológicos 
 
88.  Um  marcador  sorológico  deve  predizer  a  ocorrência  de  uma  determinada 
doença  ou infecção, e diante de um resultado positivo, a probabilidade do indivíduo 
ser realmente doente é dado por  
 
A) especificidade. 
B) valor preditivo negativo.   
C) sensibilidade. 
D) valor preditivo positivo.  
E) precisão. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  Vamos  lembrar  conhecimentos  de  epidemiologia.  A 
sensibilidade  diz  respeito  à  probabilidade  de  um  indivíduo  avaliado  e  doente  de  ter 
seu  teste  alterado  (positivo),  ou  seja,  detecta  os  verdadeiros  positivos,  sendo  útil 
para  rastreamento.  A  especificidade  é  a  probabilidade  de  um  indivíduo  avaliado  e 
normal  ter  seu  teste  normal  (negativo),  ou  seja,  detecta  os  verdadeiros  negativos, 
sendo  útil  para  confirmação  diagnóstica.  O  valor preditivo positivo é a probabilidade 
de  um  indivíduo  avaliado  e  com  resultado  positivo  ser  realmente  doente.  Já  o  valor 
preditivo  negativo  é  a  probabilidade  de  um  indivíduo  avaliado  e  com  resultado 
negativo  ser  realmente  são.  Precisão  é  a  consistência  do resultado quando o exame 
se  repete.  Alternativa  A:  INCORRETA.  Específico  detecta  os  verdadeiros negativos. 
Alternativa  B:  INCORRETA.  Valor  preditivo  negativo  diz  respeito  a  diante  de  um 
resultado  negativo,  a  probabilidade  do  indivíduo  ser  realmente  são.  ​Alternativa  C: 
INCORRETA.  Sensível  detecta  os  verdadeiros  positivos  -  mas  também  os  falso 
positivos.  ​Alternativa  D:  CORRETA.  O  valor  preditivo  positivo  é  a  probabilidade  de 
um  indivíduo  avaliado  e  com  resultado  positivo  ser realmente doente. ​Alternativa E: 
INCORRETA. Precisão é a consistência do resultado quando o exame se repete.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra D. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Cirurgia geral 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Ética Médica 
 
89.  Uma  menina  de  18  anos  é  levada  ao  pronto-socorro  por  queixa  de  náuseas, 
vômitos  e  dor  epigástrica  leve  (desconforto).  Não  tem  outras  queixas  e  o  exame 
físico  é  normal.  A  adolescente  conta  ao  médico,  reservadamente,  que  os  sintomas 
apareceram  após  uso  abusivo  de  álcool  e  cannabis  (primeiro  uso,  voluntário),  em 
uma  festa.  Depois  de  medicada,  a  menina  apresenta  melhora  e  é  proposta  alta.  A 
mãe,  que  estava  na  área  de  espera,  entra  na  sala  de  atendimento  e  pergunta  ao 
médico  qual  é  o  diagnóstico  do  que  aconteceu  com  a  sua  filha.  O  médico  deve 
responder que  
 
A)  a  adolescente  fez  uso  abusivo  de  álcool,  o  que  é  comum  nessa  idade  e  não  tem 
problema maior. 
B) a menina realmente usou substância ilegal.  
C)  a  menina  teve  dor  inespecífica  (sindromicamente  chamada  de  dispepsia), 
devendo ser seguida ambulatorialmente, apenas 
D) não pode revelar nenhuma informação, em respeito ao sigilo médico. 
E)  houve  realmente  uso  de  substância  ilegal,  orientar  a  mãe  e  acionar  o  serviço 
social. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  O  capítulo  IX  do  Código  de  Ética  Médica  trata  do  sigilo 
profissional.  Ele  traz  no  Art.  73  que  é  vedado  ao  médico  revelar  fato  de  que  tenha 
conhecimento  em  virtude  do  exercício  de  sua  profissão,  salvo  por  motivo  justo, 
dever  legal  ou  consentimento,  por  escrito,  do  paciente.  Já  no  Art.  74,  é  vedado  ao 
médico  revelar  sigilo  profissional  relacionado  a  paciente  menor  de  idade, inclusive a 
seus  pais  ou  representantes  legais,  desde  que  o  menor  tenha  capacidade  de 
discernimento,  salvo  quando  a  não  revelação  possa  acarretar  dano  ao  paciente.  No 
caso  da  questão,  temos  uma  paciente  maior  de  idade,  consciente,  com  o  cognitivo 
preservado,  que  aparentemente  não  deseja  expor  o  que  houve  para  sua  família 
naquele  momento.  Assim,  a  conduta  médica  é  manter  o  sigilo  profissional. 
Alternativa  A:  INCORRETA.  O  médico  não  deve  revelar  o  que  houve,  mesmo  se 
tratando  de  uma  substância  lícita.  ​Alternativa  B:  INCORRETA.  É  vedado  ao  médico 
revelar  fato  de  que  tenha  conhecimento  em  virtude  do  exercício  de  sua  profissão. 
Alternativa  C:  INCORRETA.  O  médico  não  deve  mentir  sobre  o  diagnóstico  da 
paciente,  não  cabendo  a  ele  dizer  algo  sobre  o  caso,  que deve ser tratado em sigilo. 
Alternativa  D:  CORRETA.  O  médico  pode  afirmar  que  precisa  respeitar  o  sigilo 
médico,  se  tratando  de  paciente  maior  de  idade,  e,  ainda  que fosse menor de idade, 
com  capacidade  de  discernimento.  Alternativa  E:  ​INCORRETA.  O  médico  não  deve 
revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
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ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Fisiologia Menstrual 
 
90.  Paciente  de  18  anos,  IGIP  (parto  normal  há  2  anos),  em  união  consensual, 
refere  ciclos  menstruais  regulares  e  cólicas  menstruais  no  primeiro  dia  da 
menstruação  desde  o  parto,  que  não  melhoram  com  analgésicos.  Diagnóstico  e 
conduta indicados:   
 
A) Dismenorreia primária − dosar CA125 e prescrever dienogeste.  
B) Dismenorreia secundária − prescrever anti-inflamatórios não hormonais.  
C) Endometriose − indicar videolaparoscopia.  
D) Dor pélvica crônica − prescrever fisioterapia pélvica.  
E) Adenomiose − prescrever análogos de GnRH. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  A  dismenorreia  pode  ser  dividida  em  duas  categorias: 
primária  e  secundária.  A  dismenorreia  primária  refere-se  à  dor  recorrente  durante a 
menstruação,  sem  que  haja  uma  doença  que  explique  o  sintoma.  Por  outro  lado,  a 
dismenorreia  secundária  consiste  na  dor  durante  a  menstruação  que  pode  ser 
explicada  por  alguma  doença,  como  endometriose,  adenomiose  ou  miomatose 
uterina.  A  dismenorreia  primária  geralmente  se  apresenta  a  partir  da  adolescência, 
com  o  estabelecimento  dos  ciclos  ovulatórios.  Já  a  secundária  pode  surgir  mais 
tardiamente,  a  depender  do  momento  de  início  da  patologia  associada.  De  modo 
geral,  a  dismenorreia  primária  é  um  diagnóstico  de  exclusão,  portanto  deve-se 
sempre  investigar a presença de doença pélvica subjacente ao processo por meio da 
história  clínica  e  exame  físico  detalhado.  ​Alternativa  A:  INCORRETA.  O diagnóstico 
de  dismenorreia  primária  só  pode  ser  estabelecido  quando  todas  as  possibilidades 
diagnósticas  forem  excluídas.  ​Alternativa  B:  ​CORRETA.  Até  prova  em  contrário, 
trata-se  de  dismenorreia  secundária. Cerca de 80% das pacientes com dismenorreia 
respondem  ao  tratamento  com  AINEs,  que  são  os  pilares  da  abordagem  à 
dismenorreia  juntamente  com  os  anticoncepcionais  hormonais.  ​Alternativa  C: 
INCORRETA.  A  história  não  apresenta  elementos  suficientes  para  o  diagnóstico  de 
endometriose.  Além  disso,  a  videolaparoscopia  não  estaria  indicada  no  momento, 
devendo  ser restrita aos casos graves e refratários ao tratamento clínico. Alternativa 
D:  INCORRETA.  A  dor  pélvica crônica é caracterizada por durar de três a seis meses 
ou  mais,  sem  relação  com  gravidez  e  não  cíclica.  Segundo  as  informações  do 
enunciado  trata-se  de  uma  dor  cíclica  que  ocorre  no  período  menstrual 
(dismenorreia).  ​Alternativa  E:  INCORRETA.  Novamente,  não  há  elementos 
suficientes  para  o  diagnóstico  de  adenomiose.  Trata-se  de  um  diagnóstico 
histológico,  feito  pela  análise  histopatológica,  e  sugerido  por  achado  clínicos 
(sangramento  intenso,  dismenorreia  com  útero  uniformemente  aumentado)  e 
exames de imagem (USG transvaginal e RNM).  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica 
ASSUNTOS  RELACIONADOS:  ​Hipertensão  Arterial  Sistêmica  (Primária  e 
Secundária) 
 
91.  O  tratamento  de  hipertensão  em  lactante,  no  puerpério,  será  MENOS  seguro 
para o lactente, com o uso de  
 
A) alfametildopa. 
B) captopril. 
C) valsartana. 
D) hidroclorotiazida. 
E) nifedipina. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​difícil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  questões  sobre  uso  de  medicamentos  na  gestação  são 
frequentes  e  todo  aluno  já  deve  ter  na  ""ponta  da  língua""  quais  anti-hipertensivos 
são  indicados  ou  proscritos  na  gestação;  porém  devemos  lembrar  que  essas 
restrições  mudam  no  período  pós  parto  e  ficar  atentos  na  prescrição  de  novos 
medicamentos,  evitando  aqueles  sem  comprovação  de  não  ter  passagem  pelo  leite 
materno. ​Alternativa A: Incorreto, a alfametildopa é de muito baixo risco para uso na 
lactação.  ​Alternativa  B:  Incorreto,  apesar  de  ser  contraindicado  durante  a gestação, 
os  iECA  têm  seu  uso  liberado  na  lactação.  ​Alternativa  C:  ​Correto,  ainda  não  há 
estudos  suficientes  demonstrando  se  há  excreção  desse  medicamento  no  leite 
materno;  devido  a  possíveis  efeitos  adversos,  seu  uso  deve  ser  evitado  para 
pacientes  amamentando.  ​Alternativa  D:  Incorreto,  esse  medicamento  é  de  muito 
baixo  risco  e  tem  seu  uso  liberado  na  amamentação.  ​Alternativa  E:  Incorreto,  esse 
medicamento é de muito baixo risco e tem seu uso liberado na amamentação.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra C. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica 
ASSUNTOS  RELACIONADOS:  ​Hipertensão  Arterial  Sistêmica  (Primária  e 
Secundária) 
 
92.  Um  homem  de  50  anos,  previamente  hígido,  é  diagnosticado  com  hipertensão 
primária,  estágio  1.  O  exame  físico  não  mostra  outras  alterações  significativas,  e o 
risco  cardiovascular  é  baixo.  Mantém-se  hipertenso,  com  leve  aumento da pressão 
sistólica  e  diastólica,  mesmo  após  atingir  os  objetivos  do  tratamento  não 
medicamentoso. O médico decide iniciar terapia com medicação. A escolha MENOS 
adequada, nesse caso, consiste no uso de  
 
A) bloqueadores de canal de cálcio. 
B) beta bloqueadores. 
C) Inibidores da enzima de conversão da angiotensina.  
D) diuréticos. 
E) bloqueadores de receptor da angiotensina II. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil.. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  Os  fármacos de primeira linha para o tratamento inicial em 
monoterapia  da  HAS  primária,  segundo  as  Diretrizes  Brasileiras  de  Hipertensão 
Arterial,  são  os  diuréticos,  iECA,  bloqueadores  de  canal  de cálcio e bloqueadores de 
receptor  de  angiotensina.  Alternativas  A, C, D e E: Incorreto, esse fármaco faz parte 
da  primeira  linha  de tratamento, como mencionado acima. Alternativa B: Correto. Os 
BB  não  são  indicados  em  monoterapia  para  o  tratamento  da  HAS  primária,  exceto 
em casos de arritmias supraventriculares, enxaqueca ou insuficiência cardíaca.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra B. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Ginecologia e Obstetrícia 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​HPV e Câncer de colo uterino 
 
93.  Mulher  de  39  anos  de  idade,  IIG,IIP,  apresenta  lesão  intraepitelial  de  alto  grau 
de  colo  do  útero  em  exame  citológico.  A  colposcopia  identifica  área  de  mosaico 
adentrando  o  canal  endocervical.  A  biópsia  da  lesão  é  compatível  com  micro 
invasão estromal. O passo seguinte é  
 
A) histeroscopia diagnóstica.  
B) histerectomia total.  
C) repetir colposcopia com estrogenioterapia.  
D) curetagem uterina. 
E) conização. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  Os  diagnósticos  citopatológicos de lesão de alto grau não 
podendo  excluir  microinvasão  ou  carcinoma  epidermóide  invasor  são  infrequentes. 
""O  carcinoma  microinvasor  constitui  o  estadiamento  IA  da  Federação Internacional 
de  Ginecologia  e  Obstetrícia  (FIGO)  e  também  é  denominado  microcarcinoma.  É 
uma  lesão  definida  microscopicamente  e  subdivide-se  em  duas  categorias  ou 
estádios:  IA1  (profundidade  de  invasão  ≤  3mm  e extensão ≤ 7mm no epitélio) e IA2 
(profundidade  de  invasão  >3  e  ≤  5mm  e  extensão  ≤  7mm  no  epitélio).  Medidas  de 
profundidade  de  invasão  >  5mm  ou  extensão  >  7mm  caracterizam  estádios a partir 
de  IB.  O  diagnóstico  de  carcinoma  microinvasor  é  realizado  através  da  conização 
(excisões  tipos  1,  2  ou  3),  desde  que  as  margens  cirúrgicas  estejam  livres.  Alguns 
autores  recomendam  que  a  conização  seja  efetuada  utilizando-se  o  bisturi frio, pois 
as  técnicas  eletrocirúrgicas  (uso  do  eletrodo  em  alça  ou  agulha)  propiciam  maior 
probabilidade  de  fragmentação  do  espécime  e  pela  presença  de  artefatos  térmicos 
que  podem  dificultar  a  avaliação  da  profundidade  de  invasão  e  do  envolvimento  de 
espaços  linfo  vasculares.""  Alternativa  B:  INCORRETA.  A  histerectomia  total  com 
linfadenectomia pélvica (classe II de Piver) é preconizada para os estádios IA2.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra E. 
 
 
 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Medicina Preventiva e Social 
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ ​Imunizações e calendário vacinal 
 
94.  Segundo  o  Calendário  Nacional  de  Vacinação, as vacinas para pessoas com 60 
anos ou mais, além da vacina anual contra influenza, são:  
 
A) hepatite B, febre amarela, dupla adulto, pneumocócica 23 valente. 
B) tríplice viral, febre amarela, pneumocócica 15 valente.   
C) meningocócica C, hepatite B, febre amarela, dupla adulto. 
D) hepatite A, dupla adulto, febre amarela, pneumocócica 10 valente (conjugada). 
E)  DTP  (difteria,  tétano  e  coqueluche),  febre  amarela,  pneumocócica  10  valente 
(conjugada). 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA DO PROFESSOR: Segundo o Calendário Nacional de Vacinação do Ministério 
da  Saúde,  são  cinco  as  vacinas  disponíveis  para  pessoas  com  60  anos  ou  mais: 
Hepatite  B  3  doses,  Febre  amarela  dose  única  (ambas  devendo  verificar  situação 
vacinal  anterior), dupla adulto (dT) reforço a cada 10 anos, Pneumocócica 23 valente 
(previne  pneumonia,  otite,  meningite  e  outras  doenças  causadas  pelo  Pneumococo) 
–  reforço  (a  depender  da  situação  vacinal  anterior)  -  A  vacina  está  indicada  para 
população  indígena  e  grupos-alvo  específicos,  como  pessoas  com  60  anos  e  mais 
não  vacinados  que  vivem  acamados  e/ou  em  instituições  fechadas,  Influenza  (uma 
dose  anual).  ​Alternativa  A:  ​CORRETA. Estão descritas exatamente as vacinas que a 
população  nessa  idade  deve  tomar.  Alternativa  B:  INCORRETA.  A  tríplice  viral  e 
pneumo  15  não  fazem  parte  do  esquema  vacinal  para  pessoas  com  60  anos  ou 
mais.  ​Alternativa  C:  ​INCORRETA.  Meningocócica  C  não  faz  parte  do  esquema 
vacinal  para  pessoas  com  60  anos  ou  mais.  ​Alternativa D: ​INCORRETA. Hepatite A 
e  pneumo  10  valente  não  fazem  parte  do  esquema  vacinal  para  pessoas  com  60 
anos  ou  mais.  ​Alternativa  E:  ​INCORRETA.  O esquema preconizado é a dupla adulto 
(dT) e não DTP, e pneumo 23 valente e não pneumo 10 valente (conjugada).  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020 
ESPECIALIDADE:​ ​Clínica médica  
ASSUNTOS RELACIONADOS:​ Infecção do trato urinário 
 
95.  J.B.,  31  anos,  procurou  o  pronto-socorro  com  disúria  e  polaciúria  há  2  dias. 
Recebeu  um  receituário  com  antibiótico.  Seguindo  as  novas  diretrizes  de 
tratamento de cistite urinária não complicada, o antibiótico receitado deve ser  
 
A) fosfomicina-trometamol em dose única. 
B) levofloxacino 750 mg por 5 dias.  
C) macrodantina 100 mg à noite ao se deitar por 7 dias. 
D) norfloxacino 250 mg 12/12 horas por 7 dias. 
E) ampicilina 500 mg 8/8 horas por 3 dias. 
 
NÍVEL DE DIFICULDADE: ​fácil. 
 
DICA  DO  PROFESSOR:  A  presença  de  disúria  associada  à  polaciúria  geralmente 
está  associada  a  infecção  do  trato  urinário  (ITU)  baixa,  especificamente  cistite 
aguda.  Nesse  sentido,  em  se  tratando  de  um  quadro  clínico  sugestivo  em  uma 
paciente não grávida, o tratamento empírico antimicrobiano deve ser estabelecido. O 
uso  de  fosfomicina  em  dose  única  ou  nitrofurantoína  por  5  dias  atualmente 
consistem  em  prioridade  como  tratamento  de  primeira  linha  para  cistite  não 
complicada. ​Alternativa A: ​Verdadeiro. O uso de fosfomicina trometamol por via oral 
em  dose  única  é  a  recomendação  atual  no  tratamento  da  cistite  não  complicada, 
visando  redução  de  resistência  bacteriana.  ​Alternativa  B:  Falso.  As  taxas  de 
resistência  bacteriana  associadas  ao  uso  de  quinolonas  são  elevadas.  Além  disso, 
seus  efeitos  colaterais  associados  à  rompimento  de  tendões  e  redução  do  limiar 
convulsivo  exigem  cautela  na  sua  administração,  não  sendo  mais  a  primeira  opção 
na  cistite  não  complicada.  ​Alternativa  C:  ​Falso.  O  uso  da  macrodantina  que  é  uma 
nitrofurantoína  é  uma  opção  terapêutica na cistite complicada, porém há preferência 
pelo  uso  da  fosfomicina  dose  única,  inclusive  pela  comodidade  posológica.  Além 
disso,  seu  uso  deve  ser  feito  por  5  dias,  segundo  as  mais  recentes  recomendações 
para  tratamento  da  cistite  aguda.  ​Alternativa  D:  ​Falso.  O  norfloxacino  também 
pertence  a  classe  das  quinolonas,  não  sendo  mais  uma  medicação  prioritária  no 
tratamento  da  cistite  não  complicada  devido  aos  seus  efeitos  colaterais  e  potencial 
de  resistência  microbiana.  ​Alternativa  E:  ​Falso.  A  ampicilina  e  outros  beta 
lactâmicos  não  devem ser usados no tratamento da cistite não complicada quando o 
perfil  de  sensibilidade  microbiana  não  for  conhecido,  em  virtude  da  alta  frequência 
de resistência bacteriana.  
 
RESPOSTA DA QUESTÃO:​ letra A. 
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