Questões Comentadas - SUS - 2020
Questões Comentadas - SUS - 2020
Questões Comentadas - SUS - 2020
SUS-SP
2020
COM E N TA DA
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Anemia Falciforme
01. Paciente de 5 anos de idade, com história de anemia falciforme (HbSS), é
levado para atendimento médico com queixa de tosse, dor torácica e febre de 38,7
°C há 1 dia. Estava assintomático havia 4 meses.
Ao exame físico apresenta-se descorado moderado, anictérico, acianótico, afebril.
Ausculta pulmonar: discretos sibilos bilaterais e poucos roncos. Tiragem subcostal
leve. Ausculta cardíaca e propedêutica abdominal sem alterações significativas.
Pulsos cheios e perfusão periférica de 2 segundos. Rx de tórax com infiltrado leve
em bases bilateralmente, principalmente à direita. Gasometria arterial com
saturação 90% em ar ambiente. Hemoglobina: 8,1 g/dL e Hematocrito 25,4%.
Após o início de oxigenioterapia e analgesia adequada, a melhor conduta para esse
paciente, dentre as abaixo, é:
A) Alta hospitalar com amoxicilina oral, broncodilatador e analgesia.
B) Penicilina cristalina e expansão volêmica com cristalóide.
C) Vancomicina e expansão volêmica com plasma fresco congelado.
D) Corticoide, oseltamivir e expansão volêmica com cristalóide.
E) Ceftriaxona, claritromicina e transfusão de concentrado de hemácias.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: Estando diante de um paciente com diagnóstico de anemia
falciforme devemos estar atentos às principais complicações dessa patologia como:
crise vaso oclusiva, síndrome torácica aguda, priapismo, sequestro esplênico, dentre
outras. O paciente em questão apresenta história de tosse, dor torácica, febre,
sibilos bilaterais e roncos à ausculta pulmonar, desconforto respiratório visualizado
pela tiragem subcostal leve, radiografia de tórax com infiltrado leve bibasal e mais
importante à direita e dessaturação (SatO² de 90%). Nesse caso, devemos
imediatamente pensar num caso de Síndrome Torácica Aguda (STA) que aparece
como a segunda causa de admissão hospitalar, a principal causa de óbito e principal
complicação de cirurgia e anestesia. Essa síndrome caracteriza-se por febre alta,
taquipneia, dor torácica, leucocitose e infiltrado pulmonar mais importante em lobo
inferior esquerdo. Esse paciente pode evoluir com quadro de hipoxemia e
insuficiência respiratória (como acontece no paciente em questão). A principal causa
é infecciosa e, geralmente, pelo Streptococcus pneumoniae mas também pode ser
por germes atípicos como Mycoplasma pneumoniae e Chlamydophila pneumoniae.
Alternativa A: INCORRETA. Esse paciente não tem condições clínicas para alta
hospitalar. Alternativa B: INCORRETA. A melhor escolha terapêutica de antibiótico
seria uma cefalosporina de terceira geração associada a macrolídeo. Alternativa C:
INCORRETA. Não há necessidade de prescrever Vancomicina inicialmente.
Alternativa D: INCORRETA. O corticóide só precisa ser utilizado nos casos de
pacientes portadores de asma. Além disso, não há necessidade de antiviral já que as
principais causas infecciosas são bacterianas. Alternativa E: CORRETA. Diante do
diagnóstico de STA devemos realizar medidas de suporte como analgesia e
oxigenoterapia; transfusão (simples ou de troca); antibioticoterapia empírica com
cefalosporina de terceira geração associada a um macrolídeo; broncodilatador e
corticoide nos asmáticos e realização de fisioterapia respiratória.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra E.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Arritmias
02. Lactente de 3 meses é levado à emergência com quadro de choro excessivo,
recusa alimentar e respiração ofegante, com “batedeira” há 3 horas. É levado para
a sala de emergência e monitorado, sendo obtido o eletrocardiograma abaixo.
Ao exame físico o paciente encontra-se irritado, agitado, com tempo de
enchimento capilar de 7 segundos, pulsos periféricos finos e PA: 57 × 32 mmHg.
Dentre os tratamentos abaixo, a melhor conduta inicial é:
A) Manobras vagais, como compressão do globo ocular ou estimulação do seio
carotídeo.
B) Administração de adenosina intravenosa, na dose inicial de 0,1 mg/kg, "
C) Cardioversão elétrica sincronizada, com carga inicial de 2-4 J/kg.
D) Desfibrilação imediata com carga inicial de 2-4 J/kg.
E) Soro fisiológico 20 mL/kg em seringa.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A questão nos traz uma criança apresentando sintoma de
taquicardia (""batedeira"") associado a um eletrocardiograma mostrando taquicardia
com ausência de onda P, intervalo PR curto, intervalo R-R constante e um complexo
QRS estreito. Os sinais e sintomas dessa condição incluem diminuição da aceitação
alimentar, taquipneia, irritabilidade, aumento da sonolência, sudorese, palidez e/ou
vômitos. Alternativa A: INCORRETA. Devemos considerar realização de manobras
vagais como bolsa de água com gelo sobre a testa do bebê; pedir para a criança
soprar um canudo obstruído ou realizar massagem de seio carotídeo durante a
preparação para o tratamento definitivo. Alternativa B: CORRETA. Sabendo que o
paciente apresenta-se hipotenso, com perfusão tissular lentificada e pulsos
periféricos finos, ele é considerado como instável e, dessa forma, o tratamento deve
ser feito com cardioversão sincronizada com dose do primeiro choque de 0,5 a 1
J/Kg e os choques subsequentes de 2 J/Kg. Alternativa C: INCORRETA Alternativa
D: INCORRETA. Alternativa E: INCORRETA.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Doenças exantemáticas
03. J.P.S., sexo masculino, 2 anos de idade, tem história de febre (38,5 °C) há sete
dias. A mãe notou também o aparecimento de vermelhidão nas mãos e nos pés,
manchas no tronco, e olhos vermelhos. Procurou a Unidade de Pronto
Atendimento para elucidação diagnóstica. Ao exame físico, foi observado eritema,
edema e descamação em mãos e pés, exantema maculopapular em tronco e
extremidades, hipertrofia de papilas linguais, hiperemia ocular e linfonodo cervical
de 2,0 cm de diâmetro, indolor e fibroelástico. Em relação à hipótese diagnóstica
mais provável, é correto afirmar:
A) A linfonodomegalia cervical não é critério diagnóstico, mas quando presente, é
muito sugestiva da doença.
B) O envolvimento da artéria coronária é critério necessário para o diagnóstico da
doença.
C) A hiperemia conjuntival é geralmente purulenta e bilateral acompanhada de
fotofobia e dor ocular.
D) O exantema presente nesta doença pode ser do tipo escarlatiniforme e evoluir
para descamação.
E) A elevação das provas de atividade inflamatória, como VHS e proteína C-reativa,
faz parte dos critérios diagnósticos.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A questão nos traz uma criança com um quadro de
vermelhidão pelo corpo (exantema) + febre há 7 dias + eritema e edema de mãos e
pés + hiperemia ocular + hipertrofia de papilas linguais + linfonodo cervical de 2,0
cm. Diante desses achados devemos lembrar imediatamente do quadro da Doença
de Kawasaki. Essa patologia é uma vasculite aguda com envolvimento principal das
artérias coronárias, aguda, que pode ter evolução subaguda e até cronificar. Ela
surge como a segunda vasculite mais comum na infância, é importante causa de
cardiopatia adquirida e costuma atingir crianças abaixo de 5 anos de idade. Seu
diagnóstico é clínico e baseia-se na presença de febre por pelo menos 5 dias e pelo
menos mais 4 dos seguintes critérios: alterações cutâneas de extremidades (eritema
ou edema palmar e plantar, descamação periungueal na fase subaguda) e área
perineal; exantema polimorfo; alterações labiais e orais, hiperemia de mucosa oral e
faríngea; conjuntivite bilateral não purulenta; linfadenomegalia cervical maior que
1,5 cm geralmente unilateral. Diante disso, podemos fechar o diagnóstico do
paciente em questão como portador da Doença de Kawasaki. A partir do
diagnóstico deve-se instituir imediatamente o tratamento para reduzir a inflamação
e evitar a formação de aneurismas coronarianos. Esse tratamento é feito com
Imunoglobulina humana em dose única de 2 g/Kg e deve ser administrada
preferencialmente antes do décimo dia de doença. A aspirina também é utilizada
sendo 4 doses diárias, nos primeiros 10 dias de doença, com posterior redução até
normalização das plaquetas. Alternativa A: INCORRETA. Conforme dica do
professor, a linfadenomegalia maior que 1,5 cm entra como um dos critérios
diagnósticos da Doença de Kawasaki. Alternativa B: INCORRETA. Conforme dica
do professor, o envolvimento da artéria coronária faz parte da fisiopatologia da
doença e não entra como critério diagnóstico para a doença. Alternativa C:
INCORRETA. Geralmente a conjuntivite presente na Doença de Kawasaki é não
purulenta e costuma ser bilateral. Alternativa D: CORRETA. O exantema presente
da doença é polimorfo podendo apresentar-se como maculopapular,
escarlatiniforme ou eritema multiforme sendo predominante em tronco e região
inguinal. Na fase subaguda esse exantema pode sim evoluir para descamação.
Alternativa E: INCORRETA. De acordo com o Tratado de Pediatria da Sociedade
Brasileira de Pediatria, os achados laboratoriais não são específicos na doença. No
início da fase aguda podemos encontrar aumento de todas as provas de atividade
inflamatória como a PCR e o VHS. Vimos na dica do professor todos os critérios
diagnósticos nos quais esses exames laboratoriais não são citados.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Doenças exantemáticas
04. Uma criança de 6 anos de idade apresenta um exantema facial, intensamente
vermelho como se tivesse levado um tapa no rosto, e palidez perioral. No tronco há
um exantema macular, rendilhado, simétrico, pruriginoso, distribuindo-se para as
pernas. Não houve período prodrômico. Esse exantema, após sua resolução, pode
recidivar dependendo de alterações ambientais, como exposição à luz solar. O
período de incubação desta doença é de 4 a 14 dias. Dentre as alternativas abaixo,
o diagnóstico mais provável é:
A) Rubéola.
B) Exantema súbito.
C) Eritema infeccioso.
D) Sarampo.
E) Escarlatina.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: Estamos diante de uma criança apresentando exantema e,
por isso, devemos fazer o diagnóstico diferencial das doenças exantemáticas.
Alternativa A: INCORRETA. A rubéola é causada pelo vírus pertencente ao gênero
Rubivirus da família Togaviridae. Sua transmissão se dá pelas secreções
nasofaríngea dos infectados. Sua maior transmissibilidade ocorre de cinco dias
antes até seis dias após o início do exantema. As manifestações clínicas são
divididas em fase prodrômica (com sintomas inespecíficos como febre baixa, dor de
garganta, conjuntivite, cefaleia, anorexia e linfadenomegalia em cadeias suboccipital,
retroauricular e cervical posterior) e a fase exantemática de característica
maculopapular róseo com as primeiras lesões surgindo na face e no pescoço com
disseminação para tronco e extremidades de forma mais rápida que aquela
presenciada no sarampo. Nessa condição podemos ter a presença das manchas de
Forchheimer que consistem em lesões puntiformes rosadas identificadas no palato
mole. Alternativa B: INCORRETA. O exantema súbito é causado pelo Herpervírus
humano 6 A e B sendo o B mais comum. Trata-se de uma condição bem típica de
lactentes com pico de incidência entre seis e nove meses. Sua principal forma de
contaminação ocorre por contato com a saliva dos infectados. Nas manifestações
clínicas temos a fase prodrômica (com febre alta que desaparece em crise após
cerca de 72 horas associada a irritabilidade, rinorreia, linfadenomegalia nas cadeias
da cabeça e do pescoço) e a fase exantemática cujo exantema caracteristicamente
surge algumas horas após o desaparecimento da febre. Esse exantema é
caracterizado pela presença de lesões maculopapulares róseas e não pruriginosas.
Ele surge na região do tronco e se dissemina para a cabeça e extremidades de forma
centrífuga. Costuma durar apenas algumas horas e entre um e três dias desaparece
sem causar descamação. Alternativa C: CORRETA. O eritema infeccioso tem como
agente o parvovírus B19 da família Parvoviridae; é uma infecção comum com
distribuição mundial e as infecções sintomáticas são mais comuns em crianças entre
5 e 15 anos de idade. A sua transmissão é feita por secreções nasofaríngeas do
infectado e a principal característica de suas manifestações clínicas é uma evolução
do exantema em três fases distintas. Na primeira fase temos a presença de um
eritema malar bilateral dando o aspecto de ""face esbofeteada"". Na segunda fase
ocorre a disseminação desse exantema para o tronco e extremidades proximais
sendo principalmente nas superfícies extensoras poupando a região palmoplantar.
Lesões maculares eritematosas são identificadas e elas sofrem clareamento central
adquirindo um aspecto rendilhado. Na última fase temos a recidiva do exantema
quando o paciente se expõe ao sol, calor, estreese e exercício. Podemos ter ainda
manifestações articulares em mãos, punhos, tornozelos e joelhos; crise aplásica
transitória por interrupção temporária da eritropoiese; miocardite, dentre outras.
Alternativa D: INCORRETA. O quadro clínico do sarampo é dividido em três fases:
prodrômica (com presença de febre, conjuntivite não purulenta com fotofobia, tosse
bastante intensa e as manchas de Koplik); exantemática (lesões maculopapulares
eritematosas com áreas de pele sã de permeio caracterizado como morbiliforme que
dura em torno de 5 dias com progressão craniocaudal iniciando na fronte, na região
retroauricular e na nuca progredindo para o tronco e depois extremidades);
convalescença ou remissão (caracterizada pela descamação da pele com aspecto
furfuráceo). Alternativa E: INCORRETA. A escarlatina é uma doença causada pelo
Streptococcus pyogenes (beta-hemolítico do grupo A) produtor de endotoxina
pirogênica. Seu contato é feito a partir de gotículas de saliva ou secreção nasal da
pessoa infectada; nas manifestações clínicas temos um quadro de faringite
estreptocócica associada a exantema micropapular com pele no aspecto de lixa e a
presença de sinais clássicos como Filatov (palidez peribucal) e Pastia (exantema
mais intenso em áreas de dobras). Depois do desaparecimento do exantema tem-se
uma fina descamação iniciada na face que vai descendo podendo durar até
semanas.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Hematologia
05. Olívia, 4 anos de idade, foi levada à Unidade de pronto atendimento com
história de quatro dias com manchas arroxeadas no corpo. Hoje apresentou
sangramento nasal. A mãe refere que sua filha apresentou febre e coriza, com
diagnóstico de quadro viral, há duas semanas. Nega uso de medicações ou história
de doenças crônicas. Ao exame físico, apresenta bom estado geral, presença de
equimoses esparsas em tronco e membros, sem hepatoesplenomegalia ou
linfonodomegalias. Hemograma: hemoglobina: 12,5 g/dL; leucocitos: 6.000/mm3;
plaquetas: 20.000/mm3. Hipótese diagnóstica mais provável para Olívia, dentre as
abaixo, é:
A) Meningococcemia.
B) Púrpura de Henoch-Schönlein.
C) Púrpura trombocitopênica trombótica.
D) Púrpura trombocitopênica imune.
E) Síndrome hemolítico-urêmica.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: Estamos diante de uma paciente com surgimento de
manchas arroxeadas no corpo há 4 dias com sangramento nasal surgido 2 semanas
após um quadro de infecção viral de vias aéreas superiores. Paciente hígida, sem
uso de medicamentos, em bom estado geral, com equimoses esparsas em tronco e
membros, sem hepatoesplenomegalia e sem linfonodomegalias. Apresenta valores
normais de hemoglobina e leucócitos totais com diminuição importante da
contagem de plaquetas. Alternativa A: INCORRETA. A meningococcemia é uma
síndrome clínica com septicemia provocada por meningococo com prognóstico ruim.
Nesses casos tem-se um rash principalmente em tronco e membros inferiores e, em
mais de 50% dos casos, temos presença de petéquias. Alternativa B: INCORRETA.
A Púrpura de Henoch-Schonlein (PHS) é a vasculite mais comum da infância
caracterizada por uma inflamação leucocitoclástica e depósitos de IgA em pequenos
vasos da pele, articulações, trato gastrointestinal e nos rins. Aproximadamente 90%
dos casos acontecem em crianças principalmente de 3 a 10 anos de idade com
predileção pelo sexo masculino. O grande achado da doença é a presença de
púrpuras palpáveis simétricas em membros inferiores e nádegas. Podemos
encontrar ainda sinais de artrite e artralgia oligoarticulares em grandes articulações
sem levar à deformidade. As manifestações gastrointestinais como dor abdominal,
vômitos, diarreia e íleo paralítico ocorrem em até 80% das crianças. Alternativa C:
INCORRETA. A Púrpura Trombocitopênica Trombótica (PTT) caracteriza-se com um
quadro de anemia hemolítica microangiopática, plaquetopenia, manifestações
neurológicas, lesão renal aguda e febre. Como o próprio nome já sugere, o quadro
acontece por oclusão difusa de arteríolas e capilares da microcirculação, levando à
isquemia de tecidos. A oclusão é causada por microtrombos compostos
basicamente de plaquetas, formados após agregação plaquetária intravascular.
Alternativa D: CORRETA. Diante de um caso com criança previamente hígida com
surgimento súbito de equimoses e/ou petéquias temos que pensar numa Púrpura
Trombocitopênica Imune (PTI). Essa patologia se manifesta por trombocitopenia
isolada com plaquetas inferiores a 100.000/mm³, tem caráter agudo, em torno de
60% dos casos tem história de infecção antecedendo o seu quadro clínico
característico. Pode ocorrer epistaxe em 20 a 30% dos casos; hematúria,
sangramento oral e gastrointestinal são observados em menor frequência. Não
observamos sintomas sistêmicos nestes casos e no exame físico não temos
linfonodomegalia nem hepatoesplenomegalia. Alternativa E: INCORRETA. Na
Síndrome hemolítico-urêmica temos um quadro de anemia hemolítica
microangiopática com plaquetopenia e lesão renal aguda associada. Essa patologia
tem origem na trombose glomerular e suas consequências: a obstrução da
microcirculação dos rins leva à perda aguda da função renal e à anemia já que a
passagem das hemácias por micro vasos trombosados causa hemólise.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Hepatologia pediátrica
06. Na doença hepática gordurosa não alcoólica,
A) pode haver evolução para cirrose, mas não para o hepatocarcinoma.
B) não é possível fazer o diagnóstico em crianças com menos de 5 anos.
C) o diagnóstico é facilitado por ser habitualmente uma doença sintomática.
D) a acantose nigricans é um marcador da hiperinsulinemia.
E) o padrão ouro para o diagnóstico é a ultrassonografia.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: De acordo com o Tratado de Pediatria da Sociedade
Brasileira de Pediatria, a doença hepática gordurosa não alcoólica (NAFLD -
non-alcoholic fat liver disease) é uma das principais causas de doença hepática
crônica em crianças na América do Norte. Os dados disponíveis sugerem que a
doença afeta cerca de 2,6% das crianças, 9,6% dos adolescentes e sua prevalência
varia de 12 a 80% em crianças com diagnóstico de obesidade. Alternativa A:
INCORRETA. Essa condição clínica destaca-se por seu curso silencioso e por seu
amplo espectro evolutivo, incluindo desde casos com curso benigno, esteatose com
ou sem aumento de enzimas hepáticas, até casos mais graves que evoluem para
cirrose, falência hepática e hepatocarcinoma. Alternativa B: INCORRETA. O
diagnóstico da patologia atualmente exige comprovação de esteatose, que conta
com técnicas de imagem na prática clínica independentemente da idade da criança.
Alternativa C: INCORRETA. Conforme comentário da alternativa A, a doença
geralmente tem curso silencioso e pode ter, ou não, aumento de enzimas hepáticas.
Alternativa D: CORRETA. A acantose nigricans trata-se de hiperpigmentação
grosseira das dobras cutâneas que é característica da resistência insulínica e a
constatação de concentração sérica elevada de insulina. Alternativa E: INCORRETA.
O padrão ouro para o diagnóstico de doença hepática gordurosa não alcoólica é a
biópsia hepática. Entretanto, por tratar-se de um método invasivo e com riscos de
complicações, não é o mais utilizado. Os métodos de imagem são os melhores meios
de se identificar a esteatose e, nesse aspecto, o ultrassom representa o método mais
prático e simples para esse diagnóstico, especialmente quando a esteatose excede
30%. Para esteatoses menos intensas (5 a 30%) a ressonância nuclear magnética
com espectroscopia ou a RM de última geração (dual gradient) são métodos mais
sensíveis.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Imunização
07. Segundo o Ministério da Saúde, foram confirmados 6.640 casos de sarampo no
Brasil até a 38a semana epidemiológica de 2019, sendo que inúmeros outros casos
ainda estavam em investigação. Foram notificados seis óbitos, quatro em menores
de 1 ano de idade e dois em adultos. Ações instituídas no enfrentamento deste
surto a fim de interromper a transmissão do vírus do sarampo e reduzir as
internações e os óbitos nos lactentes foram:
A) Aplicar imunoglobulina específica contra o sarampo em crianças de zero a 11
meses e 29 dias de idade que tiveram contato com caso confirmado de sarampo e
revacinar aos 15 meses de idade.
B) Vacinar contra o sarampo as crianças de 12 meses e de 15 meses de idade e
aplicar uma dose de reforço, para todas as crianças aos 4 anos de idade.
C) Aplicar uma dose da vacina contra o sarampo em crianças de 6 a 11 meses e 29
dias de idade e manter as doses da vacina aos 12 e 15 meses de idade.
D) Vacinar com uma dose extra contra o sarampo, assim que a criança desmamar,
se o desmame ocorrer antes do final do primeiro ano de vida, e revacinar aos 15
meses.
E) Vacinar contra o sarampo as gestantes no terceiro trimestre da gestação ou, nos
casos em que a mãe não tiver recebido a vacina, vacinar as crianças ao nascer e
revacinar aos 12 meses.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: Diante do retorno de casos de sarampo no Brasil desde
meados de 2018, o Ministério da Saúde instituiu a realização de uma dose extra da
vacina contra o sarampo para crianças consideradas mais suscetíveis para adquirir a
doença, ou seja, aquelas crianças com idade entre 6 meses e 1 ano de vida.
Alternativa A: INCORRETA. Após contato com caso suspeito devemos realização a
vacina de bloqueio em até 72 horas após a exposição e vacinar aqueles não
vacinadas a partir dos 6 meses de vida no menor tempo possível. Alternativa B:
INCORRETA. Conforme dica do professor. Alternativa C: CORRETA. O Ministério da
Saúde instituiu a realização de uma dose extra da vacina contra o vírus do sarampo
que deve ser realizada em crianças entre 6 meses e 1 ano de vida. Diante disso, não
podemos esquecer que as doses recomendadas pelo Programa Nacional de
Imunização devem ser realizadas normalmente com a Tríplice Viral aos 12 meses e
Tetra Viral aos 15 meses de vida. Alternativa D: INCORRETA. A realização da dose
extra da vacina contra o sarampo não tem qualquer relação com o aleitamento
materno. Alternativa E: INCORRETA. A vacina contra o sarampo não deve ser
realizada ao nascimento como diz a alternativa, mas sim, entre 6 meses e 1 ano para
realização da dose extra. Além disso, a vacina contra o sarampo é contraindicada em
gestantes, em crianças menores de 6 meses de vida e naqueles com sinais e
sintomas de sarampo pois as vacinas são produzidas com o vírus do sarampo vivo.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Imunização
08. Durante a orientação para alta, um paciente internado na enfermaria apresenta
lesões de pele compatíveis com varicela. No mesmo quarto, estão internados mais
2 pacientes imunocompetentes, suscetíveis e não vacinados: (A) com 5 meses de
idade e (B) com 10 meses de idade. Considerando que o caso índice receberá alta
hospitalar, além do isolamento com precaução para contato, gotículas e aerossóis,
a melhor conduta, dentre as abaixo, em relação aos pacientes, respectivamente, A
e B é:
A) Vacina contra varicela. Vacina contra varicela.
B) Imunoglobulina humana antivaricela-zoster. Vacina contra varicela.
C) Vacina contra varicela. Imunoglobulina humana antivaricela-zoster.
D) Imunoglobulina humana antivaricela-zoster. Imunoglobulina humana
antivaricela-zoster.
E) Imunoglobulina humana antivaricela-zoster, se apresentar sintomas.
Imunoglobulina humana antivaricela-zoster, se apresentar sintomas.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A conduta pós-exposição à varicela é um tema muito
recorrente em provas. Essa prevenção pode ser feita com vacinação de bloqueio ou
com uso da Imunoglobulina Humana Antivaricela-Zóster (IGHAVZ). Em relação à
vacina de bloqueio não podemos esquecer que o Ministério da Saúde só libera essa
vacina em situação de controle de surto em ambiente hospitalar e em creches. A
vacina deve ser realizada em comunicantes suscetíveis imunocompetentes maiores
de nove meses de idade até 120 horas após a exposição. No bloqueio de surto em
ambiente hospitalar, os suscetíveis que não podem receber a vacina deverão receber
a IGHAVZ. Essa imunoglobulina pode ser feita até 96 horas após a exposição.
Alternativa A: CORRETA. Conforme dica do professor. Alternativa B: INCORRETA.
Conforme dica do professor. Alternativa C: INCORRETA. Conforme dica do
professor. Alternativa D: INCORRETA. Conforme dica do professor. Alternativa E:
INCORRETA. Conforme dica do professor.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Lúpus Eritematoso Sistêmico
09. Menina de 8 anos de idade foi internada para investigação de febre não aferida
há 3 meses. Mãe refere que criança apresentou febre alguns dias sim e outros não.
Neste período, iniciou edema das mãos e pés e manchas na região das coxas
bilateralmente e na face (rush malar). Fez uso de “anti alérgico” e prednisolona por
dois dias com alguma melhora, mas as manchas e edema retornaram após término
da medicação. Refere ainda aparecimento de aftas dolorosas orais, que se
intensificaram há 3 dias. Paciente apresenta bom estado geral, sem alterações
cardiopulmonares significativas, fígado a 2,5 cm do rebordo costal, rush cutâneo
em face, principalmente região malar, e em membros inferiores. Os exames
mostram anemia leve, leucopenia com linfopenia discreta, sem plaquetopenia.
Fator antinuclear positivo, anticorpo anti-DNA positivo, anticorpo anticardiolipina
positivo, VDRL positivo. Complementos CD3, CD4 e CH50 baixos.
O melhor tratamento para esse caso, dentre os abaixo, é:
A) Prednisolona e hidroxicloroquina.
B) Prednisolona e anti-histamínico.
C) Anti-histamínico e rituximabe.
D) Prednisolona e anti-histamínico.
E) Anti-histamínico e aciclovir.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A criança em questão, do sexo feminino, apresenta história
de febre prolongada (há 3 meses), edema de mãos e pés, manchas na região das
coxas bilateralmente, rush malar (com melhora após uso de corticoide), aftas orais
dolorosas, hepatomegalia, anemia, leucopenia com linfopenia, FAN positivo,
anti-DNA positivo, anticardiolipina positivo, VDRL positivo, e complemento baixo.
Dessa forma, podemos pensar que essa criança é portadora de alguma síndrome
reumatológica com comprometimento multissistêmico e, dessa forma, não podemos
deixar de pensar no Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES). O LES é uma doença
autoimune, multissistêmica, crônica e potencialmente grave podendo evoluir de
diversas formas e com fases de ativação e remissão. Caracteriza-se pela presença
de autoanticorpos contra autoantígenos e deposição de imunocomplexos fixadores
de complemento podendo resultar em lesão em qualquer órgão ou tecido, sobretudo
na pele, nas articulações, nos rins, nas células formadoras de sangue, vasos
sanguíneos, dentre outros. A sua prevalência na faixa etária pediátrica é menor que
nos adultos e cerca de 20% dos diagnósticos são feitos em menores de 16 anos de
idade com prevalência pelo sexo feminino principalmente na puberdade. Para o seu
diagnóstico devemos observar os critérios definidos pelo SLICC (Systemic Lupus
International Collaborating Clinics). Do total de 17 critérios (sendo 11 clínicos e 6
laboratoriais), a paciente precisa ter pelo menos 4 de todos os critérios sendo no
mínimo 1 clínico e 1 imunológico ou ainda se tiver nefrite lúpica comprovada por
biópsia renal associada a FAN ou anti-DNA ds positivos. Os critérios clínicos são: a)
rash malar, rash maculopapular, rash fotossensível; b) rash discóide clássico ou
hipertrófico, paniculite lúpica; alopecia não cicatricial com fragilidade capilar difusa
com cabelos quebradiços sem outras causas; d) úlceras orais ou nasais; e) doença
articular (sinovite em duas ou mais articulações, rigidez matinal em duas ou mais
articulações); f) serosite (dor pleurítica típica por mais de 1 dia, derrame pleural ou
atrito pleural, derrame pericárdico, atrito pericárdico, pericardite); g) cilindros
hemáticos no sedimento urinário ou 500 mg de proteinúria/dia; h) convulsões,
psicose, mononeurite múltipla, mielite, neuropatia periférica; i) anemia hemolítica; j)
leucopenia abaixo de 4.000/mm³ ou linfopenia inferior a 1.000/mm³ e k)
trombocitopenia com plaquetas abaixo de 100.000/mm³. Os critérios imunológicos
são: a) FAN positivo; b) anti-DNA positivo; c) Anti-Sm positivo; d) antifosfolípido
(anticoagulante lúpico, VDRL falso-positivo, anticardiolipina); e) queda do
complemento (C3, C4 ou CH50 baixo); f) coombs direto positivo. Dessa forma, a
paciente em questão pode receber o diagnóstico de LES e o tratamento deve ser
iniciado. Além de medidas comportamentais temos o tratamento farmacológico com
o uso de antimaláricos como a hidroxicloroquina ou a cloroquina; o uso de
antiinflamatórios não esteroidais para controle de manifestações
musculoesqueléticas e, o mais importante sendo considerado o pilar do tratamento
do LES, o corticosteróide.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: PALS
10. Um lactente de 6 meses, sexo masculino, é levado no colo da mãe após
engasgo. Encontra-se não responsivo e sem pulsos. Após chamar ajuda, a melhor
conduta imediata, dentre as abaixo, é:
A) Iniciar imediatamente compressões torácicas, entre 100 a 120 por minuto.
B) Iniciar ventilações com bolsa-valva-máscara (BVM), em frequência de 40-60 por
minuto.
C) Administrar adrenalina na dose de 0,1 mg/kg da solução diluída 1:10.000.
D) Levar até a sala de emergência e checar o ritmo antes de tomar alguma conduta.
E) Intubação orotraqueal.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: O início rápido e efetivo da ressuscitação cardiopulmonar é
ponto fundamental para o sucesso. Precisamos estar atentos ao passo a passo do
atendimento. Inicialmente temos que assegurar a segurança do local e, logo em
seguida, avaliar a responsividade da criança. Estando ela irresponsiva, deve-se pedir
ajuda e ativar o atendimento de emergência. Em seguida deve-se observar
movimentos respiratórios e, simultaneamente, checar o pulso. Nas crianças menores
de 1 ano de vida o pulso deve ser checado na região braquial e nas crianças maiores
de 1 ano na região carotídea com duração máxima de 10 segundos. Não havendo
movimentos respiratórios e nem pulso temos que, imediatamente, iniciar as
compressões torácicas. A regra geral é fazer 30 compressões torácicas e depois
realizar duas ventilações se tivermos apenas uma pessoa prestando o atendimento.
Caso tenham duas pessoas deve-se realizar 15 compressões para duas ventilações.
O desfibrilador deve ser utilizado logo após a sua chegada. Havendo um ritmo
chocável (fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular) deve ser instituído um
choque com retorno às compressões torácicas imediatamente após. Caso o ritmo
não seja chocável (assistolia ou atividade elétrica sem pulso - AESP), as
compressões torácicas devem ser mantidas por mais 2 minutos. Alternativa A:
CORRETA. Conforme dica do professor, as compressões torácicas devem ser
iniciadas logo que seja detectada a parada cardiorrespiratória. Essas compressões
devem ser realizadas numa frequência de 100 a 120 por minuto, com uma
profundidade de 1/3 do diâmetro anteroposterior do tórax que corresponde a cerca
de 4 cm nos menores de 1 ano e 5 cm nas crianças de um a dez anos. Em menores
de um ano podemos utilizar a técnica dos dois dedos ou a dos dois polegares
circundando o tórax. A compressão torácica é reconhecida como a principal ação
diante de uma PCR e, portanto, não pode deixar de ser realizada por mais do que 10
segundos. Alternativa B: INCORRETA. A ventilação deve ser realizada de 12 a 20
repetições por minuto de modo a termos a média de 1 ventilação a cada 3 a 5
segundos. Alternativa C: INCORRETA. A adrenalina pode ser utilizada caso não
haja retorno do ritmo regular após as compressões torácicas, porém, a conduta
imediata diante do caso deve ser o início dessas compressões. A dose a ser utilizada
deve ser de 0,01 mg/Kg ou 0,1 mL/Kg. Alternativa D: INCORRETA. Conforme
sequência mostrada na dica do professor. Alternativa E: INCORRETA. Assim como
a realização de adrenalina, a intubação orotraqueal só deve ser considerada após
realização dos primeiros passos da ressuscitação cardiopulmonar sem que haja
melhora do paciente.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Arritmias
11. Uma criança de 7 anos, 20 kg, arresponsiva e sem pulso, apresenta o seguinte
ritmo no traçado do ECG mostrado abaixo.
Dentre as hipóteses abaixo, a principal hipótese diagnóstica e sua causa são,
respectivamente,
A) Atividade elétrica sem pulso e hipóxia.
B) Assistolia e hipotermia.
C) Taquicardia ventricular sem pulso e acidose.
D) Taquicardia sinusal e sepse.
E) Taquicardia supraventricular e febre.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A questão nos traz uma criança apresentando sintoma de
taquicardia (""batedeira"") associado a um eletrocardiograma mostrando taquicardia
com ausência de onda P, intervalo PR curto, intervalo R-R constante e um complexo
QRS estreito. Os sinais e sintomas dessa condição incluem diminuição da aceitação
alimentar, taquipneia, irritabilidade, aumento da sonolência, sudorese, palidez e/ou
vômitos. Alternativa A: INCORRETA. Devemos considerar realização de manobras
vagais como bolsa de água com gelo sobre a testa do bebê; pedir para a criança
soprar um canudo obstruído ou realizar massagem de seio carotídeo durante a
preparação para o tratamento definitivo. Alternativa B: CORRETA. Sabendo que o
paciente apresenta-se hipotenso, com perfusão tissular lentificada e pulsos
periféricos finos, ele é considerado como instável e, dessa forma, o tratamento deve
ser feito com cardioversão sincronizada com dose do primeiro choque de 0,5 a 1
J/Kg e os choques subsequentes de 2 J/Kg. Alternativa C: INCORRETA Alternativa
D: INCORRETA. Alternativa E: INCORRETA.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Pediatria Intensiva
12. Uma criança de 2 anos e 6 meses de idade é levada ao médico por apresentar
palidez intensa e dor abdominal. Os pais referem que a criança apresentou
episódios de diarreia sanguinolenta há cerca de 5 dias. Após a anamnese, o exame
físico e exames de laboratório, o quadro diagnosticado foi de Síndrome
Hemolítico-Urêmica (SHU) típica e a criança foi encaminhada para a unidade de
terapia intensiva. Foi identificada Escherichia coli (STEC). Nesse quadro,
A) a anemia dessa criança é de origem autoimune.
B) espera-se que as provas de coagulação estejam anormais.
C) existe microangiopatia trombótica.
D) espera-se contagem de plaquetas normais.
E) não há toxina envolvida.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: A Síndrome Hemolítico-Urêmica (SHU) tem grande
associação com a infecção pela Escherichia coli O157:H7 e trata-se de uma
condição grave e responsável por um quadro de falência renal aguda na população
pediátrica. A SHU está incluída no diagnóstico diferencial de microangiopatias
trombóticas. A gênese desta condição reside na trombose glomerular e suas
consequências: a obstrução microcirculatória dos rins leva à perda aguda da função
renal e à anemia pois a passagem das hemácias por micro vasos trombosados
causando hemólise e a trombose em si consome as plaquetas. Os casos são mais
frequentes em meses de verão, nas zonas rurais e geralmente são esporádicos,
podendo ocorrer surtos decorrentes da ingestão de alimento ou água contaminada.
Alternativa A: INCORRETA. Uma vez na circulação, a toxina de Shiga localiza-se
preferencialmente nos rins pela alta concentração de seus receptores no endotélio
glomerular. A ligação da toxina ao endotélio leva à apoptose dessas células gerando
trombos na microcirculação. Nos capilares glomerulares há o cisalhamento das
hemácias levando a uma anemia hemolítica microangiopática. Alternativa B:
INCORRETA. Na SHU o quadro de microangiopatia trombótica é decorrente da
hiperativação da via alternativa do sistema complemento a qual mantém relação
com o sistema de coagulação. Alternativa C: CORRETA. Conforme dica do
professor, a SHU é um diagnóstico diferencial da microangiopatia trombótica.
Alternativa D: INCORRETA. A trombocitopenia faz parte da tríade da SHU. Ela é
caracteristicamente abaixo de 140.000 plaquetas e costuma alcançar valores
próximos de 40.000 plaquetas. Importante lembrarmos que a intensidade da
trombocitopenia não se relaciona com a severidade da disfunção renal. Alternativa
E: INCORRETA. Após a ingestão de Escherichia coli O157:H7 esta acaba
produzindo níveis altos de toxina Shiga no intestino grosso. Essas toxinas têm ação
de danificar diretamente as células da mucosa e as células endoteliais vasculares na
parede intestinal.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Puericultura
13. Paciente do sexo feminino, 9 anos de idade, é levada à Unidade Básica de
Saúde para uma avaliação de rotina. A mãe está preocupada porque acha que a
criança está comendo muito e engordando neste último ano. Nega outros
problemas de saúde. Ao exame físico, paciente apresenta: Peso de 42 kg, entre o
escore z + 2 e + 3 da curva da OMS, 2007. Estatura de 1,44 m, entre o escore z +1
e + 2 da curva da OMS, 2007. Índice de Massa Corpórea (IMC) de 20,25, entre o
escore z + 1 e + 2 da curva da OMS, 2007. Desenvolvimento puberal: M2 P1 pelos
critérios de Tanner. A classificação nutricional dessa paciente é:
A) Peso adequado para a idade, por estar no início da puberdade.
B) Obesidade, por apresentar o peso entre o escore z + 2 e + 3.
C) Obesidade, por apresentar o percentil do peso maior que o da altura.
D) Alta estatura, por apresentar a estatura entre o escore z + 1 e + 2.
E) Sobrepeso, por apresentar IMC entre o escore z + 1 e + 2
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A questão aborda dados relacionados aos gráficos de
crescimento da Organização Mundial de Saúde aos quais devemos sempre estar
atentos a todas as medidas isoladas e, ainda mais importante, à reta formada pelos
pontos isolados. Alternativa A: INCORRETA. Na curva da OMS de peso por idade
temos que: a)Z escore abaixo de -3 é considerado uma criança com peso muito
baixo para a idade; b) Z escore abaixo de -2 consideramos peso abaixo do esperado
para a idade; c) Z escore entre -2 e +2 devemos considerar como peso adequado
para a idade; d) Z escore acima de +2 é considerado peso elevado para a idade.
Alternativa B: INCORRETA. Para considerarmos a criança com obesidade devemos
utilizar a curva de IMC para a idade e não a curva do peso para a idade como a
alternativa traz. Alternativa C: INCORRETA. A obesidade não deve ser
diagnosticada dessa forma, mas sim, a partir da curva de IMC para a idade.
Alternativa D: INCORRETA. Estatura com Z escore entre -2 e +2 deve ser
considerada como estatura adequada para a idade. Alternativa E: CORRETA. Em
crianças e adolescentes de 5 a 20 anos incompletos, o escore Z entre +1 e +2
determina sobrepeso; o escore Z entre +2 e +3 equivale à obesidade e Z escore
acima de +3 determina obesidade grave.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra E.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Reanimação Neonatal
14. Gestante com 35 anos de idade, internada em uso de drogas hipotensoras,
idade gestacional de 33 semanas e 6 dias evolui com pré-eclâmpsia grave e tem a
cesárea indicada. A equipe de neonatologia é avisada do caso e recebe o
recém-nascido pré termo, que após a total extração do corpo materno mostra-se
ativo e com choro vigoroso. A melhor conduta para esse caso, dentre as abaixo, é:
A) Monitorizar o recém-nascido quanto a apneia e/ou respiração irregular, o que
indica intubação, que deve ser realizada nos primeiros 60 segundos de vida.
B) Manter a sala de parto com temperatura entre 23 e 25 °C, envolver o corpo do
recém-nascido em saco plástico transparente, secá-lo e colocar touca.
C) Deixar o recém-nascido posicionado no abdome materno e colocar o sensor do
oxímetro de pulso no membro superior esquerdo.
D) Deixar o recém-nascido posicionado no tórax materno e clampear o cordão
umbilical de imediato.
E) Deixar o recém-nascido aquecido e posicionado no abdome materno por 30-60
segundos antes de clampear o cordão umbilical.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: De acordo com as Diretrizes de Reanimação Neonatal da
Sociedade Brasileira de Pediatria de 2016, logo após a extração completa, avalia-se
se o bebê a termo começou a chorar e se apresenta tônus muscular em flexão. Caso
a resposta seja sim para as duas perguntas, devemos indicar o clampeamento tardio
do cordão umbilical, independentemente do aspecto do líquido amniótico, ou seja,
aguardar de 1 a 3 minutos para sua realização. Alternativa A: INCORRETA. Após os
cuidados iniciais para manter a temperatura e a permeabilidade das vias aéreas, a
presença de apneia, respiração irregular e/ou frequência cardíaca menor que 100
bpm, devemos indicar a ventilação com pressão positiva e não a intubação
inicialmente. Alternativa B: INCORRETA. De acordo com as Diretrizes de
Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria temos: ""Para diminuir a
perda de calor nesses pacientes, é importante pré-aquecer a sala de parto e a sala
onde serão realizados os procedimentos de estabilização/reanimação, com
temperatura ambiente de 23-26ºC."" Além disso, sabemos que após o
clampeamento do cordão, o RN levado à mesa de reanimação em campos aquecidos
deve ser posicionado sob fonte de calor radiante, em decúbito dorsal e com a cabeça
voltada para o profissional de saúde e deve ser envolto em saco plástico
transparente. Ou seja, logo depois de posicionar o paciente sob fonte de calor
radiante sem secá-lo, introduzir o corpo, exceto a face, dentro do saco plástico e, a
seguir, realizar as manobras necessárias. Não podemos esquecer que tal prática
deve ser suplementada pelo uso de touca dupla para reduzir a perda de calor na
região da fontanela de modo a cobrir o couro cabeludo com plástico e, por cima,
colocar touca de lã ou algodão. Alternativa C: INCORRETA. De acordo com as
Diretrizes de Reanimação Neonatal da Sociedade Brasileira de Pediatria: ""Pacientes
<34 semanas de idade gestacional precisam sempre ser conduzidos à mesa de
reanimação após o clampeamento do cordão, indicando-se os passos iniciais da
estabilização/reanimação. Tais passos devem ser executados de modo simultâneo
em, no máximo, 30 segundos e incluem evitar a perda de calor corporal, manter as
vias aéreas pérvias (posição do pescoço em leve extensão e, se necessário,
aspiração do excesso de secreção da boca e narinas) e locar o sensor do oxímetro
de pulso"". Além disso, devemos saber que o oxímetro de pulso deve ser colocado
no membro superior direito. Alternativa D: INCORRETA. Como o recém-nascido
apresentou choro e tônus muscular bom, não há indicação para clampeamento
imediato. Alternativa E: CORRETA. Nos casos de recém-nascido pré-termo, logo
após a extração completa, avalia-se se ele começou a respirar ou chorar e se está
ativo. Se a resposta é “sim” a essas perguntas, indica-se aguardar de 30 a 60
segundos para clampear o cordão umbilical.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra E.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Tuberculose na infância
15. Gestante, primigesta, deu entrada na maternidade em trabalho de parto, com
história de ter iniciado tratamento para tuberculose há 4 dias. Os exames
indicaram que a paciente ainda estava bacilífera. O recém-nascido nasceu bem, e
foi afastada tuberculose congênita. Nessa situação, entre as opções apresentadas,
a melhor conduta é:
A) Contraindicar o aleitamento materno, vacinar com a BCG e fazer a prova
tuberculínica com 3 meses.
B) Liberar o aleitamento materno com uso de máscara cirúrgica, não vacinar com a
BCG e iniciar a quimioprofilaxia por 3 meses.
C) Liberar o aleitamento materno sem necessidade de máscara cirúrgica, não vacinar
com a BCG e iniciar a quimioprofilaxia por 3 meses.
D) Contraindicar o aleitamento materno, não vacinar com a BCG e iniciar a
quimioprofilaxia por 3 meses.
E) Liberar o aleitamento materno com uso de máscara cirúrgica, não vacinar com a
BCG e iniciar a quimioprofilaxia por 6 meses.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: De acordo com a Organização Mundial de Saúde não há
qualquer necessidade de separar a mãe de seu filho e, em nenhuma circunstância, o
aleitamento materno deve ser impedido. Segundo a Academia Americana de
Pediatria, o recém-nascido de mãe com diagnóstico de tuberculose pulmonar em
fase contagiante ou bacilífera, sem tratamento ou com menos de 3 semanas do uso
de tuberculostáticos no momento do parto, deve ser separado da mãe mas deve ser
alimentado com o leite humano ordenhado, uma vez que a transmissão geralmente
se dá pelas vias aéreas. Entretanto, segundo a própria OMS, a amamentação deve
ser mantida tentando diminuir o contato íntimo entre mãe e filho a partir de alguns
cuidados: amamentar com máscara cirúrgica ou similar, lavar cuidadosamente as
mãos e rastrear os comunicantes, especificamente os domiciliares. Alternativa A:
INCORRETA. Conforme dica do professor, a amamentação deve ser estimulada com
alguns cuidados adicionais. Alternativa B: CORRETA. Além de seguirmos
normalmente com a amamentação com seus devidos cuidados adicionais, não
podemos esquecer que essa criança não pode receber inicialmente a vacina BCG,
deve receber profilaxia com isoniazida por um período de 3 meses e, só então,
dependendo do resultado do PPD a ser realizado depois desse período, ela poderá
receber a vacina BCG caso o teste seja negativo e a quimioprofilaxia suspensa.
Alternativa C: INCORRETA. Como vimos, a mãe deve utilizar máscara cirúrgica para
oferecer o leite materno. Alternativa D: INCORRETA. Conforme dica do professor, o
aleitamento materno deve ser estimulado mesmo nesses casos contanto que todos
os cuidados sejam tomados. Alternativa E: INCORRETA. A quimioprofilaxia deve
ser realizada, inicialmente por um período de apenas 3 meses. Em seguida, a criança
realiza o PPD e, caso seja positivo e a criança não tenha diagnóstico de doença
ativa, a profilaxia deve ser estendida até os 6 meses de vida.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Sistema Único de Saúde
16. Um médico que resiste à forte demanda de exames para diagnóstico e de
rastreamento desnecessários, bem como, à pressão da corporação farmacêutica e
tecnológica, presente nos dias atuais, está atuando em prevenção
A) básica.
B) primária.
C) secundária.
D terciária.
E) quaternária.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A vigilância epidemiológica é conceituada como ""um
conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de
qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual
ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e
controle das doenças ou agravos”. Assim, a prevenção é um dos pilares da atenção
à saúde de forma geral. Alternativa A: INCORRETA. A prevenção básica ou
primordial visa evitar que fatores de risco sejam implementados, como por exemplo
incentivando atividade física antes mesmo que ocorre o sedentarismo, fator de risco
para diversas condições patológicas. Alternativa B: INCORRETA. A prevenção
primária visa evitar a doença na população (reduzindo sua inciência), através da
retirada dos fatores causais. Assim, atua no período pré-patogênico. Alternativa C:
INCORRETA. A prevenção secndária visa identificar e corrigir o mais precocemente
possível qualquer desvio da normalidade, fazendo com que o indivíduo retorne ao
seu estado saudável. Alternativa D: INCORRETA. A prevenção terciária, uma vez
que a doença está instalada, visa reduzir a incapacidade causada pela mesma.
Alternativa E: CORRETA. A prevenção quaternária, por fim, visa evitar iatrogenias e,
por incrível que parece, também busca prevenir a prevenção inapropriada.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra E.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: PALS
17. Uma criança de 5 anos foi atropelada por motocicleta. Na avaliação inicial no
pronto-socorro, é diagnosticada lesão esplênica isolada. Principal fator que deve
ser levado em consideração para indicação cirúrgica:
A) Queda de 2 g/dL ou mais nos níveis de hemoglobina, em relação ao valor de
entrada.
B) Quantidade de líquido livre no abdome, pela tomografia.
C) Presença e intensidade da dor abdominal.
D Condição hemodinâmica.
E) Grau da lesão esplênica, embora se deva levar em consideração que, no trauma, a
imagem tomográfica tende a hiperestimar a gravidade das lesões de vísceras
parenquimatosas.
NÍVEL DE DIFICULDADE: difícil.
DICA DO PROFESSOR: No trauma abdominal de origem contusa o órgão mais
lesado é o baço. Inicialmente, de forma generalizada, todo trauma contuso deverá
ser abodrdado com laparotomia se: peritonite ou retro/pneumoperitônio evidenciado
em exame de imagem. No trauma contuso com acientes estável a tomografia
computadorizada com contraste é o melhor exame para avaliar possíveis lesões. No
paciente instável, o FAST ou a lavagem peritoneal diagnóstica são opções à
tomografia computadorizada. Na evidência de um trauma esplênico deve ser
avaliada se há estabilidade hemodinâmica e a classificação da lesão. Nas lesões
grau I, II e III com ESTABILIDADE hemodinâmica, o tratamento é
clínico/conservador. Nas lesões grau IV e V ou na presença de instabilidade
hemodinâmica indica-se o tratamento cirúrgico (que pode ser com esplenorrafia,
esplenectomia parcial ou total). Alternativa A: INCORRETA. A queda da
hemoglobina é um indicação tardia para laparotomia em pacientes com trauma
penetrante (por arma branca). Alternativa B: INCORRETA. A presença de líquido
livro não usado como critério de indicação cirúrgica na lesão esplênica. Alternativa
C: INCORRETA. A intensidade da dor não relaciona-se diretamento com a gravidade
da lesão e, então, não é critério de intervenção cirúrgica. Alternativa D: CORRETA.
A presença de instabilidade hemodinâmica é o principal indicador de abordagem
laparotómica no trauma esplênico (no trauma abdominal em geral). Alternativa E:
INCORRETA. Associada à avaliação da condição hemodinâmica, o grau de lesão
esplênica também é fator considerado para indicar ou não uma laparotomia.
Contudo, a TC contrastada é o exame com maior acurácia para avaliação da lesão
esplênica.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: Litíase urinária e uropatia obstrutiva
18. Em pacientes com nefrolitíase e cólica renal aguda com cálculo menor que 5
mm em ureter distal, o tratamento pode ser realizado com analgesia e/ou
medicações que possam facilitar a passagem da pedra, tais como as abaixo,
EXCETO
A) bloqueadores de canal de cálcio.
B) bloqueadores alfa-adrenérgicos.
C) opióides.
D inibidores da fosfodiesterase-5.
E) anti-inflamatórios não-hormonais.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário..
DICA DO PROFESSOR: A nefrolitíase corresponde à formação de cálculos no trato
urinário. A sua prevalência é maior em homens, com pico de incidência entre 20 e 40
anos. Na grande maioria dos casos pacientes com nefrolitíase são assintomáticos. A
dor, referida como cólica nefrética, ocorre quando há mobilização do cálculo no trato
urinário da pelve renal para o ureter (pela impactação do cálculo nos pontos de
constrição fisiológica do ureter). Outros sintomas esporádicos incluem hematúria,
infecção, obstrução, além da possibilidade de evolução com nefrocalcinose. O
tratamento de crises agudas a resolução dos sintomas e é composta de: analgesia
(realizada com AINES, geralmente por via oral; caso a dor não melhore ou o paciente
não tolere AINE, podem ser utilizados opióides, apesar desses não reduzirem os
espasmos ureterais), bloqueadores alfa-1-adrenérgicos (relaxam diretamente a
musculatura lisa uretral, reduzindo o espasmo e, consequentemente, a dor) e
hidratação. Se o cálculo for pequeno (≤ 10 mm), o terapia médica expulsiva,
conservadora, pode ser tentada. A TME consiste no emprego de AINE +
alfabloqueador por um período de 4 a 6 semanas, devendo o paciente ser reavaliado
após 7 a 14 dias do início da terapia. O uso de bloqueadores de canal de cálcio pode
ser tentado, mas os mesmos são menos eficazes e possuem mais efeitos adversos
em comparação aos alfa-bloqueadores. Em casos com cálculos > 10 mm a terapia
intervencionista deve ser realizada. Alternativa A: CORRETA. Seu uso pode ser
realizado na terapia médica expulsiva. Alternativa B: CORRETA. Seu uso promove
relaxamento da musculatura lisa uretral, melhorando a cólica nefrética do paciente.
Alternativa C: CORRETA. Caso a dor seja refratária ao uso de AINE, pode-se utilizar
opióides. Alternativa D: INCORRETA. O uso de inibidores da fosfodiesterase não
possui indicação na nefrolitíase aguda Alternativa E: CORRETA. Os AINES são os
medicamentos de primeira linha para a analgesia dos pacientes, pois além de ter
efeito analgésico eles também previnem espasmos da musculatura lisa uretral.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: Hipertensão Portal e Varizes de Esôfago
19. A implantação de anastomose portossistêmica intra-hepática transjugular
(TIPS) é contraindicada na presença de
A) ascite refratária.
B) varizes esofágicas com sangramento prévio.
C) insuficiência cardíaca.
D) gastropatia hipertensiva portal.
E) cirrose e hidrotórax sintomático.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A TIPS é uma das opções terapêuticas para pacientes com
hipertensão porta que apresenta hipertensão porta refratária ao tratamento padrão.
Exemplo inclui pacientes com hemorragia digestiva alta refratária ao tratamento
endoscópico (ou na ausência de endoscopia e balsão de Sengstaken-Blakemore). O
método consiste na formação de um shunt vascular portossistêmico intra-hepático
transjugular, através da colocação de um permitindo que o sangue flua para o
sistema cava sem precisar passar pelos sinusóides hepáticos. Contudo, por
aumentar o fluxo sanguíneo na veia porta é contraindicado na presença de
insuficiência cardíaca congestiva grave, assim como a presença de doença hepática
cística. Uma desvantagem desse procedimento é a instalação de encefalopatia
hepática (o sangue, que passaria pelos hepatócitos e seria detoxificado, segue direto
para o sistema cava e é distribuído para o corpo), que costuma ocorrer em até 1/3
dos pacientes. Uma vez que não altera a anatomia hepática, o TIPS costuma ser
utilizado como ponte para pacientes que estão na fila do transplante e cursam com
complicações agudas da doença. Alternativa A: INCORRETA. A ascite refratária não
é contraindicação para TIPS - na verdade, a TIPS, por reduzir a pressão no sistema
porta, reduziria a ascite do paciente. Alternativa B: INCORRETA. Por reduzir a
pressão porta o TIPS reduz a chance de sangramento por varizes esofagogástricas.
Alternativa C: CORRETA. A derivação criada aumento o influxo venoso no sistema
cava e, consequente, no lado direito do coração, piorando a ICC. Alternativa D:
INCORRETA. Vide letra D. Alternativa E: INCORRETA. Em alguns casos, por reduzir
o aporte sanguíneo para os hepatócitos, TIPS pode piorar a função hepática. A
cirrose e suas complicações (não de forma generalizada) são as indicações de TIPS.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: Hemostasia e Trombose
20. O risco de trombose varia entre as causas de síndrome nefrótica, sendo o mais
elevado nos pacientes com
A) nefropatia membranosa.
B) nefropatia mesangial.
C) glomeruloesclerose segmentar e focal.
D) glomerulonefrite membranoproliferativa.
E) nefropatia por IgA.
NÍVEL DE DIFICULDADE: difícil.
DICA DO PROFESSOR: A síndrome nefrótica é caracterizada por proteinúria
nefrótica ( > 3,5 g/24 horas em adultos), associada a hipoalbuminemia, edema,
hiperlipidemia, lipidúria. Causas de síndrome nefrótica incluem: doença de lesão
mínima (mais comum em crianças), glomeruloesclerose segmentar focal, nefropatia
membranosa, nefropatia membranoproliferativa, glomerulonefrite mesangiocapilar,
entre outras. A trombose venosa da veia renal associa-se a dor lombar, piora da
proteinúria, hematúria, varicocele se à esquerda e é uma complicação conhecida de
algumas causas de síndrome nefrótica. A trombose venosa profunda na síndrome
nefrótica correlaciona-se com a redução dos níveis de antitrombina III, que leva a um
estado pró-trombótico. Alternativa A: CORRETA. A nefropatia membranosa evolui
com trombose da veia renal em até 50% dos casos. Essa é a secunda principal
causa de síndrome nefrótica em adultos. Além dessa, relaciona-se em menor
número à trombose de veia renal a glomerulonefrite membranoproliferativa e a
amiloidose. Alternativa B: INCORRETA. A nefropatia mesangial ou glomerulonefrite
proliferativa mesangial não relaciona-se à trombose de veia renal. Alternativa C:
INCORRETA. A GESF, principal causa de síndrome nefrótica em adultos, não evolui
com trombose venosa profunda. Alternativa D: INCORRETA. A glomerulonefrite
membranoproliferativa ou mesangiocapilar não costuma estar tão relacionada à
trombose de veia renal como a nefropatia membranosa, apesar de poder evoluir com
essa complicação. Alternativa E: INCORRETA. A nefropatia por IgA ou Doença de
Berger classicamente cursa com síndrome nefrítica e não evolui com trombose
venosa profunda.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Fraturas
21. A fratura de bacia com instabilidade hemodinâmica deve ser tratada
inicialmente com
A) fixação externa.
B) arteriografia, sempre que disponível.
C) tamponamento pélvico pré-peritoneal.
D) cinta ou enfaixamento pélvico.
E) calça pneumática.
NÍVEL DE DIFICULDADE: difícil.
DICA DO PROFESSOR: Pela proximidade das estruturas ósseas da pelve com
vasos sanguíneos calibrosos, nervos e vísceras, lesões pélvicas costumam ser
acompanhadas de hemorra significativa (em cerca de 50% dos casos). Na fratura de
pelve as lesões são divididas em estáveis, quando o anel pélvico está alinhado e a
abertura da sínfise é < 2,5 cm, ou em instável, quando o anel não está alinhado ou a
abertura da sínfise é > 2,5 cm. As fraturas estáveis podem ser classificadas em tipo I
e as instáveis, em tipo II ou III, a depender do mecanismo da lesão e das alterações
encontradas. O tratamento de fraturas estáveis é clínico, com repouso no leito. As
fraturas instáveis, por sua vez, necessitam de tratamento cirúrgico para resolução
definitiva, geralmente com uso de fixador externo anterior, associado ou não à
fixação interna (através de placas e barras). Alternativa A: INCORRETA. A fixação
pélvica externa, mesmo que muito realizada e considerada o tratamento definitivo,
não é a medida inicialmente realizada. Alternativa B: INCORRETA. A arteriografia
não é a medida clássica no tratamento de lesões pélvicas. Alternativa C:
INCORRETA. Geralmente realizado quando medidas iniciais não são resolutivas
para a instabilidade hemodinâmica apresentada. Alternativa D: CORRETA. O
enfaixamento pélvico, de fácil e rápida realização, é a primeira medida para
pacientes com trauma pélvico e instabilidade pélvica. Essa medida promove o
fechamento do anel pélvico com contenção da hemorragia em curso. Alternativa E:
INCORRETA. Não se usa calça pneumática na fratura pélvica instável.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: Endocardite infecciosa
22. O tratamento de endocardite infecciosa em protese valvar, causada por S.
aureus, requer uma associação de drogas, sendo essencial, por sua habilidade
única de matar estafilococos aderentes a próteses, a utilização de
A) linezolida.
B) sulfametoxazol-trimetoprim.
C) rifampicina.
D) teicoplanina.
E) ciprofloxacina.
NÍVEL DE DIFICULDADE: Intermediária.
DICA DO PROFESSOR: A endocardite infecciosa consiste na infecção microbiana
da superfície endotelial do coração, acometendo preferencialmente as valvas
cardíacas. Pode ser dividida em aguda e subaguda. A endocardite aguda é uma
condição associada à febre alta, sinais de toxemia, disfunção cardíaca precoce e
surgimento de múltiplos focos de infecção metastática à distância - necessitando,
assim, de tratamento imediato com antimicrobianos. A subaguda apresenta
manifestações clínicas mais arrastadas. Quando ocorre em próteses valvares a EI
tem como principal agente o Staphylococcus epidermidis, seguido do
Staphylococcus aureus. Para o tratamento de endocardites por S. aureus em valva
protética, como relatado no caso, é necessária a associação de vancomicina,
rifampicina e gentamicina. Quando houver suspeita de resistência à vancomicina
e/ou à gentamicina, essas podem ser trocadas por outros antimicrobianos. Contudo,
a importante é sempre associar o esquema com a rifampicina, pois esse antibiótico
impede a formação de biofilme na superfície do material exógeno.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: Diabetes mellitus - Complicações crônicas
23. Considere os pacientes I e II: I. Homem que, ao completar 18 anos, deu entrada
no pronto-socorro em primo descompensação diabética com quadro típico de
cetoacidose. II. Homem de 40 anos, sem acompanhamento médico, que, no
pré-operatório de cirurgia eletiva, descobre que sua glicemia de jejum vale 220
mg/dL. O primeiro fundo de olho deve ser feito nestes pacientes, quando tiverem,
respectivamente, as seguintes idades (em anos):
A) 23 e 45.
B) 18 e 40.
C) 28 e 45.
D) 23 e 40.
E) 20 e 42.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: Diabetes Mellitus corresponde à uma doença do
metabolismo intermediário da glicose, causando hiperglicemia crônica. Pode ser
dividida em tipo I (relacionado na maioria das vezes a anticorpos que destroem as
células pancreáticas do tipo B, causando deficiência insulínica), e tipo II (associada a
resistência periférica à insulina). Em longo prazo a doença é capaz de causar lesão
de órgãos-alvo (por alterações micro e macro-vasculares), como retina, coração,
neurônios, rins, SNC entre outros. A retinopatia diabética é uma das principais
causas de cegueira em indivíduos entre 20-74 anos nos países desenvolvidos. Em
relação ao rastreio para retinopatia diabética existem divergências quanto ao tipo de
DM. No tipo I o diagnóstico de DM costuma ocorrer no início da doença (pelos
presença de sintomas graves). Com isso, como a lesão da retina leva em média 5
anos para ocorrer, o rastreio deverá ter início, nesses pacientes, 5 anos após o
diagnóstico (média de 5 a 8 anos após início da hiperglicemia). No tipo II, por sua
vez, o paciente costuma ter a doença por anos antes de confirmar o diagnóstico.
Dessa forma não é possível estimar o tempo de evolução da doença, sendo então
recomendado o rastreio imediato para retinopatia diabética. 100% dos pacientes
com DM 1 evoluirá com retinopatia em 20 anos, enquanto 60% dos pacientes com
DM 2 apresentarão essa complicação no mesmo período. Alternativa D: CORRETA.
O paciente 1, que tem 18 anos e apresenta DM tipo I, deverá iniciar o rastreio 5 anos
após o diagnóstico - ou seja, com 23 anos. O paciente 2, que tem 40 anos e
apresenta DM tipo II, deve iniciar o rastreio imediatamente, por ser impossível
estimar o tempo de doença.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Complicações oncológicas
24. Um senhor de 72 anos, ativo e independente, retorna em consulta ambulatorial
com resultado de biópsia percutânea de lesão hepática, suspeita de metástase de
colangiocarcinoma. Recentemente, apresentou icterícia, caracterizada como
obstrutiva e queda do estado geral (síndrome ictérica e consumptiva). A
tomografia mostrou múltiplas imagens compatíveis com metástases, em ambos os
lobos hepáticos. A biópsia confirmou metástase de colangiocarcinoma. A família do
paciente está na sala de espera. O médico deve conversar
A) com a família antes de conversar com o doente, expondo o diagnóstico e a
gravidade.
B) apenas com o paciente e encaminhá-lo para o oncologista, deixando para esse
especialista a função de explicar a gravidade.
C) apenas com o doente e iniciar o tratamento paliativo, sem encaminhamento para
oncologista, uma vez que o paciente está fora de possibilidade de tratamento
curativo.
D) com o paciente e os familiares simultaneamente, explicando o diagnóstico, mas
sem chamar a atenção para a gravidade.
E) inicialmente apenas com o doente, explicando o diagnóstico e a gravidade. Nessa
conversa inicial deve ser combinada a oportunidade de abrir ou não o diagnóstico e
o prognóstico para os familiares. Deve ainda encaminhar o paciente para o
oncologista, para tratamento paliativo.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: Informações sobre diagnósticos, prognóstico, riscos e
objetivos de um tratamento devem, em primeira mão, sempre ser dadas ao paciente.
Inclusive, esse direito é defendido pelo código de ética médica, vedando o médico de
não fazê-lo. Contudo, toda regra possui exceções. Para pacientes que não estão em
condições de decidir sobre tratamentos/condutas, como pacientes em coma,
psiquiátricos descompensados, crianças, quando a mesma pode causar danos ao
paciente (depressão grave, quando diz não querer saber...), entre outros, o médico e
a equipe profissional pode conversar com um familiar sobre e, com ele, tentar pensar
na melhor conduta a ser tomada. Alternativa A: INCORRETA. O paciente é ativo,
independente, e possui condições de ser informado, tomar decisões e escolher se os
familiares serão ou não informados. Alternativa B: INCORRETA. Apesar da
necessidade de encaminhar para um oncologista, o médico deve esclarecer da
melhor forma possível sobre o diagnóstico, prognóstico, entre outros. Alternativa C:
INCORRETA. O encaminhamento para um profissional mais capacitado é de
fundamental importância e a não realização consiste em imprudência, imperícia e
negligência. Alternativa D: INCORRETA. Os familiares somente serão informados se
o paciente assim desejar. Alternativa E: CORRETA. A afirmativa descreve
exatamente o que deve ser feito.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra E.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Complicações em cirurgia
25. Procedimento cirúrgico, entre os apresentados, que se associa a maior
incidência de trombose venosa profunda no pós-operatório:
A) Histerectomia por via abdominal.
B) Ressecção transuretral de próstata.
C) Artroplastia de quadril.
D) Parto cesárea.
E) Abdominoplastia.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: O tromboembolismo venoso consiste na terceira doença
cardiovascular mais comum. A trombose venosa profunda é cerca de 3x mais
comum que o tromboembolismo pulmonar (que é a principal complicação em
pacientes hospitalizados). A fisiopatologia da TVP relaciona-se à tríade de Virchow:
estase sanguínea, lesão vascular e hipercoagulabilidade. Os fatores de risco para
TVP incluem idade avançada, obesidade, tabagismo, trauma, imobilizações (e
viagens prolongadas), cirurgias realizadas nos últimos três meses, câncer, gravidez,
uso de ACO ou terapia de reposição hormonal, entre outros. Dentres as cirurgias, as
ortopédicas são as que acarretam maior risco, principalmente a artroplastia de
quadril. Outras cirurgias com grande risco de TVP são as oncológicas, grandes
cirurgias vasculares e neurológicas. Alternativa A: INCORRETA. Alternativa B:
INCORRETA. Comumente a RTUP não causa imobilização/repouso ao leito
prolongado, sendo dentre essas a que menos aumenta o risco de TVP. Alternativa
C: CORRETA. As cirurgias ortopédicas, principalmente a artroplastia de quadril,
elevam significativamente o risco de TVP. Além do procedimento, geralmente o
paciente submetido permanece um período prolongado restrito ao leito. Alternativa
D: INCORRETA. A lternativa E: INCORRETA.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Cirurgia pediátrica geral
26. Em relação à apendicite aguda na criança, é correto afirmar:
A) Os níveis de proteína C reativa estão muito elevados, mesmo nas fases iniciais.
B) O sedimento urinário mostrando leucocitúria a partir de 50.000 leucócitos/mm3
ajuda a descartar o diagnóstico de apendicite.
C) O achado de apêndice de, pelo menos, 5,0 mm de diâmetro, na ultrassonografia,
confirma o diagnóstico.
D) A apendicite aguda pode ocorrer antes, durante ou após gastroenterocolite.
E) A tomografia é o primeiro exame que deve ser realizado em casos suspeitos.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediária.
DICA DO PROFESSOR: A apendicite aguda corresponde à principal causa de
abdome agudo inflamatório. Ocorre por obstrução do apêndice vermiforme,
geralmente por fecalitos, com fisiopatologia semelhante à obstrução em ""alça
fechada"". Com o aumento da pressão no apêndice, estase sanguínea e lesão da
mucosa, ocorre supercrescimento bacteriano com piora da inflamação. Caso não
seja tratada adequadamente no período determinado, pode evoluir com perfurações
(que serão contidas por estruturas vizinhas, formando um abscesso, ou causarão
peritonite difusa). As manifestações mais comuns incluem anorexia, febre (baixa na
maioria das vezes), dor abdominal (que se inicia no epigástrio e migra, com a
inflamação do peritônio, para o quadrante inferior direito), náuseas e vômitos. Sinais
clássicos de peritonite por apendicite são: sinal de Blumberg, sinal de Rovsing, sinal
do psoas e sinal do obturador. O seu diagnóstico é eminentemente clínico mas, em
casos de dúvida (como em idosos, crianças, gestantes, obesos...) recomenda-se a
realização de exame de imagem. Apesar da tomografia computadorizada ser
padrão-ouro, em crianças e gestantes recomenda-se o uso de ultrassonografia. O
tratamento consiste no uso de ATB profilático + apendicectomia nos casos simples.
Se houver suspeita de complicação, o ATB é terapêutico e a cirurgia vai depender da
condição associada (pode ser imediata, após algumas semanas e/ou associada à
drenagem percutânea). Alternativa A: INCORRETA. Os níveis de proteína C reativa
costumam estar elevados. Contudo, seu aumento só tem início após algumas horas
de inflamação instalada. Alternativa B: INCORRETA. Existe a possibilidade de
contaminação cruzada ou da associada de ITU, por exemplo, em pacientes com
apendicite aguda. Alternativa C: INCORRETA. Os critérios sonográficos incluem:
apêndice não compressível com ≥ 7 mm de diâmetro anteroposterior, presença de
apendicolito, interrupção da ecogenicidade da submucosa e massa ou líquido
periapendicular. Um sinal clássico, altamente sugestivo, é a imagem em alvo.
Alternativa D: CORRETA. A obstrução do lúmen apendicular pode ocorrer por
hiperplasia de folículos linfóides, no contexto de infecção gastrointestinal. Outras
causas de obstrução incluem bolo de Ascaris, tumores, corpos estranhos...
Alternativa E: INCORRETA. O diagnóstico é clínico e, se houver suspeita em
crianças, a USG é o primeiro exame a ser solicitado.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Atendimento inicial ao politraumatizado
27. Uma moça de 19 anos foi vítima de ferimento por arma branca no 7o espaço
intercostal, na linha axilar média direita. Está ansiosa e parece assustada. Pulso:
110 bpm, rítmico; PA: 100 × 70 mmHg. A radiografia de tórax não mostra
alterações. Próximo passo, em condições ideais:
A) FAST (Focused Assessment with Sonography for Trauma).
B) Tomografia de tórax e abdome.
C) Laparoscopia.
D) Toracoscopia diagnóstica.
E) LPD (Lavagem Peritoneal Diagnóstica).
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediária.
DICA DO PROFESSOR: Dica do professor: Lesões na altura da transição
toracoabdominal, na região diafragmática, são abordadas de forma distinta das
lesões abdominais ou torácicas. A transição toracoabdominal compreende a região
entre os mamilos o ângulo da escápula (7a ou 8a costela) até a 12a costela. Caso a
paciente encontra-se estável, o padrão ouro é a videolaparoscopia - que, além de
diagnóstica, pode ser também terapêutica. Menos comumente é realizada uma
videotoracoscopia, mas essa é inferior à técnica anterior. Alternativa A:
INCORRETA. O FAST é indicado para lesões abdominais, pélvicas e algumas
torácicas. Além disso, é reservado para pacientes instáveis. Alternativa B:
INCORRETA. Não é um bom exame para lesões diafragmáticas e da transição
toracoabdominal. Alternativa C: CORRETA. A laparoscopia é o exame padrão ouro
para lesões da transição toracoabdominal e, além de ser diagnósticas, pode ser
terapêutica em algumas situações. Alternativa D: INCORRETA. A toracoscopia pode
ser realizada mas é inferior à laparoscopia. Alternativa E: INCORRETA. A LPD é um
exame que identifica lesões abdominais e é reservado para pacientes instáveis.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Atendimento inicial ao politraumatizado
28. Um homem de 35 anos, vítima de queda de moto, chega ao pronto-socorro
cerca de 25 minutos após a queda. Está falando e sabe o que aconteceu. Após ter
recebido 1000 mL de solução fisiológica e duas bolsas de sangue tipo O negativo,
seus dados vitais são: FC: 140 bpm; FR: 32 irpm; PA: 80 × 60 mmHg. Queixa-se de
dor abdominal. A radiografia de tórax é normal e a radiografia de bacia mostra
fratura dos quatro ramos da pelve e diástase de sínfise púbica > 2,5 cm, além de
disjunção sacroilíaca > 1 cm. Conduta subsequente mais adequada:
A) Tomografia de corpo inteiro.
B) Arteriografia para embolização das artérias hipogástricas.
C) FAST (focused assessment with sonography for trauma), tamponamento pélvico
pré-peritoneal e fixação externa de bacia.
D) Laparotomia exploradora com ligadura das artérias ilíacas internas.
E) Laparotomia exploradora xifopúbica.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediária.
DICA DO PROFESSOR: Estamos diante de um paciente vítima de trauma que foi
atendido segundo o protocolo do ATLS: A para vias aéreas e coluna cervical; B para
respiração e tórax; C para sistema cardiovascular; D para sistema neurológico e E
para outras lesões e prevenção de hipotermia. Contudo, mesmo após a reposição
volêmica com 1.000 mL de cristaloide e infusão de duas bolsas de sangue o
paciente continua hipotenso, sendo a principal causa no contexto do trauma o
choque hipovolêmico. Isso ocorre pois, além de repor o volume que o paciente
perdeu é extremamente necessária a interrupção da fonte de sangramento - caso
contrário, o paciente continuará sangrando. Após realizar a radiografia de bacia foi
identificado fratura dos quatro ramos da pelve e diástase da sínfise púbica > 2,5 cm,
além de disjunção sacroilíaca > 1 cm, o que nos mostra a origem do sangramento.
Pela proximidade das estruturas ósseas com vasos sanguíneos calibrosos, lesões
destas estruturas costumam ser acompanhadas de hemorra significativa. Na fratura
de pelve as lesões são divididas em estáveis, quando o anel pélvico está alinhado e a
abertura da sínfise é < 2,5 cm, ou em instável, quando o anel não está alinhado ou a
abertura da sínfise é > 2,5 cm. Contudo, precisamos afastar a possibilidade de lesão
abdominal, que também pode ser a causa da hemorragia. Alternativa A:
INCORRETA. A tomografia computadorizada NUNCA deve ser realizada em
pacientes hemodinamicamente instáveis. Alternativa B: INCORRETA. A medida
inicial no trauma pélvico é a estabilização com enfaixamento. Alternativa C:
CORRETA. Para pacientes instáveis, a realização do FAST é a melhor conduta para
afastar a possibilidade de sangramento de origem abdominal. Caso o FAST seja
negativo, seguiremos com enfaixamento pélvico. Caso não haja melhora do quadro,
pode-se lançar mão de tamponamento pré-peritoneal e fixação externa da bacia.
Alternativa D: INCORRETA. A laparotomia será indicada caso o FAST seja positivo.
Além disso, essa não é a melhor conduta para o trauma de bacia. Alternativa E:
INCORRETA. Vide letra D.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: Assistência pré-natal
29. Em gestantes com risco aumentado de pré-eclâmpsia, a única droga com
evidência convincente de redução desse risco é
A) hidroclorotiazida.
B) alfametildopa.
C) ácido acetilsalicílico.
D) prazosin.
E) clopidogrel.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A doença hipertensiva específica da gestação se refere à
hipertensão que se desenvolve durante a segunda metade da gravidez, por uma
invasão trofoblástica deficiente. É classificada, de acordo com suas características,
como pré-eclâmpsia, eclâmpsia, hipertensão crônica de qualquer etiologia,
hipertensão crônica com pré-eclâmpsia sobreposta ou como hipertensão gestacional
ou transitória. A pré-eclâmpsia consiste no aparecimento de hipertensão (≥ 140 X
90 mmHg) e proteinúria (≥ 300mg/24 horas) após 20 semanas de gestação -
lembre-se que o edema não faz mais parte dos critérios diagnósticos.Na ausência de
proteinúria, o diagnóstico de pré-eclâmpsia pode ser realizado se houver um dos
achados: trombocitopenia (< 100 mil), elevação de transaminases, piora da função
renal (com aumento da creatinina), edema aguda de pulmão ou na presença de
sintomas cerebrais ou visuais - associado, claro, ao distúrbio hipertensivo. O seu
tratamento tem como bases orientações gerais (nutricional, sobre o pré-natal, sinais
de agravamento da doença...), terapia medicamentosa (lembrar de não iniciar o uso
de medicamentos anti-hipertensivos na pré-eclâmpsia, pois esses podem piorar
ainda mais a hipóxia/isquemia placentária) e avaliação do bem estar materno e fetal.
Alternativa C: CORRETA. Em pacientes com risco de desenvolver pré-eclâmpsia
(diabéticas, gemelares, hipertensas, história prévia de pré-eclâmpsia ou doença
renal...) devem fazer uso de AAS em baixas doses, com início na 16a semana de
gestação. O intuito é, principalmente, prevenir a falha na segunda onda trofoblástica.
Essa é a única droga com evidência científica de benefício na prevenção da
pré-eclâmpsia (mesmo não sendo consenso na literatura).
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Infecção pelo HIV e AIDS
30. Sobre as medidas específicas a serem adotadas para profilaxia pré e
pós-exposição ao HIV (PrEP e PEP) é correto afirmar:
A) A PrEP consiste na utilização de dose alta e mensal de antirretroviral para grupos
específicos não infectados que tenham maior risco de infecção pelo HIV, como
homens que fazem sexo com homens.
B) O esquema antirretroviral de PEP é recomendado por categoria de exposição:
acidente com material biológico, violência sexual e exposição sexual consentida.
C) A PrEP se insere como uma estratégia adicional, segura e eficaz de prevenção,
mas ainda indisponível no Sistema Único de Saúde.
D) PEP é uma estratégia de prevenção para evitar novas infecções pelo HIV, por
meio do uso temporário de medicamentos antirretrovirais após uma exposição de
risco à infecção pelo HIV.
E) A PrEP é a terapia antirretroviral para evitar transmissão vertical do HIV,
oferecida a todas as gestantes infectadas pelo HIV e suspensa após o parto.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediária.
DICA DO PROFESSOR: Essa é uma questão que você pode se confundir com
alguns conceitos e indicações, porém, sabendo diferenciar cada tipo de profilaxia,
não tem erro! A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP, do inglês Pre-Exposure
Prophylaxis) consiste no uso de antirretrovirais (ARV) para reduzir o risco de
adquirir a infecção pelo HIV. Essa estratégia se mostrou eficaz e segura em pessoas
com risco aumentado de adquirir a infecção. A Profilaxia Pós-Exposição (PEP) de
risco à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras IST consiste no uso de
medicamentos para reduzir o risco de adquirir essas infecções após a exposição.
Alternativa A: INCORRETA. O simples pertencimento nos grupos de vulnerabilidade
(profissionais do sexo, homens que fazem sexo com homens, gays, trans, parcerias
sorodiscordantes para o HIV) não é suficiente para caracterizar indivíduos com
exposição frequente ao HIV. Para essa caracterização é necessário observar as
práticas sexuais, as parcerias sexuais e os contextos específicos associados a um
maior risco de infecção. O indicado na PrEP é a combinação de tenofovir associado a
entricitabina, em dose fixa combinada TDF/FTC 300/200mg, um comprimido por
dia, via oral, em uso contínuo. Alternativa B: INCORRETA. O tipo de exposição (com
risco: Percutânea, membranas mucosas, cutâneas em pele não íntegra, mordedura
com presença de sangue; sem risco: cutânea em pele íntegra, mordedura sem a
presença de sangue) indica ou não a PEP, porém quando recomendada,
independentemente do tipo de exposição ou do material biológico envolvido, o
esquema antirretroviral preferencial indicado deve ser TDF (tenofovir) + 3TC
(lamivudina) + DTG (dolutegravir) com duração de 28 dias. Alternativa C:
INCORRETA. A PrEP se insere como uma estratégia adicional nova de prevenção
DISPONÍVEL no Sistema Único de Saúde (SUS), com o objetivo de reduzir a
transmissão do HIV e contribuir para o alcance das metas relacionadas ao fim da
epidemia. Alternativa D: CORRETA. Conforme dito anteriormente, a PEP é utilizada
para evitar infecções pelo HIV após uma exposição de risco, com uso de esquema
terapêutico (TDF+3TC+DTG) por 28 dias. Alternativa D: INCORRETA. A PrEP é a
profilaxia indicada para populações sob risco aumentado para aquisição do HIV. Os
segmentos populacionais prioritários são: Gays e outros homens que fazem sexo
com homens (HSH), Pessoas trans, Profissionais do sexo que, tem relação sexual
anal (receptiva ou insertiva) ou vaginal, sem uso de preservativo, nos últimos seis
meses E/OU Episódios recorrentes de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST)
E/OU Uso repetido de Profilaxia PósExposição (PEP); e Parcerias sorodiscordantes
para o HIV que tem relação sexual anal ou vaginal com uma pessoa infectada pelo
HIV sem preservativo.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: Insuficiência Cardíaca e cardiomiopatias
31. A elevação plasmática de BNP e NT-proBNP pode ser desencadeada por várias
afecções clínicas, no entanto, NÃO se espera que ocorra em decorrência de
A) sepse.
B) disfunção de ventrículo esquerdo, assintomática.
C) agudização de DPOC.
D) hipertensão pulmonar.
E) diarréia e hipovolemia.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediária.
DICA DO PROFESSOR: o BNP e o NT-pro BNP são frequentemente utilizados
como biomarcadores da insuficiência cardíaca, mas podem se elevar em diversas
afecções sistêmicas que cursam com sobrecarga de volume e estiramento dos
cardiomiócitos. Alternativa A: Incorreto, até 50% dos pacientes sépticos podem ter
aumento do BNP e do NT-pro BNP, com percentual aumentado em casos mais
graves. Alternativa B: Incorreto, a disfunção do ventrículo esquerdo é a principal
causa de aumento do BNP e do NT-pro BNP . Alternativa C: Incorreto, a dosagem
de BNP e NT-pro BNP é útil em pacientes com DPOC exacerbada para avaliar um
diagnóstico diferencial de IC descompensada, porém esses marcadores também
podem se elevar pelo próprio DPOC. Alternativa D: Incorreto, a hipertensão
pulmonar se reflete como uma resistência à ejeção do fluxo sanguíneo pelo VD, com
disfunção ventricular e elevação destes marcadores. Alternativa E: Correto, a
diarreia e hipovolemia não levam à sobrecarga de volume cardíaco, de modo que
não é esperada uma elevação destes marcadores.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra E.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Lesões hepáticas focais
32. Nome do exame mostrado na imagem abaixo e alteração evidenciada:
A) Colangioressonância – Obstrução do colédoco distal, com dilatação significativa a
montante.
B) Colangiografia – Estenose do colédoco proximal, com obstrução parcial.
C) CPRE (colangiopancreatografia retrógrada endoscópica) – Lesão da via biliar
principal, com extravasamento de contraste.
D) Colangiografia – Falha de enchimento em colédoco distal, com boa passagem do
contraste para o duodeno.
E) Colangiografia – Falha na contrastação da árvore biliar intra-hepática (típico de
colangite).
NÍVEL DE DIFICULDADE: difícil.
DICA DO PROFESSOR: De início precisamos identificar que o exame apresentado
é uma colangiografia intra operatória, realizada após uma colecistectomia (é possível
notar a ausência do ""enchimento"" da vesícula biliar). Ao acompanhar o trato biliar
intra e extra hepático vemos um bom enchimento, com vazão do conteúdo para o
duodeno (é possível notar seus acidentes anatômicos, que diferem do
preenchimento de ductos - regulares e contidos). Mas, se prestarmos atenção na
porção final do colédoco, próximo ao local de escoamento para o duodeno, vemos
uma falha de enchimento ductal. Assim, podemos concluir que o exame é uma
colangiografia que evidencia uma falha de preenchimento do colédoco distal, mas
que não interfere com o extravasamento para o duodeno. Provavelmente trata-se de
um cálculo no colédoco (coledocolitíase). Alternativa A: INCORRETA. O exame
evidenciado não é uma colangioressonância magnética. Alternativa B: INCORRETA.
O colédoco proximal encontra-se sem alterações de enchimento. Alternativa C:
INCORRETA. No caso de uma CPRE visualizaríamos a porção endoscópica do
exame. Alternativa D: CORRETA. O exame trata-se de uma colangiografia (intra
operatória) que evidencia uma falha no enchimento distal do colédoco, que não
prejudica o escoamento para o duodeno. Alternativa E: INCORRETA. A via biliar
intra hepática encontra-se pérvia, sem estenoses/obstruções.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Meningite e Infecções do SNC
33. A quimioprofilaxia para doença meningocócica
A) assegura efeito protetor absoluto e prolongado e, por isso, tem sido adotada
como uma medida eficaz na prevenção de casos secundários.
B) é feita com ciprofloxacino, que deve ser administrado na dose de 5 mg/kg/dia, e
simultaneamente a todos os contatos próximos, preferencialmente, até 48 horas da
exposição à fonte de infecção (doente).
C) é uma medida para prevenção de casos secundários, que são raros e, geralmente,
ocorrem nas primeiras 48 horas a partir do primeiro caso.
D) é recomendada para todos os profissionais da área de saúde que atenderam o
caso de doença meningocócica.
E) é recomendada para contatos próximos, como: moradores do mesmo quarteirão,
moradores de alojamentos, quartéis, comunicantes de creches e escolas e pessoas
diretamente expostas às secreções do paciente.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A quimioprofilaxia para doença meningocócica visa
prevenir os casos secundários da doença, que são raros, e em geral ocorrem após
48h do caso primário. É indicada para contatos íntimos com o primeiro caso, mas
não há garantia de efeito protetor absoluto e prolongado. No Brasil, é indicado o uso
de rifampicina (10 mg/kg/dose - máx 600mg, de 12/12h, por 2 dias), via oral, como
antibiótico de escolha. Profissionais de saúde que atenderam o paciente infectado
não necessitam de quimioprofilaxia, exceto aqueles que efetuaram procedimentos
invasivos, como intubação endotraqueal ou passagem de sonda gástrica sem a
devida proteção individual. Alternativa A: INCORRETA. Não há garantia de efeito
protetor absoluto e prolongado. Alternativa B: INCORRETA. No Brasil, para a
quimioprofilaxia, é indicado o uso de rifampicina (10 mg/kg/dose - máx 600mg, de
12/12h, por 2 dias), via oral, como antibiótico de escolha. Alternativa C: CORRETA.
Casos secundários são considerados raros e, em geral, ocorre após 48 horas a partir
do caso primário. A quimioprofilaxia para doença meningocócica visa preveni-los.
Alternativa D: INCORRETA. Profissionais de saúde que atenderam o paciente
infectado não necessitam de quimioprofilaxia, exceto aqueles que efetuaram
procedimentos invasivos, como intubação endotraqueal ou passagem de sonda
gástrica sem a devida proteção individual. Alternativa E: INCORRETA. A
quimioprofilaxia é recomendada para contatos íntimos.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: O parto
34. Durante o parto vaginal em apresentação pélvica, a manobra usada após a
saída do pólo pélvico é
A) erguimento do tronco, com o dorso fetal em direção à pube, colocando o diâmetro
biacromial transversalmente à bacia.
B) abaixamento do pólo pélvico e deslocamento lateral do dorso fetal para liberação
dos ombros.
C) tração em direção inferior do dorso fetal até que o diâmetro biacromial fique em
sentido perpendicular ao diâmetro transverso da bacia.
D) tração leve e constante do pólo pélvico, oscilando lateralmente repetidas vezes
até o desprendimento dos ombros.
E) posicionamento do dorso fetal para baixo em direção à fúrcula vaginal para o
desprendimento das espáduas
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: Dica do professor: O método de Brecht é largamente
utilizado na assistência ao parto pélvico e consiste em observar a expulsão do pólo
pélvico sem realizar, no entanto, qualquer intervenção intempestiva até que seja
visualizado o ângulo inferior da escápula. Após o desprendimento das nádegas e
parte do tronco, o médico coloca os polegares ao longo das coxas e os quatro dedos
restantes sobre a nádega correspondente e, sem exercer nenhuma tração, eleva o
tronco fetal em direção ao ventre materno. Os braços devem desprender-se
espontaneamente com os ombros atravessando o estreito inferior da bacia no
diâmetro transverso. A seguir, durante o desprendimento da cabeça, o auxiliar pode
exercer leve pressão suprapúbica, e com o movimento do tronco fetal em direção ao
hipogástrio materno, há liberação da face e do polo cefálico do nascituro. Os
resultados da manobra de Bracht podem ser divididos em: exitosos (há
desprendimento dos ombros e da cabeça), fracasso parcial (há desprendimento dos
membros superiores, mas não da cabeça) e fracasso total (não há desprendimento
nem dos ombros nem da cabeça).
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: O parto
35. Está correta a apresentação fetal e o respectivo ponto de referência:
A) cefálica fletida − naso.
B) cefálica defletida de segundo grau − mento.
C) cefálica defletida de terceiro grau − glabela.
D) cefálica defletida de primeiro grau − bregma.
E) córmica − crista sacrococcígea
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: Essa questão exige que você decore as apresentações e
os respectivo pontos de referência fetais. A apresentação é definida como a região
fetal que ocupa a área do estreito superior e nela se vai insinuar. Quando a situação
fetal é longitudinal, há duas possibilidades de apresentação: cefálica ou pélvica; nas
situações transversas , duas outras possibilidades ocorrem: apresentações cósmicas
(ou de ombro), ou apresentações dorsal superior e inferior. Alternativa A:
INCORRETA. Na cefálica fletida a linha de orientação PE a sutura sagital e o ponto
de referência é o lambda. Alternativa B: INCORRETA. No diagnóstico da
apresentação cefálica defletida de segundo grau, ao exame vaginal, é possível sentir
a sutura metópica (como linha de orientação) e a glabela ou raiz do nariz, que
corresponde ao ponto de referência fetal. Alternativa C: INCORRETA. No
diagnóstico da apresentação cefálica defletida de terceiro grau, ao toque vaginal,
reconhece-se a linha de orientação representada pela linha facial, e ponto de
referência fetal o mento. Alternativa D: CORRETA. O diagnóstico de apresentação
cefálica defletida de 1º grau é realizado intraparto, por meio do toque vaginal, com o
qual se identifica a linha de orientação sagital metópica e o ponto de referência a
fontanela bregmática. Alternativa E: INCORRETA. Na apresentação córmica, a linha
de orientação é o dorso e o ponto de referência é o acrômio. A crista sacrococcígea é
o ponto de referência da apresentação pélvica.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: O parto
36. O terceiro período de parto
A) corresponde ao período desde a saída do recém-nascido até a saída da placenta
e membrana amniótica.
B) é considerado prolongado quando demorar mais de 10 minutos para a saída da
placenta.
C) corresponde ao período de desprendimento do pólo cefálico até o
desprendimento completo do pólo pélvico do recém-nascido.
D) demora normalmente 2 horas nas nulíparas e até 1 hora nas multíparas.
E) é abreviado pelo uso de oxitocina endovenosa.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: Clinicamente, o estudo do parto analisa três fases
principais (1º período - dilatação, 2º período - expulsão e 3º período dequitação),
precedidas de estádio preliminar, o período premunitório (pré-parto). O terceiro
período, também chamado de secundamento ou dequitadura, o útero expele a
placenta e as membranas após o nascimento do feto. Vamos avaliar cada
alternativa. Alternativa A: CORRETA. Alternativa B: INCORRETA. A dequitação
ocorre entre 10 minutos e 1 hora após o parto. Fisiologicamente, sabe-se que ela
deve ocorrer dentro de 20 a, no máximo 30 minutos. Alternativa C: INCORRETA. O
desprendimento do pólo cefálico e pélvico ocorrem no 2º período (inicia-se quando a
dilatação está completa e se encerra com a saída do feto). Alternativa D:
INCORRETA. A dequitação ocorre entre 10 minutos e 1 hora após o parto.
Alternativa E: INCORRETA. Alguns autores sugerem o uso da ocitocina no terceiro
período para redução da hemorragia pós-parto.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Obstruções intestinais
37. Um senhor de 65 anos procura o pronto-socorro com queixa de vômitos,
distensão abdominal e parada de eliminação de gases e fezes, há 5 dias. Está
afebril e desidratado. O abdome está distendido, é pouco doloroso difusamente e
os ruídos hidroaéreos estão aumentados. A radiografia mostra distensão de
delgado, com níveis hidroaéreos e o sinal de empilhamento de moedas. O cólon
não é visualizado. Antecedentes: laparotomia com esplenectomia, por trauma
abdominal fechado decorrente de colisão automobilística, há “muitos anos” (sic).
Conduta inicial:
A) Laparoscopia diagnóstica.
B) Laparotomia exploradora de urgência.
C) Tratamento não operatório com hidratação, analgesia e sonda nasogástrica.
D) Tomografia de abdome, com contraste por via oral.
E) Tratamento não operatório com hidratação, fisioterapia respiratória, sonda
nasogástrica aberta e colonoscopia de urgência para descartar neoplasia, devido à
idade.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: O abdome agudo obstrutivo é caracterizado pela
obstrução intestinal, sendo uma das afecções abdominais agudas mais frequentes.
O quadro clínico dessa condição é bastante variado, sendo os principais sintomas a
presença de dor abdominal, inicialmente difusa, associada a vômitos, parada de
eliminação de fezes e gases e distensão adnominal. No exame físico é comum
encontrar ausência de ruídos hidroaéreos e presença de timpanismo à percussão.
No exame radiográfico é comum encontrar distensão de alças intestinais e sinal do
empilhamento de moedas. No caso desse paciente, uma provável causa pode ter
sido a ocorrência de bridas cirúrgicas oriundas dessa cirurgia prévia. A conduta
indicada neste caso é a realização de reposição de líquidos e eletrólitos, o
estabelecimento de jejum e a realização da descompressão do trânsito intestinal
através da instalação de uma sonda. Alternativa A: Falso. O diagnóstico de abdome
agudo obstrutivo por bridas é eminentemente clínico, podendo fazer uso de exames
de imagem para confirmação (TC caso o raio X não tenha sido conclusivo).
Alternativa B: Falso. A realização de laparotomia só é recomendada na ausência de
resposta clinica à conduta descompressiva em um periodo de 24-48 horas.
Alternativa C: Verdadeiro. A conduta inicial é a realização de hidratação e reposição
de eletrólitos, seguida de colocação de sonda para descompressão intestinal.
Alternativa D: Falso. A TC só seria solicitada se o raio X não fosse conclusivo
Alternativa E: Falso. A presença de abdome agudo obstrutivo contraindica a
realização de colonoscopia.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Pancreatite crônica
38. Um homem de 32 anos está internado por pancreatite aguda. Está estável
hemodinamicamente, afebril, e tem boa perfusão periférica, com tempo de
enchimento capilar < 2 segundos. Amilase: 750 UI/L, bilirrubina total: 1,5 mg/dL,
leucocitos: 17.500/mm3, PCR (proteína C reativa): 250 mg/L, fosfatase alcalina:
150 U/L, gama-GT: 80 U/L. O ultrassom mostra colelitíase, com múltiplos cálculos
de até 0,5 cm de diâmetro e pequena dilatação de vias biliares. Além de jejum,
analgesia e hidratação parenteral, o tratamento inicial deste paciente deve incluir
A) antibioticoterapia, por causa da leucocitose > 16.000/mm3, que é preditor de
gravidade.
B) antibioticoterapia, por causa de PCR > 150 mg/L, indicando necrose pancreática
com infecção associada.
C) antibioticoterapia, devido à presença de dilatação de vias biliares, para prevenir
colangite.
D) CPRE (colangiopancreatografia retrógrada endoscópica), por causa da dilatação
das vias biliares associada a PCR elevado.
E) apenas observação e controle clínico.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A pancreatite aguda tem como principal etiologia a
presença de litíase biliar. Clinicamente os pacientes apresenta dor contínua epi/meso
gástrica, náuseas, vômitos, leve icterícia, hemorragias retroperitoneais (quando
presentes indicam maior gravidade), amaurose (pela retinopatia de Purtscher-Like),
entre outros. O diagnóstico pode ser fechado na presença de 2 dos 3: dor abdominal
fortemente sugestiva, aumento das enzimas (≥ 3x o normal; sendo a lipase mais
específica que a amilase) e um exame de imagem característico (USG, TC com
contraste ou USG endoscópica). Após o diagnóstico e avaliação do prognóstico
(critérios de RANSON, Apache II, e outros), é instituído o tratamento. O manejo
inicial consiste na implementação de dieta zero, hidratação, correção de distúrbios
hidroeletrolíticos e analgesia (pode utilizar opióides). Caso ocorram complicações, o
tratamento poderá ser com ATB e/ou necrosectomia e/ou resolução de alguns
pseudocistos (preenchem os critérios). É importante lembrar que algumas
complicações são manejadas de forma expectante. Em relação à etiologia biliar, se o
paciente apresentar pancreatite leve e bom risco cirúrgico, uma colecistectomia semi
eletiva será realizada antes da alta. Caso o risco cirúrgico desse paciente seja ruim,
uma papilotomia via EDA deverá ser realizada antes da alta. Para pacientes com
pancreatite biliar grave é mandatória a papilotomia via EDA imediata com
colecistectomia semi eletiva após 6 semanas do quadro. Alternativa A:
INCORRETA. O uso de ATB é reservado para pacientes que apresentam
complicações. Alternativa B: INCORRETA. Vide letra A. Alternativa C: INCORRETA.
Vide letra A. Alternativa D: INCORRETA. A CPRE somente será realizada de forma
imediata nos casos de pancreatite biliar grave (pois entende-se que o cálculo ainda
estaria obstruindo o ducto). Alternativa E: CORRETA. Todas as medidas iniciais
foram tomadas e agora resta a avaliação clínica (para identificar caso apareçam
complicações) e a realização de colecistectomia antes da alta hospitalar.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra E.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: Planejamento familiar
39. M.I., 18 anos, em uso de pílula combinada, gostaria de usar um método
contraceptivo de longa ação e reversível. Das opções abaixo, a que se aplica ao
desejo dela é
A) anel vaginal.
B) DIU de cobre.
C) adesivo transdérmico.
D) injetável trimestral subcutâneo.
E) injetável mensal intramuscular.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: Os métodos atualmente estão agrupados de acordo com
sua efetividade e não mais em função do tipo de contracepção. Os considerados de
primeira linha são aqueles mais efetivos e caracterizados pela facilidade de uso.
Esses métodos requerem mínima motivação da usuária ou intervenção e
apresentam índice de gravidez não desejada inferior a 2 em 100 durante o primeiro
ano de uso. Entre os métodos de primeira linha estão os dispositivos intrauterinos,
implantes contraceptivos e métodos de esterilização feminina e masculina. Os
métodos de segunda linha incluem contraceptivos hormonais sistêmicos (orais,
injeção intramuscular, adesivo transdérmico ou anéis vaginais). Os métodos de
terceira linha incluem métodos de barreira para homens e mulheres e tabelinha e os
de quarta linha estão as formulações espermicidas. Alternativa A: INCORRETA.
Apesar de ser um método contraceptivo da mesma linha que a pílula combinada, o
regime de uso do anel vaginal envolve a colocação na vagina, onde deve
permanecer por três semanas, sendo removido após. Não é um método de longa
duração. Alternativa B: CORRETA. Os dispositivos intrauterinos constituem, junto
com o implante subdérmico, o grupo de métodos contraceptivos reversíveis de
longa duração. Seus efeitos são imediatos após a confirmação de que o dispositivo
se encontra normal implantado na cavidade uterina, tendo o DIU de cobre duração
de 10 anos e o Mirena de 5 anos. Alternativa C: INCORRETA. Os adesivos
transdérmicos devem ser substituídos a cada semana, por três semanas
consecutivas, seguindo-se uma semana de pausa, sem o adesivo. Não é um método
de longa duração. Alternativa D: INCORRETA. O mecanismo de ação dos injetáveis
trimestrais é um importante bloqueio da ovulação, por meio do grande efeito
antigonadotrópico, criado por esse regime de uso. Além disso, promove uma
importante atrofia do endométrio, que pode determinar amenorreia, seu principal
para efeito, porém, não são considerados métodos de longa duração. Alternativa E:
INCORRETA. O mecanismo de ação dos injetáveis mensais é o mesmo de pílulas
combinadas, ou seja, bloqueio ovulatório, porém, não são considerados métodos de
longa duração.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: Planejamento familiar
40. O Ministério da Saúde mapeou a situação vacinal de sarampo de 6,5 milhões
de crianças de seis meses a menores de cinco anos para
A) cortar a verba para ações locais de vacinação repassada aos municípios que
constam da lista disponível no e-Gestor Atenção Básica.
B) otimizar o Programa Bolsa-Família, cortando do programa as famílias que não
atenderam o critério de vacinação infantil.
C) publicar a lista de crianças não vacinadas, de modo que as famílias procurem de
forma ativa as unidades de saúde para a devida vacinação infantil.
D) potencializar o trabalho dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de
Combate às Endemias na busca ativa dessas crianças.
E) que as equipes de Saúde da Família e os profissionais que atuam nas unidades de
Atenção Primária à Saúde se preparem para a forte demanda que partirá das
famílias denunciadas na lista.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: O Ministério da Saúde mapeou a situação vacinal de
sarampo de 6,5 milhões de crianças de seis meses a menores de cinco anos para
que os gestores locais estabelecessem estratégias para realização de busca ativa
das crianças com o esquema vacinal incompleto. A lista das crianças não vacinadas
é uma iniciativa do Ministério da Saúde para potencializar o trabalho dos Agentes
Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias na busca ativa dessas
crianças, visto que tais agentes conhecem as famílias e crianças da sua região. O
objetivo do Ministério da Saúde é premiar os municípios que cumpram metas em
relação à vacinação, através de remuneração.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Resposta metabólica e Nutrição em Cirurgia
41. Um senhor de 49 anos está no segundo dia pós-operatório de correção
cirúrgica de refluxo gastroesofágico. A cirurgia foi feita por videolaparoscopia, sem
intercorrências. O paciente está em bom estado geral e sem queixas, salvo por
discreto incômodo nas incisões. Orientação médica nesse momento:
A) Iniciar dieta líquida, repouso absoluto no leito.
B) Dieta pastosa, repouso absoluto no leito, fisioterapia respiratória.
C) Dieta líquida, trocar os curativos cirúrgicos, mesmo que limpos, repouso absoluto.
D) Dieta leve, trocar os curativos cirúrgicos apenas se sujos, repouso relativo.
E) Dieta líquida, trocar os curativos se sujos, fisioterapia respiratória, repouso
relativo.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: Questão sobre pós operatório sobre cirurgia do refluxo
gastroesofágico, indicada em casos de refratariedade ao tratamento clínico (inibidor
de bomba de prótons) e/ou sintomas recorrentes, e presença de complicações, como
esôfago de Barrett, úlceras e estenoses. A cirurgia preconizada é a fundoplicatura,
que pode ser total, conhecida como cirurgia de Neissen, ou parcial, quando há
dismotilidade associada. A parcial pode ser por via anterior (Dor e Thal) ou posterior
(Lind e Toupet). A cirurgia causa um edema temporário do esôfago, promovendo um
estreitamento do canal interno do órgão e dificultando a passagem do alimento.
Logo, no pós operatório o paciente não deve ingerir alimentos sólidos, pois eles vão
descer para o estômago com dificuldade, o que gera uma sensação desagradável. A
alimentação deve ser de consistência pastosa ou líquida. Ademais, na maioria das
cirurgias realizadas pela via laparoscópica, utilizam-se tirar de micropore, sem
utilização de gaze. A vantagem é que não é necessária a troca do micropore até a
primeira consulta após a cirurgia, apenas se o curativo estiver sujo, para evitar
possíves infecções. Esses curativos podem ser molhados durante o banho, não
descolam do corpo e secam espontaneamente. Por fim, muito se discute acerca do
repouso no pós-operatório mas sabe-se que, atualmente, se preconiza um repouso
relativo, exceto em cirurgias específicas, para evitar complicações como trombose
venosa profunda, úlceras de pressão. Além disso, há grande vantagem na utilização
de fisioterapia, também como forma de prevenir complicações como atelectasia
pulmonar, pneumonia e de febre no pós-operatório. Levando em consideração o que
foi discutido anteriormente, a resposta correta é a letra E. Alternativa E: CORRETA.
Dieta líquida, trocar os curativos se sujos, fisioterapia respiratória, repouso relativo.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra E.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Sistema Único de Saúde
42. Dentro do conceito de Saúde Única (One Health), há indissociabilidade entre
saúde humana, animal e ambiental e, nesse contexto, segundo o Ministério da
Saúde, a Vigilância em Saúde Ambiental
A) Iniciar dieta líquida, repouso absoluto no leito.
B) Dieta pastosa, repouso absoluto no leito, fisioterapia respiratória.
C) Dieta líquida, trocar os curativos cirúrgicos, mesmo que limpos, repouso absoluto.
D) Dieta leve, trocar os curativos cirúrgicos apenas se sujos, repouso relativo.
E) Dieta líquida, trocar os curativos se sujos, fisioterapia respiratória, repouso
relativo.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: Nos últimos anos, o termo One Health vem ganhando
espaço cada vez maior dentro das discussões científicas que tratam de questões
ligadas à saúde e epidemiologia. No português, Saúde Única, o termo trata da
integração entre a saúde humana, a saúde animal, o ambiente e a adoção de
políticas públicas efetivas para prevenção e controle de enfermidades trabalhando
nos níveis local, regional, nacional e global. Alternativa A: Incorreta. Compete ao
Ministério da Saúde, por intermédio da Secretaria de Vigilância em Saúde - SVS
gestora nacional do Subsistema Nacional de Vigilância em Saúde Ambiental, dentre
outras coisas, executar ações de vigilância em saúde ambiental, em caráter
excepcional, de forma complementar a atuação dos estados que representem risco
de disseminação nacional, definir, normalizar, coordenar e implantar os sistemas de
informação relativos à vigilância de contaminantes ambientais na água, ar e solo, de
importância e repercussão na saúde pública, bem como à vigilância e prevenção dos
riscos decorrentes dos fatores físicos, ambiente de trabalho, desastres naturais e
acidentes com produtos perigosos;. Alternativa B: Correta. Os procedimentos de
vigilância epidemiológica das doenças e agravos à saúde humana associados à
contaminantes ambientais, especialmente os relacionados com a exposição a
agrotóxicos, amianto, mercúrio, benzeno e chumbo serão de responsabilidade da
Coordenação Geral de Vigilância Ambiental em Saúde. Alternativa C: Incorreta. O
Ministério da Saúde, a Vigilância em Saúde Ambiental tem ampla cooperação com o
Ministério da Agricultura. Alternativa D: Incorreta. Atua na vigilância em saúde de
trabalhadores, sem exceção dos trabalhadores de indústrias químicas, área dentro
do escopo da vigilância epidemiológica. Alternativa E: Incorreta. No âmbito do SUS,
a Fundação Nacional de Saúde fomentará e apoiará a estruturação da área de
Vigilância Ambiental em Saúde nas secretarias estaduais de saúde e nas secretarias
municipais de saúde, por meio da Programação Pactuada Integrada de
Epidemiologia e Controle de Doenças (PPI-ECD) e de projetos estruturantes com
apoio financeiro do Projeto Vigisus e outras fontes de financiamento que venham a
ser identificadas.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Sistema Único de Saúde
43. Em uma equipe de atenção básica no pré-natal, verifica-se que: 1. Agente
comunitário de saúde: acompanha as gestantes que não estão realizando o
pré-natal na unidade básica de saúde local, mantendo a equipe informada sobre o
andamento do pré-natal realizado em outro serviço. 2. Auxiliar de enfermagem:
aplica vacinas antitetânica e contra hepatite B. 3. Técnico de enfermagem: fornece
medicação mediante receita, assim como os suplementos padronizados para o
programa de pré-natal (sulfato ferroso e ácido fólico). 4. Enfermeira: solicita
exames complementares de acordo com o protocolo local de pré-natal e, também,
prescreve suplementos padronizados para o programa de pré-natal (sulfato ferroso
e ácido fólico). 5. Médico: realiza o cadastramento da gestante no SisPreNatal e
fornece o Cartão da Gestante, devidamente preenchido (o cartão deve ser
verificado e atualizado a cada consulta). A respeito das atividades descritas de 1 a
5:
A) todas as atividades estão corretamente descritas e com o profissional de saúde
correto.
B) a atividade 5, descrita para o médico, está incorreta.
C) a atividade 4, descrita para a enfermeira, está incorreta.
D) a atividade 3, descrita para o técnico de enfermagem, está incorreta.
E) as atividades 1 e 2, descritas para o agente comunitário de saúde e para o auxiliar
de enfermagem, respectivamente, estão incorretas.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: Na assistência pré-natal preconizada pelo Ministério da
Saúde, os agentes comunitários devem realizar visitas domiciliares frequentes,
captando gestantes não inscritas no pré-natal, reconduzir as gestantes faltosas ao
pré-natal, acompanhar a evolução de alguns aspectos da gestação, identificando
algumas situações de risco, promover trabalho educativo com a gestante e seu
grupo familiar, além de realizar vistoria do cartão da gestante, anotando qualquer
alteração e informando para enfermeira ou médico da unidade. Em relação ao papel
da enfermagem, o preconizado é que qualquer pré-natal de baixo risco pode ser
inteiramente acompanhado pela enfermeira, que pode solicitar exames de rotina,
atualizar o cartão da gestante, orientar tratamentos com base no protocolo do
serviço, e encaminhar as gestantes de alto risco ao profissional médico. O auxiliar de
enfermagem aplica a vacina antitetânica, verifica dados antropométricos, fornece
medicação mediante receita e os medicamentos padronizados para o programa e
participa de atividades educativas, que também podem ser fornecidos pelos
técnicos de enfermagem. O médico cadastra a gestante no Sisprenatal que é um
sistema informatizado de utilização obrigatória pelos municípios que aderirem ao
programa de humanização no pré-natal, além de realizar consultas intercaladas com
a enfermagem, identificar agravos e preencher e orientar a gestante quanto ao
cartão da gestante. Alternativa A: Verdadeiro. Todas as atividades estão descritas
de forma correta e associadas ao profissional responsável. Alternativa B: Falso. É
papel do médico o cadastro no sisprenatal, assim como a identificação de gestantes
de risco, e a realização de consultas intercaladas com a enfermagem, preenchendo o
cartão da gestante, que deve ser atualizado e verificado a cada consulta. Alternativa
C: Falso. No pré-natal de baixo risco a enfermagem pode acompanhar inteiramente
o pré-natal, solicitando exames e receitando medicações protocoladas. Alternativa
D: Falso. O técnico de enfermagem pode fornecer as medicações mediante receita
ou aquelas já protocoladas pelas diretrizes de acompanhamento pré-natal.
Alternativa E: Falso. O agente comunitário de saúde tem como função captar
gestantes que não estejam realizando o pré-natal, realizar atividades educativas e
manter a equipe da unidade de saúde atualizada sobre o andamento da gestação e
do pré-natal, quando este não é realizado neste serviço. O auxiliar de enfermagem,
por sua vez, aplica as vacinas, participa de atividades educativas e pode verificar os
dados antropométricos.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Sistema Único de Saúde
44. Muitas questões prioritárias para pautar políticas públicas voltadas para a
promoção da saúde em crianças e adolescentes têm subsídio nos dados da
Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE), do Ministério da Saúde, a qual
A) faz parte das ações de investigação da frequência e distribuição de fatores de
risco e proteção para doenças transmissíveis entre crianças até 12 anos de idade
matriculadas em escolas públicas e privadas.
B) é realizada com escolares adolescentes, de escolas públicas e privadas, em
parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística e com o apoio do
Ministério da Educação.
C) está sendo realizada, em 2019, com questionários que abordam fatores de risco
domiciliares para doenças transmissíveis, entre eles: água encanada, esgoto
sanitário, número de pessoas vivendo sob o mesmo teto e presença de animais no
peridomicílio.
D) foi composta em 2019, apenas, de crianças matriculadas em escolas públicas, e
os resultados serão comparados a dados internacionais compilados de pesquisas
realizadas em vários países.
E) visa avaliar fatores de risco, somente, para doenças de transmissão sexual entre
estudantes de escolas públicas, de 15 a 17 anos, faixa etária em que os alunos têm
comportamentos, relativamente, semelhantes.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (PeNSE) é uma
pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde (MS) em parceria com o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) com apoio do Ministério da Educação
(MEC), com escolares adolescentes, desde 2009. Realizada por amostragem, faz
parte das ações do MS na investigação da frequência e distribuição de fatores de
risco e de proteção para doenças crônicas não transmissíveis entre adolescentes e
escolares brasileiros. Alternativa A: INCORRETA. A PeNSE não faz parte da
investigação sobre fatores de risco e distribuição de doenças transmissíveis, mas
sim das doenças não transmissíveis, e os dados obtidos são direcionados ao
Sistema Nacional de Doenças Crônicas não Transmissíveis do Ministério da Saúde.
Alternativa B: CORRETA. A PeNSE é desenvolvida a partir de um convênio entre
IBGE e Ministério da Saúde, com apoio do Ministério da educação, e fornece dados
de amostras que incluem escolares frequentando o 9° ano do ensino fundamental e
escolares entre 13 e 17 anos de idade frequentando as etapas do 6° ao 9° ano do
ensino fundamental e da 1ª a 3ª série do ensino médio. Alternativa C: INCORRETA.
Em 2019 a pesquisa foi realizada em sua 4ª edição, contendo questionário que
abordava quatro fatores de risco em comum para doenças crônicas NÃO
transmissíveis: tabagismo, sedentarismo, alimentação inadequada e consumo de
álcool; além de temas como: aspectos socioeconômicos, contexto social e familiar,
experimentação e consumo de drogas, saúde sexual e reprodutiva, violência,
segurança e acidentes e percepção da imagem corporal. Alternativa D:
INCORRETA. Para a edição de 2019, a amostra nacional foi composta por cerca de
188.000 estudantes de escolas públicas e privadas, para comparabilidade
internacional com o Global School Based Student Health Survey (GSHS), presente
em mais de 90 países do mundo. Alternativa E: INCORRETA. A PeNSE faz parte
das ações do Ministério de Saúde na investigação da frequência e fatores de risco
para doenças crônicas não transmissíveis entre adolescentes e escolares brasileiros
e, na edição de 2019, incluiu estudantes de 13 a 17 anos.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Sistema Único de Saúde
45. O Índice de Vulnerabilidade Social (IVS)
A) é calculado pelo Ministério da Saúde apenas para Municípios com baixo Índice de
Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), como um subsídio para planejamento
de ações em saúde.
B) tem o foco em uma situação: pobreza, entendida como insuficiência de recursos
monetários e único indicador de exclusão e vulnerabilidade social.
C) classifica os municípios em vulnerabilidade: muito baixa, baixa, média, alta e
muito alta, com escala de valores entre zero e um e, quanto mais próximo a zero,
maior é a pobreza do município.
D) apresenta a desvantagem de não considerar mortalidade como um indicador de
vulnerabilidade.
E) tem 16 indicadores estruturados em: infraestrutura urbana, capital humano e
renda e trabalho.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: De acordo com o Atlas da vulnerabilidade social nos
municípios brasileiros, o índice de vulnerabilidade social (IVS) consiste num índice
sintético, que reúne indicadores de vulnerabilidade social do Atlas do
Desenvolvimento Humano (ADH) no Brasil, que são apresentados por meio de
cartogramas e estruturados em diferentes dimensões, servindo de suporte para
identificação de porções do território onde há sobreposição de situações indicativas
de exclusão e vulnerabilidade social no território. Alternativa A: INCORRETA. O IVS
reúne informações acerca da exclusão e vulnerabilidade social para todos os
municípios do Brasil. Alternativa B: INCORRETA. O IVS possui três dimensões:
infraestrutura urbana (condições de acesso aos serviços de saneamento básico e
mobilidade urbana), capital humano (saúde e educação) e renda e trabalho
(indicadores relativos à insuficiência de renda, desocupação em adultos, ocupação
informal de adultos pouco escolarizados, dependência com relação à renda de
pessoas idosas e presença de trabalho infantil). Alternativa C: INCORRETA. O IVS
classifica os municípios em cinco faixas de vulnerabilidade: muito baixa, baixa,
média, alta e muito alta, numa escala que varia de 0 a 1, sendo que quanto mais
próximo de 1, maior a vulnerabilidade social e a pobreza do município. Alternativa
D: INCORRETA. A mortalidade infantil é um dos componentes do subíndice ‘Capital
humano’ do índice de vulnerabilidade social. Alternativa E: CORRETA. O índice de
vulnerabilidade social é complementar ao índice de desenvolvimento humano
municipal (IDHM) e é composto por dezesseis indicadores estruturados nas três
dimensões: infraestrutura urbana, capital humano e renda e trabalho, permitindo o
mapeamento da exclusão e vulnerabilidade social em todos os municípios brasileiros
e unidades de desenvolvimento humano (UDHs) das principais regiões
metropolitanas do país.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra E.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Sistema Único de Saúde
46. Sobre os princípios gerais que orientam gestores das três esferas da Federação
na organização de suas atividades de planejamento no Sistema Único de Saúde é
correto afirmar:
A) O planejamento consiste em uma atividade facultativa ao Município, pois o
processo de planejamento em saúde é de responsabilidade da União.
B) O planejamento deve ser ascendente e integrado, sendo os planos municipais,
elaborados a partir das definições estabelecidas nas conferências municipais de
saúde, a base para o planejamento das regiões de saúde.
C) O planejamento não deve ser necessariamente integrado à Seguridade Social e
ao planejamento governamental geral.
D) As comissões intergestores regionais, bipartite e tripartite devem acatar o
planejamento feito pelos gestores municipais, estaduais e federais.
E) A avaliação do efeito sobre a população inclui a efetividade, que é sinônimo de
eficácia e eficiência.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: O Sistema Único de Saúde é disciplinado pela Lei no 8.080
de 19 de setembro de 1990, e, no que diz respeito ao planejamento e orçamento, no
Art. 36, temos que “O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único de
Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o federal, ouvidos seus órgãos
deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da política de saúde com a
disponibilidade de recursos em planos de saúde dos Municípios, dos Estados, do
Distrito Federal e da União”. Alternativa A: INCORRETA. O planejamento municipal
é fundamental na organização das atividades. Alternativa B: CORRETA. A partir de
definições estabelecidas nas conferências municipais de saúde, elaboram-se os
planos das regiões de saúde. Alternativa C: INCORRETA. A gestão financeira do
SUS envolve a Seguridade Social e outros orçamentos da União. Alternativa D:
INCORRETA. As Comissões Intergestores bipartite e tripartite devem definir
diretrizes, de âmbito nacional, regional e intermunicipal, a respeito da organização
das redes de ações e serviços de saúde. Alternativa E: INCORRETA. A avaliação do
efeito inclui a eficácia, segurança, efetividade e custo-efetividade para as diferentes
fases evolutivas da doença ou do agravo à saúde de que trata o protocolo.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Suporte de Vida em Pediatria (PALS)
47. Uma criança de 5 meses, vítima de trauma cranioencefálico, é entubada à
admissão, por apresentar Glasgow = 6. Sua PA é de 192 × 100 mmHg,
enchimento capilar de 2 segundos e pulsos cheios. Após monitoramento, a criança
apresenta saturação de O2 em ar ambiente de 95% e o seguinte traçado no
monitor:
Dentre os diagnósticos abaixo, o mais provável para este caso e sua causa são,
respectivamente,
A) bradicardia sinusal, com repercussão hemodinâmica e intoxicação
medicamentosa
B) bradicardia sinusal, sem repercussão hemodinâmica e hipertensão intracraniana.
C) bloqueio atrioventricular (BAV) de primeiro grau e hipertensão arterial.
D) bloqueio atrioventricular (BAV) de segundo grau e choque obstrutivo.
E) bloqueio atrioventricular (BAV) de primeiro grau e tamponamento cardíaco
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: o ECG nos mostra um ritmo cardíaco regular, com
intervalos R-R e P-P constantes; FC 39; presença de onda p positiva precedendo
todo QRS, e QRS estreito, que caracterizam uma bradicardia sinusal. Alternativa A:
Incorreto, o paciente está hipertenso, com perfusão adequada e pulsos cheios, logo,
não há sinais de repercussão hemodinâmica pela arritmia. Alternativa B: Correto,
um ECG com bradicardia e sem outras alterações nos indica uma bradicardia sinusal,
nesse caso sem repercussão hemodinâmica, visto que não há hipotensão ou má
perfusão. A hipertensão associada a bradicardia e alterações respiratórias
compõem a tríade de Cushing, que indicam hipertensão intracraniana. Alternativa C:
Incorreto, no BAV de primeiro grau temos um intervalo PR longo (>0,2s).
Alternativa D: Incorreto, no BAV de segundo grau temos ondas P sem QRS.
Alternativa E: Incorreto, no BAV de primeiro grau temos um intervalo PR longo
(>0,2s). Resposta correta, letra B."
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Trauma Pélvico
48. Um homem de 42 anos estava dirigindo seu carro após ingestão excessiva de
cerveja. Envolveu-se em colisão contra outro automóvel. No momento da colisão,
estava sem cinto de segurança. Chocou-se contra o volante. Foi trazido pelo
resgate consciente, com pupilas isofotorreagentes, com ventilação normal e estável
hemodinamicamente. A pelve era estável, não tinha uretrorragia, mas tinha defesa
à palpação de hipogastro e dor à descompressão brusca. Não urinou nenhuma vez
desde o trauma. Foi feita sondagem vesical de demora, com saída de urina
hematúria. A tomografia com contraste endovenoso e injeção de contraste pela
sonda vesical mostrou extravasamento de contraste pela bexiga, sem lesão de
outras vísceras. Diagnóstico mais provável e melhor conduta:
A) Lesão intraperitoneal da bexiga – exploração cirúrgica com cistorrafia.
B) Lesão intraperitoneal da bexiga – sondagem vesical de demora por 14 dias.
C) Lesão intraperitoneal da bexiga – cistostomia de urgência.
D) Lesão extraperitoneal da bexiga – exploração cirúrgica com cistorrafia.
E) Lesão extraperitoneal da bexiga – sondagem vesical de demora por 14 dias.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: a lesão extraperitoneal da bexiga é sua forma de trauma
mais comum, muito relacionada a fraturas pélvicas. Já a lesão intraperitoneal tem
relação com a ""explosão"" da bexiga cheia após traumas contusos. Essa
diferenciação pode ser feita por exames de imagem, que demonstram
extravasamento de contraste em ""chama de vela"" na lesão intraperitoneal e
contornando a bexiga e pelve na extraperitoneal. Alternativa A: Correto, a ausência
de trauma pélvico e presença de irritação peritoneal falam a favor de uma lesão
intraperitoneal. Seu tratamento é cirúrgico, com rafia da lesão seguida de inserção
de sonda vesical de demora. Alternativa B: Incorreto, apenas nas lesões
extraperitoneais podemos adotar a conduta conservadora. Alternativa C: Incorreto,
não há indicação de cistostomia, apenas de rafia primária da lesão. Alternativa D:
Incorreto, o quadro é sugestivo de lesão intraperitoneal. Alternativa E: Incorreto, o
quadro é sugestivo de lesão intraperitoneal.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: Uroginecologia / Incontinência urinária
49. Nas afecções que acometem a vagina:
A) A principal neoplasia maligna vaginal é o adenocarcinoma de células claras, que
se manifesta na pós-menopausa.
B) Cistos vaginais raramente se manifestam clinicamente e, quando ocorrem, têm
grande chance de malignidade.
C) Formações verrucosas são comuns, principalmente no 1/3 médio da vagina e se
manifestam por sangramentos irregulares.
D) Os quadros infecciosos são os mais prevalentes, principalmente a candidíase, a
vaginose bacteriana e a infecção por HPV.
E) Os prolapsos das paredes vaginais aumentam o risco de aparecimento de câncer
na vagina, por alteração do pH.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: Questão generalista acerca das principais afecções que
acometem a vagina. Lembre-se que as infecções uroginecológicas estão sempre
entre as principais causas de consultas ginecológicas em países em
desenvolvimento. Vamos analisar cada uma das alternativas: Alternativa A:
INCORRETA. O tipo histológico mais comum na neoplasia vaginal é o carcinoma de
células escamosas. A variante de células claras faz parte do subtipo dos
adenocarcinomas, e mais comumente ocorre em mulheres jovens que tiveram
exposição uterina a dietilestilbestrol (DES). Alternativa B: INCORRETA. A maioria
dos cistos vaginais tem evolução clínica assintomática. Em alguns casos pode haver
desconforto durante a penetração vaginal, mas quase sempre as lesões não
requerem tratamento e o risco de malignidade na maioria das vezes é considerado
muito baixo. Alternativa C: INCORRETA. As verrugas genitais (condilomas
acuminados) em mulheres costumam ocorrer na vulva, parede vaginal, cérvice e
períneo. São causadas pela infecção pelo HPV, especialmente os dos subtipos 6 e
11 e, na maioria dos casos, são lesões assintomáticas. Os principais sintomas,
quando presentes, são prurido, ardor ou desconforto local. Alternativa D:
CORRETA. As infecções vulvovaginais são extremamente comuns em nosso meio.
Vaginose bacteriana e candidíase vulvovaginal são as principais causas de
vulvovaginites. Por outro lado, estima-se que até 80% das mulheres em idade
reprodutiva sejam infectadas pelo HPV em algum momento. Alternativa E:
INCORRETA. Não há associação entre prolapso das paredes vaginais e surgimento
de câncer vaginal. Alguns estudos têm relatado discreto aumento do risco de
neoplasias vaginais entre pacientes em uso de pessários para correção de prolapsos
uterinos, provavelmente em função do efeito irritativo sobre a mucosa. Mas esses
dados carecem de maior suporte na literatura.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Vasculites
50. João, 7 anos de idade, foi levado ao pronto atendimento com história de
manchas arroxeadas em tronco e membros há 3 dias. Mãe refere infecção de vias
aéreas superiores há duas semanas e nega uso de medicações ou história familiar
de coagulopatia. Ao exame físico, apresentava bom estado geral, presença de
petéquias e equimoses em tronco e membros, sem hepatoesplenomegalia ou
linfonodomegalias. Hemograma: hemoglobina: 13,0 g/dL; leucocitos: 8.000/mm3;
plaquetas: 40.000/mm3. Dentre as abaixo, a melhor conduta para esse paciente,
nesse momento é:
A) Conduta expectante.
B) Corticoide oral.
C) Plasmaférese.
D) Cefalosporina de terceira geração.
E) Hemodiálise.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: A púrpura de Henoch-Schonlein (ou vasculite por
imunoglobulina A ) é a vasculite mais frequente na infância, com maior incidência
entre os 4 e 6 anos. Infecção de vias aéreas superiores é fator desencadeante da
deposição de imunoglobulina A na parede dos vasos de pequeno calibre,
principalmente na pele, articulações, intestino e rins. Manifesta-se pela presença de
púrpuras palpáveis que acometem, principalmente, nádegas e membros inferiores
simetricamente, com distribuição linear nos locais de pressão, como no contato com
as meias. Dor e edema nas articulações dos membros inferiores limitam a
deambulação, mas não há sequelas após resolução da doença. Dor abdominal é
menos frequente e, ocasionalmente, se associa a vômitos. A principal complicação é
glomerulonefrite e está indicado acompanhamento da função renal durante 6 meses
após início dos sintomas. O diagnóstico é clínico e os achados laboratoriais auxiliam
na exclusão de púrpuras trombocitopênicas. Alternativa A: CORRETA. Em contraste
com muitas outras formas de vasculite sistêmica, a púrpura de Henoch-Schonlein é
autolimitada. A maioria dos pacientes se recupera espontaneamente e a maioria
dos pacientes pode ser atendida no ambulatório. A terapia é primariamente de
suporte e inclui hidratação adequada, repouso e alívio sintomático da dor.
Alternativa B: INCORRETA. O uso de glicocorticóides em pacientes com púrpura de
Henoch-Schonlein é controverso. Embora muitos médicos descrevam uma rápida
melhora sintomática em pacientes que recebem glicocorticóides, é questionável se
esse tratamento altera os resultados clínicos a longo prazo. Alternativa C:
INCORRETA. São algumas das indicações categoria I ( Indicação aceitável como
primeira linha, com eficácia comprovada por estudos controlados ou ensaios clínicos
bem desenvolvidos): miastenia gravis, síndrome de Guillain-Barré, púrpura
trombocitopênica, Hiperviscosidade (mieloma múltiplo, macroglobulinemia de
Waldenstrom) Sind. Goodpasture, Glomerulonefrite rapidamente progressiva ANCA
Positivo e diálise dependente e DAH e Glomerulonefrite focal seguimentar
recorrente, rejeição em transplante renal mediada por anticorpo, crioglobulinemia.
Para púrpura de Henoch Schonlein, a categoria é III (Distúrbios para os quais o papel
ideal da terapia de aférese não está estabelecido) e grau de evidência é 2C
(recomendação fraca e evidência de baixa qualidade). Alternativa D: INCORRETA. A
recomendação de antibióticos para esse paciente, seria no tratamento de alguma
infecção ativa, que não é o caso. Alternativa E: INCORRETA. A questão não traz se
o paciente tem acometimento renal importante. Além disso, o manejo em crianças
que apresentam comprometimento renal mais grave (ou seja, proteinúria> 1 g / dia,
síndrome nefrótica ou evidência de glomerulonefrite crescente na biópsia renal), é
feito com pulsos de metil prednisolona e prednisona com monitoramento da
excreção de proteínas na urina e a creatinina sérica.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Vigilância epidemiológica
51. Para um caso de paciente com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG),
internado em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de unidade de saúde sentinela
decorrente de influenza sazonal,
A) a notificação no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe
(SIVEP-Gripe) não deve ser realizada, mas apenas na ocorrência de surto.
B) os tratamentos com antivirais, não conseguem reduzir a duração dos sintomas,
principalmente, em pacientes com imunossupressão.
C) a notificação como caso confirmado só pode ocorrer se houver confirmação
laboratorial.
D) o diagnóstico laboratorial, pela pesquisa de vírus da influenza, é um dos
componentes da vigilância sentinela de SRAG em UTI e vigilância universal da
SRAG em pacientes hospitalizados.
E) a identificação do vírus em laboratório não é importante para a vigilância, uma vez
que é sempre o vírus C, antigenicamente estável, o agente etiológico da SRAG.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: Define-se como portador de Síndrome Respiratória Aguda
Grave (SRAG) indivíduo de qualquer idade, com síndrome gripal e que apresente
dispneia ou os seguintes sinais de gravidade: saturação de SpO2 <95% em ar
ambiente, sinais de desconforto respiratório ou aumento da frequência respiratória,
avaliada de acordo com a idade, piora nas condições clínicas de doença de base,
hipotensão em relação à pressão arterial habitual do paciente ou indivíduo de
qualquer idade com quadro de insuficiência respiratória aguda, durante período
sazonal. Alternativa A: INCORRETA. A notificação deve ser realizada de forma
imediata. Alternativa B: INCORRETA. Em pacientes com Síndrome Respiratória
Aguda Grave deve-se iniciar imediatamente o tratamento com o fosfato de
oseltamivir, independentemente da coleta de material para exame laboratorial.
Alternativa C: INCORRETA. A notificação é realizada em casos suspeitos ou
confirmados. Alternativa D: CORRETA. As amostras de secreções respiratórias
devem ser coletadas até o terceiro dia e, eventualmente, poderá ser realizada até o
sétimo dia, após o início dos sintomas, sendo os agentes infecciosos prioritários para
investigação etiológica são os vírus influenza e os agentes etiológicos responsáveis
por quadros de pneumonia bacteriana. Alternativa E: INCORRETA. A identificação é
importante para a vigilância, e os agentes infecciosos prioritários para investigação
etiológica são os vírus influenza e os agentes etiológicos responsáveis por quadros
de pneumonia bacteriana.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Vigilância epidemiológica
52. Segundo o Sistema de Vigilância da Esquistossomose,
A) a definição de caso suspeito é um indivíduo residente em (e/ou procedente de)
área endêmica, com quadro clínico sugestivo das formas aguda, crônica ou
assintomática, com história de contato com as coleções de águas onde existam
caramujos eliminando cercárias.
B) apenas casos de formas graves da doença são de notificação compulsória em
todo o país.
C) após concluída a investigação, o caso deverá ser classificado como
indeterminado, se o caso notificado não tiver confirmação laboratorial.
D) a Ficha de Investigação da Esquistossomose deve ser preenchida com dados
clínicos e laboratoriais do caso e, apenas em caso de surto deve ser seguido um
roteiro expandido de investigação para identificação da área de transmissão.
E) uma estratégia de prevenção é o tratamento de todos os indivíduos moradores do
bairro onde houve caso da doença.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: O caso suspeito de esquistossomose diz respeito ao
indivíduo residente e/ou procedente de área endêmica com quadro clínico sugestivo
das formas: aguda, crônicas ou assintomáticas, com história de contato com as
coleções de águas onde existam caramujos eliminando cercaria. Já o caso
confirmado é todo indivíduo que apresente ovos de Schistosoma mansoni em
amostras de fezes, tecidos ou outros materiais orgânicos e/ou forma graves de
esquistossomose: aguda, hepatoesplênica, abscesso hepático, enterobacteriose
associada, ginecológica, pseudo-tumoral intestinal e outras formas ectópicas. A
esquistossomose é doença de notificação compulsória nas áreas não endêmicas,
conforme a Portaria nº 1.271 de 06 de junho de 2014, da Secretaria de Vigilância
em Saúde, do Ministério da Saúde. Entretanto, é recomendável que todas as formas
graves, na área endêmica, sejam notificadas. A investigação consiste na obtenção
detalhada de dados do caso, mediante o preenchimento da Ficha de Investigação,
que deve ser realizada em todos os casos notificados nas áreas indenes. Nas áreas
focais, em vias de eliminação, e nas áreas endêmicas, somente os casos de formas
graves devem ser investigados. Estratégias educativas são recomendadas para
prevenção da esquistossomose. Alternativa A: CORRETA. Caso suspeito de
esquistossomose diz respeito ao indivíduo residente e/ou procedente de área
endêmica com quadro clínico sugestivo das formas: aguda, crônicas ou
assintomáticas, com história de contato com as coleções de águas onde existam
caramujos eliminando cercaria. Alternativa B: INCORRETA. A esquistossomose é
doença de notificação compulsória nas áreas não endêmicas. Alternativa C:
INCORRETA. A realização de biópsia retal ou hepática, quando indicada, pode
auxiliar na confirmação do diagnóstico, embora seja mais indicada na rotina, a
repetição de vários exames de fezes. Sendo negativos, é um caso descartado.
Alternativa D: INCORRETA. A investigação detalhada deve ser realizada em todos
os casos notificados nas áreas indenes. Alternativa E: INCORRETA. O tratamento é
realizado apenas para pessoas infectadas.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Vigilância epidemiológica
53. Sobre notificação de casos de violência, no âmbito do Sistema Único de Saúde,
A) é obrigatória para caso de violência doméstica/intrafamiliar, sexual,
autoprovocada, tráfico de pessoas, trabalho escravo, trabalho infantil, tortura,
intervenção legal e violências homofóbicas contra mulheres e homens em todas as
idades.
B) é obrigatória no caso de violência extrafamiliar/comunitária; somente serão
objetos de notificação as violências contra homens em todas as idades.
C) é obrigatória, apenas, para violências contra crianças, pessoas idosas e pessoas
com deficiência física.
D) não é obrigatória para caso de violência doméstica/intrafamiliar, sexual e
autoprovocada.
E) a ficha de notificação será única para todos os casos desse evento que envolvam
mais de uma vítima.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A definição de caso da ficha de notificação de violências
interpessoais e autoprovocadas é: “Caso suspeito ou confirmado de violência
doméstica/intrafamiliar, sexual, autoprovocada, tráfico de pessoas, trabalho escravo,
trabalho infantil, tortura, intervenção legal e violências homofóbicas contra mulheres
e homens em todas as idades. No caso de violência extrafamiliar/comunitária,
somente serão objetos de notificação as violências contra crianças, adolescentes,
mulheres, pessoas idosas, pessoa com deficiência, indígenas e população LGBT.”
Alternativa A: CORRETA. A notificação de violência doméstica/intrafamiliar, sexual,
autoprovocada, tráfico de pessoas, trabalho escravo, trabalho infantil, tortura,
intervenção legal e violências homofóbicas contra mulheres e homens em todas as
idades é obrigatória. Alternativa B: INCORRETA. No caso de violência
extrafamiliar/comunitária, somente serão objetos de notificação as violências contra
crianças, adolescentes, mulheres, pessoas idosas, pessoa com deficiência, indígenas
e população LGBT. Alternativa C: INCORRETA. Violência contra crianças, pessoas
idosas e pessoas com deficiência física, além da notificação compulsória, requer
comunicação aos órgãos competentes designados pela legislação. No entanto, esse
não é o único grupo para notificação compulsória de violência. Alternativa D:
INCORRETA. É obrigatória para caso de violência doméstica/intrafamiliar, sexual e
autoprovocada. Alternativa E: INCORRETA. Se um evento violento envolver mais de
uma vítima, para cada uma das vítimas deverá ser preenchida uma ficha de
notificação individual.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Vigilância epidemiológica
54. Uma paciente durante uma consulta médica está muito agitada e relata que,
possivelmente, foi vítima de um trote telefônico em um feriado. Conta que um
funcionário de uma empresa ligou para seu telefone fixo, convidando-a para uma
pesquisa (chamada Vigitel) do Ministério da Saúde. O funcionário comentou que os
resultados iriam ser publicados sem identificação dos participantes e perguntou
quantos adultos moravam na residência, idade, sexo, escolaridade, estado civil e
raça/cor, atividade física e sobre o hábito de fumar de cada um deles. O médico
informa corretamente à paciente que
A) a Vigitel é um sistema que o Ministério da Saúde mantém para avaliação dos
dados demográficos da população adstrita, não havendo contato via telefone.
B) a Vigitel é um sistema de vigilância do Ministério da Saúde que faz inquéritos
apenas presenciais após marcar horário da visita para aplicação de questionários.
C) de fato, ela foi vítima de um golpe, pois o Ministério da Saúde não contrataria
uma empresa para realizar qualquer pesquisa por telefone.
D) de fato, ela foi vítima de um golpe, pois a Vigitel é uma ferramenta que o
Ministério da Saúde disponibiliza aos usuários para comunicação telefônica em caso
de inundações, apenas.
E) a Vigitel compõe o sistema de Vigilância de Fatores de Risco para doenças
crônicas não transmissíveis, e esse telefonema recebido é procedimento correto.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério
da Saúde realiza uma pesquisa via telefone, a Vigitel, implantada em 2006, que
compõe o sistema de Vigilância de Fatores de Risco para doenças crônicas não
transmissíveis, junto com inquéritos domiciliares e voltados para a população escolar
com o objetivo de conhecer a situação de saúde da população. Por meio de ligação
telefônica são monitoradas as doenças crônicas como diabetes, câncer e
cardiovasculares, além de fatores de risco modificáveis como tabagismo,
alimentação não saudável, inatividade física e uso nocivo de bebidas alcoólicas. O
sigilo das informações é garantido pela Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011
(Lei de Acesso à Informação) e pela Resolução nº 466 de 12 de dezembro de 2012,
do Conselho Nacional de Saúde. Alternativa A: INCORRETA. A coleta do Censo
Demográfico realizada presencialmente não é atividade da Vigitel. Alternativa B:
INCORRETA. Os inquéritos da Vigitel são por meio de ligação. Alternativa C:
INCORRETA. A paciente não foi vítima de golpe. Alternativa D: INCORRETA. A
paciente não foi vítima de golpe. Alternativa E: CORRETA. A Vigitel é uma pesquisa
da Secretaria de Vigilância em Saúde realizada por meio de ligação telefônica para
compor o sistema de Vigilância de Fatores de Risco para doenças crônicas não
transmissíveis, monitorando doenças crônicas como diabetes, câncer e
cardiovasculares, além de fatores de risco modificáveis como tabagismo,
alimentação não saudável, inatividade física e uso nocivo de bebidas alcoólicas.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra E.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Vigilância epidemiológica
55. Uma usuária, sem queixas clínicas e aparentando estar em ótimas condições de
saúde, dirige-se ao serviço de saúde para solicitar um atestado médico de aptidão
física para realização de exercício físico. O médico a atende, emite o atestado
solicitado e aproveita para conversar sobre detecção precoce de câncer. A atitude
do médico é
A) incorreta, pois a conversa sobre detecção precoce de câncer deve ser feita pela
equipe de saúde da família que tem mais proximidade com o usuário.
B) correta, pois ele fez uma atividade de prevenção terciária.
C) incorreta, pois detecção precoce se trata de rastreamento por testes em pessoas
sintomáticas.
D) incorreta, pois a demanda do atendimento não foi por cuidado médico, mas sim
para atestado de saúde.
E) correta, visto que rastreamento é parte da detecção precoce e pode ser abordado
mesmo quando não há demanda por cuidado.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A atitude do médico foi correta, visto que faz parte da
detecção precoce (prevenção primária) o diagnóstico precoce (abordagem de
pessoas com sinais e/ou sintomas da doença) e o rastreamento (aplicação de um
teste ou exame em pessoas assintomáticas, aparentemente saudável, com objetivo
de identificar lesões sugestivas de câncer e encaminhá-la para investigação e
tratamento). A detecção precoce é importante para aumentar as chances de cura,
aumentar a sobrevida dos pacientes e permitir aplicação de tratamentos menos
invasivos.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra E.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Violência e maus tratos ao idoso
56. Prevenir a violência contra as mulheres é tarefa das mais complexas e envolve
diferentes profissionais de atenção atuando junto a essa população que precisa
saber os mitos e verdades sobre a violência doméstica. Nesse contexto, é correto
afirmar que é
A) uma verdade: a violência doméstica ocorre muito esporadicamente.
B) um mito: se a situação fosse realmente tão grave, as vítimas abandonarIam logo
seus agressores.
C) uma verdade: a violência doméstica é um problema exclusivamente familiar, pois
estes assuntos são tratados no ambiente doméstico.
D) uma verdade: a violência só acontece entre as famílias de baixa renda e baixo
nível de instrução formal.
E) um mito: é difícil identificar o tipo de mulher que é exposta à violência.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A violência contra a mulher é todo ato que resulte em
morte ou lesão física, sexual ou psicológica de mulheres, tanto na esfera pública
quanto na privada. Às vezes considerado um crime de ódio, este tipo de violência
visa um grupo específico, com o gênero da vítima sendo o motivo principal.
Alternativa A: Incorreta. A violência contra as mulheres é um dos fenômenos sociais
mais denunciados e que mais ganharam visibilidade nas últimas décadas em todo o
mundo. Ademais, tem-se que a violência doméstica ou familiar contra a mulher é o
tipo mais recorrente deste fato social no Estado brasileiro, o que levou à criação da
Lei Nº 11.340 de 7 de agosto de 2006. Alternativa B: Correta. As vítimas, muitas
vezes por questões socioeconômicas e estruturais, não conseguem deixar os locais
onde sofrem agressão. Alternativa C: Incorreta. A violência contra a mulher não é
um problema apenas familiar. A sociedade pode e deve intervir contra qualquer tipo
de agressão a qualquer pessoa. Alternativa D: Incorreta. A violência está
disseminada em todas as classes sociais. Alternativa E: Incorreta. Não é difícil
identificar o perfil de mulheres que sofre violência. Comumente mulheres com baixa
escolaridade, do lar, que convivem com o parceiro e tem filhos.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: Visão geral das Anemias e interpretação do
hemograma
57. Considere os índices hematimétricos: VCM (volume corpuscular médio), HCM
(hemoglobina corpuscular média), CHCM (concentração de hemoglobina
corpuscular média), RDW (red cell distribution width) e CTLF (capacidade total de
ligação de ferro). Na anemia ferropênica, ocorre aumento de
A) RDW e CTLF.
B) saturação de transferrina e VCM.
C) ferritina sérica e RDW.
D) CTLF e HCM.
E) saturação de transferrina e CHCM.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: A anemia por deficiência de ferro é a mais comum. No
hemograma, evidencia-se anemia microcítica (VCM < 70) e hipocrômica, com baixa
hemoglobina corpuscular média e baixa concentração de hemoglobina corpuscular
média. A ferritina em geral está abaixo de 10 ng%, o ferro sérico abaixo de 30
mcg%, a transferrina está aumentada mas a saturação de transferrina está
diminuída (<12%). Há aumento da capacidade de ligação ao ferro e o RDW está
elevado, acima de 16%. Pode haver trombocitose (plaquetas > 450.000).
Alternativa A: CORRETA. Na anemia ferropênica, há aumento de RDW e CTLF.
Alternativa B: INCORRETA. A saturação de transferrina e o VCM estão diminuídos.
Alternativa C: INCORRETA. A ferritina sérica está reduzida. Alternativa D:
INCORRETA. O HCM está diminuído. Alternativa E: INCORRETA. A saturação de
transferrina e o CHCM estão reduzidos.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: Visão geral das Anemias e interpretação do
hemograma
58. Das relações abaixo, entre alterações hematológicas e doenças sistêmicas, a
MENOS provável é
A) neutrofilia e hemorragia aguda severa.
B) neutropenia e síndrome de Felty.
C) eosinofilia e poliarterite nodosa.
D) linfocitose e citomegalovirose.
E) plaquetose e síndrome HELLP.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR:Questão conceitual. Vamos analisar cada uma das
alternativas: Alternativa A: CORRETA. A neutrofilia com neutrófilos imaturos na
circulação é uma complicação possível de eventos hemorrágicos severos ou
hemólise, pois o estímulo à medula para produção de eritrócitos pode ser elevar a
produção de neutrófilos simultaneamente. Alternativa B: CORRETA. A síndrome
Felty ocorre em pacientes com artrite reumatoide e caracteriza-se por artrite,
neutropenia inexplicável e esplenomegalia. A neutropenia na síndrome de Felty
pode ser assintomática ou acompanhada de infecções bacterianas recorrentes.
Alternativa C: CORRETA. A poliarterite nodosa (PAN) é uma vasculite de artérias de
pequeno e médio calibre, que acomete predominantemente os homens. Os
principais achados incluem febre baixa, emagrecimento, nódulos cutâneos, livedo
reticularis, úlceras vasculíticas e gangrena digital. Os exames laboratoriais revelam
leucocitose (com eosinofilia), elevação de VHS e anemia. Alternativa D: CORRETA.
A citomegalovirose primária pode ser assintomática, mas em geral o quadro clínico
consiste em síndrome mononucleose-like, com febre, calafrios, mialgia, mal-estar,
linfadenopatia, alteração da função hepática e linfocitose. Alternativa E:
INCORRETA. A síndrome HELLP é caracterizada por hemólise, elevação de enzimas
hepáticas e plaquetopenia. O diagnóstico é estabelecido quando, dentre outros
achados, a contagem de plaquetas é inferior a 100.000 células/μl. Logo, sua
associação à plaquetose é impossível.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra E.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: Visão geral das Anemias e interpretação do
hemograma
59. Investigando-se a etiologia de quadros de anemia megaloblástica, deficiência
de cobalamina será mais provável nos casos de
A) diálise crônica.
B) hemólise crônica.
C) má-absorção induzida por metformina.
D) ressecção jejunal.
E) gravidez.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: Anemias macrocíticas megaloblásticas resultam, na
maioria das vezes, de deficiências de vitamina B12 (cobalamina) ou folato, mas
também podem ocorrer por deficiência de cobre e por medicamentos que interferem
no metabolismo da purina ou pirimidina. O metabolismo dos ácidos nucleicos é
prejudicado, levando a uma eficiência reduzida da divisão celular. Em relação à
deficiência de cobalamina, há inúmeras causas relacionadas à sua absorção
complexa: 1) Anormalidades gástricas: autoanticorpos contra fator intrínseco ou
células parietais gástricas (ou seja, anemia perniciosa); gastrectomia/cirurgia
bariátrica; gastrite; gastrite atrófica metaplásica autoimune; 2) Doença do intestino
delgado: Síndrome de má absorção; ressecção ou derivação ileal; doença
inflamatória intestinal; doença celíaca; crescimento bacteriano; 3) Pancreatite:
Insuficiência pancreática; 4) Dieta: bebê amamentado por mãe com deficiência de
vitamina B2; dieta vegana estrita; dieta vegetariana na gravidez; 5) Agentes que
bloqueiam ou prejudicam a absorção: Neomicina; biguanidas (como a metformina);
inibidores da bomba de prótons (como o omeprazol); antagonistas dos receptores
da histamina 2 (como a cimetidina); gás de óxido nitroso; 6) Deficiência herdada de
transcobalamina II. Alternativa A: INCORRETA. Pacientes em diálise costumam ter
anemia por deficiência de ferro. Alternativa B: INCORRETA. A hemólise leva à perda
de ferro. Alternativa C: CORRETA. As biguanidas limitam a absorção da
cobalamina, levando à sua deficiência. Alternativa D: INCORRETA. A ressecção do
íleo terminal que é o local de absorção da vitamina B12. As ressecções jejunais
causam menos deficiência nutricional que as ileais. Alternativa E: INCORRETA. A
anemia na gravidez costuma ser fisiológica, dilucional ou por deficiência de ferro.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: Abortamento legal e Abuso Sexual
60. Considera-se conduta adequada no aborto retido na 8a semana de gestação:
A) Orientar a paciente para aguardar a eliminação fisiológica por até 40 dias em uso
de antibioticoprofilaxia.
B) Indicar curetagem uterina pelo risco de fenômenos tromboembólicos nos
primeiros 7 dias.
C) Orientar a paciente em relação à possibilidade de aguardar a eliminação
fisiológica ou esvaziamento uterino com ou sem preparo do colo uterino.
D) Repetir a ultrassonografia semanalmente para observar absorção fisiológica do
feto, por até 40 dias.
E) Prescrever misoprostol diariamente até a eliminação espontânea dos restos
placentários.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: Pacientes com abortamento incompleto, inevitável ou
retido durante o primeiro trimestre têm as opções de tratamento: aspiração cirúrgica
uterina com ou sem preparação do colo, ou tratamento expectante. Todas as
abordagens têm eficácia semelhante, e a escolha do método de tratamento depende
principalmente da preferência do paciente. Devemos lembrar que 70% dos
abortamentos até 8 semanas de gestação se resolvem espontaneamente. Ao optar
por esvaziamento uterino, deve-se internar a paciente e adotar as medidas gerais. O
misoprostol é administrado por via vaginal e, até a idade gestacional de 12 semanas
e 6 dias, podem ser utilizados 4 comprimidos de 200mg a cada 12 horas (3 doses)
ou 2 comprimidos de 200mg a cada 8 horas (3 doses). Essa medida visa a
eliminação do produto conceptual sem medidas mais invasivas. Para o
amolecimento de colo uterino prévio a AMIU ou curetagem utiliza-se a dose de 2
comprimidos de 200 mcg (400 mcg), via vaginal, 3 a 4 horas antes do
procedimento. Alternativa A: INCORRETA. A conduta expectante pode ser indicada
por até quatro semanas para pacientes com aborto espontâneo com menos de 14
semanas de gestação, com sinais vitais estáveis e sem evidência de infecção
Alternativa B: INCORRETA. A curetagem pode ser indicada, mas não é a conduta
de escolha para todas as pacientes com aborto retido com 8 semanas de gestação,
até porque existem complicações relacionadas ao procedimento. Podendo-se
realizar condutas menos invasivas, elas devem ser tentadas. Alternativa C:
CORRETA. A maioria das gestações até 8 semanas se resolvem espontaneamente.
A paciente deve ter a opção de aguardar a eliminação fisiológica ou esvaziamento
uterino com ou sem preparo do colo uterino. Alternativa D: INCORRETA. A conduta
expectante só deve ser realizada até 4 semanas. Alternativa E: INCORRETA. O
esquema de uso de misoprostol para indução do abortamento é a cada 8 ou 12
horas, sendo que o primeiro esquema não ultrapassa as 24 horas e o segundo, às
16 horas.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Aspectos Básicos da Neonatologia
61. O neonatologista é chamado para avaliar um recém-nascido com 16 horas de
vida no alojamento conjunto. A mãe relata que o bebê apresentou vômitos
amarelos 3 vezes. Nasceu de parto normal, com Apgar 9/10, peso de 2.490 g e
idade gestacional pelo Capurro de 37 semanas. A mãe é primigesta, fez duas
consultas de pré-natal, pois descobriu a gravidez tardiamente, mas nega qualquer
intercorrência na gestação. Ao exame físico, o recém-nascido está ativo, hidratado,
com boa perfusão, abdome levemente distendido, não eliminou mecônio. O médico
solicita uma radiografia de abdome mostrada abaixo.
Dentre as alternativas abaixo, a hipótese diagnóstica mais provável é:
A) estenose hipertrófica de piloro.
B) atresia de duodeno.
C) pâncreas anular.
D) má rotação intestinal.
E) atresia jejunoileal.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: Essa radiografia nos traz o sinal clássico da dupla bolha,
com uma grande dilatação gástrica seguida de uma dilatação menor no início do
duodeno, sem ar no restante do TGI. Alternativa A: Incorreto, nesse caso haveria
dilatação apenas no estômago, geralmente com relato de vômitos pós prandiais não
biliosos e de oliva palpável no epigástrio. Alternativa B: Correto, esse sinal é clássico
da atresia duodenal, na qual há uma obstrução ao fluxo em alguma porção do
duodeno, resultando em dilatação proximal, com acúmulo de ar na radiografia.
Alternativa C: Incorreto, o pâncreas anular é uma causa rara de obstrução duodenal,
geralmente na sua segunda porção. A obstrução geralmente é parcial, com sintomas
se manifestando mais tardiamente. Alternativa D: Incorreto, a má rotação acomete
uma porção mais distal do delgado, com radiografia típica mostrando o intestino em
posição anômala ou com o sinal do saca rolhas. Alternativa E: Incorreto, na atresia
jejunoileal a obstrução seria mais distal e poderíamos ver uma maior porção do
delgado preenchida por ar.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: Assistência pré-natal
62. A assistência ao pré-natal nas gestações saudáveis é fundamental, pois
garante o bem estar materno-fetal. O Ministério da Saúde recomenda solicitar os
seguintes exames:
A) ferritina, glicemia de jejum, insulina e cálcio.
B) colesterol total e frações, triglicérides, TSH e hemograma completo.
C) sorologia para hepatite B, VDRL, teste rápido de HIV, tipagem sanguínea.
D) tipagem sanguínea, sorologia para hepatite B, transaminases hepáticas.
E) sódio, potássio, creatinina, VDRL, teste rápido de HIV, TSH.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: Para um bom acompanhamento pré-natal, é necessário
que a equipe de saúde efetue os procedimentos técnicos de forma correta e
uniforme durante a realização dos exames complementares, assim como quando da
realização dos exames clínico e obstétrico. Fazem parte dos exames solicitados no
pré-natal: hemograma, tipagem sanguínea e fator Rh, Coombs indireto (se for Rh
negativo), glicemia de jejum, teste rápido de triagem para sífilis e/ou VDRL, teste
rápido diagnóstico anti-HIV, anti-HIV, toxoplasmose IgM e IgG, sorologia para
hepatite B (HbsAg), exame de urina e urocultura, Teste de tolerância para glicose
com 75g, se a glicemia estiver acima de 85mg/dl ou se houver fator de risco (realizar
preferencialmente entre a 24ª e a 28ª semana) e Bacterioscopia de secreção vaginal
(a partir de 37 semanas de gestação). Alternativa A: INCORRETA. Ferritina, insulina
e cálcio não fazem parte dos exames solicitados no pré-natal. Alternativa B:
INCORRETA. Colesterol total e frações, triglicérides, TSH não fazem parte dos
exames solicitados no pré-natal. Alternativa C: CORRETA. Conforme descrito na
dica acima. Alternativa D: INCORRETA. Transaminases hepáticas não fazem parte
dos exames solicitados no pré-natal. Alternativa E: INCORRETA. Sódio, potássio,
creatinina, e TSH não fazem parte dos exames solicitados no pré-natal.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: Assistência pré-natal
63. Gestante de 13 semanas chega ao pré-natal sem queixas. O médico não
consegue ouvir os batimentos cardíacos fetais com o Pinard. É correto afirmar que
os batimentos não estão audíveis pois
A) com 13 semanas, o coração fetal só é audível por meio de ultrassonografia com
doppler.
B) nessa idade gestacional a ausculta fetal deve ser feita com o sonar.
C) deve ter ocorrido óbito fetal.
D) o feto deve estar em apresentação anômala.
E) o útero deve ser retrovertido.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: Questão simples acerca da propedêutica pré-natal. Os
batimentos cardíacos fetais podem ser identificados com sonar doppler a partir da
12ª semana de gestação, ao passo que com o estetoscópio de Pinard apenas é
possível a partir da 20ª semana, em média. Lembremos que o padrão de
normalidade inclui a presença de ritmo regular, com FC que varia entre 120 e 160
bpm. Na prática clínica a aferição costuma ser feita em 15 segundos, multiplicando o
valor observado por quatro. Define-se bradicardia ou taquicardia fetal quando a
frequência cardíaca fetal se apresenta fora do intervalo de normalidade por pelo
menos 10 minutos de observação. Alternativa A: INCORRETA. A partir de 10 a 12
semanas de gestação já é possível a ausculta fetal por meio do sonar doppler.
Alternativa B: CORRETA. A situação descrita pela questão é corriqueira no
acompanhamento pré-natal. Por isso deve ser de conhecimento de todo médico
generalista que a ausculta fetal deve ser realizada com sonar doppler a partir de 12
semanas e o uso do estetoscópio de Pinard deve ocorrer estritamente a partir da 20ª
semana. Alternativa C: INCORRETA. Não há motivos para supor que tenha ocorrido
óbito fetal, pois a ausência de BCF ao Pinard com 13 semanas de IG é normal.
Alternativa D: INCORRETA. A apresentação fetal tem pouca importância nessa IG,
mas a ausência de BCF na ausculta com Pinard com 13 semanas é fisiológica.
Alternativa E: INCORRETA. Novamente, a ausculta negativa nesse caso ocorreria
em qualquer gestação, portanto nada devemos supor a partir desse dado.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Assistência pré-natal
64. Gestante de 37 semanas refere diminuição da movimentação fetal há um dia. O
exame físico geral não mostra alterações e o exame obstétrico é compatível com a
idade gestacional. Realiza-se cardiotocografia, em que a paciente registra 4
episódios de movimentação fetal, como mostrado na imagem abaixo.
É correto afirmar que essa cardiotocografia
A) é suspeita para início de hipóxia fetal, devendo-se induzir o parto.
B) tem padrão tranquilizador e a paciente pode observar a movimentação fetal em
casa.
C) mostra início de trabalho de parto, devendo-se internar a paciente para
monitoração do bem-estar fetal.
D) mostra desacelerações tardias, sendo indicada resolução do parto nesse
momento.
E) mostra desacelerações variáveis, sendo indicada cesárea.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A cardiotocografia (CTG) é um exame não invasivo que
permite prevenir a ocorrência de anoxia fetal, evitar lesões neurológicas graves e
óbito fetal. Os parâmetros avaliados pela CTG são: linha de base, variabilidade,
acelerações transitórias e desacelerações. A partir da análise desses parâmetros
pode-se classificar o exame intraparto em categorias: I – normal; II – indeterminado;
III – anormal. Define-se uma CTG como categoria I quando possui características
como: FCF basal entre 110 e 160bpm, variabilidade moderada (entre 6 e 25bpm),
ausência de acelerações tardias ou variáveis, presença ou ausência de
desacelerações precoces e de acelerações. Por outro lado, classificamos como
categoria III o exame de CTG que apresenta: variabilidade ausente acompanhada de
desacelerações tardias recorrentes (>50% das contrações) OU desacelerações
variáveis recorrentes (>50% das contrações) OU bradicardia OU padrão sinusoidal.
Se o exame não pode ser enquadrado em nenhuma dessas categorias, dizemos que
se trata de categoria II. Alternativa A: INCORRETA. O exame revela acelerações
transitórias, não há bradicardia/taquicardia nem desacelerações e a variabilidade
está adequada, portanto a CTG é categoria I (padrão tranquilizador). Alternativa B:
CORRETA. A CTG apresenta padrão tranquilizador (linha de base adequada,
variabilidade moderada e acelerações transitórias). Define-se aceleração transitória
como o aumento abrupto de ao menos 15 batimentos cardíacos acima da linha de
base com duração entre 15 segundos e 2 minutos. As acelerações transitórias
ocorrem devido a movimentos corpóreos fetais e, segundo alguns autores, são o
melhor parâmetro de bem-estar fetal. Alternativa C: INCORRETA. Analisando o
traçado, não há aumento de frequência ou intensidade das contrações uterinas que
sejam compatíveis com trabalho de parto. Alternativa D: INCORRETA. A DIP II é um
marcador de sofrimento fetal, decorre do esmagamento dos vasos espiralados
durante a contração uterina e, graficamente, caracteriza-se por nadir não
coincidente com o pico da contração uterina, sendo esse intervalo (decalagem) de
pelo menos 30 segundos. Analisando a CTG fornecida pelo enunciado, observa-se
ausência desse achado. Alternativa E: INCORRETA. A DIP umbilical se caracteriza
por início e término abruptos, apresenta morfologia variável (W, U, V), com rápido
retorno à linha de base, podendo ser precedida e sucedida por pequenas
acelerações cardíacas. Decorre de compressão do cordão umbilical em contextos
como oligoâmnio e não necessariamente indicam sofrimento fetal. Também está
ausente na CTG apresentada.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: Assistência pré-natal
65. Gestante, 38 semanas, desejosa de parto normal, observou há 1 dia cefaleia,
edema de membros inferiores e aumento súbito da pressão arterial sistêmica, que
chegou a 140 × 90 mmHg na admissão da maternidade. Em relação ao quadro
clínico e a via de parto, recomenda-se:
A) Prescrição de anti-hipertensivos e parto instrumentalizado (fórceps ou vácuo)
para diminuir os riscos de acidente vascular cerebral, com 39 semanas de gestação.
B) Parto cesárea de urgência com anestesia geral.
C) Prescrição de anti-hipertensivos e parto cesárea programado com 39 semanas.
D) Aguardar o trabalho de parto fisiológico, fazendo exames de vitalidade fetal a
cada 72 horas, e conduzir o parto vaginal em tempo oportuno.
E) Parto via vaginal, preferencialmente, não havendo contra indicação para
procedimentos de maturação cervical imediata.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A pré-eclâmpsia é uma doença hipertensiva gestacional
que cursa com alterações orgânicas a partir da 20ª semana de gestação. O seu
diagnóstico tem como base o aparecimento de hipertensão e proteinúria. O edema
era considerado um dos critérios diagnósticos da pré-eclâmpsia, no entanto,
representa um sintoma frequente. No caso da paciente em questão, a presença de
cefaleia é um sinal de alerta para iminência de eclâmpsia. Nestes casos, diante de
uma gestação com idade gestacional superior a 38 semanas, a recomendação é pela
realização do parto e pela administração de sulfato de magnésio para profilaxia de
episódios convulsivos. Alternativa A: Falso. Não há indicação de administrar
anti-hipertensivo, estes são recomendados quando a PA está maior ou igual a
160x110mmHg. Além disso, não há recomendação para parto instrumentalizado.
Alternativa B: Falso. A indicação é de parto por via vaginal, exceto em casos de
eclampsia. Alternativa C: Falso. Não há indicação de uso de anti-hipertensivo nem
de realização de parto cesáreo. Alternativa D: Falso. Na iminência de eclâmpsia, ou
seja, na pré-eclâmpsia grave, o tratamento preconizado para gestações com >34
semanas é o parto imediato. Alternativa E: Verdadeiro. Neste caso, a paciente deve
ser internada e deve passar pelo processo de preparo para realização do parto por
via vaginal, incluindo a administração de sulfato de magnésio que deve ser feita para
todas as pacientes com pré-eclâmpsia grave.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra E.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Atendimento inicial ao politraumatizado
66. Tem indicação de arteriografia no trauma de membros:
A) Ausência de pulso e de perfusão distal, por ferimento penetrante.
B) Descolamento extenso (desenluvamento).
C) Ferimento por arma de fogo em trajeto vascular.
D) Hematoma pulsátil em expansão.
E) Crepitação.
NÍVEL DE DIFICULDADE: difícil.
DICA DO PROFESSOR: a arteriografia é o exame padrão ouro para análise do
trajeto e de alterações anatômicas arteriais. No trauma, pode ser utilizada para
investigação de casos com suspeita de lesão vascular, respeitando suas
contraindicações como instabilidade hemodinâmica e necessidade de exploração
cirúrgica por outro diagnóstico. Alternativa A: Incorreto, paciente com trauma
penetrante e ausência de pulsos e perfusão já preenche critérios para diagnóstico de
lesão vascular, sem necessidade de novos exames, devendo partir para instituição
da terapia. Alternativa B: Incorreto, o desenluvamento é um trauma no qual há
descolamento da pele, podendo atingir diferentes graus de profundidade, mas que,
habitualmente, não lesa planos profundos onde estão localizados grandes feixes
vasculares. Alternativa C: Correto. Nesse caso há grande probabilidade de lesão
vascular, sendo a arteriografia uma opção para confirmação do diagnóstico.
Alternativa D: Incorreto, a presença de hematoma pulsátil em expansão já nos
indica o diagnóstico de lesão vascular, sem necessidade de novos exames, devendo
partir para instituição da terapia. Alternativa E: Incorreto, a crepitação geralmente
tem relação com infecções, fraturas ósseas ou lesões de órgãos aerados, não com
trauma vascular.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Atendimento inicial ao politraumatizado
67. Um jovem de 18 anos foi vítima de facada no epigástrio. Deu entrada no centro
de trauma hipotenso e com veias distendidas no pescoço. A ausculta pulmonar
mostrou murmúrio vesicular presente bilateralmente, ainda que a ventilação fosse
superficial. Sequência mais apropriada de atendimento e tratamento:
A) Acesso venoso central – radiografia de tórax – FAST (focused assessment with
sonography for trauma) – tipagem e prova cruzada para transfusão sanguínea.
B) Intubação traqueal – acesso venoso – FAST (focused assessment with
sonography for trauma) – toracotomia.
C) Intubação traqueal – FAST (focused assessment with sonography for trauma) –
janela pericárdica.
D) Acesso venoso – transfusão sanguínea – pericardiocentese.
E) Intubação traqueal – radiografia de tórax – FAST (focused assessment with
sonography for trauma) – esternotomia mediana.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: independente do quadro clínico apresentado pelo
paciente, a sequência de avaliação e condutas no trauma deve seguir a mesma
ordem preconizada pelo ATLS: A (vias aéreas), B (respiração), C (circulação), D
(neurológico) e E (exposição). Alternativa A: Incorreto, essa descrição não segue a
ordem correta, além do fato de não haver indicação de acesso venoso central nesse
momento, lembrando que a reposição volêmica no trauma é feita por meio de dois
acessos periféricos calibrosos. Alternativa B: Correto, o primeiro passo é a
manutenção de uma via aérea pérvia e de uma boa ventilação.A presença de
ingurgitamento jugular e hipotensão após trauma penetrante em epigástrio devem
levantar a suspeita de tamponamento cardíaco e o FAST permite a visualização do
saco pericárdico, confirmando ou não esse diagnóstico. Em caso positivo, a conduta
seria a toracotomia para seu alívio. Alternativa C: Incorreto, o FAST fornece uma
boa imagem do saco pericárdico, com boa sensibilidade para o tamponamento no
trauma, não havendo necessidade de janela pericárdica para confirmar o
diagnóstico. Alternativa D: Incorreto, a pericardiocentese atualmente é
recomendada apenas para alívio sintomático de urgência em casos com
tamponamento e intensa instabilidade. Alternativa E: Incorreto, a radiografia de
tórax tem baixa sensibilidade e especificidade para o diagnóstico e a toracotomia
seria a incisão mais indicada.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Atendimento inicial ao politraumatizado
68. Um paciente de 45 anos, vítima de queda de andaime, é atendido no serviço de
urgência. A tomografia de corpo inteiro mostra trauma esplênico, com
extravasamento de contraste na fase arterial (blush). O paciente não tem outras
lesões, a não ser fratura fechada de ambos os antebraços, com boa perfusão e
pulsos distais normais. Glasgow 15, pulso: 102 bpm, PA: 100 × 75 mmHg,
saturação de oxigênio em ar ambiente: 95%, tempo de enchimento capilar: 3
segundos. Recebeu já 1 litro de soro fisiológico aquecido. Intervenção indicada, em
havendo disponibilidade de todos os recursos:
A) Embolização por arteriografia (radiologia intervencionista).
B) Laparoscopia para avaliar melhor o sangramento esplênico e possível hemostasia.
C) Esplenectomia por laparotomia.
D) Observação em unidade de terapia intensiva, com controle seriado de
hemoglobina.
E) Sutura esplênica por laparotomia (operação com conservação do baço).
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: um conceito que você deve ter sempre em mente nos
traumas de órgãos sólidos é que sua conduta dependerá da estabilidade do
paciente, não do grau da lesão. Alternativa A: Correto. Diante um paciente estável
com sangramento arterial ativo a melhor conduta seria a embolização por
arteriografia, para cessar o sangramento de forma menos invasiva e preservando o
órgão. Alternativa B: Incorreto, a TC fornece dados acurados sobre a lesão arterial,
não havendo necessidade de confirmá-la por videolaparoscopia. Alternativa C:
Incorreto, o paciente está estável, de modo que devemos priorizar condutas
conservadoras. Alternativa D: Incorreto. Na presença de blush arterial e com
disponibilidade de arteriografia, seria mais indicado a intervenção precoce para
cessar o sangramento. Alternativa E: Incorreto, a sutura esplênica envolveria uma
laparotomia, conduta mais agressiva que a embolização hemodinâmica.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Atendimento inicial ao politraumatizado
69. Vítima de queda de moto após colisão com auto, um rapaz de 23 anos é
submetido a drenagem torácica à direita, por pneumotórax. Tem tórax instável,
com contusão pulmonar. Não são achadas outras lesões. Após a drenagem, está
lúcido, queixando-se de dor em hemitórax direito. Saturação de O2 com máscara:
92%; FR: 32 irpm; FC: 110 bpm; PA: 110 × 78 mmHg. Conduta, neste momento:
A) Intubação traqueal para ventilação com pressão positiva, após sedação e
curarização.
B) Analgesia, ventilação com pressão positiva não invasiva e antibioticoterapia.
C) Analgesia, fisioterapia respiratória e ventilação com pressão positiva não invasiva;
evitar sobrecarga hídrica.
D) Intubação traqueal, fixação cirúrgica das costelas e hidratação venosa vigorosa.
E) Aumento do fluxo de oxigênio inspiratório, analgesia, hidratação venosa vigorosa
e fisioterapia respiratória.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: o tórax instável ocorre após traumas de múltiplos arcos
costais; ao contrário do que muitos pensam, a sua gravidade não depende das
fraturas em si, mas sim da contusão pulmonar adjacente que costuma
acompanhá-la. Alternativa A: Incorreto, a IOT é recomendada no tórax instável para
pacientes com insuficiência respiratória (incapacidade de manter SatO2 > 90% com
ventilação não invasiva, hipercapnia, hipoxemia, esforço importante) ou na presença
de choque. Alternativa B: Incorreto, não há indicação de antibioticoterapia pelo
trauma. Alternativa C: Correto, o manejo do tórax instável segue os da contusão
pulmonar. Devemos prescrever analgesia e fisioterapia respiratória, o que reduzem
as atelectasias e pneumonias, manter ventilação adequada por meio de dispositivos
não invasivos, VPP ou VNI, de acordo critérios de gravidade; e evitar sobrecarga
hídrica, para reduzir o extravasamento de plasma. Alternativa D: Incorreto, a IOT é
recomendada no tórax instável para pacientes com insuficiência respiratória ou
choque. Não há necessidade de fixação costal e a hidratação deve ser regulada.
Alternativa E: Incorreto, a hidratação vigorosa deve ser evitada pois está
relacionada a piora da contusão e edema pulmonar.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Atendimento inicial ao politraumatizado
70. Vítima de soterramento, uma mulher de 30 anos chega ao pronto-socorro
orientada, eupneica e normal do ponto de vista hemodinâmico. A tomografia de
corpo inteiro não mostra alterações significativas decorrentes do trauma.
Apresentou 200 mL de diurese, com urina escura, durante as primeiras 5 horas de
observação. Não tem edema de membros superiores nem inferiores e todos os
pulsos periféricos estão presentes. Exames laboratoriais na chegada: K+: 6 mEq/L;
pH: 7,22; − HCO3 : 16 mmol/L; lactato arterial: 40 mg/dL (normal até 14 mg/dL);
hemoglobina: 11,2 g/dL; creatinina: 1,1 mg/dL; CPK: 20.300 U/L. Provável
diagnóstico e terapia inicial recomendada:
A) Síndrome de esmagamento – Hidratação venosa e controle dos distúrbios
eletrolíticos e do equilíbrio ácido-básico.
B) Síndrome de esmagamento – Diálise ou hemofiltração.
C) Insuficiência renal aguda – Hidratação vigorosa, seguida de hemodiálise lenta.
D) Insuficiência renal aguda – Diuréticos e hidratação venosa vigorosa.
E) Trauma de bexiga – Cistografia retrógrada.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: paciente vítima de soterramento, um mecanismo de
trauma que cursa com intensa lesão muscular, evolui com aumento significativo de
CPK e ""urina escura"", devemos pensar em rabdomiólise. Alternativa A: Correto, a
síndrome do esmagamento é o nome dado a pacientes que evoluem com sinais e
sintomas decorrentes de trauma muscular grave, manifestado principalmente como
mioglobinúria, lesão renal aguda, hiperpotassemia e acidose metabólica. O
tratamento é feito com hidratação vigorosa e controle de distúrbios
hidroeletrolíticos. Alternativa B: Incorreto, a diálise pode ser uma opção em casos
graves, porém esse paciente ainda não apresenta critérios (ex: K >6,5 ou pH < 7,1
refratários a medidas clínicas). Alternativa C: Incorreto, a insuficiência renal pode
surgir como uma consequência da síndrome do esmagamento; ainda não há
indicações de diálise. Alternativa D: Incorreto, a insuficiência renal pode surgir
como uma consequência da síndrome do esmagamento; não há indicação de
diuréticos. Alternativa E: Incorreto, o trauma de bexiga não levaria a um aumento
tão pronunciado da CPK.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Bases da Cirurgia e Procedimentos
71. Um senhor de 56 anos foi operado de colecistite aguda por videolaparoscopia.
A colangiografia intra operatória mostrou coledocolitíase. Foi feita a exploração das
vias biliares, com retirada do cálculo e colocação de dreno de Kehr. Foi ainda
deixado um dreno de Penrose sub hepático. A respeito dos drenos deste paciente,
é correto afirmar:
A) Síndrome de esmagamento – Hidratação venosa e controle dos distúrbios
eletrolíticos e do equilíbrio ácido-básico.
B) Síndrome de esmagamento – Diálise ou hemofiltração.
C) Insuficiência renal aguda – Hidratação vigorosa, seguida de hemodiálise lenta.
D) Insuficiência renal aguda – Diuréticos e hidratação venosa vigorosa.
E) Trauma de bexiga – Cistografia retrógrada.
NÍVEL DE DIFICULDADE: difícil.
DICA DO PROFESSOR: Após procedimentos cirúrgicos com manipulação da via
biliar extra-hepática, como do ducto colédoco, recomenda-se o uso de um dreno de
Kehr (em forma de T) para garantir que não ocorram estenoses ductais. O dreno de
Penrose, por sua vez, auxilia na avaliação pós-operatória da formação de fístulas
biliodigestivas, que podem ocorrer após manipulação das vias biliares. Alternativa
A: INCORRETA. Sua utilidade é evitar que ocorre estenose do ducto colédoco.
Alternativa B: INCORRETA. O dreno de Penrose somente deverá ser retirado APÓS
a retirada do dreno de Kehr. Isso porque, garantida a patência do colédoco, ainda
será possível a existência/evolução de fístulização biliodigestiva. Alternativa C:
INCORRETA. Uma saída de > 500 mL é elevada e, por isso, ambos os drenos devem
ser mantidos. Alternativa D: CORRETA. Uma das formas de se avaliar a patência do
colédoco com o dreno de Kehr é pela colangiografia, que deverá ser realizada em
todos os pacientes antes da retirada do dreno. Alternativa E: INCORRETA. Vide
letra B.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: Climatério
72. Em relação à terapia hormonal da pós-menopausa (TH) em mulheres com
síndrome metabólica, está correto afirmar que a TH
A) oral com tibolona tem poucos riscos cardiovasculares nas mulheres hipertensas,
diabéticas e obesas acima dos 65 anos de idade.
B) estroprogestativa nos primeiros anos de pós-menopausa aumenta os riscos
cardiovasculares nas mulheres com hipercolesterolemia.
C) progestagênica em mulheres histerectomizadas aumenta os níveis pressóricos.
D) transdérmica é preferível para mulheres com hipertensão, hipertrigliceridemia,
obesidade, diabetes ou síndrome metabólica.
E) estroprogestativa diminui os riscos cardiovasculares nas mulheres acima dos 65
anos de idade.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: A terapia hormonal com estrógenos parece exercer efeito
benéfico sobre os níveis de HDL e LDL, melhorando o perfil lipídico, porém ocasiona
elevação nos níveis de triglicerídeos quando administrada por via oral. Além disso,
pacientes com hipertensão devem também ter preferência pela via parenteral,
evitando os efeitos da primeira passagem hepática no sistema renina-angiotensina,
sendo prioritária ainda a escolha pela terapia transdérmica que parece diminuir a
atividade simpática, promovendo redução na PA.Nesse sentido, na mulher com
sintomas climatéricos, a TH pode contribuir para melhora do quadro metabólico e do
risco cardiovascular das pacientes, obviamente quando associada a mudanças de
estilo de vida com promoção da perda de peso e inserção de hábitos saudáveis.
Alternativa A: Falso. A administração por via oral não é a indicada para pacientes
com síndrome metabólica. Além disso, a prescrição de tibolona é feita, na maioria
das vezes, na vigência de uma queixa de libido. Além disso, os efeitos
cardiovasculares deletérios foram relatados de forma mais significativa em pacientes
com idade superior a 65 anos. Alternativa B: Falso. Nos primeiros 2 a 3 anos pós
menopausa, a terapia hormonal parece reduzir os riscos cardiovasculares.
Alternativa C: Falso. Não há recomendação para uso de progesterona em pacientes
histerectomizadas, uma vez que a função deste hormônio na TH é apenas a
prevenção de CA endometrial na vigência de terapia estrogênica. Alternativa D:
Verdadeiro. A via transdérmica é a preferível no caso de distúrbios metabólicos, uma
vez que evita a primeira passagem hepática e parece ter melhores resultados no que
diz respeito a redução da pressão arterial. Alternativa E: Falso. Há um aumento dos
riscos cardiovasculares quando iniciamos a TH em idade superior a 63 anos.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: Diabetes e gestação
73. Gestante de 25 semanas, com teste oral de tolerância à glicose compatível com
diabetes gestacional, foi orientada a fazer dieta e atividade física e vem seguindo
rigorosamente as orientações. Está monitorando a glicemia capilar em seu
domicílio. Na consulta do mês seguinte, apresenta glicemias de jejum entre 96 e
120 mg/dL e pós-prandiais entre 142 e 180 mg/dL. Indica-se
A) introdução de insulina.
B) introdução de metformina.
C) manutenção da dieta e exercícios físicos sem alterações.
D) redução da ingestão de calorias e introdução de metformina.
E) aumento da atividade física e introdução de metformina.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: O diagnóstico de diabetes gestacional é estabelecido
quando a glicemia de jejum for ≥ 92mg/ dL e ≤ 125mg/dL ou pelo menos um dos
valores do TOTG com 75g, realizado entre 24 e 28 semanas de idade gestacional,
for ≥ a 92mg/dL no jejum; ≥ a 180mg/dL na primeira hora; ≥ a 153mg/dL na
segunda hora. O TOTG 75g é preconizado para todas as gestantes que não
apresentaram critérios para o diagnóstico de DMG ou DM no início da gravidez.
Nesse caso, tem-se uma paciente com diabetes gestacional, com valores de glicemia
fora das metas preconizadas: glicemia jejum < 95 mg/dL, 1h < 140 mg/dL, 2h < 120
mg/dL. A conduta adequada é a introdução de insulinoterapia, com dose inicial de
NPH 0,3-0,5 U/kg, podendo associar com uma insulina rápida caso seja necessário.
Alternativa A: CORRETA. Explicação na dica do professor. Alternativa B:
INCORRETA. A utilização de hipoglicemiantes orais, como a metformina, em
diabetes gestacional ainda é um assunto muito polêmico. Grande parte das
literaturas afirma que eles não devem ser utilizados durante a gestação, enquanto
outras citam que algumas drogas podem ser utilizadas, como a metformina para
pacientes com diabetes gestacional, controle glicêmico inadequado e glicemia de
jejum < 140 mg/dL e de 2h < 200 mg/dL. Alternativa C: INCORRETA. Há
necessidade de intervenção, visto que, mesmo com a dieta e a atividade física, o
controle glicêmico não foi atingido. Alternativa D: INCORRETA. A quantidade
mínima de carboidratos recomendada na gestação é de 175 g por dia. Alternativa E:
INCORRETA. Os exercícios físicos preconizados são aqueles de baixo impacto,
durante 25-30 minutos, em até quatro vezes por semana para as gestantes que já
praticavam exercício anteriormente. Para quem não praticava, recomenda-se
realizar 15-30 minutos de atividade física diária.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: Distopias genitais
74. Comparando-se as queixas clínicas de pacientes com prolapso genital estádio I
a IV, pode-se observar que mulheres com estadio
A) I têm mais dificuldade em segurar flatos.
B) II têm mais obstipação intestinal.
C) IV têm mais dificuldade em esvaziar a bexiga.
D) III têm mais perda de urina aos esforços.
E) I têm mais sangramento por úlcera de decúbito.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: As causas de prolapso dos órgãos pélvicos (POP) são
multifatoriais e contribuem para o enfraquecimento do tecido conjuntivo e dos
músculos de sustentação pélvica, bem como para a lesão neural. O estágio I é o
prolapso mais de 1cm acima do hímen, o estágio II aquele prolapso entre 1cm acima
e 1cm abaixo do hímen, o estágio III é o prolapso mais de 1cm abaixo do hímen e o
estágio IV o prolapso total. Pacientes com POP podem apresentar sintomas
relacionados especificamente às estruturas prolapsadas, como protuberância ou
pressão vaginal ou com sintomas associados, incluindo disfunção urinária,
defecatória ou sexual. Alternativa A: INCORRETA. Os sintomas defecatórios são
menos prevalentes no estágio I. Alternativa B: INCORRETA. Os sintomas
defecatórios podem estar presentes em mulheres com qualquer local anatômico de
prolapso, embora tendam a ser mais comumente associados a defeitos posteriores
ou apicais. Mulheres com prolapso em estágio I são as menos propensas a precisar
de tala (esforço ou necessidade de aplicar pressão digital na vagina ou no períneo
para evacuar completamente) para defecar (8 a 15%), mas a probabilidade de
sintomas de tala não continuam a aumentar com o avanço do prolapso, acometendo
igualmente nos estágios II, III e IV ( de 20 a 38%). Alternativa C: CORRETA. À
medida que o prolapso avança, as mulheres podem experimentar melhora na
incontinência urinária de esforço (IUE), mas aumentam a dificuldade de esvaziar,
com prevalência maior no estágio III e IV. Alternativa D: INCORRETA. Os sintomas
de incontinência urinária de esforço (IUE) coexistem frequentemente com prolapso
estágio I ou II. Alternativa E: INCORRETA. Os sintomas tendem a ser mínimos no
prolapso de estágio I. Quanto maior o estágio, a exposição da mucosa vaginal pode
torná-la ressecada, fina, cronicamente inflamada e, secundariamente, infectada,
ulcerada e sangrante constituindo a “úlcera de decúbito”. O tecido vaginal é
examinado para ulceração em pacientes com prolapso para ou além do hímen.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: Doenças benignas da mama
75. Mulher de 45 anos de idade queixa-se de saída de secreção amarelada pelos
mamilos. Refere menopausa aos 43 anos e, desde então, faz uso de terapia
estroprogestativa por adesivos transdérmicos. Ao exame, observa-se saída de
secreção espessa e esverdeada, por vários ductos em ambos os mamilos, durante
expressão. O diagnóstico mais provável é de
A) adenoma de hipófise.
B) carcinoma ductal invasivo.
C) ectasia ductal.
D) alterações fibrocísticas de mamas.
E) carcinoma in situ.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: Quando estivermos frente a uma paciente com queixa de
derrame papilar, devemos sempre questionar se a secreção ocorre de forma
espontânea (indício patológico) ou se ocorre após expressão mamária (indício de
derrame funcional). O primeiro passo da investigação é excluir que se trata de
galactorreia. Caso o seja, deve-se solicitar a dosagem de prolactina sérica e
investigar hiperprolactinemia. As principais causas de derrame papilar não funcional
são: ectasia ductal, papiloma intraductal e câncer. A ectasia ductal é comum na 5ª
década de vida e em mulheres tabagistas, mas trata-se de lesão benigna, que pode
estar associada a processo inflamatório crônico. A secreção tende a ser esverdeada,
bilateral, e decorre de dilatação dos ductos terminais da mama. O papiloma
intraductal é um tumor benigno formado pela proliferação de células ductais, e a
principal causa de derrame papilar sanguinolento e unilateral. Pode inclusive ocultar
um carcinoma in situ. O carcinoma intraductal raramente se manifesta por derrame
papilar, mas caso ocorra, o derrame tende a ser aquoso, com aspecto em “água de
rocha”. Alternativa A: INCORRETA. De acordo com as informações do caso a
secreção não é compatível com galactorreia, o que afasta o diagnóstico de adenoma
hipofisário. Alternativa B: INCORRETA. O aspecto do derrame papilar observado no
carcinoma ductal invasivo é aquoso, em “água de rocha”, diferentemente do que foi
descrito pelo caso. Alternativa C: CORRETA. Devemos sempre pensar em ectasia
ductal como causa de derrame papilar de coloração esverdeada bilateral em
mulheres na 5ª década de vida. Alternativa D: INCORRETA. As alterações
fibrocísticas da mama em geral não são causas de derrame papilar. Alternativa E:
INCORRETA. O carcinoma in situ poderia ser achado subjacente a um papiloma
intraductal, mas as características do derrame contradizem essa suspeita.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: Doenças das adrenais
76. Mulher de 28 anos apresenta síndrome de Cushing associada a carcinoma de
adrenal secretor de cortisol. Dos abaixo, os achados MENOS prováveis são:
A) Osteopenia e fraqueza muscular.
B) Hirsutismo e ganho de peso.
C) Depressão e hipertensão arterial.
D) Intolerância à glicose e acne.
E) Hipercalemia e hiperpigmentação cutânea.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: Estamos diante de uma questão que aborda a síndrome de
Cushing associada a carcinoma de adrenal secretor de cortisol em uma mulher de
28 anos. Em adultos, os sinais e sintomas mais sugestivos da presença de
hipercortisolismo incluem fraqueza muscular proximal, pletora facial, perda de
massa muscular em membros com aumento de gordura no abdome e rosto, estrias
arroxeadas largas, hematomas sem trauma óbvio. Irregularidades menstruais são
comuns em mulheres com síndrome de Cushing, bem como sinais de excesso de
androgênio, uma vez que as glândulas adrenais são a principal fonte de andrógenos
em mulheres - hirsutismo, aumento de oleosidade facial e acne, virilização. A
hiperpigmentação é induzida pelo aumento da secreção de ACTH, não de cortisol, e
não ocorre em pacientes com tumores adrenais em que a secreção de ACTH é
suprimida. A intolerância é comum na síndrome de Cushing pela estimulação da
gliconeogênese pelo cortisol e resistência periférica à insulina aumentada pela
obesidade. A hipertensão e dislipidemia são comuns em pacientes com a síndrome,
que têm aumento do risco cardiovascular. A patologia também causa redução da
absorção intestinal de cálcio, diminuição da formação óssea, aumento da reabsorção
óssea e diminuição da reabsorção renal de cálcio, provocando osteoporose. Podem
ocorrer vários sintomas neuropsicológicos, incluindo insônia, depressão e perda de
memória. Os sintomas de doença psiquiátrica ocorrem em mais da metade dos
pacientes com síndrome de Cushing de qualquer etiologia e são, portanto,
presumivelmente causados por excesso de cortisol. Alternativa A: CORRETA. A
síndrome de Cushing leva à osteopenia e fraqueza muscular. Alternativa B:
CORRETA. Hirsutismo e ganho de peso ocorrem na síndrome apresentada.
Alternativa C: CORRETA. Pacientes com síndrome de Cushing podem apresentar
depressão e hipertensão arterial. Alternativa D: CORRETA. Intolerância a glicose e
acne são manifestações clínicas da Síndrome de Cushing. Alternativa E:
INCORRETA. Pacientes com Cushing apresentam hipocalemia, que decorre da
perda de potássio pela ação do cortisol no receptor mineralocorticoide renal. Já a
hiperpigmentação cutânea na síndrome de Cushing pode ocorrer quando a causa
base é a secreção ectópica de ACTH - não é a causa dessa paciente, que tem
síndrome de Cushing devido a doença adrenocortical primária.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra E.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: Doenças Glomerulares
77. Em 40 a 50% dos casos, há hematúria macroscópica acompanhando infecção
de vias aéreas superiores (hematúria sinfaringítica). Em 30 a 40%, a hematúria é
microscópica com proteinúria leve. Em menos de 10% ocorre síndrome nefrótica
ou glomerulonefrite rapidamente progressiva. O texto refere-se a
A) Nefropatia por IgA.
B) Síndrome de Alport.
C) Amiloidose renal.
D) Glomerulonefrite difusa aguda pós estreptocócica.
E) Glomerulonefrite membranoproliferativa.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A patologia que se expressa em metade dos casos com
hematúria macroscópica acompanhando infecções de vias aéreas superiores é a
Nefropatia por IgA, também chamada de doença de Berger. Devemos diferenciá-la
da glomerulonefrite difusa aguda (pós estreptocócica) em que o quadro renal
costuma ocorrer um pouco mais tardiamente - cerca de 10 a 14 dias - ao quadro de
infecção por estreptococos. Em menos de 40% dos pacientes há hematúria
microscópica e proteinúria leve e em menos de 10% há síndrome nefrótica ou
glomerulonefrite rapidamente progressiva, com perda da função renal. Alternativa
A: CORRETA. A nefropatia por IgA apresenta em até metade dos casos a
manifestação de hematúria macroscópica 1 ou 2 dias depois de infecção de vias
aéreas superiores, caracterizando a hematúria sinfaringítica. Alternativa B:
INCORRETA. A síndrome de Alport caracteriza-se por nefropatia hereditária
geralmente associada a surdez neurossensorial e alterações oculares. O quadro
renal é caracterizado por proteinúria e/ou hematúria intermitentes, com curso
crônico e progressivo para insuficiência renal. Alternativa C: INCORRETA. Na
amiloidose renal, a maioria dos pacientes têm depósitos glomerulares e apresentam
proteinúria tipicamente nefrótica e, em geral, acompanhada de edema. Alternativa
D: INCORRETA. O quadro de glomerulonefrite difusa aguda pós estreptocócica
apresenta o quadro renal cerca de 10 a 14 dias após o quadro de infecção
estreptocócica. Alternativa E: INCORRETA. A glomerulonefrite
membranoproliferativa é na maioria dos casos de etiologia secundária a outra
patologia (associação clássica com o vírus C) e cursa com padrão nefrítico-nefrótico:
hematúria e proteinúria elevada.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: Doenças na Gestação
78. Para tratamento conservador da gravidez ectópica íntegra, é correto afirmar
que
A) a embolização de artérias uterinas é indicada nos casos de massa anexial em
expansão.
B) o cloreto de potássio pode ser injetado em massa anexial que for menor que 3
cm.
C) o misoprostol pode ser empregado por via vaginal nos casos em que a massa
anexial é inferior a 3 cm e não há batimentos cardíacos fetais.
D) o metotrexato pode ser usado por via intramuscular se a massa tubária for menor
que 3,5 cm e o beta-hCG menor que 5.000 mUI/mL.
E) a exérese do segmento tubário afetado por meio de videolaparoscopia preserva
mais adequadamente o futuro reprodutivo.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: A questão aborda o tratamento conservador da gravidez
ectópica íntegra. Embora o tratamento cirúrgico seja o padrão ouro, o tratamento
expectante ou com metotrexato (MTX) podem ser realizados em alguns casos. O
MTX é escolhido quando a gestante apresenta estabilidade hemodinâmica; a
concentração sérica de gonadotrofina coriônica beta-humana (hCG) está ≤ 5000
UI/mL; não foi detectada atividade cardíaca fetal no ultrassom transvaginal; as
massas ectópicas são menores que 3 a 4 cm; as pacientes entendem os riscos da
gestação ectópica e estão dispostas a seguir o acompanhamento, tendo acesso a
serviço de emergência se necessário. Em geral, é administrada uma dose
intramuscular de MTX (dia 1), e o acompanhamento é feito pela medida do hCG. Se
houver um declínio ≥ 15% de hCG dos dias 7 a 14, deve-se verificar o hCG
semanalmente até que o nível seja indetectável. Se o declínio for menor que isso,
deve-se realizar uma nova dose de MTX. Se o hCG estiver subindo, deve-se realizar
uma nova ultrassonografia. Alternativa A: INCORRETA. Massa anexial em expansão
é um sinal de que pode haver ruptura iminente, e nesse caso não está indicado o
tratamento conservador da gravidez ectópica. Alternativa B: INCORRETA. O uso de
cloreto de potássio ainda não está bem estabelecido. Alguns autores sugerem
utilizá-lo quando há batimentos cardíacos fetais, em gravidez heterotópica ou
gestação ectópica intersticial. Alternativa C: INCORRETA. Misoprostol não é eficaz
para o tratamento de gestações extrauterinas. Alternativa D: CORRETA. O MTX é
escolhido quando a concentração sérica de gonadotrofina coriônica beta-humana
(hCG) está ≤ 5000 UI/mL; não foi detectada atividade cardíaca fetal no ultrassom
transvaginal; as massas ectópicas são menores que 3 a 4 cm. Alternativa E:
INCORRETA. A salpingectomia afeta o futuro reprodutivo, sendo a salpingostomia
preferível para mulheres que ainda desejam engravidar.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: Doenças testiculares benignas
79. Um menino de 12 anos, hígido, queixa-se de dor de forte intensidade, de início
abrupto, no testículo direito, acompanhada de náuseas e vômitos, há 5 horas.
Estava no sítio com a família. Foi levado ao pronto-socorro da cidade, onde foi
descrito que estava em bom estado geral, com dor intensa à palpação do testículo
direito, que apresentava edema acentuado. O testículo direito estava
horizontalizado, em posição elevada. Foi notada também ausência do reflexo
cremastérico. O médico plantonista sabe que não tem disponibilidade de métodos
de imagem no hospital, que, no entanto, tem centro cirúrgico equipado para
procedimentos de pequeno e médio porte. Diagnóstico mais provável e melhor
conduta, além de analgesia:
A) Torção testicular – encaminhamento para centro de referência da região, para
confirmação diagnóstica e conduta pertinente.
B) Torção testicular – exploração cirúrgica imediata.
C) Orquiepididimite viral – analgesia, anti-inflamatório, repouso e cuidados locais.
D) Orquiepididimite bacteriana – antibioticoterapia, analgesia, anti-inflamatório,
repouso e cuidados locais.
E) Orquiepididimite a esclarecer – encaminhamento para centro de referência da
região, para confirmação diagnóstica e conduta apropriada.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: sempre devemos ter duas principais hipóteses
diagnósticas diante de um paciente com escroto agudo: orquiepididimite e torção
testicular. Apesar de a USG com doppler ser o exame mais específico para sua
diferenciação, o exame físico consegue nos fornecer dados importantes, sobretudo
com a pesquisa do reflexo cremastérico e do sinal de Prehn. Alternativa A:
Incorreto, diante da suspeita de torção testicular a conduta deve ser a cirurgia o mais
precocemente possível, preferencialmente antes de 6h do início do quadro, visando
preservar a vitalidade e função testicular. Alternativa B: Correto, a descrição de
elevação e horizontalização do testículo é altamente sugestiva da torção testicular,
assim como a ausência do reflexo cremastérico e a manutenção da dor com a
elevação manual do testículo. Diante dessa suspeita a conduta deve ser a cirurgia o
mais precocemente possível, com objetivo de desfazer a torção e restaurar a
perfusão tecidual antes que haja necrose.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: DSTs e Úlceras genitais
80. Considere a imagem abaixo.
Esta imagem vista ao microscópio foi obtida, mais provavelmente, de
A) secreção de lesão ulcerada no pênis.
B) secreção purulenta de faringe.
C) secreção uretral aguda.
D) lesão esbranquiçada de unha.
E) abscesso subcutâneo axilar.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A sífilis é uma infecção sexualmente transmissível (IST) e,
eventualmente, transmitida por via transplacentária (congênita), cujo agente
etiológico é o Treponema pallidum, uma espiroqueta. Pode ser classificada com base
no tempo de evolução em: recente – menos de 1 ano de evolução – primária,
secundária e latente precoce; e tardia – mais de 1 ano de evolução – latente tardia e
terciária. A sífilis primária caracteriza-se por um período de incubação de 10 a 21
dias, e manifesta-se clinicamente por lesão ulcerada, única, de cor rósea, fundo
limpo e brilhante, não associada a fenômenos inflamatórios, bordas elevadas e
indolor. Essa lesão é denominada cancro duro, surge na vagina, vulva ou pênis e
frequentemente é acompanhada de adenopatia regional não supurativa, que pode
ser o primeiro sinal da doença. Dentre os exames complementares utilizados na
propedêutica diagnóstica, pode-se solicitar a microscopia de campo escuro. Esse
exame é indicado para análise de material coletado a partir de lesão ulcerada
suspeita de sífilis primária, com sensibilidade que pode chegar a 95%. A questão
apresenta uma imagem de microscopia de campo escuro, na qual é possível
observar espiroquetas, bactérias de difícil visualização pelo gram e que, no contexto
da questão nos leva a pensar que se trate de Treponema pallidum. Logo, o sítio de
coleta desse material provavelmente foi um cancro duro localizado em região
genital.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: DSTs e Úlceras genitais
81. Paciente de 18 anos de idade refere que estava assintomática até 5 dias atrás,
quando notou aparecimento de ferida de 2 cm na vulva. Refere que se relaciona
sexualmente com outras mulheres. Segundo o Ministério da Saúde, deve-se
A) biopsiar a borda da úlcera antes de indicar tratamento.
B) coletar sorologias para infeções sexualmente transmissíveis para orientar o
tratamento.
C) coletar material da úlcera para exame a fresco para orientar o tratamento.
D) medicar com aciclovir por via oral e tópica.
E) medicar a paciente com penicilina e azitromicina.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: De acordo com o Ministério da Saúde, diante de uma
úlcera genital deve-se avaliar, inicialmente, se há infecção sexualmente transmissível
como causa provável. Nesse caso, a resposta seria sim, visto que a paciente se
relaciona sexualmente com outras mulheres. O próximo passo, então, é avaliar a
disponibilidade do laboratório. Se não houver, questiona-se se há histórico ou
evidência de lesões vesiculosas. Nesse caso, a resposta é não. Logo, a conduta é
tratamento de sífilis e cancróide. Para tratamento da sífilis, utiliza-se penicilina G
benzatina 2,4 milhões UI, IM, dose única (1,2 milhão UI em cada glúteo). Já no
cancróide, a primeira opção de tratamento é azitromicina 500 mg, 2 comprimidos,
VO, dose única ou ceftriaxona 500 mg, IM, dose única. A alternativa que contempla
ambos os tratamentos é a ""E"". Se houver laboratório disponível, é indicado a
realização dos seguintes exames: coleta de material para microscopia (Gram e
Giemsa) e campo escuro, e biologia molecular, quando disponível. Alternativa D:
INCORRETA. O aciclovir é utilizado para tratamento da herpes genital e seria
indicado, nesse caso, se houvesse história ou evidência de lesões vesiculosas.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra E.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: Endometriose
82. Em paciente com dor pélvica crônica cujo diagnóstico clínico é de
endometriose, espera-se encontrar, com maior frequência, focos de endometriose
A) nas tubas uterinas.
B) nos paramétrios laterais.
C) no intestino delgado.
D) nos ureteres.
E) nos ligamentos uterossacros.
NÍVEL DE DIFICULDADE: intermediário.
DICA DO PROFESSOR: Endometriose é definida como glândulas e estroma
endometriais que ocorrem fora da cavidade uterina. As lesões geralmente estão
localizadas na pelve, mas podem ocorrer em vários locais, incluindo intestino,
diafragma e cavidade pleural. Em geral, os locais mais comuns de endometriose, em
ordem decrescente de frequência, são os ovários, fundo de saco anterior e posterior,
ligamentos largos posteriores, ligamentos uterossacros, útero, trompas de falópio
(tubas uterinas), cólon sigmóide e apêndice e ligamentos redondos. Locais menos
comumente envolvidos incluem vagina, colo do útero, septo retovaginal, ceco, íleo,
canais inguinais, cicatrizes perineais, bexiga urinária, ureteres e umbigo Alternativa
A: INCORRETA. Não é o local de maior freqüência dentre as opções. Alternativa B:
INCORRETA. Não é o local de maior freqüência. Alternativas C e D: INCORRETAS.
É um dos locais menos envolvidos. Alternativa E: CORRETA. É o local de maior
frequência dentre as alternativas.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra E.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Pediatria
ASSUNTOS RELACIONADOS: Epilepsia e crises convulsivas
83. A interação medicamentosa entre metoclopramida e prometazina aumenta o
risco de
A) efeitos extrapiramidais.
B) bloqueio neuromuscular.
C) lesão renal aguda.
D) sangramento intestinal, úlceras pépticas.
E) formação de precipitado de cálcio
NÍVEL DE DIFICULDADE: difícil.
DICA DO PROFESSOR: A metoclopramida é um antiemético e apresenta, como um
dos efeitos adversos, os sintomas extrapiramidais sendo contraindicado em
pacientes epiléticos ou que estejam recebendo outros fármacos que possam causar
reações extrapiramidais, como a prometazina (anti-histamínico), visto que a
frequência e intensidade destas reações podem ser aumentadas.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: Espondiloartrites
84. Artrite reativa é definida como artrite que se desenvolve logo depois de uma
infecção em outros órgãos que não sejam as articulações. A relação de germes
mais frequentemente implicados no desenvolvimento da artrite reativa NÃO inclui
A) Chlamydia pneumoniae.
B) Staphylococcus aureus.
C) Campylobacter jejuni.
D) Clostridioses (antigo Clostridium) difficile.
E) Chlamydia trachomatis.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A artrite reativa é uma entidade pertencente ao grupo das
espondiloartrites soronegativas, de envolvimento periférico e manifestações
extra-articulares, que ocorre após infecções geniturinárias e gastrintestinais,
principalmente em adultos jovens, sem predileção por sexo. Os principais agentes
considerados etiológicos da artrite reativa são os germes entéricos (Salmonella,
Shigella, Yersinia, Campylobacter, Clostridium difficile) e patógenos geniturinários
(Chlamydia trachomatis). Outras bactérias que também têm sido relatadas são:
Chlamydia pneumoniae, E. coli, Ureaplasma urealyticum e Mycoplasma genitalium. O
BCG intravesical para câncer de bexiga também tem sido associado como uma
causa rara. Sendo assim, dentre as opções apresentadas, a única que não tem
associação com a artrite reativa é o Staphylococcus aureus. Alternativa A:
CORRETA. A Chlamydia pneumoniae está associada à artrite reativa. Alternativa B:
INCORRETA. É o único microrganismo dentre os citados não associado à artrite
reativa. Alternativa C: CORRETA. Campylobacter jejunni é uma das enterobactérias
associadas à etiologia da artrite reativa. Alternativa D: CORRETA. Infecções por
Clostridium difficile estão associadas ao desenvolvimento de artrite reativa.
Alternativa E: CORRETA. Chlamydia trachomatis é o principal agente infeccioso do
trato geniturinário relacionado à artrite reativa.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Estudos Epidemiológicos
85. Com os dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), foi realizado um estudo
para identificar, dentro outras, associações da dor crônica na coluna com
características sociodemográficas e estilos de vida, por sexo. Concluiu-se que os
dados da PNS mostram que, aproximadamente, um quinto da população brasileira
referiu dor crônica de coluna. Alguns resultados foram: 18,5% da população
brasileira referiram dor crônica na coluna, sendo 15,5% (IC95% 14,7-16,4) em
homens e 21,1% (IC95% 20,2–22,0) em mulheres. Encontrou-se um valor de p <
0,01 na associação entre dor na coluna e idade, escolaridade e atividade física
(MALTA et al., Rev. Saúde Pública, 2017). Com base nessas informações, este
estudo
A) teve como critério de inclusão: dor na coluna.
B) é transversal.
C) mostra que a prevalência do desfecho não diferiu segundo o sexo.
D) teve intervalo de confiança (IC) muito baixo para idade, escolaridade e atividade
física.
E) nenhuma associação foi estatisticamente significativa.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: "A questão descreve um estudo observacional da
frequência e distribuição de um evento na população brasileira, no qual as
observações foram mensuradas uma única vez. Vamos às alternativas. Alternativa
A: Incorreta. A questão descreve um estudo de prevalência de dor crônica na coluna
e sua associação com características sociodemográficas e estilos de vida por sexo.
Dor crônica na coluna é o desfecho a ser observado, não se trata de um critério de
inclusão. Alternativa B: Correta. De acordo com a reflexão sobre o desenho de
estudo na “dica do professor”, percebemos que fatores (características
sociodemográficas, estilo de vida) e efeito (dor crônica na coluna) foram observados
num mesmo momento histórico, portanto, se trata de um estudo transversal.
Alternativa C: Incorreta. A prevalência de dor crônica na coluna foi maior em
mulheres (21,1% vs. 15,5%). Alternativa D: Incorreta. No estudo foi utilizado o valor
de p para descrever a medida de significância da associação entre dor na coluna e
idade, escolaridade e atividade física. Valores de p < 0,05 apontam significância
estatística do resultado.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Estudos Epidemiológicos
86. De acordo com a United States Preventive Services Task Force (USPSTF), uma
recomendação Grau B, como auxílio para os médicos na tomada de decisões
clínicas quanto aos cuidados de pacientes idosos, é um rastreio do aneurisma da
aorta abdominal por ultrassonografia em homens de 65 a 75 anos que sempre
fumaram. Isso significa que a USPSTF
A) recomenda o serviço. Há uma grande certeza de que o benefício é moderado ou
há moderada certeza de que o benefício é moderado ou substancial.
B) recomenda esse serviço. Há uma grande certeza de que o benefício é substancial.
C) recomenda contra o serviço.
D) conclui que a evidência atual é insuficiente para o balanço entre os benefícios e
prejuízos do serviço. A evidência é escassa, de má qualidade ou conflitante. O
equilíbrio entre benefícios e prejuízos não pode ser determinado.
E) recomenda contra o uso rotineiro do serviço. Há considerações de que o suporte
deva ser providenciado para o paciente de modo individual. Há uma grande ou
moderada certeza de que o benefício é pequeno.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: O grau de recomendação é um parâmetro, com base nas
evidências científicas, aplicado a um parecer (recomendação), que é emitido por uma
determinada instituição ou sociedade. Esse parecer leva em consideração critérios
como viabilidade, custos, questões políticas, características de uma população, além
das evidências científicas. Por isso o grau de recomendação pode variar amplamente
entre as diversas instituições."" De acordo com o USPSTF, há cinco graus de
recomendação: Grau A - O USPSTF recomenda que se ofereça o serviço, pois existe
extrema certeza de que o benefício é substancial. Sugestão para a prática:
oferecer/prover esse serviço. Grau B - O USPSTF recomenda que se ofereça o
serviço, pois existe moderada certeza de que os benefícios variam de substanciais a
moderados. Sugestão para a prática: oferecer/prover esse serviço. Grau C - O
USPSTF recomenda contra a oferta rotineira do serviço. Pode-se considerar a oferta
do serviço para pacientes individuais. Existe de substancial a moderada evidência de
que o benefício é pequeno. Sugestão para a prática: oferecer/prover esse serviço
somente se tiver outras considerações que suportam a sua oferta para pacientes
individuais.
Grau D - O USPSTF recomenda contra a oferta do serviço. Existe de moderada a
muita certeza de que o serviço não trás benefício ou que os danos superam os
benefícios. Sugestão para a prática: desencorajar a prática desse serviço. Grau I - O
USPSTF concluiu que a atual evidência é insuficiente para avaliar os benefícios e
danos de se adotar o serviço. A evidência está faltando, é de má qualidade ou
conflituosa e, desse modo, impossível de determinar os benefícios e danos da sua
adoção. Sugestão para a prática: caso seja oferecida, o paciente deveria ser
informado e estar ciente das incertezas sobre os danos e benefícios da intervenção.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Estudos Epidemiológicos
87. Em uma investigação de surto com 5 casos de uma determinada doença, foram
recrutados pacientes com a doença e pessoas que não tiveram a doença. Foram
feitas perguntas sobre os fatores de risco/exposição compatíveis com o agente
etiológico da doença e seu modo de transmissão, buscando-se identificar os
fatores de risco associados. O estudo em questão é
A) coorte.
B) ecológico.
C) caso controle.
D) descritivo.
E) inadequado, pelo número de casos.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: Estudos epidemiológicos possuem desenhos diferentes
que deverão ser analisados e estudados para que seja escolhido, com base na
hipótese e nas variáveis a serem estudadas, o tipo que melhor se adequa aos
objetivos. De forma geral são divididos em analíticos, os quais investigam a
associação entre fatores de risco de um agravo à saúde e o próprio agravo, e
descritivos, os quais investigam a frequência e distribuição de um agravo à saúde na
população de acordo com suas características. Além disso, podem ser individuados,
quando estudam o indivíduo, ou agregados, quando estudam a população. Podem
ainda ser classificados em relação à duração em transversais, nos quais os dados se
referem a um momento específico no tempo, ou longitudinais, quando há
acompanhamento dos participantes do estudo em mais de um momento no tempo.
Por fim, podem ser observacionais, quando não há manipulação do fator em estudo,
ou de intervenção, quando existe manipulação (o pesquisador exerce alguma ação
sobre os participantes do estudo). O estudo em questão é longitudinal retrospectivo
(avalia os fatores de risco existentes anteriormente à presença da doença),
observacional (não exerce nenhum efeito nos sujeitos), analítico e individuado.
Alternativa A: INCORRETA. O estudo de coorte é longitudinal prospectivo,
observacional, analítico e individuado, que parte de sujeitos saudáveis e acompanha
ao longo do tempo para observar se haverá ou não desenvolvimento da condição X
estudada. Alternativa B: INCORRETA. O estudo ecológico é transversal, agregado,
observacional e descritivo. Geralmente ajuda a identificar fatores que merecem uma
investigação mais detalhada por meio de estudos analíticos. Alternativa C:
CORRETA. Estudo de caso controle é observacional, longitudinal retrospectivo,
analítico e individuado que estuda a associação entre fatores de risco e agravos à
saúde partindo do agravo para elucidar os fatores de risco. Alternativa D:
INCORRETA. Um estudo descritivo, como explicado, investiga a frequência e
distribuição de um agravo à saúde na população de acordo com suas características.
É uma característica dos estudos e não um subtipo específico. Alternativa E:
INCORRETA. Estudos de caso-controle são especialmente vantajosos para doenças
raras (que possuem baixas taxas de prevalência e incidência), assim como para
condições com grande período de latência.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Estudos Epidemiológicos
88. Um marcador sorológico deve predizer a ocorrência de uma determinada
doença ou infecção, e diante de um resultado positivo, a probabilidade do indivíduo
ser realmente doente é dado por
A) especificidade.
B) valor preditivo negativo.
C) sensibilidade.
D) valor preditivo positivo.
E) precisão.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: Vamos lembrar conhecimentos de epidemiologia. A
sensibilidade diz respeito à probabilidade de um indivíduo avaliado e doente de ter
seu teste alterado (positivo), ou seja, detecta os verdadeiros positivos, sendo útil
para rastreamento. A especificidade é a probabilidade de um indivíduo avaliado e
normal ter seu teste normal (negativo), ou seja, detecta os verdadeiros negativos,
sendo útil para confirmação diagnóstica. O valor preditivo positivo é a probabilidade
de um indivíduo avaliado e com resultado positivo ser realmente doente. Já o valor
preditivo negativo é a probabilidade de um indivíduo avaliado e com resultado
negativo ser realmente são. Precisão é a consistência do resultado quando o exame
se repete. Alternativa A: INCORRETA. Específico detecta os verdadeiros negativos.
Alternativa B: INCORRETA. Valor preditivo negativo diz respeito a diante de um
resultado negativo, a probabilidade do indivíduo ser realmente são. Alternativa C:
INCORRETA. Sensível detecta os verdadeiros positivos - mas também os falso
positivos. Alternativa D: CORRETA. O valor preditivo positivo é a probabilidade de
um indivíduo avaliado e com resultado positivo ser realmente doente. Alternativa E:
INCORRETA. Precisão é a consistência do resultado quando o exame se repete.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra D.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Cirurgia geral
ASSUNTOS RELACIONADOS: Ética Médica
89. Uma menina de 18 anos é levada ao pronto-socorro por queixa de náuseas,
vômitos e dor epigástrica leve (desconforto). Não tem outras queixas e o exame
físico é normal. A adolescente conta ao médico, reservadamente, que os sintomas
apareceram após uso abusivo de álcool e cannabis (primeiro uso, voluntário), em
uma festa. Depois de medicada, a menina apresenta melhora e é proposta alta. A
mãe, que estava na área de espera, entra na sala de atendimento e pergunta ao
médico qual é o diagnóstico do que aconteceu com a sua filha. O médico deve
responder que
A) a adolescente fez uso abusivo de álcool, o que é comum nessa idade e não tem
problema maior.
B) a menina realmente usou substância ilegal.
C) a menina teve dor inespecífica (sindromicamente chamada de dispepsia),
devendo ser seguida ambulatorialmente, apenas
D) não pode revelar nenhuma informação, em respeito ao sigilo médico.
E) houve realmente uso de substância ilegal, orientar a mãe e acionar o serviço
social.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: O capítulo IX do Código de Ética Médica trata do sigilo
profissional. Ele traz no Art. 73 que é vedado ao médico revelar fato de que tenha
conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo,
dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente. Já no Art. 74, é vedado ao
médico revelar sigilo profissional relacionado a paciente menor de idade, inclusive a
seus pais ou representantes legais, desde que o menor tenha capacidade de
discernimento, salvo quando a não revelação possa acarretar dano ao paciente. No
caso da questão, temos uma paciente maior de idade, consciente, com o cognitivo
preservado, que aparentemente não deseja expor o que houve para sua família
naquele momento. Assim, a conduta médica é manter o sigilo profissional.
Alternativa A: INCORRETA. O médico não deve revelar o que houve, mesmo se
tratando de uma substância lícita. Alternativa B: INCORRETA. É vedado ao médico
revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão.
Alternativa C: INCORRETA. O médico não deve mentir sobre o diagnóstico da
paciente, não cabendo a ele dizer algo sobre o caso, que deve ser tratado em sigilo.
Alternativa D: CORRETA. O médico pode afirmar que precisa respeitar o sigilo
médico, se tratando de paciente maior de idade, e, ainda que fosse menor de idade,
com capacidade de discernimento. Alternativa E: INCORRETA. O médico não deve
revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: Fisiologia Menstrual
90. Paciente de 18 anos, IGIP (parto normal há 2 anos), em união consensual,
refere ciclos menstruais regulares e cólicas menstruais no primeiro dia da
menstruação desde o parto, que não melhoram com analgésicos. Diagnóstico e
conduta indicados:
A) Dismenorreia primária − dosar CA125 e prescrever dienogeste.
B) Dismenorreia secundária − prescrever anti-inflamatórios não hormonais.
C) Endometriose − indicar videolaparoscopia.
D) Dor pélvica crônica − prescrever fisioterapia pélvica.
E) Adenomiose − prescrever análogos de GnRH.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A dismenorreia pode ser dividida em duas categorias:
primária e secundária. A dismenorreia primária refere-se à dor recorrente durante a
menstruação, sem que haja uma doença que explique o sintoma. Por outro lado, a
dismenorreia secundária consiste na dor durante a menstruação que pode ser
explicada por alguma doença, como endometriose, adenomiose ou miomatose
uterina. A dismenorreia primária geralmente se apresenta a partir da adolescência,
com o estabelecimento dos ciclos ovulatórios. Já a secundária pode surgir mais
tardiamente, a depender do momento de início da patologia associada. De modo
geral, a dismenorreia primária é um diagnóstico de exclusão, portanto deve-se
sempre investigar a presença de doença pélvica subjacente ao processo por meio da
história clínica e exame físico detalhado. Alternativa A: INCORRETA. O diagnóstico
de dismenorreia primária só pode ser estabelecido quando todas as possibilidades
diagnósticas forem excluídas. Alternativa B: CORRETA. Até prova em contrário,
trata-se de dismenorreia secundária. Cerca de 80% das pacientes com dismenorreia
respondem ao tratamento com AINEs, que são os pilares da abordagem à
dismenorreia juntamente com os anticoncepcionais hormonais. Alternativa C:
INCORRETA. A história não apresenta elementos suficientes para o diagnóstico de
endometriose. Além disso, a videolaparoscopia não estaria indicada no momento,
devendo ser restrita aos casos graves e refratários ao tratamento clínico. Alternativa
D: INCORRETA. A dor pélvica crônica é caracterizada por durar de três a seis meses
ou mais, sem relação com gravidez e não cíclica. Segundo as informações do
enunciado trata-se de uma dor cíclica que ocorre no período menstrual
(dismenorreia). Alternativa E: INCORRETA. Novamente, não há elementos
suficientes para o diagnóstico de adenomiose. Trata-se de um diagnóstico
histológico, feito pela análise histopatológica, e sugerido por achado clínicos
(sangramento intenso, dismenorreia com útero uniformemente aumentado) e
exames de imagem (USG transvaginal e RNM).
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: Hipertensão Arterial Sistêmica (Primária e
Secundária)
91. O tratamento de hipertensão em lactante, no puerpério, será MENOS seguro
para o lactente, com o uso de
A) alfametildopa.
B) captopril.
C) valsartana.
D) hidroclorotiazida.
E) nifedipina.
NÍVEL DE DIFICULDADE: difícil.
DICA DO PROFESSOR: questões sobre uso de medicamentos na gestação são
frequentes e todo aluno já deve ter na ""ponta da língua"" quais anti-hipertensivos
são indicados ou proscritos na gestação; porém devemos lembrar que essas
restrições mudam no período pós parto e ficar atentos na prescrição de novos
medicamentos, evitando aqueles sem comprovação de não ter passagem pelo leite
materno. Alternativa A: Incorreto, a alfametildopa é de muito baixo risco para uso na
lactação. Alternativa B: Incorreto, apesar de ser contraindicado durante a gestação,
os iECA têm seu uso liberado na lactação. Alternativa C: Correto, ainda não há
estudos suficientes demonstrando se há excreção desse medicamento no leite
materno; devido a possíveis efeitos adversos, seu uso deve ser evitado para
pacientes amamentando. Alternativa D: Incorreto, esse medicamento é de muito
baixo risco e tem seu uso liberado na amamentação. Alternativa E: Incorreto, esse
medicamento é de muito baixo risco e tem seu uso liberado na amamentação.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra C.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: Hipertensão Arterial Sistêmica (Primária e
Secundária)
92. Um homem de 50 anos, previamente hígido, é diagnosticado com hipertensão
primária, estágio 1. O exame físico não mostra outras alterações significativas, e o
risco cardiovascular é baixo. Mantém-se hipertenso, com leve aumento da pressão
sistólica e diastólica, mesmo após atingir os objetivos do tratamento não
medicamentoso. O médico decide iniciar terapia com medicação. A escolha MENOS
adequada, nesse caso, consiste no uso de
A) bloqueadores de canal de cálcio.
B) beta bloqueadores.
C) Inibidores da enzima de conversão da angiotensina.
D) diuréticos.
E) bloqueadores de receptor da angiotensina II.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil..
DICA DO PROFESSOR: Os fármacos de primeira linha para o tratamento inicial em
monoterapia da HAS primária, segundo as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão
Arterial, são os diuréticos, iECA, bloqueadores de canal de cálcio e bloqueadores de
receptor de angiotensina. Alternativas A, C, D e E: Incorreto, esse fármaco faz parte
da primeira linha de tratamento, como mencionado acima. Alternativa B: Correto. Os
BB não são indicados em monoterapia para o tratamento da HAS primária, exceto
em casos de arritmias supraventriculares, enxaqueca ou insuficiência cardíaca.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra B.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Ginecologia e Obstetrícia
ASSUNTOS RELACIONADOS: HPV e Câncer de colo uterino
93. Mulher de 39 anos de idade, IIG,IIP, apresenta lesão intraepitelial de alto grau
de colo do útero em exame citológico. A colposcopia identifica área de mosaico
adentrando o canal endocervical. A biópsia da lesão é compatível com micro
invasão estromal. O passo seguinte é
A) histeroscopia diagnóstica.
B) histerectomia total.
C) repetir colposcopia com estrogenioterapia.
D) curetagem uterina.
E) conização.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: Os diagnósticos citopatológicos de lesão de alto grau não
podendo excluir microinvasão ou carcinoma epidermóide invasor são infrequentes.
""O carcinoma microinvasor constitui o estadiamento IA da Federação Internacional
de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) e também é denominado microcarcinoma. É
uma lesão definida microscopicamente e subdivide-se em duas categorias ou
estádios: IA1 (profundidade de invasão ≤ 3mm e extensão ≤ 7mm no epitélio) e IA2
(profundidade de invasão >3 e ≤ 5mm e extensão ≤ 7mm no epitélio). Medidas de
profundidade de invasão > 5mm ou extensão > 7mm caracterizam estádios a partir
de IB. O diagnóstico de carcinoma microinvasor é realizado através da conização
(excisões tipos 1, 2 ou 3), desde que as margens cirúrgicas estejam livres. Alguns
autores recomendam que a conização seja efetuada utilizando-se o bisturi frio, pois
as técnicas eletrocirúrgicas (uso do eletrodo em alça ou agulha) propiciam maior
probabilidade de fragmentação do espécime e pela presença de artefatos térmicos
que podem dificultar a avaliação da profundidade de invasão e do envolvimento de
espaços linfo vasculares."" Alternativa B: INCORRETA. A histerectomia total com
linfadenectomia pélvica (classe II de Piver) é preconizada para os estádios IA2.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra E.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Medicina Preventiva e Social
ASSUNTOS RELACIONADOS: Imunizações e calendário vacinal
94. Segundo o Calendário Nacional de Vacinação, as vacinas para pessoas com 60
anos ou mais, além da vacina anual contra influenza, são:
A) hepatite B, febre amarela, dupla adulto, pneumocócica 23 valente.
B) tríplice viral, febre amarela, pneumocócica 15 valente.
C) meningocócica C, hepatite B, febre amarela, dupla adulto.
D) hepatite A, dupla adulto, febre amarela, pneumocócica 10 valente (conjugada).
E) DTP (difteria, tétano e coqueluche), febre amarela, pneumocócica 10 valente
(conjugada).
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: Segundo o Calendário Nacional de Vacinação do Ministério
da Saúde, são cinco as vacinas disponíveis para pessoas com 60 anos ou mais:
Hepatite B 3 doses, Febre amarela dose única (ambas devendo verificar situação
vacinal anterior), dupla adulto (dT) reforço a cada 10 anos, Pneumocócica 23 valente
(previne pneumonia, otite, meningite e outras doenças causadas pelo Pneumococo)
– reforço (a depender da situação vacinal anterior) - A vacina está indicada para
população indígena e grupos-alvo específicos, como pessoas com 60 anos e mais
não vacinados que vivem acamados e/ou em instituições fechadas, Influenza (uma
dose anual). Alternativa A: CORRETA. Estão descritas exatamente as vacinas que a
população nessa idade deve tomar. Alternativa B: INCORRETA. A tríplice viral e
pneumo 15 não fazem parte do esquema vacinal para pessoas com 60 anos ou
mais. Alternativa C: INCORRETA. Meningocócica C não faz parte do esquema
vacinal para pessoas com 60 anos ou mais. Alternativa D: INCORRETA. Hepatite A
e pneumo 10 valente não fazem parte do esquema vacinal para pessoas com 60
anos ou mais. Alternativa E: INCORRETA. O esquema preconizado é a dupla adulto
(dT) e não DTP, e pneumo 23 valente e não pneumo 10 valente (conjugada).
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE - SUS - SÃO PAULO (SUS-SP) | 2020
ESPECIALIDADE: Clínica médica
ASSUNTOS RELACIONADOS: Infecção do trato urinário
95. J.B., 31 anos, procurou o pronto-socorro com disúria e polaciúria há 2 dias.
Recebeu um receituário com antibiótico. Seguindo as novas diretrizes de
tratamento de cistite urinária não complicada, o antibiótico receitado deve ser
A) fosfomicina-trometamol em dose única.
B) levofloxacino 750 mg por 5 dias.
C) macrodantina 100 mg à noite ao se deitar por 7 dias.
D) norfloxacino 250 mg 12/12 horas por 7 dias.
E) ampicilina 500 mg 8/8 horas por 3 dias.
NÍVEL DE DIFICULDADE: fácil.
DICA DO PROFESSOR: A presença de disúria associada à polaciúria geralmente
está associada a infecção do trato urinário (ITU) baixa, especificamente cistite
aguda. Nesse sentido, em se tratando de um quadro clínico sugestivo em uma
paciente não grávida, o tratamento empírico antimicrobiano deve ser estabelecido. O
uso de fosfomicina em dose única ou nitrofurantoína por 5 dias atualmente
consistem em prioridade como tratamento de primeira linha para cistite não
complicada. Alternativa A: Verdadeiro. O uso de fosfomicina trometamol por via oral
em dose única é a recomendação atual no tratamento da cistite não complicada,
visando redução de resistência bacteriana. Alternativa B: Falso. As taxas de
resistência bacteriana associadas ao uso de quinolonas são elevadas. Além disso,
seus efeitos colaterais associados à rompimento de tendões e redução do limiar
convulsivo exigem cautela na sua administração, não sendo mais a primeira opção
na cistite não complicada. Alternativa C: Falso. O uso da macrodantina que é uma
nitrofurantoína é uma opção terapêutica na cistite complicada, porém há preferência
pelo uso da fosfomicina dose única, inclusive pela comodidade posológica. Além
disso, seu uso deve ser feito por 5 dias, segundo as mais recentes recomendações
para tratamento da cistite aguda. Alternativa D: Falso. O norfloxacino também
pertence a classe das quinolonas, não sendo mais uma medicação prioritária no
tratamento da cistite não complicada devido aos seus efeitos colaterais e potencial
de resistência microbiana. Alternativa E: Falso. A ampicilina e outros beta
lactâmicos não devem ser usados no tratamento da cistite não complicada quando o
perfil de sensibilidade microbiana não for conhecido, em virtude da alta frequência
de resistência bacteriana.
RESPOSTA DA QUESTÃO: letra A.
Siga nossas
redes sociais
Instagram:
@sanar.residenciamedica
Telegram:
t.me/sanarmed2021
Twitter:
@sanarresidencia
Chame no WhatsApp:
+55 (71) 9325.0504