Soc 23
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MARCOS GALDINO
Sociologia
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Os dados sobre a pobreza e a indigência segundo a cor ilustram os argumentos dos estudos
a) de Gilberto Freyre sobre a natural integração dos negros na sociedade brasileira, que desenvolveu a democracia
racial.
b) de Caio Prado Junior sobre a formação igualitária da sociedade brasileira, que desenvolveu o liberalismo racial.
c) de Sérgio Buarque de Holanda sobre a cordialidade entre as raças que formam a nação brasileira: os negros, os
índios e os brancos.
d) de Euclides da Cunha sobre a passividade do povo brasileiro, ordeiro e disciplinado, que desenvolveu a igualdade
de oportunidades para todas as raças.
e) de Florestan Fernandes sobre a não integração dos negros no mercado de trabalho cem anos após a abolição da
escravidão.
3. (Uem) O conto Negrinha, escrito por Monteiro Lobato, publicado em 1920, narra a história de uma pobre órfã,
menina negra, de sete anos da idade, criada por uma rica senhora branca, a qual sente imenso prazer em aplicar-
lhe constantemente surras e castigos corporais.
“A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora senhora de escravos –
e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo – essa
indecência de negro igual a branco e qualquer coisinha: a polícia! ‘Qualquer coisinha’: uma mucama assada ao forno
porque se engraçou dela o senhor; uma novena de relho porque disse: ‘Como é ruim, a sinhá!’...
O 13 de maio tirou-lhe das mãos o azorrague, mas não lhe tirou da alma a gana. Conservava Negrinha em casa
como remédio para os frenesis. Inocente derivativo:
– Ai! Como alivia a gente uma boa roda de cocres bem fincados!...”
(LOBATO, Monteiro. Negrinha. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 4 e 5).
Considerando a narrativa acima e conhecimentos sobre preconceito, discriminação e exclusão social no Brasil,
assinale a(s) alternativa(s) correta(s).
01) O conto, publicado cerca de três décadas após a instauração legal do trabalho livre, evidencia a persistência de
uma mentalidade escravocrata na sociedade brasileira, com a manutenção de relações marcadas pela violência,
pelo sentimento de posse e a exclusão de direitos em relação à população negra.
02) A integração do negro na sociedade de classes, ocorrida principalmente após o desenvolvimento político e
econômico brasileiro, durante a década de 1950, aconteceu de tal forma a criar condições mais igualitárias de
participação dessa população no sistema de competição capitalista, rompendo com a desigualdade originalmente
imposta pelo escravismo no Brasil.
04) Esse conto usa a ironia como recurso para evidenciar as relações de abuso, agressão e violência sofridas pela
população negra no Brasil mesmo após o fim da escravidão.
08) O preconceito, baseado no princípio que a cor de pele fundamenta diferenças profundas entre as pessoas, é um
fenômeno social que pode se expressar tanto a partir da restrição do acesso a vagas de trabalho quanto por meio
de formas de violência interpessoal, de caráter físico ou psicológico.
16) O Brasil é um país onde predomina a chamada “democracia racial” e, portanto, não faz sentido discutir problemas
de racismo, a não ser em textos de ficção.
4. (Uem-pas) No primeiro semestre de 2014, alguns fatos provocaram uma série de discussões acerca do racismo
no futebol. Um episódio com grande repercussão na mídia internacional foi o do atleta Daniel Alves, jogador do F.C.
Barcelona, que, durante uma partida do Campeonato Espanhol, foi alvo de uma banana arremessada pela torcida
adversária. Casos como esse também ocorreram no Brasil. Conforme noticiado pela imprensa esportiva, após um
jogo realizado em março, pelo Campeonato Gaúcho, o árbitro Márcio Chagas da Silva sofreu diversos insultos
racistas e teve seu carro danificado por torcedores, que inclusive colocaram bananas no escapamento do veículo.
Tendo em vista esses acontecimentos, assinale o que for correto sobre o racismo.
01) Nos casos apresentados, o jogador e o árbitro foram hostilizados porque a ciência antropológica atual os considera
representantes de raças inferiores.
02) No Brasil, condutas racistas, como as cometidas contra o árbitro Márcio Chagas da Silva, contrariam o artigo 5º da
Constituição Federal, segundo o qual “todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza”.
04) Os episódios de racismo apresentados são irreais porque não existe racismo na sociedade brasileira.
08) Os casos de racismo no futebol brasileiro devem ser considerados como exceções, pois a história do país foi
construída por uma convivência igualitária entre raças e etnias.
16) As desigualdades entre brancos e negros na sociedade brasileira não estão relacionadas às suas capacidades
biológicas. São resultantes de processos históricos que excluem os negros e seus descendentes.
6. (Enem PPL) A população negra teve que enfrentar sozinha o desafio da ascensão social, e frequentemente
procurou fazê-lo por rotas originais, como o esporte, a música e a dança. Esporte, sobretudo o futebol, música,
sobretudo o samba, e dança, sobretudo o carnaval, foram os principais canais de ascensão social dos negros até
recentemente. A libertação dos escravos não trouxe consigo a igualdade efetiva. Essa igualdade era afirmada nas
leis, mas negada na prática. Ainda hoje, apesar das leis, aos privilégios e arrogâncias de poucos correspondem o
desfavorecimento e a humilhação de muitos.
CARVALHO, J. M. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro:Civilização Brasileira, 2006 (adaptado).
Em relação ao argumento de que no Brasil existe uma democracia racial, o autor demonstra que
a) essa ideologia equipara a nação a outros países modernos.
b) esse modelo de democracia foi possibilitado pela miscigenação.
c) essa peculiaridade nacional garantiu mobilidade social aos negros.
d) esse mito camuflou formas de exclusão em relação aos afrodescendentes.
e) essa dinâmica política depende da participação ativa de todas as etnias.
TEXTO II
Quem foi quem disse que osamba tem / Origem lá no morro meu bem / O samba nasce em qualquer lugar / Não dou
exemplo pra não dar o que falar / Quando se tem ao lado um alguém / Com esse ritmo que é nosso também / Fazer
samba não é privilégio de ninguém.
(Elza Soares: Teleco-teco).
A passagem do texto I que confirma a afirmativa contida no texto II é:
a) em sendo uma herança perpétua e acriticamente atualizada, o passado fez-se presente.
b) este é o desafio de todos nós, habitantes deste sexto século brasileiro que há pouco despertou.
c) nosso racismo está embebido de uma forte associação entre cor da pele e uma condição social esperada ou
desejada.
d) se os afrodescendentes se conformam com tal realidade, fica então ratificado o mito.
e) o escravismo não tivera nada de harmonioso, mas o sistema de dominação abria margens para infiltrações.
Ela apresenta as principais dimensões que caracterizam a desigualdade racial no Brasil. Com base nas médias nela
apresentadas, é CORRETO afirmar que
a) a proporção de negros analfabetos é menor que a média nacional.
b) os domicílios com banheiro e água encanada representam a dimensão mais desigual, mostrando a proximidade
do negro em relação ao branco.
c) a desigualdade social no Brasil aumentou significativamente, pois a proporção de pobres negros foi maior que a de
brancos e a da média nacional juntas.
d) as formas de perseguição étnica e racial no Brasil são relações sociais, que refletem a desigualdade existente,
apresentada na tabela.
e) há uma desigualdade forte no país entre brancos e negros, e os dados são insuficientes para perceber todas as
dimensões sociais que tornam os indivíduos desiguais.
9. (Ufu) O discurso sobre a formação da identidade nacional brasileira tem como uma de suas vertentes o estudo
das consequências do encontro de três matrizes étnicas: o negro, o europeu (branco) e o indígena. Em meio a este
debate, e contrariando as teorias raciais, elaborou-se uma tese conhecida como “democracia racial”, caracterizada
por
a) defender o direito de participação de representantes de todas as raças no processo político.
b) pressupor a miscigenação harmoniosa entre os diferentes grupos étnicos que formaram a nação brasileira.
c) denunciar os conflitos raciais e a desvalorização dos afrodescendentes no Brasil.
d) culpar os grupos dominantes pela marginalização dos afrodescendentes e da população indígena brasileira.