A Transposição Didática Do Conhecimento Científico
A Transposição Didática Do Conhecimento Científico
A Transposição Didática Do Conhecimento Científico
RESUMO
transposição didática não é recente e foi bastante aplicado nos documentos oficiais
escola.
competências.
RESUMEN
* Mestre em Ciências da educação pela Universidad San Lorenzo. Professora da Rede Pública
Estadual.
de destrezas.
INTRODUÇÃO
não é novo e vem ganhando espaço nas práticas educacionais reforçado pelo
Autores como Yves Chevallard (1991), Pinho Alves ( 2001) e Almeida (2007)
pelo aluno, sem que esse perca suas características. E esse grande desafio é
Uma das estratégias utilizadas pelo professor para enfrentar esse desafio é o
novo texto na hora de sua transmissão que pode ser feita pela retomada do contexto
1. A TRANSPOSIÇÃO DIDÁTICA
não foi produzida para ser ensinado, mas para ser utilizado. A transição do
como algo que possa ser ensinado e aprendido é segundo Yves Chevallard (1991)
Assim sendo a transposição pode ser entendida como um conjunto de ações cuja
contexto que o originou e dividido em partes para posteriormente sofrer uma nova
agentes envolvidos.
civilizações mais antigas até os dias de hoje se constitui em um desafio que requer
reside fora da escola, quer seja parte da iniciativa privada nos grandes laboratórios
no formato original como foi produzido e divulgado pelo cientista, passando a ser um
ensino não significa apenas simplificá-lo para eliminar o difícil ou o abstrato, para o
ensino desse conteúdo nas escolas faz necessário transformá-lo em algo que possa
Alves (2001), o saber científico foi desenvolvido e publicado ao longo de muitos anos
que possa a vir a ser útil em determinadas situações sociais. É preciso ter em mente
que existem três fatores importantes envolvidos nesse processo- quem ensina, o
passe a ter significado para o aluno e faça de alguma forma parte de sua realidade.
sendo a transposição interna, onde o professor vai dar ao saber uma nova
roupagem, já que este incute nesse saber a ser ensinado aspectos particulares e
subjetivos de sua relação com esse saber. Ainda conforme esse autor o professor
turma reflete a relação didática que este tenha com o conteúdo e com o aluno. Essa
relação une três objetos importantes do ambiente escolar- o professor, o aluno e por
vezes oculto nesse processo. O conhecimento científico deve ser encarado como
ponto chave do ensino formal nas instituições de ensino. Professor e aluno não
estão livres do contexto em que esses conteúdos são produzidos, muitos menos
onde serão aplicáveis. De acordo com Haydt (2006) o conceito de conteúdo é muito
por parte do processo de ensinar para que o aluno aprenda o conteúdo a ser
aprender muitas coisas que não foram evidentemente ensinadas a ele. Entretanto só
(2006, p.13) “ensinar e aprender são como duas faces da mesma moeda”. Não é
possível tratar do ensino por parte do professor sem considerar a aprendizagem por
parte do aluno.
apresenta seu ritmo e seu tempo de aprendizagem que é bastante subjetivo e que
tempo de ensino seria estruturado pelo ritmo didático- saber antigo, saber novo,
por sua vez traz sua história pessoal, sua bagagem, seu conhecimento prévio que
professor não deve estar preocupado apenas com a transmissão das informações
pelo aluno.
é importante que o professor saiba que há sequencias para se dar uma explicação
algumas etapas devem ser seguidas: resgate do assunto, ou seja, o que o aluno já
sabe sobre; ouvir todo o saber trazido e sintetizá-lo; criar uma motivação; apresentar
todas as fases do conteúdo e por último, um fechamento de tudo que foi feito, uma
síntese da aula.
estratégias de ensino.
CONHECIMENTO
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Como afirma Chevallard (1991) o saber para se tornar ensinável passa por
são destacados enquanto outros são minimizados, tudo isso para deixar o
aos livros didáticos e, portanto ao ensino médio diferente de como foi produzido no
do qual foi extraído ou de colocá-lo num novo contexto que o torne significativo.
LDB(1999) em seu Artigo 16 deixa clara sua intenção e dar autonomia às escolas
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que se quer aprendido significa, em primeiro lugar, que todo conhecimento envolve
aluno, o que envolve principalmente seu ambiente e seu cotidiano. Ainda de acordo
saber em sua totalidade. Existe uma série de fatores que dificultam esse tipo de
quanto ao que se deve ou não ensinar aos alunos que cursam o ensino médio.
origem e à sua aplicação. Qualquer que seja o sentido empregado torna-se uma
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ensino, o professor muda sua postura frente ao conteúdo porque nenhum saber é
uma melhor compreensão dos problemas em torno do contexto não apenas local
claro para o aluno que o saber é sempre mais amplo, que o conteúdo é sempre mais
complexo do que aquilo que está sendo apresentado naquele momento”. Diante da
consciência de que existe uma complexibilidade é condição mínima para que ele
cientista construtor desse conhecimento, o que torna seu estudo mais motivador,
palpável e mais acessível, pois desmistifica a ciência, dando a entender que essa
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COMPETÊNCIAS
seu ensino, por exemplo, a Física escolar é diferente da ciência Física, embora
ambas estejam intimamente relacionadas. Então para garantir seu ensino devemos
desenvolver formas de articular teoria e prática, pois além das pesquisas científicas,
que não podem ser ignoradas. Essa forma de entender o ensino é defendida pela
LDB (1996) e pelas Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Médio onde “busca-
questões éticas, sociais e políticas deve ser o objetivo da instituição escolar, pois dá
sentido aos conteúdos escolares. E dessa forma evitar oferecer aos alunos
que apenas reproduz o conteúdo e que fora da escola apresenta pouca utilidade.
Esse autor ainda afirma que competência vem de técnica e técnica se aprende
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novas aptidões onde se deve privilegiar a aplicação da prática sobre a teoria. Diante
aquisição das competências. Que tipo de habilidades cada jovem deve obter após
completar cada etapa do ensino médio? Que atividades seriam adequadas para que
o jovem adquirisse tais habilidades? Definir essas questões deve ser um trabalho
de que devem promover esse aprendizado e que devem fazer de forma intencional e
planejada.
Essas qualidades devem ser apreendidas no contexto escolar, para isso cabe
articulação dos meios e dos recursos disponíveis na escola para definir o papel das
disciplinas para essa aquisição, bem como de outras atividades que possam ser
Sancho (2006) hoje não há mais grandes barreiras entre o conhecimento científico e
o cotidiano, pois o mais importante não é o que se aprende, mas como se aprende,
por que se aprende e o que fazemos com esse aprendizado, ou seja que impacto
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ser mais significativo e contextualizado para o aluno. Ele precisa saber o que fazer
com aquilo que aprendeu. Por meio das intervenções e das estratégias definidas
pelo professor ele será capaz de compreender como, porque e para que aquele
Essa tarefa torna-se mais fácil para o professor quando ele compreende os
conhecimento científico deve ser um ato contínuo e consciente, para isso deve ser
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Transposição didática: por onde começar? São
Paulo: Cortez, 2007.
HAYDT, Regina Célia Cazaux. Curso de didática geral. 8 ed. São Paulo: Ática, 2006,
327 p.
SANCHO, Juana. Currículo é tudo que acontece na escola. In: Patio. Ano X, n.37, 20
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