Hidrostática e Hidrodinâmica TCC
Hidrostática e Hidrodinâmica TCC
Hidrostática e Hidrodinâmica TCC
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Licenciatura Noturna de Física
(Jt
AULAS DE HIDROSTÁTICA E
HIDRODINÂMICA
>-
Aluno: Jonatas Henrique Pinheiro do Lago
Orientador: Prof. Adir Moysés Luiz
JUNHO DE 2010 l. F. U. F. R. J.
èif BIBLIOTECA
REGlSTH,
DATA
AGRADECIMENTOS
III
SUMÁRIO
1 - INTRODUÇÃO 01
1.1-CONSIDERAÇÕES INICIAIS 01
1.2- OBSERVAÇÕES NECESSÁRIAS A APLICAÇÃO DO MODELO... 02
1.3 - OBJETIVOS E CONTEÚDO DO TRABALHO 03
1.4-PÚBLICO ALVO 05
1.5 - QUESTIONÁRIO DOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS 07
2 - HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICA 14
2.1 - CONCEITOS BÁSICOS 14
2.2 - DENSIDADE OU MASSA ESPECÍFICA 17
2.3 - TENSÃO DE COMPRESSÃO 20
2.4 - TENSÃO DE CISALHAMENTO 22
2.5-TENSÃO SUPERFICIAL 23
2.6-PRESSÃO HIDROSTÁTICA 25
2.7 - OBSERVAÇÕES SORE A LEI DE STEVEN 28
2.8-PRINCÍPIO DOS VASOS COMUNICANTES 30
2.9-PRINCÍPIO DE PASCAL 33
2.10-EMPUXODEARQUIMEDES 35
2.11 -HIDRODINÂMICA 38
2.12 - CONSIDERAÇÕES INICIAIS PARA A HIDRODINÂMICA 38
2.13 - ESCOAMENTO EM REGIME ESTACIONÁRIO E EM REGIME
TURBULENTO 39
2.14-FLUXO DE MASSA 41
2.15-EQUAÇÃO DA CONTINUIDADE 44
2.16-EQUAÇÃO DE BERNOULLI 46
2.17-FÓRMULA DE TORRICELLI 52
2.18-TUBODEPITOT 54
2.19-FENÔMENO DE VENTURI 56
V
l - INTRODUÇÃO
1.4-Público Alvo
l- Você saberia dizer o que é matéria? Faça um desenho de algo que você
considere ser material.
Resposta do professor.
Podemos chamar de matéria todo objeto que é formado por átomos, podendo ser
encontrada nos estados: sólido, líquido ou gasoso. A rigor, dizemos que matéria é todo
objeto que satisfaz algumas propriedades daquilo que conhecemos por propriedades da
matéria, tais como: Extensão, Impenetrabilidade, Mobilidade, Compressibilidade,
Elasticidade, Ponderabilidade, Divisibilidade, Indestrutibilidade, Maleabilidade,
Ductibilidade.
ANTES
DEPOIS
B C D
RESPOSTAS
A - 81% Afirmaram que matéria era alguma coisa necessariamente formada por
átomos, dando exemplo de elementos sólidos, líquidos ou gasosos.
B - 14,3% Deram exemplo de objetos diversificados, mas não explicaram o que
era matéria.
C - 4,7% Não souberam responder.
Resposta do professor:
ANTES
40
i 30
w
O 20
3 10
A B C D
RESPOSTAS.'} S.
B C D
RESPOSTAS
3- Na experiência do copo (vide experiência 4.9), vimos que a água não caiu
quando o copo foi virado, você saberia explicar por quê?
Resposta do professor:
ANTES
B C
RESPOSTAS
10
B - 15,2% Responderam que deveria haver uma cola especial no papel.
C - 7% Responderam alguma coisa relacionada à pressão.
D - 49,7% Não souberam responder.
DEPOIS
B C D
RESPOSTAS
Resposta do professor:
11
ANTES
B C D E F
RESPOSTAS
DEPOIS
B C
RESPOSTAS
5 - Todos já viram uma cena onde um helicóptero levantou vôo. Que força é
esta que levanta o helicóptero?
Resposta do professor.
12
Quando o helicóptero é ligado, sua hélice puxa o ar que está sobre ele, jogando
para baixo, este movimento do ar produz uma diferença de pressão entre a parte
superior e a parte inferior da hélice. Esta diferença de pressão gera, sobre o helicóptero,
uma força ascendente. No caso desta força ser maior do que o seu peso o helicóptero
subirá, no caso desta força ser igual ao seu peso, ele ficará estabilizado no ar.
ANTES
A - 5% Atribuíram ao combustível.
B - 10,2% Falaram alguma coisa relacionada à pressão.
C - 8,4% Disseram que a força vem do motor.
D - 43,5% Atribuíram à força do ar ou a hélice.
E - 8,4% Atribuíram à força G.
F - 24,5% Não souberam responder.
DEPOIS
U)
o
< 40
20
13
2 - HIDROSTÁTICA E HIDRODINÂMICA
14
assumir a forma das mais diversas estruturas. Mas quando falamos de um fluido real, ao
contrário do que observamos no dia a dia, ele possui um formato próprio que é o
formato esférico [5], o problema é que tal propriedade só pode ser observada caso ele
esteja fora do campo gravitacional terrestre. Pois é o campo gravitacional que faz o
líquido moldar-se ao recipiente que o contém não sendo propriedade específica dos
fluidos.
Em um fluido como a água, apesar de suas moléculas possuírem o mesmo
número de carga elétrica positiva e negativa, elas não são completamente neutras devido
à distribuição assimétrica de suas cargas. Assim uma molécula exerce força sobre a
outra, estas forças são conhecidas como forças de coesão, elas são responsáveis pelo
fato de o fluido possuir um volume constante, como estas forças possuem a mesma
intensidade, e são exercidas em todas as direções o fluido assumiria um formato esférico
quando posto fora do um campo gravitacional terrestre. Porque quando o fluido está no
interior do campo gravitacional terrestre, esta força sobre a massa fluida é muito maior
do que as forças de coesão de suas moléculas, fazendo com que ele se amolde
praticamente a todos os tipos de formato. Este fenômeno também pode ser observado
quando analisamos pequenas gotas de água (gotículas), neste caso, as forças de coesão
são maiores do que a força gravitacional sobre a massa fluida, então esta propriedade
pode ser percebida. Também podemos notá-la quando pegamos um tipo de fluido, onde
essas forças são muito intensas como é o caso do mercúrio que é um metal no estado
líquido [5].
Já um fluido gasoso não possui forma nem volume definidos ele tende a ocupar
todo volume do recipiente que o contém, exercendo uma pressão sobre as paredes deste
recipiente. Tal pressão depende de vários fatores tais como temperatura, volume e
quantidade de gás inserido neste recipiente. As forças que atuam perpendicularmente à
superfície são chamadas de forças de compressão; as forças tangenciais à superfície são
chamadas de cisalhamento. Num fluido chamado ideal não podem existir forças de
cisalhamento, caso sua velocidade seja nula [6].
Para um líquido a resistência é proporcional a velocidade da sua deformação
[6]. Pois estando amoldado em um recipiente sem tampa, ao receber uma força
perpendicularmente sobre sua superfície ele sofre uma alteração em seu formato
escoando até atingir um ponto, onde a força resultante seja nula. Assim compreendemos
que um fluido pode se movimentar enquanto uma força estiver sendo aplicada sobre ele,
e que o movimento de um fluido pressupõem que sobre ele está sendo aplicada uma
15
força. Este movimento é executado pelo fluido no sentido de tentar equilibrar-se com a
força atuante. Logo, entendemos que um fluido só está em repouso caso o somatório de
todas as forças sobre ele for nula.
Por exemplo, imaginemos um recipiente cilíndrico no qual colocamos um
líquido incompressível. Este recipiente pode ser um copo ou uma seringa. Imagine
também que o fluido preenche a metade do volume do recipiente. Num primeiro
momento observamos o fluido em repouso, pois o somatório das forças atuantes sobre
ele é nula. Se em determinado momento pusermos um pequeno objeto sólido no interior
dele, observaremos que o fluido sobe pelas paredes do recipiente que o contém até
atingir novamente um nível onde as forças internas sejam nulas. Em outras palavras,
enquanto tal objeto é introduzido há movimento, ou seja, enquanto há um desequilíbrio
das forças atuantes neste sistema há movimento no fluido e uma vez restaurado o
equilíbrio este movimento cessa.
Faz-se necessário explicar que ao falamos em fluido, estaremos fazendo
menção ao primeiro fluido estudado: a água. Basicamente por razões históricas, uma
vez que este foi o primeiro fluido a ser estudado, como por algumas particularidades
que o distinguem dos gases tais como o fato de um líquido possui uma densidade em
média 1000 vezes maior do que a de um gás [4] além de para inúmeras aplicações
podemos considerá-lo incompressível com boa aproximação [6].
Outra consideração a fazer se deve ao fato de que todo fluido ideal pode escoar
sem atrito, ou seja, as diversas camadas que o constituem podem variar de posição
livremente no decurso do tempo. Ao analisarmos as alterações exercidas ou sofridas por
um fluido em repouso, estaremos nos referindo à Hidrostática, caso analisarmos o fluido
em movimento contínuo estaremos nos referindo à Hidrodinâmica. Ou seja, podemos
definir a Hidrostática como a parte da Hidrodinâmica para a qual sua velocidade de
escoamento é nula.
Contudo, antes de iniciarmos o estudo da Hidrostática, é necessário
conhecermos alguns conceitos que serão de extrema importância para a elucidação e o
aprofundamento dos assuntos supracitados, tais como: densidade ou massa específica e
pressão. Uma vez que ao trabalharmos com um fluido fica mais viável estudá-lo por
meio da sua densidade do que por meio da sua massa e é mais compreensível entender o
que ocorre com as forças que nele atuam através do valor da pressão seja ela exercida
ou sofrida por ele. E também não podemos esquecer que é a primeira vez que
16
caracterizaremos uma substância por um valor e que tal valor foi obtido por um método
que o próprio aluno poderá dominar e reproduzir com outras substâncias.
17
M
(1)
Na figura 2.1 mostramos uma esfera de vidro (bola de gude). Observamos que
é uma característica deste material afundar quando a colocamos em um recipiente cheio
de água porque sua densidade é maior do que a densidade da água.
M =pV (2)
M
(3)
V-V
Note que, neste caso, a relação (1) não fornece a densidade corretamente, visto
que a definição (1) só se aplica para corpos homogêneos maciços. Quando o corpo for
18
constituído por uma mistura de diversas substâncias, nem a relação (1) nem a relação
(3) seriam corretas.
Para entender a figura 2.2 precisamos estudar o conceito de empuxo que será
definido na Seção 2.10 (Empuxo de Arquimedes). Mostraremos que o empuxo é igual
ao peso do volume do líquido deslocado, ou seja, o empuxo será definido pela seguinte
equação
Empuxo (4)
Fig. 2.2. O copo da figura serve para ilustrar uma comparação entre dois objetos constituídos pelo
mesmo material (vidro), porém que possuem massas diferentes e volumes diferentes. Observe que o
objeto de massa maior (o copo) pode flutuar enquanto o objeto de massa menor (a bola de gude) afunda
quando colocado na presença de um mesmo fluido (no caso a água). A explicação é que, de acordo com
a relação (3), como o volume do liquido deslocado pelo copo é muito grande, o empuxo sobre o copo é
maior do que o peso do copo, e ele flutua, ao passo que o volume do líquido deslocado pela bola de gude
é pequeno e a bola de gude afunda. Esta explicação é análoga à explicação dada na questão 4 do
questionário dos conhecimentos prévios (ver a Seção 1.5).
19
2.3 - Tensão de Compressão
Chama-se tensão toda unidade de força aplicada sobre uma unidade de área,
existem tensões de compressão ou simplesmente pressão, esta ocorre quando a força é
aplicada perpendicularmente à superfície, existem também tensões paralelas a ela tais
tensões são chamadas de Cisalhamento. Num fluido dito ideal não existem tais tensões
de Cisalhamento. [6]
O conceito físico de pressão é concebido intuitivamente como um objeto A,
produzindo força sobre a superfície de um objeto B. Mais especificamente, a tensão de
compressão seria a força perpendicular que um objeto A exerce sobre a superfície de um
objeto B. Ou seja, há certa quantidade de força aplicada sobre certa região do espaço, ou
numa certa quantidade de superfície do objeto B.
Se diminuirmos o valor desta superfície de contato mantendo-se o valor
constante da força, sentiremos a pressão aumentar, por outro lado, se aumentarmos o
valor desta superfície mantendo-se a força constante sentiremos o valor desta pressão
diminuir. O mesmo efeito na pressão seria observado se alterássemos o valor da força
aplicada.
Se aumentarmos o valor da força mantendo-se o valor da superfície constante,
observamos a pressão aumentar, por outro lado quando diminuímos o valor da força
sem diminuirmos o valor da superfície de contato percebe-se também uma diminuição
no valor da pressão. Portanto entendemos que a pressão é diretamente proporcional ao
valor da força aplicada e inversamente proporcional ao valor da superfície onde se
aplica esta força. Portanto, diremos que pressão é a divisão da força por unidade de área
que um corpo exerce sobre uma superfície na qual está apoiado, portanto:
- (5)
A
Conseqüentemente:
F = PA (6)
20
A equação (5) é a primeira dedução matemática do conceito de pressão e a
equação (6) mostra a força sobre um elemento de área. A figura 2.3 ilustra a situação
descrita acima. A força que os dedos aplicam no lápis é constante, porém a pressão
sentida no dedo indicador é maior do que a pressão sentida no dedo polegar, pois no
primeiro a superfície de contato é bem menor do que no segundo.
Fig. 2.3. Mostra a imagem de uma mão segurando um lápis. O dedo indicador sente maior
pressão do que no dedo polegar, pois a área de contato nele é muito menor.
Considerando que um coipo pode possuir várias faces, se estas forem distintas
umas das outras o mesmo objeto, neste caso, terá para cada uma de suas faces uma área
distinta, portanto, exercerá valores distintos de pressão para cada face apoiada numa
superfície. A figura 2.4 é um exemplo perfeito do que ocorre.
Fig. 2.4. Exi-bi*um-únÍG& sólido sob três perspectivas diferentes. Para cada valor de área
diferente, como o sólido possui o mesmo peso, em cada situação tem-se para cada uma delas um valor
distinto para a pressão.
21
2.4 - Tensões de Cisalhamento
Falha de desligamento
Fig. 2.5. A figura ilustra uma situação de terremoto que ocorre porque havia uma tensão
cisalhante entre elas. Ê o exemplo geológico de uma tensão cisalhante. [8]
22
maquinado, como para a previsão do quanto de carga determinado sistema poderá
suportar quando sujeito a uma tensão cisalhante.
Num fluido ideal a tensão de cisalhamento é nula, pois, suas camadas estão
sobrepostas umas sobre as outras de modo que não há atrito entre suas superfícies, ou
seja, não há nenhuma viscosidade neste tipo de fluido.
Nos tópicos acima falamos que o fluido é um tipo de estado onde a matéria
pode ser encontrada, e como sabemos toda porção de matéria tal como conhecemos
deve ser formada por átomos. Ao observá-la do ponto de vista macroscópico vemos o
fluido como um todo, deste ponto de vista outros tipos de efeito tal como a atração
elétrica não são observado. Porém se a analisarmos microscopicamente compreendemos
que estes efeitos não podem ser desprezados. Até por que o conhecimento de como o
liquido se encontra estruturado explica um efeito bastante curioso que conhecemos por
tensão superficial.
Sabemos que ao colocarmos uma moeda ou, um clipe de papel, ou qualquer
pedaço de metal sobre a superfície de um fluido, esperamos que ele afundasse devido ao
fato de sua densidade ser maior do que a densidade da água. Mas o que observamos na
prática é que tal objeto pode flutuar. A primeira vista isto pode parecer um pouco
paradoxal porque já vimos nas secções anteriores que um objeto mais denso do que um
fluido não poderia flutuar por sua superfície assim como um objeto menos denso do que
um fluido não deve afundar nele.
23
Então por que isto acontece? Ou qual seria o motivo que levaria um objeto
mais denso do que a água a flutuar? Será que a física está errada e toda a teoria que
estudamos até então é falsa? São perguntas comum ente ouvidas por um professor ao
ministrar este tipo de estudo depois de se falar tão bem sobre densidade pressão de um
fluido, etc. Agora que conseguimos desenvolver um pouco o senso crítico nos alunos
sofremos as conseqüências dele com uma avalanche de perguntas deste tipo.
Uma das hipóteses sobre o que ocorre é que ao observarmos um fluido, o
fazemos de um ponto de vista macroscópico, ou seja, vemos o fluido como um todo
esquecemos que ele, na verdade, é composto por diminutas partículas chamadas átomos.
Portanto ao tentarmos observá-las deste ponto de vista, ou seja, do ponto de vista
microscópico, devemos levar em consideração alguns efeitos não observados
naturalmente, tal como a atração elétrica das partículas.
No interior do fluido uma molécula é cercada por todos os lados por outras
semelhantes moléculas, devido a esta simetria a força de atração sobre cada partícula no
interior do fluido é nula. Pois as forças que atuam sobre um hemisfério atuam de
maneira igual sobre o outro hemisfério de cada molécula, porém, isso não ocorre com o
grupo de partículas que estão sobre a superfície do fluido. Na região da superfície há um
desequilíbrio no somatório de forças, pois, uma região está mais sujeita a força de
atração molecular do que a outra. Assim os grupos de moléculas que estão nesta região
são sujeitas a forças que as "puxam" para o interior do fluido, porém, logo este
movimento é impedido por que uma partícula não pode passar por entre as demais que
constituem o fluido em questão. Então sobre a superfície do líquido forma-se uma
espécie de película que pode suportar o peso de alguns pequenos objetos. A figura 2.7
[10] ilustra as forças exercidas sobre moléculas que estão no interior e na superfície de
um fluido. Observe que a partícula do interior é puxada para todos os lados.
24
W
Por causa deste efeito é que podemos colocar pequenos objetos sobre a
superfície da água sem que eles afundem ainda que seja mais denso do que ela. A figura
2.8, [11] ilustra uma situação assim, a moeda de um peso p não afunda em virtude da
força que a superfície exerce sobre a moeda que, neste caso, é igual ao seu peso.
Como já vimos um fluido possui um volume bem definido e podemos obter seu
valor, pois ele se altera a fim de se moldar ao recipiente que o contém. Caso o volume
do fluido seja maior do que o volume do recipiente ocorrerá um transbordamento, caso
o volume do fluido seja menor do que o volume do recipiente ele irá se nivelar numa
altura h menor do que a altura do recipiente que o contém.
Por possuir tal propriedade é que podemos calcular o volume de certa massa de
fluido contido em um recipiente, pois, ao amoldar-se o líquido assume o formato interno
do recipiente que o contém, portanto se dispusermos de um recipiente cujo formato
facilite o cálculo a ser efetuado tal como um paralelepípedo, ou como uma pirâmide de
base quadrada ou um cone, etc. E preferível que o recipiente possua o formato de um
prisma é interessante que sua base se aproxime de uma figura geométrica conhecida e
regular tal como um quadrado ou retângulo, e então podemos obter teoricamente o
volume do recipiente e conseqüentemente o do líquido. Fazendo segundo a equação:
V= ÍH (7)
25
O formato da área da base não influencia no cálculo do volume, por que para
cada tipo de figura possuiremos um valor (A) de área diferente. Lembrando que ao
fazermos a escolha do recipiente, optamos por fazê-lo em um recipiente cuja areada
base pudesse ser facilmente calculada. Sabemos que a área interna do recipiente será
igual à área da base do fluido contido nele, portanto o volume do líquido pode ser
calculado através do produto da base do recipiente pela altura da coluna líquida.
Portanto, fazendo uma analogia com a equação (7) o volume da coluna líquida
é dado por:
V = Ah (8)
Fig. 2.9. Representa uma coluna líquida de um fluido, observe que o ar exerce pressão na
parte superior do fluido.
F = Peso = Mg (9)
26
Como M - pV , equação (4) e V = Ah equação (8), aplicando-se uma equação
à outra temos:
M = pAh (10)
Como as áreas, tanto do fluido, como do recipiente, são iguais, a equação (12)
fica:
(13)
(14)
27
parte inferior fechado, abrindo-o posteriormente numa travessa que também continha
mercúrio. Ao permitir que o fluido caísse Torricelli percebeu que o fluido só escoava
até o limite onde a pressão interna do tubo se igualasse à pressão da atmosfera, a figura
2.10 exemplifica este experimento. Aplicando-se a lei de Steven, equação (14), onde p
era a densidade do mercúrio, g é o valor da aceleração da gravidade no nível do mar e h
é o valor da altura da coluna de mercúrio, Torricelli obteve-se um valor
aproximadamente dado por:
1158620 www.fotosearch.com
Fig. 2.10. Biirõmeíro de mercúrio. Experimento realizado por Torricelli em 1643. [12]
28
ar constante, pode-se chegar a um valor bastante satisfatório sobre o a massa do ar
atmosférico e em seguida o seu peso.
Outra forma encontrada foi utilizar a equação (5), onde P seria o valor da
pressão atmosférica e A é o valor estimado da superfície terrestre. Sabia-se o valor da
pressão que o ar fazia sobre a superfície da Terra ao nível do mar com a experiência de
Torricelli, e conhecia-se também o valor da superfície da Terra, somente restando o
valor da força e esta força seria o peso do Ar. Agora existiam duas maneiras de se
estimar o valor desta força e agora a humanidade poderia compará-las.
Outra consideração a se fazer é que para uma mesma altura, só poderá existir
uma única pressão num líquido em repouso, se selecionarmos todos os pontos de uma
região no interior de um fluido sem variar o valor da altura, surge, então, uma superfície
onde todos os pontos nela contidos possuirão a mesma pressão, é o que chamamos de
superfícies isobáricas. Podemos traçar o perfil destas superfícies através de linhas de
superfícies isobáricas.
Na figura 2.11, temos dois potes de capacidades diferentes ligados por um tubo
flexível de modo que o fluido quando colocado em um pote poderá escoar para o outro
pote, observe que em dado momento o líquido em ambos entram em equilíbrio.
Observando a linha que determina o nível podemos constatar que eles se equilibram,
pois, a pressão é a mesma nos dois lados. Portanto se marcarmos um ponto no interior
de um pote e se este ponto estiver nivelado com outro ponto no interior do outro pote
tais pontos possuirão mesma pressão e se ligarmos estes pontos por uma reta ela
representará o perfil de uma superfície isobárica.
Fig. 2.11. Representa o comportamento de linhas de superfícies isobáricas. Observe que para
um mesmo ponto no interior do mesmo fluido o valor da pressão não se altera.
29
2.8 - Princípio dos Vasos Comunicantes
Fig. 2.12. Exibe um conjunto de vasos comunicante com os mais diversos formatos. Observe
que a altura do líquido é a mesma em todos eles. [13]
Num segundo plano quando lidamos com fluidos diferentes e imiscíveis, neste
caso, podemos estudar seus efeitos de duas maneiras distintas. A primeira seria colocai-
os fluidos em questão num mesmo recipiente, onde um líquido se comunica diretamente
com o outro. Nesta ocasião, observa-se que o fluido mais denso se deposita sob o fluido
de densidade menor, como por exemplo, a água e óleo. A figura 2.13, abaixo ilustra
30
uma situação onde colocamos dois líquidos imiscíveis se comunicando no interior de
um vaso. Observe que o fluido de maior densidade se deposita na parte mais baixa do
recipiente, enquanto o fluido de menor densidade se deposita na parte superior do
recipiente.
Fig. 2.13. Foto de um recipiente onde colocamos dois líquidos imiscíveis, no caso água a óleo
[14].
Posteriormente podemos colocar os fluidos imiscíveis em recipientes diferentes
que se comunicam por um tubo. O que se observa, neste caso, é que entre eles ocorre,
após o equilíbrio estabelecido, um desnível entre os fluidos de cada recipiente. A
princípio podemos pensar que isto viola a Lei de Steven, todavia este fenômeno a
ratifica porque o desnível recorrente se deve exclusivamente pelo fato de que os fluidos
possuem densidades diferentes.
Para que ambos possam exercer a mesma pressão na interface de separação dos
fluidos é necessário que o fluido cuja densidade seja menor possua a altura da coluna
líquida maior do que a altura do fluido de menor densidade. Ou seja, é necessário que
haja um maior volume de fluido de menor densidade do que a coluna onde temos o
fluido de densidade maior. A figura 2.14 representa uma situação onde dois fluidos de
densidades diferentes são postos em um tubo em "U".
31
Fig. 2.14. Afigura mostra a situação onde dois líquidos imiscíveis são colocados em um tubo
em "U" [15].
Pela lei de Steven, sabemos que a pressão nos pontos A e B são iguais, pois
estão em um mesmo nível em um mesmo fluido, portanto:
PA = rPB
r (15)
Porém:
(16)
(17)
Como PA = PB fica:
(18)
(19)
32
A^i = PiZh* (20)
M = P^_ (22)
Blaise Pascal (1623-1662) foi um físico, filósofo e matemático francês [5] que
morreu aos trinta e nove anos, em Paris em 1662. Há que diga ser esta uma de suas
afirmações: "O coração tem razões que a própria razão desconhece" [14]. Como
matemático se destacou pela resolução de problemas importantes da geometria Como
físico, esclareceu o princípio barométrico, a prensa hidráulica, e a transmissibilidade das
pressões. Tais princípios são atualmente empregados aos elevadores hidráulicos de
postos de combustíveis e aos freios hidráulicos foram descobertos por Pascal.
33
p = rpR
'A (22)
Como o valor da pressão num ponto i, no caso, PI pode ser expressa pela
fórmula:
p,= (23)
A.
li.
(24)
A A-,
/>=/>, (25)
/>-P,=0 (26)
(27)
Fig. 2.15. Representa um exemplo de prensa hidráulica utilizada como modelo para alunos do
ensino fundamental.
34
2.10 - Empuxo de Arquimedes.
Alguns livros contam, que o sábio grego Arquimedes (282-212 a.C.) [5]
descobriu, enquanto tomava banho, que um corpo imerso na água se torna mais leve
devido a uma força, exercida pelo líquido sobre o corpo, vertical e para cima, que
"alivia" o peso do corpo. Essa força, do líquido sobre o corpo, é denominada empuxo.
Os livros também contam que ele recebeu a incumbência de analisar uma coroa
e sem danificá-la dizer se ela era totalmente de ouro ou não. Ao refletir sobre este
problema Arquimedes observou que uma banheira estando cheia, caso um corpo penetre
na água o volume de água que sai da banheira é exatamente o volume do corpo que
entrou nela. Desta forma poderia se conhecer o volume da coroa e calcular a sua
densidade. E comparar com a densidade do ouro e desta forma era factível de se
constatar se a coroa era totalmente de ouro ou não.
Outra observação feita por Arquimedes era que um corpo, ao penetrar na água
ficava mai leve do que quando estava no ar. Obviamente sabia-se que a presença do
fluido era crucial para causar uma "leveza" no corpo. Era também claro que o tipo de
material também era de fundamental importância, pois, certos materiais afundavam
enquanto outros materiais flutuavam.
Para compreendermos esta parte, iremos aplicar a lei de Stevin sobre um corpo
totalmente submerso em água. A figura 2.16, ilustra uma situação na qual uma seringa é
colocada no interior de uma garrafa PET de dois litros. Sabe-se que ela inicialmente
flutua sobre o fluido, porém vemos esta mesma seringa afundar quando tampamos e
aumentamos a pressão no interior da garrafa. De acordo com a pressão no interior dela
vemos a seringa assumir valores de altura diferentes no interior dela.
35
F/g. 2.76- Objeto mergulhado num fluido de densidade p. Afigura acima foi tirada num
momento em que a força peso e o empiixo são iguais.
(28)
(29)
(30)
PB-PA=pgh (32)
36
Podemos ainda calcular a força sobre o objeto usando a fórmula (6). Supondo
que as áreas nas duas extremidades do objeto sejam iguais:
F = (PH-PA)A (33)
F = pghA (34)
F = pgV (35)
M = pV (36)
A ação de o objeto empurrar o fluido para fora de onde estava, faz o fluido
empurrar o objeto para cima, ou seja, estas forças formam, um par de ação e reação. A
força que o fluido faz sobre o objeto é o que chamamos de empuxo E, ela possui
resultante de módulo igual a p(d0 tiuido) gV (tio objeto). Sua direção é vertical e seu sentido é
contrário ao da entrada do objeto no fluido, ou seja, aponta de modo a fazer o objeto sair
do fluido. Isto explica o fato de quando estamos em uma piscina temos a sensação de
estarmos mais leves, pois o empuxo sobre o nosso corpo possui a mesma direção do que
a força peso, porém no sentido contrário a ele. De modo que o que sentimos é o nosso
peso aparente e não o peso real.
37
2.11 - Hidrodinâmica
38
pressão de modo que ele nào tenha que empurrar o fluido contra a gravidade. Neste caso
o fluido irá se movimentar por menor que seja esta força, pois o atrito entre as camadas
de um fluido ideal nào existem, ou seja, nào há resistência à força produzida, assim o
fluido poderá escoar livremente sempre tentando encontrar uma região do espaço a fim
de se equilibrar, ou então, mudando seu formato indefinidamente sem mudar seu
volume, exatamente quando introduzimos uma barra de ferro em um tudo cilíndrico
com certo volume de fluido dentro, enquanto introduzimos a barra de ferro no fluido ele
muda seu formato subindo a coluna cilíndrica, porém, sem mudar seu volume.
Assim dizemos que todo sistema Hidrodinâmico ocorre onde a velocidade do
fluido não é nula. No entanto, se um sistema possui uma grande velocidade surgem
efeitos devido à grande velocidade auferidos a este sistema, tais como a turbulência.
Portanto é conveniente que o sistema Hidrodinâmico que mencionarmos neste trabalho
seja considerado de tal modo que não haja tais efeitos deste tipo. Por isso, é necessário
que o fluido estudado deva obedecer às seguintes características descritas a seguir:
• O fluido em questão é um líquido incompressível [16].
• O fluido escoa num regime estacionado, ou seja, de um modo onde linhas de
pressão são, durante todo o trajeto do fluido, paralelas entre si [16].
• A velocidade de escoamento do fluido é constante em determinado ponto do
tubo [16].
• A viscosidade do fluido em questão é nula [16].
Tais restrições impostas indicam a idéia de que o fluido em questão é ideal.
Experimentalmente, um fluido sofre uma contração de seu volume menor que 0,5%,
para um sistema que foi submetido a uma pressão maior do que 100 atmosferas [6], ou
seja, podemos desprezar essa variação para pressões muito menores do que 100 atm.
Como a velocidade é constante de regime permanente e de viscosidade nula,
indica também que as variações de temperatura ao longo do tubo serão nulas. Assim, o
estudo deste escoamento é feito sem se levar consideração outros tipos de fenômenos
físicos, tais como dilatação volumétrica do fluido, etc.
39
Consideremos, inicialmente, um sistema hidrodinâmico, onde o escoamento
além de satisfazer as condições acima, também ocorra de forma unidirecional, para
facilitar-nos a compreensão imagine um tubo ligado em uma extremidade a um
reservatório de água e do outro lado ligado a um depositório onde a água do tubo é
depositada nela. E no segundo reservatório existe uma bomba que joga a água de um
reservatório para outro sem interferir diretamente neste sistema. Sabemos que para um
sistema deste tipo possa escoar é necessário gerar um gradiente de pressão em um dado
ponto do fluido, ou seja, é necessário que em um lado do fluido haja um desequilíbrio,
assim devemos fazer com que a pressão em um lado do fluido seja maior do que no lado
em se quer que o fluido escoe.
Inicialmente, o sistema está em repouso, então é gerada a pressão em
determinado ponto do fluido fazendo, ele alterar sua velocidade de zero para um valor
diferente de zero, neste momento o fluido está em movimento acelerado e o estudo
neste instante não irá nos interessar. Após esta etapa e uma vez que o gradiente de
pressão não se altere o fluido passa a escoar livremente, então o líquido retoma a um
estado inercial, porém com velocidade constante e diferente de zero. O fato de haver
pressão em dado ponto do fluido, sugere que há uma força diferente de zero, portanto a
velocidade não deveria ser constante, porém esta força não está sendo aplicada em uma
porção de fluido, mas ela é aplicada em diferentes porções de fluido, ou seja, porções
diferentes passam pela mesma posição na bomba, isso permite ao fluido não acelerar
indefinidamente. Lembremos que a força atrito entre as camadas de água no sistema em
questão é nula. O campo vetorial das velocidades do fluido ao longo do tubo para de
variar no tempo de modo que estas velocidades ao longo do tubo ficam paralelas entre
si. Ao atingir este momento de estabilidade e considerando que o fluido permaneça
assim, dizemos que o sistema possui um escoamento estacionado.
A figura 2.17 abaixo mostra duas situações, onde na primeira temos um
exemplo de escoamento laminar de regime estacionário e na segunda situação temos um
exemplo de escoamento turbulento.
Escoamento Laminar em Regime Estacionário.
40
Fig. 2. J 7, Escoamento laminar [17].
41
Supondo um escoamento estacionário, e que o fluido em questão é
incompressível, queremos descrever como flui a massa do corpo de um ponto para o
outro. Podemos entender que a quantidade de massa deslocada em um ponto l, desloca
a mesma quantidade de massa em um ponto 2 adjacente a ele. Portanto podemos supor
que:
M, = M2 (38)
42
Chamemos de fluxo de massa o volume de líquido por unidade de tempo que
flui em um ponto l ao qual possui uma área de secção transversal AI. Ou seja, o fluxo
de massa nada mais é do que a vazão de água em determinada secção do fluido.
Portanto:
AM
Fluxo de Massa = (39)
A/
AK = ^AL (41)
AZ = vA/ (42)
AM = pAvM (43)
= pAv (44)
A/
(45)
A/
AV
Onde, c a grandeza física denominada vazão Q. Ou seja:
A/
(46)
43
2.15 - Equação da Continuidade
44
Fig. 2.20. As figuram representam o escoamento de um fluido por um tudo de secções
distintas.
A.
v, v,
V 2 > At
Assim sabemos que o fluxo de massa não varia, aplicando-se a equação (39),
temos:
45
(48)
M = A2V2 (49)
46
Sentido do movimento do fluido
W
n - **
lotai — YW vv
i (50)
W = FidícosQ, (51)
Onde F é a força aplicada ao fluido d é à distância percorrida por ele e 0 é o
ângulo entre a força aplicada e a distância percorrida. Na verdade, cos<9 surge por que o
produto Fd, na verdade é um produto vetorial que sugere a idéia de que toda força
tangente ao fluido não exercerá trabalho sobre ele. Isto significa que este fluido está
sujeito a uma pressão de compressão, sendo a pressão de cisalhamento igual a zero.
Desta forma sabemos que a força é perpendicular à área da secção transversal do fluido
ao longo do tubo, portanto o ângulo 0 entre a força e o deslocamento dele é igual a 0°,
quando a força empurra o fluido, ou seja, se a força for a favor do deslocamento dele, e
47
180" quando a força é contrária ao deslocamento do fluido. Como cosO = l e
cos 1 80 = -l , a equação acima se reduz para.
(52)
W, = F^ (53)
W2 = -F2c/2 (54)
(55)
48
Wl+W2=Flctl-F2d2 (56)
F2d2 (57)
(58)
49
AK = K2 - K, (61)
wv,2 ) (62)
U, = mgz, (63)
U2 = mgz2 (64)
E a energia potencial da massa de água no ponto i = 1.
AU = mg(z-z (67)
50
Temos toda a quantidade de trabalho que se converteu em U. Uma vez
conhecendo esta relação sabemos que em um sistema conservativo a todo trabalho
realizado sobre o sistema é convertido em energia cinética ou em energia potencial
gravitacional, no caso estamos supondo que to trabalho da força é a energia que em
parte dá velocidade ao sistema e em parte permite a ele se movimentar em um sentido
contrário ao da força peso. Assim, entendemos que todo o trabalho entre os pontos i =1
e i = 2 é a soma algebrica das equações em x e y.
Então:
(68)
Portanto:
Assim:
Sabemos que
F, = P,A, (72)
linha de corrente.
Deste modo a equação acima fica:
51
Como:
(75)
Ou seja:
v, = O (79)
52
Como a densidade do ar é muito menor do que a densidade da água,
concluímos que a alteração no valor da velocidade do jato de água é desprezível, assim
desprezando a densidade do ar a equação fica:
P, - t (83)
pgz,=/2pv22+pgz2 (85)
y2pvl=pg(z,-z2] (86)
v22=2gh (87)
v2=^2gh (88)
A]Vl=A2v2 (89)
/í ,.
(90)
53
Se o valor de A} » 42,a velocidade do nível de água fica:
(91)
2.18-Tubo de Pitot
Fig. 2.23. Exemplo do tubo de Pitot. O Fluido, no ponto A, possui velocidade nula, já no ponto
B o fluido escoa sem sofrer alteração da sua velocidade.
54
A densidade do fluido em movimento é pó, já a densidade do fluido contido no
interior do tubo é p i . Com ele têm-se a finalidade de se medir as variações de pressão
entre dois pontos distintos do fluido através de seu desnível e conseqüentemente sua
velocidade. No primeiro ponto (o ponto A), o fluido é freado pelo tubo, ou seja, sua
velocidade é nula, a tal ponto se dá o nome de Ponto de Estagnação. No segundo ponto
(B) que está perpendicular ao deslocamento do fluido a velocidade deste é v, ou seja,
neste ponto ele quase não sofreu perturbação, portanto no ponto B a pressão é um pouco
menor do que no ponto A fazendo com que o fluido do interior do tubo sofra um
pequeno deslocamento a fim de equilibrar a pressão no conjunto.
Este desnível é diretamente proporcional à velocidade do fluido exterior.
Assim este aparelho é utilizado para a determinação da velocidade do fluido em relação
a um objeto, ou como no caso das aeronaves, a velocidade delas em relação ao ar. Com
este tipo de aparelho obtemos as seguintes aplicações:
Podemos aplicar ao Tubo de Pitot, o conceito da equação de Bemoulli
(equação 77) da seguinte forma:
+ PS?, = comi.
(93)
55
Assim, a equação da velocidade do fluido assume a forma:
v- = __. - (97)
Porém:
(98)
Substituindo fica:
(99)
Pó
(100)
56
Fig. 2.24. E uma ilustração que mostra o fenômeno de Venturí, observe que onde há o
estrangulamento a velocidade é maior, portanto nesta região a pressão é menor.
Sabemos que:
(101)
Pois z, = z2
(102)
Pl-P2=P0+pgzl-(P0+pgz2}=pg(zl-z2) (103)
Pt-P2=pgh (104)
57
Assim:
(105)
(107)
Ou seja:
(108)
2gh (109)
Assim:
58
Onde Vj é a velocidade de escoamento no ponto i, h é o desnível do fluido
entre nos tubos e A j é o valor da área da secção transversal do ponto i.
Sua principal aplicação é o medidor de Venturi, empregado para medir a
velocidade de escoamento ou a vazão numa tubulação. Também sabemos que o
carburador funciona pelo mesmo princípio.
59
3 - APLICAÇÕES DA HIDROSTÁTICA E
HIDRODINÂMICA
3.1 - Introdução
60
sistemas eram conhecidos como aquedutos, que possuíam a única finalidade de fazer
com que a água viesse até os moradores. Também era necessário pensar na comida, com
um número tão grande de pessoas passava a conviver no mesmo lugar era extremamente
importante a construção de um bom sistema de irrigação para as lavouras e assim
garantir a subsistência da coletividade.
Acredito que esta tenha sido a primeira contribuição da hidráulica para facilitar
a vida das pessoas e despertar o desejo de estudá-la, com a finalidade de se conhecer
todas as suas aplicações. Já não era mais necessário viver próximo a um rio, pois estas
redes tinham a capacidade de armazenar e trazer a água de quilômetros de distância, tal
facilidade permitiu ao homem a ficar menos suscetível às variações do tempo, e pela
primeira vez a humanidade pode produzir e armazenar alimentos.
Primeiramente era necessário trazer água para matar a sede, depois para irrigar
o solo, posteriormente o homem descobriu que poderia utilizar a força da água para
fazer um moinho funcionar e então podíamos triturar o milho, o trigo, erguer cargas
pesadas com a força da água e assim movimentar os mais diversos objetos tais como as
turbinas que geram energia elétrica; ou seja, as sociedades foram se desenvolvendo e
descobrindo outros meios de se utilizar a energia da água.
3.2 -Aquedutos
61
sempre uma ligeira inclinação para que a água pudesse correr por meio da atração
gravitacional. Assim, já não era necessário percorrer quilômetros em busca de água, e a
civilização poderia se desenvolver em tomo das fontes que desembocavam na região.
Na antigüidade todas grandes civilizações possuíam aquedutos. Nos aquedutos
modernos o escoamento da água é feito sob pressão com o auxílio de tubos metálicos
para o transporte dela até as cidades.
A figura 3.1 [19] mostra um antigo o Aqueduto dos Pegões, situado sobre o
vale da Ribeira dos Pegões em Portugal, constmído no final do século XVI, com a
finalidade de abastecer de água o convento de Cristo em Tomar, e tem cerca 6 km de
extensão.
62
baixos. Em determinadas regiões entre a nascente do e o mar, pode ser que existam
regiões com excelentes condições de desnível e, onde o volume de água seja muito
grande, há possibilidade de se criar uma represa a fim de captar água para criar uma
usina hidrelétrica. A energia potencial da água faz girar grandes turbinas que tem o
papel de transformar a energia mecânica em energia elétrica. Esta eletricidade e
conduzida a redes de distribuição por meio de fios até chagarem nas residências,
movimentando os mais diversos tipos de objetos e equipamento que facilitam o dia-a-
dia de todas as pessoas.
Assim, a energia hidráulica é convertida em energia mecânica. Ao contrário
das demais fontes renováveis representam uma parcela significativa da matriz
energética mundial e possui tecnologias de aproveitamento devidamente consolidadas.
Atualmente, é a principal fonte geradora de energia elétrica para diversos países e
responde com cerca de 17% de toda a eletricidade gerada no mundo [19]. Este modo de
se utilizar a energia da água é uma forma mais moderna de obtenção de energia ao
longo deste trabalho achamos conveniente salientarmos a evolução do modo de se
utilizar este tipo de energia.
63
3.5 - Monjolo
Ou seja, para este caso, o monjolo consegue ser 36 vezes mais eficiente do que
o pilão comum.
64
Na figura 3.2, temos um exemplo de um monjolo antigo da época da
colonização brasileira, feito de maçaranduba. Era utilizado para socar café, milho, trigo
e outros.
65
Neste tipo de máquina as únicas peças que podem sofrer desgaste com o tempo
são: a válvula de impulso e de recalque devendo ser trocadas periodicamente. Como
dito ele é capaz de aproveitar o efeito que decorre da interrupção rápida do movimento
da água, em uma dada direção. Com esta interrupção, ocorre um aumento da pressão
dentro da máquina sendo suficiente para abrir a válvula de recalque, pela qual parte da
água é transportada por uma mangueira até um reservatório localizado acima do
carneiro hidráulico.
A figura 3.3 abaixo ilustra uma situação onde é utilizado com sucesso um
carneiro hidráulico. Observe que o sistema bombeia a água a uma altura superior a
altura da fonte consumindo, para isso, a energia do movimento da água.
Fig. 3.3. Ilustração extraída do livro: Carneiro hidráulico: O que é E como construi-lo. Editora:
CERPCH-2002 [21]
q = Q(h/H)R (115)
Onde:
q é a vazão recalcada.
Q é a vazão disponível,
h é altura do tubo de alimentação.
H é a altura do tubo de recalque.
66
R é o coeficiente de aproveitamento.
Proporção Aproveitamento
(h/H) R
1 12 0.60
1/3 0.55
1/4 0.50
1/5 0.45
1/6 0.40
1/7 0.35
1/8 0.30
Fig. 3.4. Tabela extraída do livro: Carneiro hidráulico: O que é E como construí-lo. Editora: CERPCH -
2002
O uso das rodas d'água é muito antigo. Data-se que em 2.000 a.C, no Egito, já
era utilizada para bombeamento. A princípio tinha a estrutura feita de madeira rústica e
baldes presos a essa estrutura formando as caçambas. Com o avanço da tecnologia essa
estrutura foi aperfeiçoada até chegar aos modelos atuais.
O funcionamento se dá por causa de um desvio do fluxo de água local que é
levado até a roda. Para fazer esse desvio pode-se usar tubo de PVC, chapas de aço
67
galvanizado, calha de madeira ou alvenaria com altura de 10 a 20 cm do topo da roda
para que a água ao cair sobre as pás possibilite seu giro.
A velocidade de rotação é muito baixa, isto é, de l a 40 giros por minuto, mas
mesmo assim pode ser utilizadas para movimentar moinhos, serrarias; gerar eletricidade
(l 00 a 3000 Watts) e bombear água a um reservatório.
68
Fig. 3.6. Ilustração de um elevador hidráulico utilizado em oficinas para erguer carros. [23]
(116)
(117)
(118)
69
pressão no ponto l maior do que a pressão no ponto 2 observaremos que o carro será
erguido. Tal aumento de pressão pode ser dado tanto pelo aumento da força exercida
sobre a área Al como também o aumento da pressão ocorrerá se diminuirmos o valor
desta área como observado no início deste capítulo.
Fig. 3.7. Ilustra um tipo de prensa hidráulica usada para prensar madeira. [24]
70
A medida que o tempo foi passando, foram surgindo outras situações onde era
necessária a utilização de instrumentos que pudessem fazer uma quantidade de força
que um homem comum jamais poderia exercer. Assim os equipamentos hidráulicos
foram sendo adaptados com essa finalidade abrindo um grande leque de aplicações.
Uma das mais conhecidas aplicações é a utilização de um equipamento conhecido como
tesoura hidráulica. Tal dispositivo nada mais é do que uma adaptação da já conhecida
prensa hidráulica acoplada a uma tesoura grande. Com este dispositivo é possível em
questão de minutos, recortar superfícies de feiro de aço, etc.
Podemos observar esse tipo de equipamento sendo utilizado pelo coipo de
bombeiros para o salvamento de vítimas que ficam presas nos seus veículos em
acidentes de trânsito. A figura 3.8 é um exemplo da utilização deste equipamento no
resgate de vítimas de acidente de trânsito, nela podemos presenciar a ação de
profissionais do corpo de bombeiros recortando o teto de um automóvel batido.
Fig. 3.8. Foto de bombeiros cortando o capo de um carro com o auxílio de uma tesoura
hidráulica [25]
71
contudo, para todos os casos o princípio físico é o mesmo, ou uma variação da prensa
hidráulica.
Esse princípio pode ser observado em diversos equipamentos tais como: em
retro-escavadeiras carregadeiras, empilhadeiras, guindastes, caminhões basculantes,
cairos de lixo, sistemas de controle de avião são operados hidraulicamente. A figura 3.9
mostra três máquinas construídas para realizarem trabalhos pesados e cuja base de
funcionamento das três é o princípio de Pascal.
Fig. 3.9. Foto de algumas máquinas hidráulica: um guindaste, um trato e uma escavadeira.
[26]
72
Fig. 3.10. Afigura acima representa um sistema de freio hidráulico que está sendo adaptado
para funcionar em bicicletas. [27]
3. 10 - Flutuação de Corpos
E= ij^V^^g (119)
73
P = P^n^n^g (120)
N = P-E (121)
Numa situação onde N = O o objeto perde o contato com o solo, neste caso:
E=P (122)
=
P( fluido)V(dest<Kado)g P(ohjeta)V(0l,j<tta)£ (123)
(124)
(125)
(126)
74
Se < então
P(flwdo) P(,>bjei,>)' E < P. Neste caso, o objeto descerá.
75
Fig. 3.11. Foto de dois veículos flutuantes que sobem por causa da força de empuxo resultante
da diferença de densidade entre o objeto e o ar. [28]
76
Fig. 3.12. Ilustração de um navio que flutua por causa da força de empuxo. [29]
77
Periscópio
Tanque de ar
Válvulas comprimido
Tanque
de lastro
78
caso do avião, o tubo mede a velocidade dele em relação ao ar. Temos na figura 3.14
uma ilustração do tubo de Pitot utilizado em aviões, vale lembrar que neste tipo de tubo
é necessário que haja um sistema de aquecimento para que não se formem gotículas de
gelo nos orifícios por onde o ar circula, e assim o tubo poderá funcionar normalmente.
porta de entrada
ar em velocidade
pressão estática (Pó)
Porta de entrada
pressão total (Pt)
Fig. 3.14. Mostra o tubo de Pitot acoplado a um encanamento por onde escoa um fluido com
densidade pa observe que no interior do tubo há outro fluido cuja densidade vale pt, sendo pt maior do
que pó A diferença de pressão produz um desnível H. [31]
(127)
79
- determinação da velocidade em sistemas de gás de processamento;
- determinação de velocidade de aviões;
- determinação de vazamento em redes de distribuição (pitometria);
- obtenção da resistência ao fluxo originada por filtros, condensadores. [32]
Fig. 3.15. Ilustração das forças aerodinâmicas atuando sobre o avião. [33]
80
4 - EXPERIMENTOS
4.1 - Introdução
81
estratégias de verificação e comprovação de hipóteses na construção do
conhecimento, a construção de argumentação capaz de controlar os resultados desse
processo, o desenvolvimento do espírito crítico capaz de favorecer a criatividade, a
compreensão dos limites e alcances lógicos das explicações propostas." [34]
82
4.3 - A Forma dos Líquidos
Fig. 4.1. Exibe imagens de uma gota de óleo colocada entre dois fluidos: água e álcool
83
4.4 - Capilaridade
menisco
r\
84
observa-se a flutuação deste sobre o fluido. Após isto, sopra-se suavemente sobre a
superfície observa-se então que por menor que seja a força aplicada sobre o objeto este
passa a entrar em movimento sobre o fluido. Ou seja, o fluido passa a permitir o
movimento, pois entre as camadas que o constituem não existe atrito.
Outro modo de compreendermos isto é fazermos o experimento utilizando:
• Um suporte de metal.
• Um pedaço de madeira (10 cm).
• Um pedaço de linha (20 cm).
• Um pedaço de isopor (5 cm por 5 cm)
• Um pirex com água.
Basta amarrar uma ponta da linha na madeira e a outra na haste de metal que se
encontra sobre a mesa de modo que o sistema pode oscilar livremente. Coloca-se, então,
o isopor sobre a água e em seguida coloca-se a madeira. Com isso o peso da madeira é
anulado pela tração no fio e pela reação à força normal do isopor sobre a madeira.
Assim a madeira poderá movimentar-se livremente (figura 4.3) na direção horizontal
caso exerçamos nela uma força, como entre as camadas do fluido não existem atrito a
madeira passa a movimentar-se com um simples assopro.
vareta
linha
suporte
haste
Fig. 4.3. Ilustra a situação onde um recipiente com um fluido e sobre ele um pedaço de isopor
que pode deslizar livremente sobre a superfície da água, observe que a água só resiste às forças
perpendiculares impedindo que o sistema afundasse, porém não oferece resistência às forças paralelas a
superfície do fluido [36].
85
4.6 - Tensões Superficiais
86
Fig.4.4. Imagem de uma gilete flutuando por cansa da tensão superficial. [37]
Para fazer o bebedouro, basta embocar a garrafa PET sobre o pote transparente,
observa-se que a água não cai, em seguida afasta-se um pouco a garrafa do pote, cerca
de l cm, observa-se que a água cai até o momento que seu nível toca a boca da garrafa,
quando para de cair. Tal processo é repetido tantas vezes forem possíveis até que toda
água vaze pela garrafa.
Temos na figura 4.5 a exemplificação deste experimento, onde temos a água
em equilíbrio na garrafa por causa à atuação da pressão atmosférica. É interessante fazer
um furo em outra garrafa e tampá-lo com um dedo na garrafa emborcada sobre o pote e
87
ao tirá-lo os alunos poderão observar que a água cai independente da posição da garrafa.
Bastando colocar o dedo sobre o furo para evitar-se a saída dela, depois desta parte o
professor deve alternar repetidas vezes colocando e retirando o dedo para os alunos
observarem que o fluxo de água somente ocorre se o furo estiver destampado.
Outra forma de se observar este fenômeno é a confecção de uma Pipeta,
instrumento que obedece a este mesmo princípio, bastando afundar o canudo em um
recipiente cheio de água sem tampá-lo para que a água possa entrar nele. Depois disto,
tampa-se a parte superior do canudo evitando-se que o ar penetre nele. A seguir basta
tirá-lo do recipiente para observa-se que a água não cai. Para uma melhor observação é
necessário que a ponta inferior deva ser afinada, pois, desta maneira, a água fluirá mais
lentamente no interior da pipeta quando se destampá-la.
Fig. 4.5. Foto de uma seringa que está sendo utilizada com uma pipeta.
Este experimento tem como objetivo principal mostrar que a diferença entre a
densidade do fluido e a densidade do objeto é um dos fatores determinantes para a
flutuação de objetos sólidos em meio fluido. Para a realização deste iremos utilizar:
• Um pote transparente.
• Sal.
• Um ovo cru.
Ao colocarmos o ovo cru na água pura, percebemos que ele afunda
imediatamente. Posteriormente adicionamos gradativamente sal ao sistema quando a
quantidade de sal for suficiente o ovo começa a flutuar. A figura 4.6 mostra este
88
fenômeno. Isto se deve porque misturando sal na água a densidade dela aumenta na
medida em que acrescentamos sal ao sistema, conseqüentemente o empuxo do fluido
sobre o ovo também aumenta até que em determinado nível de saturação fica igual ao
peso do ovo.
Fig. 4.6. Foto de um copo com um ovo em seu interior em duas situações: na primeira o ovo
afunda, pois, é inserido na água pura, na segunda situação, o ovo flutua, pois, foi colocado em uma
mistura de água e sal.
89
coloca a mão sobre o papel e vira-se o copo de cabeça para baixo. Após verificar se o
papel está ou não vedando completamente a boca do copo e solte a mão, nota-se que a
água não cai porque o papel funciona como uma película de apoio para a atuação da
pressão atmosférica.
É importante notar que esta prática possibilita a explicação de duas coisas:
primeiro que a pressão diferentemente da força peso atua em todas as direções, inclusive
de baixo para cima. A segunda é que ele atua como um instrumento facilitador do
aprendizado quando se deseja estabelecer a relação entre força e pressão como a que
aparece no capítulo II como F = P A.
Isto ocorre porque a pressão do ar aprisionado no copo mais a pressão da
coluna líquida se igualam com a pressão do ar atmosférico, com o equilíbrio
estabelecido a água não tem porque cair. É importante observar que há também um fator
fundamental para a realização do experimento que é a dimensão do copo, pois, há
tensão superficial de uma pequena quantidade de água que impede a invasão do ar
paralelamente ao plano do papel, pois se fizéssemos o experimento com um balde, esta
tensão não seria suficientemente grande para impedir a entrada de ar, inviabilizando o
experimento. É bastante proveitoso utilizar outros materiais como filme de plástico
invés do papel porque para observar nele a concavidade voltada para baixo como se o ar
quisesse a todo custo penetrar pelo copo além do fato de que o papel, ao absorver a
água, passa a permitir a entrada de ar desestruturando o esquema.
Abaixo temos uma imagem (figura 4.7), que mostra o fenômeno descrito acima
nele utilizamos uma tampa de papelão para segurar a água.
90
Fig. 4.7. Foto da experiência do copo com água observe que a água não cai.
A figura 4.8 é uma foto que mostra uma variação possível do referido
experimento onde o que foi utilizado para bloquear a passagem da água foi uma peneira.
A superfície formada pela tensão superficial da água imediatamente sobre a peneira
funciona tal como uma superfície qualquer, o que possibilitou que as pressões internas e
externas se igualassem.
Fig. 4.8-.Foto de uma variação do experimento do copo feita desta vez com uma peneira.
r
4.10 - A Chama que Suga a Água e Amassando a Lata de
Refrigerante
91
• Uma lata de refrigerante.
92
• Uma garrafa PET de 2 1.
• Uma seringa de Insulina.
• Massa de modelar ou clipes de papel.
Antes da realização do experimento é necessário, contudo, calibrar todo o
conjunto. Primeiramente retiramos o pistão da seringa e cortamos boa parte para não
desestabilizar a seringa quando ela se movimentar. Depois colocamos pedaços de clipes
de metal, gradativamente até atingirmos uma flutuação estável e que suas hastes
horizontais fiquem rentes ao nível do recipiente. A seguir tampamos a extremidade
superior dela com o pedaço que sobrou do pistão. Neste experimento utilizamos a
seringa de insulina (l ml) porque esta passa bem pela boca da garrafa.
Sabemos que a condição de flutuação está relacionada a duas forças que atuam
no sistema: Empuxo e o Peso. Quando o empuxo é igual ao peso do objeto ele flutua,
porém se o empuxo for diferente do peso, ele pode subir, caso o empuxo seja maior do
que o peso, ou descer, caso o empuxo seja menor do que o peso do objeto. Assim
podemos controlar o peso da seringa, pois, ao pressionarmos a garrafa a pressão interna
aumenta, este acréscimo é transmitido igualmente a todo o fluido confinado, (lei de
Pascal) e o volume de ar no interior da seringa diminui, facilitando a entrada da água em
seu interior, e assim aumentando o peso do conjunto fazendo a seringa descer. Mas ao
soltarmos a garrafa, a pressão no interior dela volta à normal, então o volume de ar
aumenta expulsando a água do interior da seringa.
A única função da massa de modelar seria aumentar, se necessário fosse, a
massa do sistema a fim de fazer a seringa flutuar rente ao nível da água. A montagem
com a seringa é didática porque através dela pode-ser observar quanto de água entrou
para uma determinada profundidade atingida. Com este experimento é fácil a
compreensão de que a força de empuxo é vertical e para cima e seu efeito impressiona
por que o movimento ocorre sem contato direto com a seringa. Uma foto (figura 4.9) de
um ludião por mim confeccionado ao trabalhar com alunos do ensino fundamental o
conceito de empuxo.
93
Fig. 4.9. Neste experimento equilibramos a seringa praticamente no meio da garrafa.
4.12 - O Sifão
94
água cessa e quando elevamos este recipiente a um nível acima do outro, verificamos
que o sifão funciona ao contrário. A figura 4.10 ilustra este fato, observe o fluxo só
ocorre enquanto há diferença entre os dois níveis, pois quando eles se igualam o fluxo
cessa experimento realizado em sala de aula (vasos comunicantes).
Este experimento seve para ilustrar tanto a Lei de Steven, como para ilustrar a
fónnula de Torricelli, que relaciona a velocidade do jato de água com sua profundidade.
Para a realização deste, iremos utilizar:
• Uma garrafa PET de 2 l com a parte superior cortada.
• Uma agulha.
• Régua.
• Alicate.
• Fita adesiva.
• Um pouco de água.
Com o auxílio da régua, fazemos marcações regulares de onde faremos os
furos, é conveniente que tais furos não sejam alinhados para que quando passarem pelo
ponto de intersecção os jatos não se cruze, atrapalhando o experimento, outra
95
consideração a se fazer é que o sistema deve ser colocado sobre uma bancada para que o
tempo de queda seja maior e que os alunos possam ver com mais clareza a curva da
parábola. Depois de furada a garrafa, tampamos os furos com a fita adesiva e
preenchemos seu interior com água. Uma vez feito isto, retira-se a fita adesiva e
observa-se que a parábola descrita pelo furo inferior atinge um ponto mais distante do
que a parábola do furo superior. Abaixo temos uma foto (figura 4.11) do experimento
descrito acima, por hora, a velocidade do jato de água é compreendida como maior ou
menor pelo alcance de cada parábola.
Fig. 4.11- Ilustração do que ocorre quando furamos a garrafa PET em três alturas diferentes,
observe que onde o furo é mais profundo o alcance é maior. [39]
96
• Canudinhos
• Um ventilador (para produzir as correntes de ar).
Sabemos pela equação de Bernoulli, que a massa de ar que irá passar pela parte
de superior da asa terá que percorrer um espaço maior que a massa de ar que irá passar
pela parte de baixo. Por este motivo, terá que percorrer este espaço com maior
velocidade, para acompanhar o bloco de baixo. Com isso, produzirá uma pressão de
valor menor que a pressão exercida na parte de baixo da asa.
Esta diferença de pressão gera uma força que empurra a asa par cima, já que
esta força depende da pressão pela relação:
= PA
97
4.15 - Fenômenos de Venturi
Como vimos o fenômeno de Venturi, como vimos no capítulo II, mostra que a
pressão em um determinado ponto do tipo por onde determinado fluido escoa é
inversamente proporcional a sua velocidade naquele ponto. No intuito de ilustrar o
fenômeno de Venturi propor o experimento que mostra como construir um borrifador,
para isto, iremos utilizar:
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O fenômeno de Venturi mostra que o escoamento de um fluido no interior de
um tubo horizontal de seção transversal variável, nos pontos de estrangulamento, onde a
velocidade de escoamento do fluido aumenta, a pressão diminui. Sendo assim, o ar, ao
mover-se na região estrangulada do tubo, ganha velocidade e perde pressão. A pressão
externa, maior do que a interna, faz com que a água suba pelo canudo.
A figura 4.14 mostra outro experimento que podemos fazer para verificar este
fenômeno. Ele é constituído, basicamente, por um funil, uma bola de ping pong e um
compressor de ar. Ao prendermos a saída de ar do compressor ao funil o ar que antes
estava comprimido, ao passar pelo funil se expande ao sair dele. A velocidade com que
o ar sai do tubo é grande, quando este jato de ar bate na bolinha freando a velocidade do
jato naquela região. Esta frenagem brusca produz uma zona de alta pressão que é
suficiente para equilibrar a bolinha no ar. Mas quando colocamos a bolinha próxima à
saída de ar observamos que ela fica presa ao funil. Isto se deve porque nesta região cria-
se uma zona de baixa pressão por causa da saída do ar e como a pressão atmosférica é
maior do que a pressão nesta região, ela empurra a bola no sentido de ir contra o funil,
independente da posição dele, ou seja, este efeito é visto ainda que viremos o sistema de
cabeça para baixo.
Fig. 4.14. A foto mostra outro experimento onde é aplicado o conhecimento deste fenômeno,
observe que a bola não cai mesmo virando o funil de cabeça para baixo.
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5 - CONCLUSÃO
100
processo tivemos condições de montar experimentos juntos, de observar o interesse da
parte deles de manusear o experimento, houve também uma mudança em seu
vocabulário, também houve mudanças no tipo de perguntas que faziam acerca de
determinado fenômeno.
Portanto, neste sentido, acreditamos ter alcançado o objetivo deste trabalho.
Apesar de que não tivemos espaço para com eles fazer experimentos onde pudéssemos
coletar dados toda a mudança comportamental observada por mim por parte de como os
alunos lidavam com o experimento nos mostra o êxito que tivemos em trabalhar
conceitos com ajuda de atividades experimentais. Além disso, este trabalho nos permitiu
extrair boas criticas a cerca do processo ensino-aprendizagem em como os alunos
concebem esta parte da física, e nos ensinou como desenvolver nos alunos a habilidade
de manusear alguns experimentos e de fazê-los extrair, a partir destes experimentos,
conceitos, ou seja, entender o funcionamento de determinados sistemas a partir da
observação e reflexão acerca do assunto, habilidade que no decorrer da sua vida será
extremamente útil para a compreensão e elucidação de vários problemas.
E, principalmente, promover e mudança no olhar, antes o mundo da ciência era
algo quase que mágico e inacessível, falar sobre ciência era como falar de alguma coisa
fora de suas realidades. Agora percebemos que este mundo está uni pouco mais
próximo de suas vidas, agora já se vêem como parte, uma pequena célula do todo que a
ciência representa.
101
REFERENCIAS
102
[19]http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/Atlas/energia_hidraulica/energia_hidrau
lica. htm (25/06/2010).
[20]http://semiraadlervainsencher.blogspot.com/2009/05/pilao-e-monjolo.html
(25/06/2010).
[21] - Filho, G. L. T. Carneiro hidráulico: O que é e como construí-lo. Editora:
CERPCH-2002.
[22]http://www.artistaseartes.com.br/sub_paginas.php?pagina=17207&menu ; =57
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[23]http://www.brasilescola.com/fisica/principio-de-pascal.htm (25/06/2010).
[2 4]http://www.solostocks.com.br/img/prensa-hidraulica-30-tons-marcon-
277610z0.jpg (25/06/2010).
[25] - http://ciencia.hsw.uol.com.br/jaws-life.htm (25/06/2010).
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[27]http://www.pedalokos. com/arquivos/catalogo/l 4/96xc5_FREIO%20
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[28]http://br.olhares.corn/10a_travessia_de_portugal_balao_de_ar_quente_fotol
87708 6.html (25/06/2010).
[29] -http://www.if.ufrgs.br/mpef/mef004/20021/Angelisa/porqueonavioflutua
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[30] - http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/submarino/submarino.php
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[31]- http://fisicomaluco.com/wordpress/wp-content/uploads/2009/06/pitot.jpg
(25/06/2010).
[32] - http://www.escoladavida.eng.br/mectlubasica/aula I_unidade5.htm
(25/06/2010).
[33] - http://ciencia.hsw.uol.com.br/avioes l .htm
(25/06/2010).
[34] - PCN's, página 25. Ver referência [3].
[35] - http://educacao.uol.com.br/quimica/ultl707u35.jhtm (25/06/2010).
[36] - http://www.feiradeciencias.com.br/sala07/index7.asp
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[37]http://www.cienciamao.if.usp.br/tudo/exibir.php?midia=pmd&cod=_pmd20
05_ü 602(25/06/2010).
103
[38]http://w3.ualg.pt/~pjsilva/guias/Guia%20do%20SifaolJIcheiros/image001.j
pg (25/06/2010).
[39] - http://www.feiradeciencias.com.br/sala07/07_62.asp (25/06/2010).
[40] - Trabalho: Souza, Alan Gonçalves, Carvalho, Eron Falcão e Oliveira,
Filipe Machado Borges - Apresentação de esquemas simples que explicam a
sustentação do vôo de aviões.
[41]- http://vvww.sbfisica.org.br/fne/Vol5/Num I /v5n l a 12.pdf (25/06/2010).
BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
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