Manual de Matérias Primas Têxteis
Manual de Matérias Primas Têxteis
Manual de Matérias Primas Têxteis
SÍLVIA SILVEIRA
Introdução
Os artigos têxteis para a confecção de vestuário têm sido concebidos, ao longo dos
tempos, para cumprir um conjunto bem determinado de funções relacionadas com
certas necessidades básicas do Homem, nomeadamente no seu conforto e para
responder a um vasto conjunto de solicitações relacionadas com preferências ou
interesses do consumidor tais como a aparência, o toque, etc...
Assim sendo, o tipo de matérias a utilizar na indústria têxtil estão, de certo modo, algo
limitadas devido ao facto de ser exigido umas características muito especiais para
que uma matéria se possa considerar útil como matéria-prima têxtil. Quer isto dizer
que muitos dos materiais existentes na natureza, em virtude da sua composição
química, dimensões, estrutura e no seu conjunto de propriedades físico-químicas, não
reúnem as condições indispensáveis para fins têxteis.
Portanto, as matérias-primas a que se tem que recorrer para a indústria têxtil, devem
apresentar um conjunto de propriedades e características para que possam ser
aceites como matérias-primas têxteis. Algumas destas propriedades são as
seguintes:
- Além disso, devem ser matéria minimamente resistentes, para que seja
possível trabalhá-las e que possam ser depois usadas pelo homem.
- Sob o ponto de vista técnico, uma matéria têxtil deve apresentar –se como
algo que tenha um formato suficientemente comprido relativamente à sua
espessura, isto é, que se disponha segundo uma linha fina e com um certo
comprimento.
Ao nível técnico este último ponto parece ser lógico de perceber, uma vez que o que
se pretende fabricar são os fios têxteis e só a partir destes fios é que posteriormente
se fazem os artigos finais quer em artigos de malha quer em tecidos.
O primeiro grupo pode ainda ser dividido em dois subgrupos atendendo às suas
diferenças puramente químicas: as fibras proteicas e as fibras celulósicas.
Também o segundo grupo principal pode ser dividido em dois subgrupos atendendo
às suas diferenças não só químicas mas de obtenção industrial: as fibras artificiais e
as fibras sintéticas.
FIBRAS NATURAIS
Proteicas:
Origem: animal
O nome proteica vem da palavra proteína, que é a substância básica das fibras de
origem animal. Por isso quando esta fibra é queimada tem um cheiro muito
característico a unha queimada.
Celulósicas:
Origem: vegetal
O nome celulósica vem da palavra celulose, que é a substância básica das fibras de
origem vegetal, tal como qualquer vegetal. Por isso, quando esta fibra é queimada
tem um cheiro muito característico a papel queimado.
FIBRAS QUÍMICAS
Sintéticas:
Artificiais:
Existem ainda outras fibras que podem ser consideradas têxteis, mas têm uma
importância muito menor, como é o caso da fibra natural de origem mineral que é o
conhecido amianto e do caso da fibra química mas de natureza inorgânica que é a
conhecida fibra de vidro.
QUADRO SINÓPTICO
Artificiais Sintéticas
- Cupro
- Viscose Orgânicas Inorgânicas
- Modal
- Acetato - Acrílica - Vidro
- Proteína - Clorofibra - Metal
- Alginato - Elastano - Fibra metálica
- Elastodieno - Carbono
- Fluorofibra - Boro
- Modacrílica - Silício
- Poliamida
- Aramida
- Policarbamida
- Poliester
- Polietileno
- Poliuretano
- Trivinil
- Vinilal
- Polipropileno
Além destes requisitos as fibras têxteis devem Ter as seguintes propriedades gerais:
- Teste da chama
- Visualização microscópica
- Neocarmim (reagente químico)
- Densidade das fibras
Teste da chama
As fibras vistas a olho nu, podem parecer-nos todas iguais, excepto se tiverem cores
muito diferentes. Na realidade tem-se que as fibras ao microscópio têm aspectos
muito variados consoante a sua origem e natureza, tão variados que a análise
microscópica é mesmo uma das maneiras que nos permite identificar fibras que à
partida são desconhecidas ou pelo menos distinguí-las umas das outras.
D=m/v
Os valores das massas volúmicas podem ser determinados com uma grande
precisão e por isso as fibras podem ser identificadas a partir das mesmas.
Para preparar o líquido de densidade igual à das fibras podemos empregar três
processos:
Se considerarmos uma fibra como um corpo cilíndrico tal como se apresenta na figura
seguinte, podemos caracterizar as suas dimensões por apenas dois parâmetros: o
comprimento e o diâmetro (finura).
Esta variação dos comprimentos das fibras naturais é muito vantajosa em termos de
fiação. Esta é a razão pelo qual nas fibras sintéticas, que são produzidas em
quilómetros e quilómetros de uma só vez, elas têm que ser cortadas em
comprimentos semelhantes aos das fibras naturais. E mais ainda, não se cortam as
fibras sintéticas do mesmo tamanho mas sim de forma a obter propositadamente,
uma certa variação, tal como nas fibras naturais para que se obtenham os melhores
resultados para a fiação.
A distância d entre os rolos tem que ser regulada consoante o comprimento das
fibras que se está a trabalhar.
O primeiro método usa-se quando a fibra tem secção circular (lã) e portanto basta
sabermos o seu diâmetro, que pode ser medido num microscópio de projecção ou
dado pelo processo Air-Flow.
O segundo método usa-se para as outras fibras em que a secção não seja circular
(normalmente usa-se este processo para as fibras químicas) (massa por unidade de
comprimento).
Suponhamos que temos uma fibra de 1 Denier; isto quer dizer que 9000 m de fibra
pesam 1g.
Então:
9000 m -------------- 1g
1000 m -------------- x
x = 1 / 9 = 0.111g
Numeração directa
Determinação :
Exemplo:
10 tex - isto quer dizer que 1000 metros deste fio tem o peso de 10 gramas.
Numeração indirecta
Determinação:
Nm = L / P
L- Comprimento (m)
P- Peso (g)
Exemplo:
100 metros de fio pesam 5 gramas.
Nm = 100 / 5
Nm = 20
Nm = 1000 / Tex
Tex = 1000 / Nm
Ne = 0.59054 x Nm
É utilizado para indicação de números de fios cardados feitos à base de fibras curtas
(fibras de lã e suas misturas).
Ncov = 5 x Nm
Diz-se que uma fibra é tanto mais higroscópica, quanto mais humidade consegue
absorver. A absorção de humidade pela fibra depende de muitos factores,
nomeadamente da temperatura ambiente da humidade do ar, de tal modo que se
algumas das partes (ambiente ou fibra) tiver humidade em excesso, esta humidade
vai-se deslocar de uma parte para a outra até se estabelecer um equilíbrio entre a
humidade que existe no ambiente e a humidade que existe nas fibras .
Este equilíbrio é o chamado equilíbrio hidrodinâmico.
- lã
- algodão
- viscose
O estado higrométrico da matéria influi muito nas suas características. Assim, todos
os dados relativos à estrutura e às propriedades tecnológicas das fibras depende da
humidade do ar que as envolve. As diferentes operações a que as fibras têxteis são
submetidas durante a transformação fabril realizam-se com maior ou menor
dificuldade, conforme o teor de humidade, que varia entre 50% a 80% numa
temperatura ambiente de 18ºC a 25ºC. Pelo que, na cardação da lã a humidade anda
à volta de 50%, na penteação 80%e na tecelagem 70 a 75%.
- Na lavagem e secagem
- Na electricidade estática.
Alguns conceitos:
Uma vez que as fibras em geral todas têm uma capacidade natural de absorver
humidade, embora umas muito mais que outras, é necessário Ter em atenção ao
peso que vai ser comercializado, enquanto seja só fibra e não vender água ao preço
da matéria prima. Isto é tanto mais importante quanto mais higroscópica for a fibra.
Esta quantidade legal de humidade é a quantidade que uma fibra consegue absorver
naturalmente quando colocada seca numa ambiente húmido.
Cálculo de acondicionamento:
Exemplo:
x = 432 x 10,080
11,200
Então se:
x = 388,8 x 117
100
x = 454,8 Kg
Para determinar a qualidade de fibras e produtos têxteis, bem como para controlar
continuamente o processamento, fazem-se testes que indicam a capacidade de
resistência a diversas forças, como por exemplo tracção, torção, flexão, atrito e
desgaste.
Resistência e alongamento
Força de rotura – é a força necessária para romper a fibra. Quanto maior for esta
força, mais resistente é a fibra.
Lei D´Hooke
Observe a seguinte figura:
O nylon e a lã são fibras que têm um bom poder de recuperação. Este é o motivo
porque se usa o nylon em meias uma vez que depois de usadas não apresentam a
formação de joalheiras.
Recuperação de rugas
As dobras dos tecidos sobre si mesmos por efeito de certos tipos de força a que
estão sujeitos durante o uso ou durante a lavagem provocam uma deformação dos
fios e por sua vez das fibras, que em certa medida podem ser vistas como um
alongamento que pode atingir cerca de 5 a 10% na parte convexa dos vincos.
A fibra ao ser dobrada pode sofrer alterações ao nível da estrutura molecular, através
de distensões dos ligamentos entre as moléculas.
Na realidade existem fibras que se deixam facilmente vincar mesmo sem ser
necessário calor nem grande pressão, tal como acontece nos tecidos de algodão.
Mas para depois retirar os vincos têm-se grandes dificuldades.
Já outras fibras, tal como facilmente se vincam, facilmente se retiram os vincos.
Plasticidade
duras e adquirem uma forma permanente que só é possível alterar por aplicação de
temperaturas igualmente elevadas.
Flexibilidade
Para transformar as fibras em fios e tecidos que possam ser vincados, dobrados ou
amarrotados, elas têm de ser maleáveis ou flexíveis.
Filabilidade
A coesão das fibras pode ser devida à forma da sua secção transversal que lhes
permite ajustarem-se e aderirem umas às outras ou à sua estrutura superficial que
provoca o aglutinar das fibras.
Uniformidade
Lustro
O lustro apresenta o brilho ou aspecto polido que uma fibra possui. Depende da
quantidade de luz reflectida pela sua superfície, que é influenciada pela forma da
secção transversal, pela forma superficial e pela composição química de cada fibra.
Das fibras naturais pode considerar-se a seda a fibra mais brilhante e o algodão a
menos brilhante.
Na fabricação das fibras não naturais é possível controlar-se o brilho por adição de
óxido de titânio à massa dos polímeros.
Cor
As fibras não naturais podem ser produzidas com elevado grau de brancura e podem
ser tintas na massa.
A flexão e a torção das fibras têm grande influência no comportamento dos fios, na
queda e no toque dos tecidos.
A rigidez de uma fibra à torção é definida como a resistência que ela oferece à
inserção da torção. Portanto, quanto mais facilmente uma fibra se deixa torcer, menos
rígida ela é.
A torção tem um papel importante no arranjo das fibras que constituem o fio e envolve
forças compressivas transversais quando se aplica à tensão para torcer o fio.
A rigidez de uma fibra é bastante influenciada pela acção da humidade.
Por ser tão importante o factor humidade na torção dos fios, deve manter-se uma
humidade relativa de 70% a 80% nas fiações.
São excepções os casos das fibras de algodão e linho, para as quais a humidade
permite um aumento da resistência destas fibras e em termos de alongamento
praticamente não se verificam alterações.
Este facto, de conseguir um maior alongamento das fibras, é na realidade muito mais
importante e mais útil do que seria conseguir em vez disso, uma resistência maior.
A lã, por exemplo, é cerca de 16 vezes mais rígida em seco que em húmido. O
algodão é cerca de 9 vezes mais rígido em seco que em húmido.
Resiliência
Chama-se resiliência à capacidade que uma fibra tem de voltar à sua forma inicial
após compressão, dobragem ou qualquer outra deformação similar. É importante
para a determinação da recuperação das rugas de tecidos e é avaliada numa base
comparativa desde excelente a muito má.
Propriedades eléctricas
Como se observa pela figura, para baixas recuperações de humidade todas as fibras
adquirem aproximadamente a mesma carga eléctrica. Esta carga permanece
constante para pequenos acréscimos de humidade até um certo valor a partir do qual
baixa rapidamente. Os pontos correspondentes a 65% HR estão marcados e ilustram
a susceptibilidade das diferentes fibras à electricidade estática nas mesmas
condições de humidade relativa.
Além disso, a electricidade estática nas fibras, vai atrair com maior facilidade o pó e
sujidade dificultando as operações posteriores, nomeadamente a tinturaria.
Tanto a lã como o algodão e a viscose têm capacidade de acumular altas cargas que
permanecem no material sem se dissiparem, contudo em ambientes húmidos, estas
cargas facilmente se escoam, de tal modo que o melhor anti-estático para as fibras
A electricidade estática pode ser reduzida ou mesmo eliminada por diversos métodos
consoante o problema específico ou ainda consoante seja para melhorar o
desenvolvimento da própria transformação ou para evitar problemas posteriormente
na aplicação ou uso dos artigos finais.
Devem ser elimináveis facilmente com a lavagem e possuírem uma boa capacidade
de combinação com as gorduras, os óleos, etc...
Propriedades térmicas
As fibras têxteis são afectadas em maior ou menor grau quando sujeitas à acção do
calor e muitas das suas propriedades podem ser alteradas:
- Degradação;
- Alteração da afinidade tintorial;
- Contracção (encolhimento);
- Fixação das fibras termoplásticas.
São as fibras naturais que apresentam mais baixa condutividade térmica. Este facto
aliado à espessura dos tecidos, e ao volume de ar aprisionado entre as fibras explica
as excelentes propriedades de conforto térmico dos tecidos de lã, quando se passa
de um ambiente quente para um ambiente frio.
Propriedades ópticas
Quando a luz incide sobre uma fibra têxtil, parte dessa luz pode ser transmitida,
absorvida ou reflectida. A aparência visual da fibra será o resultado de cada um dos
três fenómenos ou da combinação dos mesmos e ainda do efeito conjunto de todas
as fibras presentes.
A seda é das fibras mais sensíveis à acção da luz e mais acentuada é a sua
degradação consoante o tratamento que possua.
A celulose, pela acção da luz, passa a oxicelulose, pelo que o algodão e outras fibras
celulósicas também são alteradas em algumas das suas propriedades por acção
prolongada da luz solar.
As fibras são, geralmente, estáveis quando tratadas com soluções diluídas de álcalis
ou ácidos.
Deve-se Ter um cuidado especial na escolha dos detergentes para artigos compostos
de fibras que são danificadas pelos álcalis. O consumidor deve estar alertado para a
possível danificação por solventes orgânicos uma vez que este facto trará
inevitavelmente problemas na limpeza a seco.
FIBRAS NATURAIS
A Fibra da Lã
A palavra “lã” emprega-se para designar não só o pêlo dos ovinos, mas também o
pêlo de certos animais equiparados, tais como: alpaca, lama, caxemira, cabra angorá,
coelho angorá, vicunha, castor, guanaco e lontra.
Introdução histórica
O homem primitivo cedo começou a apreciar o velo do carneiro para o seu vestuário,
mesmo antes deste animal ser domesticado e apesar das suas fibras serem
grosseiras e compridas.
O carneiro foi um dos primeiros animais a ser domesticado, cerca de 4000 anos A.C.
Conhecem-se três tipos principais de carneiros selvagens que ainda hoje se podem
encontrar em certas regiões do globo:
Foi dos rebanhos transumantes que saiu a raça merina espanhola que mais tarde se
espalhou por todo o mundo, nomeadamente para a Austrália e África do Sul,
principais fontes actuais de abastecimento da indústria de lanifícios.
Em virtude do alto valor atribuído à lã merina, pela sua elevada finura, o rei de
Espanha chegou a proibir a exportação de carneiros dessa raça, ameaçando de pena
de morte todos aqueles que transgredissem a lei imposta. Esta severa penalidade
assegurou à Espanha, durante muito tempo, a sua posição de monopólio como
exportador de lãs finíssimas.
Aspectos económicos
Para comprovar a melhoria experimentada, basta dizer que o peso médio dos velos
dos animais de hoje sobe correntemente a 4 – 5 Kg enquanto que nos tipos primitivos
não passava de 1 – 2 Kg.
- Austrália;
- Rússia;
- Nova Zelândia;
- Argentina;
- África do Sul;
- Estados Unidos da América;
- Uruguai;
- Reino Unido;
- Brasil;
- Chile.
Lãs de Portugal:
Os ovinos estão espalhados por todo o Mundo. São muitas as raças que existem.
Em Portugal também existem alguns tipos de ovinos:
Lãs da Austrália:
- lãs cruzadas;
- Lãs brancas e muito lustrosas;
- Importante exportador de lãs de peles.
Lãs de peles:
As lãs são tiradas das peles dos animais depois de serem abatidos. As lãs obtidas
por este processo apresentam propriedades diferentes das lãs dos velos o que as
torna de inferior qualidade.
4.5.1.5- O velo e suas principais características
Nos ovinos de certas raças, o velo cobre o corpo desde o focinho até às unhas, ao
contrário do que acontece com os de outras raças que não têm lã na barriga, na
cabeça e noutras regiões do corpo.
Nos vários países produtores, a classificação dos velos pode ser feita pelo próprio
produtor ou pelo agente de vendas.
Como a lã das diferentes partes do velo não tem toda o mesmo valor, é costume
fazer-se, nas fábricas, a seguinte separação que corresponde às regiões do corpo do
ovino:
1º - Lã da espádua;
2º - Lã dos costados, flancos e braços;
3º - Lã do dorso e barrigas;
4º - Lã da cernelha, pescoço e coxas;
5º - Lã das abas da barriga, da cabeça, da barbela, dos cabos e do rabo.
Se uma arroba (15 quilos) de lã em sujo der em lavado sete quilos e meio,
perdeu metade do peso, e portanto teve de rendimento a outra metade, ou
seja, os outros sete quilos e meio.
A quebra de peso que a lã tem na passagem de sujo para lavado não é
sempre a mesma. Essa quebra é tanto maior quanto mais suarda, terra, pó,
areia, esterco, palhas, cardos, água e outras impurezas tiver a lã.
Tosquia da lã
A época do ano em que tem lugar a tosquia varia com as condições climatéricas, pois
não convém descobrir o animal cedo de mais nem deixá-lo suportar o calor com o
peso do velo. Em Portugal, decorre nos meses de Abril e Maio, estendendo-se para
mais tarde, princípios de Junho, nas Beiras e Terra Fria (Trás-os-Montes).
Tira-se numa só peça o velo e seguidamente tiram-se todas as outras partes que não
devem ficar junto do velo, ou seja: a cabeça, a barriga, a cauda e madeixas
queimadas pela urina.
A lã é a fibra animal que constitui a cobertura protectora externa dos ovinos. Assim, a
lã ajuda a conservar a temperatura do corpo e, juntamente com o ar que está entre as
suas fibras não deixa arrefecer a pele.
Do lado de dentro, a haste é oca e percorrida pelo canal medular, que pode estar
cheio de ar ou de uma substância de cor escura que se chama medula.
A fibra de lã é envolvida por uma substância chamada suarda, que lhe dá macieza e
a protege contra a chuva, o vento, a terra e o atrito.
Na pele, onde cresce a fibra da lã, há uns pequenos buracos chamados poros por
onde saem o sugo ou suor, produzido pelas glândulas sudoríferas, e a gordura da
lã, produzida pelas glândulas sebáceas.
Morfologia:
a)- Cutícula
b)- Cortex
c)- Medula
A cutícula protege a fibra dos agentes exteriores e a sua parte externa ou epicutícula
é muito resistente ao ataque químico.
A medula é um canal central que se apresenta em certos tipos de lãs e está formada
por células medulares de diferente natureza que as do cortex, apresentando-se em
geral em lãs médias ou grossas.
A presença das fibras meduladas numa lã cria problemas de tingimento.
Composição Química
A fibra de lã está composta por queratina que é uma proteína rica em enxofre,
elemento que não se encontra em qualquer outra fibra.
Propriedades e características da lã
- Cor
- Lustro
- Resistência
- Elasticidade
- Propriedades eléctricas
- Rigidez
- Feltragem
- Recuperação de humidade
-
Muitas destas características variam de raça para raça, de animal para animal dentro
da mesma raça, e no mesmo animal variam com a zona do velo.
Finura
Comprimento
Para uma lã em rama é sempre muito difícil achar o seu verdadeiro comprimento.
É costume classificar as lãs, em lãs para carda quando o seu comprimento vai até
cerca de 4 cm, e lãs para penteação quando o seu comprimento está compreendido
entre 4 e 60 cm.
Cor e brilho
A cor da fibra de lã pode variar do branco quase puro até ao amarelo, mas o mais
frequente é que se apresente num tom marfim após a sua limpeza.
Antes do seu processo industrial, algumas lãs devem branquear-se por processos
químicos enquanto outras primitivamente brancas ou quase brancas, devido a
alterações sofridas durante a armazenagem ou processo de fabricação, requerem o
branqueamento no decurso do processo de fabrico.
Poderemos dizer que as lãs finas e muito frisadas serão pouco brilhantes enquanto
que as grossas pouco frisadas e com escamas aplanadas serão muito mais
brilhantes.
Carácter Anfotérico da lã
Frisado (ondulação)
As fibras de lã apresentam uma certa ondulação natural que varia com as raças do
animal, com o habitat, etc...
A qualidade de uma lã está relacionada com a respectiva ondulação. Em geral, as lãs
mais finas são as mais onduladas.
Resistência à rotura
A fibra de lã possui uma resistência não muito elevada. Contudo é suficiente para as
aplicações a que se destina compensando este valor não muito elevado com uma
preciosa propriedade que é a sua elasticidade.
Elasticidade
Feltragem
A Feltragem é uma característica típica e única da lã, visto que só esta fibra a possui
naturalmente. A feltragem é uma forma de encolhimento irreversível, isto é, que não
pode ser recuperado por esticamento. Os tecidos ou malhas perdem comprimento e
largura mas ganham espessura. Também a aparência superficial dos tecidos e
malhas é modificada, tornando-se incaracterística, isto é, o ponto ou estrutura deixa
de se notar.
Feltragem/Batanagem:
Para obter o emaranhamento é necessário calor, o qual se produz por fricção entre o
tecido e os órgãos da máquina ou então, se necessário, pode aquecer-se com vapor
indirecto. A temperatura óptima para a feltragem é de 40 a 45ºC e a humidade do
tecido deve situar-se entre 80 a 100% relativamente à massa seca do material.
A velocidade de batanagem pode ser alterada por um excesso ou defeito de
humidade podendo, contudo, dar lugar a defeitos. A compressão exerce a sua
influência, pois que quanto mais elevada maior será a velocidade de batanagem.
Recuperação de humidade
Propriedades eléctricas
Condutividade térmica
A lã ao absorver humidade liberta calor. Assim, quando uma pessoa veste um artigo
de lã, ao passar de um ambiente quente e seco para outro frio e húmido, o calor
libertado pela lã impede uma transição brusca.
Por outro lado, os artigos de lã não aderem ao corpo, como as outras fibras
humedecidas pela transpiração.
São estas qualidades e outras que fazem com que a lã seja considerada de alta
qualidade como artigo de vestuário.
A Seda
Introdução histórica
A seda é uma fibra natural contínua produzida pelo bicho da seda (Bombix Mori) e
que pelas suas propriedades, tais como o brilho, a leveza, a macieza, é desde
tempos remotos tida em grande estima e considerada como uma fibra de luxo, sendo
o seu custo muito elevado.
O início do seu cultivo e aproveitamento para fins têxteis deu-se na China e está
rodeado de um clima lendário. Conta-se que há cerca de 4700 anos a imperatriz da
China SI-LUNG-SCHI passeava no campo com a sua corte quando notou os “frutos
brancos” da amoreira. Eram os casulos de um insecto, o bicho-da-seda! A lenda
conta ainda que foi ela a primeira pessoa a pensar num processo de desenrolar os
fios que formavam os casulos e aproveitá-los para a tecelagem de tecidos muito
finos.
Durante alguns séculos, a China deteve o segredo da produção da seda e
consequentemente o monopólio da comercialização dos tecidos de seda que
chegavam ao ocidente por intermédio de mercadores que faziam a chamada “Estrada
da Seda”, através do norte da Índia, da Ásia Menor, indo até Bizâncio e Roma, onde a
seda chegava “mais cara do que o ouro”.
Por isso, no ano 550 depois de Cristo, o imperador Justiniano enviou espiões (dois
monges) para estudar o cultivo da seda. Foram eles que trouxeram para a Europa,
escondidos no interior dos seus bordões de bambu, alguns ovos do bicho da seda.
Na Idade Média, a planície do Pó em Itália e a Provença tornaram-se os melhores
produtores de seda. Actualmente o maior produtor mundial é o Japão.
Tipos de sedas:
Existem vários tipos de seda dos quais o Bombix Mori produz a qualidade mais
valiosa. Outros insectos como o ANTHERAEA MYLITA (da Índia) e a ANTHERAEA
PERNI (da China) produzem a chamada seda selvagem ou TUSSUR (ou TUSSAH).
Estes insectos alimentam-se de folhas de carvalho.
A Sericultura
Antes destas operações, os casulos são seleccionados por qualidade (cor e tamanho)
distinguindo-se geralmente 3 qualidades: Organzine (a qualidade mais alta) ; Trama e
a qualidade mais baixa (casulos imperfeitos e perfurados), cuja seda é usada para fiar
no sistema descontínuo: “seda shappe”.
O bicho da seda segrega o filamento da seda através de duas fieiras colocadas dos
lados da cabeça, que dão saída à secreção das glândulas colocadas ao longo de
cada lado do corpo. Na larva adulta uma parte considerável do corpo é ocupado por
estas glândulas que se enchem de um líquido viscoso. Um canal liga cada glândula à
sua fieira. Cada larva produz dois filamentos a par que se unem por uma substância
gomosa: a sericina. Os filamentos são compostos de fibroina. As glândulas
chamadas de Filippi (cujos canais se juntam ao canal principal antes das fieiras) são
provavelmente as produtoras de sericina ou de um seu componente.
Pensa-se que a coagulação e solidificação do filamento logo após a fiagem é devida
à presença de um enzima, embora tal teoria não tenha ainda sido provada. Um meio
ácido, o calor e a acção mecânica provocam a solidificação das secreções
glandulares da larva.
Solventes:
A seda é solúvel em frio em ácidos minerais concentrados. Uma solução fria de ácido
clorídrico pode ser usada para dissolver a seda quando em mistura íntima com a lã,
podendo assim determinar-se a composição quantitativa percentual dessa mistura. (O
ácido clorídrico não dissolve a lã). As bases, a frio, não causam degradação na seda
se o contacto for rápido e seguido de despedimento (lavagem em água corrente). Por
isso, as misturas de seda com algodão podem ser mercerizadas, obtendo-se no fio
um efeito frisado pelo encolhimento do algodão. Mas à fervura a seda dissolve-se
rapidamente em alcalis (em soda cáustica, por exemplo) mesmo em soluções fracas.
Recuperação de humidade:
A seda é bastante higroscópica e tem capacidade de absorver até 30% do seu peso
em água e reter cerca de 12%.
Qualidades da seda:
Aplicações da seda:
Os filamentos de seda são utilizados para fios de todas as grossuras, fios para
costura e fios para bordar.
A seda é utilizada para vários tipos de tecidos: roupa interior homem/senhora, robes,
impermeáveis, blusões, etc.
Pêlos de animais
Pêlos de cabra.
Aplicações: Veludos para mobiliário, tecidos de imitação de peles, fios para tricot.
b)- Caxemira
A cabra caxemira provém do Vale de Caxemira na Índia.
O velo é constituído por pêlos longos.
As fibras são finas, sedosas, brilhantes e elásticas.
A cor varia do branco ao cinzento (claro e escuro).
Na Primavera, o animal é penteado e os pêlos ficam no pente; as impurezas são
retiradas com água e sabão. A cabra caxemira pode fornecer uma média de 100/150
g de pêlos por ano.
Pêlos de Camelo
Aplicações: na mistura com a lã, para tecidos grosseiros; artigos de fantasia e artigos
de desportos de Inverno.
Alpaca
A Alpaca é um animal doméstico que vive na América do Sul. O Pêlo é macio, fino,
com um comprimento na ordem dos 15/20 cm. A cor pode variar do preto, cinzento,
castanho, avermelhado e até branco. A Alpaca fornece 2 a 3 Kg de pêlo por ano.
Lama
O lama vive na América do Sul nas montanhas com elevada altitude. O pêlo tem um
comprimento de 9/10 cm, com um toque do tipo lã, grosseiro, muito quente e
resistente. A cor varia do preto, castanho e branco. O Lama fornece uma média de 2
kg de pêlo por ano.
Guanaco
Vicunha
Aplicações: Tapeçarias.
Coelho
Certos coelhos, chamados angora, têm um pêlo que é utilizado na indústria têxtil,
principalmente na mistura com a lã.
O pêlo é retirado do coelho de dois em dois meses.
Aplicações: Fios para malhas, principalmente para ser trabalhado manualmente (uso
doméstico).
O Algodão
Introdução histórica
O algodão é usado como fibra têxtil há mais de 7000 anos, podendo dizer-se que está
ligado à origem mais remota do vestuário e à evolução da produção de artigos têxteis.
A Cultura do algodão
A colheita do algodão deve fazer-se logo após a abertura das cápsulas, pois se o
algodão estiver durante muito tempo exposto à luz, à chuva ou outros agentes
atmosféricos, começa a degradar-se e adquire uma coloração indesejável.
Na colheita, pode utilizar-se dois processos, o manual ou o mecânico. O processo
mecânico é menos aconselhável por conduzir a lotes de pior qualidade, pois são
apanhados juntamente as folhas e ramos e outras impurezas.
A seguir à colheita, faz-se o descaroçamento, que tem por objectivo separar as fibras
das cápsulas e é feito normalmente por máquinas descaroçadeiras.
Celulose............................................................ 85.5%
Óleos e ceras.................................................. 0.5%
Proteínas, pectoses e matéria corante........... 5.0%
Minerais........................................................... 1.0%
Água.................................................................. 8.0%
O Linho
Introdução histórica
O linho é uma fibra celulósica multicelular que provém do caule da planta LINHO
(LINUM USITATISSIMUM) e que se semeia e cultiva anualmente desde tempos pré-
históricos. As notícias mais antigas que dele se têm provêm das regiões do Cáucaso
e do Mar Morto onde era cultivado em regiões pantanosas, já que a planta necessita
de muita água para se desenvolver. 2500 Antes de Cristo o linho era cultivado no
Egipto, e no Livro de Moisés refere-se a perda de uma colheita de linho como uma
“praga” ou desgraça, tal a sua importância na vida das populações.
Actualmente o cultivo do linho está em declínio mas ainda é significativo na União
Soviética, na Irlanda, na Holanda e na Bélgica onde se cultiva uma variedade muito
fina: o linho COURTRAIT.
Em Portugal o linho teve grande importância na vida, na cultura e na economia da
região norte do país, principalmente em Ribeira-Lima, Canaveses e Moncorvo, na
época dos descobrimentos e posteriormente, após a restauração em 1640, na
reconstrução da economia e no equipamento dos navios em cordame e velas para as
grandes viagens atlânticas e da colonização do Brasil.
Entre nós, hoje em dia, o linho está reduzido a uma escassa produção artesanal, com
métodos totalmente manuais e arcaicos.
Propriedades e características
As fibras do linho têm um comprimento que vai de 2cm a 12cm e um diâmetro muito
variável na ordem dos 25 a 35 micra.
A resistência à tracção das fibras é superior à do algodão: 6.5g/Denier para o linho; 3
a 5g/Denier para o algodão. A composição química é muito semelhante à do algodão
mas tem uma maior percentagem de impurezas (25 a 30%) principalmente pectinas
que são difíceis de remover totalmente. A elevada percentagem de ceras torna o linho
macio e muito fácil de fiar.
O linho tem boa recuperação de humidade e é bom condutor do calor, o que faz com
que os tecidos fabricados com linho sejam muito frescos.
O linho arde rapidamente com uma chama viva é muito sensível aos ácidos mesmo
que diluídos.
Quanto à Cor, dependendo da origem, vai dum cinza claro metalizado até um branco
Quanto à sua Constituição, dependendo da distribuição dos comprimentos e finuras
das Fibras que habitualmente podem ir de 8 a 69 mm e 8 a 31 microns,
Respectivamente.
Higroscopicidade: taxa legal de 12 %
Amianto
As fibras metálicas
Os fios metálicos de ouro, prata, e cobre são utilizados desde Há muito tempo. O
metal é laminado e estas lâminas podem ser directamente utilizadas nos bordados.
Mas, geralmente esta lâmina de metal é enrolada à volta de um fio de seda, algodão,
poliamida, entre outras.
O fio obtido pode ser empregue pois este fica com o aspecto cilíndrico, com brilho e
macieza.
O fio acabado é revestido por um verniz destinado a evitar a oxidação.
Lurex: fio de alumínio oxidado (ouro, prata ou cobre) chamado lurex é actualmente o
mais utilizado. É inalterável e suporta muito bem as bases.
Aplicações: Os fios metálicos são raramente utilizados como único componente mas
sim misturados com fios de seda, rayon ou poliamida.
Os fios de ouro, prata, ou couro, são utilizados em tecidos de bordados e outros.
(Principalmente para os chamados fios fantasia).
Introdução:
As fibras artificiais são aquelas cuja substância já existe na Natureza mas não na
forma fibrosa. Há que transformar essa substância numa pasta viscosa susceptível de
passar através de fieiras. É o caso da viscose, em que a substância básica é a
celulose a qual é obtida da madeira ou dos linters do algodão (fibras muito curtas).
As fibras sintéticas são aquelas cuja substância não se encontra na Natureza. Para
produzir estas fibras a indústria tem que fabricar primeiro a sua matéria base. Parte-
se geralmente de certas substâncias como: carbono, petróleo, etc...
Vemos assim que as fibras não naturais são fabricadas a partir de um polímero-
natural ou sintético – o qual é dissolvido num solvente apropriado ou fundido. A partir
da massa líquida fabrica-se um filamento por passagem forçada do líquido através
dum conjunto de orifícios muito finos, que constituem a chamada fieira e onde se dá a
solidificação do material têxtil.
Este processo de fabrico do filamento é designado por extrusão que pode ser feita
por:
a)- Via húmida;
b)- Via seca;
c)- Fusão.
Na extrusão por via seca, a fieira está colocada numa câmara de evaporação
aquecida na qual o solvente abandona a matéria têxtil por evaporação.
c)- Fusão:
Viscose
A viscose é obtida actualmente a partir dos linters (fibras muito curtas) do algodão ou
da polpa de madeira por um processo inventado por Bevan e Cross e que
compreende as seguintes etapas:
2- Tratamento da polpa da madeira (ou dos linters) com hidróxido de sódio de modo
a obter-se a alcali-celulose;
Por outro lado, partindo dos linters do algodão (celulose mais dura), usando um
banho de coagulação menos rico em ácido e procedendo a uma sobrestiragem dos
filamentos na fase de regeneração obtém-se a viscose de alta tenacidade,
particularmente em molhado (modal).
Apresentação:
Aspecto microscópico:
Propriedades eléctricas:
Comportamento ao calor:
Comportamento à chama:
Arde rapidamente com fumos cheirando a papel queimado, sem deixar resíduo.
Aplicação:
Aplica-se na indústria têxtil quer simples quer em misturas com outras fibras.
Modal
As diversas etapas do fabrico destas fibras são as mesmas do das fibras viscose,
diferindo apenas num ou outro pormenor.
Propriedades físicas:
Propriedades químicas:
- Comportamento relativamente a:
. ácidos: análogo ao da viscose;
. oxidantes: análogo ao da viscose;
. bases: a estrutura das fibras modal confere-lhes uma elevada resistência.
Esta fibra resiste a uma concentração da lixívia de soda, a 10%,
concentração esta que é utilizada, normalmente, na mercerização do
algodão.
Acetato
Fabricação:
excesso, são eliminados e substituídos por ácido acético puro. O produto eleva-se,
então, numa cuba de acetilização, e, após bombagens, verifica-se uma paragem no
processo de transformação. A hidrólise parcial efectua-se em duas cubas verticais,
montadas em série, e o acetato secundário é, em seguida, lavado e seco.
O acetato é dissolvido na acetona aquosa, sendo o teor ideal da solução viscosa
obtida – chamada colódio de acetato- o correspondente a 25% do acetato secundário
e a 25% de água.
A dissolução efectua-se num misturador, operação esta que é feita em 12h, sendo
neste estádio que pode ser realizada a coloração da massa.
Após Ter sido deixado em repouso, o colódio é filtrado e é-lhe extraído o ar antes de
impelido para as fieiras por uma bomba volumétrica. A coagulação dos filamentos
realiza-se numa câmara de evaporação, de 4 - 6cm de altura, na continuação da
fieira, pela evaporação do diluente numa corrente de ar quente a 50 – 70ºC.
Os vapores de acetona, recolhidos à saída da coluna de evaporação, são
recuperados.
Propriedades físicas:
Propriedades químicas:
Comportamento aos ácidos: resiste aos ácidos diluídos, mas é atacado pelos
concentrados, particularmente os ácidos acético e fórmico que o dissolvem
completamente.
Triacetato
Propriedades físicas:
Propriedades químicas:
Comportamento aos ácidos: resiste muito bem aos ácidos diluídos ou fracos, sendo
degradado pelos fortes e concentrados;
Comportamento às bases: o triacetato resiste bem aos alcalis diluídos, mas as bases
concentradas e quentes hidrolisam-no;
Exemplo: lanital
Base para a sua produção: leite
As propriedades das fibras não naturais artificiais à base de proteína animal são
parecidas ás fibras naturais de origem animal (lã, seda), mas são menos resistentes e
não feltram.
Exemplo: alginato
Base para a sua produção: algas
Para extracção das alginas (substância para a fabricação destas fibras) as algas são
tratadas com carbonato de sódio.
Aplicações: O fio feito de alginato não pode ser empregue sozinho, mas possui a
propriedade de se dissolver numa solução ácida fraca ou mesmo em água quente.
Esta propriedade foi aproveitada para preparar os fios mistos e fabricar estofos de lã
muito finos. O fio de lã, muito fino pode ser tecido e retorcido com um fio de alginato
que lhe confere resistência durante a tecelagem. Depois da tecelagem a fibra de
alginato é dissolvida, libertando a fibra de lã e obtém-se deste modo véus de tecido
muito finos.
Propriedades:
Aplicações:
Fibras sintéticas
Introdução
Utiliza-se o termo polímero para descrever uma molécula muito grande constituída
por unidades moleculares que se repetem. Tais unidades chamam-se monómeros e
a reacção em que eles se unem entre si chama-se polimerização.
Um melhor conhecimento das reacções de polimerização e uma maior complexidade
das técnicas empregues tornaram possível a fabricação de polímeros com
propriedades físicas de grande interesse.
Os polímeros podem ser classificados de acordo com o mecanismo das reacções que
se processam na sua obtenção:
As poliamidas são formadas por polímeros cujo grupo repetitivo é a unidade funcional
– CONH-. Obtém-se por reacção entre uma diamina e um ácido dicarboxílico ou por
autocondensação de um aminoácido ou um dos seus derivados.
Poliamida 6.6:
Também podem surgir certos compostos de baixo peso molecular, formados durante
a polimerização denominados oligómeros.
Poliamida 6 :
Apresentação:
Tenacidade: 40 a 85 g/tex.
Aplicações: sob a forma de fibras cortadas o nylon tem sido usado, em misturas com
outras fibras como a lã e as acrílicas, conferindo uma maior resistência aos artigos
assim produzidos. É usado também em fios grossos para alcatifas.
Poliamida 11:
Apresentação:
Tenacidade: 40 a 63 g/tex.
Densidade: 1.38
Aplicações: O poliester é das fibras não naturais a mais utilizada quer em fibra
cortada quer em filamento contínuo, devido às suas excelentes qualidades de
apresentação, durabilidade e facilidade de tratamento doméstico. Podemos citar
como exemplo a sua grande utilização em tecido para calças de homem em mistura
íntima com a lã.
As fibras PAN puras são estritamente reservadas a fins industriais, não se aplicando
no fabrico de artigos de vestuário, por terem uma afinidade tintorial muito baixa.
Apresentação:
Tenacidade : 18 a 32 g/tex.
Densidade: 1.19
Clorofibra
Propriedades físicas:
Propriedades químicas:
Fibras Elastoméricas
Estas fibras elásticas não naturais são geralmente conhecidas pelo nome de
“Spandex” e são poliuretanos. Este termo refere-se à estrutura química das fibras,
enquanto o termo elastomérico se refere às suas características elásticas.
“Spandex” foi o termo geral adoptado pela Comissão federal dos nomes comerciais
(Estados Unidos), para designar as fibras elastoméricas nos Estados Unidos e no
Canadá. Nos restantes países do Mundo “Spandex” é mais conhecido por “Elastano”.
O processo para a produção de fibras Spandex (ou elastano) tem três fases,
necessárias para a obtenção de poliuretanos segmentados. Esta estrutura imita a da
borracha natural. De facto, o objectivo é obter uma molécula de polímero na qual
longos segmentos são ligados por grupos polares. Estes grupos são responsáveis por
forças consideráveis entre as moléculas, agindo como ligações cruzadas. Estas são
separadas por segmentos de matéria não polar.
A fiação é feita em fusão, em solução ou por reacção (com a ajuda de um reagente
químico). O método de fiação depende da estrutura química da fibra.
Aspecto microscópico
Propriedades físicas
Propriedades mecânicas:
Propriedades Térmicas:
Propriedades químicas
ANEXO 1
Mouflon
Cabra
Bibliografia: