Livro - Desenho Urbano
Livro - Desenho Urbano
Livro - Desenho Urbano
Organizadoras
Geise Brizotti Pasquotto
Érica Lemos Gulinelli
DESENHO URBANO
1ª Edição
ANAP
Tupã/SP
2019
2
EDITORA ANAP
Associação Amigos da Natureza da Alta Paulista
Pessoa de Direito Privado Sem Fins Lucrativos, fundada em 14 de setembro de 2003.
Rua Bolívia, nº 88, Jardim América, Cidade de Tupã, São Paulo. CEP 17.605-310.
Contato: (14) 99808-5947 e 99102-2522
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Ficha Catalográfica
CDD: 710
CDU: 710/49
CONSELHO DE EDITORIAL
ORGANIZADORAS DA OBRA
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 09
Capítulo 1
PROJETO URBANO COMO ARQUITETURA, PAISAGISMO E 13
POLÍTICA PÚBLICA
Adilson Costa Macedo
Capítulo 2
RETROFIT URBANO: ALTERNATIVAS PARA O ENFRENTAMENTO 29
DOS PROBLEMAS URBANOS NO CONTEXTO BRASILEIRO
Giselle Chalub Martins; Letícia Pacheco dos Passos Claro
Capítulo 3
CIDADE DE LIMIAR: NOTAS TEÓRICO-METODOLÓGICAS ACERCA 43
DOS ARRABALDES METROPOLITANOS BRASILEIROS
José Vandério Cirqueira
Capítulo 4
HABITAÇÃO SOCIAL EM CUIABÁ-MT: A INFLUÊNCIA DA 59
PRODUÇÃO HABITACIONAL NA EXPANSÃO URBANA DO
MUNICÍPIO
Douglas Q. Brandão; Louise Logsdon; Douglas L. L. Gallo
Capítulo 5
A PROBLEMÁTICA DA URBANIZAÇÃO NA REGIÃO AMAZÔNICA: 87
BAIRRO DA CORRENTEZA EM MANACAPURU
Célia Regina M. Meirelles; Maria do Perpétuo Socorro Rodrigues
Chaves; Gilda Collet Bruna; Jair Antônio Oliveira Junior; Flavio
Marcondes; Lucas Fehr; Silvio Stefanini Sant'Anna; Antônia Lúcia
Silva de Almeida
8
Capítulo 6
PROCESSO DE URBANIZAÇÃO, MEIO AMBIENTE E CONTROLE DE 109
ENCHENTES EM BLUMENAU, SC, BRASIL
Roberto Righi; Raphael Franco do Amaral Tafner
Capítulo 7
A QUALIDADE DOS ESPAÇOS PÚBLICOS URBANOS NO BAIRRO DE 133
SANTO AMARO, A PARTIR DO EIXO METROVIÁRIO
Luciana Monzillo de Oliveira; Maria Augusta Justi Pisani; Erika
Ciconelli de Figueiredo
Capítulo 8
ESPAÇOS PÚBLICOS DE PROPRIEDADE PRIVADA: OS POPS DE 155
SEATTLE
Luciana Monzillo de Oliveira; Maria Augusta Justi Pisani
Capítulo 9
A PROBLEMÁTICA DA URBANIZAÇÃO NA REGIÃO AMAZÔNICA: 171
ESTUDO DE TIPOS DE TECIDO URBANO NO DISTRITO DA
MOOCA, SP
Adilson Costa Macedo; Maria Isabel Imbronito
Desenho Urbano - 9
APRESENTAÇÃO
1
BARNETT, J. An introduction to urban design. Nova Iorque: Harper & Row Publishers, 1982.
2
SHIRVANI, H. The urban design process. Nova Iorque: van Nostrand Heinhold, 1985.
3
DEL RIO, V. Introdução ao desenho urbano no processo de planejamento. São Paulo: Pini, 1990.
10
4
NOBRE, E. A. C. Towards a better approach to urban regeneration. Dissertação
(mestrado) – Joint Centre for Urban Design, Oxford Brookes University, Oxford, 1994.
Desenho Urbano - 11
Boa leitura!
12
Desenho Urbano - 13
Capítulo 1
1 PRELIMINARES
5
Arquiteto Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Master in
Urban Design GSD Harvard University. Doutor e professor FAUUSP. Professor da Universidade
São Judas Tadeu / São Paulo, BR. E-mail: ac.macedo@terra.com.br
14
2 O ARQUITETO-ESPECIALISTA E O ARQUITETO-DESENHADOR
6
O termo arquiteto-desenhador, cunhado pela arquiteta-professora Maria Isabel Imbronito,
parceira de pesquisa, significa: aquele que se responsabiliza pela forma dos espaços em
arquitetura e projeto urbano.
16
7
No texto referência se faz ao arquiteto para se utilizar o singular. Na realidade, é comum haver
mais de um profissional ou eventualmente trocas durante o tempo do projeto.
20
apropriarem dos espaços, e isto vai dar o tom favorável ou não para o espaço
ser qualificado como um lugar (MONTANER, 2007).
No plano intelectual, a tendência internacional é de qualificar o
urbanismo, utilizando termos sugestivos conforme o contexto cultural do
crítico. Para o arquiteto desenhador, no âmbito do projeto urbano, o
qualificativo atribuído ao urbanismo se estende também para ele, à medida
que mesmo reconhecida a interdisciplinaridade permanece a condição de
autoria, remanescente da arquitetura de edificações isoladas e da história da
arte (ARGAN, 2001).
O projeto urbano bem feito levando em conta as partes e o todo é o
motor das transformações da cidade no tempo, entendendo-se que cada
cidade cresce segundo suas próprias regras. É fato inerente ao processo de
crescimento físico da cidade a transformação da estrutura física existente e a
introdução de elementos urbanos novos como resposta a necessidades e
desejos da sociedade. Desenhado com rigor, a forma que responda bem ao
crescimento deverá seguir de modo orgânico integrando as expansões sem
perder o sentido de totalidade do espaço construído.
É da natureza do arquiteto-desenhador (equipes interdisciplinares)
propor projetos que resultem de uma teoria do pensar a cidade. Neste
sentido, Christopher Alexander, no livro Uma nova teoria do projeto urbano
coloca o sentido de totalidade como o principal atributo para a boa
transformação da cidade:
8
Distrito especial, special district, como conceito foi definido primeiramente para a cidade de
Nova York, USA, através dos trabalhos de Jonathan Barnnet.
24
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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University Press, 1975.
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interdisciplinar da cidade contemporânea. Tupã: ANAP, 2016.
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ROSSI, A. Arquitectura da cidade (1966). São Paulo: Martins Fontes, 2001.
STRICKLAND, R. Post urbanism & ReUrbanism. New York: Michigan University, 2004. (Michigan
Debates on Urbanism, v. III).
28
Desenho Urbano - 29
Capítulo 2
1 INTRODUÇÃO
9
Arquiteta e urbanista, doutora em Architecture and Building Science – University of Strathclyde,
professora adjunta da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU/UnB). E-mail:
giselle.martins@gmail.com
10 Arquiteta e urbanista, mestre em Desenvolvimento, Sociedade e Cooperação Internacional
que há entre as elites dominantes e as classes mais pobres que, em geral, são
fruto de um processo de escravidão que se revela até os dias atuais.
Maricato (2001) vai ao encontro dessa afirmativa ao avaliar a
construção social extremamente desigual da população brasileira em paralelo
com o processo de urbanização. Segundo a autora, o planejamento urbano –
e o desenvolvimento das cidades brasileiras – é extremamente desigual,
valorizando a cidade legal (MARICATO, 2001, p. 39):
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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SCHIFFER, S. R. (Orgs.). O processo de urbanização no Brasil. 2. ed. São Paulo: EDUSP, 2015.
339 p.
42
YOUNG, I. M. City life as a normative ideal. In: MEAHER, S. M. (Org.). Philosophy and the city:
classic to contemporary writings. New York: 2008. 308 p.
Desenho Urbano - 43
Capítulo 3
1 INTRODUÇÃO
11 Grande parte das reflexões contidas neste capítulo são oriundas de trabalho publicado no
periódico acadêmico Revista Formação, do Programa de Pós-Graduação em Geografia, da
Universidade Estadual Paulista (UNESP), Faculdade de Ciências e Tecnologia, Campus de
Presidente Prudente, referente ao v. 1, n. 21, de 2014.
12 Doutor, professor do curso de geografia do IFB. E-mail: jose.vanderio@ifb.edu.br
44
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
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Madrid: Madre Tierra; Nossa y Jara Editores, 1999.
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DAVIS, M. Cidade de quartzo – escavando o futuro em Los Angeles. São Paulo: Scritta, 1993.
Desenho Urbano - 57
Capítulo 4
Douglas Q. Brandão13
Louise Logsdon 14
Douglas L. L. Gallo15
1_INTRODUÇÃO
13 Engenheiro civil, doutor, docente da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT). E-mail:
dbrandao@ufmt.br.
14 Arquiteta e urbanista, mestre, docente do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) e
16 GOULART REIS FILHO, N. Evolução urbana do Brasil. São Paulo: Pioneira, 1968.
Desenho Urbano - 61
Figura 1: Plano da malha urbana de Cuiabá, datado de 1777 (a) e Trecho da planta de Cuiabá
que mostra a consolidação da região do Porto, datada de 1892 (b)
Figura 2: Avenida Getúlio Vargas (a) e Avenida Treze de Junho (b), na década de 1940.
(a) (b)
Fonte: Acervo UFMT.
Desenho Urbano - 63
Figura 3: Mapa do crescimento de Cuiabá entre meados do século XVIII e meados do século XIX.
17
Com todo o incentivo de ocupação do interior do país, a população de Cuiabá, que era de 20
mil habitantes em 1920, chegou a 50 mil nos anos 1950. A partir da década de 1970, então, o
incremento populacional foi exorbitante: passou de 100.680 habitantes para 211.600, em 1980;
para 434.602 habitantes em 1990; e, finalmente, para 506.166 em 2004 (AQUINO, 2009).
Desenho Urbano - 67
19Lei 1.346, de 12 de março de 1974; Lei 1.537, de 25 de abril de 1978; Lei 1.601, de 12 de março
de 1979, e Lei 2.023, de 9 de novembro de 1982.
Desenho Urbano - 69
Figura 5: Mapa atual de Cuiabá, com demarcação de pontos que impulsionaram sua
expansão horizontal
Cabe ressaltar que a grande maioria dos Conjuntos deste período são
imensos, alguns com milhares de unidades: o Coophamil foi lançado com
1.497 casas; o Coophas com 1.945; o Tijucal com 3.910; e o CPA II, III e IV, com
respectivamente 2.654, 4.600 e 3.832 casas. Foram pequenas cidades
construídas dentro da cidade, todas distantes do centro, e que criaram uma
alta demanda por infraestrutura urbana (BIANCARDINI FILHO, 2014).
A produção habitacional do BNH e suas COHABs, apesar de expressiva
em número de unidades, sofre uma avaliação negativa quase que consensual
no meio acadêmico e na própria opinião pública. Em comparação à produção
dos IAPs, as tipologias utilizadas pelo BNH foram sensivelmente
empobrecidas. A inovação e a diversidade foram inibidas e a procura pela
viabilização de uma produção massiva, ao lado do desinteresse e das
dificuldades de introduzir métodos mais industrializados de produção, gerou
uma tendência de desprezar projetos mais sofisticados que criassem
quaisquer dificuldades construtivas (BONDUKI, 2014).
As tipologias do bloco tipo “H” (que garante melhor relação entre área
útil e área de circulação vertical) e da casa isolada ou geminada, com telhado
de duas águas, foram repetidas como um carimbo por todo o país. A
qualidade dos materiais, a durabilidade da construção e a manutenção dos
edifícios não eram preocupações do agente promotor. O projeto urbanístico
preocupava-se em dar o máximo de aproveitamento às glebas, com espaços
livres muito reduzidos, muitas vezes limitados a áreas residuais sem utilização
(BONDUKI, 2014).
Bolaffi (1979) comenta que, ao transferir à iniciativa privada todas as
decisões sobre a localização e a construção das habitações que financiava, o
BNH utilizava, em seus conjuntos, terrenos inadequados e mal localizados,
prosseguia na execução de construções de baixa qualidade e concluía com a
venda da casa a pessoas que não podiam pagá-las.
Em Cuiabá, os conjuntos habitacionais construídos pela COHAB-MT
possuíam casas térreas isoladas no lote, com 15 a 60 m2 de área construída e
plantas convencionais – um, dois ou três quartos, sala, cozinha, banheiro e
área de serviço – organizadas em cômodos mínimos (Figura 8). As casas eram
impessoais e os conjuntos, além de periféricos, eram monótonos e
desprovidos de identidade (CASTOR, 2007). Em grande parte desses
72
Figura 8: Plantas das casas do CPA 1 (a) e do Grande Terceiro (b), construídas pela COHAB-MT.
Cada conjunto possui um número de casas que varia entre 100 e 500
unidades, com exceção do Jardim Industriário 2ª Etapa, que foi lançado com
993 unidades. Dos 31 Conjuntos, 15 possuíam menos de 200 unidades, o que
propiciou, em especial nos primeiros anos de atuação do PAR, maior
ocupação de vazios da malha urbana de Cuiabá. Os conjuntos eram entregues
com rede de água, de esgoto, energia e drenagem e pavimentação. Já as casas
foram construídas com padrão baixo, com áreas entre 45 e 50 m², compostas
por sala, cozinha, banheiro, dois quartos e área de serviço externa ou interna
(BIANCARDINI FILHO, 2014; BARCELOS, 2011).
Sobre as soluções arquitetônicas encontradas nesse período, de
maneira geral, Palermo (2009) menciona a redução das áreas praticadas pelo
BNH, que por vezes inviabilizava o uso de cômodos como a cozinha e os
dormitórios. A cozinha, que muitas vezes era integrada à sala, teve seu espaço
reduzido, justamente quando se aumentava o acesso aos eletrodomésticos
modernos. Portanto, para Palermo (2009), entre a atuação dos IAPs e do PAR
houve um processo paulatino de redução dimensional dos espaços
domésticos, à medida que as soluções passam a buscar a redução
indiscriminada nos custos, o que causou um comprometimento da qualidade
do projeto. A Figura 12 ilustra um dos conjuntos lançados em Cuiabá pelo
PAR, o Residencial Salvador Costa Marques, onde pode-se notar a limitação
dos espaços da moradia e a repetição “carimbada” das unidades dentro do
Conjunto.
Figura 12: Planta baixa (a) e Foto (b) das casas do Residencial Salvador Costa Marques, logo
após sua construção
(b)
(a)
Fonte: Barcelos (2011) e O Documento apud Logsdon (2012).
Desenho Urbano - 77
Figura 14: Imagens do Residencial Alice Novack (a) e do Residencial Nova Canaã (b), situados na
cidade de Cuiabá, ainda antes da sua entrega, em 2011.
(a) (b)
Fonte: Os autores, 2011.
80
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS
incentivo às vilas operárias, passando pela criação dos IAPs e de seus grandes
conjuntos até chegar à criação do BNH, quando se estruturou a primeira
política nacional de habitação. Durante sua vigência, no entanto, o país
passou por grave crise financeira, marcada por altíssima inflação e elevados
índices de desemprego, o que limitou as possibilidades posteriores de
produção de moradia.
Os anos seguintes foram marcados por um período de estagnação,
com uma produção habitacional pequena, ao passo que a população
empobrecia. Como resultado, os assentamentos precários passaram a crescer
exponencialmente. A produção desse período, no entanto, foi importante
para que os municípios experimentassem novas possibilidades, trabalhando
de forma descentralizada, recorrendo a fundos alternativos e a soluções
tecnológicas inovadoras para a construção de moradias populares.
Anos depois, com a reestruturação econômica e com a força dos
movimentos sociais, formaram-se condições favoráveis para um ciclo que foi
marcado por grandes conquistas urbanas – como a aprovação do Estatuto da
Cidade e a criação do Ministério das Cidades – e por uma produção muito
expressiva em número de unidades construídas pelo PMCMV.
Em todos esses períodos – talvez com exceção apenas ao período de
atuação dos IAPs – a cidade de Cuiabá, sendo capital de Estado, esteve
incluída nas políticas públicas nacionais de habitação, as quais muito
influenciaram no seu crescimento e nas características do seu traçado
urbano, a despeito dos vieses aqui apresentados. Dessa forma, o trabalho
buscou analisar como a questão habitacional de Cuiabá se inseria no contexto
histórico nacional e de que forma a produção de moradias sociais relacionou-
se à expansão e à produção da cidade.
Viu-se que os fluxos migratórios foram responsáveis por um aumento
populacional exorbitante, o que intensificou em Cuiabá a demanda por
moradia. Viu-se também que os primeiros conjuntos habitacionais da cidade,
localizando-se em regiões periféricas, impulsionaram a sua expansão
horizontal. Tal expansão tomou proporções altíssimas ao longo dos anos, o
perímetro urbano foi ampliado inúmeras vezes e, ainda hoje, a malha urbana
de Cuiabá possui um desenho espalhado e muito pouco adensado, trazendo
uma série de consequências negativas para a cidade, como o alto custo dos
serviços públicos, a segregação de parcelas significativas da população, e
Desenho Urbano - 83
REFERÊNCIAS
Capítulo 5
1 INTRODUÇÃO
20
Professora doutora responsável pela coordenação da pesquisa.
21
Professora doutora líder do grupo – Interação da Universidade Federal do Amazonas.
22 Professora doutora participante da pesquisa e professora da pós-graduação stricto sensu.
gente de todas as beiradas de rio e igarapés, mas não teve força para
ampliar ou multiplicar mercados de trabalho. Daí ter surgido uma nova
pobreza, responsável por subnutrição, bairros carentes, favelas e
dramas pessoais e familiares inenarráveis.
2 ESTUDO DE CASO
Fonte: Dos autores com base no SIPAM, ANA e Google Earth (2019)
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
30982006000100004&script=sci_abstract&tlng=pt. Acesso em: 8 ago. 2018.
106
AGRADECIMENTOS
Capítulo 6
Roberto Righi28
Raphael Franco do Amaral Tafner29
1 INTRODUÇÃO
28
Arquiteto e urbanista, doutor, professor titular da Universidade Presbiteriana Mackenzie. E-
mail: roberto.righi@mackenzie.br
29 Arquiteto e urbanista, mestrando na Universidade Presbiteriana Mackenzie. E-mail:
raphael@rfat.com.br
110
Figura 1: Situação geográfica da Bacia do Itajaí, localizada em SC, Brasil. No mapa estão as três
macrorregiões hidrográficas e divisão das bacias do Estado catarinense
Figura 2: Mapa da colônia de Blumenau com a divisão dos lotes ao longo do Itajaí,
datado de 1864
Art. 22 Para os fins desta lei ficam estabelecidos, para a área urbana
de Blumenau, três diferentes intervalos de cotas para ocupação por
edificações, a saber: I – Abaixo da cota 10 (dez): apenas para
equipamento de recreação ou cultural a céu aberto, ou para
dependências desse equipamento. (SANTA CATARINA – Lei
2.242/1977).
118
desenho original foi editado no jornal Der Urwaldsbote na edição 12 de 15 de agosto 1930 com
legenda mais recente de Cassio Eskelsen e comentários de Rolf Oldebrecht
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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n-2242-1977-institui-o-codigo-de-zoneamento-e-de-uso-do-solo-no-municipio-de-
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http://www.aguas.sc.gov.br/jsmallfib_top/DHRI/bacias_hidrograficas/bacias_hidrograficas
_sc.pdf. Acesso em: 19 fev. 2019.
132
Capítulo 7
1 INTRODUÇÃO
30
Doutora, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie e Fundação Armando Álvares
Penteado. E-mail: luciana.oliveira@mackenzie.br.
31 Doutora, professora do Programa de Pós-graduação da Universidade Presbiteriana Mackenzie.
E-mail: augusta@mackenzie.br.
32
Doutora, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie. E-mail:
erika.figueiredo@mackenzie.br.
134
2016, propôs a Nova Agenda Urbana (HABITAT III, 2016), com o escopo de
orientar a urbanização sustentável nos próximos vinte anos. Dentre os
princípios da Nova Agenda Urbana, com relação às ruas e espaços públicos
consta a seguinte meta:
2 SANTO AMARO
33
O Índice de Caminhabilidade (Icam) foi desenvolvido a partir da parceria entre o Instituto de
Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP Brasil) e o Instituto Rio Patrimônio da
Humanidade (IRPH), órgão da Prefeitura do Rio de Janeiro, com a colaboração da Publica
Arquitetos (ÍNDICE DE CAMINHABILIDADE, 2017).
Desenho Urbano - 141
4.1 CALÇADA
4.2 MOBILIDADE
4.3 ATRAÇÃO
4.6 AMBIENTE
redor da Praça Floriano Peixoto, Hípica de Santo Amaro, Escola Alberto Conte
e do Colégio Anglo.
A categoria poluição sonora obteve pontuação 1,99, considerada
“suficiente”, pois apresentou alto nível de intensidade sonora nas vias com
corredores de ônibus, como as Avenidas João Dias e Adolfo Pinheiro. Já a
categoria coleta de lixo e limpeza conseguiu boa avaliação, com 2,89, uma vez
que foi observada a eficiência da varrição e coleta de lixo na região.
Figura 1: Mapa de representação da pontuação final de cada segmento de calçada avaliado pelo
método do Icam, nos percursos selecionados que conectam 16 pontos relevantes do núcleo
urbano de Santo Amaro, com as estações de metrô da linha 5 – Lilás, Largo Treze e Adolfo
Pinheiro
Fonte: Elaborado pelas autoras a partir do Geosampa (SÃO PAULO, Município, 2004).
Desenho Urbano - 151
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Desenho Urbano - 153
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154
Desenho Urbano - 155
Capítulo 8
34
Doutora em Arquitetura e Urbanismo, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie e
da Fundação Armando Álvares Penteado. E-mail: luciana.oliveira@mackenzie.br.
35 Doutora em Arquitetura e Urbanismo, professora do Programa de Pós-graduação da
pavimento térreo, que abriga uma praça coberta com livre passagem dos
pedestres (Figura 1); e o Seagram Building, inaugurado em 1958, projeto do
arquiteto Mies Van der Rohe, composto por uma única torre, recuada no
fundo do lote, e deixando a frente uma praça com dois espelhos d’água, e
assentos para a população (Figura 2).
Figura 1: Vista do edifício Lever House Figura 2: Vista da praça em frente ao edifício
(1952), Park Avenue, Nova York Seagram Building, Park Avenue, NY
Fonte: Acervo das autoras (2017). Fonte: Acervo das autoras (2017).
1 SEATTLE
Figura 4: Vista dos edifícios corporativos do centro financeiro de Seattle, a partir da Columbia
Center Tower em direção ao Norte
2 OS POPS DE SEATTLE
36
Coeficiente de Aproveitamento é o índice que indica qual o valor máximo de área a construir
computável e equivale ao fator que multiplicado pela área do lote do empreendimento, fornece
162
Figura 5: Mapa da região central de Seattle, com indicação dos 10 POPS analisados
a 3 parâmetros
POPS atendem
Denominação
inauguração
Fácil Acesso
Legenda do
Visibilidade
dos POPs
Assentos
Ano de
mapa
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
https://library.municode.com/wa/seattle/codes/municipal_code?nodeId=THCH. Acesso
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estabelecidas nos capítulos 23.49 e 23.58 do Código Municipal de Seattle, e que foi
aprovado em 29 de setembro de 2014. Disponível em: http://www.seattle.gov/
Documents/Departments/SDCI/Codes/DowntownAmenityStandards.pdf. Acesso em: 4 fev.
2019.
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reflexões e propostas para uma cidade democrática do século XXI. São Paulo: Associação
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YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e método. 4. ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.
170
Desenho Urbano - 171
Capítulo 9
1 INTRODUÇÃO
ou escritórios. Esta tipologia cria um contexto urbano que hoje leva a uma
leitura da granulometria do bairro por manchas que contrastam
significativamente com a forma do tecido urbano recente, onde surgem os
edifícios em altura.
Este contexto rico de significados relativos à evolução urbana da
cidade motiva a pesquisa em andamento na Universidade São Judas Tadeu,
sob a responsabilidade do Grupo de Pesquisa Arquitetura da Cidade (GPAC),
sobre as transformações do tecido urbano de bairros de origem industrial,
disseminados pela megalópole de 11 milhões de habitantes 40. Nesta fase, a
pesquisa restringe-se à análise das características físicas de porções de tecido
urbano selecionadas no distrito da Mooca, através da abordagem de
elementos que compõem o tecido: rua, quadra, lote e edifício (RQLE).
40
Censo do Instituto de Geografia e Estatística (IBGE, 2010). A Região metropolitana tem
população de 20 milhões.
Desenho Urbano - 173
Figura 1: Foto aérea da área selecionada, que corresponde a um trecho do Distrito da Mooca.
Norte para cima
Figura 2: Recortes da foto área selecionada, onde se destacam os três tipos em análise
2A 2B 2C
Figura 3: Tecido tipo 1. De baixo para cima: diagramas de quadras, cheios e vazios,
parcelamento
Figura 4: Renques de casas, com comércio nas esquinas. Ao fundo, torres residenciais
do tecido tipo 3
Figura 5: Tecido tipo 2. De baixo para cima: diagramas de quadras, cheios e vazios,
parcelamento. Conjunto A (IAPETC) e conjunto B (IAPI)
41Projeto dos blocos: Escritório Técnico Ramos de Azevedo; projeto dos sobrados: Jayme C.
Fonseca Rodrigues. Conforme Bonduky e Khoury (2014).
42 Projeto do arquiteto Paulo Antunes Ribeiro. Conforme Bonduky e Khoury (2014).
180
encontro entre a rua dos Trilhos e a rua Catarina Braida. A rua curva
determina quadras irregulares que assimilam diferentes comprimentos de
edifícios laminares que se utilizam da mesma tipologia.
A gleba foi separada em quadras e lotes, sendo um para cada edifício.
O modelo proposto é de edifícios verticais para habitação coletiva, de baixo
gabarito servido por escadas, em meio ao verde. No diagrama de cheios e
vazios foram descontadas as coberturas para automóveis hoje existentes e
adaptadas nas áreas verdes correspondentes a cada bloco, de modo que o
diagrama reproduzido na Figura 7 corresponde à proposta original. O
conjunto contaria com uma praça central que faz frente para as duas ruas que
cortam o conjunto. A praça hoje constitui um lote em posse da União e os
jardins dos edifícios ficam entre grades, o que compromete de certa forma a
proposta original de habitar em meio ao verde. A questão do fechamento por
grades aparece na maioria dos conjuntos e reflete a síndrome por segurança
que é comum hoje em dia na cidade de São Paulo.
Neste modelo, a taxa de ocupação do lote fica em 0,26.
Figura 8: Conjunto promovido pelo BNH, anos 1970. Edifícios com térreo livre (garagem) mais
três pavimentos
Figura 9: Tecido tipo 3. De baixo para cima: diagramas de quadras, cheios e vazios com
preenchimento apenas dos edifícios verticalizados, parcelamento mostrando os lotes da quadra
em que os conjuntos se inserem
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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OLIVEIRA, V. Urban morphology: an introduction to the study of the physical form of cities.
Zurique: Springe, 2016.
Desenho Urbano - 185