12A.Parte 1 - Probabilidades
12A.Parte 1 - Probabilidades
12A.Parte 1 - Probabilidades
MATEMÁTICA
Ministério da Educação
Cultura e Formação
ÍNDICE
2
TEMA 1
PROBABILIDADES
INTRODUÇÃO
A incerteza foi, ao longo dos tempos, e continua a ser, a principal razão do estudo das probabilidades. Podem
ser conhecidos todos os possíveis resultados de um fenómeno aleatório, mas, antes que esteja concretizado,
mantém-se a incerteza quanto ao resultado que ocorrerá.
Essa incerteza é a motivação de muitos jogos, como por exemplo, a lotaria, o totoloto, jogos relacionados com o
lançamento de dados ou o girar de roletas. De certa forma, a origem das probabilidades está relacionada com
os chamados “jogos de azar”.
Problemas relacionados com o jogo alimentaram, ao longo dos O problema do cavaleiro De Méré:
anos, a reflexão e a discussão em torno das probabilidades. Um Dois jogadores, o cavaleiro e um seu
exemplo disso é a troca de correspondência entre Fermat e Pascal, adversário, estão a jogar aos dados. Cada
no século XVII, para discutir um problema colocado por Antoine de um aposta num determinado número e
Gambard (1610-1685) chamado de “cavaleiro De Méré”. ganha o primeiro a obter pela terceira vez
o número que apostou.
A partir da correspondência entre Pascal e Fermat, a teoria das A aposta foi de 64 moedas (32 cada um) e
probabilidades associada à Matemática, teve um impulso no seu o jogo é interrompido quando o cavaleiro
desenvolvimento. Para isso houve vários contributos, como por tem 2 sucessos contra 1 do adversário.
exemplo, os de Jacob Bernoulli e Laplace. Como deve ser repartido o valor apostado?
Alguns matemáticos:
4
Exemplo 1. O Adamilton lançou duas vezes uma moeda de 1000 dobras
Exercícios:
e registou, em cada lançamento, a face da moeda que ficou voltada para
3. Na figura estão representadas 6 fichas que
cima.
foram colocadas num saco.
Ca – face cala az
Co – face coroa Ca Co
am vd
Para obter todos os resultados possíveis,
desta experiência, pode recorrer-se a um am vm
diagrama de árvore: az
Indique o espaço de resultados associado
a cada uma das seguintes experiências
aleatórias:
O conjunto de resultados possíveis é: 3.1. Retirar uma ficha e observar a cor.
S = { (Ca, Ca) , (Ca, Co) , (Co, Ca), (Co, Co)} 3.2. Retirar sucessivamente, com reposição,
duas fichas e calcular a soma dos números
das fichas retiradas
Exemplo 2: Determinemos agora o espaço amostral da experiência
4. Considere a tabela ao lado (exemplo 2).
aleatória que consiste em lançar dois dados, e observar os resultados.
Identifique os acontecimentos:
Para esta experiência a melhor forma de obter todos os resultados é
A: O número de pintas é igual nos dois dados
utilizando uma tabela de dupla entrada:
2d B: A soma das pintas é 9.
1d 1 2 3 4 5 6
C: O produto do número de pintas é 2.
1 (1, 1) (1, 2) (1, 3) (1, 4) (1, 5) (1, 6)
2 (2, 1) (2, 2) (2, 3) (2, 4) (2, 5) (2, 6)
3 (3, 1) (3, 2) (3, 3) (3, 4) (3, 5) (3, 6)
4 (4, 1) (4, 2) (4, 3) (4, 4) (4, 5) (4, 6)
5 (5, 1) (5, 2) (5, 3) (5, 4) (5, 5) (5, 6)
6 (6, 1) (6, 2) (6, 3) (6, 4) (6, 5) (6, 6)
O espaço amostral é o conjunto formado pelos 36 elementos da tabela. S = { (1, 1) , (1, 2) , (1, 3), … , (6, 6)}
5
> Acontecimentos contrários ou complementares: O acontecimento contrário do S
No exemplo: A = {1, 2, 3} A ∩ A = {}
A = {4, 5, 6} AU A =S
Nota: dado um conjunto finito A, com n elementos, diz-se que 6. Relativamente à experiência aleatória de
o cardinal de A é n e representa-se por #A=n. lançar dois dados, de cores diferentes, e
observar os números, considere os seguintes
Exercícios: acontecimentos:
5. Numa caixa foram colocadas dez fichas numeradas de 1 a 10. A: saírem dois números pares.
Considere a experiência aleatória que consiste em retirar, ao acaso, B: a soma dos números é 10.
uma ficha e observar o seu número. Considere os acontecimentos: C: saírem dois números diferentes.
A: Sair número primo. D: o produto dos números é inferior a 5.
B: Sair número par. 6.1. Represente na forma de conjunto:
C: Sair número divisor de 6. a) D b) A\D c) C d) A∩B
5.1. Represente os acontecimentos num diagrama de Venn. 6.2. Defina um acontecimento:
5.2. Represente na forma de conjunto: a) compatível com D. b) incompatível com B.
a) AUB b) B∩C c) C d) A\C e) C\A c) contrário a A.
6
- Resultados de 1000 lançamentos
Xi 1 2 3 4 5 6
ni 170 163 167 165 167
170
fi 0,17 0,163 0,167 0,165 0,167
1000
fi% 17% 16,3% 16,7
fi
7
DEFINIÇÃO CLÁSSICA DE PROBABILIDADE OU DE LAPLACE
A primeira definição que se conhece de probabilidade foi enunciada por Pierre Simon Laplace (1749 – 1827).
Esta definição só pode ser aplicada quando os acontecimentos elementares são igualmente prováveis
(equiprováveis).
Assim não podemos calcular a probabilidade de uma carica ficar voltada para cima usando a regra de Laplace.
Neste e em muitos outros casos teríamos que recorrer à experiência (noção frequencista de probabilidade).
No entanto, no caso de lançamento de dados e moedas, extração de bolas, fichas e cartas de um baralho e em
todas as situações em que os acontecimentos elementares são equiprováveis podemos calcular, com vantagem,
a probabilidade usando a definição clássica de probabilidade (regra de Laplace).
8
Exemplo 2: Num teste há três afirmações, para as quais cada aluno deve indicar se é
verdadeira (V) ou falsa (F). A Joana responde às três questões ao acaso.
Seja C o acontecimento: “A Joana acerta em, pelo menos, uma afirmação”.
Determine a probabilidade do acontecimento C.
Resolução:
Para cada firmação, a Joana tem duas possibilidades: acertar – A ou errar - E
A contagem dos casos possíveis e dos casos favoráveis fica facilitada com recurso a uma
representação em diagrama de árvore.
S = { (A, A, A) , (A, A, E) , (A, E, A) , (E, A, A) , (E, A, E) , (E, E, A) , (E, E, E)}
C = { (A, A, A) , (A, A, E) , (A, E, A) , (E, A, A) , (E, A, E) , (E, E, A)}
Conclui-se, então, que há oito casos possíveis igualmente prováveis e sete casos
favoráveis.
7
Por aplicação da lei de Laplace vem: P(C)
8
Raciocínio alternativo:
C: A Joana acerta em, pelo menos, uma afirmação. Exercícios:
C : A Joana erra todas as afirmações. C = {(E, E, E)} 11. De um baralho
1 1 7 com 52 cartas é
Então: P(C) Como P(C) 1 P C tem-se P(C) 1 retirada uma ao
8 8 8
acaso.
Exemplo 3: Na cidade X existem dois jornais com publicação Determine a
semanal, o “Tira-Teimas” e o “ Semanário”. Numa sondagem feita probabilidade do
a 200 pessoas da cidade foi obtida a seguinte informação: acontecimento:
70 pessoas assinam o “Tira-Teimas”, 120 pessoas assinam o 11.1. sair uma carta
“Semanário” e 50 não assinam nenhum dos dois. de copas.
3.1. Quantas pessoas assinam os dois jornais? 11.2. sair uma carta
3.2. Escolhendo uma pessoa ao acaso qual a probabilidade de ela que não seja de paus.
assinar apenas o jornal “Semanário”? 11.3. sair um rei.
Resolução:
3.1. Para facilmente respondermos às questões vamos construir 12. Numa caixa há 10 bolas indistinguíveis ao
um diagrama de Venn. tacto, que diferem apenas na cor: 5 vermelhas,
70+120+50=240 3 amarelas e 2 pretas.
Isso quer dizer que 40 Considere a experiencia aleatória que consiste
pessoas assinam os dois em retirar, ao acaso, uma bola e observar a cor.
jornais simultaneamente. Dê um exemplo de um acontecimento cuja
probabilidade de ocorrer seja:
80 1
3.2. P(apenas Semanario) 0,4 12.1. 50% 12.2. 12.3. 80% 12.4. 0,7
200 5
13. Numa turma de 22 alunos, 10 praticam
futebol, 11 praticam basquetebol e 5 praticam
Em problemas anteriores já surgiram situações de os dois desportos referidos.
13.1. De acordo com os dados construa um
experiências que envolviam mais do que uma experiência
diagrama de Venn.
simples: lançar dois dados, lançar três moedas, tirar de um
13.2. Encontrou-se ao acaso um dos alunos da
saco sucessivamente três bolas… turma. Qual a probabilidade de ele:
Com o exemplo seguinte vamos aprofundar alguns a) praticar natação?
métodos para a resolução deste tipo de problemas. b) praticar apenas futebol?
10
20. Numa slot machine é gerada aleatoriamente 22. Numa turma de 30 alunos, as Idade Rapazes Raparigas
uma sequência de quatro suas idades e sexos estão 16 5 6
algarismos, em cada distribuídos como se indica na 17 7 8
jogada. 18 3 1
tabela:
22.1. Encontrou-se ao acaso um aluno da turma. Qual é a
probabilidade de que seja uma rapariga de 17 anos?
Cada elemento da 22.2. Seleccionaram-se dois alunos da turma ao acaso.
sequência pode tomar a) Determine a probabilidade de serem dois rapazes de idades
valor de 0 a 9. diferentes.
b) Determine a probabilidade de terem mesma idade mas serem
20.1. Numa jogada, quantos são os resultados de sexos diferentes.
possíveis?
23. Na figura encontra-se representado um alvo circular de raio r,
20.2. Qual a probabilidade da sequência ter pelo
sendo o raio do círculo menor metade do raio do alvo.
menos um 1?
Admita que se lança um dardo que atinge sempre
20.3. Qual a probabilidade da sequência ser o
o alvo e que todos os pontos têm igual probabilidade
ano em que nasceu? Apresente o resultado na
de serem atingidos.
forma de potência de base 10.
23.1. Mostre que a probabilidade de acertar na coroa circular de
21. Retiram-se duas cartas ao acaso de um cor branca é 75%.
baralho de 52, sucessivamente e sem reposição. 23.2. Admita que se pretende construir um novo alvo, com raio
Determine a probabilidade de: igual ao dobro do raio anterior e com uma nova região como é
21.1. ambas serem reis. sugerido na figura.
21.2. nenhuma ser ás. Justifique a afirmação:
21.3. ambas serem de copas. “A probabilidade do dardo acertar
21.4. ambas serem dos mesmo naipe. na região correspondente ao alvo
21.5. sair um e um só rei. anterior é 25%.”
A B A B e A B A B
> Teorema 3: Se A e B são acontecimentos tais que
B A , então P(B) P(A).
Demonstração: Se B A, então existe C tal que B C=Ø
e B C = A. Exercícios:
24. Sejam A e B dois acontecimentos da mesma
A C B experiência aleatória. Sabe-se que P(A) = 0,5 e P(B) = 0,3
Explique porque não é possível que:
Por aplicação do axioma 3, tem-se: 24.1. A e B sejam acontecimentos contrários.
P(BUC) = P(B) + P(C) = P(A). 24.2. P(A∩B) = 0,4
Pelo axioma 2, sabe-se que P(C) 0, então pode-se concluir 24.3. P(AUB) = 0,9.
que P(B) ≤ P(A) 25. Seja S o conjunto de resultados associado a uma
experiência aleatória. Sejam A e B dois acontecimentos
> Teorema 4: 0 ≤ P(A) ≤ 1 (A C S e B C S).
A probabilidade de qualquer acontecimento A Sabe-se que P(A) = 0,2 e P(B) = 0,5.
é um número do intervalo [0, 1]. Indique, justificando, o intervalo a que pertence P(AUB).
Demonstração: Pelo axioma 1, sabe-se que P(A) ≥ 0. (1) 26. Sejam A e B dois acontecimentos da mesma
Como A S, por aplicação do teorema 3, conclui-se que experiência aleatória.
P(A) ≤ P(S) Indique se são verdadeiras ou falsas as seguintes
Pelo axioma 2, tem-se P(S) = 1. Então P(A) ≤ 1. (2) afirmações:
De (1) e (2), conclui-se que 0 ≤ P(A) ≤ 1. 26.1. Se A∩B = Ø, então P(A) = 1 – P(B).
26.2. Se A e B são acontecimentos contrários, então:
> Teorema 5: Se A e B são acontecimentos P(A) + P(B) = 1.
compatíveis, então: 26.3. Se P(A) + P(B) = 1, então A e B são acontecimentos
P(A U B) = P(A) + P(B) – P(A∩ B) contrários.
Demonstração: 27. Seja S o conjunto de resultados associado a uma
Os acontecimentos A\B e A∩B são incompatíveis e experiência aleatória. Sejam A e B dois acontecimentos
A = (A\B) U (A∩B) (A S e B S). Sabe-se que:
- A e B são acontecimentos contrários.
- P(A) P(B) = 2/9
Pelo axioma 3, tem-se: - P(A) < P(B)
P(A) = P(A\B) + P(A∩B) Determine as probabilidades de A e de B.
Daqui resulta que P(A\B) = P(A) – P(A∩B). (3)
28. Seja S o conjunto de resultados associado a uma
Os acontecimentos A\B e B são incompatíveis e
experiência aleatória. Sejam A e B dois acontecimentos
AUB = (A\B) U B.
Mostre que:
Pelo axioma 3, tem-se: P(AUB) = P(A\B) + P(B)
28.1. P(A\B) = P(A) – P(A∩B)
Daqui resulta que P(A\B) = P(AUB) – P(B). (4)
28.2. Se A e B são incompatíveis então
Comparando (3) e (4): P(AUB) – P(B) = P(A) – P(A∩B).
Ou seja, P(A U B) = P(A) + P(B) – P(A∩ B).
P A B P A PB
12
PROBABILIDADE CONDICIONADA E PROBABILIDADE DA INTERSECÇÃO DE ACONTECIMENTOS
Consideremos o dominó constituído pelas 28 peças representadas na figura:
Depois de as peças terem sido baralhadas, retira-se uma ao acaso e observa-se
a pontuação dessa peça.
Sejam A e B os seguintes acontecimentos:
A: Sair uma peça com 4 pontos em pelo menos um dos lados.
B: A soma dos pontos da peça é 9.
- Qual a probabilidade de ocorrer o acontecimento A?
7 1
Entre os 28 casos possíveis há 7 casos favoráveis. Assim, tem-se: PA
28 4
- Qual a probabilidade de ocorrer o acont. A, sabendo que ocorreu o acontecimento B?
Saber-se que ocorreu o acontecimento B condiciona o número de casos possíveis que
passam a ser dois e nesses casos possíveis existe um favorável.
Neste caso a probabilidade representa-se por: PA |B
Observe-se que:
# A B
No caso geral, sendo A e B dois acontecimentos
1 # A B P(A B) associados a uma experiência aleatória e tais que P(B)≠0,
PA |B #S
2 #B #B PB a probabilidade condicionada de A, sabendo B, é:
#S P(A B)
PA |B
PB
Exercícios:
Da igualdade anterior resulta: PA B P(A |B) P(B)
30. Um casal tem três filhos. Se for igualmente
provável nascer uma rapariga ou um rapaz,
calcule a probabilidade de: 32. Considere o lançamento de um dado cúbico, equilibrado, com
30.1. O filho mais velho ser rapaz; as faces numeradas de 1 a 6. Determine a probabilidade de sair a
30.2. O filho mais novo ser rapariga; face com o número 3 se:
30.3. O casal ter exactamente duas raparigas, 32.1. não houver qualquer outra informação.
sabendo que o filho mais novo é do sexo 32.2. souber que saiu número par.
feminino. 32.3. souber que saiu número impar.
31. Num saco há oito bolas numeradas de 1 a 8, 33. Numa empresa produzem-se dois tipos de peças, A e B.
sendo cinco cinzentas e três pretas, como é Sabe-se que:
sugerido na figura. - 60% da produção corresponde a peças do tipo A;
- 2% das peças do tipo A têm defeito;
- 4% das peças do tipo B têm defeito.
Escolheu-se, ao acaso, uma peça e verificou-se que não tem
defeito. Qual é a probabilidade de ser uma peça do tipo A?
34. A e B são dois acontecimentos associados a uma experiência
aleatória, tais que:
Uma bola é retirada do saco, ao acaso, e P(A) = 0,3 P(B) = 0,6 P(AUB) = 0,9
observa-se o número e a cor dessa bola. 34.1. Os acontecimentos A e B são incompatíveis? Justifique.
Sejam A e B os acontecimentos: 34.2. Determine: a) PA |B
b) P A |B
A: Sai bola cinza.
35. O Ivo desloca-se diariamente para a escola de comboio. Sejam
B: Sai bola com um número par.
A e B os acontecimentos:
Determine:
A: Acordar tarde. B: Perder o comboio.
31.1. PA |B 31.2. P B | A Sabe-se que P(A|B) = 0,8 e P(B) = 0,25
31.3. P A |B 31.4. PB | A 35.1. Defina, em linguagem corrente os acontecimentos B|A e A|B.
31.5. PA |B 31.6. PB | A
35.2. Determine P(A∩B).
13
ACONTECIMENTOS INDEPENDENTES
Exemplo: Consideremos o duplo lançamento
O conceito de independência é um dos mais importantes em
de um dado cúbico numerado de 1 a 6 e os
probabilidades. seguintes acontecimentos:
Dois acontecimentos são independentes quando a realização de A: Sair o número 4 no primeiro lançamento.
um deles não interfere na probabilidade do outro. B: A soma dos números que ocorrem nos dois
lançamentos é 9.
Dois acontecimentos A e B são independentes se e só se
C: Sair número par no segundo lançamento.
P(A|B) = P(A) , P(B)>0
- A e B são acontecimentos dependentes:
+ 1 2 3 4 5 6
Utilizando a definição de probabilidade condicionada podemos
1 2 3 4 5 6 7
ainda concluir: 2 3 4 5 6 7 8
P(A B) 3 4 5 6 7 8 9
PA |B P(A) P(A) P(A B) P(A) P(B)
PB 4 5 6 7 8 9 10
5 6 7 8 9 10 11
6 7 8 9 10 11 12
Dois acontecimentos A e B são independentes se e só se 4 1 1
PB PB | A
P(A∩B) = P(A) P(B) 36 9 6
Temos que PB P(B | A)
14
ANÁLISE COMBINATÓRIA
No cálculo de probabilidades, muitas vezes, a principal dificuldade reside na contagem no número de casos
possíveis e do número de casos favoráveis associados a um determinado acontecimento.
Em muitas situações, há necessidade de fazer contagens sem a possibilidade de as fazer elemento a elemento.
Este tipo de necessidades tem características comuns que permitiram desenvolver os chamados modelos
combinatórios.
O estudo desses modelos apoia-se em quatro conceitos fundamentais:
> príncipio fundamental de contagem (regra do produto);
> permutações e arranjos simples (sem repetição);
> arranjos completos (ou com repetição);
> combinações.
15
PERMUTAÇÕES E ARRANJOS SIMPLES (SEM REPETIÇÃO)
No estudo que se segue, vamos recorrer frequentemente ao produto dos primeiros n números naturais. Tal
produto tem, em Matemática uma notação designada por fatorial.
Exercício:
Dado um número natural n , chama-se fatorial de n (ou n fatorial) ao 50. Calcule:
produto dos n primeiros números naturais e representa-se por n! 50.1. 6! 50.2. 7! – 5!
n! = n (n – 1) (n – 2) (n – 3) … 2 1 12! 8 10!9!
50.3. 50.4.
Nota: por convenção 0! = 1 10! 9
n1 x n2 x n3 x … x nk.
Exemplo 2: Cinco amigos vão de férias, fazendo a viagem até à cidade de destino de autocarro. Para irem todos juntos
ocupam os 5 lugares que existem no fundo do autocarro.
2.1. De quantas formas diferentes os cinco amigos podem ocupar os cinco lugares?
Resolução: Reparemos que:
- o número de pessoas é igual ao número de lugares disponíveis.
- a ordem interessa, isto é, se se trocar a ordem dos amigos temos uma combinação final diferente.
Para o primeiro lugar temos 5 possibilidades (5 amigos), para o
segundo lugar já só temos 4 possibilidades, uma vez que um deles Exemplos:
já se sentou, para o terceiro lugar temos 3 possibilidades, para o C D A B E
Exemplo 2: 2.2. Num dos dias os amigos decidiram percorrer a cidade de carruagem, mas cada carruagem só levava três.
Tiveram que ocupar, por isso, duas carruagens, a primeira com três amigos e a segunda com dois.
De quantas formas podem ocupar os três lugares da primeira carruagem?
Resolução: Reparemos que:
- o número de pessoas é superior ao número de lugares disponíveis.
- a ordem continua a interessar, isto é, se se trocar a ordem dos amigos temos uma combinação final diferente.
Para o primeiro lugar temos 5 possibilidades (5 amigos), para o segundo lugar já só temos 4 possibilidades e para o terceiro
lugar (último) temos 3 possibilidades.
Assim o número total de combinações é: 5 4 3 = 60
Cada uma das combinações corresponde a uma sequência de três amigos escolhidos de um conjunto de cinco.
5
Ao número obtido desta forma dá-se o nome da arranjos simples de 5 tomados 3 a 3 e representa-se por A3.
5 4 3 21 5!
Observemos que: 5 A3 5 4 3
21 5 3!
Dado um conjunto com n elementos, chama-se arranjos simples ou arranjos sem repetição de n elementos
tomados p a p (p ≤ n) aos diferentes grupos que se poder formar com p elementos tais que:
- em cada grupo há p elementos não repetidos;
- dois se diferem em algum elemento ou na ordem de colocação dos mesmos.
O número de arranjos sem repetição de n elementos tomados p a p representa-se por nAp e o seu valor é
dado por:
n!
n
Ap= n (n – 1) (n – 2) (n – 3) … (n – p + 1), ou seja, n A p
n p !
16
Exercícios: 54. Utilizando todas as letras da palavra “BONITA” quantas
51. A Elsa comprou 5 CDs e vai escolher 4 para palavras diferentes, com ou sem significado, se podem formar?
oferecer um a cada um dos seus sobrinhos. De 55. Antes do início de um jogo de futebol 11 jogadores de uma
quantas maneiras diferentes pode presentear os equipa colocaram-se em fila, para tirarem uma fotografia. De
sobrinhos? quantas formas diferentes se podem dispor os 11 elementos
52. Numa turma de 25 alunos vão ser escolhidos sabendo que:
3 alunos. Cada um deverá participar numa a) o guarda-redes fica no meio.
reunião. De quantas maneiras se podem escolher b) o guarda-redes fica num dos cantos.
6 5 10
os três alunos, sabendo que as reuniões se 56. Calcule: a) A2 b) A3 c) A4
realizam à mesma hora? 57. Quantos números de quatro algarismos diferentes existem, no
53. Durante o período de férias, às refeições, o sistema de numeração decimal, que não tenham zero?
Nuno e os seus dois irmãos partilham tarefas. 58. Com as cores vermelha, verde, azul e amarela pretendem-se
Um põe a mesa, outro levanta-a e o terceiro lava fazer bandeiras tricolores. Variando as cores ou a ordem. Quantas
a loiça. De quantas maneiras se pode fazer a bandeiras diferentes é possível fazer?
distribuição das tarefas?
3.3. No caso de n extracções, em cada uma delas continuam a existir três possibilidades, havendo no total:
3 3 … 3 = 3n
Dado um conjunto com n elementos, chama-se arranjos completos ou arranjos com repetição de n
elementos tomados p a p aos diferentes grupos que se poder formar com p elementos tais que:
- em cada grupo há p elementos repetidos ou não;
- dois grupos são diferentes se diferem em algum elemento ou na ordem de colocação dos mesmos.
O número de arranjos com repetição de n elementos tomados p a p representa-se por nA’p e o seu valor é
dado por: n
A’p= np
Quadro resumo
18
Exercícios: 77. Numa sala há um sofá e cinco almofadas de cores
70. Oito jovens vão dar um passeio em dois automóveis diferentes, sendo uma delas vermelha.
de cinco lugares cada um. Qualquer um dos jovens pode 77.1. De quantas formas diferentes, tendo em atenção a
conduzir. De quantas maneiras os oito jovens se podem cor, as almofadas podem ser colocadas no sofá, lado a
repartir pelos dois automóveis? lado?
71. O Olívio comprou um telemóvel e vai introduzir um 77.2. Admita que as almofadas foram colocadas ao acaso.
PIN constituído por uma sequência de quatro dígitos. Determine a probabilidade de a almofada vermelha ficar
71.1. Qual é o número total de possibilidades distintas no meio.
que o Olívio dispõe para a escolha do PIN? Apresente o resultado na forma de fracção irredutível.
71.2. O Olívio não gosta do 0 nem do 9. Quantas são as 78. Numa prateleira estão oito livros distintos, lado a lado,
possibilidades, rejeitando estes dois algarismos? sendo três de Matemática, dois de Física e três de Biologia.
71.3. Admita que o Olívio quer escolher um PIN Determine quantas formas diferentes é possível colocar os
envolvendo apenas dígitos que representam números oito livros na prateleira lado a lado, de modo que:
primos. Quantas são as possibilidades? 78.1. os livros de Física fiquem um em cada extremo;
72. De um saco com seis fichas com os números de 1 a 6, 78.2. os livros de Matemática fiquem juntos;
extraem-se sucessivamente e 78.3. os livros de Biologia fiquem juntos num dos extremos
sem reposição três fichas, 78.4. os livros fiquem agrupados por disciplina.
anotando-se o número da ficha 79. Numa caixa há dez calculadoras, das quais quatro não
em cada extracção. têm pilhas. Considere a experiência que consiste em retirar
aleatoriamente três máquinas da caixa e verificar se têm
Quantos números diferentes
pilhas ou não.
é possível obter?
79.1. Determine a probabilidade de:
73. De quantas formas diferentes é possível colocar sete a) nenhuma ter pilhas. b) apenas uma não ter pilhas.
bolas todas diferentes em, duas caixas também diferentes 79.2. Retiram-se da caixa três máquinas, uma a uma.
se, em cada caixa, tiver que ficar pelo menos uma bola? Sabendo que as duas primeiras têm pilhas, qual a
probabilidade de a terceira:
74. O Marco está de férias na sua terra natal e tenciona
a) não ter pilhas b) ter pilhas.
visitar 6 amigos de infância. De quantas maneiras pode
organizar as visitas? 80. Um grupo de 10 amigos, sete rapazes e três raparigas,
decidem ir ao cinema, ocupando uma fila de dez lugares.
75. Os primeiros-ministros de 7 países, incluindo, São
Admitindo que todos os elementos do grupo se sentam de
Tomé e Príncipe, Portugal, Angola e Moçambique,
forma aleatória, calcula a probabilidade de:
encontraram-se para uma reunião.
80.1. as raparigas ficarem juntas;
75.1. Todos se cumprimentaram entre si no início da
80.2. as raparigas ficarem juntas e os rapazes também;
reunião. Quantos cumprimentos foram trocados?
80.3. pelo menos um dos extremos ser ocupado por uma
75.2. Sabendo que se sentaram numa mesa em fila:
rapariga.
a) de quantas formas se podem sentar?
b) de quantas formas diferentes se podem sentar se o 81. Numa empresa são atribuídos códigos de acesso a
português e o moçambicano querem ficar juntos e o determinadas áreas mais restritas. Sabe-se que os códigos
santomense e o angolano querem ficar nos extremos? são construídos por uma sequência de quatro algarismos,
75.3. De quantas formas seguidos de duas letras das 26 do alfabeto.
diferentes se podem sentar A sequência 0016-NN é exemplo de um desses códigos.
os sete à volta de uma mesa 81.1. Quantos códigos é possível formar com este sistema?
redonda? 81.2. Escolhido um dos códigos ao acaso, determine a
probabilidade de:
a) ter os algarismos diferentes e as letras iguais;
76. Numa caixa há oito bolas numeradas de 1 a 8. b) ter exactamente dois algarismos iguais a 5 e as letras
Retiramos uma bola da caixa, registamos o número e diferentes;
colocamos de novo a bola na caixa. c) ter, pelo menos, dois algarismos iguais a 8;
Repetimos o procedimento quatro vezes. d) as letras não serem ambas vogais.
Quantos resultados diferentes é possível obter?
19
TRIÂNGULO DE PASCAL
Exemplo 5: Num concurso televisivo, os concorrentes candidatam-se a um prémio mediante
a posição atingida por uma bola que é largada na posição P, num aparelho como o
representado na figura, e que atinge umas das posições A, B, C, D, E ou F.
Reparemos que:
- de P a P1 há um único percurso;
- de P a P2 há um único percurso;
- de P a P4 há dois percursos;
- de P a P8 há três percursos.
→ linha n = 1
→ linha n = 2
Exercício:
→ linha n = 3 82. Observe o esquema seguinte:
→ linha n = 4
20
Propriedade 3: Cada termo de uma linha (excepto os dos extremos) é igual à soma dos que estão acima.
n
C p n C p 1 n1 C p 1 , com n 0, p 0 e p≤n
n! n!
Demonstração: n C p n C p 1
p!n p ! p 1!n p 1!
n! n! n! p 1 n!n p
p!n p n p 1! p 1! p!n p 1! p 1!n p !
n! p 1 n p n 1!
n 1 C p 1
p 1!n p ! p 1!n p !
Logo: n C p n C p 1 n1 C p 1
Propriedade 4: A soma dos n+1 elementos de qualquer linha do Triângulo de Pascal é igual a 2n, com n 0.
Nota: Na linha n o segundo e penúltimo elemento são iguais a n e existem n+1 elementos.
Exemplo 6: A soma dos três últimos elementos de uma linha do Triângulo de Pascal é igual a 106.
6.1. Determinemos o terceiro elemento da linha seguinte.
6.2. De que linha estamos a falar?
Resolução: 6.2. Sabe-se que a soma dos últimos termos da linha é 106,
6.1. Se a soma dos três últimos elementos é 106 então a escrevendo em linguagem matemática e usando as
soma dos três primeiros também é 106 (propriedade 2).
combinações vem: n C n n C n1 n C n2 106
Visualizemos no triângulo o que acontece:
1 n
n!
106 1 n
n 1n 106
n 2!2! 2
1 1 840
n 2 n 210 0 n
2
n 14 n 15
Podemos concluir que x + y = 105 Como n ϵ 0, conclui-se que n=14.
e pela propriedade 3 sabemos que z = x + y .
Ou seja, z, que representa o 3º termo da linha seguinte é igual a 105.
21
BINÓMIO DE NEWTON
Observemos o seguinte padrão:
Observação:
1
97. Sem efectuar o desenvolvimento de x 2 : Após se ter representado p(x) na forma de polinómio
x reduzido, escolheu-se ao acaso um dos monómios que o
97.1. mostre que não existe qualquer termo do 2º grau no constituem.
desenvolvimento da expressão. Qual a probabilidade de o monómio escolhido ter
97.2. determine, caso exista, o termo independente de x. coeficiente negativo, sabendo que tem grau superior a 7?
22
DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS RELATIVAS E DISTRIBUIÇÃO DE PROBABILIDADES
VARIÁVEL ALEATÓRIA: FUNÇÃO MASSA DE PROBABILIDADE
Exemplo 1: Considerando a experiência aleatória que consiste em lançar
uma moeda de 1000 dobras duas vezes.
Em diagrama de árvore mostra-se o que pode acontecer:
2
O conjunto de resultados tem 4 elementos 2 e é:
S = { (Ca, Ca) , (Ca, Co) , (Co, Ca), (Co, Co)}
xi 0 1 2
1 1 1
P(X = xi)
4 2 4
Esta função chama-se distribuição de probabilidade da variável aleatória X ou função massa de probabilidade da variável X.
1 1 1
Verifica-se que p(X = 0) + p(X =1) + p(X =2) = + + =1
4 2 4
23
> Média e valor médio; desvio-padrão amostral e desvio-padrão populacional
Tal como foi visto no estudo da estatística, no que se refere a medidas de localização e de dispersão, em
particular média e desvio-padrão (em relação à amostra), há interesse em conhecer parâmetros
correspondentes, ou seja, valor médio e desvio-padrão populacional, para o caso da distribuição de
probabilidades de uma variável aleatória X.
Exemplo 2: Consideremos um dado tetraédrico regular com as faces numeradas de 1 a 4.
2.1. Durante um certo período de tempo foram realizados
1500 lançamentos (registando-se o número que fica para
2.2. Consideremos a variável
baixo) e obteve-se a seguinte distribuição de frequências:
aleatória X: “valor numérico num lançamento”
xi 1 2 3 4 Total A variável aleatória assume os seguintes valores:
ni 359 388 382 371 1500 1,2,3e4
1
fi 0,239 0,259 0,255 0,247 1 p(X = 1) = p(X =2) = p(X =3) = p(X = 4) =
4
Média aritmética A tabela de distribuição da probabilidades da variável
x 1 0,239 2 0,259 3 0,255 4 0,247 2,51 aleatória X é:
Variância amostral xi 1 2 3 4
s 2 1 2,512 0,239 2 2,512 0,259 pi 0,25 0,25 0,25 0,25
Nota:
Atendendo à Lei dos Grandes
Números, à medida que o
número de experiências
aumenta, a frequência relativa
tende para a probabilidade.
Exercício:
100. A distribuição de probabilidade
de uma certa variável aleatória Y é a
seguinte:
yi 0 1 2 3
1 1 1 1
pi
8 4 8 2
Calcula o valor médio e o desvio-
padrão da variável Y.
24
Exercícios:
101. Num saco há sete bolas, quatro pretas e três 104. Uma caixa tem quatro bolas numeradas de 0 a 3.
vermelhas. Retiram-se, ao acaso, cinco bolas do saco. Retiram-se, sucessivamente e sem reposição, duas bolas e
Seja X a variável aleatória “Número de bolas vermelhas registam-se os números das bolas retiradas.
retiradas”. Seja X a variável aleatória: “Produto dos números das bolas
101.1. Quais os valores que a variável aleatória X toma? retiradas”.
101.2. Determine a probabilidade de a variável 104.1. Indique os valores que a variável X pode tomar,
aleatória X ser igual a 2, isto é, P(X = 2). organizando a experiência num diagrama de árvore.
102. Na figura está uma roleta dividida em seis sectores 104.2. A experiência foi repetida 200 vezes e os resultados
geometricamente iguais. foram os seguintes:
Cada jogada custa 25 euros e xi 0 2 3 6
consiste em rodar a roleta ni 105 35 31 29
dando no mínimo três voltas, Complete:
sendo atribuído, em euros o a) a tabela de frequências relativas:
prémio marcado no sector xi 0 2 3 6
indicado pela seta quando a
fi … … … …
roleta pára.
b) a tabela de distribuição de probabilidades:
Seja X a variável aleatória: “Saldo após uma jogada”
Construa a tabela de distribuição da variável aleatória X xi 0 2 3 6
P(X = xi) … … … …
103. A variável aleatória X: “Número do vértice de um
dado tetraédrico equilibrado que ocorre quando se
105. A distribuição de probabilidade de uma certa variável
lança o dado” tem a seguinte distribuição:
aleatória X é a seguinte:
xi 1 3 x
xi 1 2 3
P(X = xi) a 0,25 0,25
P(X = xi) 0,3 0,1 0,6
Com x ϵ e a ϵ [0, 1].
Calcule o desvio-padrão da variável X.
Sabe-se que o valor médio de X é 2,5.
Como se encontram numerados os vértices do dado?
MODELO BINOMIAL
São frequentes as situações de experiências aleatórias em que apenas nos interessa observar a ocorrência de um
acontecimento ou a do seu contrário, sendo possível repetir essas experiências sem que a probabilidade desse
acontecimento se altere.
Exemplo 2: Considerando, novamente, a experiência aleatória que consiste em lançar um
tetraedro regular numerado de 1 a 4 e observar o número que fica para baixo.
Seja A o acontecimento: “Sair face com o número 2.”
PA
1
4
e PA
3
4
A : “Sair face com número diferente de 2.”
Reparemos que, se a experiência for repetida n vezes, tem-se que:
1. em cada experiência apenas se observa se ocorrem os acontecimentos A ou A .
2. a probabilidade do acontecimento A é constante, isto é, não varia ao repetir-se a experiência.
Obter sucesso ou insucesso numa experiência é independente dos resultados obtidos em experiências anteriores.
25
Exemplo 2: O Edson decidiu lançar o tetraedro 5 vezes e pretende
que nas nestes 5 lançamentos ocorram dois números 2, ou seja duas Exercícios:
106. Um exame tem 20 questões de escolha
vezes o acontecimento A (sucesso) e três vezes o acontecimento A
múltipla, cada uma com quatro respostas
(insucesso).
possíveis. Um aluno respondeu a todas as
Já sabemos que : PA 0,25 e P A 0,75 perguntas ao acaso.
Uma sequência favorável é, por exemplo: AAAAA . Seja Z a variável aleatória correspondente ao
Neste caso: P AAAAA PA P A P A PA P A número de respostas em que o aluno acertou.
P AAAAA 0,25 0,75 0,75 0,25 0,75 0,252 0,753
Justifique que Z é uma variável aleatória com
distribuição binomial e indique n e p.
Este raciocínio é válido para qualquer sequência favorável de dois
2 3 107. De um baralho de cartas foram retirados
sucessos e três insucessos e a probabilidade é sempre 0,25 0,75 .
os quatro ases.
O número total de sequências favoráveis (número de maneiras
5 As quatro cartas foram baralhadas e retira-se
diferentes de ocorrem dois sucessos e três insucessos) é dado por C2.
uma ao acaso.
Sendo X a variável aleatória “Número de 2 em 5 lançamentos.”, a
Considere o acontecimento:
probabilidade pedida é P(X = 2).
A: “A carta retirada é o ás de copas.”
Pelo que foi visto conclui-se que:
Admita que a experiência é repetida três
P X 25C2 PA 2 P A
3
vezes. Determina a probabilidade de o
ou seja, P X 2 5C2 0,252 0,753 0,264 acontecimento A ocorrer:
107.1. apenas na última experiência.
Em n provas repetidas de Bernoulli, seja A o 107.2. exactamente uma vez.
acontecimento considerado sucesso. 107.3. no máximo duas vezes.
Em cada prova P(A) = p e P A = 1 – p = q. 108. No lançamento de uma moeda viciada, a
Seja ainda X a variável aleatória binomial que representa: 1
probabilidade de sair face cala é .
3
“Número de sucessos em n provas”
Em 5 lançamentos, qual a probabilidade de:
A probabilidade de obter exactamente k sucessos em n
108.1. sair face cala exactamente duas vezes?
provas é dada por:
108.2. sair sempre face coroa?
P X k n C k p k q nk ; 0 k n 108.3. sair, pelo menos 4 vezes, a face cala?
26
MODELO NORMAL; HISTOGRAMA VERSUS FUNÇÃO DENSIDADE
Estudámos variáveis aleatórias discretas e as respectivas distribuições de probabilidades.
Deu-se particular destaque ao modelo binomial.
Vamos estudar agora variáveis aleatórias contínuas e o modelo normal.
A distribuição normal é das mais importantes distribuições de probabilidade.
Consideremos que estávamos interessados em estudar o peso dos alunos do ensino secundário em São Tomé e
Príncipe.
Seja X a variável aleatória que representa o peso de um aluno, escolhido ao acaso, de entre os alunos
santomenses do ensino secundário. A variável aleatória X é contínua.
Para estudar a população suponhamos que se recolheu uma amostra e que se representa graficamente os dados
por um histograma.
Considerando cada vez mais observações e
consequentemente mais classes para o
histograma este, no limite, vai aproximar-se
de uma área limitada por uma curva
representativa da chamada função densidade
de probabilidade. A função densidade, que se
representa por uma curva com a forma de
sino é, para a população, o equivalente ao
histograma para a amostra.
Observação:
Teoricamente uma variável com
- A área compreendida entre a curva e o eixo dos xx é igual a 1. distribuição normal assume todos os
valores de .
Uma distribuição normal fica totalmente caracterizada se conhecermos o valor médio μ e o desvio-padrão σ.
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