Informativo Técnico Pedagogico Produto 2 Subproduto 2.3

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Informativo Eletrônico

Informativos Técnico-Pedagógicos

Material didático sobre “Boas Práticas na Produção” que foram ofertadas


na modalidade a distância, enquanto subprodutos previstos no Termo de
Referência do Plano Emergencial de Manutenção do Serviço de Assistência
Técnica e Extensão Rural aos Agentes Comunitários Rurais das entidades
apoiadas pelo Projeto Bahia Produtiva.

Produto- 2.0 Supervisão e Formação de ACR’s.

Subproduto – 2.3 Produção Técnico-pedagógica

Listagem de Informativos:
✓ Informativo 08 Calda Bordalesa no Controle Natural de Doenças
Fúngicas;
✓ Informativo 09 Controle de doenças em animais;
✓ Informativo 10 Boas Prática de Produção - Casa de Farinha;
✓ Informativo 11 Boas Prática de Produção – Farinheiros;
✓ Informativo 12 Boas Prática de Produção- Farinha de Mandioca;
✓ Informativo 13 Boas Prática de Produção- Manipulação das Raízes;
✓ Informativo 14 Mandiocultura- Uso da Manipueira.

Execução do Serviço de ATER, referente ao Contrato 020/2017 – FASE / CAR / SDR / Bahia Produtiva.

Rua General Labatut, 78 – Barris CNPJ Nº 33.700.956/0025 - 22


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Práticas Agroecológicas: Calda Bordalesa no


Controle Natural de Doenças Fúngicas.
A cultura popular brasileira é rica em “Equilíbrio”
dicas para o controle natural de pragas As pragas geralmente se
e doenças na agricultura, a agroecologia tornam um problema, quando há
tem como um de seus princípios a um desequilíbrio ecológico no
valorização do conhecimento popular, sistema onde a planta está
enquanto estratégia para disseminação inserida.
de conhecimentos.
Benefícios da agroecologia:
Calda Bordalesa
✓ Produção Sustentável;
É uma solução para a maioria das doenças
✓ Trabalho Justo;
causadas pelos fungos e bactérias, além de ✓ Renovação natural dos solos;
possuir ação repelente à diversas espécies ✓ Preservação do meio ambiente, e
de insetos: Vaquinhas cochonilhas, tripés, utilização de recursos naturais de
e cigarrinhas verdes. forma consciente;
✓ Evita o uso de agroquímicos
Indicação: Doenças fúngicas em geral. ✓ Manutenção da biodiversidade e a
estabilidade natural dos
Matérias necessário para a produção:
ecossistemas;
- 200g de sulfato de cobre;
✓ Favorece a reciclagem de
- 200g de cal virgem; nutrientes importantes para a
- 20 litros de água; formação do solo.
- 1 balde;
- Peneira fina.
Importante: Não utilize recipientes
PASSO A PASSO: de metal para diluir o sulfato de
cobre o qual reage e corro esses
Passo 1 – Ponha o sulfato de cobre em um materiais.
pano fino em forma de um saquinho e deixe o
dissolvendo em um balde de plástico em 5 Cobre Cal
litros de água (leva de 1 a 2 horas para
dissolver).

Passo 2 - No balde plástico dissolva 200 g de


cal virgem em 15 litros de água.

Informativo Técnico 08/2020


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Passo 3: Depois do sulfato
de cobre e cal virgem Faça o teste da acidez. Pegue uma faca de aço, e
estiverem totalmente mergulhe a parte da lâmina na calda, por 3 minutos,
se a lâmina não escurecer a calda está pronta para
!
dissolvidos, misture a
solução de sulfato de cobre usar, mas se ficar escura a calda esta acida, então
á cal virgem sempre deve adicionar mais cal, e repetir o teste. Uma vez
mexendo, até formar uma misturados, formando a calda bordalesa, não pode
calda azul. Coe e faça o ser guardada e deve ser utilizada em até 3 dias.
teste da acidez.

Pulverizador: Aplique a calda com pulverizador. Dê preferência aos de


maior pressão para não respingar sobre as plantas.

APLICAÇÃO DA CALDA BORDALESA


o Não aplique quando as folhas estiverem molhadas, por chuva, sereno ou rega;
o Não regue suas plantas no dia da aplicação;
o Nunca aplique sob o sol quente ou com temperaturas muito baixas;
o Utilize equipamento de segurança na aplicação e na confecção da calda;
o Respeite o intervalo de 20 dias entre as aplicações;
o Evite o contato com a pele.
o 1 litro da calda para 10 litros de água
IMPORTANTE
Todo alimento que for pulverizado com a CALDA BORDALESA deve ser muito bem
lavado antes de ser consumido.

Dicas Agroecológicas / Plantas que ajudam:


Manjericão: Repelente de moscas e mosquitos.
Coentro: Controla pulgões e ácaros.
Hortelã: O cheiro repele lepidópteros, como a borboleta-da-couve, formigas e ratos. Pode ser
plantada, ainda, como bordadura de lavouras.
Alecrim: Afasta a borboleta-da-couve e a mosca-da-cenoura. É planta companheira da sálvia.
Alho: Eficiente como repelente de pragas do tomate.
Alfavaca: O cheiro repele moscas e mosquitos. Não deve, porém, ser plantada perto da arruda.
Citronela: É repelente de insetos, inclusive pernilongos e do Aedis (transmissor da Dengue).
Losna: Afasta animais de sua horta. Plante a losna em vasos e coloque-os próximos da horta,
não a plante no canteiro, pois ela é incompatível com diversas plantas.

Apoio:

Maiores informações entre em contato com a equipe técnica da FASE Bahia. 75-988094528 (Nadilton); 75-988792609
(Veronice); 75-988989976 (Maria Helena); 75-991251921 (Fernando); e 73-981350009 ( Rosélia).

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Praticas Agroecológicas na Produção Animal


1- Receitas para Controle de Parasitas
INDICAÇÃO RECEITA UTILIZAÇÃO
CARRAPATOS Alho Diluir este preparado para 10
E BERNES 3 cabeças de alho amassadas em parafina líquida litros de água e aplicar.
1 colher grande de sabão picado. Usar como repelente.
Fumo e cal virgem Utiliza-se 1 litro dessa calda base
5 kg de fumo de corda picada para 20 a 50 litros de água com
250 g de cal virgem 250 gramas de cal virgem
20 litros de água hidratada.
Aquecer e deixar por 24 horas o fumo e a água OBS: essa receita também serve
misturados. Após este tempo, coar e manter esta na prevenção de bicheira em
calda base em recipiente fechado e abrigado da luz. animais.
Enxofre Misturar os dois ingredientes e
1 kg de enxofre não industrializados fornecer à vontade aos animais
100 kg de sal mineralização
MOSCAS DOS Alho + sal Fornecer no cocho nos períodos de
CHIFRES E 1 kg de alho maior infestação. Repelência para
MOSQUITOS 5 kg de sal mineralização (sal mineral) a mosca dos chifres e
Preparo: Moer os dentes de alho, se necessário ectoparasitos e vermífugo
juntar milho para facilitar a mistura com o sal.
Alho + pimenta Repelente para moscas dos
1 pedaço de sabão de côco ( em torno de 50 g) chifres e mosquitos.
4 litros de água quente Coar com um pano fino e aplicar.
2 cabeças de alho, finamente picadas
4 colheres pequenas de pimenta vermelha picadas.
Preparo: Dissolver um pedaço de sabão 50 gramas,
em 4 litros de água. Juntar 2 cabeças de alho
picadas e 4 colheres de pimenta vermelha picada.
b) Alho + sal Indicação: repelência para a mosca
1 kg de alho do chifre e ectoparasitos e
5 kg de sal mineralização vermífugo.
Preparo: Moer os dentes de alho, se necessário,
juntar milho para facilitar a mistura com o sal.
Fornecer nos períodos de maior infestação.
PARASITOS Nim Para combater os parasitos
INTERNOS Sementes de nim. internos dos animais, colocar 10%
de torta de sementes de Nim na
alimentação.

A mosca dos chifres, cientificamente conhecida como Haematobia irritans, é


uma mosca originária da Europa que chegou aqui no Brasil através da importação
de gado de outros países (VALÉRIO; GUIMARÃES, 1983) e é atualmente a de
maior impacto na pecuária nacional.

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O Carrapato pode ser encontrado em todo o Brasil. A infestação


pelo carrapato causa grandes danos aos animais, como lesões na
pele que podem ser “porta de entrada” para infecções e miíases
(bicheira), perda de peso, prostração, anemia, queda na produção
do leite, e pode levar o animal à morte.

O berne é uma ectoparasitose causada pela larva da mosca


Dermatobia hominis. O berne pode causar grandes danos aos animais,
estando relacionados à redução no ganho de peso, diminuição da
produção leiteira, gastos com mão de obra, medicamentos,
desvalorização do couro e predisposição a outras doenças, bem como
às bicheiras.

2- Receitas para Controle natural de Diarreia em Bezerros.

DIARREIA EM Bananeira Indicação: diarreia em bezerros


BEZERROS Preparo: Espremer os caules da bananeira,
retirando deles um caldo. Ministrar este
caldo aos bezerros com diarreia enquanto
durar o quadro. Tem efeito antibiótico, não
tóxico.
Goiabeira Preparo: Ferver as folhas ou
100 gramas de folhas e ou cascas de cascas de goiabeira em água, coar e
goiabeira fornecer ao animal, fazendo-o
2,5 litros de água. engolir. Aplicar enquanto durar o
quadro de diarreia. Tem efeito
antibiótico, hidrata o animal.

Fontes de pesquisa:
Soraggi(1997) citado por H. Abreu Jr. Práticas no Controle de Pragas e Doenças na Agricultura -
Coletânea \Emopi,1998-112 p.
Schutterer, 1995 (citado por H. Abreu Jr. Práticas no Controle de Pragas e Doenças na

! Agricultura - Coletânea\Emopi,1998-112 p.)


Stoll, G. Proteccion Natural de Cultivos (baseada em Recursos Locales en el Trópico y Subtropical.
Weikersheim: Margraf, 1989. Misericor, Agrecol, Gaby Stoll.Stoll, (1989).
H. Abreu Jr.Práticas no Controle de Pragas e Doenças na Agricultura\ Emopi, 1998-112 p.
CABRERA (1984), citado por H. Abreu Jr. Práticas no Controle de Pragas e Doenças na Agricultura
- Emopi,1998-112 p.

Apoio:

Informativo Técnico 09/2020


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Boas Práticas de Produção - Casa de Farinha


HIGIENIZAÇÃO
Na indústria de alimentos, a higienização
=
engloba práticas que garantem boas condições
LIMPEZA
higiênicas durante o processamento, evitando
=
contaminação alimentar.
DESINFECCÃO/ SANITIZAÇÃO

Por que devemos higienizar o local e os maquinários


casa de farinha?
Para termos um alimento seguro – Isento de
quaisquer contaminantes (físicos, químicos e
biológicos).

Figura 1- Encontro comunitário realizado na


comunidade do Riacho Grande- Valença

TIPOS CONTAMINANTES LIMPEZA DO AMBIENTE


FÍSICOS Provocados por materiais que FÍSICA Varrer e escovar
podem machucar como: prego,
QUÍMICA Utilização de detergente
pedaços de plásticos, vidros, ossos
MECÂNICA Bomba de alta pressão
etc.
QUÍMICOS Produtos para matar ratos, os
inseticidas e venenos.
Você sabia?
BIOLÓGICOS Provocados por microrganismos que
não são vistos a olho nu, mas que A qualidade da água utilizada na
são as principais causas de agroindústria deve ser própria para o
contaminação de alimentos. consumo, limpa e transparente, livre de
microrganismos e de agentes corrosivos.

Sanitização – Eliminação, através de agentes químicos ou físicos dos microrganismos aderidos


às instalações, maquinários e utensílios, mas gerar contaminação ao alimento produzido.

Exemplo de produto de limpeza– Hipoclorito de sódio (cloro), iodóforos (ácido peracético).

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Boas Prática de Produção – Farinheiros


1-Farinheiros:
VESTUÁRIO- Os farinheiros devem usar uma roupa clara,
sempre acompanhada de avental de plástico bem resistente,
pois estão sempre lidando com água, ou temperaturas altas.
Também devem usar touca e botas de borracha. A roupa não
deve estar rasgada ou suja, e deve ser trocada diariamente.
Se a roupa estiver muito molhada de suor, deve-se trocar a
intervalos menores.

Cuidados com a saúde do farinheiro:


✓ Se o farinheiro estiver doente deve evitar trabalhar
até se restabelecer.
✓ Se alguém tiver algum tipo de ferimento nas mãos, é
necessário o uso de luvas.
Evitar hábitos anti-higiênicos:
As pessoas que trabalham diretamente na casa de farinha devem evitar alguns hábitos
anti-higiênicos, como se coçar, falar ou tossir, principalmente quando estiverem torrando
ou embalando a farinha. Deve evitar colocar o dedo na boca, no nariz ou na orelha,
assoar o nariz, cuspir no chão, mascar chicletes ou palitos, pentear-se, fumar, provar a
farinha, pegar em dinheiro, e usar materiais que não tenham sido limpos. Se, sem querer,
praticar um desses hábitos, o farinheiro deve
imediatamente lavar as mãos.
Acidentes de trabalho fazem parte
Equipamentos de Proteção Individual – EPI’s: da realidade de todos os setores
Os EPI’s são de uso obrigatório, e visam manter industriais, gerando, além de danos à
o conforto e a saúde humana durante a saúde, grandes prejuízos para a
realização de tarefas que possam representar economia causados por indenizações
algum risco à vida. Exemplo de EPI’s essenciais e paradas da produção. Dessa forma,
na produção de farinha: Luvas de proteção; é indispensável o uso do EPI em
Botas; Vestimentas de proteção térmica; indústria de alimentos.
Protetor auricular; Respiradores; Avental, entre
outros.

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Boas Práticas de Produção- Farinha de Mandioca


1- Instalações sanitárias da casa de farinha
- Área limpa da fábrica: Em hipótese Dicas importantes:
alguma é permitido fazer refeições no
✓ Deve-se respeitar a distância
próprio local de trabalho, e os sanitários
mínima de 20 m do poço de coleta
tem de obedecer a questões mínimas de
de água, para evitar qualquer tipo
higiene.
de contaminação.
- As máquinas na área de produção devem ✓ Deve possuir uma pia para que o
ter um suporte que permita espaço
aproximado de 20 cm entre o piso e a
! empregado possa lavar suas mãos
imediatamente após usar o
sanitário.
máquina, sem barreiras, para facilitar a
✓ Os equipamentos, utensílios e
limpeza que, como as demais superfícies,
raízes devem ser enxaguados após
será feita por meio de aspiração (aspirador a lavagem com água clorada, para
de pó). Deve ter pisos e paredes lisas, evitar que o cheiro de cloro passe
laváveis, com ausência ou com poucas juntas para a farinha, mas ao fazer a
para facilitar a limpeza diária e evitar que sanitização de pisos, paredes,
janelas e ralos, não se deve fazer
pequenas sujeiras grudem nas mesmas e
o enxágue final.
sejam de difícil remoção.

- As janelas e outras aberturas devem ser protegidas com telas evitando, assim, a
entrada de insetos e roedores. Os tanques e áreas úmidas devem permitir o escoamento
dos efluentes para tubulações que irão transportá-los para as lagoas de tratamento.

- Os tetos, devem possuir forração para evitar a


queda de materiais estranhos no produto, bem
como serem lisos para facilitar a limpeza;
pintados de cores claras visando colaborar para
uma boa iluminação. É recomendável o maior
aproveitamento possível da luz natural e, nos
casos de necessidade de uso de lâmpadas, estas
não devem ser dispostas sobre as áreas do beneficiamento, porém, se for inevitável, que
tenham proteção para o caso de quebra. O piso da área “suja” (recepção, lavagem e
descascamento) e o da área “limpa” (torração da farinha) devem ser higienizados
diariamente, enquanto as paredes da casa de farinha podem ser higienizadas
semanalmente.

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2- Controle de pragas e animais

Você sabia?
Nenhum tipo de animal, inclusive
cachorros, gatos e pássaros, deve
permanecer dentro da casa de farinha,
para evitar que deixem pêlos, penas
e outras contaminações que
desqualificarão a farinha.

3- Limpeza e higienização da casa de farinha, dos equipamentos e


utensílios
Para garantir a qualidade da farinha de mandioca, deve-se lavar e higienizar o piso da
casa de farinha, todos os equipamentos e utensílios, por dentro e por fora, sempre no
início e no final de cada expediente, para evitar focos de pragas e contaminação da
farinha.

É importante que todos


os utensílios (bacias,
baldes, etc.) e
equipamentos em contato
com a raiz de mandioca e
a farinha sejam de
material inoxidável ou de
plástico resistente.

4- Pré-lavagem, lavagem e enxágue


Nessas etapas, primeiramente é feita uma diminuição da quantidade das sujeiras mais
aderidas à superfície dos
equipamentos e utensílios.

Depois a lavagem com a


ajuda de escovas, esponjas
e detergente neutro, para
retirar os resíduos mais

difíceis de sair.

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5- Desinfecção ou sanitização

A desinfecção ou sanitização
dos equipamentos e utensílios da
casa de farinha é a garantia que
o local e tudo que foi usado
estão sem qualquer sujeira ou
contaminante.

A desinfecção pode ser feita com água tratada ou clorada na concentração de 100 ppm,
e depois enxaguar com água potável para evitar que o cheiro do cloro fique impregnado.
Já na sanitização de pisos e paredes, deve-se usar uma água clorada mais forte de 200
pmm, deixando em repouso por 15 minutos, não precisando enxaguar

6- Sanitização das raízes

Na sanitização deve ser


utilizada uma água clorada
igual à do piso 200ppm, e
enxaguar com água potável.

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Boas Práticas de Produção- Manipulação das Raízes


1- RECEPÇÃO DAS RAÍZES
No recebimento das raízes o caminhão deverá
estacionar de forma a não permitir que os gases do
motor contaminem o ambiente do interior da casa de
farinha.
Recomenda-se, que as raízes sejam armazenadas em
local coberto, mas arejado.
Para evitar a contaminação do solo também é
necessário que esta área seja impermeabilizada e
possibilite o escoamento dos efluentes gerados naturalmente por este armazenamento.

2- DESCASCAMENTO DA MANDIOCA
Pode ser feito mecanicamente, através do lavador-
descascador ou manualmente. No descascamento os
cuidados com a higiene são fundamentais a fim de
evitar que as bactérias iniciem seu processo de
proliferação, sendo importante que as raízes, após o
descasque, sejam encaminhadas diretamente para
lavagem e que as cascas não fiquem acumuladas na área
de trabalho evitando o aparecimento de moscas.

3- LAVAGEM
Após o descascamento, devido às sujeiras vindas do
campo juntamente com as geradas pelo manuseio, é
necessário que haja uma lavagem acompanhada de molho
em água clorada, nas dosagens recomendadas (200 ppm
de hipoclorito de sódio por x litro de água), o que
eliminará tais sujeiras e evitará o aparecimento de
bactérias.

Você sabia? A raiz de mandioca não deve ficar mais de 24 horas


armazenada após a colheita, par evitar o escurecimento e comprometer a qualidade
da farinha.

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4- TRITURAÇÃO
A área de lavagem da mandioca deve possuir ralos de
escoamento para drenagem da água e, tanto piso como
paredes, devem ser azulejados. A água residual
(manipueira) deverá ser canalizada e direcionada para
tanques, de onde poderá ser utilizada para outros fins
(Informativo 14, traz orientações sobre o uso da
manipueira).
Da mesma forma a manipueira resultante da trituração das raízes, deve ficar restrita ao
tanque de armazenamento temporário, para posterior tratamento nas lagoas de
sedimentação, decantação e estabilização.

5- PRENSAGEM
Depois de ralada a massa deve ser prensada para diminuir
a umidade proveniente da manipueira que ainda restou.
Além disso, a massa em blocos evita maior exposição ao ar,
diminuindo a ocorrência da fermentação.

A água extraída nesta operação é rica em amido, sendo


chamada, também, de “leite de amido” ou manipueira. Esta
água não deve ser misturada às outras águas residuais da lavagem.

6- ESFARELAMENTO / PENEIRAGEM
Ao sair da prensa, a massa triturada está compactada, havendo
necessidade de ser esfarelada para permitir a peneiragem. Esse
esfarelamento pode ser feito manualmente, ou através do
esfarelador ou ralador.

Em seguida, passa-se a massa na peneira, na qual ficarão retidas


as frações grosseiras contidas na massa, chamada crueira, que
podem ser utilizadas na alimentação de animais

7- TORRAÇÃO
Após o esfarelamento / peneiragem, a massa é colocada, em bateladas, no forno para
eliminação do excesso de água e gelatinizar parcialmente o amido, por um período
aproximado de 20 min, com o forneiro mexendo a massa.

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A farinha vai sendo colocada em pequenas quantidades em outro forno para
uniformização da massa e torração final. A secagem final da farinha deve ficar em torno
de 10% de umidade.

Os fornos devem estar em locais com paredes para proteger o


forneiro e a farinha contra chuvas e ventos. A torração tem
grande influência sobre o produto final, porque define a cor, o
sabor e a durabilidade da farinha e deve ser realizada no mesmo
dia da ralação das raízes.

8- RESFRIAMENTO.
A etapa do resfriamento, embora pouco utilizada na região,
é necessária para evitar a formação de gotículas de água,
provenientes da condensação provocada pelo calor,
evitando, desta forma, que a farinha readquira umidade.

Na farinha que não é resfriada completamente, podem


aparecer mofos e bolores, assim como alguns grãos de
farinha que se juntam formando torrões que comprometem a sua qualidade.

9- PENEIRAMENTO, CLASSIFICAÇÃO E EMBALAGEM:


O peneiramento é feito para separar as farinhas fina, média e
grossa. Para venda, a farinha fina é a farinha que passa pelas
peneiras e a farinha grossa, é a que fica retida nas peneiras.

A farinha fina é utilizada para a confecção de farofas. Após a


classificação da farinha, há a embalagem em sacos de 1 kg ou
então em sacos de 50 kg.

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Mandiocultura: Uso da manipueira “água de tapioca”

A manipueira pode ser aproveitada de várias


maneiras.

✓ Como fertilizante natural; Manipueira


✓ Substituindo agrotóxicos, como defensivo É um líquido de cor amarelada
contra insetos e pragas como formigas, e que sai da mandioca, depois
doenças que atacam as lavouras; dela ralada e prensada,
✓ Na produção de vinagre para uso doméstico durante a fabricação da
e comercial; farinha.
✓ Na produção de sabão;
✓ Na Fabricação de tijolos (ecológicos).
A manipueira pode ser utilizada para
Você sabia? fertilizar o solo, tornando-o mais rico em
Se a manipueira, for despejada na nutrientes e microrganismos, servindo
natureza, provoca a poluição do solo também para controlar os vermes que
e das águas (rios, riachos e açudes), prejudicam o desenvolvimento das plantas.
causando grandes prejuízos ao meio É rica em vários nutrientes como Potássio
ambiente e ao ser humano. (K), Nitrogênio (N), Magnésio (Mg), Fósforo
(P), Cálcio (Ca) e Enxofre (s). Vale ressaltar
que a manipueira também contém os micros nutrientes. Na adubação, a manipueira deve
ser usada 24 horas depois de sua produção.

Formas de utilização da Manipueira:

FERTILIZANTE DO SOLO:

Recomenda-se o uso na diluição de 1 para


1 (1 litro de manipueira para 1 litro de
água). Aplicar a diluição na quantidade
de 2 a 4 litros por metro de sulco de
cultivo, deixando o solo descansar por 8
ou mais dias após a aplicação. Para a
semeadura deve- se revolver bem o solo.

Informativo Técnico 14/2020


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FERTILIZANTE FOLIAR:

Recomenda-se o uso na diluição de Atenção : A manipueira


1 para 6 ou mais (1 litro de contém substâncias parecidas com as de
manipueira para 6 ou mais litros muitos agrotóxicos, como por exemplo, o
ácido cianídrico (HCN). É por isso que ela é
de água). Pulverizar as folhas das
tóxica, no entanto, causa menos problemas
culturas com o líquido diluído.
ao meio ambiente e à saúde humana que os
Fazer 1 aplicação por semana venenos industriais. O uso da manipueira é
(mínima de 6 semanas / máximo de recomendado quando as pragas começarem a
10 semanas. trazer problemas para as plantas.

FABRICAÇÃO DE TIJOLOS COM MANIPUEIRA:

Consiste na utilização da manipueira em substituição à água.

FABRICAÇÃO DE VINAGRE:

A fabricação de vinagre é muito simples, rápida e


econômica. COMO FAZER: Coar a manipueira
(pura) 2 vezes com um pano limpo ou coador de
pano, colocar num recipiente (pote, vidro ou
garrafa pet) e, depois deixar ao sol, sem tampar o
recipiente, por um período de 15 dias, coar
novamente com o cuidado de não agitar o material
depositado no fundo do recipiente. O líquido puro
obtido (vinagre) deve ser colocado em outro
recipiente (garrafa), limpa e com tampa.

Informativo Técnico 14/2020


Rua General Labatut, 78 – Barris CNPJ Nº 33.700.956/0025 - 22
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Telefone: (71) 3328-1080 Página na Internet: www.fase.org.br
Informativo Eletrônico

COMO REPELENTE:

Deve ser aproveitada nas primeiras 24 horas após sua produção. Ela pode ser usada
pura ou diluída. O melhor é que o agricultor realize testes numa pequena área de
cultivo para saber a dosagem ideal na sua plantação. Pode-se pulverizar 3 ou mais
vezes na plantação, com descanso de 1 semana entre cada aplicação. A quantidade de
aplicações será determinada de acordo com a quantidade de pragas ou insetos na
cultura.

✓ NO CONTROLE DE PRAGAS, de fruteiras maiores como laranjeiras, limoeiros,


goiabeiras e mangueiras, recomenda-se pulverizar de 1 para 1 (1 litro de manipueira
para 1 litro de água).
✓ NO CONTROLE DE INSETOS, em plantas de pequeno porte, como maracujazeiro ou
abacaxi, pode-se pulverizar uma diluição de 1 para 2 (1 litro de manipueira para 2
litros de água), e para culturas de hortaliças, como berinjela, pimentão e tomate,
recomenda-se pulverizar diluições de 1 para 3 ou mais (1 litro de manipueira para 3 ou
mais litros de água.
✓ NO CONTROLE DE FORMIGAS, É recomendado despejar 1 litro de manipueira pura
em cada olheiro, que depois deve ser fechado. Assim o formigueiro morrerá.

FABRICAÇÃO DE SABÃO:

A fabricação de sabão também é muito simples. Com esta receita fabrica-se 10 kg de


excelente sabão. 07 litros de manipueira, 03 kg ou litros de gordura (sebo bovino),
250 gramas de sabão em pó, 01 copo (300ml) de polvilho ou goma e 01 kg de soda
cáustica. COMO FAZER, derreter os 03 kg de gordura (sebo bovino), colocar a
manipueira em balde plástico, em seguida coloca-se o sabão em pó, a goma sempre
mexendo com uma pá de madeira, por último coloca-se a gordura e a soda cáustica.
Deixa ao sol ou ao ar livre por um período de até uma hora e meia, sempre de vez em
quando mexendo até dar o ponto de corte e colocar em formas. O produto deverá ser
usado somente após dez dias da sua fabricação.

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Referências:

APTA; CHÃO VIVA; FUNDAÇÃO LUTERANA SEMENTES; PREFEITURA DE


SANTA MARIA DE JETIBÁ (Organizadores). Experiências agroecologia
capixabas. 2003.

CABRERA (1984), citado por H. Abreu Jr. Práticas no Controle de Pragas e


Doenças na Agricultura - Emopi,1998-112 p.

Controle alternativo de pragas e doenças das plantas. – Brasília, DF: Embrapa


Informação Tecnológica, 2006.27 p.: il. – (ABC da Agricultura Familiar, 4).

H. Abreu Jr. Práticas no Controle de Pragas e Doenças na Agricultura\ Emopi,


1998-112 p.

PONTE, José Júlio da. Cartilha da manipueira: uso do composto como insumo
agrícola/José Júlio da Ponte. - 3. Ed. - Fortaleza: Banco do Nordeste do Brasil,
2006. 66p.

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DE SIPIRANGA. Higiene e


Segurança do Alimento. Cartilha orientativa.2º edição, 2010.

Soraggi (1997) citado por H. Abreu Jr. Práticas no Controle de Pragas e Doenças
na Agricultura - Coletânea \Emopi,1998-112 p.

Schutterer (1995) citado por H. Abreu Jr. Práticas no Controle de Pragas e


Doenças na Agricultura - Coletânea\Emopi,1998-112 p.

Stoll, G. Proteccion Natural de Cultivos (baseada em Recursos Locales en el


Trópico y Subtropical. Weikersheim: Margraf, 1989. Misericor, Agrecol, Gaby
Stoll.Stoll, (1989).

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