Determinação Da Exigência EDPB para Tilápia
Determinação Da Exigência EDPB para Tilápia
Determinação Da Exigência EDPB para Tilápia
SETOR PALOTINA
DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AQUICULTURA E
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Palotina
2016
WILLIAM FRANCO CARNEIRO
Palotina
2016
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
CDU 639.3
Ficha catalográfica elaborada por Aparecida Pereira dos Santos – CRB 9/1653
Agradecimentos
À minha família, pelo grande exemplo de vida, educação, incentivo e apoio nos
momentos mais difíceis;
À Tharyn, que como sempre demonstrou muita paciência nos momentos essenciais,
respeito pelo meu trabalho e, por muitas vezes me ajudou;
Ao Prof. Dr. Fábio Meurer, pela orientação, paciência, confiança, conselhos concedidos
e pela amizade tornando possível a realização deste trabalho;
À minha coorientadora Profa. Dra. Leda pelo auxílio e conselhos na realização das
análises bromatológicas;
Ao Prof. Dr. Rodrigo Thom pelas conversas e ajuda nas análises estatísticas;
RESUMO
ABSTRACT
In recent years, studies about aquaculture increased rapidly, especially in the pisciculture area,
which is the sector of food production fastest growing in the world today. In this context, the
world production of tilapia has been outstanding, especially in the efficient use of plant foods
and dietary carbohydrates as an energy source, which reduces the cost of feeding. This study
aimed to determine the requirement of protein and digestible energy for Nile tilapia from 200
to 450g, with diets based on soybean and corn. For this, twenty diets were formulated with five
levels of digestible protein (PD): 14; 19; 24; 29 and 34% and four digestible energy (ED): 2,600;
2,800; 3,000 and 3,200 Kcal/ kg-1. 360 Nile tilapias were distributed in 60 experimental units
of polyethylene with 1,000L- of useful volume each. The animals were fed at 8h, 13h and 17h
each day, the temperature and oxygen were evaluated daily and the other variables weekly. At
the end of 96 days of the experiment, interactions were observed between PDxED (p<0.05) for
final weight (PF), weight gain (GP), daily weight gain (GPD), visceral fat (GV), fillet yield
(RF), specific growth rate (TCE), apparent feed conversion (CAA) and protein efficiency ratio
(TEP). The moisture levels, protein, ether extract and mineral matter of fillets and carcasses
were analyzed and presented interaction between PDxED only for crude protein in both cases.
The best performance of the animals was verified with the treatment of 24% of PD and
3,000Kcal/ kg-1 of DE, RF increased significantly (p<0.05) with increasing of PD levels in the
diet. The treatment with 34% of PD and 2.600Kcal/ kg-1 of ED showed the best RF and TEP
decreased with increasing of PD levels in the diets. For the carcass composition, the higher
protein deposition was with the treatment of 29% of PD and 2,800Kcal/ kg-1 of ED, significantly
different (p<0.05) from the others. For crude protein fillet composition the treatment with 34%
of PD and 2,600Kcal/ kg-1 of ED showed the highest values, unlike the other treatments
(p<0.05). Based on these results verified for the productive performance of the animals, it is
recommended to use 24% of PD and 3,000Kcal/ kg-1 of ED for tilapia from 200 to 450g.
Figura 3. Interação PDxED para peso final médio de tilápias do Nilo, alimentadas com
diferentes níveis de proteína e energia digestível. .................................................................... 33
Figura 4. Interação PDxED para ganho de peso de tilápias do Nilo, alimentadas com diferentes
níveis de proteína e energia digestível ...................................................................................... 34
Figura 5. Interação PDxED para ganho de peso diário de tilápias do Nilo, alimentadas com
diferentes níveis de proteína e energia digestível ..................................................................... 34
Figura 6. Gordura visceral de tilápias do Nilo, alimentadas com diferentes níveis de proteína e
energia digestível. ..................................................................................................................... 34
Figura 7. Interação PDxED para rendimento de filé de tilápias do Nilo, alimentadas com
diferentes níveis de PD e ED. ................................................................................................... 35
Figura 8. Interação PDxED para taxa de crescimento especifico de tilápias do Nilo, alimentadas
com diferentes níveis de PD e ED ............................................................................................ 35
Figura 9. Interação entre PDxED para conversão alimentar de tilápias do Nilo, alimentadas com
diferentes níveis de proteína digestível e energia digestível .................................................... 36
Figura 10. Conversão alimentar de tilápias do Nilo, alimentadas com diferentes níveis de
proteína digestível independentemente do nível energético ..................................................... 36
Figura 11. Interação entre PDxED para taxa de eficiência proteica de tilápias do Nilo,
alimentadas com diferentes níveis de proteína digestível e energia digestível ........................ 37
Figura 12. Interação entre PDxED para proteína bruta na carcaça de tilápias do Nilo,
alimentadas com diferentes níveis de proteína digestível e energia digestível. ....................... 38
Figura 13. Interação entre PDxED para proteína bruta no filé de tilápias do Nilo, alimentadas
com diferentes níveis de proteína e energia digestíveis. .......................................................... 40
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Exigência de proteína para tilápia do Nilo, proteína bruta (PB) e digestível (PD). . 18
Tabela 2. Composição alimentar das rações com níveis crescentes de proteína e energia
digestíveis para tilápia do Nilo. ................................................................................................ 25
Tabela 3. Composição centesimal das rações com níveis crescentes de proteína e energia
digestíveis para tilápia do Nilo, com base na matéria natural. ................................................. 26
Tabela 4. Medidas corporais de tilápia do Nilo alimentadas com níveis crescentes de proteína e
energia digestíveis. ................................................................................................................... 31
Tabela 5. Desempenho de tilápias alimentadas com rações com níveis crescentes de proteína e
energia digestíveis para tilápia do Nilo. ................................................................................... 32
Tabela 6. Composição centesimal das carcaças de tilápia do Nilo alimentadas com níveis
crescentes de proteína e energia digestíveis, com base na matéria natural. ............................. 38
Tabela 7. Composição centesimal de filés de tilápia do Nilo alimentadas com níveis crescentes
de proteína e energia digestíveis, com base na matéria natural. ............................................... 39
Tabela 8. Glicose plasmática de tilápia do Nilo alimentadas com níveis crescentes de proteína
e energia digestíveis, com base na matéria natural................................................................... 40
Dissertação elaborada e formatada conforme as
normas da ABNT, disponível em:
<http://www.campuspalotina.ufpr.br/sites/default/
files/RefABNT.pdf>
SUMÁRIO
1 Introdução ........................................................................................................................ 11
2 Referencial Teórico ......................................................................................................... 12
2.1 Aquicultura mundial e brasileira..................................................................................... 12
2.2 Tilápia ............................................................................................................................. 12
2.3 Alimentação de peixes .................................................................................................... 14
2.3.1 Proteína .................................................................................................................... 15
2.3.2 Energia ..................................................................................................................... 19
2.3.4 Relação energia/ proteína ......................................................................................... 21
3 Material e Métodos .............................................................................................................. 23
3.1 Localização e período experimental ............................................................................... 23
3.2 Material biológico e instalações...................................................................................... 24
3.3 Rações, processamento e manejo alimentar.................................................................... 24
3.4 Qualidade de água ........................................................................................................... 27
3.5 Desempenho zootécnico ................................................................................................. 28
3.6 Determinação da composição química corporal e do filé ............................................... 29
3.7 Colheita do sangue .......................................................................................................... 29
3.8 Análise estatística ........................................................................................................... 30
4 Resultados ........................................................................................................................ 30
4.1 Qualidade de água ........................................................................................................... 30
4.2 Desempenho zootécnico ................................................................................................. 31
4.3 Composição química da carcaça e filé ............................................................................ 37
4.4 Glicose plasmática .......................................................................................................... 40
5 Discussão .............................................................................................................................. 41
5.1 Qualidade de água ........................................................................................................... 41
5.2 Desempenho zootécnico ................................................................................................. 41
5.3 Avaliação química da carcaça e do filé........................................................................... 45
5.4 Glicose plasmática .......................................................................................................... 45
5.5 Correlações entre os parâmetros de desempenho e composição bromatológica ............ 46
6 Conclusões ............................................................................................................................ 47
Referências .............................................................................................................................. 48
11
1 INTRODUÇÃO
Apesar do Brasil possuir uma extensa área oceânica equivalente a 8.400km e uma área
de 5.500.000 hectares de lâmina d’água (BRASIL, 2013), possui uma produção anual de
pescados abaixo de outros países da América Latina, como Peru, Chile e México (MPA, 2012).
A produção de pescado no Brasil em 2009 foi de 1.264.765 toneladas, sendo que 394.340
toneladas foram provenientes da aquicultura continental (MPA, 2012).
A atividade aquícola encontra-se pouco estruturada, com dificuldades na obtenção de
licenças, manejo inadequado e carência de assistência técnica qualificada (SIDONIO et al.,
2012). Além disso, de acordo com os mesmos autores, com uma política de pesquisa e
desenvolvimento para espécies com potencial e uma profissionalização da atividade, a
aquicultura no Brasil poderá ser bastante desenvolvida. A exportação de tilápia do Nilo
(Oreochromis niloticus ) no primeiro trimestre de 2016 já ultrapassou o total de exportação no
ano de 2015. As exportações de tilápia no Brasil durante os primeiros três meses de 2016
totalizaram 188,8 toneladas no valor de USD 1,5 milhões, enquanto no mesmo período em 2015
exportações totais foram de 5 toneladas no valor de USD 49 500 (+3.675% e 2.872%,
respectivamente) (EMBRAPA, 2016). Esse crescimento na produção de tilápias é devido a um
aumento nas pesquisas da sua cadeia produtiva e ao desenvolvimento de variedades melhoradas
(ALMEIDA et al., 2014).
A produção da tilápia Nilo apresenta como grandes vantagens o rápido crescimento, a
rusticidade e uma boa conversão alimentar (VIEIRA et al. 2005). Além desses fatores
favoráveis ao cultivo de tilápia, outros são o baixo custo quando comparado a outras espécies,
o custo com a produção de alevinos, alimentação e a qualidade da carne (LAHAV e RA’NAM,
1997). As tilápias utilizam eficientemente os alimentos de origem vegetal (PEZZATO, 2001) e
os carboidratos da dieta como fonte de energia (VIOLA e ARIELI, 1983, SHIAU, 1997),
quando comparadas as outras espécies de peixes comumente cultivados (DEGANI e REVACH,
1991), o que reduz os custos com a alimentação.
Em criações comercias de tilápia do Nilo são encontradas rações com aproximadamente
32% de proteína bruta em fase de engorda e terminação, nível acima do recomendado na
literatura, sobretudo se considerar o hábito alimentar onívoro da tilápia. Como esse peixe
dispensa um elevado teor de proteína para satisfazer suas necessidades, muitos estudos estão
sendo realizados para determinar a sua exigência adequada, principalmente com alimentos de
12
origem vegetal, que visa reduzir os custos de produção. Desse modo, este trabalho objetivou
determinar a exigência de proteína e energia digestíveis para tilápia do Nilo de 200 a 450g.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.2 Tilápia
“Light”, atual Eletropaulo (AZEVEDO, 1955). A tilápia do Nilo, introduzida duas décadas mais
tarde, foram trazidas da Costa do Marfim pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca
(DNOCS), que realizava o “programa brasileiro de produção de juvenis”, DNOCS, e importou
60 espécimes de O. niloticus (MAINARDES-PINTO,1989; CASTAGNOLLI, 1992), sendo
uma das espécies que mais se adaptou ao nosso clima, devido a sua alta prolificidade e
precocidade sexual. Foram introduzidas com objetivo de povoar reservatórios públicos, no
entanto sua disseminação ocorreu de forma desordenada, ocorrendo vários problemas de
anomalias genéticas e perda de variabilidade genética devido à dificuldade de evitar
acasalamento entre indivíduos parentes (OLIVEIRA et al., 2011).
A expansão da tilapicultura no Brasil ocorreu somente na década de 90, com a
importação de tilápias (WAGNER et al., 2004). Foram introduzidos cerca de 20.800 indivíduos
de O. niloticus variedade Chitralada, importados do Agricultural and Aquatic Systems, do
“Asian Institute of Technology” (AIT), com sede na Tailândia (BORGES et al., 2005;
ZIMMERMANN, 1999). Em 2005 a variedade GIFT (genetically improved farmed tilapia) foi
introduzida no Brasil, com a importação de 480 indivíduos (RESENDE et al., 2010).
O sucesso obtido na produção de tilápias se deve ao conhecimento de técnicas de
reversão sexual, em que eram produzidos plantéis monossexo. A possibilidade de produzir
peixes para pesque-pague e indústrias de filetagem no Sul e Sudeste por um preço alto também
contribuiu para o desenvolvimento da tilapicultura (LOVSHIN, 2000). A tilápia do Nilo
apresentou bons resultados na piscicultura brasileira devido a sua rusticidade, crescimento
rápido, fácil adaptação ao confinamento (OLIVEIRA et al., 2007), resistência a temperaturas
elevadas, baixa concentração de oxigênio dissolvido e alta concentração de amônia na água.
Além disso, é capaz de utilizar a produtividade primária dos viveiros e possui características
que permitam a sua utilização em ensaios científicos, devido às facilidades de manejo e de
reprodução ao longo do ano (POPMA e PHELPS 1998).
Atualmente, a O. niloticus representa mais de 90% das tilápias cultivadas no Brasil
(MPA, 2008), onde foram encontradas cerca de 8.855 unidades produtivas dessa espécie
(Figura 1), com destaque a região Sul, que corresponde a 41% do total e possui a maior parte
destas unidades (MPA, 2012).
14
Figura 1. Unidades produtivas de tilápia (pontos no mapa) em todo o território nacional (área clara no
mapa representa locais onde não houve recenseamento). Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura,
Censo Aquícola Nacional, 2012.
O manejo alimentar adequado requer conhecimentos básicos sobre a espécie a ser criada
e é influenciada por diversos fatores. Pelo alto custo das dietas (50 a 70%), a alimentação
representa um item importante, principalmente nos sistemas mais intensivos, sendo necessário
considerar o desempenho e também a influência do manejo alimentar sobre a qualidade da água
(MOREIRA, 2001; El-SAYED, 2006).
O alto custo das rações para a aquicultura é causado principalmente, pelo preço dos
ingredientes proteicos e do custo de processamento. Isso leva a uma incessante busca por
15
2.3.1 Proteína
As proteínas possuem importante papel nos processos biológicos, uma vez que as
transformações moleculares que definem o metabolismo celular são mediadas pela catálise
proteica. Proteínas são moléculas complexas e muito versáteis nos sistemas vivos, pois atuam
em diversas funções essenciais como: catalisadores, no transporte e armazenamento de outras
moléculas (oxigênio) e as que geram força mecânica e eletroquímica (VOET et al., 2014).
As proteínas são consideradas os principais constituintes orgânicos dos tecidos dos
peixes e quando digeridas, são hidrolisadas em aminoácidos livres, que serão distribuídos por
meio da corrente sanguínea para os órgãos e tecidos. Com isso, serão formadas novas proteínas,
16
Tabela 1. Exigência de proteína para tilápia do Nilo, proteína bruta (PB) e digestível (PD).
PD (%) PB (%) Peso (g) Fonte proteica Referência
2.3.2 Energia
Atualmente, os peixes de cultivo têm apresentado carcaças com elevado teor de gordura
visceral, o que torna essencial o estudo entre a relação proteína/energia na produção de peixes.
O consumo de alimentos está diretamente influenciado pela quantidade de energia na
dieta, uma vez que uma dieta que apresenta baixa relação entre E/P mostra redução na taxa de
22
crescimento e de deposição proteica, parte da proteína será consumida como fonte energética
(NRC, 2011).
Dietas com excesso de energia não proteica e alta relação E/P pode levar a inibição da
ingestão voluntária antes que haja o consumo da quantidade suficiente de aminoácidos (PAGE
e ANDREWS, 1973). Isso pode causar um acúmulo excessivo de lipídeos e prejudicar a
utilização de outros nutrientes, visto que os níveis de consumo são determinados pela energia
total disponível na dieta (LOVELL, 1988; COLIN et al., 1993).
Os níveis de consumo alimentar com base no conteúdo calórico das dietas foram
observados por Lee e Putnam (1973) em estudo com trutas. Os mesmos autores relataram que
a utilização da proteína e a taxa de retenção proteica aumentaram com os maiores níveis de
amido na ração, mostrando efeito poupador da proteína pelo amido, característica essa
recomendada, considerando que seria mais econômico para a produção de peixes (SAMPAIO,
1998). Nesse sentido Meyer e Fracalossi (2004) também relataram que estudos que variaram as
concentrações de energia e proteína demonstraram que os peixes têm capacidade de economizar
proteína à medida que outras fontes de energia, tais como carboidratos e lipídeos, são incluídas
às dietas.
É de suma importância o fornecimento de uma dieta com adequada relação
energia/proteína para que se obtenha uma produção de peixes com bom desempenho e altos
rendimentos de carcaça e filé. Assim, como uma possível diminuição no custo de produção
através da redução do preço das rações utilizadas comercialmente, é possível existir uma
produção sustentável e com menor descarga de nutrientes para o meio aquático (DE SILVA et
al., 1989).
Diversos estudos avaliaram os efeitos de diferentes relações energia/proteína. Nas
variadas condições e formas de formulações de dietas os valores para relação energia/proteína
nesse trabalho oscilou entre 6,9 – 14,256 kcal ED/g proteína bruta ou proteína digestível
(GONÇALVES, 2007).
Para tilápia do Nilo é recomendada 22% de proteína digestível e 3.000 Kcal/ kg-1 de
energia digestível, com base no conceito de proteína ideal, desde que respeitada a exigência dos
demais nutrientes e que sejam utilizados alimentos de alto valor biológico (GONÇALVES et
al., 2009).
Testando dietas com diferentes níveis de PB e ED (30, 35, 40, 45 e 50% de PB e 3.000,
4.000 e 5.000 Kcal/ kg-1 ED) para pós larvas de tilápia do Nilo (O. niloticus) foi observado nas
dietas contendo 3.000Kcal/ kg-1 o pior crescimento e as melhores com as dietas de 35 e 40% de
proteína bruta. As dietas com 45% de proteína bruta e 4.000 Kcal/ kg-1 de energia digestível
23
3 MATERIAL E MÉTODOS
Foram utilizados 360 juvenis de tilápia do Nilo, linhagem GIFT, provenientes de uma
população monosexo masculina, de uma piscicultura comercial (Piscicultura Demarco). Antes
do período experimental os peixes foram aclimatados por aproximadamente 60 dias nas
unidades experimentais. Ao atingirem o peso médio de 200g ± 10g foram distribuídos em um
delineamento fatorial 5x4 com três repetições, utilizando 60 caixas de polietileno com 1.000
litros de volume útil.
A aeração de cada unidade experimental era composta por uma mangueira de silicone
com uma pedra porosa, ligadas a uma tubulação conectada a um soprador elétrico (1 cv). As
unidades experimentais foram acopladas a um sistema de recirculação com filtragem física e
biológica de água. Foram utilizados 4 caixas de 2.000L, as duas primeiras para remoção das
partículas maiores em suspensão e as duas últimas para filtragem biológica. Após passar pelo
sistema de filtragem, a água era conduzida para 2 tanques com 30 m³ de volume útil, para
decantação e nova filtragem biológica por meio de macrófitas aquáticas (Eichornia crassipes),
de onde eram bombeados para o sistema novamente, cada tanque de decantação continha uma
bomba elétrica (3/4 cv).
3.3 Rações, processamento e manejo alimentar
Tabela 2. Composição alimentar das rações com níveis crescentes de proteína e energia digestíveis para tilápia do Nilo.
Composição em alimentos
Proteína Energia
digestível(%) Farelo de Farelo de Celulose CaHPO4 Premix®¹ Óleo de BHT² Calcário Sal
digestível(Kcal/ kg-1)
soja Milho soja
2600 22,46 62,99 10,69 2,79 0,5 0 0,01 0,45 0,5
2800 21,11 70,94 4,11 2,731 0,5 0 0,01 0,08 0,5
14
3000 20,54 74,26 0 2,71 0,5 1,37 0,01 0,10 0,5
3200 21,30 69,82 0 2,74 0,5 5,04 0,01 0,08 0,5
Tabela 3. Composição centesimal das rações com níveis crescentes de proteína e energia digestíveis
para tilápia do Nilo, com base na matéria natural. (Continua)
Energia Composição Centesimal
Proteína
digestível (Kcal/ EB2 MS3 EE4
digestível (%) PB1 (%) MM5 (%)
kg-1) (%) (%) (%)
14 2.600 16,62 3779,53 90,13 2,22 5,15
2.800 16,74 3839,58 89,79 2,39 5,59
3.000 16,21 3952,43 90,18 3,67 5,55
3.200 16,83 4156,04 90,10 7,04 5,00
Tabela 3 - Composição centesimal das rações com níveis crescentes de proteína e energia digestíveis para tilápia
do Nilo, com base na matéria natural. (Conclusão)
Energia Nutrientes calculados (%)
Proteína
digestível (Kcal/ Metionina
digestível (%) Amido Gordura Fibra Lisina
kg-1) Cistina
2.600 14,12 2,07 4,82 2,2 1,0
2.800 18,84 2,38 4,84 2,2 1,0
34
3.000 22,23 3,29 4,94 2,2 1,0
3.200 19,57 6,76 4,90 2,2 1,0
1
Proteína bruta; 2Energia bruta; 3Matéria seca; 4Extrato etéreo; 5Matéria mineral; 6Fósforo total, 7Fibra
bruta.
As rações foram formuladas a base de farelo de soja, milho, óleo de soja, fosfato
bicálcico (CaHPO4), calcário calcítico, pré-mistura vitamínica-mineral e sal comum. Os
ingredientes foram pesados, misturados em um misturador experimental, após a
homogeneização foram adicionados cerca de 220 mL de água a temperatura ambiente, por
quilograma de ração e posteriormente peneiradas 2 vezes. Após esse procedimento, a mistura
foi extrudada em uma extrusora laboratorial modelo “EX LABORATÓRIO” (Exteec®
Máquinas) com capacidade de 15 kg/h. A velocidade das facas foi ajustada em 20 Hz e a
temperatura em 90 °C. A matriz utilizada no processamento continha uma espessura de 4 mm.
Após o processo de extrusão, as rações foram secas em estufa de ventilação forçada
por 12 horas, e em seguida embaladas em sacos plásticos e armazenadas sob refrigeração até a
sua utilização. As rações foram analisadas (Tabela 2) quanto aos valores de proteína bruta,
energia bruta, gordura, cinzas e umidade, de acordo com a metodologia da Association of
Official Analytical Chemists, AOAC (2000).
O arraçoamento foi ad libitum, de duas a três vezes ao dia (8h, 13h e 18h), sendo o
primeiro horário descartado em dias onde a temperatura da água encontrava-se abaixo do
recomendado para uma boa alimentação dos animais (219 °C).
.
3.4 Qualidade de água
Alcalinidade total e dureza foram determinadas por titulação segundo Macêdo (2003).
A amônia foi determinada segundo Grasshoff e colaboradores (2009) e o nitrito foi determinado
segundo Baumgarten e colaboradores (1996).
A cada 15 dias foi realizado uma sifonagem em cada unidade experimental e a cada 30
dias uma sifonagem nos tanques de decantação, para a retirada do material orgânico depositado
no fundo dos mesmos.
As análises de umidade (UM) proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE) e matéria mineral
(MM) das carcaças e filé foram realizadas no Laboratório de Pesquisa, da Universidade Federal
do Paraná, campus Avançado de Jandaia do Sul.
Para preparação das amostras, as carcaças e filés foram moídos em moedor de carne até
se obter uma mistura homogênea. Posteriormente foram realizadas as referidas análises
seguindo a metodologia da Association of Official Analytical Chemists, AOAC (2000).
Para a colheita de sangue os peixes foram mantidos em jejum por 24h, previamente
anestesiados com eugenol, conforme descrito anteriormente. A coleta de sangue foi realizada
com seringas lavadas com heparina sódica. Foram coletados sangue de dois animais por unidade
experimental.
A via de acesso utilizada para colheita foi através da veia caudal logo após o orifício
anal. Foram retirados 2 mL-1 de sangue por peixe, com auxílio de uma agulha de 0,3 mm. Após
a coleta, o sangue foi armazenado sob refrigeração (4 °C) evitando assim a hemólise.
Para avaliação bioquímica da glicose foi utilizado o plasma do sangue conservado com
EDTA (10%) separado por centrifugação a 3000 RPM/5 minutos. As análises foram realizadas
utilizando o kit para glicose sanguínea Bioliquid® específicos (Pinhais PR/BR), e a leitura foi
realizada por espectrofotômetro automático (MINDRAY BS120) no laboratório de Análises
Clinicas do Hospital Veterinário da UFPR Setor Palotina.
30
4 RESULTADOS
A sobrevivência média foi acima de 90%, não sendo afetada (P>0,05) pelos diferentes
níveis de PD e ED. Os resultados para medidas corporais (Tabela 4) e desempenho zootécnico
(Tabela 5) ao final do experimento, apresentaram interações (p<0,05) apenas para os
parâmetros de desempenho, exceto ganho de peso diário. Para medidas corporais não foram
constatadas interações (p>0,05) em nenhum dos tratamentos testados.
Tabela 5. Desempenho de tilápias alimentadas com rações com níveis crescentes de proteína e energia digestíveis para tilápia do Nilo.
Proteína Energia VARIÁVEIS
digestível (%) digestível (Kcal/ kg-1) PF1 GP2 GPD ns RF4 GV5 CAA6 TCE7 TEP8 SOB.ns
(g) (g) (g) (%) (%) (kg:kg) (%) (%) (%)
2.600 351,69 151,69 1,67 28,92 3,02 1,35 2,54 4,68 100,00
2.800 378,36 178,36 1,66 28,99 2,66 1,21 2,57 4,90 90,47
14 3.000 363,69 163,69 1,90 27,62 3,17 1,29 2,56 4,85 95,24
3.200 386,74 186,74 1,86 30,54 2,66 1,20 2,58 5,18 95,24
2.600 361,34 161,34 1,68 30,16 2,03 1,25 2,55 3,90 90,47
2.800 397,70 197,70 2,06 30,16 2,15 1,17 2,60 4,65 90,47
19
3.000 378,27 178,28 1,86 30,22 2,35 1,23 2,57 3,88 90,47
3.200 437,56 237,57 2,47 29,12 2,58 1,14 2,64 5,13 90,47
2.600 405,81 205,81 2,14 28,19 3,22 1,28 2,61 3,78 95,24
2.800 423,19 223,19 2,32 29,48 3,20 1,19 2,62 3,56 95,24
24
3.000 448,81 248,82 2,59 32,60 2,12 1,23 2,65 2,90 90,47
3.200 427,10 227,11 2,37 30,93 2,69 1,20 2,63 3,59 95,24
2.600 371,40 171,41 1,79 32,12 3,36 1,11 2,57 2,42 90,47
2.800 432,41 232,42 2,42 31,62 2,22 1,24 2,63 2,75 100,00
29
3.000 425,55 225,55 2,35 32,12 2,45 1,27 2,63 2,24 95,24
3.200 402,13 202,13 2,11 30,75 2,80 1,14 2,60 2,32 90,47
2.600 360,33 160,34 1,67 32,34 3,02 1,28 2,55 1,70 90,47
2.800 359,37 159,37 1,66 31,77 3,23 1,34 2,55 1,62 90,47
34
3.000 429,43 229,44 2,39 31,10 3,01 1,21 2,63 1,86 90,47
3.200 400,24 200,25 2,09 32,41 2,58 1,33 2,59 1,53 90,47
CV* 0,11 0,21 0,21 0,06 0,23 0,12 0,01 0,42 0,03
1
Peso Final Médio = 0,9378p - 0.0159e + 419,4571 ,R² 0,51, 2Ganho de Peso = 0,9722p + 0,0653e – 15,5457 R² 0,51, 3Ganho de Peso Diário = 0,0102p +
0,0007e – 0,1661 R² 0,5, 4Rendimento Filé = 0,0753p - 0.0013e + 31.8248 R² 0,84, 5Gordura Visceral = 0,0180p - 0,0008e + 4,6739 R² 0,4, 6Conversão Alimentar
Aparente = 2,173 - 0,08435x + 0,001788x² R² = 0,63, 7Taxa de Crescimento Específico = 0,0009p + 0,0001e + 2.3570 R² 0,5, 8Taxa de Eficiência Proteica -
0,1680p + 0,0002e + 6,8133 r² 0,7 *Coeficiente de variação. ns Não significativo.
33
Os valores para peso final médio variaram de 351a 448g. O grupo de peixes que recebeu
a dieta 24% de PD e 3.000Kcal/ kg-1 de ED apresentou o maior peso final médio, diferindo
estatisticamente dos demais tratamentos (p<0,05) (Figura 3).
Figura 3. Interação PDxED para peso final médio de tilápias do Nilo, alimentadas com diferentes níveis de proteína
e energia digestível.
O ganho de peso (Figura 4) e ganho de peso diário (Figura 5) foram influenciados
(p<0,05) pelos diferentes níveis de proteína e energia digestíveis das rações. Estes parâmetros
apresentaram os melhores resultados quando receberam dietas contendo 24% de PD e
3.000Kcal/ kg-1 de ED.
Figura 4. Interação PDxED para ganho de peso de tilápias do Nilo, alimentadas com diferentes níveis de proteína
e energia digestível
34
Figura 5. Interação PDxED para ganho de peso diário de tilápias do Nilo, alimentadas com diferentes níveis de
proteína e energia digestível
Os níveis de gordura visceral nas tilápias sofreram influência pelos tratamentos (Figura
6). As dietas com 19% de PD e 2.600Kcal/ kg-1 de ED apresentaram os menores índices para
este parâmetro (Figura 6).
Figura 6. Gordura visceral de tilápias do Nilo, alimentadas com diferentes níveis de proteína e energia digestível.
Figura 7. Interação PDxED para rendimento de filé de tilápias do Nilo, alimentadas com diferentes níveis de PD e
ED.
Foram constatadas interações para taxa de crescimento específico (TCE) (Figura 8). O
melhor resultado obtido para TCE foi com 24% de PD e 3.000Kcal/ kg-1.
Figura 8. Interação PDxED para taxa de crescimento especifico de tilápias do Nilo, alimentadas com diferentes
níveis de PD e ED.
apresentou efeito quadrático para PD. O ponto de mínima determinado para CAA foi com
23,6% de PD. (Figura 10).
Figura 9. Interação entre PDxED para conversão alimentar de tilápias do Nilo, alimentadas com diferentes níveis
de proteína digestível e energia digestível
23,6%
Figura 10. Conversão alimentar de tilápias do Nilo, alimentadas com diferentes níveis de proteína digestível
independentemente do nível energético
Com o aumento dos níveis de PD e ED, observou-se uma redução na taxa de eficiência
proteica (TEP) (Figura 11). O tratamento 14% de PD e 3.200Kcal/ kg-1 de ED foi determinado
como o melhor nível para TEP, diferindo (p<0,05) dos demais tratamentos.
37
Figura 11. Interação entre PDxED para taxa de eficiência proteica de tilápias do Nilo, alimentadas com diferentes
níveis de proteína digestível e energia digestível.
Figura 12. Interação entre PDxED para proteína bruta na carcaça de tilápias do Nilo, alimentadas com diferentes
níveis de proteína digestível e energia digestível.
38
Tabela 6. Composição centesimal das carcaças de tilápia do Nilo alimentadas com níveis
crescentes de proteína e energia digestíveis, com base na matéria natural.
Figura 13. Interação entre PDxED para proteína bruta no filé de tilápias do Nilo, alimentadas com diferentes níveis
de proteína e energia digestíveis.
Tabela 7 Composição centesimal de filés de tilápia do Nilo alimentadas com níveis crescentes de
proteína e energia digestíveis, com base na matéria natural.
Composição Centesimal
Proteína Energia 1
digestível (%) digestível (Kcal/ kg-1) PB EE2ns MM3ns UM4ns
(%) (%) (%) (%)
2.600 18,57 0,77 1,24 78,40
2.800 21,73 0,42 1,34 78,25
14
3.000 20,10 0,41 1,34 78,55
3.200 20,42 0,62 1,32 78,12
Tabela 8. Glicose plasmática de tilápia do Nilo alimentadas com níveis crescentes de proteína e
energia digestíveis, com base na matéria natural.
2.600 36,31
2.800 44,96
19
3.000 52,38
3.200 47,61
2.600 48,90
2.800 52,93
24
3.000 60,26
3.200 39,36
2.600 61,70
2.800 77,40
29
3.000 60,46
3.200 57,42
2.600 49,71
2.800 66,15
34
3.000 42,46
3.200 54,81
CV* 0,39
*CV: Coeficiente de variação. ns Não significativo.
41
5 DISCUSSÃO
A temperatura média da água (25,95 ± 1,6 °C) manteve-se adequada para tilápia do Nilo
(EL-SAYED, 2006; BOYD e TUCKER, 2012; WORKAGEGN, 2012). Entretanto, houve
momentos em que as temperaturas foram inferiores a 19 ºC. Nessas ocasiões a primeira
alimentação (às 8h) foi suspensa. O oxigênio dissolvido permaneceu dentro dos níveis
recomendados por Greiner e Timmons (1998) para o funcionamento adequado de sistemas de
recirculação e dentro da faixa recomendada para a espécie utilizada no experimento
(SIPAÚBA-TAVARES, 1995; EL SAYED, 2006).
Os valores encontrados para nitrito ficaram bem abaixo do máximo recomendado por
Sipaúba-Tavares (1995) em sistemas de produção de peixes. Os níveis de amônia
permaneceram abaixo do nível prejudicial (SCHMITTOU e SOWINSKI, 1991; PEREIRA e
MERCANTE, 2005) e dentro dos limites toleráveis para tilápia do Nilo (KUBITZA, 1998).
Com médias para dureza de 39,9 ± 2,1 e alcalinidade 91,1 ± 4,0 mg L-1 CaCO3, os dados
observados no presente estudo encontram-se dentro dos limites preconizados por Albanez e
Matos (2007). Os valores obtidos para o pH 7,7 ± 0,05, ficaram dentro dos limites aceitáveis
para a criação da espécie. Lopes e colaboradores (2001) afirmam que o pH entre 6,5 a 9,0 é
usualmente sugerida para a criação de peixes, podendo diferir para diferentes espécies.
Com base nas médias encontradas no experimento pode-se considerar que a água
utilizada encontra-se dentro dos limites aceitáveis de efluentes oriundos de sistemas de criação
de organismos aquáticos, segundo a Resolução CONAMA n° 357/2005, que estabelece
condições e padrões de lançamento de efluentes.
A concentração ótima de proteína para peixes está marcada por um balanço entre energia
digestível e proteína bruta (CHO et al., 1985). Um excesso de energia não proteica pode levar
a inibição da ingestão voluntária, já que os níveis da ingesta são determinados
fundamentalmente pela energia total disponível na ração, antes que haja o consumo de
quantidade suficiente de proteína pelo animal (PORTZ e FURUYA, 2013).
Quando a dieta é deficiente em energia em relação a proteína, resulta em redução da
taxa de crescimento, visto que a proteína será usada para a manutenção energética (NRC, 2011).
42
De Silva e colaboradores (1991), afirmam que a energia pode ser utilizada como fator poupador
de proteína para a tilápia do Nilo, como verificado neste trabalho, em que foram observados
efeitos significativos para os parâmetros de desempenho produtivo, corroborando com os
resultados obtidos para a tilápia (Oreochromis aureus) (DUPREE et al., 1978), bagre do canal
(Ictalurus punctatus) (WINFREE e STICKNEY, 1981), tilápia vermelha (De SILVA et al.,
1991); tucunaré (Cichla sp.) (SAMPAIO, 1998) e para tilápia do Nilo (FERNANDES JUNIOR
et al., 2016).
A melhor média para o peso final foi encontrada com 24% de PB e 3.000Kcal/ kg-1 de
ED. Com base na composição centesimal das rações (Tabela 2), o tratamento com 24% de
proteína e 3.000Kcal/ kg-1 de energia digestível, equivale a 27,97% de proteína bruta e
3.942Kcal/ kg-1 de energia bruta. Resultados semelhantes a esses foram encontrados por Al
Hafedh (1999), que recomenda 30% de PB e 4.000Kcal/ kg-1 de EB para um crescimento
adequado de tilápias adultas.
Siddiqui et al. (1988) observaram correlações positivas entre peso final e diferentes
níveis de proteína para juvenis de tilápia do Nilo, cujas dietas com 30% de proteína bruta
apresentaram os melhores resultados. De acordo com Righetti e colaboradores (2011), é
possível reduzir de 26% para 24% de proteína digestível em dietas para tilápias do Nilo de 100
a 500g sem afetar o desempenho. Entretanto, El-Saidy e Gaber (2005) avaliaram dois níveis de
proteína bruta (25 e 30%) com um nível de energia bruta (4.060 Kcal/ kg-1) e não observaram
diferença estatística no peso final de tilápias do Nilo.
Os maiores ganhos de peso e de peso diário foram observados no tratamento com 24%
de PD e 3.000Kcal/ kg-1 de ED, resultados próximos aos verificados por Yan e colaboradores
(2013), testaram nove dietas com diferentes níveis de energia e proteína para juvenis de tilápia
e encontraram o maior ganho de peso em dietas contendo 30% de proteína bruta e 2.800Kcal/
kg-1 de energia bruta. Gonçalves e colaboradores (2009) ao testarem 4 níveis de proteína
digestível (22, 26, 30 e 34% PD) e 3 níveis de energia digestível (3.000, 3.300 e 3.600 Kcal/
kg-1), não verificaram interação para ganho de peso em tilápias com peso final de
aproximadamente 180 g.
Meyer e Fracalossi (2004) observaram diferenças estatísticas no ganho de peso com o
aumento da proteína bruta da dieta, avaliando níveis PB entre 26 e 41% e energia digestível de
3.200 e 3.650 Kcal/ kg-1 para jundiá (Rhamdia quelen). Estes autores observaram máximo
ganho de peso para os peixes alimentados com 33% de PB e 3.650 Kcal/ kg-1 de ED e 37% de
PB e 3.200Kcal/ kg-1 de ED de dieta, respectivamente. Entretanto, ao avaliarem o consumo
43
alimentar de jundiás observaram que houve uma redução no consumo à medida que o nível
proteico da dieta aumentou.
O menor índice de gordura visceral encontrado nas dietas com 19% de proteína e 2.600
Kcal/ kg-1 de energia digestíveis, pode ser devido às características da formulação das dietas,
as rações com baixa energia continham material inerte fibroso (celulose) em sua composição,
que possui um alto poder de arraste de gorduras e sais biliares podendo prejudicar a absorção
de gordura da ração (BOSCOLO et al., 2004). Alguns estudos relacionam a gordura visceral
como forma de quantificar o estoque energético (lipídeos) (NEMATIPOUR et al., 1992;
BIDINOTTO et al., 1997). No entanto o excesso de gordura na carcaça é, atualmente, uma
característica indesejável. Apesar disso, deve-se manter um nível que não afete as
características organolépticas da carne. Quando encontrado excesso de gordura na carcaça, esta
acumula-se principalmente no tecido adiposo da cavidade abdominal, o que diminui a
percentagem de rendimento de filé e, consequentemente, o valor comercial do peixe (MEURER
et al., 2002).
A maior deposição de gordura na carcaça encontrada foi no tratamento de 29% de PD e
2.600 Kcal/ kg-1 de ED, já Yamamoto et al. (2005), encontraram menor teor de gordura corporal
em peixes alimentados com a ração de maior nível proteico (menor ED/PB), possivelmente,
devido à maior quantidade de aminoácidos excedentes para o catabolismo, que pode resultar
em maior incremento calórico e menor fração execedente de energia líquida para ser depositada
como gordura corporal (Bureau et al. 2000; Dabrowski e Guderley 2002). De Silva et al. (2002),
afirmam que altos níveis de energia podem causar deposição excessiva de gordura na carcaça.
Diferentemente, nessa pesquisa os níveis de 3.000 e 3.200 Kcal/ kg-1, sendo os dois maiores
níveis de energia testados, não apresentaram diferenças significativas em relação aos menores
níveis (2.600 e 2.800 Kcal/ kg-1).
Os melhores rendimentos de filé foram proporcionados pelos tratamentos com 24% de
PD e 3.000 Kcal/ kg-1 de ED e 34% de PD e 3.000Kcal/ kg-1 de ED (p<0,05). Também verificou-
se que com o aumento dos níveis de PD, sem levar em consideração os níveis de ED nas dietas,
houve um aumento no rendimento dos filés (Figura 7), corroborando com Fernandes Junior et
al. (2016) e Gonçalves et al. (2009). Os valores obtidos nesse experimento, estão dentro dos
resultados descritos por Gonçalves e colaboradores (2009). Ribeiro et al. (1998) observaram
que em diferentes categorias de peso, o rendimento de filé aumentou em função do peso sendo
que na menor classe (150-350 g) o rendimento foi de 31,49% e 33,67% na maior classe (751-
950 g).
44
1995; FURUYA et al., 1996; FERNANDES et al., 2000; FURUYA et al., 2000; SÁ e
FRACALOSSI, 2002; FURUYA et al., 2005; BOTARO et al., 2007).
hematologia clínica como método de avaliação das exigências nutricionais, tais como
requerimentos de minerais para tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus ) (HISANO et al., 2007).
Quando acontece algum tipo de modificação intrínseca, pode ocorrer elevação da
glicose no plasma sanguíneo e elevação na produção de lactato (AGRAHARI et al., 2007).
Porém, essas composições na composição bioquímica do sangue acontecem rapidamente, em
alguns segundos, quando os peixes sofrem alguma manipulação (VELISEK et al.,2011).
Apesar de vários autores relatarem uma hiperglicemia pós-prandial por várias horas
(KAUSHIK e OLIVA-TELES, 1985; BRAUGE et al., 1994), os níveis de concentração da
glicose plasmática (53,89 ± 21,14 mg dL-1) no presente estudo não apresentaram interações
entre os tratamentos. Os níveis de glicose plasmática, 24h após a última alimentação ficaram
próximas aos relatados como referência para a espécie, que é de 38,1mg dL-1 (TAVARES‐
DIAS, 2015).
6 CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS
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