Manua - Eletronica de Potencia
Manua - Eletronica de Potencia
Manua - Eletronica de Potencia
11 Eletrónica de Potência
Curso Profissional de Técnico de
Eletrónica, Automação e Comando
– 2016/17
1. INTRODUÇÃO
A eletrónica de potência, embora tenha uma amplitude muito vasta, abrange no entanto
basicamente o estudo das transformações e controlo da energia elétrica através de sistemas
conversores estáticos.
Pode assim sintetizar-se
um sistema eletrónico de
potência em dois blocos básicos
(fig. 1):
Circuito de
potência
Circuito de
comando.
Enquanto o circuito de
potência estabelece a ligação
entre a potência fornecida ao
sistema e a potência disponível Figura 1 – Esquema de blocos de um sistema eletrónico de potência
(transformada), o circuito de
comando realiza o controlo dessa transformação ou conversão de energia, com potências reduzidas.
Na conceção de conversores de potência elétrica, assume grande importância o tirístor ou mais
concretamente o retificador controlado de silício SCR, na função básica de comutar, funcionando no
regime de "tudo ou nada":
Bloqueado — não deixa passar corrente apesar das tensões por vezes elevadas
aplicadas aos seus terminais (impedância infinita).
Desbloqueado — deixa passar corrente originando nos seus terminais uma tensão
quase desprezável (impedância nula).
2. TIRÍSTOR
2.1. CONSTITUIÇÃO E PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO
O SCR é constituído por quatro camadas de silício dopadas alternadamente com impurezas do
tipo P e do tipo N (fig. 2).
Com polarização direta (UA > UK), apenas a
junção (U2) fica polarizada inversamente, pelo que a
única corrente que circula no dispositivo é a corrente
inversa de saturação. Aumentando o valor da tensão
de polarização até um determinado valor UBO, tensão
de avalancha, rutura ou de condução, a corrente
cresce de forma abrupta. Esta forma de estabelecer a
condução do tirístor não é aconselhável. O SCR, até ao
valor de tensão UBO, comporta-se como um circuito
aberto, isto é, encontra-se no chamado estado de
Figura 2 — a) Constituição interna do SCR
bloqueio direto e inverso. Se com polarização direta
b) Símbolo
introduzirmos uma corrente através do terminal de
porta (G), designado de elétrodo de comando, contribuir-se-á para aumentar o número de portadores
de carga que predominam nessa zona P e que, juntamente com o cátodo K, forma a junção (JK).
Desta forma, quando se aumenta a concentração de eletrões nessa zona, facilita-se a multiplicação
por avalancha, ao serem atraídos para o ânodo (fig. 3). Logicamente que para se aumentar a
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
Figura 3 — Princípio de
2.2.1. CARACTERÍSTICAS funcionamento do tirístor
ESTÁTICAS
As características estáticas dizem respeito aos valores que determinam as possibilidades de
um determinado tirístor. Normalmente, de todas as características estáticas fornecidas pelos
fabricantes, as que a seguir se indicam são suficientes para se determinar o tipo de SCR necessário
para uma determinada utilização:
URWM – tensão inversa máxima
UFDM – tensão anódica direta máxima
UFT – queda de tensão direta
IFAV e Ief – respetivamente corrente média e eficaz
IFD – corrente direta de fuga
IR – corrente inversa de fuga
IH – corrente mínima de manutenção
TF – temperatura de funcionamento
No gráfico (fig. 4), representam-se todos os
parâmetros referidos anteriormente, e que podem dar
uma ideia sobre o comportamento do tirístor. O ponto A
diz respeito a um possível ponto de trabalho, para se
indicar qual seria a corrente através do tirístor, assim
como a queda de tensão para uma determinada carga. Na
figura 5, podem verificar-se as relações de fase existentes
entre os diversos valores de tensão e corrente (valores
estáticos), assim como o comportamento do tirístor na
região de avalancha com uma tensão de alimentação
igual a UFDM. Durante o semiciclo negativo, a tensão de Figura 4 – Representação de tensões e
alimentação URWM aparece entre ânodo e cátodo. correntes num único gráfico
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Eletrónica de Potência [Módulo 11]
2.2.2. CARACTERÍSTICAS DE
COMANDO
As características de controlo determinam as
propriedades do circuito de comando do tirístor,
utilizando-se também uma série de símbolos para as
correntes e tensões, tal como acontece nas Figura 5 – Tensões e correntes num
características estáticas: tirístor quando atinge a tensão de disparo
UGFS – tensão direta máxima
UGRS – tensão inversa máxima
IGFS – valor máximo da corrente
UGT – tensão porta-cátodo de disparo para
uma determinada tensão
UGNTM – tensão residual máxima que não
provoca o disparo
IGT – corrente de porta de disparo para uma
determinada tensão
IGNTM – corrente residual máxima que não
provoca o disparo
PGFS – potência máxima
PGAV – potência média
Os fabricantes de tirístores indicam um conjunto de
famílias de características de controlo de forma a poder
escolher-se corretamente o circuito de disparo a utilizar.
Uma determinada família de características de controlo
apresenta:
Figura 6 – Tensões e correntes num
Curva de dispersão;
tirístor sem atingir a tensão de disparo
Limite máximo de potência;
Zona de funcionamento mínimo.
3
[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
2.2.3. CARACTERÍSTICAS
DINÂMICAS
Os valores dos componentes inseridos num circuito com
tirístor dependem do comportamento deste em regime
transitório, pelo que é necessário conhecer os parâmetros que
indicam o seu funcionamento em regime dinâmico, como, por
exemplo, o seu comportamento em relação a tensões e a
impulsos transitórios de corrente. Uma das características
estáticas do tirístor é a tensão URWM. Os fabricantes, para
tempos de aplicação relativamente curtos, fornecem limites de
picos de tensão que o componente pode suportar sem se
deteriorar, o mesmo acontecendo com a corrente média de
regime (IFAV), em que os cristais podem resistir a valores de Figura 11 — Características reais
de porta de um tirístor
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Eletrónica de Potência [Módulo 11]
2.2.3.2. CARACTERÍSTICAS DE
COMUTAÇÃO
As características de comutação pertencem às designadas
características dinâmicas e compreendem o tempo de disparo do
tirístor ton e o tempo de bloqueio toff.
Tempo de disparo: as características intrínsecas das
junções NP que formam o tirístor dão origem a um atraso t1 no
estabelecimento da corrente ânodo-cátodo quando se lhe aplica um
sinal de comando na porta (fig. 14). Ao tempo t1 junta-se ainda
outro tempo t2 (normalmente maior), desde o início da condução
até ao momento em que esta se completa. Geralmente o tempo t1
designa-se de tempo de atraso e compreende o tempo que decorre
desde que se aplica o sinal de comando à porta até que a tensão Figura 14 - Indicação do tempo
de disparo
ânodo-cátodo do tirístor desça para 90% do seu valor inicial.
O tempo t2 (tempo de subida) é o tempo que decorre desde o instante em que a tensão
ânodo-cátodo cai de 90% da tensão inicial para 10%, sendo diretamente proporcional ao valor da
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
corrente que circula no tirístor. O tempo de disparo resulta da soma respetivamente dos tempos de
atraso e de subida, sendo da ordem dos µs.
Tempo de bloqueio: a partir do momento em que o tirístor entra em condução, as suas
junções sofrem uma elevação de temperatura, e a característica de controlo da porta não recupera
imediatamente uma vez interrompida a corrente principal. O atraso da porta no restabelecimento do
controlo designa-se de tempo de bloqueio, sendo diretamente proporcional à temperatura das
junções e ao valor da corrente direta. A rapidez com que se aplica ao tirístor a tensão inversa de
bloqueio URWM, após um período de condução, contribui para diminuir o tempo de bloqueio (fig. 15).
Como a corrente através do tirístor não se estabelece simultaneamente, senão por zonas
dentro da sua estrutura cristalina, então, se a velocidade de crescimento da corrente (∆i/dt) for
demasiado rápida, podem originar-se densidades elevadas de corrente em determinadas zonas das
junções, com a destruição desses locais e consequentemente a inutilização do componente. Por sua
vez, um aumento excessivo da tensão ânodo-cátodo pode provocar a condução do tirístor sem que
seja aplicado o sinal de controlo na porta, designando-se por ∆v/dt a velocidade de crescimento da
tensão direta aplicada ao tirístor. A expressão ∆v/∆t também é conhecida por fator de comutação,
sendo os valores usuais deste parâmetro da ordem dos 100 V/µs, embora se possam obter tirístores
com ∆v/∆t da ordem dos 250 a 300 V/µs.
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seus correspondentes valores de corrente de fuga direta IFD, incluindo a tensão UFDM (tensão que
produz a comutação sem necessidade de sinal de porta). Após o estabelecimento da condução, é
possível determinar a queda de tensão direta UFT para qualquer corrente direta IFAV. Se diminuirmos
gradualmente a tensão de alimentação UBB e portanto a corrente direta IFAV até ao instante em que se
dá o bloqueio, pode-mos ainda obter a corrente mínima de manutenção IH, que será a corrente
indicada pelo amperímetro no momento do bloqueio.
2.3.3. CARACTERÍSTICA DE
Figura 18 — Circuito para
CONDUÇÃO (DISPARO) obtenção da característica direta
de porta do SCR
A característica de disparo permite determinar os valores de
tensão e corrente necessários para se produzir o disparo do tirístor para diferentes valores de tensão
ânodo-cátodo (fig. 19-a).
Para se obter esta característica, parte-se de uma tensão fixa ânodo-cátodo através de UBB,
procedendo-se em seguida ao aumento de Upp até ao instante em que se produza a comutação do
tirístor. Repetindo a operação para diferentes valores de tensão ânodo-cátodo, obtém-se uma família
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
de curvas com andamento idêntico ao representado (fig. 19-b), podendo verificar-se que a partir de
um certo valor da corrente de porta o SCR se comporta como um díodo.
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3. TRIAC
3.1. INTRODUÇÃO
O triac, tal como o tirístor, é um elemento para o controlo da potência e que uma vez disparado
mantém-se no estado de condução até ao momento em que a tensão aos seus terminais de potência
seja praticamente nula. Permite o controlo de onda completa, apresentando como grande vantagem
relativamente ao tirístor o facto de poder ser disparado também nos semiciclos negativos. O disparo
do triac pode ser efetuado através de sinais uni e bidirecionais aplicados à porta, sendo a corrente
necessária para produzir a comutação superior à que efetua a comutação do tirístor ( ≅ 2 a 4 vezes
superior).
Se dividirmos a estrutura interna de um triac segundo um eixo vertical (fig. 21), obteremos os
dois tirístores que o formam:
P2 — N2 — P1 — N1, para tensões de A2 positivas em relação a A1;
P1 — N2 — P2 — N3, para tensões de A2 negativas em relação a A1.
N4 e P1 formam a porta para as distintas polaridades deste terminal.
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
3.3.2. CARACTERÍSTICAS DE
COMANDO
Tal como no tirístor, estas características determinam as
propriedades do circuito de controlo do dispositivo,
especificando ainda os valores máximos de tensão-corrente de
porta que não podem ser superados, bem como os limites
mínimos de tensão e corrente que garantem o disparo de todos
os dispositivos pertencentes a uma mesma família. O gráfico
da figura 24 representa os parâmetros das características de
comando de um determinado triac (os sinais da tensão de
porta são relativos ao terminal E1).
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Eletrónica de Potência [Módulo 11]
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
4. ELEMENTOS DE CONTROLO
4.1. INTRODUÇÃO
O controlo ou regulação da potência fornecida a uma carga através de um tirístor consegue-se
através do comando deste por variação do ângulo de condução, isto é, retardando o instante de
disparo mediante um circuito desfasador RC (por exemplo: por meio de um oscilador de relaxação
utilizando transístores UJT ou PUT). Este processo regulador da potência pode ser utilizado em
todas as aplicações que, de uma forma geral, requeiram o controlo da potência, tais como:
Controlo da temperatura;
Arranque de motores;
Controlo da velocidade de motores.
O ângulo α para o qual se inicia a condução denomina-se de ângulo de disparo, enquanto o
ângulo θ durante o qual o tirístor se encontra em condução se designa de ângulo de condução.
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Eletrónica de Potência [Módulo 11]
A tensão de saída do circuito desfasador será de fase variável e regulável pelo potenciómetro
R. Consegue-se variar o instante em que a tensão aplicada à porta passa de zero a positiva, que
será precisamente o momento em que o tirístor comuta (fig. 31).
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
o basculamento do tirístor.
A figura 33 representa um circuito típico de utilização do controlo vertical. Neste caso, a
resistência do circuito desfasador não é variável, já que se ajusta para um valor fixo de 90°. A
variação do ãngulo de disparo consegue-se através da variação de U, podendo observar-se (fig. 34)
os oscilogramas correspondentes.
Figura 34 — Oscilogramas
Figura 33 — Circuito típico de correspondentes ao circuito da
controlo vertical de um tirístor figura 33
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Eletrónica de Potência [Módulo 11]
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
A partir da expressão anterior, pode deduzir-se que a tensão de disparo do UJT depende da
tensão de alimentação UBB, pelo que variando esta
variamos também a tensão de pico. No gráfico (fig. 40),
pode observar-se o ponto de pico do UJT para uma dada
tensão de UBB, representando as linhas a tracejado o
disparo do dispositivo. Esta zona designa-se de resistência
negativa. No transístor em condução, se se aumentar o
valor de P a corrente IE diminui gradualmente, mantendo-
se praticamente constante a tensão UEB, até se atingir um
ponto de P que origina uma corrente IE inferior à corrente
Iv (corrente de vale), iniciando-se o estado de bloqueio do
UJT, aumentando UBE1 e diminuindo IE até ao valor da Figura 40 — Curvas características do
corrente de fuga do díodo. UJT
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Eletrónica de Potência [Módulo 11]
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
Uma fonte de alimentação de c.c. a partir da tensão da rede com limitador de zéner de tensão
nominal de 6,5 V e uma corrente superior a 30 mA, para alimentar a ponte em que se insere o
elemento sensor e o próprio circuito integrado.
Um comparador com histerese variável, baseado num disparador Trigger-Schmitt, que
compara uma entrada de controlo proveniente do circuito sensor e uma tensão de referência
mostrada a partir da tensão de controlo procedente do pino 8. A tensão de histerese pode
variar entre 20 e 300 mV, por meio de uma resistência externa a ligar com o pino 3.
Buffer incorporado entre a entrada de controlo e o comparador, apresentando elevada
impedância de entrada e uma baixa impedância de saída, conseguindo que a histerese do
circuito seja independente das variações da tensão de entrada.
Detector de passagem por zero, que activa a sua saída quando a tensão aplicada ao pino 6
atinge o valor zero. A função deste circuito é proporcionar o disparo do triac quando for
solicitado, desde o instante da passagem por zero da sinusóide de entrada, obtendo-se com
isso dois efeitos:
o disparar o triac no momento em que é necessário comutar uma corrente de baixo
valor;
o induzir menores interferências da rede e de outros circuitos, devido ao valor reduzido
da corrente comutada.
Circuito de controlo de porta que activa a saída do integrado quando o detector de passagem
por zero e a saída do comparador coincidem no seu nível activo.
Etapa de saída que fornece o sinal de disparo ao triac.
Pelo facto de a aplicação do CI TDA 1024 ser limitada a cargas resistivas, utiliza-se
nomeadamente em situações de controlo de sistemas de acender/apagar (iluminação), circuitos de
aquecimento ou controlo de temperaturas em geral.
Decorrido um certo tempo t, a tensão aos terminais do condensador UC será igual à tensão de
pico do UJT, pelo que este entrará em condução, dando origem a uma corrente de emissor IE e
provocando a descarga do condensador através de R3. Na saída surgirá um impulso de tensão U02.
Através da expressão de carga do condensador, pode determinar-se o tempo ts que o
condensador demora a atingir a tensão Up:
Como o que se pretende é um circuito em que o flanco de subida do sinal em dente de serra
dure um determinado tempo ts, então bastará fixar o valor de um dos componentes (normalmente o
de C) para se obter o outro valor (R1 + P), através da expressão:
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Eletrónica de Potência [Módulo 11]
Substituindo-se Uc por Up e se a descarga se verificar até à tensão de vale (Uv) do UJT, então a
expressão anterior tomará a seguinte forma:
% =
. /τ
Sendo: τ = R3.C
Então: ) = −*+ . . , ! 0,7 − !
-.
1 1
/= ≅
0
1 1
/≅ ≅
2( + ). . 1
! 31 − η45
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
Exercício
1) Utilizando um UJT (por exemplo, 2N2646), estabeleça um circuito oscilador de relaxação, de
frequência 200 Hz para disparar um SCR (por exemplo, do tipo TIP 106), a partir de uma
resistência RB1 = 33 Ω, sendo conhecidos os seguintes valores:
Transístor unijunção:
• Relação interbases mín. = 0,56 máx. = 0,75
• Resistência interbases RBB: mín. = 4,7 KΩ máx. = 9,1 KΩ
• Máxima intensidade de pico Ip: típico = 1 µA máx. = 5 µA
• Máxima intensidade de vale: Iv: típico = 6 mA mín. = 4 mA
Tirístor:
• Tensão porta-cátodo de disparo UGT = 1 V, para uma UD determinada.
• Tensão de porta que não provoca o disparo UGD = 0,2 V, para UDRM máx. a uma
temperatura determinada.
A tensão de polarização UBB do circuito é de 20 V
A carga do condensador continua até ao momento em que a tensão UC iguala a tensão Up,
instante em que se produz o disparo do PUT e consequentemente a descarga do condensador.
Como Up é igual à soma de Uoffset com Us, e como na maioria das situações Uoffset é de um valor
suficientemente pequeno, pode-se desprezá-lo, pelo que:
= 66 . ,1 − 7/τ -
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Eletrónica de Potência [Módulo 11]
Assim, se pretendermos conceber um oscilador para um certo tempo ts, bastará fixar um valor
de C e determinar o valor de R1 em função do condensador. O PUT uma vez em condução provoca a
descarga do condensador C através de R2, até ao instante em que a corrente IA (intensidade média
máxima de ânodo) baixa a um valor inferior a Iv (corrente de vale), momento em que se inicia um
novo ciclo. Considerando-se que a tensão obtida pelo condensador C no momento de disparo do
PUT é igual a Us, e que no instante do bloqueio a tensão U, é igual a UAK (tensão ânodo-cátodo em
condução), então:
6 = . 7⁄8
Como o valor de UAK é um dado fornecido pelo fabricante, sendo para o caso de um BRY 56 de
1,4 V, o tempo que demora a produzir-se a descarga será:
) = − . . (1,4 :; − . :;
Se o valor de R2 for muito pequeno relativamente a R1, podemos desprezar o tempo tb, pelo
que, como consequência, a frequência de oscilação do circuito será:
1 1
/= ≅
0
Exercício
2) Do manual de características do PUT (por exemplo, 2N60289), retiram-se os seguintes
parâmetros:
Us = 10 V
RG = 10 kΩ
Máxima intensidade de pico Ip: típico = 0,7 µA
máx. = 1 µA
Máxima intensidade de vale: Iv: típico = 270 µA
mín. = 25 µA
Sabendo que UBB = 20 V, C = 0,01 µF e RS = 100 Ω, calcule para uma frequência de
oscilação de 100 Hz:
a) RB1 e RB2;
b) Up;
c) Os valores máximo e mínimo de RT supondo Uv = 1 V;
d) O valor de RT para a frequência pretendida;
e) As formas de onda de UA, UG e UK.
5. MÉTODOS DE COMUTAÇÃO
5.1. INTRODUÇÃO
Na conceção de um circuito rectificador controlado com tirístor, além da importância que tem o
conhecimento da maneira como se estabelecem as condições para o início de condução do tirístor, é
também necessário saber-se de que forma se faz cessar essa condução e como se pode passar ao
estado de bloqueio.
As condições para que um tirístor passe ao estado de bloqueio são as seguintes:
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6. CIRCUITOS DE APLICAÇÃO
Os circuitos em que os tirístores e os triacs encontram aplicação são principalmente aqueles
em que o componente conduz ou não (tudo ou nada) e nos de controlo de fase.
No primeiro caso, podem apresentar-se duas possibilidades, isto é, o tirístor ou o triac a
trabalhar como relés estáticos, substituindo por exemplo os contatores convencionais, ou então
trabalhando como variadores de potência na carga. Neste caso, conduzem um certo número de
semiciclos completos (o tirístor, semiciclos positivos, enquanto que o triac positivos e negativos),
permanecendo bloqueados outro determinado número de semiciclos.
Variando desta forma a relação entre o tempo de condução e de bloqueio, obtém-se o controlo
de potência média aplicada à carga.
Os circuitos de controlo de fase aplicam-se quase exclusivamente no controlo da potência na
carga, em todos aqueles casos em que a constante de tempo é relativamente pequena e não se
pode controlar a potência média na carga por ondas completas. O disparo do tirístor ou do triac
verifica-se num determinado ponto após o início do semiciclo. O controlo obtém-se variando o ponto
de disparo de cada semiciclo.
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
Figura 58 — Esquema de blocos relativo à utilização de tirístores ou triacs como relés estáticos
O tirístor ou o triac como elemento de controlo é comandado pelo seu correspondente circuito
de disparo, sendo este por sua vez comandado por um interruptor (no caso de o tirístor ou triac ser
utilizado como um relé no seu sentido estrito, ou então através de um sensor, por exemplo célula
fotoeléctrica, se se pretender comandar automaticamente o componente de potência.
A figura 59 representa um circuito prático em que o circuito de disparo do elemento de controlo
de potência é controlado por uma célula fotoeléctrica. Quando a célula (elemento sensor) está
iluminada, apresenta uma resistência baixa e o condensador C poderá carregar-se a uma tensão tal
que fará disparar o diac D (elemento de disparo), transmitindo
assim um impulso de corrente ao triac T, (elemento de controlo da
potência), fazendo com que a lâmpada (carga) se ilumine.
Quando sujeita à obscuridade, a célula fotoelétrica
apresentará uma resistência muito mais elevada que a resistência
R (em paralelo com C), pelo que a tensão alcançada pelo
condensador será insuficiente para colocar o diac em condução e
consequentemente poder fazer disparar o tirístor. A lâmpada Figura 59 — Relé fotoelétrico
com triac
permanecerá apagada.
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Eletrónica de Potência [Módulo 11]
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
Embora este circuito não seja aplicável em situações de elevada precisão, é frequente
encontrarem-se circuitos que efetuam esta operação com semicondutores ou elementos integrados.
Gerador de impulsos
Comparador
O comparador utiliza-se nos circuitos em que é preciso uma regulação (fig. 62), havendo por
isso a necessidade de se comparar automaticamente a variável controlada procedente do elemento
(por exemplo, um motor poder receber a tensão proporcional à velocidade de um dínamo
taquimétrico) sobre o qual se exerce a regulação, com aquela a que previamente se ajustou o
circuito.
Assim, por exemplo, quando se necessita que a etapa de potência actue para aumentar a
velocidade (caso do motor), o resultado da comparação dará um valor que permitirá que se produza
uma sucessão de frequentes impulsos rítmicos e por surtos ao detectar-se a pas-sagem por zero. Se
da comparação se deduzir que não é necessário ligar o circuito de potência, ainda que se detecte a
passagem por zero, produzir-se-á uma inibição e não haverá consequentemente a sucessão de
impulsos.
Um comparador é um circuito de funções semelhante a uma porta AND, deixando passar os
impulsos de comando se a tensão da rede passar por zero e se o circuito puder operar.
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A figura 64 representa o diagrama de blocos para o controlo dos impulsos em rampa ou dente
de serra. O detector de passagem por zero, o condensador C e a resistência R fornecem um sinal
dente de serra em função da tensão alternada de alimentação do circuito. Este sinal juntamente com
o sinal de controlo, introduzidos num comparador, dão como resultado na sua saída um sinal de
onda quadrada cuja duração é igual ao tempo em que o dente de serra é superior ao da tensão de
controlo. Na fase seguinte, estes impulsos rectangulares convertem-se em impulsos de curta
duração que atacam a etapa de potência.
Figura 64 — Diagrama de blocos para o controlo de impulsos por rampa a) Circuito b) Sinais
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
O bloco indicado na figura 64, assim como os respectivos circuitos, pode estar comercializado
em forma de C.I., tal como o exemplo prático da figura 65 que representa o controlo de um motor
trifásico.
Controlo assíncrono
No controlo assíncrono, como o disparo dos elementos de potência (tirístores e triacs) se pode
realizar em qualquer valor da tensão de alimentação, não são necessários circuitos de passagem por
zero e de sincronismos. O seu uso é muito limitado, sendo quase exclusivamente utilizado em
sistemas de comando, os quais se reduzem em muitas ocasiões à operação de colocar em
funcionamento os equipamentos, sobre os quais já não exerce alguma regulação uma vez postos em
funcionamento.
A figura 66 representa um comutador assíncrono monofásico acionado por triac, que ao ser
submetido à tensão U origina a carga do condensador C que ao atingir um determinado valor faz
bascular os transístores Q1 e Q2 que formam um disparador Schmitt. O aumento da tensão no
colector de Q2 satura o amplificador inversor 1, que fornece uma tensão adequada ao transformador
de impulsos. O condensador C inicia a descarga através do díodo D e da resistência R. Esta
descarga é rápida, mas, ao atingir um certo valor, o transístor Q1 volta ao seu estado inicial de
bloqueio e o transístor Q2 ao de saturação; baixa a tensão de colector e o amplificador deixa de
conduzir.
Este ciclo repete-se
continuamente, enquanto existir a
tensão U e os impulsos
chegarem à porta do triac,
independentemente do valor
instantâneo da tensão alternada.
Para o caso do comutador
trifásico, o princípio de comando Figura 66 — Comutador monofásico assíncrono acionado por triac
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Eletrónica de Potência [Módulo 11]
É um circuito idêntico ao retificador monofásico de meia onda com díodo, sendo agora este
substituído por um tirístor com o seu correspondente circuito de disparo (fig. 69).
Uma vez produzido o disparo do tirístor, este origina uma corrente pulsatória que ao mesmo
tempo está regulada pelos tempos de condução do SCR, comandados pelo circuito de controlo.
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
O circuito retificador controlado (fig. 71-a) não necessita do díodo de roda livre, pois os díodos
D, e D.2 estão ligados em série e em paralelo (sentido inverso) com a carga, pelo que realizam a
mesma função em relação à descarga da energia electromagnética. Esta montagem apresenta no
entanto o inconveniente de normalmente o seu circuito de disparo necessitar de um transformador de
impulsos.
A figura 73 representa as formas de onda características destes circuitos, para um determinado
atraso ϕ na condução dos tirístores. O valor médio da tensão na carga para um certo atraso na
condução (ϕ) pode deduzir-se matematicamente, podendo exprimir-se pela expressão:
&!<.= = 0,45 . @ . (1 + cos D)
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Eletrónica de Potência [Módulo 11]
A figura 74 representa um retificador trifásico de meia onda, que alimenta uma carga (resistiva
ou indutiva), necessitando esta montagem de um transformador com secundário em estrela,
acoplando-se o primário em triângulo para se evitar a perda de simetria das tensões da rede por
desequilíbrio nas fases do secundário.
Corrente eficaz:
: = :G . N(1⁄2) + (4⁄3 F). sin 120° = :G . N(1⁄2) + (4⁄3 F). (3⁄2) = :G . O(1⁄2) + ,2√3⁄3 F- = 0,84 :G
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
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Eletrónica de Potência [Módulo 11]
Corrente eficaz:
: = :G N(1⁄2) + (6⁄4F). sin 60° = :G . O(1⁄2) + (4⁄3 F). 3N3⁄24 = 0,91 . :G
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
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Figura 79 — Oscilogramas obtidos na carga do circuito da figura 78, para distintos ângulos de atraso
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
extração.
Enquanto uma das pontes retificadoras trabalha, a outra fica bloqueada. Se se pretende uma
intensidade em sentido contrário, bloqueia-se a ponte que estava em serviço e entra em
funcionamento a outra.
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
O valor de R não sendo crítico deverá no entanto estar Figura 83 — Circuito para proteger
compreendido entre 5 e 100 Ω, tendo como função a de sobretensões resultantes das
amortecer o circuito ressonante formado por C e a indutância capacidades das junções
da linha de alimentação, isto é, evitar a sobreoscilação.
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Grupos RC
O circuito supressor RC é o
circuito de proteção mais utilizado,
tendo como vantagem o facto de a
sua ação ser independente da
amplitude da tensão de
alimentação (fig. 85).
É formado por um
condensador C em série com uma Figura 85 — Circuito supressor RC
resistência R, consistindo o seu
funcionamento no seguinte:
Sendo a frequência de trabalho (frequência do sinal da linha de distribuição)
normalmente baixa, e a impedância ZL e RL reduzida em comparação com a do
condensador, então, quando surge um transitório (frequência mais elevada), a
impedância do conjunto ZL com RL aumenta, enquanto diminui a do condensador, pelo
que o impulso do transitório será atenuado pelo circuito supressor, chegando assim
amortecido à entrada do circuito protegido. A função de R é amortecer qualquer tipo de
oscilação que surja. A sua não colocação poderia eventualmente dar origem a que os
transitórios com elevada ∆v/∆t gerassem ressonância no circuito, pelo que uma
sobreoscilação consequente resultaria ainda mais nociva para o circuito do que o
próprio transitório.
Supressores de selénio
Estes componentes são as resistências VDR, cuja ação é semelhante à dos supressores de
selénio. Devido sobretudo ao facto de terem uma resistência dinâmica elevada, bem como uma larga
tolerância dentro do mesmo tipo, são pouco utilizados.
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[MÓDULO 11] Eletrónica de Potência
São elementos que praticamente se curto-circuitam quando a d.d.p. aplicada aos seus
terminais atinge um valor característico. Atualmente existem descarregadores cuja tensão de rutura
não é superior a 70 V, em contraste com os iniciais que possuíam tensões mínimas de rutura de
1000 V. A sua ligação é feita como os restantes supressores (fig. 87), podendo incluir uma
resistência R em série.
A existência de um transitório cujo valor
exceda a tensão de rutura do descarregador
provoca uma queda de tensão nos seus terminais
para um valor muito baixo, ficando a resistência R
praticamente ligada aos terminais do equipamento,
enquanto dura o transitório. Assim, se a impedância
de Z, e R, for suficientemente elevada em relação
ao valor de R, o transitório chegará amortecido ao Figura 87 - Colocação do descarregador de
circuito que se pretende proteger. arcos elétricos
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Figura 89 — Exemplos de
colocação de fusíveis de proteção:
a) Proteção na linha de
alimentação de um retificador em
ponte controlado
b) Proteção em cada ramo da
ponte retificadora
c) Proteção na linha de
alimentação no controlo de uma
carga através de dois tirístores em
antiparalelo
d) Proteção de cada ramo do
circuito c)
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Figura 92 - Circuito de proteção de porta: a) com díodo em série b) com díodo paralelo c) com díodo zener
O díodo do circuito de proteção (fig. 92-a) opõe-se à passagem do semiciclo negativo para a
porta, gerado pelo circuito de controlo, uma vez que se encontra em série com o circuito.
O díodo do circuito de proteção (fig. 92-b) como se encontra em paralelo com o circuito de
porta-cátodo curto-circuita os semiciclos negativos que se vão aplicar à porta através de R.
A única tensão inversa que se aplica ao circuito porta-cátodo do tirístor é a tensão direta do
díodo. O circuito da figura 80-c, além de proteger o circuito porta-cátodo do tirístor contra tensões
inversas através do díodo D, protege-se também contra tensões diretas excessivas. Para o efeito, o
díodo zener deverá ter um valor de tensão menor que a máxima tensão direta porta-cátodo do tirístor
(UGFS).
Estas proteções deixam naturalmente de ter qualquer sentido quando se utilizam triacs como
elementos comutadores.
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................................1
2. TIRÍSTOR ..........................................................................................................................................................1
2.1. CONSTITUIÇÃO E PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ....................................................................................1
2.2. CARACTERÍSTICAS DOS TIRÍSTORES .............................................................................................................2
2.2.1. CARACTERÍSTICAS ESTÁTICAS ..................................................................................................................2
2.2.2. CARACTERÍSTICAS DE COMANDO ............................................................................................................3
2.2.2.1. CURVA DE DISPERSÃO .........................................................................................................................3
2.2.2.2. LIMITE MÁXIMO DE POTÊNCIA ............................................................................................................4
2.2.2.3. ZONA DE FUNCIONAMENTO MÍNIMO.................................................................................................4
2.2.3. CARACTERÍSTICAS DINÂMICAS ................................................................................................................4
2.2.3.1. ÂNGULO DE CONDUÇÃO .....................................................................................................................5
2.2.3.2. CARACTERÍSTICAS DE COMUTAÇÃO .................................................................................................... 5
2.3. OBTENÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DOS TIRÍSTORES ..................................................................................6
2.3.1. CARACTERÍSTICAS ÂNODO-CÁTODO .......................................................................................................6
2.3.1.1. CARACTERÍSTICA DIRECTA ...................................................................................................................6
2.3.1.2. CARACTERÍSTICA INVERSA ...................................................................................................................7
2.3.2. CARACTERÍSTICAS PORTA-CÁTODO .........................................................................................................7
2.3.3. CARACTERÍSTICA DE CONDUÇÃO (DISPARO) ...........................................................................................7
2.3.4. CARACTERÍSTICA DE COMUTAÇÃO ..........................................................................................................8
3. TRIAC................................................................................................................................................................9
3.1. INTRODUÇÃO ...............................................................................................................................................9
3.2. CONSTITUIÇÃO E PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO ....................................................................................9
3.3. CARACTERÍSTICAS DOS TRIACS ..................................................................................................................10
3.3.1. CARACTERÍSTICAS ESTÁTICAS ................................................................................................................10
3.3.2. CARACTERÍSTICAS DE COMANDO ..........................................................................................................10
3.3.3. CARACTERÍSTICAS DINÂMICAS ..............................................................................................................11
3.4. DETERMINAÇÃO DAS CARACTERÍSTICAS DOS TRIACS ...............................................................................11
4. ELEMENTOS DE CONTROLO ...........................................................................................................................12
4.1. INTRODUÇÃO .............................................................................................................................................12
4.2. CONTROLO ATRAVÉS DE REDES RC (COM CIRCUITO DESFASADOR RC) ....................................................12
4.2.1. CONTROLO HORIZONTAL.......................................................................................................................13
4.2.2. CONTROLO VERTICAL.............................................................................................................................13
4.3. CONTROLO ATRAVÉS DE ELEMENTOS SEMICONDUTORES .......................................................................14
4.3.1. DIAC ....................................................................................................................................................... 14
4.3.2. Transístor UJT ........................................................................................................................................15
4.3.3. TRANSÍSTOR DE JUNÇÃO PROGRAMÁVEL .............................................................................................16
4.3.4. TRIAC CONTROLADO POR CIRCUITO INTEGRADO .................................................................................17
4.3.4.1. INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................17
4.3.4.2. CI TDA 1024 .......................................................................................................................................17
4.4. OSCILADORES DE RELAXAÇÃO ...................................................................................................................18
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