Introdução Ao Estudo Do Direito
Introdução Ao Estudo Do Direito
Introdução Ao Estudo Do Direito
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problema a ser enfrentado é o das relações entre Estado e Direito. Representam ambos
uma realidade única? São duas realidades distintas e independentes? São questões do
tipo que nos saltam a vista quando nos debruçamos sobre esta linhagem de pensamento.
No entendimento sobre esta relação é necessário perceber um leque de conceitos e
teorias, que versam sobre esta temática e trazem o pano de fundo para a compreensão
desta discussão.
A relação entre Estado e Direito é um tema que suscita divergências entre os juristas e
politicólogos, pois não é possível estabelecer de modo absoluto como acontece tal
relação. Três teorias distintas despertam debates na doutrina acerca da relação em
estudo, que são a teoria monística, a teoria dualística e a teoria do paralelismo, sendo
esta última a mais coerente, pois não cai no extremismo das outras duas. Do mesmo
modo, na sociedade civil, as pessoas leigas buscam saber de que forma o Estado e o
conjunto de leis emanadas dele se estruturam e se organizam, uma vez que são as leis e
o Estado que dirigem a conduta social dos indivíduos, então, desprezar tal tema é erro
grave, que deixa as pessoas alienadas à realidade normativa e burocrática que os cerca.
Assim, o presente trabalho buscará demonstrar, de modo conciso e claro, levando-se em
conta as limitações da brevidade de um artigo, a forma com que o Estado exerce o seu
imperium sobre o povo, de forma conjunta com o Direito. O povo precisa ter
consciência da importância da compreensão da relação entre os maiores meios de
controle social (Estado e Direito), pois a todo instante, implícita ou explicitamente, eles
estão presentes na vida civil na forma de leis, políticas públicas, medidas
administrativas, etc.
Em que pese todo esse poder de controle social do Estado e do Direito, é preciso
destacar que eles são apenas meios de consecução de fins e não fins em si mesmos
como muitas vezes se pensa, sob pena de demolir o edifício estatal democrático.
Destarte, o povo deve estar atento para isso, para não perder seus direitos no Estado
Democrático, uma vez que é o próprio povo a externalização do poder soberano. Por
conseguinte, a indiferença popular abre espaço para o autoritarismo, a corrupção, o
totalitarismo, a demagogia, a tirania, etc., enfim, todas as formas de males estatais.
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Assim, dividem-se as opiniões em três grupos doutrinários, aos quais nos baseados para
entender e explicar a temática:
1. TEORIA MONÍSTA
Esta teoria, que tem em Kelsen seu autor mais expoente, é uma das correntes
doutrinárias presentes na polarização doutrinária, defendendo ela que o direito é
unitário, sendo as normas internas e internacionais partes integrantes de um mesmo
ordenamento de acordo com Medeiros (2018, p. 3).
Conforme nos ilustra Mazzuoli (2018, p.34) o monismo tem como ponto de partida a
unidade das normas jurídicas, sendo o Direito Interno e o Direito Internacional dois
ramos de um único sistema jurídico. A unidade formada não pode ser afastada em
detrimento dos compromissos do Estado em âmbito internacional, é preciso manter
um único universo jurídico, coordenado, regendo o conjunto de atividades sociais
dos Estados. O monismo é a concepção da convergência dos dois Direitos em um
mesmo todo harmônico, não há interceptação entre o Internacional e Interno, mas
sim uma superposição em que o Direito Interno integra o Direito Internacional
(MAZZUOLI, 2018). Como elucidado por Piovesan (2012), a incorporação dos
tratados na teoria monista é feita de forma automática, o ato de ratificação do tratado
por si só, traz efeitos jurídicos no plano internacional e interno de maneira
concomitante.
2. TEORIA DUALISTA
Para a doutrina dualista, que teve suas origens em Dionísio Anzilotti e Heinrich
Triepel, há duas ordens jurídicas distintas que não se relacionam nem se
interpenetram. Os sistemas normativos nacional e internacional teriam fundamentos
e fontes de produção diferentes, por isso seriam independentes. Assim, a validade de
uma norma internacional não dependeria de sua harmonia com a ordem interna e
vice-versa. Para que uma norma internacional pudesse viger na ordem interna,
deveria haver alguma espécie de “incorporação” desta norma no quadro jurídico
interno.
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Defendem que o direito internacional e o direito interno são ordens jurídicas distintas
e independentes entre si, e que para ter validade internamente o direito internacional
precisa passar por um processo de incorporação ao direito interno de cada País.
Consequentemente, o direito internacional não criaria obrigações para o indivíduo,
salvo se suas normas fossem transformadas em direito interno, conforme as regras
adotadas por cada País para essa transformação. Também entre os dualistas existe
uma divisão, segundo a forma como as normas de direito internacional devem ser
incorporadas ao ordenamento jurídico interno. Assim, o dualismo se divide em
radical ou extremado e moderado ou mitigado. O dualismo radical prega que a
internalização dos tratados internacionais deve ocorrer por meio de lei; já o dualismo
moderado considera que a internalização de uma norma internacional pode ocorrer
por meio de acto infra legal, como um decreto presidencial.
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A teoria dualista ainda se subdivide em dualista radical e dualista moderada:
3. TEORIA DO PARALELISMO
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“Verdadeiramente positivo”, em razão da sua conformidade com a vontade social
predominante.
O Estado segundo os nossos actuais conceitos, não tem apenas um corpus, não é
apenas um determinado conjunto geo-humano dotado de uma certa organização. Não
se resume à mistura aditiva de um elemento territorial, de um elemento societário e
do poder político. Para que haja um Estado, exige-se não só a exclusividade desse
poder político sobre o conjunto geo-humano que o mesmo organiza, impedindo que
outros poderes políticos possam ter supremo poder sobre tal conjunto, como também
a racionalidade, isto é, a existência de elementos teleológicos, daquilo que
normalmente se designa como os fins do Estado.
5. PODER ESTADUAL
Nacional:
o Geografia
o Recursos
o População
Social:
o Economia
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o Política
o Militar
o Psicologia
o Informação
É o poder que cria uma Constituição, na qual cada Estado cede uma parcela de sua
soberania para que uma Constituição comunitária seja criada. O titular
deste Poder não é o povo, mas o cidadão universal. Visa estabelecer uma
Constituição supranacional legítima, a partir de um conjunto de Estados que se inter-
relacionam em um processo de integração econômica e política. É a discussão que
envolve, por exemplo, a União Europeia e, em menor escala, o Mercosul.
Aqui se entende a perspectiva de que, se na esfera micro o indivíduo tem
necessariamente que relacionar-se com os seus semelhantes, numa esfera macro são
os Estados que possuem essa necessidade, ditando assim o cenário das relações
internacionais.
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CONCLUSÃO
O texto esmiúça a delicada relação existente entre o Estado e o Direito, bem como as
nuances que ajudam na compreensão desta temática.