FIS150 2013 Aula 4

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Universidade Federal da Bahia

Instituto de Física

Dinâmica de Oceanos I

Profa. Hebe Queiroz Aula 4


2013-1 22/05/2013
1
Dinâmica de Ekman de Fundo
superfície
Velocidade do fluxo:
u  u geo  u Ek
v  vgeo  vEk
fluxo geostrófico
U  u geo  
FCor  FGP Condições de contorno:
u Ek  0 ; vEk  0 ( z  )
camada de Ekman
de fundo u Ek  u geo ; vEk  vgeo ( z  0)
fundo

Equação de movimento: Soluções:


d 4u Ek f 2 uEk ( z )  u geo e z / E cos( z / E )
4
 2 u Ek  0
dz AV
vEk ( z )  u geo e z / E sen( z / E )
E  2 AV / f  2KV /  f
2
Dinâmica de Ekman de Fundo

Assim, a velocidade total em uma profundidade z qualquer fica dada por

u( z )  u geo[1  e z / E cos( z / E )]
v( z )  u geo e z / E sen( z / E ) .

Portanto, a velocidade do fluido na camada próxima ao fundo decresce


exponencialmente a partir da velocidade geostrófica, oscilando em função
da coordenada vertical.
A espessura E da camada de Ekman diminui com o aumento do
parâmetro de Coriolis f . Portanto, considerando um valor médio para AV ,
espera-se que a camada de Ekman seja mais fina nos pólos do que nos
trópicos.
A camada de Ekman de fundo nos trópicos é de 10  20m para o oceano,
3
e da ordem 10 m para a atmosfera.
3
Dinâmica de Ekman de Fundo

fluxo geostrófico
O atrito afeta uma faixa da
profundidade de espessura
poucas vezes E :

• reduz | v |, levando-a a
zero na camada acima do
fundo ( z  0)
• dá origem à vEk , que
aumenta até z  E e
volta a decrescer até o
fundo ( z  0)

fundo

Extraído de J.R. Apel, Principles of Ocean


Physics, 1987 (HN)
4
Dinâmica de Ekman de Fundo

O aparecimento da componente vEk resulta na deflexão da velocidade


para a direita (esquerda) no hemisfério sul (norte).
Esta componente tem origem no desequilíbrio de forças devido ao atrito.
O gradiente de pressão na direção y não depende de z .
Com z  0 , a velocidade u decresce, a força de Coriolis na direção y
decresce. Como
1 p  2v
fu    AV 2 ,
 y z
o desequilíbrio de forças, que é consequência da redução da força de
Coriolis, produz aceleração na direção y , dos pontos de maior pressão
para menor pressão, a qual dá origem à velocidade v .
O atrito também reduz esta velocidade até zero, quando z  0.
O trabalho realizado pela força de gradiente de pressão sobre o fundo
fornece energia necessária para a manutenção da camada de Ekman de
fundo.
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Dinâmica de Ekman de Fundo

Escala de Decaimento
A força de gradiente de pressão realiza trabalho sobre o fundo (sólido).
A taxa com que a força de gradiente de pressão na direção y realiza
trabalho ( W ), ao longo de toda camada de Ekman de fundo é dada por

d 2W H p 1
   v( z ) dz   u geo
2
f E ,
dtdA 0 z 2
onde z  H é a coordenada da superfície do oceano. Esta é a taxa com
que a energia é fornecida a cada unidade de área da camada.
zH
u geo Considere a camada geostrófica de
D altura D, movendo-se com velocidade
(camada geostrófica) u geo .
z  H geo
(camada de ação do atrito)
z0
6
Dinâmica de Ekman de Fundo

Escala de Decaimento
H 2
dK u geo 1
Energia cinética por unidade    dz    u geo
2
D
de área da camada geostrófica dA H geo 2 2
Para que o fluxo geostrófico não decaia, a energia deve ser transferida
continuamente.

Tempo t s de decaimento do 1 d 2W dtdA f E


fluxo geostrófico  
ts dK dA D
D D f 2

1/ 2

f ts      1
E  2 AV   Fluxo aproximadamente estacionário
2  e em balanço geostrófico
2 AV  1  
EV      1  EV  número de Ekman
f D  f ts   7
Dinâmica de Ekman de Fundo

A teoria de Ekman mostra que a tensão de cisalhamento do vento na


superfície do oceano fornece energia (momento) para a coluna d’água,
que é transferida para o fluxo geostrófico.

Esta energia é então dissipada na camada de Ekman de fundo devido à


viscosidade.

8
Dinâmica de Ekman de Superfície



superfície A velocidade é decomposta como
camada de Ekman
de superfície u  u geo  u Ek ,
v  vgeo  vEk .
fluxo geostrófico
 
U  u geo FCor  FGP
Para regiões distantes da superfície
camada de Ekman
( z  0 ), ou seja, para z   , o
de fundo fluxo é geostrófico:
fundo
u  u geo  u Ek  0
 z  
 v0  vEk  0 
 
   arcD vvento vvento
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Dinâmica de Ekman de Superfície

Na aproximação de movimentos lineares e estacionários, as equações de


movimento ficam dadas por
 2u  2v
 f v  AV 2 , f u  AV 2 ,
z z
Analogamente à camada de fundo, estas equações de movimento,
juntamente com as equações geostróficas, levam à equação
d 4u Ek f 2
4
 2 u Ek  0 ,
dz AV
cuja solução geral é

uEk ( z)  C1e(1i ) z / E  C2e(1i ) z / E  C3e(1i ) z / E  C4e(1i ) z / E ,


onde
E  2 AV / f  2KV /  f ,
10
Dinâmica de Ekman de Superfície

e, para um vento zonal, está sujeita à condições de contorno


• para z  0 (superfície)

u v
 s  KV (zonal) 0 (meridional)
z z 0 z z 0

• para z   (camada geostrófica)


uEk z 
0 (zonal) vEk z 
0 (meridional)
Aplicando a condição de contorno para z   à solução, obtém-se
C3  C4  0 .
Assim, a solução geral da equação diferencial fica reduzida a
uEk ( z)  C1e(1i ) z / E  C2e(1i ) z / E .
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Dinâmica de Ekman de Superfície

Aplicando as condições de contorno para z0 nesta solução geral, tem-


se
 s E z / E z 
u Ek ( z )  e sen (  )
KV 2 E 4
Analogamente, obtém-se a componente meridional
 s E z / E z 
vEk ( z )   e cos (  ).
KV 2 E 4
Na superfície do oceano ( z  0), as componentes da velocidade são dadas
por
 s E   s E
u Ek (0)  sen ( )   u0 ,
KV 2 4 2 KV
 s E   s E
vEk (0)   cos ( )    v0 .
KV 2 4 2 KV
12
Dinâmica de Ekman de Superfície

Extraído de J.R. Apel, Principles of Ocean Physics, 1987


13
Dinâmica de Ekman de Superfície

A velocidade total na camada de Ekman de superfície é



VEk  iˆ uEk  ˆj vEk ,
e, na superfície,
2 1/ 2
    E  
V0  V0  (u0  v0 )  2 s
2 2 1/ 2
 
  2 KV  
 s E
 V0  (u0  v0 ) 
2 2 1/ 2

2 KV
portanto,

u0  V0 sen ( ) 
4 2
 V0  (V0 iˆ  V0 ˆj )
 2
v0  V0 cos ( )
4 14
Dinâmica de Ekman de Superfície

HN

Extraído de J.R. Apel, Principles of Ocean Physics, 1987

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Dinâmica de Ekman de Fundo

u( z )  u geo[1  e z / E cos( z / E )]

v( z )  u geo e z / E sen( z / E ) .

Extraídas de J.R. Apel, Principles of Ocean Physics, 1987

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Dinâmica de Ekman de Superfície

Para a profundidade z   E tem-se


 3
 u0
u Ek ( E )  V0 e sen( )
4 23
  3 v0
vEk ( E )   V0 e sen( )
4 23

y HN HS

V0

V0
23 45°

V0 45°
23

V0
x 17
Dinâmica de Ekman de Superfície

Exemplo: Atlântico Norte

Valores típicos: tensão do vento  s  1 dina /cm 2


4 1
parâmetro de Coriolis f  0,7 10 s (30 N )
viscosidade dinâmica: AV  10 cm / s
2

Velocidade na superfície: V0  38 cm / s
Para z   E  16,78m :
V   E   1,7cm / s
 V   E   4,5%V0
Para z  50m :
V 50  0,007%V0

Extraído de J.R. Apel, Principles of Ocean Physics, 18


1987
Dinâmica de Ekman de Fundo e Superfície

Extraída de J.R. Apel, Principles of Ocean Physics, 1987 19


I.3. O Transporte Integrado na Camada de Ekman

O transporte de massa horizontal por unidade de largura da camada de


Ekman de superfície, é definido pelo fluxo de massa
 
M Ek    VEk dz [kg / ms]
e suas componentes são dadas por
0
M s
Ek x   u Ek dz (transporte zonal)
H0
0
M s
Ek y   vEk dz (transporte meridional)
H0
 0
Transporte de volume por unidade M Ek x , y   (u Ek , vEk ) dz [m 2 / s ]
de largura da camada H0

z  H 0 profundidade para uEk  vEk  0


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I.3. O Transporte Integrado na Camada de Ekman

O transporte de massa na camada de Ekman de superfície é obtido


integrando as equações de movimento
 2u Ek 1  x
 f vEk  AV   f vEk 
z 2  z
 2vEk 1  y
f u Ek  AV  f u Ek 
z 2  z
então
0 0 x x
   f v dz  
s
dz  M  s
,
 H 0 z
Ek Ek y
H0 f
0 0  y y
H0  f uEk dz  H0 z dz  M Ek x 
s s
,
f
para f  cte.
21
I.3. O Transporte Integrado na Camada de Ekman

Portanto, para um vento zonal


x
x  0  M s
Ek y  , y  0  s
M Ek  0.
f x

y
x
Camada de Ekman
de superfície

V0 (plano horizontal)

S
M Ek y

x
HN
22
I.3. O Transporte Integrado na Camada de Ekman

Analogamente, para a camada de Ekman de fundo, tem-se


H geo  x
H geo x
   f v dz  
F
dz  M Ek y 
F
,
z
Ek
0 0 f
H geo H geo  y y
0  f uEk dz  0 z dz  M Ek x   f ,
F F

x
y x  0  M F
Ek y  ,
f
F
M Ek y y  0  F
M Ek x
 0.
Camada de Ekman
x de fundo
HN
(plano horizontal)
23
x
I.3. O Transporte Integrado na Camada de Ekman

Camada de Ekman
de superfície

Camada de Ekman
de fundo

Extraídas de J.R. Apel, Principles of Ocean Physics, 1987 24


Referências

Apel, J.R., Principles of Ocean Physics (International Geophysics)


Academic Press, 1987

S. Pond; G. L. Pickard, Introductory Dynamical Oceanography.


Butterworth-Heinemann, 1983

I. Soares, Dinâmica de Oceanos, Notas de Aula, FURG, 2004

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