Economia e Justiça Social

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Economia e Justiça Social

Ainda há muita população a viver em risco de pobreza multidimensional (definido de acordo


com 3 dimensões: educação, saúde e padra de vida). Persistem grandes desigualdades do
rendimento, riqueza, saúde e educação, o que impossibilitam pessoas de fazerem escolhas,
recuperarem de crises económicas e viverem uma vida plena. As sociedades com maior
desenvolvimento são as que apresentam menos assimetrias. A Noruega apresenta o primeiro
nível de desenvolvimento humano e é uma das que menos desigualdades apresenta.
A justiça social encontra-se comprometida pois grande parte da população mundial não tem
acesso aos bens essências, á satisfação das necessidades básicas e não desfrutam da igualdade
de oportunidades. Só haverá justiça social quando todos os seres humanos não foram
excluídos da satisfação das necessidades básicas e houver coesão social. Medidas que
conduzem á justiça social: acesso á saúde e educação, políticas sociais e de distribuição de
rendimentos. Ao promover a justiça social está a defender-se o bem comum, pois há um
benefício para toda a gente.

Direito ao desenvolvimento
É um direito coletivo, implica que todos os seres humanos tenham acesso á satisfação das
necessidades humanas básicas e que haja igualdade de oportunidades para todas as pessoas,
ou seja, que a justiça social seja uma realidade.
O desenvolvimento constrói-se com a participação das populações na condução democrática
dos seus destinos, respeitando o direito ao desenvolvimento das gerações vindouras. Assim, o
crescimento económico tem de ter em conta a repartição equilibradas da riqueza e o respeito
pelo equilibro ambiental.

Ajuda ao desenvolvimento
Surgiu após a 2ª Guerra Mundial e dirigiu-se inicialmente para as economias da Europa
Ocidental e do Japão. A partir de 1955, com a independência das colónias a ajuda passa a
encaminhar-se para a Ásia, África e América Latina. Deste modo, as Nações Unidas criou a FAO,
UNICEF, OMS e o Programa Alargado para o desenvolvimento Económico dos Países
Subdesenvolvidos (mais tarde PNUD). Este programa pretendia fazer face aos problemas dos
países em desenvolvimento que herdaram estruturas económicas deformadas. Face às
elevadas taxas de mortalidade infantil, baixa esperança média de vida, baixas taxas de
alfabetização de adultos e á dependência económica e financeira, os países necessitaram de
ajuda.

A ajuda ao desenvolvimento destina-se a diferentes fins e setores:

 Ajuda de emergência- destinada a vítimas de desastres ambientais ou guerras e


conflitos.
 Ajuda humanitária- destinada a populações estruturalmente muito pobres.
 Alívio e reestruturação da dívida externa- destinada a reduzir a divida externa dos
países em desenvolvimento. A crise da divida não se deveu aos países devedores, mas
às medidas doa países do Norte (credores), que unilateralmente aumentaram os juros
dos empréstimos contraídos pelos países em desenvolvimento e reduziram as
importações de matérias-primas e produtos brutos agrícolas provenientes destes
países.
Economistas como Paul Krugman defenderam a constituição de um mercado de títulos da
dívida soberana (dívida assumida por um Estado) indexados ao PIB do país emissor desses
títulos. Dentro do próprio FMI, foi estudada a hipótese dos pagamentos das dívidas se
encontrem associados ao crescimento do PIB e das exportações do país devedor.

Regras contra os fundos abutres (empresas especializadas na especulação financeira,


compram nos mercados de títulos de dívida a preços reduzidos, para depois cobrarem
juros astronómicos por esses títulos. Em 2014 foram criadas regras de que desde que 75%
dos credores de um Estado aceitem a reestruturação da dívida, os 25% restantes são
obrigados a aceitar, assim isto vem por em causas os fundos abutres que impedem os país
de reestruturar as dividas, colocando-as sob a dependência destes especuladores

Cooperação técnica- destinada á transferência de conhecimentos e de tecnologia e á


formação dos quadros técnicos nos países em desenvolvimento.

Ajuda Públicas ao Desenvolvimento (APD) - fornecida por um Estado ou por um


organismo público internacional, pode apresentar-se como doação, ou empréstimo a juros
inferiores praticados no mercado. Esta ajuda destina-se unicamente ao desenvolvimento,
ao contrário das outras.

Maiores beneficiários da ajuda dos países da OCDE: Africa subsariana, Africa do Norte e
Médio Oriente.
Maiores doadores em 2013: Noruega, Suécia, Luxemburgo, Dinamarca
Piores doadores: Japão, EUA, Itália e Espanha.

No âmbito da APD podemos distinguir:


 Ajuda bilateral: entre dois estados
 Ajuda multilateral: entre uma organização internacional e um Estado

Obstáculos internos e externos á eficácia da ajuda ao desenvolvimento

Apesar de algumas melhorias, a situação em várias regiões é ainda muito preocupante. A


ajuda alimentar de emergência por vezes chega demasiado tarde, não só porque os países
doadores demoram a responder ás solicitações, como os países recetores demoram a
declarar situação de emergência. Existem, assim vários obstáculos á eficácia da ajuda.

Obstáculos internos (países destinatários)


 A ajuda é canalizada para projetos faraónicos que não melhoram a situação da
maior parte da população
 Parte da ajuda é apropriada por elites corruptas e muitas vezes utilizada para
compra de armamento e equipamento de forças repressivas
 A ajuda é aplicada em projetos que acentuam as desigualdades setoriais,
sociais e regionais
 Existe muitas vezes burocracia excessiva, desperdícios e má gestão da ajuda
 A ajuda pode conduzir a uma maior dependência externa (tecnológica,
financeira e comercial) paralisando reformas estruturais necessárias ao
desenvolvimento
Obstáculos externos (países doadores)

 A ajuda á canalizada para projetos que são do interesse dos países doadores , não
correspondendo ás necessidades dos países recetores
 Os países que recebem ajudas ao desenvolvimento não são os mais carenciados, mas
sim aqueles que se encontram na esfera de influência do país doador e que são seus
aliados geopolíticos.
 A ajuda não é suficiente, pois a meta de 0,7% do PNB, aprovada pela ONU, apenas tem
sido cumprida por 5 países europeus, pondo em causa o direito ao desenvolvimento
de muitos povos.
 A falta de coordenação da ajuda efetuada por vários doadores, o que implica
desperdício de tempo e de recursos, burocracia excessiva e escassos efeitos na
promoção do desenvolvimento

Diálogo Norte- Sul

Para alterar as relações desiguais entre o Norte (países desenvolvidos) e o Sul (países em
desenvolvimento) criou o CNUCED (Conferência das Nações Unidas para o Comércio e o
Desenvolvimento) que tem como finalidade a promoção destas 2 áreas nos países em
desenvolvimento segundo a perspetiva Fair Trade, noit aid! Apesar do crescimento económico
ter vindo a aumentar nos países do Sul e da pobreza ter recuado, o fosso entre países do Norte
e do Sul continua elevado.

PIB por habitante- EUA: 55000 ; União Europeia: 33100; América Latina: 9100

Paridades de poder de compra (PPC): são deflacionadores espaciais e conversores monetários


que, eliminando os efeitos das diferenças nos níveis de preços entre países, permitem
comparações em volume das componentes do PIB, bem como do nível dos preços.

Para que o direito ao desenvolvimento fosse uma realidade para todos os países,
foram delineados os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio:

1. Erradicar a extrema pobreza e a fome


2. Atingir o ensino básico universal
3. Promover a igualdade de género e a autonomia das mulheres
4. Reduzir a mortalidade infantil
5. Melhorar a saúde materna
6. Combater o HIV, a malária e outras doenças
7. Garantir a sustentabilidade ambiental
8. Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento

Mais tarde foram desenvolvidos objetivos de desenvolvimento sustentável, 17 objetivos para


promover o desenvolvimento global até 2030. Baseiam-se nos ODM procurando concretizá-los
e corresponder a novos desafios. Ainda nos encontramos longe das metas definidas, embora
se tenham registado alguns progressos. Ainda há incertezas a respeito da concretização dos
ODM relativamente á saúde reprodutiva das mulheres, saúde infantil, saneamento básico,
igualdade de oportunidades….
Sustentabilidade- defende a conjugação das vertentes ecológicas, económica, social e a boa
governação para bem das gerações futuras

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