Apostila Curvas Caracteristicas
Apostila Curvas Caracteristicas
Apostila Curvas Caracteristicas
Curvas Caracterı́sticas
Este texto descreve o procedimento experimental para o estudo de curvas caracterı́sticas de elementos
resistivos. Atenção a influência dos multı́metros nas medidas.
1 Objetivos
O objetivo do experimento é estudar o comportamento de resistores comerciais e de uma lâmpada
incandescente através da análise de suas curvas caracterı́sticas. Para isso, vamos utilizar 2 circuitos elétricos,
que irão permitir investigar a influência dos instrumentos (voltı́metro e amperı́metro) na determinação
experimental das resistências dos resistores. Por fim, usaremos a lâmpada incandescente para testar a
validade da Lei de Stefan-Boltzmann.
2 Introdução
Corrente elétrica é definida como o fluxo de elétrons que circula em uma direção preferencial por um
condutor quando entre suas extremidades houver uma diferença de potencial. De forma quantitativa, cor-
rente elétrica pode ser escrita como a quantidade de carga que atravessa a seção reta de um condutor por
unidade de tempo
dq
i= , (1)
dt
sendo q e t carga e tempo, respectivamente. A unidade de corrente no S.I. é o ampère. De acordo com a
primeira Lei de Ohm, corrente elétrica, diferença de potencial (tensão) e resistência podem ser relacionados
através de
V = Ri, (2)
onde V é a diferença de potencial, i a corrente elétrica e R a resistência elétrica, que está relacionada a
dificuldade do trânsito dos elétrons livres através de um determinado material condutor.
Chamamos um gráfico da corrente elétrica i em função da tensão V de curva caracterı́stica. De maneira
geral, estes gráficos servem para caracterizar o comportamento de um bipolo. De acordo com a Eq. 2,
se o elemento resistivo estudado for ôhmico, a relação existente entre i e V é linear, e R corresponde ao
coeficiente angular da reta que passa pela origem. Por outro lado, para elementos não-ôhmicos, a curva
observada não apresenta um comportamento linear, já que a resistência varia para diferentes pares (i,V ).
3 Procedimento Experimental
O experimento será dividido em duas partes. Na primeira, estudaremos dois resistores com diferentes
valores de resistência. Para tanto, utilizaremos dois circuitos elétricos diferentes. Na segunda parte, estu-
daremos o comportamento de uma lâmpada incandescente. Utilizaremos um resistor de proteção de 47 Ω
para impedir a passagem de altas correntes nos dois circuitos.
3.1 Resistores
Antes de iniciar a tomada de dados experimentais, é preciso determinar a corrente máxima de trabalho
suportada pelos resistores para não queimá-los. Utilize a expressão
p
imáx = Pres /Rx ), (3)
onde Pres correponde a potência elétrica máxima dissipada por um resistor de resistência Rx . O valor
nominal dos resistores e de suas correpondentes potências elétricas são fornecidos na tabela 1. Considere
a incerteza dos resistores como sendo 5% dos valores nominais e despreze a incerteza da potência. Como
teremos sempre dois resistores montados no circuito, adote imáx como sendo o menor valor calculado entre
eles.
1. Anote os valores de corrente (amperı́metro) e tensão (voltı́metro) fornecidos pelos multı́metros. Ob-
tenha pelo menos 15 valores de tensão e corrente para cada resistor, variando a tensão na fonte entre
1 e 20 V. Registre os valores medidos na planilha fornecida na página da disciplina. Registre também
os valores das incertezas, adotando ±(0.8% + 4D) para a tensão e ±(1.2% + 4D) para a corrente.
2. Usando um software de sua preferência, grafique os pontos medidos e ajuste uma reta. No gráfico,
inclua os resultados do ajuste, nomeie os eixos X e Y e coloque um tı́tulo.
Para estudar o compartamento de uma lâmpada incandescente vamos levantar sua curva caracterı́stica
utilizando um procedimento experimental análogo ao adotado para o resistor.
1. Utilize o circuito ilustrado na figura 1 (Circuito 1 do experimento) para levantar a curva caracterı́stica
da lâmpada incandescente. Para valores pequenos de V e i (quando a lâmpada ainda não emite luz
no espectro visı́vel) sua curva caracterı́stica é aproximadamente a de um elemento ôhmico.
2. Meça 15 valores para a tensão (no voltı́metro), em função da corrente (no amperı́metro). Escolha 5
valores entre 0.1 < V < 0.6 volts (utilizados para determinação de R0 ) e 10 entre 1 < V < 15 volts.
Registre os valores medidos na planilha fornecida na página da disciplina. Lembre-se de anotar os
valores das incertezas, adotando ±(0.8% + 4D) para a tensão e ±(1.2% + 4D) para a corrente.
3. Usando um software de sua preferência, construa um gráfico de i x V . Não se esqueça de nomear os
eixos X e Y e atribuir um tı́tulo ao gráfico.
4. Faça um outro gráfico de i x V utilizando apenas os 5 primeiros pontos medidos e determine R0
através do ajuste de uma reta. No gráfico, inclua os resultados do ajuste, nomeie os eixos X e Y e
coloque um tı́tulo.
22
Data
20
18
16
14
RT/R300K
12
10
0
0 500 1000 1500 2000 2500 3000 3500 4000
Temperature (Kelvin)
Através de um ajuste dos dados experimentais fornecido pela equação 7, é possı́vel relacionar o valor da
resistência do filamento com sua temperatura. Para tanto, é necessário conhecer o valor de R0 .
! !1,21 ! 1
1.21
R T R
= ⇒ T = T0 × (7)
R0 T0 R0
Uma vez determinado o valor da resistência da lâmpada à temperatura ambiente (R0 ), podemos verificar
experimentalmente a lei de Stefan-Boltzmann.
3. Faça um gráfico Log(P) em função de Log(T). Ajuste uma reta do tipo Log(P ) = β + α × Log(T ) e
determine o coeficiente angular.