Cap 03 - Comport Amen To Do or
Cap 03 - Comport Amen To Do or
Cap 03 - Comport Amen To Do or
PARTE II
PRODUTORES, CONSUMIDORES E MERCADOS COMPETITIVOS
CAPÍTULO 3
COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR
OBSERVAÇÕES PARA O PROFESSOR
O Capítulo 3 fornece a base a partir da qual será derivada a curva de
demanda no Capítulo 4. Para que os alunos sejam capazes de entender a
teoria da demanda, eles devem dominar os conceitos de curvas de
indiferença, taxa marginal de substituição, linha do orçamento, e escolha
ótima do consumidor. É possível discutir as escolhas do consumidor sem
aprofundar-se nos detalhes da teoria da utilidade. Para muitos estudantes, as
funções de utilidade são um conceito mais abstrato do que as relações de
preferência. No entanto, caso se pretenda discutir a questão da incerteza no
Capítulo 5, será necessário discutir antes o conceito de utilidade marginal
(seção 3.5). Mesmo que a teoria da utilidade seja apresentada apenas
brevemente, é importante que os alunos compreendam o conceito de
utilidade, pois esse termo aparecerá muitas vezes no Capítulo 4.
Ao introduzir o conceito de curva de indiferença, é importante enfatizar
que os dois eixos representam quantidades físicas. De fato, após terem
estudado a oferta e a demanda, os alunos poderiam pensar que o preço
deveria estar no eixo vertical. Como forma de ilustrar as curvas de
indiferença, escolha uma cesta inicial no gráfico e peça aos alunos para
apontar as cestas que os consumidores devem preferir em relação à cesta
inicial, e aquelas que devem ser consideradas inferiores à cesta inicial. Isso
deverá dividir o gráfico em quatro quadrantes, o que tornará mais fácil para
os alunos a visualização do conjunto de cestas entre as quais o consumidor é
indiferente. É recomendável que sejam apresentados vários exemplos com
diferentes tipos de mercadorias, pedindo-se à turma para desenhar as curvas
de indiferença em cada caso. Os exemplos também são úteis para explicar a
significância das hipóteses relativas às preferências; ao apresentar diferentes
exemplos, pode-se perguntar quais hipóteses seriam violadas.
A explicação do conceito de utilidade flui naturalmente a partir da
discussão das curvas de indiferença. Apesar de tratar-se de um conceito
abstrato, é possível transmitir aos alunos a essência desse conceito em
tempo relativamente curto. Para tanto, pode-se partir da observação de que
o objetivo dos consumidores é maximizar sua utilidade sujeito a uma
restrição orçamentária. Quando um consumidor vai a uma loja, escolhe a
cesta de produtos preferida dentre aquelas que pode adquirir. A partir disso,
pode-se derivar a curva de demanda. É importante ressaltar que, para o
consumidor, o que importa é a ordenação relativa entre as várias possíveis
cestas de produtos, e não o valor absoluto da utilidade, que não tem
qualquer significado. Por fim, outro conceito fundamental é a taxa à qual os
consumidores estão dispostos a trocar mercadorias (a taxa marginal de
substituição), que depende da satisfação relativa derivada do consumo de
cada mercadoria.
22
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
A taxa marginal de substituição, TMS, é um conceito que pode
confundir os alunos. Alguns deles tendem a confundir a TMS com a razão
entre as quantidades das duas mercadorias. Quando isso ocorre, pode-se
notar que a inclinação é igual à razão entre a variação na quantidade medida
no eixo vertical, ∆Y, e a variação na quantidade do eixo horizontal, ∆X. Essa
razão é igual à razão dos interceptos de uma linha tangente à curva de
indiferença. À medida que nos movemos ao longo de uma curva de
indiferença convexa, esses interceptos mudam e, conseqüentemente, a TMS
também muda. Outro problema é a terminologia “TMS de X por Y”, que pode
causar confusão pelo fato de que não estamos trocando “X por Y”, mas Y por
uma unidade de X. É recomendável ilustrar esse importante conceito através
de diversos exemplos em sala de aula.
QUESTÕES PARA REVISÃO
1. O que significa o termo transitividade de preferências?
A transitividade de preferências significa que, se alguém prefere
A em relação a B, e B em relação a C, então essa pessoa prefere
A em relação a C.
2. Suponha que um determinado conjunto de curvas de indiferença
não possua inclinação negativa. O que você pode dizer a respeito de
quão desejáveis são essas duas mercadorias?
Uma das principais hipóteses da teoria das preferências é que
quantidades maiores dos bens são preferidas a quantidades
menores. Logo, se a quantidade consumida de um bem diminui,
os consumidores devem obter um menor nível de satisfação.
Esse resultado implica necessariamente curvas de indiferença
negativamente inclinadas. No entanto, se uma mercadoria é
indesejável, o consumidor estará em melhor situação ao
consumir quantidades menores da mercadoria; por exemplo,
menos lixo tóxico é preferível em relação a mais lixo. Quando
uma mercadoria é indesejável, as curvas de indiferença que
mostram o dilema entre aquela mercadoria e a mercadoria
desejável apresentam inclinações positivas. Na Figura 3.2
abaixo, a curva de indiferença U2 é preferida à curva de
indiferença U1.
23
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
Bem Y
U2
U1
Pontos
preferidos
L ixo tóxico
Figura 3.2
3. Explique a razão pela qual duas curvas de indiferença não podem
se interceptar.
A resposta pode ser apresentada mais facilmente com a ajuda de
um gráfico como o da Figura 3.3, que mostra duas curvas de
indiferença se interceptando no ponto A. A partir da definição de
uma curva de indiferença, sabemos que um consumidor obtém o
mesmo nível de utilidade em qualquer ponto sobre uma
determinada curva. Nesse caso, o consumidor é indiferente entre
as cestas A e B, pois ambas estão localizadas sobre a curva de
indiferença U1. Analogamente, o consumidor é indiferente entre
as cestas A e C porque ambas estão localizadas sobre a curva de
indiferença U2. A propriedade de transitividade das preferências
implica que tal consumidor também devera ser indiferente entre
C e B. No entanto, de acordo com o gráfico, C está situada acima
de B, de modo que C deve ser preferida a B. Assim, está provado
que duas curvas de indiferença não podem se interceptar.
24
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
Bem Y
C
U2
B
U1
Bem X
Figura 3.3
4. Desenhe um conjunto de curvas de indiferença para as quais a
taxa marginal de substituição seja constante. Desenhe duas linhas
de orçamento com diferentes inclinações; mostre, em cada caso, qual
será a escolha maximizadora de satisfação. Que conclusões você
poderia tirar?
Na Figura 3.4, a mercadoria X e a mercadoria Y são substitutos
perfeitos, de modo que as curvas de indiferença são linhas retas,
U1 e U2, ambas com inclinação igual a -1. No caso de mercadorias
que são substitutos perfeitos, o consumidor sempre preferirá
comprar a mercadoria mais barata, de modo a obter utilidade
máxima. Por exemplo, se a mercadoria Y for mais barata que a
mercadoria X, o consumidor se defrontará com a restrição
orçamentária L2 e maximizará sua utilidade no ponto A. Por outro
lado, se a mercadoria X for mais barata que a mercadoria Y, o
consumidor se defrontará com a restrição orçamentária L1 e
maximizará sua utilidade no ponto B. Se a mercadoria X e a
mercadoria Y tiverem o mesmo preço, a restrição orçamentária
coincidirá com a curva de indiferença, e o consumidor será
indiferente entre qualquer ponto sobre a curva. Para entender a
razão disso, lembre que a inclinação da linha do orçamento é
P
− x . Em termos mais gerais, a inclinação de uma curva de
Py
indiferença linear é a taxa constante à qual o consumidor está
disposto a trocar as duas mercadorias. Se as inclinações da linha
de orçamento e da curva de indiferença forem iguais, o
consumidor será indiferente entre qualquer ponto sobre a linha
do orçamento. Quando as inclinações forem diferentes, o
consumidor deverá optar por uma das extremidades da linha do
orçamento, de acordo com as respectivas inclinações.
25
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
Bem Y
L2
L1 U1 U2
B
Bem X
Figura 3.4
26
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
racionamento pode causar maior nível de bem-estar social, por
razões de eqüidade ou justiça entre os consumidores.)
7. Após a fusão com a economia da Alemanha Ocidental, os
consumidores da Alemanha Oriental demonstravam preferência por
automóveis Mercedes-Benz em relação a automóveis Volkswagen.
Entretanto, depois de terem convertido suas poupanças para marcos
alemães, muitos desses consumidores correram até os revendedores
Volkswagen. Como você explicaria esse aparente paradoxo?
Para responder essa questão, são necessárias três hipóteses: 1)
um Mercedes custa mais do que um Volkswagen; 2) a função de
utilidade dos consumidores da Alemanha Oriental inclui duas
mercadorias: automóveis e todas as outras mercadorias,
avaliadas em marcos alemães; e 3) os consumidores da
Alemanha Oriental auferem alguma renda. Com base nessas
premissas, podemos especular que, ainda que os consumidores
da antiga Alemanha Oriental prefiram um Mercedes a um
Volkswagen, é possível que eles não tenham renda suficiente
para comprar um Mercedes ou, então, que eles prefiram uma
cesta composta por um Volkswagen e outras mercadorias a uma
cesta que inclua apenas um Mercedes. A utilidade marginal de
consumir um Mercedes pode exceder a utilidade marginal de
consumir um Volkswagen, mas para o consumidor o que importa
é a utilidade marginal por dólar para cada mercadoria. O fato
dos consumidores terem se dirigido aos revendedores
Volkswagen, e não aos revendedores Mercedes, indica que a
utilidade marginal por dólar deve ter sido mais elevada para os
Volkswagen.
8. Descreva o princípio da igualdade marginal. Explique por que
esse princípio não se mantém se uma utilidade marginal crescente
estiver associada ao consumo de uma ou ambas as mercadorias.
De acordo com o princípio da igualdade marginal, para que o
grau máximo de satisfação seja obtido é necessário que a razão
entre utilidade marginal e preço seja igual para todas as
mercadorias. A linha de raciocínio é a mesma apresentada na
Questão para Revisão No. 5. Parte-se do fato de que a utilidade é
maximizada quando o orçamento é alocado de modo a igualar,
para todas as mercadorias, a utilidade marginal por dólar gasto.
Se a utilidade marginal é crescente, o consumidor maximiza sua
satisfação consumindo quantidades cada vez maiores da
mercadoria. Isso significa que, supondo preços constantes, o
consumidor acabaria gastando toda sua renda com uma única
mercadoria. Teríamos, então, uma solução de canto, na qual o
princípio da igualdade marginal não pode valer.
9. Qual é a diferença entre utilidade ordinal e utilidade cardinal?
Explique por que a suposição de utilidade cardinal não se faz
necessária para a ordenação das preferências do consumidor.
27
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
A utilidade ordinal implica um ordenamento das alternativas que
não leva em consideração a intensidade das preferências. Essa
abordagem permite, por exemplo, afirmar que a primeira escolha
do consumidor é preferida à segunda escolha, mas não especifica
quão preferível é a primeira opção. A utilidade cardinal implica
que a intensidade das preferências pode ser quantificada. Uma
classificação ordinal é suficiente para ordenar as escolhas do
consumidor de acordo com suas preferências. Não é necessário
saber quão intensamente um consumidor prefere a cesta A à
cesta B; é suficiente saber que A é preferida a B.
10. Os preços dos computadores caíram substancialmente durante
as duas últimas décadas. Use essa queda no preço para explicar
por que o IPC tende a subestimar o índice de custo de vida para
indivíduos que utilizam essas máquinas intensivamente.
O índice de preços ao consumidor mede as variações na média
ponderada dos preços de uma cesta de mercadorias adquiridas
pelos consumidores. Os pesos de cada mercadoria correspondem
à sua participação na despesa total do consumidor. Escolhe-se
um ano-base, e usam-se os pesos observados no ano para
calcular o IPC naquele e nos anos seguintes. Quando o preço de
uma mercadoria cai de forma significativa, o consumidor tende a
consumir mais daquela mercadoria em detrimento das demais, o
que implica mudanças na distribuição da renda do consumidor
entre as várias mercadorias. O uso dos pesos do ano-base ignora
o efeito das variações de preço sobre a participação de cada
mercadoria no total de despesas, levando, assim, a uma medida
imprecisa das mudanças no custo de vida.
Por exemplo, suponha que, em 1970, Fred gastasse 10% de sua
renda em computadores, e que a participação de cada
mercadoria na despesa total de Fred em 1970 tenha sido usada
como peso no cálculo do IPC de Fred nos anos seguintes. Se a
demanda de Fred por computadores fosse inelástica, reduções no
preço dos computadores (em relação às outras mercadorias)
diminuiriam a proporção de sua renda gasta com computadores.
Após 1970, um IPC baseado nos pesos de 1970 estaria atribuindo
um peso de 10% ao preço dos computadores, apesar de Fred
gastar menos que 10% de sua renda com computadores.
Supondo que os preços das outras mercadorias estivessem
aumentando, ou caindo menos que 10%, o IPC estaria atribuindo
pesos excessivamente pequenos às variações nos preços das
outras mercadorias, e subestimando as mudanças no custo de
vida de Fred.
28
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
EXERCÍCIOS
1. Neste capítulo, não foram consideradas mudanças nas
preferências do consumidor por diversas mercadorias. Todavia, em
determinadas situações, as preferências devem se modificar à
medida que ocorre o consumo. Discuta por que e como as
preferências poderiam se alterar ao longo do tempo tendo por
referência o consumo das seguintes mercadorias:
a. Cigarros
A hipótese de preferências constantes é razoável se as escolhas
do consumidor são independentes no tempo. Mas essa hipótese
não é válida nas situações em que o consumo do bem envolve a
criação de hábitos ou vícios, como no caso dos cigarros: o
consumo de cigarros em um período influencia seu consumo nos
períodos seguintes.
b. Jantar pela primeira vez em um restaurante de culinária típica
Jantar pela primeira vez em um restaurante diferente não
envolve nenhum vício do ponto de vista físico, mas, ao propiciar
ao consumidor maiores informações sobre o restaurante em
questão, influencia suas escolhas nos períodos subseqüentes. O
consumidor pode gostar de jantar sempre em restaurantes
diferentes, que ainda não conheça, ou então pode estar cansado
de fazê-lo. Em ambos os casos, as preferências mudam à medida
que ocorre o consumo.
2. Desenhe as curvas de indiferença para as seguintes preferências
de um consumidor por duas mercadorias: hambúrguer e cerveja.
a. Alex gosta de cerveja, porém detesta hambúrgueres. Ele
sempre prefere consumir mais cerveja, não importando quantos
hambúrgueres possa ter.
Para Alex, os hambúrgueres são um “mal.” As suas curvas de
indiferença apresentam inclinação positiva em vez de negativas.
Para Alex, U1 é preferida a U2 e U2 é preferida a U3. Veja a figura
3.2a. Se os hambúrgueres fossem um bem neutro, as curvas de
indiferença seriam verticais e a utilidade cresceria à medida que
nos movêssemos para a direita e mais cerveja fosse consumida.
b. Betty mostra-se indiferente entre cestas que contenham três
cervejas ou dois hambúrgueres. Suas preferências não se
alteram à medida que consome maior quantidade de qualquer
uma das duas mercadorias.
Dado que Betty é indiferente entre três cervejas e dois
hambúrgueres, existe uma curva de indiferença ligando esses
dois pontos. As curvas de indiferença de Betty são um conjunto
de linhas paralelas com inclinação de − 23 . Veja a figura 3.2b.
29
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
c. Chris come um hambúrguer e em seguida toma uma cerveja.
Ele nunca consumirá uma unidade adicional de um item sem
que consuma também uma unidade adicional do outro.
Para Chris, hambúrgueres e cerveja são complementos perfeitos,
ou seja, ele sempre deseja consumir as duas mercadorias em
proporções fixas. As curvas de indiferença apresentam formato
de L, com os ângulos do L ao longo de uma linha de 45 graus a
partir da origem. Veja a figura 3.2c.
Hambúrgueres
U3
U2
U1
Cerveja
Figura 3.2.a
Hambúrgueres
9
8
7
6
5
4
3
2
1
U1 U2 U3
Cerveja
3 6 9
Figura 3.2.b
30
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
d. Doreen gosta muito de cerveja, porém é alérgica a carne. Toda
vez que come um hambúrguer, fica com urticária.
Para Doreen, os hambúrgueres não são um “bem”, mas um
“mal,” de modo que sua utilidade não aumenta ao mover-se para
cima e para a direita, e sim para baixo e para a direita. Para
Doreen, U1 é preferida a U2 e U2 é preferida a U3. Veja a figura
3.2d.
Hambúrgueres
3 U3
2 U2
1 U1
Cerveja
1 2 3
Figura 3.2.c
Hambúrgueres
U3
U2
U1
Cerveja
Figura 3.2.d
31
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
destinado a comprar 1 fita cassete e 4 CDs, mostre sua escolha de
consumo na linha do orçamento.
Dada a renda de $70 que ainda lhe resta, Philip pode adquirir até
7 fitas cassete, caso gaste toda a renda nesse tipo de
mercadoria, ou até 4,7 CDs, caso toda a renda seja destinada a
essa mercadoria. Assim, conforme mostra a figura 3.3, a sua
linha do orçamento intercepta o eixo vertical na quantidade de 7
fitas e o eixo horizontal na quantidade de 4,7 CDs. Dado que os
preços são constantes, a linha do orçamento apresenta inclinação
constante e é uma linha reta.
Fitas
4 4.7 CD’s
Figura 3.3
32
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
8 12 16 Refrigerante
(onças)
Figura 3.4
5. Suponha que Bill considere manteiga e margarina como
substitutos perfeitos.
a. Desenhe um conjunto de curvas de indiferença que descreva as
preferências de Bill por manteiga e margarina.
Manteiga
20
15
10
U1 U2 U3
Margarina
5 10 15 20
Figura 3.5.a
20
15
10 L1
5 U3
U1 U2 A
Margarina
5 10 15 20
Figura 3.5.c
6. Suponha que Jones e Smith tenham decidido reservar $1.000 por
ano para despesas com bebidas alcoólicas e não-alcoólicas. Jones e
Smith possuem preferências substancialmente diferentes por esses
dois tipos de bebida. Jones prefere as bebidas alcoólicas, ao passo
que Smith tem preferência pelas não-alcoólicas.
a. Desenhe um conjunto de curvas de indiferença para Jones e um
segundo conjunto para Smith.
34
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
Alcoólicas
S2
S1
J2
J1
Não-alcoólicas
Figura 3.6.a
b. Utilizando o conceito de taxa marginal de substituição, discuta
a razão pela qual os dois conjuntos de curvas de indiferença são
diferentes entre si.
Para qualquer combinação de bebidas alcoólicas, A, e não-
alcoólicas, N, Jones está disposto a abrir mão de grande
quantidade de N para obter uma unidade adicional de A,
enquanto que Smith está disposto a abrir mão de grande
quantidade de A para obter uma unidade adicional de N. Dado
que Jones precisa receber mais N do que Smith para ser
compensado pela perda de determinada quantidade de A, a sua
taxa marginal de substituição de bebidas alcoólicas por não-
alcoólicas é mais baixa que a de Smith. Colocando as bebidas
alcoólicas no eixo vertical, as curvas de indiferença de Jones são
menos inclinadas que as curvas de indiferença de Smith em
qualquer ponto do gráfico.
c. Se Smith e Jones pagassem os mesmos preços por suas
bebidas, suas taxas marginais de substituição de bebidas
alcoólicas por não-alcoólicas seriam iguais ou diferentes?
Explique.
A maximização da utilidade implica que o consumidor deve
escolher as quantidades de cada mercadoria de modo que a TMS
entre quaisquer duas mercadorias seja igual a razão entre seus
preços. Se Smith e Jones são consumidores racionais, as suas
TMS devem ser iguais, pois eles se defrontam com os mesmos
preços de mercado. É importante ressaltar que, por possuírem
preferências diferentes, eles deverão consumir quantidades
diferentes das duas mercadorias, apesar de suas TMS serem
iguais.
35
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
7. Na Geórgia, o preço do abacate é o dobro do preço do pêssego, ao
passo que, na Califórnia, os dois produtos apresentam o mesmo
preço. Se os consumidores dos dois estados maximizam a utilidade,
suas taxas marginais de substituição de pêssegos por abacates
serão iguais? Caso não o sejam, em que estado a taxa será mais
elevada?
A taxa marginal de substituição de pêssegos por abacates é a
quantidade de abacates que uma pessoa está disposta a ceder
em troca de um pêssego adicional. Quando os consumidores
maximizam a utilidade, eles igualam sua taxa marginal de
Ppêssego
substituição à razão dos preços, que nesse caso é . Na
Pabacate
Geórgia, 2 Ppêssego = Pabacate , o que significa que, quando os
Ppêssego 1
consumidores maximizam a utilidade, TMS = = . Na
Pabacate 2
Califórnia, Ppêssego = Pabacate , o que significa que quando os
Ppêssego 1
consumidores maximizam a utilidade, TMS = = . Logo, a
Pabacate 1
taxa marginal de substituição não é igual nos dois estados, e
deverá ser mais elevada na Califórnia.
M P
A inclinação da linha do orçamento é − P . Nesse caso, o preço
G
das milhas de vôo muda à medida que o número de milhas
aumenta, de modo que a linha do orçamento apresenta quebras
para 25.000 e 50.000 milhas. Supondo que PM seja $1 por milha
para milhagens menores ou iguais a 25.000 milhas, teremos PM =
$0,75 para 25.000 < M ≥ 50.000, e PM = $0,50 para M > 50.000.
Supondo, ainda, PG = $1,00, a inclinação da linha do orçamento
será -1 entre A e B, -0,75 entre B e C, e -0,5 entre C e D.
36
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
Demais bens
55
50 A
45
40 I nclinação = -1
35
30
25 B
20 I nclinação = -0.75
15
10 C
I nclinação = -0.50
5
Milhas
25 50
Figura 3.8
37
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
conseqüentemente, estará em situação melhor que antes. Veja
as Figuras 3.9.a e 3.9.b.
Demais bens
(I nclusive livros usados)
L2 L 1 reflete o aumento
de preço dos livros
e os $80,00 adicionais
L1
U1
L ivros novos
Figura 3.9.a
Demais bens
(I nclusive livros usados)
A
U2
U1
L2 L1
L ivros novos
Figura 3.9.b
10. Suponha que Samantha e Jason gastem, cada um, $24 por
semana com entretenimentos de vídeo e cinema. Quando os preços
das fitas de vídeo e das entradas de cinema são iguais a $4, eles
alugam 3 fitas de vídeo e compram 3 entradas de cinema. Após uma
guerra de preços no setor de fitas de vídeo e um aumento no custo
das entradas de cinema, o preço da fita de vídeo cai para $2 e o
preço da entrada de cinema sobe para $6. Samantha agora passa a
alugar 6 fitas de vídeo e compra 2 entradas de cinema; Jason,
entretanto, passa a comprar 1 entrada de cinema e a alugar 9 fitas
de vídeo.
a. Samantha estará em situação melhor ou pior após a
modificação nos preços?
38
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
O ponto original de maximização da utilidade para Samantha
pode ser representado pelo ponto A, situado na curva U1, na
Figura 3.10.a. Dados os novos preços, Samantha poderia
continuar consumindo a cesta original A: $24 = $2(3 fitas de
vídeo) + $6 (3 entradas de cinema). O fato dela optar pela cesta
B revela que essa cesta lhe proporciona um maior nível de
utilidade, U2. Veja a Figura 3.10.a.
Vídeos
12
L2
9
6 B
3 A
U2
L1 U1
12 Cinema
3 6 9
Figura 3.10.a
39
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
Carne
100
75
Restrição orçamentária e
50 curva de indiferença
25
U = 100
Batatas
25 50 75 100 125
Figura 3.11.a
b. Suponha também que a função utilidade de Connie seja
expressa por meio da equação u(M, P) = 2M + P. Que
combinação de carne e batatas ela deveria comprar pata
maximizar a sua utilidade? (Dica: Considere carne e batatas
como substitutos perfeitos.)
O nível de utilidade de Connie é igual a 100 quando ela compra
50 libras de carne e não compra batatas ou quando compra 100
libras de batatas mas não compra carne. A curva de indiferença
associada a U = 100 coincide com a sua restrição orçamentária.
Qualquer combinação de carne e batatas ao longo dessa curva
lhe proporcionará utilidade máxima.
c. O supermercado que Connie utiliza oferece uma promoção
especial. Se ela adquirir 20 libras de batatas (a $2 por libra),
receberá grátis 10 libras adicionais de batatas. Esta promoção
só é válida para as primeiras 20 libras de batatas. Todas as
batatas além das primeiras 20 libras (exceto as 10 libras de
bônus) ainda custam $2 por libra. Desenhe a restrição
orçamentária de Connie.
A Figura 3.11.c representa a restrição orçamentária de Connie
quando o supermercado oferece a promoção especial. Note que a
restrição orçamentária apresenta uma inclinação igual a -2 no
intervalo entre zero e vinte libras de batatas, é horizontal entre
vinte e trinta libras, dado que as primeiras dez libras que
excederem a quantidade de vinte são gratuitas, e novamente
apresenta inclinação de -2 até interceptar o eixo horizontal no
nível de 110 libras.
40
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
Carne
100
75
I nclinação = -2
50 I nclinação = 0
I nclinação = -2
25
Batatas
20 40 110
Figura 3.11.c
d. Um surto de parasita faz com que o preço das batatas suba
para $4 por libra. O supermercado encerra sua promoção. Que
aspecto passaria a ter a restrição orçamentária de Connie
agora? Que combinação de carne e batatas maximizaria sua
utilidade?
Com o preço das batatas a $4, Connie poderia comprar 50 libras
de carne ou 50 libras de batatas, ou alguma combinação
intermediária. Veja a Figura 3.11.d. Ela maximiza sua utilidade,
atingindo o nível de U = 100, no ponto A, onde consome 50 libras
de carne mas não consome batatas. Esta é uma solução de
canto.
Carne
100
75
A Restrição orçamentária
50
Curva de indiferença
25 para U = 100
Batatas
25 50 75 100 125
Figura 3.11.d
41
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
12. A utilidade que Jane obtém por meio do consumo de alimento A e
vestuário V é dada por:
u(A,V) = AV.
a. Desenhe a curva de indiferença associada a um nível de
utilidade igual a 12 e a curva de indiferença associada a um
nível de utilidade igual a 24. Essas curvas de indiferença são
convexas?
Para encontrar as cestas de alimento, A, e vestuário, V, que
12
geram utilidade de 12 e 24, basta resolver as equações C = e
F
24
C= .
F
U = 12 U = 24
42
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
Vestuário
4
U = 24
2
U = 12
Alimento
2 4 6 8 10 12
Figura 3.12.a
43
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
por alimento até o ponto em que a sua TMS seja igual à razão
entre os preços. Veja a Figura 3.12.e.
Vestuário
4
3
2
U = 12
U =9 Alimento
2 3 4 6 8 10 12
Figura 3.12.e
44
Capítulo 3: Comportamento do consumidor
= ∆U/∆V = A, e UMA = ∆U/∆A = V. Para maximizar sua utilidade,
Meredith escolhe uma cesta de consumo tal que UMA/UMV = PA/PV, que
resulta na mesma equação anterior: PAA = PVV.
A partir da restrição orçamentária, sabemos também que:
PAA + PVV = Y.
Combinando essas duas equações e usando os valores para os preços
e renda de 1990, obtemos o seguinte sistema de equações:
V = A e V + A = 1,200.
Resolvendo o sistema, obtemos:
V = 600 e A = 600.
Logo, o índice de Laspeyres é:
L = 100(2A + 3V)/Y = 100[(2)(600) + (3)(600)]/1200 = 250.
Índice Ideal
O índice ideal indica quanto Meredith teria que gastar a mais em
1995, relativamente a 1990, para consumir quantidades de alimento e
vestuário que lhe proporcionassem a mesma utilidade que ela auferia
em 1990. Ou seja, o índice ideal para 1995 (I) é dado por:
I = 100(Y'')/Y, onde Y'' = P'AA + P'VV' = 2A' + 3V'
onde A' e V' são as quantidades de alimento e vestuário que
proporcionam a Meredith a mesma utilidade que ela auferia em 1990,
pelo menor custo possível aos preços de 1995.
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