Aredes Diego Rodrigues
Aredes Diego Rodrigues
Aredes Diego Rodrigues
MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO
CDU 025.84
© 2014
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO A DISTÂNCIA ESPECIALIZAÇÃO
LATO-SENSU GESTÃO EM ARQUIVOS
Elaborada por
Diego Rodrigues Aredes
COMISSÃO EXAMINADORA:
A todos os tutores pelo auxílio prestado nas atividades realizadas durante este
curso, em especial as tutoras, Beatriz Neunfeld e Franciele Carpes.
As minhas queridas amigas de curso, Daniele Maria e Verônica Santos, pelos bons
momentos compartilhados.
(Otávio Roth)
RESUMO
Monografia de Especialização
Curso de Pós-Graduação a Distância Especialização Lato-Sensu Gestão em
Arquivos
Universidade Federal de Santa Maria
Monografia de Especialização
Curso de Pós-Graduação a Distância Especialização Lato-Sensu Gestão em
Arquivos
Universidade Federal de Santa Maria
The present study aimed to analyze, through the review, on the importance
of the role and writing for the development and progress of human society. To
conduct this work, we must first make an approach about the historical evolution of
documentary media that served to writing and prior to the use of paper. Next, we
examined the question of the importance of preserving the role as support for
recording information produced by human activities, as has also been described and
presented the main spoilage agents that affect the role and can withdraw his physical
integrity. Finally, a general reflection on the subject proposed and outlined the main
conclusions was performed.
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10
1.2 Objetivos ............................................................................................................ 12
1.2.1 Objetivo geral ................................................................................................... 12
1.2.2 Objetivos específicos........................................................................................ 12
1.3 Justificativa........................................................................................................ 12
2 REFERENCIAIS TEÓRICOS DA PESQUISA ....................................................... 14
2.1 Conceito de memória ........................................................................................ 14
2.1.1 Memória e preservação .................................................................................... 15
2.2 O surgimento da escrita ................................................................................... 17
2.3 Os suportes da escrita ...................................................................................... 20
2.3.1 Os suportes documentais nas sociedades antigas .......................................... 21
2.3.1.1 A pedra .......................................................................................................... 21
2.3.1.2 Tabletes de argila .......................................................................................... 22
2.3.1.3 Tabuleta de madeira...................................................................................... 22
2.3.1.4 Tiras de folhas de palmeira ........................................................................... 23
2.3.1.5 Metais ............................................................................................................ 24
2.3.1.6 Cascas de árvores ........................................................................................ 24
2.3.1.7 O papiro......................................................................................................... 25
2.3.1.8 O pergaminho ................................................................................................ 26
2.3.1.9 O papel .......................................................................................................... 27
2.3.2 A revolução do papel ........................................................................................ 28
2.4 A conservação do papel ................................................................................... 32
2.4.1 Fatores de degradação do papel ...................................................................... 33
2.4.1.1 Agentes físico-químicos ................................................................................ 35
2.4.1.2 Agentes biológicos ........................................................................................ 36
3 METODOLOGIA .................................................................................................... 41
4 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 43
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 45
10
1 INTRODUÇÃO
1.2 Objetivos
1.3 Justificativa
A memória não pode existir sem o suporte técnico, como algo puramente
cerebral; o passado não pode sobreviver sem os suportes técnicos que nos
inscrevem numa determinada cultura, tradição. Posto que a memória não é
possível sem artifícios como a linguagem, a escrita, falar de memória é falar
de esquecimento (2004, p.138).
2
Figura 1 – Placa de argila datada do III milênio (a.C.)
1
Georges (2002) comenta que o vocábulo calculi designava pedras contendo inscrições geométricas
utilizadas para contar. A palavra advém do latim calculus, significando seixo, pedrinhas.
2
Disponível em: <http://www.carlamaryoliveira.pro.br/escrita_cuneiforme.html>.
19
o caniço ou cana (ROTH, 1983). Tanto a argila como a cana trouxeram profundas
transformações para a escrita sumérica.
Os escribas sumerianos que efetuavam as inscrições nas plaquetas de barros
se utilizavam de um instrumento pontiagudo feito com o cálamo (tubo) de talos de
cana.
Com esses tubos (Figura 2), que podem ser considerados ancestrais de
nossas canetas modernas, os sumerianos habituaram-se a talhar em bisel (ato de
escrever com a forma inclinada) representações dos desenhos primitivos, e com eles
imprimir na argila fresca sinais que tomavam a forma de “cantos” e de linhas,
formando espécies de supostas “cunhas”, daí a denominação de escrita
“cuneiforme”, de cuneos, “cunha” em latim (ROTH, 1983).
Por terem sofrido inumeráveis transformações ao longo dos séculos, nada
restou de concreto de tais “sinais”. Contudo, convém saber que o desenho dos
pictogramas não era uma criação livre do artista, pois em pesquisas arqueológicas
realizadas foram encontrados espécies de dicionários primitivos elaborados por
escribas (GEORGES, 2002). Cada símbolo podia, de acordo com o contexto, ter
vários significados. Dessa forma, no momento em que os sinais passaram a ter uma
única significação ou padronização, seu número diminuiu.
3
Figura 2 – Modelo de cálamo usado pelos sumérios
3
Disponível em: <http://marianoprieto.com.br/loja/?page_id=1104>.
20
2.3.1.1 A pedra
4
Figura 3 – Tabuleta romana
4
Disponível em: <http://www.romeinspompeii.net/IMG_8426post1.jpg>.
24
2.3.1.5 Metais
2.3.1.7 O papiro
5
Figura 4 – Papiro egípcio
Ainda nessa concepção, Roth (1983, p.16) comenta que “sua popularização
entre os gregos, romanos e povos vizinhos foi tão ampla e rápida que os faraós
egípcios, temendo sua escassez, proibiram sua exportação no século II d.C.”. Esse
5
Disponível em: <http://www.5estrellasclub.com/blog/como-saber-si-estamos-comprando-papiro-
autentico/>.
26
fato determinou a procura de novos materiais e não tardou muito para que uma
alternativa surgisse: o pergaminho (Figura 6).
6
Figura 5 – Processo de fabricação do papiro
2.3.1.8 O pergaminho
7
Figura 6 – Pergaminho hebreu datado de 1750
2.3.1.9 O papel
7
Disponível em: <http://scarc.library.oregonstate.edu/omeka/items/show/1866>.
28
Segundo Doctors (1999), conta a lenda que durante uma guerra entre árabes
e chineses, nas margens do rio Tharaz, na fronteira entre a China e o Uzbequistão,
o exército do governador de Samarcanda aprisionou dois artesãos chineses, que em
troca da liberdade, ofereceram seus conhecimentos na fabricação do papel.
De Samarcanda, o papel emigrou para Bagdá, Damasco e Cairo, sendo que
por mais de 500 anos o segredo de sua fabricação foi monopolizado pelos árabes.
Aliás, foram os árabes os primeiros a introduzir inovações no processo de fabricação
do papel, ao empregar corantes e especificar medidas conforme sua finalidade
(DOCTORS, 1999).
No século XII, com a conquista da Espanha pelos mouros, o papel chega à
Europa. No entanto, sua chegada não fez muito sucesso a princípio, pois havia uma
desconfiança em relação à durabilidade e resistência do novo material, comparado
com o pergaminho, amplamente usado na época (ROTH, 1983). Além disso, o custo
do papel era elevado, já que a matéria-prima tinha de ser importada. Somado a isto
se tinha o preconceito religioso e racial dos cristãos contra tudo que era proveniente
de árabes e judeus, fabricantes locais do papel.
Assim como na Ásia, os primeiros usos do papel na Europa também foram
essencialmente religiosos: eram utilizados para a elaboração dos textos doutrinários,
atividade exclusiva do clero. Assim, mais uma vez o controle da escrita e do papel
era detido por uma camada minoritária da sociedade, que os manipulou como
instrumento de conhecimento e de poder.
8
Figura 7 – Concepção artística da prensa de Gutenberg
8
Disponível em: <http://digitalblue.blogs.sapo.pt/603618.html>.
31
9
Figura 8 – Documento do Brasil Império datado de 1753
Nessa seara, Beck (1985, p. 11) assevera que “os agentes internos
abrangem os elementos nocivos provenientes da própria matéria-prima e dos
métodos de produção, que determinam muitas vezes reações físico-químicas
agressivas”.
No caso dos papeis mais antigos, esse problema praticamente inexiste, pois
os papeis feitos de trapos são muito resistentes, contém celulose quase pura e sua
conservação, por isso, torna-se excelente.
Já os fatores extrínsecos estão ligados a agentes físicos e biológicos, tais
como: radiação ultravioleta, temperatura, umidade, poluentes atmosféricos,
microrganismos, insetos e roedores.
9
Disponível em: http://floresemcasa.blogspot.com.br/2010_01_01_archive.html.
35
10
Figura 9 – Livro infestado por agente biológico (Fungo)
10
Disponível em:<http://terminologiaarquivistica.blogspot.com.br/2011/05/controleambiental_09.html>.
38
É importante ressaltar que os fungos são agentes que atacam todos os tipos
de acervos, independentemente dos seus materiais constitutivos. Os danos que
podem causar vão desde uma simples mudança na coloração do papel
(escurecimento) até a deterioração completa de todo o conjunto documental (BECK,
1985).
Os fungos, para Luccas e Seripierri (1995), por serem organismos
desclorofilados, ou seja, incapazes de realizar a fotossíntese, necessitam instalar-se
sobre matérias que lhe possibilitem obter os nutrientes numa forma pré-elaborada,
isto é, que seja de fácil assimilação. Além do mais, sua proliferação ocorre por meio
de esporos, que podem ser carregada pelo ar, água, animais, outros objetos e pelo
próprio ser humano.
Entretanto, Spinelli Junior (1997, p. 29) cita que “o desenvolvimento desses
microrganismos pode ser afetado por diversos fatores, dos quais se destacam a luz,
pH, natureza do material constitutivo dos documentos e a presença de outros
microrganismos”.
No segundo grupo de agentes deteriorantes tem-se a classe dos insetos.
Sabe-se que os danos causados pelos insetos aos acervos são bastante conhecidos
e trágicos. No entanto, nem todos os insetos que habitam os acervos deterioram a
estrutura do papel, pois seus organismos não dependem do metabolismo da
celulose para a sobrevivência.
Além do mais, a colocação generalizada da definição de inseto para todas
as pragas que acometem os acervos tem causado alguns equívocos, principalmente
entre algumas espécies, pois cada elemento tem hábito, ciclo de vida e
características de ataques diferenciados.
Nesse contexto, Luccas e Seripierri (1995) dividem a espécie em duas
categorias:
39
11
Segundo o Dicionário Houaiss, a ordem isóptera é composta pelo grupo de insetos com quatro
asas membranosas, estreitas e quase sem nervuras transversais, a exemplo dos cupins. Esses
insetos vivem em colônias semelhantes às das formigas e abelhas. Alguns constroem seus ninhos
sob o solo canteiros em que cultivam fungos de que se alimentam.
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Figura 10 – Papel deteriorado por agente biológico (cupim)
12
Disponível em: <http://paracatumemoria.wordpress.com/2010/07/21/documentos-dos-seculos-xviii-
e-xix-sao-restaurados-no-arquivo-publico-de-paracatu/>.
41
3 METODOLOGIA
4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. São Paulo: Ed. Atlas,
1991.
JEAN, Georges. A Escrita, Memória dos Homens. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.