Gestão Da Cadeia de Suprimentos
Gestão Da Cadeia de Suprimentos
Gestão Da Cadeia de Suprimentos
Atividade de transporte
Para a imensa maioria das empresas, essa é uma atividade extremamente
importante, pois é essencial para o fluxo de materiais e representa um custo
considerável dentro dos processos de distribuição. Através de seus planos
estratégicos, proporciona aos profissionais também grandes chances de
crescimento com uma dinâmica que passa pela escolha apropriada dos
modais, pela capacidade de utilização da frota, roteiros, e diz muito sobre a
satisfação dos clientes.
Manutenção de estoques
Detentora dos maiores custos que, dependendo do tipo da empresa, podem
chegar até dois terços do total, essa atividade concentra muitos sistemas,
estudos e oportunidades. Os novos métodos de gerenciamento, a
logística lean ou just-in-time, desafiam os profissionais dessa área em uma
intensa busca pela melhoria contínua que se traduz em mais eficiência do
estoque com menor custo aplicado.
Processamento de pedidos
Essa é a atividade primária que menos concentra custos, embora sob vários
aspectos detenha grandes responsabilidades, uma vez que inicia o processo
operacional de atendimento ao cliente, desde a preparação até a expedição dos
pedidos, sempre administrando o fator tempo. Dependendo dos processos,
pode ser fator gerador de sucessos ou de custos. Talvez por ser vista como
“obrigada” a acertar sempre, essa atividade poderia ser mais reconhecida, pois
seus processos até podem parecer simples, mas não são fáceis.
A falta de maiores detalhes foi proposital para não gerar mais ansiedade. Seja
qual for sua futura função na Logística, você só precisará saber de três coisas:
que a prática lhe tornará cada vez mais seguro, que a abertura a novos
conhecimentos lhe fará entender melhor a Logística e que você gostará muito
dessa área esplêndida.
Gestão da Cadeia de Suprimentos / Aula 1 - Fases do
processo de evolução da Logística
Objetivos da Logística
Atualmente as organizações são desafiadas a operar de forma eficiente e
eficaz para garantir a continuidade de suas atividades, o que as obriga a
constantemente desenvolver vantagens em novas frentes de atuação. As
demandas impostas pelo aumento da complexidade operacional e pela
exigência de maiores níveis de serviço pelos clientes, mas que anseiam por
preços declinantes, servem de exemplo aqui.
Eficácia e eficiência na cadeia logística
Uma cadeia logística eficaz é aquela na qual as melhores decisões para o
processo logístico são tomadas, enquanto uma cadeia eficiente é aquela que
realiza os processos da melhor maneira possível. A eficiência está ligada ao
modo de fazer uma tarefa. O eficaz faz o que é certo para atingir o objetivo
inicialmente planejado.
Por último, e muitas vezes esquecido, está o fato de que o elemento humano é
de suma importância e, portanto, deverá ser treinado e estar preparado para
esta nova realidade. Cabe registrar a escassez de profissionais nessa área, em
especial, aqueles com visão sistémica e conhecedores de todas as atividades
logísticas.
Assim, o desafio é:
TRANSPORTES:
ESTOQUES:
ARMAZENAGEM:
CANAL DE DISTRIBUIÇÃO:
Previsão de Demanda
A previsão de demanda consiste na fixação da quantidade de produtos e
serviços correspondentes de que os clientes necessitarão em determinada
situação. A administração da logística deve também identificar a origem
da demanda no sentido de que uma quantidade de produto possa ser
alocada ou estocada em cada área de seu mercado. O conhecimento de
níveis futuros de demanda permite ao administrador da logística alocar
seus recursos (orçamentos) a atividades que atenderão a essa demanda.
Chegada do pedido:
Durante esse processo, o distribuidor programa o acionamento do pedido de
reabastecimento com base na previsão futura demanda e nos estoques já
existentes. O pedido resultante é então transmitido ao fabricante. Em alguns
casos, o cliente ou o varejista podem fazer o pedido direto ao fabricante. Em
outras ocasiões, o fabricante produz para estocagem em um deposito de
produtos acabados;
Fabricação e transporte:
Recebimento:
Picking = nada mais é do que a separação dos pedidos dos clientes, para a
entrega do mesmo.
Objetivos da logística
Resposta rápida
Redução da variância
Postergação
Consolidação
Apoio do ciclo de vida
Disponibilidade
Desempenho operacional
Agilidade
Consistência
Flexibilidade
Confiabilidade
Os Diferenciais Competitivos
A seleção de uma boa estratégia logística exige muito dos mesmos processos
criativos que o desenvolvimento de uma boa estratégia empresarial.
Abordagens inovadoras para a estratégia logística podem oferecer uma
vantagem competitiva peculiar, diferenciando-se de todos os concorrentes.
Tem sido sugerido que uma estratégia logística tem três objetivos:
1 – Vantagem em custos
2 – Vantagens nos níveis de serviços
3 – Vantagens combinadas
Desafios da Logística
Os maiores desafios da Logística no ambiente atual são os seguintes:
Gerenciamento logístico
Com o ciclo de vida dos produtos cada vez menores, os usuários estão mais
inclinados a aceitar produtos substitutos se sua primeira escolha não estiver
disponível imediatamente, a cada introdução de um novo produto em
implicações gerenciais causadas pela redução do tempo. Comenta-se sobre a
necessidade de novas formas de gerenciar o processo de desenvolvimento de
novos produtos, associações de risco e da necessidade da melhoria na
qualidade do retorno da informação recebida no mercado, fazendo sua ligação
com o esforço de produção e distribuição da empresa. Entretanto, uma das
funções básicas da logística é proporcionar a “disponibilidade” e promover a
integração entre o marketing e o planejamento de fabricação.
Ressaltando o valor de uso do produto, uma vez que estes não têm valor
até que eles estejam nas mãos dos clientes na hora e lugar exigidos, fez
com o que o gerenciamento logístico passasse a ser prioritário.
Wal-mart
O Wal-Mart, maior varejista do mundo, possui 5.000 fornecedores
em todo o mundo e 3.000 lojas localizadas nos Estados Unidos,
controla e gerencia suas atividades baseando-se fortemente em TI.
Souza cruz
A Souza Cruz conta com uma frota de 900 veículos para atender
cerca de 200 mil clientes em todo o Brasil. Uma das ferramentas
que utiliza para superar este desafio logístico é um Roteirizador,
software que tem como finalidade auxiliar na obtenção da melhor
rota para cada entrega. Com isso, seus veículos atingem uma
eficiência de 99% e fazem em média 43 entregas por dia.
SISTEMA TRANSACIONAL
O sistema transacional é a base das operações logísticas; nele é
realizado o principal processo logístico, o ciclo do pedido, no qual serão
executadas tarefas, como entrada de pedidos, alocação de estoques,
separação de pedidos, expedição, formação de preços e emissão de
faturas. Esse sistema transacional é caracterizado por regras formalizadas,
comunicações interfuncionais, grandes volumes de transações e um foco
operacional nas atividades cotidianas.
CONTROLE GERENCIAL
Terminado o sistema transacional, segue para o controle gerencial, que
é o nível que utiliza as informações disponíveis no sistema transacional
para o gerenciamento das atividades logísticas. Neste nível, podem-se
encontrar atividades como mensuração financeira, gerenciamento de
ativos, mensuração do serviço ao cliente e mensuração da qualidade e
produtividade.
APOIO À DECISÃO
Seguindo uma escala de ascensão, parte-se então para o apoio à
decisão, que é o nível que embasa as atividades operacionais táticas e
estratégicas que possuem elevado nível de complexidade. Programação e
roteamento de veículos, gerenciamento e níveis de estoque, configurações
de redes são algumas atividades que se podem encontrar nesse nível de
função logística.
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Concretizados esses três níveis, parte-se para o quarto e último nível de
funcionalidade da informação logística, que é o planejamento estratégico,
em que as informações logísticas são sustentáculos para o
desenvolvimento e aperfeiçoamento da estratégia logística. Nesse nível,
encontram-se atividades como formulação de alianças estratégicas,
desenvolvimento e aperfeiçoamento de capacitação e oportunidades e
análises do serviço ao cliente focadas e baseadas no lucro.
Atividade
A Picker Internacional fabrica equipamentos de imagem de ressonância
magnética, dispositivos de varredura eletrônica, equipamentos de raio-X e
sistemas de medicina nuclear. A distribuição desses equipamentos requer que
a Picker mantenha alta flexibilidade e grande rapidez na entrega, especialmente
quando um dos equipamentos está fora de serviço.
Quando a situação é extremamente crítica, as peças ou o equipamento são
entregues no hospital dentro de uma ou duas horas por um 16 depósito de
apoio. Com um pouco mais tempo a empresa pode entregar o equipamento
necessário no hospital dentro de quatro ou cinco horas, por meio de um serviço
de entrega rápida. Por fim, quando um hospital tem como esperar um dia, a
empresa pode entregar as peças em 24 horas por meio de suas
transportadoras aéreas contratadas.
a) Apoio às Decisões.
b) Sistema transacional.
c) Controle gerencial. CERTA
d) Planejamento estratégico.
Questão 2: Os sistemas de informação devem abranger alguns princípios
básicos para alcançar um nível elevado de eficiência logística. Indique qual
denominação abaixo que está definida no texto a seguir:
As informações disponíveis pelos sistemas de informação numa base de
dados centralizada precisam ser exatas, ou seja, apresentar conformidade com
as novas informações que entram no sistema, tais como status atualizado e
contagens físicas.
VELOCIDADE
A TI proporciona a agilização dos processamentos de informações e
eliminação de atividades redundantes, aumentando assim a velocidade dos
processos da cadeia.
COMPETITIVIDADE
O uso da TI viabiliza iniciativas que resultam em ganhos de vantagem
competitiva para a cadeia, como: agilidade, velocidade de resposta às novas
demandas do mercado, aumento da flexibilidade, atendimento personalizado,
maior satisfação do cliente e atuação em diferentes mercados.
COORDENAÇÃO INTERORGANIZACIONAL
Trata-se do planejamento de ações integradas entre as organizações, tais
como a formação de alianças entre os componentes da cadeia. Através da TI,
pode-se atingir um nível mais elevado de coordenação entre os membros da
cadeia, facilitando a troca de informações e o planejamento colaborativo.
Princípios básicos operacionais
Os sistemas de informação devem abranger alguns princípios básicos, tais como:
disponibilidade, precisão, atualização em tempo hábil e flexibilidade. Esses princípios
são definidos a seguir, segundo Bowersox (2001):
DISPONIBILIDADE
Por muitos anos, as informações costumavam ser documentadas em papel, o que
conduzia a procedimentos de lenta transferência, baixa confiabilidade, assim como
uma maior propensão a erros. Pode-se imaginar o baixo grau de satisfação do cliente,
em virtude de operações de compra e venda limitadas pela velocidade dos
procedimentos dependentes do fluxo de papéis. Nesse sentido, mais tarde, diante dos
efeitos da mudança de paradigmas da produção, houve necessidade de disponibilizar
as informações logísticas em tempo hábil, e de forma consistente. A própria natureza
descentralizada das operações logísticas torna necessário o acesso imediato a
informação em qualquer área geográfica. Informações como prazo, status do pedido e
do estoque, devem ser disponíveis não só ao acesso interno da empresa, como
também a clientes finais.
PRECISÃO
As informações disponíveis pelos sistemas de informação numa base de dados
centralizada precisam ser precisas, ou seja, apresentar conformidade com as novas
informações que entram no sistema, tais como status atualizado e contagens físicas.
A consistência entre o nível de estoque físico, e o estoque disponibilizado pelos
sistemas de informação eliminam a necessidade de manter estoques de segurança, o
que gera por decorrência, redução de custos de armazenagem.
ATUALIZAÇÃO EM TEMPO HÁBIL
O tempo de atualização pode ser definido como a diferença entre o momento que
determinada atividade ocorre, e o tempo em que ela é disponibilizada no sistema de
informação. A atualização de informações em tempo hábil proporciona um retorno
rápido de informações a nível gerencial. Eventuais atrasos em tal atualização
ocasionam inconsistência entre a demanda real e a registrada no sistema, o que
muitas vezes implica em perda de vendas, e aumento de estoque. A disposição de
informações em tempo real já é possível hoje, graças à adoção de poderosas
tecnologias de captura de dados em radiofrequência, tais como os códigos de barras e
etiquetas eletrônicas.
FLEXIBILIDADE
• Coletores de dados
Dispositivos de leitura de dados automática, seja através de tecnologias
de código de barras ou de rádio frequência, para leitura de Smart Labels.
Facilitam operações de contagens de mercadorias e controle de
rastreabilidade.
Tipos de Estoques
Os estoques são divididos em categorias, sendo estas vinculadas ao fluxo de
material e à forma em que será encontrado.
Os estoques, para Bertaglia (2003), dividem-se em:
São os itens que sofrem
Matéria-prima alterações durante o processo de
produção.
Refere-se ao produto durante as
Produto em processo diferentes fases do processo
produtivo.
São aqueles que ficam estocados,
esperando alguma operação a
Produto semi-acabado
mais que os adaptem a variadas
formas de uso.
São aqueles onde já foram
realizadas e finalizadas todas as
operações do processo produtivo,
Produto acabado
inclusive os testes finais, sendo
ainda aprovados pelo controle de
qualidade.
É o item já examinado e aprovado,
Estoque de distribuição passando ao centro de distribuição
devido a exigências logísticas.
São estoques que ficam com o
cliente, mas que por alguma
Estoque em consignação negociação ou acordo mútuo
continua na propriedade do
fornecedor, até que seja utilizado.
Provisão de materiais para Nesta classe, estão itens já
manutenção, reparos e usados que possam favorecer as
operações produtivas MRO operações da organização.
CUSTOS DIRETAMENTE PROPORCIONAIS
Ocorrem quando os custos crescem com o aumento da quantidade média
estocada. Por exemplo, quanto maior o estoque, maior o custo de capital
investido. Do mesmo modo, quanto maior a quantidade de itens armazenados,
maior a área necessária e maior o custo de aluguel.
Quanto maior o estoque, mais área armazenada, mais custo de aluguel, mais
pessoas e equipamentos necessários para manusear os estoques, mais custo
de mão-de-obra e de equipamentos, mais chances de perdas, mais custo
decorrente de perdas, maiores as chances de materiais tornarem-se obsoletos,
mais custos decorrentes de materiais que não mais serão utilizados, maiores
as chances de materiais serem furtados e/ou roubados.
De janeiro a junho, o estoque de uma empresa apresentou a seguinte
movimentação em reais. Veja os exemplos a seguir.
Cobertura de estoques – indica o número de unidades de tempo; por exemplo,
dias que o estoque médio será suficiente para cobrir a demanda média:
Calcule a cobertura com base nos dados do exemplo anterior (tabelas).
Giro de estoques – mede quantas vezes, por unidade de tempo, o estoque se
renovou ou girou:
A informação é um fator importante para melhorar a competitividade da
logística. É tecnologia-chave para aperfeiçoar o planejamento, as
operações e a avaliação de desempenho.
A) GESTÃO DE DEMANDA
Previsões de demanda desempenham um papel-chave em diversas áreas na
gestão de organizações. A área financeira, por exemplo, planeja a necessidade
de recursos analisando previsões de demanda de longo prazo; as mesmas
previsões também servem às áreas de recursos humanos e marketing, no
planejamento de modificações no nível da força de trabalho e nas vendas.
Talvez mais do que em qualquer outra área de uma organização, previsões de
demanda são essenciais na operacionalização de diversos aspectos do
gerenciamento da produção. Alguns exemplos são a gestão de estoques, o
desenvolvimento de planos agregados de produção e a viabilização de
estratégias de gerenciamento de materiais. São inúmeras as aplicações de
previsão dentro de uma empresa. A operacionalização satisfatória de
estratégias de planejamento e controle da produção, por exemplo, está
fortemente associada a existência de um sistema eficiente de previsão de
demanda.
C) GESTÃO DE CAPACIDADE
No setor de produção, além da gestão interna da capacidade a obtenção de
matérias-primas e componentes é vital e grande parte da capacidade encontra-
se fora dos muros da empresa, mas ainda dentro da cadeia, nos fornecedores.
O controle sobre a capacidade desses fornecedores, então, é fundamental para
a análise da disponibilidade de matérias-primas, insumos e subconjuntos e,
portanto, da capacidade de produção. Nesse ambiente de
manufatura/montagem, algo que influencia muito a capacidade é o mix de
produtos que se vai fazer. Dependendo dele, a capacidade é maior ou menor.
Existem mixes que aumentam a capacidade sem que seja preciso mudar um
parafuso. Uma dada combinação de produtos usa melhor a estrutura produtiva.
Da mesma forma, outras combinações diminuem a capacidade, porque os
produtos concorrem contra capacidades que estão na rede ou na fábrica.
D) CAPTAÇÃO DE MATERIAIS
Um exemplo de problemas associado a falta de coordenação na cadeia de
suprimentos é o fenômeno da distorção da informação de demanda. Este
fenômeno, conhecido como “efeito chicote” (bullwhip effect), começou a ser
estudado na década de 60, por Forrester (1961), que chegou a seguinte
conclusão: quando a demanda de um produto é transmitida ao longo de uma
série de empresas, por meio de pedidos, a variação entre a demanda conhecida
na empresa-cliente (a que envia o pedido) e a demanda conhecida na empresa-
fornecedora) a que recebe o pedido) cresce a cada transferência. As causas do
efeito chicote estão relacionadas com a estrutura de gestão descentralizada
observada em grande parte das cadeias de suprimento, a qual nem sempre
distribui a informação adequadamente a todos os elementos da cadeia.
F) PADRONIZAÇÃO E MODULARIZAÇÃO
Projetar mecanismos de montagem eficientes e desenvolver produtos que
possam ser separados e ter suas partes padronizadas. A modularização no
projeto de produto pode ajudar aumentando a velocidade no processo de novos
desenvolvimentos de produto.
Orientando o projeto base dos novos produtos assim como maximizando o uso
dos componentes padronizados existentes, economizando recursos
(financeiros e humanos), bem como reduzindo o tempo requerido. Isto
implicará, certamente, em ganhos financeiros e de tempo, nos processos de
desenvolvimento.
3 - Tabela com o custo total por item.
4 - Tabela com a colocação dos itens em ordem crescente. Cálculo do
percentual de participação por item. Acumulação do percentual
calculado item a item.
5 - Curva ABC.
COMPLETAR APÓS LEITURA
Técnicas de Gestão de Estoques
Segundo Ballou (1995, 217), existem várias formas de controlar a quantidade
em inventário de modo a atender os requisitos de nível de serviço e ao mesmo
tempo minimizar o custo de manutenção do estoque. Anos de pesquisas e
aplicações geraram centenas de conceitos e métodos para administrar
estoques. Veja, a seguir, algumas dessas técnicas.
Sistemas flexíveis
Os denominados sistemas flexíveis são os que combinam as vantagens da
estrutura escalonada com as do sistema direto. Nestes sistemas, materiais ou
produtos de grande saída permanecem em depósitos avançados, enquanto que
outros itens de maior risco, ou de maior valor, podem ser armazenados em um
local central para serem distribuídos diretamente aos consumidores.
Cross Docking
As instalações que operam com o cross docking recebem carretas completas
de diversos fornecedores e realizam, dentro das instalações, o processo de
separação de pedidos através da movimentação e combinação das cargas (ou
não), transferindo-as da área de recebimento para a área de expedição, sem
colocar em estoques. As carretas partem então, com a carga completa
formada pela combinação de diversos fornecedores, principalmente para lojas
de rede.
TECNOLOGIA
Atualmente, com o avanço da tecnologia, durante o recebimento é possível
utilizar código de barras e coletores de dados. Essas ferramentas agilizam o
processo de conferência e evitam erros humanos no processo. Em ambiente
onde a utilização do código de barras não é eficiente, existe a possibilidade de
substituí-lo pelo uso da etiqueta inteligente associado ao uso da tecnologia de
RFID.
MOVIMENTAÇÃO
A movimentação é realizada após o recebimento dos produtos, sendo sua
primeira atividade a descarga dos veículos. (Bowersox & Closs, 2001) Existem
dois tipos de movimentação dentro do CD: a transferência e a separação. A
transferência consiste em mudar o material da área de recebimento para o
local onde ficará estocado, e a separação em retirar o material da área onde foi
estocado e levá-lo para a área de consolidação dos pedidos.
PROCESSO
O processo de movimentação pode ser feito através da força física humana ou
por meio de equipamentos, como empilhadeiras e/ou transpaleteiras, quando
são usados pallets ou slip sheet. A utilização de empilhadeiras tem como
principal benefício uma maior produtividade, já que torna a movimentação mais
rápida. A segurança da operação na utilização de empilhadeiras é de
responsabilidade do gestor do armazém, que deverá indicar funcionários aptos
a manusear este equipamento.
Segundo Ballou (1993), a embalagem contribui para uma melhor
movimentação, desde que exista uma padronização e que ela seja
suficientemente forte para aguentar mais de uma movimentação.
Como citado anteriormente, uma das formas de padronizar a embalagem é a
paletização, já que possibilita movimentar maiores quantidades de produtos.
Entretanto, deve-se observar a correta distribuição do peso e o correto
posicionamento do centro de gravidade, para evitar possíveis acidentes com a
empilhadeira em virtude do transporte, principalmente quanto à
movimentação.
Outra maneira de se padronizar e de se usar as embalagens é através da
utilização de contêineres, que são equipamentos nos quais são colocadas as
embalagens secundárias ou produtos soltos durante a armazenagem e o
transporte. Suas principais vantagens são: aumento geral da eficiência de
movimentação de materiais, redução de avarias durante o transporte, redução
de furtos e maior proteção contra fatores ambientais. Porém, como principal
desvantagem existe a necessidade de equipamentos específicos de
movimentação, pois sem estes fica impossível movimentar um contêiner.
(Bowersox & Closs 2001)
Antes de passar para a próxima etapa, realize os exercícios de autocorreção
desta aula. Lembre-se de que sua frequência está associada à realização
desses exercícios.
Atividade
A estratégia competitiva de uma empresa exerce um forte impacto nas
decisões sobre localização de centros de distribuição. As empresas que
priorizam custos tenderão a procurar a localização mais barata para as suas
instalações considerando os custos totais. As empresas que priorizam
atendimento tenderão a colocar suas instalações mais perto do mercado para
que a empresa reaja mais rapidamente às necessidades do mercado.
GABARITO
As cadeias de lojas de produtos de alto consumo têm como objetivo oferecer
fácil acesso aos clientes como parte da estratégia competitiva, com preços
atrativos. Devem ter um custo baixo de distribuição. Assim, as cadeias de lojas
possuem muitas lojas que cobrem uma região, como os supermercados.
Também, são produtos de alto giro.
Aula 9 - Embalagem e Manuseio
O papel da embalagem
A embalagem se tornou item fundamental da vida de qualquer pessoa e
principalmente das atividades de qualquer empresa. O desenvolvimento
da embalagem acompanhou o desenvolvimento humano, da necessidade
inicial do homem de armazenar água e alimentos em algum recipiente,
visando à sobrevivência própria, até o início das atividades comerciais, e
à disseminação do uso das embalagens. Hoje estão presentes em todos
os produtos, com formas e funções variadas, sempre com a evolução
das tecnologias utilizadas, que as tornam cada vez mais eficientes e
estratégicas.
Dependendo do foco em que está sendo analisado, o conceito de
embalagem pode variar. Para um profissional da área de distribuição, por
exemplo, a embalagem pode ser classificada como uma forma de
proteger o produto durante sua movimentação. Enquanto que para um
profissional de marketing a embalagem é muito mais uma forma de
apresentar o produto, visando atrair os clientes e aumentar as vendas, do
que uma forma de o proteger.
Neste conceito, os autores tentam abranger tudo que envolve a
concepção da embalagem: arte, técnicas e ciências, bem como suas
funções:
A de proteção da mercadoria, durante as atividades de logística,
A de exposição ao consumidor, como meio de aumentar as vendas. Sem
deixar de considerar os custos envolvidos na produção e no transporte
de mercadorias.
Até que ponto as unidades de movimentação como caixa, paletes e
contenedores facilitam a estocagem, e até que ponto a embalagem
facilita o descarte e a reciclagem?
A embalagem proporciona a proteção necessária ao produto durante o
processo de armazenagem, assegurando sua integridade e poder
proporcionar melhor utilização do espaço nos armazéns e facilitar a
identificação e separação dos produtos, evitando retrabalho com
correções.
Classificação das embalagens
Quanto à classificação, a mais referenciada é a que classifica de acordo
com as funções em:
Primária
É a embalagem que está em contato com o produto que está contido
nela. Exemplo: vidro de pepino, caixa de leite, lata de leite condensado e
caixa de sabão em pó.
Secundária
Secundária: é aquela que protege as embalagens primárias e facilita o
manuseio e acomodação nas prateleiras. Exemplo: o fundo de papelão,
com unidades de caixa de leite envolvidas em um plástico. É geralmente
a unidade de venda no varejo.
Terciária
É a que acomoda as embalagens secundárias, facilitando a
armazenagem e a movimentação nos depósitos e nos CD’s. Exemplos
caixas de madeira ou de papelão.
Quaternária
Acomoda as embalagens terciárias para facilitar o empilhamento e a
movimentação com equipamentos adequados. Exemplos: paletes.
CONTENÇÃO
A contenção refere-se à função de conter o produto, de servir como receptáculo, por
exemplo, quando ocorre de o produto vazar da embalagem, esta função não foi
cumprida. O grau de eficiência da embalagem nesta função depende das
características do produto. Uma mercadoria perigosa, inflamável, deve sempre ter
100% de eficiência, realizando o investimento necessário para tal. Enquanto um
fabricante de um material de menor valor, como sal, por exemplo, pode utilizar uma
embalagem com menor grau de eficiência nesta função, o mesmo ocorre com relação
à função de proteção.
PROTEÇÃO
A função de proteção possibilita o manuseio do produto até o consumo final, sem que
ocorram danos na embalagem e/ou produto. Também, com relação a esta função,
deve-se estabelecer o grau desejado de proteção ao produto. Alguns dos principais
riscos aos quais a embalagem está submetida são: choques, aceleração, temperatura,
vibração, compressão, oxidação, perfuração, esmagamento, entre outros.
COMUNICAÇÃO
E a função de comunicação é a que permite levar a informação, utilizando diversas
ferramentas, como símbolos, impressões, cores, RFID1. Nas embalagens primárias,
esta função ocorre diretamente com os consumidores finais, trazendo informações
sobre a marca e o produto. E nas embalagens ditas industriais, relacionadas à
Logística, a comunicação ocorre na medida em que impressões de códigos de barra
nas embalagens, marcações, cores ou símbolos permitam a localização e
identificação de forma facilitada nos processos logísticos de armazenagem, estoque,
separação de pedidos e transporte.
Planejamento da embalagem
Atividade
A embalagem afeta tanto a eficiência como a eficácia das operações logísticas. A
embalagem para o consumidor dá ênfase à conveniência, ao apelo de mercado, enfim
ao Marketing. A embalagem para uso na Logística visa à produtividade dos sistemas
logísticos com o menor custo possível.
Por que a embalagem afeta tanto a eficiência e a eficácia das operações logísticas?
GABARITO
A eficiência e a facilidade de manuseio de materiais são influenciadas pelas
características das embalagens, principalmente pelo seu grau de padronização
e unitização das cargas. O papel da comunicação nas embalagens é permitir a
identificação dos conteúdos, além de rastrear e proporcionar informações
sobre o manuseio. A embalagem logística contribui substancialmente no
deslocamento rápido dos produtos, através da padronização de acessórios e
equipamentos utilizados em seu trajeto. Além disso, contribui no tocante à
proteção contra avarias.
Aula 10 - Infraestrutura de Transportes
O papel dos transportes
O transporte é uma das principais funções logísticas. Além de representar a
maior parcela dos custos logísticos na maioria das organizações, tem papel
fundamental no desempenho de diversas dimensões do Serviço ao Cliente.
Do ponto de vista de custos, representa, em média, cerca de 60% das despesas
logísticas, o que em alguns casos pode significar duas ou três vezes o lucro de
uma companhia, como é o caso, por exemplo, do setor de distribuição de
combustíveis.
Desde os primórdios, o transporte de mercadorias tem sido utilizado para
disponibilizar produtos onde existe demanda potencial, dentro do prazo
adequado às necessidades do comprador. Mesmo com o avanço de
tecnologias que permitem a troca de informações em tempo real, o
transporte continua sendo fundamental para que seja atingido o objetivo
logístico, que é o produto certo, na quantidade certa, na hora certa, no
lugar certo e ao menor custo possível.
Sim, o ponto central desta análise é a relação entre políticas de
transporte e de estoque. Dentro de uma visão não integrada, o gestor de
estoques possui comumente o objetivo de minimizar os custos com
estoque sem analisar todos os custos logísticos. Este tipo de
procedimento impacta, de forma negativa, outras funções logísticas,
como, por exemplo, a produção que passa a necessitar de uma maior
flexibilidade e uma gestão de transporte caracterizada pelo transporte
mais fracionado, aumentando uma forma geral o custo unitário de
transporte.
ATENÇÃO
É importante deixar claro que esta política pode ser a mais adequada em
situações em que se utilizam estratégias baseadas no tempo, como JIT, ECR,
QR. Estas estratégias visam reduzir o estoque a partir de uma visão integrada
da Logística, exigindo da função transporte a rapidez e a consistência
necessária para atender aos tamanhos de lote e aos prazos de entrega. Além
disso, em muitos casos a entrega deve ser realizada em uma janela de tempo
que pode ser de um turno ou até de uma hora.
Outra questão importante ligada a esta análise está associada à escolha de
modais. Dependendo do modal escolhido, o transit time poderá variar em dias.
Por exemplo, um transporte típico de São Paulo para Recife pelo modal
rodoviário demora em torno de 5 dias, enquanto o ferroviário pode ser realizado
em cerca de 18 dias. A escolha dependerá evidentemente do nível de serviço
desejado pelo cliente, e dos custos associados a cada opção. O custo total
desta operação deve contemplar todos os custos referentes a um transporte
porta a porta, mais os custos do estoque, incluindo o estoque em trânsito. Para
produtos de maior valor agregado, pode ser interessante o uso de modais mais
caros e de maior velocidade.
o ferroviário;
o rodoviário;
o hidroviário;
o aeroviário;
FERROVIÁRIO
No Brasil, o transporte ferroviário é utilizado principalmente no deslocamento
de grandes tonelagens de produtos homogêneos, ao longo de distâncias
relativamente longas.
Como exemplo destes produtos estão: os minérios (de ferro, de manganês),
carvões minerais, derivados de petróleo e cereais em grão, que são
transportados a granel. No entanto, em países da Europa, por exemplo, a
ferrovia cobre um aspecto muito mais amplo de fluxos. Como exemplos de
meios de transporte ferroviário, pode-se citar o transporte com vagões,
containers ferroviários (1 a 5 toneladas) e transporte ferroviário de
semirreboque rodoviário (piggyback).
Segundo Ballou (1993:127), existem duas formas de serviço ferroviário, o
transportador regular e o privado. Um transportador regular presta serviços
para qualquer usuário, sendo regulamentado em termos econômicos e de
segurança pelo governo. Já o transportador privado pertence a um usuário
particular, que o utiliza em exclusividade.
Com relação aos custos, o modo ferroviário apresenta altos custos fixos em
equipamentos, terminais e vias férreas, entre outros. Porém, seu custo variável
é baixo.
Embora o custo do transporte ferroviário seja inferior ao rodoviário, este ainda
não é amplamente utilizado no Brasil, como o modo de transporte rodoviário.
Isto se deve a problemas de infraestrutura e a falta de investimentos nas
ferrovias.
RODOVIÁRIO
É o mais expressivo no transporte de cargas no Brasil, atingindo praticamente
todos os pontos do território nacional, pois desde a década de 50, com a
implantação da indústria automobilística e a pavimentação das rodovias, esse
modelo se expandiu de tal forma que hoje é o mais procurado. Difere do
ferroviário, pois se destina principalmente ao transporte de curtas distâncias de
produtos acabados e semiacabados. Por via de regra, apresenta preços de
frete mais elevados do que os modais ferroviário e hidroviário portanto sendo
recomendado para mercadorias de alto valor ou perecíveis. Não é
recomendado para produtos agrícolas a granel, cujo custo é muito baixo para
este modal.
Em relação aos serviços, além da distinção entre transportadoras regulares e
frota privada, existem também transportadores contratados e isentos. Quando
os clientes desejam obter um serviço mais adequado às suas necessidades,
isentando-se de despesas de capital ou problemas administrativos associados
à frota própria, estes se utilizam de transportadores contratados. Os
transportadores contratados são utilizados por um número limitado de
usuários em contratos de longa duração. Já os transportadores isentos são
aqueles livres de regulamentação econômica, como por exemplo, veículos
operados e contratados por fazendeiros ou cooperativas agrícolas.
O transporte rodoviário apresenta custos fixos baixos (rodovias estabelecidas e
construídas com fundos públicos), porém seu custo variável (combustível,
manutenção etc.) é médio.
As vantagens deste modal estão na possibilidade de transporte integrado porta
a porta e de adequação aos tempos pedidos, assim como frequência e
disponibilidade dos serviços. Apresenta como desvantagem a possibilidade de
transportar somente pequenas cargas.
HIDROVIÁRIO
O transporte hidroviário é utilizado para o transporte de granéis líquidos,
produtos químicos, areia, carvão, cereais e bens de alto valor (operadores
internacionais) em contêineres. Os serviços hidroviários existem em todas as
formas legais citadas anteriormente. Como exemplos de meios de transporte
hidroviário, pode-se citar os navios dedicados, os navios contêineres e os
navios bidirecionais para veículos (roll-on, roll-off, vessel).
Este tipo de transporte pode ser dividido em três formas de navegação: a
cabotagem, que é a navegação realizada entre portos ou pontos do território
brasileiro utilizando a via marítima, ou entre esta e as vias navegáveis interiores
(até, aproximadamente, 12 milhas da costa); a navegação interior, que é
realizada em hidrovias interiores em percurso nacional ou internacional e, por
fim, a navegação de longo curso, realizada entre portos brasileiros e
estrangeiros.
Em relação aos custos, o transporte hidroviário apresenta custo fixo médio
(navios e equipamentos) e custo variável baixo (capacidade para transportar
grande quantidade de tonelagem). É o modal que apresenta o mais baixo
custo.
Este modal apresenta como vantagem a capacidade de transportar mercadoria
volumosa e pesada e o fato dos custos de perdas e danos serem considerados
baixos, quando comparados com outros modais. Suas principais desvantagens
são a existência de problemas de transporte no porto; a lentidão, uma vez que o
transporte hidroviário é, em média, mais lento que a ferramenta e a forte
influência do tempo. Sua disponibilidade e confiabilidade são afetadas pelas
condições meteorológicas.
AEROVIÁRIO
O transporte aeroviário tem tido uma demanda crescente de usuários, embora
o seu frete seja significativamente mais elevado que o correspondente
rodoviário. Em compensação, seu deslocamento porta a porta pode ser
bastante reduzido, abrindo um caminho para esta modalidade, principalmente
no transporte de grandes distâncias.
Este tipo de transporte é utilizado principalmente nos transportes de cargas de
alto valor unitário (artigos eletrônicos, relógios, alta moda etc.) e perecíveis
(flores, frutas nobres, medicamentos etc). Como exemplos deste meio de
transporte estão os aviões dedicados e aviões de linha.
Segundo Ballou (1993:129), no modo aéreo existem os serviços regulares,
contratuais e próprios. O serviço aéreo é oferecido em alguns dos sete tipos:
linhas-tronco domésticas-regulares, cargueiras (somente cargas), locais
(principais rotas e centros menos populosos, passageiros e cargas),
suplementares (charters, não tem programação regular), regionais (preenchem
rotas abandonadas pelas domésticas, aviões menores), táxi aéreo (cargas e
passageiros entre centros da cidade e grandes aeroportos) e internacionais
(cargas e passageiros).
DUTOS
A utilização do transporte dutoviário é ainda muito limitada. Destina-se
principalmente ao transporte de líquidos e gases em grandes volumes e
materiais que podem ficar suspensos (petróleo bruto e derivados, minérios). A
movimentação via dutos é bastante lenta, sendo contrabalançada pelo fato de
que o transporte opera 24 horas por dia e sete dias por semana. Os direitos de
acesso, construção, requisitos para controle das estações e capacidade de
bombeamento fazem com que o transporte dutoviário apresente o custo fixo
mais elevado. Em contrapartida, o seu custo variável é o mais baixo, nenhum
custo com mão de obra de grande importância. É, portanto, o segundo modal
com mais baixo custo, ficando atrás apenas do modo de transporte hidroviário.
Como vantagens, o transporte dutoviário se apresenta como o mais confiável
de todos, pois existem poucas interrupções para causar variabilidade nos
tempos e os fatores meteorológicos não são significativos. Além disso, os
danos e perdas de produtos são baixos. Como desvantagem está a lentidão na
movimentação dos produtos, o que inviabiliza seu uso para o transporte de
perecíveis.
MULTIMODALIDADE E INTERMODALIDADE
A multimodalidade pode ser definida como a integração entre modais, com o
uso de vários equipamentos, como contêineres. Já a intermodalidade
caracteriza-se pela integração da cadeia de transporte, com o uso de um
mesmo contêiner, um único prestador de serviço e documento único. No Brasil
utiliza-se a multimodalidade. Segundo Nazário (In: Fleyry et al., 2000:145), uma
das principais barreiras ao conceito da intermodalidade no Brasil diz respeito a
sua regulamentação da prática do Operador de Transporte Multimodal (OTM).
Com a implantação de um documento único de transporte, alguns estados
argumentam que seriam prejudicados na arrecadação do ICMS.
A integração entre modais pode ocorrer entre vários modais: aéreo-rodoviário,
ferroviário-rodoviário, aquário-ferroviário, aquário-rodoviário ou ainda mais de
dois modais. A utilização de mais de um modal agrega vantagens a cada
modal, caracterizados pelo nível de serviço e custo. Combinados, permitem
uma entrega porta a porta a um menor custo e um tempo relativamente menor,
buscando equilíbrio entre preço e serviço.
O transporte é o principal componente do sistema logístico. Sua importância
pode ser medida através de pelo menos três indicadores financeiros:
custos, faturamento e lucro.
Custos
A economia e a precificação dos transportes dizem respeito aos fatores
e às características que direcionam os custos. Para desenvolver uma
estratégia de logística eficaz é necessário atender tais fatores e
características. Segundo Bowersox (2006), os custos de transporte são
calculados a partir de sete fatores. Apesar de não ser componente de
tarifa direta, cada um deles influencia na tarifa de frete. Tais fatores são:
distância, volume, densidade, capacidade de acondicionamento,
manuseio, responsabilidade e aspectos de mercado. É importante
ressaltar que cada fator varia de acordo com as características
específicas dos produtos. A distância é o fator de maior influência nos
custos de transporte, pois contribuem diretamente para despesas
variáveis, como mão de obra, combustível e manutenção. Outro fator é o
volume de carga. Em muitas atividades logísticas, existem economias de
escala do transporte para a maioria das movimentações. Essa relação
indica o custo de transporte por unidade de peso, que diminui à medida
que o volume de carga aumenta. Isso ocorre porque os custos fixos de
coleta e de administração podem ser diluídos no incremento do volume.
Outro fator é a densidade do produto, combinação de peso e volume.
Eles são importantes, pois o custo de transporte para qualquer
movimentação é cotado em valor por unidade de peso. A relação do
custo de transporte normalmente são avaliados como baixos e
decrescentes por unidade de peso à medida que aumenta a densidade. A
capacidade de acondicionamento refere-se como as embalagens dos
produtos podem acomodar-se nos equipamentos de transporte. Já o
manuseio refere-se aos equipamentos utilizados para manusear a carga
durante o processo de carregamento e descarga de caminhões, vagões
ferroviários e navios, por exemplo.
A responsabilidade envolve características dos produtos que podem
resultar em danos ou reclamações potenciais. E, aspecto de mercado, o
último fator a ser considerado dentre os fatores econômicos, refere-se ao
volume de transporte em uma rota ou ao balanceamento. Ambos
também influenciam os custos de transporte.
Faturamento
Importante ressaltar que os valores apresentados anteriormente podem
variar substancialmente, de setor para setor, e de empresa para empresa.
A participação no faturamento, que em média é de 3,5%, pode variar, por
exemplo, de 0,8%, no caso da indústria farmacêutica, a 7,1%, no caso da
indústria do papel e celulose. Como regra geral, quanto menor o valor
agregado do produto, maior a participação das despesas de transporte
no faturamento da empresa.
Os cinco modais de transporte de cargas: rodoviário, ferroviário,
aquaviário, dutoviário e aéreo possuem, cada um, custos e
características operacionais próprios, que os tornam mais adequados
para certos tipos de operações e produtos. Os critérios para escolha de
modais devem sempre levar em consideração aspectos de custos, por
um lado, e características de serviços, por outro. Em geral, quanto maior
o desempenho em serviços, maior tende a ser o custo do mesmo.
Lucro
As diferenças de custo/preço entre os modais tendem a ser
substanciais. Tomando como base um transporte de carga fechada à
longa distância, verifica-se que, em média, os custos/preços mais
elevados são os do modal aéreo, seguido pelo rodoviário, ferroviário,
dutoviário e aquaviário, pela ordem.
A segunda dimensão a ser considerada na escolha do modal é a qualidade dos
serviços oferecidos. São cinco as dimensões mais importantes, no que diz
respeito às características dos serviços oferecidos: dimensão e
disponibilidade, velocidade, consistência e capacidade.
DIMENSÃO E DISPONIBILIDADE
A dimensão disponibilidade se refere ao número de localidades onde o modal
se encontra. Aqui, aparece a grande vantagem do rodoviário, que quase não
tem limites no lugar que pode chegar. Teoricamente, o segundo em
disponibilidade é o ferroviário, mas isto depende da extensão da malha
ferroviária do país. Nos EUA, tal malha, com cerca de 300 mil quilômetros, é
sem dúvida a segunda em destinação. No Brasil, nossa malha, de apenas 29
mil quilômetros, tem baixa oferta fora das regiões Sul e Sudeste, o que faz com
que o modal aéreo apresente maior disponibilidade em muitas regiões. O
modal aquaviário, embora ofereça potencial de alta disponibilidade devido à
nossa costa de 8 mil quilômetros, e nossos 50 mil quilômetros de rios
navegáveis, apresenta, de fato, uma baixa disponibilidade, por causa da
escassez de infraestrutura portuária, de terminais e de sinalização.
VELOCIDADE
Em termos de velocidade, o modal aéreo é o mais veloz, seguido pelo
rodoviário, ferroviário, aquaviário e dutoviário. No entanto, considerando que a
velocidade deve levar em consideração o tempo gasto na porta a porta. Esta
vantagem do modal aéreo só ocorre para distâncias médias e grandes, devido
ao tempo de coleta e entrega que precisa ser computado. Ou seja, quanto
maior a distância a ser percorrida, maior a vantagem do modal aéreo em
termos de velocidade. Por outro lado, é bom lembrar que, na prática, o tempo
do rodoviário e do ferroviário depende fundamentalmente do estado de
conservação das vias e do nível de congestionamento das mesmas.
CONSISTÊNCIA
A consistência, que representa a capacidade de cumprir os tempos previstos,
tem o duto como a melhor opção. Por não ser afetado pelas condições
climáticas ou de congestionamentos, o duto apresenta uma alta consistência,
seguida na ordem pelo rodoviário, ferroviário, aquaviário e aéreo. O baixo
desempenho do aéreo resulta de sua grande sensibilidade a questões
climáticas e de sua elevada preocupação com questões de segurança, o que
torna bastante comuns atrasos nas saídas e nas chegadas. Vale lembrar
novamente que, assim como no caso da velocidade, o desempenho do
rodoviário e do ferroviário depende fortemente do estado de conservação das
vias e do nível de congestionamento do trânsito.
CAPACIDADE
A capacidade está relacionada à possibilidade de um determinado modal
trabalhar com diferentes volumes e variedades de produtos. Nesta dimensão, o
destaque do desempenho é o modal aquaviário, que praticamente não tem
limites sobre o tipo de produto que pode transportar, assim como do volume,
que pode atingir centenas de milhares de toneladas. O duto e o aéreo
apresentam sérias restrições em relação a esta dimensão. O duto é muito
limitado em termos de produtos, pois só trabalha com líquidos e gases, e o
aéreo possui limitações em termos de volumes e tipos de produtos.