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22-VII-42.
CARLOS DA SILVEIRA
Não quero dizer que este autor só entenda genealogia como nobili-
arquia. Desejo, apenas, salientar esse pendor que manifesta pelas linhagens nobres, onde, ao
lado das séries biológico-sociais, que tais são as ligações de pais a filhos, aparecem, não há
dúvida que com beleza, as preocupações heráldicas. E publicou um lindo volume, não há ne-
gar.
2º) Com Dorneles, também seguiu para o Rio Grande do Sul Dioní-
sio Rodrigues Mendes, português casado com Beatriz Barbosa Rangel, natural de Guaratin-
guetá e talvez irmã de Lucrecia, mulher de Dorneles. Beatriz Barbosa Rangel faleceu no Rio
Grande do Sul, octogenária, em 6 de novembro de 1794. Teria nascido por volta de 1714.
II
Tudo o que acima ficou escrito parece, afinal, que justifica o título
destes artigos, de subsídios genealógicos. Em matéria dessa especialidade, a gente tem de se
contentar com o que acha e já é bastante quando encontra traços nítidos dos que são investi-
gados e, mais ainda, indícios veementes no sentido das hipóteses formuladas. (*).1
1
Já resolvi a questão atinente à identidade de Fabiana da Costa Rangel e Baltasar Correia Moreira,
conforme o expus na minha nota XXV, desta série. (Correio Paulistano de 1º de dezembro de 1939).
Inacio Bicudo Leme (III, 86, 4-9), foi, sim, casada mas com Manuel Carlos da Silveira, a
quem Silva Leme chama Manuel Cardoso (?) da Silveira, filho de Carlos Pedroso da Silveira
e Maria Pedroso de Almeida (volume V, 513, 3-1, 4-2, título “Toledos Piza”). A filha de Ma-
nuel Carlos da Silveira e MARIA LEME DE JESUS, de nome Ana Maria, casou-se, em 1794,
em Guaratinguetá, com Gonçalo de Pontes Renato, de volume VII, 467, título “Garcias Ve-
lhos”, onde também está escrito Manuel Cardoso (!) por Manuel Carlos.
III
2
No prosseguimento dos meus estudos, encontrar-se-á a retificação deste parágrafo.
Encontrei recenseados em Cunha, em 1821, Manuel Alves de Oli-
veira, de 43 anos, casado com Inez de Andrade e Silva, de 31, e com os filhos - João, Maria,
Zefirina, Feliciana e Jesuina. Pareceu-me que esta Inez era a filha do capitão-mor José Alves
de Oliveira e de sua primeira mulher Inez de Andrade e Silva. Este nome, aliás, já era o da
mãe de José Borges dos Santos, sogro do capitão-mor. Quanto a Manuel Alves de Oliveira,
seria primo da mulher, talvez filho de Antonio Alves de Oliveira, atrás referido. Já pedi ao dr.
Alfredo Casimiro da Rocha Filho, distinto filho de Cunha, que, quando na sua terra natal, de
passeio, tivesse a bondade de verificar isso, por mim, o que decerto fará com boa vontade e a
inteligência com que de outra vez já me serviu, numa pesquisa paroquial muito bem sucedida.
IV
Eis uma pequena amostra do muito esforço que vai por aí afora, no
sentido de dotar o território paulista de conhecimentos positivos em matéria histórica. Isso,
porém, é quanto aos livros e folhetos, visando assunto determinado já pelo título da obra.
Muita respiga aproveitável igualmente aparece sob a forma de Álbuns, entre os quais possuo
o de São Carlos, organizado em 1916 por Franklin de Castro, cirurgião-dentista, com histórico
bem desenvolvido da cidade, escrito pelo dr. Teodorico Leite de Almeida Camargo, sancar-
lense de nascimento.
Lorena, 1777
VI
VII
Uma das ilustrações freqüentes nos que não prestam atenção aos
problemas de genealogia é o caso dos nomes de família, ou melhor dos cognomes. Um indi-
víduo chamado Silva, por exemplo, nome pelo qual houve sempre grande predileção entre
nós, supõe que esse cognome é propriedade exclusiva dele e de todos os seus antepassados,
que forçosamente também haviam de se chamar Silva. Esquecem, esses maus raciocinadores,
de que qualquer um de nós tem dois pais, quatro avós, oito bisavós, dezesseis trisavós, trinta e
dois tetravós, sessenta e quatro pentavós e... onde irá a contagem, lá pela décima cada da as-
cendência?
VIII
Ninguém sabe coisa alguma do fim que teve dona Isabel de Sousa
Ebanos, nem de seu neto Leopoldo Carlos Leonel da Silveira, do qual diz Pedro Taques, que
fora para Paracatú, ali constituindo família. E que é da geração de Gaspar Guterres da Silvei-
ra, primogênito do casal Carlos Pedroso da Silveira - dona Isabel de Sousa Ebanos, habilitado
de genere em São Paulo, em 1705 (Arquivo da Cúria Metropolitana); irrequieto e às voltas
com a polícia do conde de Assumar,, em Pitanguí, em 1719, já casado; com referência em
Pedro Taques, de haver falecido “em posto de sargento-mor, na freguezia de Santo Antonio
do Val da Piedade da Campanha do Rio Verde, e jazer sepultado na Capella de São Gonçalo,
filial da mesma matriz”?
IX
Nesta última obra a gente vê como Willem van der Haagen, de Bru-
ges, virou Guilherme da Silveira, em território da Ilha de São Jorge; assim como Jobs van
Huerter ficou Jorge de Utra (Faial) e Josse van Aard (ou Aertrijcke) tornou-se Jós da Terra; e,
de tal arte, os Açores encheram-se de Silveiras, Utras ou Dutras e Terras que, com o tempo,
povoaram larguissimamente o Brasil de Norte a Sul. Jobs van Huerter era sogro do célebre
Martim Behaim, di-lo Artur Rezende na sua Genealogia Mineira, 2ª parte, II volume, página
266; e esse autor regista as variantes do nome, que ele encontrou; Job, Jobs, Jobest, Jobsten,
Jós, José, Josse, Jost, Joz, Jooz, Joze, Jacob, João, Jodocus e Jorge; e Huerta, Huerter, Huter,
Hutter, Hutra, Dutra, d‟Utra, de Utre, d‟Ultra, Dultra...
XI
O Vale do Paraíba do Sul, com suas velhas cidades tão cheias de vi-
da e durante o século XIX, apresenta bastantes dificuldade para o estudioso da genealogia.
São várias as causas que concorrem quanto à destruição dos arquivos paroquiais e dos cartó-
rios, podendo-se quiçá incluir um ou outro arquivo particular, excepcional. Parece que não é
hábito, entre nós brasileiros, a organização de arquivos de família, que se transmitam de pais a
filhos. Sei de muitos casos de queima de papéis, quando da morte de seus donos.
Parece que a falha inicial levou, a má sorte, tudo quanto fosse dado
genealógico completo, relativo aos Moreiras e Castilhos originários dos sete troncos acima
indicados.
XII
Dom Simão de Toledo Piza, terá vindo para São Paulo em fins de
1639 e logo, aos 12 de fevereiro de 1640, já contraía matrimônio com senhora de respeitável
família daqui, como tudo consta de um dos poucos assentamentos coevos existentes na Cúria
Metropolitana desta Capital, pois é sabido que muito incompletos se encontram os registos
paroquiais da Sé, relativos ao século XVII (Ver trabalho magnífico do revmo. Padre Paulo
Aurisol Cavalheiro Freire, diretor do Arquivo da Cúria, na Revista do Instituto de Estudos
Genealógicos, ano II, números 3-4, página 161).
O filho não foi aos Açores, para tomar possse da herança paterna.
Achou talvez que não valia a pena arriscar-se em Tão grande caminhada para tão exíguo le-
gado. Isso, ou interesses maiores aqui. Limitou-se a recolher a papelada do pais e, mais tarde,
quando Pedro Taques de Almeida Pais Leme foi à Europa, em 1755, levou, como procurador
de descendentes de dom Simão, papéis que os Toledo Piza lhe haviam confiado e que foram
destruídos completamente no terremoto de 1º de novembro daquele ano (Ver Afonso de Es-
cragnolle Taunay, em Anais do Museu Paulista, Tomo primeiro, pág. 60).
Dom Simão de Toledo Piza veio fugido para São Paulo e aqui vi-
veu, até certo ponto, incógnito. “Sempre cuidei em me não dar a conhecer...” Copiei, graças à
benevolência do revmo. Padre Paulo Aurisol, o termo do casamento de dom Simão: “Aos 12
dias de fev.º de 1640 eu o p.e M.el Nunes vig.º confirmado desta vila de S. Paulo avendo pro-
cedido os pregões e admoestações na forma do Sagrado Concilio constando ser solteiro dei
licença ao rev.do p.e frei Bento religioso de Nossa Senhora do Carmo para que casasse a dom
Simão da Fonseca filho de dom João de Piza e de sua m.er dona Grácia da Fonseca já defun-
tos, naturaes da IlhaTerceira, com dona Maria Pedroso, filha de Sebastião Fernandes Corrêa e
de sua mulher Anna Rib.ª moradores nesta Villa, testemunhas que ao presente se acharão João
de Brito Casão e o Capitão Francisco da Fonseca digo ........................ E fiz este termo e as-
sento. Manoel Nunes”.
XIII
Devo ao velho amigo dr. Luiz Ribeiro do Vale o ter chamado minha
atenção para o discurso do digno promotor de justiça de Campanha, dr. Nicolau Tolentino de
Morais Navarro. Daí a nota VIII desta seção, publicada no Correio, de 28 de julho p. findo.
Nela apelei para a boa vontade e para os conhecimentos históricos regionais, do orador da
tradicional cidade mineira, no sentido de se provar hipótese que há tempos eu formulara, a do
parentesco entre Bárbara Heliodora Guilermina da Silveira e o mestre de campo Carlos Pe-
droso da Silveira (São Paulo 1664 - Taubaté 1719).
O dr. Nicolau Tolentino de Morais Navarro já me remeteu, em duas
cartas gentis, interessante material relativo à progênie de Alvarenga Peixoto, que depois pu-
blicarei, bem como o termo de falecimento do sargento-mor Gaspar Guterres da Silveira, pri-
mogênito do mestre de campo Carlos Pedroso da Silveira, que transcrevo: “Livro I. Folhas 37.
- Aos dezasete dias do mez de Fevereiro de mil setecentos e cincoenta e hum falleceo da vida
presente o Sargento mór Gaspar Guterres da Silveira casado e natural de Villa de Taubaté de
idade de setenta annos sem testamento com todos os sacramentos, e foi sepultado na capella
de S. Gonçalo, filial desta Matriz de Santo Antonio do Rio Verde, amostalhado em hum len-
çol por ser podre, de que tudo fiz este assento, que assigney. O Vi.º João Bernardo da Costa
Estrada”.
Pais de Filipa Gago Lobo eram Francisco de Barros Freire, que ca-
sou em Itú, em 1684, com Maria de Morais da Silve, filha de ANTONIO DE MORAIS DA
SILVA e de FILIPA GAGO LOBO (S. L., VII, 172, título “Freitas”). Será Antonio de Morais
da Silve, dos Morais da pág. 9, volume VII? Será Filipa Gago Lobo a da página 521, do vo-
lume VIII, nº 3-5?
Ora, a nota de Silva Leme, supracitada, diz que Braz nasceu em So-
rocaba, em 1796, o que também está em desacordo com os recenseamentos da zona, visto
como todos o declaram natural do Rio de Janeiro e o de 1803 diz que Braz de Oliveira Arruda
era capitão da cavalaria da vila de Cunha, natural do Rio, com 33 anos.
XIV
“Disse meu amigo, neste seu trabalho: - Ninguém sabe coisa alguma
do fim que teve d. Isabel de Sousa Ebanos, etc. - Entretanto, na História Antiga das Minas
Gerais, refere Diogo de Vasconcellos a vinda de d. Isabel para o “Rio Verde, em caminho das
Minas, terras na paragem do Caxambú, concedidas em sesmaria ao mesmo Carlos Pedroso, e
a seu genro Francisco Alves Corrêa por d. Fernando Martins Mascarenhas, por provisão de 30
de setembro de 1706. Nessas terras havia grandes plantações de mantimentos para os viandan-
tes desd‟o princípio das Minas”.
XV
XVI
XVII
É claro que uma destas duas - Ângela (Ângela Maria?), ou sua irmã
Maria Ângela, é a que casou com Francisco Correia de Ávila e, desse modo, confirma-se o
asserto de Sócrates Honorio de Ávila, de que eles Ávilas tinham parentesco com os Teixeiras
de Campinas.
XVIII
De fato eu não conhecia tal suplemento e penso que foi escrito por
descendentes de Hilario e oferecido ao linhagista que, de posse das quatro páginas, teria to-
mado a resolução de colocá-las em uns tantos exemplares da Genealogia e só assim se com-
preende que numerosos pesquisadores nunca hajam visto o referido suplemento, nas mãos do
dr. Leite de Morais dada a origem dos volumes que possui: oferta de um genro do dr. Luiz
Gonzaga da Silva Leme. Aliás os volumes do dr. Leite de Morais têm anotações a mão, em
muitos pontos, o que constitui preciosidade bibliográficas, sem dúvida alguma.
E, para não ficar esta nota de hoje só com elementos dos partidos
republicano e liberal, darei algo de um também notável procer conservador. No terceiro artigo
desta série, ao tratar de José Alves de Oliveira, de Páramos, habitante de Cunha (Facão), des-
de 1730 e poucos, noticiei que ele era genro de Manuel Alves Vieira, nascido e crescido em
São Paulo e que, depois, foi residir em Parati. Li, em documento, que “Manuel Alves Vieyra
foi desta cidade onde nasceu, p.ª o Rio de Janeiro menino em companhia de sua M.ª Anna
Maria Vieira, irmã da May do R. P. Manuel Velloso, casada com Manuel dos Sanctos”. Inter-
pretei “M.ª” como sendo “Madrinha”. Lendo, porém, melhor, o mesmo documento, vi que a
tal abreviatura correspondia a “Mãe”. Eis o documento todo:
XIX
XX
Ainda em S. L., volume IX, página 90, aparece uma Campos, casa-
da com o dr. Francisco de Assiz Vasco de Toledo, natural de Pernambuco. Estes, que se loca-
lizaram no Amparo, são os Toledos mais recentes da onomástica paulista. Desta família, lem-
bro-me muito bem de umas senhorinhas Toledo Lima, que aqui se formaram na antiga Escola
Normal de São Paulo, as quais, se me não trai a memória, haviam nascido em Pilar, no Estado
da Paraíba.
Filho do dr. Francisco de Toledo Malta, o dr. Edgard, por isso, vem
a ser neto paterno de José Francisco Malta (1810-1883) e de Eduviges Carolina de Toledo
(1819-1894). Esta Eduviges é, portanto, a que trouxe para a família Malta o cognome Toledo.
(Confira-se S. L., VI, 38 e 441; jacinto, II, primeira parte, 141 e segunda parte, 281; Revista
do Instituto Histórico de São Paulo, volume XIX, 1914, páginas 43-71).
Entre 1805 e 1811 Leonardo José de Toledo deixou Taubaté para fi-
xar-se definitivamente em sua terra natal, onde acredito que morreu logo. Não acertei, com os
elementos daqui, com que se consorciaram as filhas, exceto a de nome Joaquina, melhor Joa-
quina Angélica, que, pelo seu casamento com o próspero negociante Bento Lucio Machado
(1822?), tornou-se baronesa de Jacareí (baronato de 6-12-1849 e, com grandeza, em 2-12-
1852). Em S. L., VIII, 273, convém corrigir o nome do primeiro barão de Jacareí, que “era de
altura mais que ordinária, tinha cabelos e olhos pretos”.
XXI
XXII
Deve-se a Francisco Dias Velho (S. L., VIII, 25) o primeiro esforço,
em 1651, no sentido de uma expansão paulista, organizada, na Ilha de Santa Catarina, para
onde se transferira, com seus parentes e escravos e camaradas índios, segundo informa o his-
toriador João Ribeiro. Pela mesma fonte informativa se vê que, outro paulista, Domingos de
Brito Peixoto (S. L., II, 188) fundou o povoado de Laguna, por 1656, datando dessa época a
colonização dessas plagas, dentro de uma certa regularidade.
João Ribeiro acrescenta que a ordem real de 1723 abriu, para aquele
ponto do território nacional, corrente emigratória laboriosa e útil de gente açoriana e madei-
rense. O mês de fevereiro de 1737, com a chegada do brigadeiro José da Silva Pais, assinala o
início da organização regular do Rio Grande do Sul. Estas datas, assim como a da fundação de
Lages, em Santa Catarina, vila paulista de 1774, muito concorrem para auxiliar a compreen-
são do movimento expansionista de S. Paulo, em terras do Sul, marcos milionários que são,
de um fenômeno que existiu sempre, mais ou menos intenso, se se levar em conta o gênio
aventureiro e andejo dos povoadores destas bandas.
Nas minhas notas 1 e 2 desta série, aludia à fixação de elemento
guaratinguetaense, em terras sulinas, assim como referi o emprenho com que os genealogistas
sul-riograndenses estudam suas linhagens, procurando estabelecer ligação entre esses povoa-
dores do século XVIII e os troncos paulistas estudados na Genealogia Paulistana, de Silva
Leme. Tive, então, oportunidade de contar o interesse do ora falecido coronel do Exército
Jonatas da Costa Rego Monteiro, quanto à descendência do casal Francisco Nunes da Costa -
Lucrécia Leme Barbosa (S. L., III, 32, título “Raposo Goes”).
Posteriormente, em datas de 16 de setembro e 11 de outubro, recebi
cartas do genealogista sul-riograndense Jorge Godofredo Felizardo, com indagações que se
prendem ao dito casal Francisco Nunes da Costa - Lucrécia Leme Barbosa. Silva Leme dá,
para Francisco e Lucrécia, apenas cinco filhos: 1 - João Peres de Gusmão; 2 - Margarida Nu-
nes Rangel; 3 - Diogo Barbosa da Silva; 4 - José Barbosa Leme; 5 - Manuel Nunes Barbosa,
que andou por Goiás, onde lhe nasceu pelo menos o filho padre Bento, por 1730. Descobri
mais um filho: Mateus Leme Barbosa, na certidão número 140, página 220 da Revista do Insi-
tituto de Estudos Genealógicos, ano II, n. 3-4.
Esse Mateus Leme Barbosa aparece nas curiosas certidões que Ary
Florenzano anda exumando do arquivo paroquial de Lavras, e não aparece mal acompanhado,
com a sua mulher e dez filhos, batizados em Carrancas, localidade mineira. Apenas aí se de-
clara que Mateus é filho de Lucrecio Leme e de Francisca Nunes da Costa; coisa de nada,
troca de sexos entre Lucrécia e Francisco.
Pela opinião do Dr. Américo Brasiliense Antunes de Moura, pro-
fundo conhecedor do passado de São Paulo, opinião essa que, acertadamente, esposam os
linhagistas sul-riograndenses, a esses seis filhos de Francisco e Lucrécia pode-se juntar Fabi-
ana da Costa Rangel, casada com Baltazar Correia Moreira, o qual o dr. Américo supõe des-
cendente de Guiomar de Alvarenga, segunda mulher de Francisco Alvares Correia (S. L., V,
431, título “Alvarengas”).
Da geração de Baltazar Correia Moreira e Fabiana da Costa Rangel
foram, de Guaratinguetá, para o sul, três filhos:
1- Lucrécia Leme Barbosa, casada em Guaratinguetá, por 1723,
com Jerônimo Dorneles de Menezes e Vasconcelos;
2- Beatriz Barbosa Rangel, casada com Dioniso Rodrigues
Mendes;
3- Antônio Correia Rangel, nascido em Guaratinguetá, falecido
com 80 anos, em Santo Amaro, no Rio Grande do Sul, a 19
de junho de 1788, casado com Maria da Rocha de Carvalho,
natural da freguesia de Nossa Senhora da Conceição de Mo-
gi-Guassú e falecida em Santo Amaro (R. G. do Sul), a 25 de
fevereiro de 1819, centenária, filha de Manuel da Rocha de
Carvalho, português e de Isabel Pedroso de Morais, de Parna-
íba, bispado de São Paulo (S. L., III, 171).
XXIII
XXIV
São tantos os Vieiras, que se deparam ao pesquisador, no Taubaté
setecentista, que o espírito fica desnorteado, sem poder formular qualquer conclusão, mesmo
em caráter provisório. Abra-se um recenseamento de Ordenanças da cidade de Jaques Felix e,
sem esforço, colhem-se provas da asserção, nos Vieira de Toledo, Vieira da Silva, Vieira de
Almeida, Vieira Jácome, Vieira de Maia, Vieira da Cunha, Vieira de Amores, Vieira Correia,
Vieira da Costa, Vieira Delgado, Vieira Cardoso, Vieira de Barros, Vieira Pinto, Vieira Go-
mes, Vieira de Faria...
É de crer na inexistência de origem comum. Vieira, Silva, Silveira
pertencem ao grupo de cognomes muito vulgares em terras de colonização portuguesa e tal-
vez constitua empresa difícil reunir, em seus troncos fundamentais, todos os habitantes de
Taubaté, que assinavam Vieira. Se predominasse em outros tempos, aqui, a mesma mentali-
dade toponímica que brindou São Paulo com Salesópolis, Altinópolis, Buenópolis, evidente-
mente Taubaté seria aquinhoada com um Vieirópolis. Ainda bem que o grego não era o forte
dos pró-homens paulistas do século XVIII. Devia, de certo, predominar por estas bandas, o
axioma medieval “Graecun est, non legitur”.
O genealogista campineiro Teodoro de Sousa Campos Júnior, cuja
operosidade, na matéria, leva-o ao trabalho paciente e utilíssimo de publicar, na Revista do
Instituto de Estudos Genealógicos, cópias de assentamentos paroquiais de sua terra, prestando
com isso grande auxílio aos estudiosos, linhagistas e demais, estava interessado em esclarecer
a ascendência taubateana do capitão José Vieira de Albuquerque, nascido em Taubaté, a 21 de
novembro de 1813 e falecido em Brotas, a 14 de agosto de 1879.
Este capitão José Vieira de Albuquerque, casado no município de
São João do Rio Claro, em 5 de abril de 1838, com Antonia Idalina do Amaral, piracicabana,
era filho de José Vieira de Albuquerque e de Maria Joaquina da Trindade.
Deixou grande geração, da qual fazem parte o linhagista campineiro
Teodoro de Sousa Campos Júnior, acima referido (S. L., I, 161, título “Carvoeiros” e V, 315,
Título “Alvarengas”), e os meus prezados colegas Renato de Albuquerque Sales e Aristides
Pinheiro de Albuquerque, cujos nomes é grato recordar, agora, que completamos trinta anos
de formatura na velha Faculdade de Direito de São Paulo, pois recebemos grau em 1909.
Não é difícil encontrar o casal José Vieira de Albuquerque - Maria
Joaquina da Trindade, em recenseamentos de Taubaté, no Arquivo do Estado, e, dando-se o
caso de serem muito bem feitos tais recenseamentos nos começos do século IX, aparecem até
informes preciosos que facilitam a pesquisa. Assim, por exemplo, o censo de 1816, da 1ª
companhia de Ordenanças, sob o número 339, indica:
- José Vieira de Albuquerque, cabo desta esquadra, natural desta,
casado, branco, com 34 anos de idade, agricultor;
- Maria Joaquina, mulher, 31 anos, natural desta, casada,
branca;
filhos:
1- Fortunato ..................... 11 anos
2- Ana ............................ 14 anos
3- Manuel ....................... 2 anos
4- Francisca .................... 6 anos
5- Maria .......................... 9 anos
6- José ............................. 3 anos
XXV
XXVI
XXVII
1
Mais para diante, há retificação relativa a este parágrafo.
Já tem sido dito e repetido que a Genealogia Paulistana (São Paulo,
1903/1905), Tip. Duprat & Comp.), escrita pelo dr. Luiz Gonzaga da Silva Leme, nascido em
Bragança, em 1852 e falecido nesta capital, em 1919, representa um monumento levantado à
família paulista e, em tal conceito, não vai exagero algum. Quem conhece as dificuldades
inerentes a trabalhos dessa natureza avalia com exatidão a soma de esforços necessária para a
realização do objetivo.
Estivessem os arquivos nossos íntegros, perfeitamente legíveis, e,
ainda assim, seria imenso o trabalho material da cópia e, maior do que esse, o da coordenação
necessária para o estabelecimento das linhagens. Mas, sejam as condições climatéricas, sejam
as condições sociais de ignorância, pobreza, desleixo: o fato é que os nossos arquivos, salvo
casos raros e honrosíssimas exceções, são uma verdadeira lástima, não tendo índices, não
tendo catálogos: são antes meros depósitos de papéis.
E já que falo em arquivos, talvez não fosse sem oportunidade de a
organização, em São Paulo, de um curso abreviado de arquivistas, a cargo, necessariamente
dos altos funcionários do Arquivo do Estado, com um programa fácil e, sobretudo, muito
prático, versando mais ou menos sobre os seguintes pontos:
1) A necessidade dos arquivos públicos e particulares.
2) A questão do espaço ocupado pelos papéis arquivados.
3) Linhas gerais de classificação e catalogação.
4) Combate aos inimigos dos papéis arquivados:
XXVIII
XXIX
XXX
2
Ver subsídio XLI.
Também na minha nota anterior (XXIX) referi como o dr. José Luiz
de Almeida Nogueira era filho de Pedro Ramos Nogueira (barão de Joatinga), este do major
José Ramos Nogueira, que o era de Roque Bicudo Leme, paulista, casado com Florência Ma-
ria Nogueira, de Baependi. Aqui, o cognome tradicional paulista Bicudo Leme foi preterido
por um motivo qualquer, que se ignora. Talvez crescente dos Nogueira, descendentes de To-
mé Rodrigues Nogueira do Ó.
No volume XXXV, da Revista do Instituto Histórico, nos meus A-
pontamentos para o estudo dos Lopes Figueira, do Facão, páginas 113-118, vê-se que os
filhos de Antônio Manuel de Freitas, barão do Rio Claro, que foi casado com Teodora Fran-
cisca dos Reis, assinavam Nuno Eulálio dos Reis, Celso Eugênio dos Reis, Manuel Antônio
da Silva Reis, Pedro e Camilo da Silva Reis. Apenas um filho de Celso usava o nome do avô
paterno e era o dr. Antônio Manuel de Freitas, formado em direito aqui, em 1873. Contou-me
o farmacêutico Bento Ramos de Queiroz, sobrinho deste dr. Antônio Manuel de Freitas, que o
barão do Rio Claro, estimando muito a esposa, timbrou em conservar, na prole do casal, o
cognome Reis, que era o dela. Razões de ordem afetiva.
Em 1813, Francisco José da Silveira, natural de Minas (de que
lugar?), tenente-coronel de Cavalaria adido ao Estado Maior do Exército e ajudante de ordens
do governo da Capitania de Mato Grosso, foi transferido a pedido, para a Paraíba do Norte.
Nesta nova residência, Ana Norberta, filha do militar mineiro, contraiu núpcias com Manuel
Lobo de Miranda Henriques, nascido em Traipú, termo do Pilar, filho do sargento-mór Antô-
nio Borges da Fonseca. O nome do filho do sargento-mór enquadra perfeitamente na modali-
dade portuguesa e, ao que suponho, Borges da Fonseca também era cognome ilustre e já se
radicara no nordeste brasileiro, mas foi completamente abandonado por Lobo, Miranda e
Henriques, dos quais se salvou, afinal, apenas o Lobo, aliado a Silveira, mantido este por e-
xaltação política.
O sargento-mór Antônio Borges da Fonseca seria talvez filho do li-
nhagista pernambucano Antônio José Vitoriano Borges da Fonseca (1718-1786), cujos pais
eram o mestre-de-campo português Antônio Borges da Fonseca e a pernambucana Francisca
Peres de Figueirôa. Se não houver entre estes três Borges da Fonseca relação de avô a neto,
como figurei, deverá existir outro parentesco muito próximo.
Francisco José da Silveira, sabe-se, envolvido no movimento revo-
lucionário de 1817, com a agravante de militar de alta patente, foi enforcado e esquartejado
no Campo do Erário, em Recife, aos 21 de agosto de 1817. A descendência perpetuou-lhe o
nome, num preito simpático ao avô, onde a homenagem ao parente se alia ao culto cívico
prestado aos heróis da pátria. O cognome Silveira ficou.
Manuel Lobo de Miranda Henriques foi deputado, presidente da
província de Alagoas, fundador da imprensa alagoana. Faleceu em Recife a 25 de abril de
1856. Foram seus filhos: 1 - Adelaide, a primogênita; 2 - Francisco de Paula da Silveira Lobo,
formado em Recife, em 1846; senador do Império, ministro, presidente de duas províncias.
Um lugar de Minas Gerais, chamado Silveira Lobo, é para perpetuar a memória desta figura
política do segundo Império; 3 - Carlos Augusto da Silveira Lobo, formado em Recife, em
1853; 4 - Manuel Lobo de Miranda Henriques, solicitador de causas no interior de Pernambu-
co; 5 - Aristides da Silveira Lobo, individualidade muito estudada, nascido em Brejo de Arei-
a, na Paraíba, aos 12 de fevereiro de 1838, formado na Faculdade de Direito de Recife, em
1859, solteiro; 6 - Júlio da Silveira Lobo, conferente da Alfândega do Rio de Janeiro; 7 - De-
móstenes da Silveira Lobo, nascido em 1839, também formado em Recife, em 1859; foi ad-
ministrador dos Correios da República, juiz em Guaranesia, Minas, e em Barra do Piraí; con-
traiu matrimônio em Alagoas, com Francisca Peixoto, alagoana.
O dr. Demóstenes e Francisca deixaram sete filhos: 1 - dr. Aristides
da Silveira Lobo, médico, casado com Emília, sua prima, filha do Dr. Carlos Augusto; 2 -
Francisca, casada com André Miguez; 3 - Adelaide, casada com Bernardo Mariano de Olivei-
ra; 4 - Maria Teresa, casada com Saturnino, irmão de Bernardo; 5 - Gabriela, casada com
Samuel Pinheiro Guimarães; 6 - Teresa, casada com Francisco José da Silveira Lobo, seu
primo, irmão de Emília; e 7 - Demóstenes da Silveira Lobo, farmacêutico formado em Ouro
Preto, casado com Bernardina Mariano de Oliveira, nascida em Itaboraí, Rio, irmã de Bernar-
do, de Saturnino e do poeta Alberto de Oliveira, filha portanto de Mariano de Oliveira e de
Ana de Mendonça, esta prima de Salvador e Lúcio de Mendonça.
O casal Demóstenes-Bernardina teve os filhos Floriano, Isaura, Al-
zira, Judite, José Mariano, Elias, Adelia, Demóstenes, Aristides, Amélia, Bernardo, Noemia e
Cora. Deste, Aristides da Silveira Lobo é casado com Nanci de Toledo Arruda, de tradicional
família paulista, nascida em Bica de Pedra (Itapuí). Há muitos Silveira Lobo deste grupo ge-
nealógico dentro das fronteiras de São Paulo, o que é aliás fácil de reconhecer pelo cognome
característico, através do qual, entretanto, só o genealogista poderá lobrigar os Borges da Fon-
seca, os Lobo de Miranda Henriques, os Mariano de Oliveira, os Mendonça, os Peixoto e até
mesmo o militar Mártir de 1817, tão comuns são, no Brasil, os Silveiras, embora ligados es-
tes, na sua quase totalidade, remotamente, ao tronco único dos Silveiras açorianos, oriundos
do casal flamengo Willem van der Haagen (Guilherme da Silveira) - Margarida de Azambuja,
forma esta abrandada (e aportuguesada) de qualquer nome bem mais difícil de pronunciar,
sem dúvida alguma ...
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João Pires Monteiro, casado com Leonor de Matos, havia de ser pa-
rente próximo de Antônio Pires Monteiro, casado com Maria Rodrigues, pais estes, de João
Pires Monteiro ou João Pires de Alvarenga que casou, em 31 de maio de 1736, em Araçari-
guama, com Maria Martins do Rosário (S. L., volume VI, título “Furquins”, página 257),
estes dois últimos constantes do recenseamento de Parnaíba, de 1765, no bairro do “Aiapi”,
com muitos filhos tendo o marido 57 anos de idade. E também havia de ter o mesmo próximo
parentesco com Miguel Pires Monteiro, marido de Maria Dias, dos quais o fiho José Pires
contraiu núpcias em Itú, aos 14 de maio de 1719, com Teresa Ribeiro, filha de Sebastião
Siqueira e de Maria Ribeiro.
O de nome João Pires de Matos bem poderá ser o João Pires Mon-
teiro, casado com Leonor de Matos, pais, portanto, de João Pires Monteiro e Pedro Pires de
Matos, todos atrás referidos. No testamento de Pedro de Matos, quem assina a rogo do testa-
dor é seu sobrinho Brás Pires Monteiro. Há também, no mesmo documento, referência a ou-
tro sobrinho - Estevam Raposo. Quanto a Leonor de Matos, viva ainda em 11 de outubro de
1734, data em que foi madrinha do neto Inácio Pires Monteiro, batizado em Santo Amaro,
talvez seja irmã de Pedro de Matos e de Manuel Garcez Barreto, do lugar citado, da Genea-
logia, e seria então tia do marido, fato aliás comum entre nós, antes da proibição do Código
Civil.
Julio Cesar, ainda na casa dos quarenta e oito, viveu sempre no Rio,
com passagens rápidas por Queluz de São Paulo, de onde são vários irmãos seus. E nunca foi
ao Oriente, esse mesmo Oriente arábico que ele tem dentro da alma, talvez por revivescência
atávica, descendente que é de tantos elementos portugueses ente os quais teria de ser feita a
pesquisa original e interessantíssima, dado que algum investigador de psicologia tentasse
determinar de onde e de que avô herdou o escritor a pronunciadíssima tendência para um
gênero de literatura que ele criou aqui no Brasil e de que é, sem contestação, a grande figura.
XLV
3
Numa de suas últimas cartas, a mim dirigidas, o Dr. Gastão disse haver encontrado pprovas de que
Matias Pires de Sousa, casado com Maria do Rego Barbosa, era de nacionalidade portuguesa.
o que é na verdade um resumo bem grande de famíli que foi numerosa e, ao que parece, im-
portante. Andei lendo uns autos da Vila da Exaltação da Cruz e neles a gente do capitão-mor
tem bastante relevo, o que é fácil de notar.
Lucas, que foi também juiz ordinário em Ubatuba, por 1696, era
casado com Maria Pires e deixaram geração de quatro fihos, pelo menos: 1 - Inês Monteiro,
que foi casada com Miguel Pires da Silva emorava em Ubatuba ainda em 1708, já era viúva
em 1723 e dois anos depois residia no distrito da Vila do Carmo (Mariana, Minas Gerais),
onde deve ter falecido; 2 - Ana de Borba Gato, em S. L., deve ser a que casou com Manuel da
Costa Cabral, morador em São José do Rio das Mortes, em 1725; 3 - Maria Luiz, moradora
em Ubatuba, em 1725, era casada com Manuel Velho de Oliveira; 4 - Uma filha, cujo nome
não pude determinar, casada com Mateus de Sousa, viajante, ao que parece, e dava-se como
morador em Guarapiranfa, em 1725.
XLVI
a - Maria, falecida em 1917, casada que era com o meu inditoso co-
lega da turma de Direito (1905-1909), dr. Carlos Carneiro Santiago, natural de Lambari (Mi-
nas), falecido em São Paulo em 1918, tendo deixado quatro filhos (Luzia Maria e Maria Te-
resa, minhas distintas ex-alunas; dr. Francisco Jacinto, graduado em Direito aqui, em 1938, e
Maria Aparecida. A estes quatro Barros Santiago recorri também para obter boas informa-
ções); b - Ester de Barros; c - Regina de Barros; d - Evangelina; e - Carmem de Barros, que
foi professora de ginástica na Escola Normal da Praça da República, já falecida; f - Dr. Jacin-
to de Barros Filho, graduado em Direito em São Paulo, em 1920, casado, com oito filhos; g -
Maria José, casada com o dr. Paulo Floriano de Toledo, engenheiro, com seis filhios; h - Dr
Antônio Pereira de Barros, falecido em 1921; i - Professor José Maria de Barros, casado.
XLII
Nas minhas notas oitava, décima terceira e décima quarta desta sé-
rie fiz referências a Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira, simpática figura da Inconfi-
dência Mineira, esposa do poeta Inácio José de Alvarenga Peixoto (1744-1793), formado em
leis, em Coimbra, em 1769. Ouvidor na Comarca do Rio das Mortes, coronel do primeiro
Regimento de Cavalaria da Campanha do Rio Verde, lugar onde tinha as suas lavras, minera-
dor abastado que era ao ser preso, processado e deportado.
Bárbara Heliodora, nascida em São João d‟El Rei por 1759, e fale-
cida em São Gonçalo do Sapucaí aos 24 de maio de 1819, provinha “de uma família de pau-
listas, estabelecidos em São João d‟El Rei”, sendo filha do dr. José da Silveira e Sousa e de d.
Maria Josefa Bueno da Cunha. Sobre o dr. José da Silveira e Sousa formulei a hipótese de ser
filho do sargento-mor Estanislau da Silveira e Sousa, neto materno, este último, do mestre de
campo Carlos Pedroso da Silveira (1664-1719) e de d. Isabel de Sousa Ebanos, a qual perten-
cia à “família grave dos Botafogo”, do Rio de Janeiro. E sobre d. Maria Josefa Bueno Cunha
não chegara ainda a aventar hipótese alguma, embora certíssimo de que era dos Cunhas Ga-
gos e Buenos de Ribeira.
Consegui interessar pelo caso de Bárbara o meu velho dr. Luiz Ri-
beiro do Vale e este, médico, trouxe-me a preciosa colaboração de outro médico, seu antigo
amigo, o dr. Paulo Fortes de Oliveira, do Rio de Janeiro, o qual acaba de me enviar documen-
tos pelos quais consegui filiar Bárbara Heliodora Guilhermina da Silveira, por linha materna,
à Genealogia Paulistana do dr. Luiz Gonzaga da Silva Leme. Fica assim faltando apenas
esclarecer o caso da filiaçãoo do dr. José da Silveira e Sousa, em relação ao sargento-mor
Estanislau da Silveira e Sousa.
XLVIII
A consulta aos papéis velhos dos arquivos tem exatamente esse mé-
rito de ir fornecendo material para as retificações e os complementos onde houver o que reti-
ficar e o que completar. Embora a gente não possa levar o otimismo ao ponto de pretender
organizar a lista completa dos filhos de João Ramalho, ou dos companheiros de Martim A-
fonso, que aqui ficaram e foram o ponto de partida da capitania de São Paulo (São Paulo,
Minas, Goiás, Mato Grosso, Paraná...), pode ainda fazer muito, em documentos que existem
e que não foram lidos até o presente.
Na página 270, ao lado dos nomes dos drs. Luiz Leite e Aureliano
Leite, falta o do dr. Licurgo. Nessa mesma página, há uma reticência em 10-6, na lista dos
filhos do major Francisco Gomes de Oliveira e d. Isaura Duarte. De 10-1, deste grupo, é filha
Ana Maria, inteligente aluna minha, em 1936, na aula de história do curso fundamental da
Normal da praça, ou que outro nome tivesse, pois esta escola tem sido batizada e rebatizada
tantas vezes e em prazo tão curto, que a gente custa a acertar, quando quer fazer referência
exata. Outra Furquim andou como dirigida minha, na Normal do Brás, e sempre me tratou e
continua a tratar com amizade e consideração - Maria de Lourdes Aires Furquim, filha de
Belarmino Furquim de Campos e de Francisca Aires (S. L., volume VIII, título “Gaias”, pá-
gina 423). E ainda do Brás, da Escola Normal, outra Furquim e Furquim de Campos - Naída
Furquim Muniz, tão delicada e atenciosa, da progenie de Paulino Furquim de Campos (S. L.,
VIII, “Dias”, 33). O que a faz prima de S. Eminência o Cardeal D. Sebastião Leme da Silvei-
ra Cintra. Como é agradável, a um professor aposentado, repassar os nomes dos bons alunos
e, graças a Deus, sempre em tão grande quantidade, pelo menos no meu caso. E, graças a
Deus também, se precisasse indicar o primeiro, sentiria embaraço, o grande embaraço da
escolha.
XLIX
L
Esse capitão Roque Bicudo Leme, guaratinguetaense, inventariado
em Guaratinguetá em 1751, do qual já tratei nas minhas notas vinte e nove e quarenta desta
série, devia ser um homem bom e muito conceituado na famíla dos Bicudo de Brito - Leme
de Alvarenga, a que pertencia, por ser filho de Fernando Bicudo de Brito e de Luzia Leme de
Alvarenga (S. L., volume V, título “Alvarengas” e VI, título “Bicudos”, respectivamente a
páginas 271 e 443).
Outro Roque Bicudo Leme (S. L., volume VI, título “Bicudos”,
p[agina 329), filho do capitáo Antônio Raposo Leme e Segunda mulher - Luzia Machado
Leme, falecida em 1732, aparece na Genealogia, com 25 anos quando lhe morreu o pai, que
foi casado três vezes. Mas o filho Roque, do segundo casamento (1729-1732), só poderia ter
quinze anos, quando ficou órfão, e isso mesmo como idade máxima. Este segundo homônimo
do capitão Roque, era também seu neto materno, uma vez que Luzia Machado Leme era irmã
germana de Maria Bicudo Leme, acima indicada e, desta fraternidade, vem que os dois Ro-
que tinham de ser primos, por terem avô materno comum.
LI
LII
Conheci aqui em São Paulo, desde 1905, uma distinta senhora tam-
bém desse interessante grupo genealógico - refiro-me a d. Cândida Augusta, nascida em Jaca-
reí por 1842, filha do dr. Daniel Augusto Machado e d. Francisca Elisa, filha esta do sargento-
mor José Maria da Cruz Almada, o qual era Sales por linha materna. D. Cândida Augusta
Machado, na intimidade “D. Candinha”, casada que foi com o dr. José Maria de Andrade,
viveu quase a vida toda em São Paulo, onde o marido advogava e fazia política no Partido
Liberal, companheiro e amigo que era do conselheiro José Bonifácio Sobrinho. Deixou gera-
ção de três filhos muito conhecidos em São Paulo: Dr. José Augusto de Andrade, formado na
Faculdade de Direito em 1883; d. Hermínia, que foi casada com o magistrado dr. Antônio
Batista de Campos Pereira, falecida; d. Adelaide, que, do seu casamento com o dr. Júlio Joa-
quim Gonçalves Maia, teve os filhos: dr. Renato de Andrade Maia, meu colega da turma de
Direito de 1909; dr. Silvio, falecido; dr. Jorge de Andrade Maia, médico; e d. Maria, casada
com o dr. Orlando da Costa Meira. É grato lembrar o nome de pessoa de tantos méritos, como
d. Candinha, falecida aqui em São Paulo, em 18 de maio de 1930, quase nonagenária, portan-
to.
LIII
LIV
1) João Antônio da Silva, por sua mulher d. Ana Joaquina Alves, re-
sidente em Mogi Mirim; 2) Joaquim Alves de Almeida Sales, por sua mulher d. Maria Luiza
Aranha, residentes em Campinas; 3) Caetano Guedes Barreto, por sua mulher d. Gertrudes
Maria; 4) Inácio José Bueno, por sua mulher d. Maria Ilustrina, residentes em Campinas; 5)
João, órgão.
LVI
LVII
O censo de 1836, Bairro da Luz, sob número 22, traz a família se-
guinte: Jerônimo José de Andrade, 38 anos, natural desta, tenente-coronel das extintas milí-
cias, tem soldo, chácara com olaria e animais de criação; sua mulher, d. Maria Carlota, com
30 anos, e os filhos: Jerônimo, com cinco anos; José, com quatro; Cândido, com três; João,
com dois; e Leonor, com um. Em 1846 o recenseador declara, sobre a mesma gente: Tenente-
coronel Jerônimo José de Andrade, sua mulher d. Maria Carlota, e os filhos: 1º Jerônimo José
de Andrade Júnior, com 16 anos; 2º José Maria de Andrade, com 15; 3º Cândido José de An-
drade, com 14; 4º João José de Andrade, 13; 5º d. Leonor Eufrásia de Andrade, 12.
LVIII
LIX
Anacleto Leite de Abreu Toledo foi casado com sua prima Francis-
ca Carolina de Matos (indicados acima) e tiveram treze filhos: 1 - Ventura, 2 - Luiza, ambos
falecidos ainda pequenos; 3 - Francisco Leite de Abreu, falecido solteiro; 4 - Ana, casada com
Joaquim Leite Ribeiro Guimarães e deixaram três filhos: a) Antônio, nascido em Juiz de Fora,
o qual foi casado em Itapira; b) Maria da Gloria, igualmente de Juiz de Fora, rsidia (1936) em
Tremembé, casada com Lindolfo de Matos Freitas; c) Francisca, casada com Luiz da Silva
Pinto; 5 - Anacleto Leite de Abreu, faleceu solteiro; 6 - Alfredo, faleceu ainda criança; 7 -
Felicidade Leite de Abreu, solteira; 8 - Maria Augusta, solteira; 9 - José Ventura de Matos
Abreu, o meu digno informante, solteiro, nascido em Barra Mansa, em 1857; 10 - Elisa, sol-
teira; 11 - Artur, falecido em criança; 12 - Antônio, idem; 13 - Maria da Gloria, casada com
Alípio Ferreira Franco e têm dez filhos: a) Irene, casada com Manuel Antônio Leite Bitten-
court; b) Anacleto, casado; c) Maria do Rosário, casada com Eugênio Marins; d) Luiza, casa-
da; e) Flora, casada; f) Oscar, casado; g) Pedro, solteiro; h) Maria, solteira; i) Cila, casada; j)
Mais uma criança falecida.
LX
LXI
“2, ANA JOSEFA, casada com Carlos Evangelista e com seis fi-
lhos: Maria, casada com João Ferreira Melo; Afonso, Cristiano, Brigida, Inácia, José.
LXII
LXIII
Como se vê, em 1825 três dos filhos de Baumann não estavam mais
na casa paterna. Nada apurei quanto ao alferes José, mas João e Carlota Leonor haviam casa-
do, já, aqui em São Paulo, o que depois se deu também com Maria Carlota. Esses quatro fi-
lhos de João Jácomo de Baumann, entretanto, eram apenas enteados de d. Leonor Cantoser, o
que se verifica pêlos assentamentos paroquiais dos respectivos casamentos. Também se con-
clui que Baumann era suíço, do cantão de Schwyz, outro nomezinho que deixou tonto, agora
não mais um recenseador, provavelmente simples sargento de Ordenanças, mas o próprio
padre da época, incumbido de escrever o registro paroquial.
LXV
Francisco Eulálio dos Reis casou com Maria Joaquina, filha de João
Bonifácio de Gouveia e de Ana Ramos Nogueira, esta irmã do barão de Joatinga (ver minha
nota cincoenta, destes subsídios). De Francisco e Maria Joaquina ficaram oito filhos: Nuno de
Gouveia Reis, Anísio de Gouveia Reis, Pedro de Gouveia Reis, Camilo de Gouveia Reis,
Isabel de Gouveia Reis e Maria Cândida Reis Muller. Procurei esta senhora e, com muita
gentileza e boa vontade, forneceu-me ampliações que em tempo publicarei.
LXVI
Estes Meireles, de Guaratinguetá, originaram-se em João Meireles
Freire, português, que casou na dita localidade, em 1761, com Rosa Barbosa de Lima, paulis-
ta, descendente de velhos troncos de povoadores. Bisneto do casal é o dr. Manuel de Meireles
Freire, formado na nossa Faculdade de Direito, em 1834, e que aparece na Genealogia Paulis-
tana, em título “Raposo Góes”, volume III, página 71. Neto materno do dr. Manuel, por ser
filho de d. Virgília Meireles, é Gastão de Meireles França, batizado em Guaratinguetá, aos 14
de setembro de 1884, ali nascido a 29 de agosto, sendo padrinhos o capitão Francisco de Mei-
reles Freire e d. Ana Rosa de Meireles Artur, e tendo administrado o sacramento do batismo o
revmo. padre João Filipo.
Conheci Gastão em Queluz, ele com sete anos de idade e eu com oi-
to. Vivemos sempre em ótima camaradagem. Em princípios de 1896 veio para discípulo dos
revmos. Padres jesuítas em Itu, e no estabelecimento esteve até fins de 1900. O que foi a sua
vida de colegial di-lo o arquivo da tradicional casa de ensino. Estive na sede do colégio, aqui,
afim de tomar notas referentes à vida escolar do extinto. O revmo. padre José Danti facilitou,
ao meu exame, as listas impressas, com os nomes dos alunos e as respectivas fés-de-ofício.
Quantos conhecidos e quantos amigos! Os dados relativos a Gastão contam-se entre os mais
brilhantes. Vale a pena copiá-los neste subsídio, ano por ano:
1901, primeiro ano, distinção nas duas cadeiras; 1902, segundo ano,
plenamente nove, na segunda e oito, na primeira e terceira; 1903, terceiro ano, plenamente
oito, na primeira e segunda, e sete, na terceira; 1904, quarto ano, plenamente nove, na primei-
ra, segunda e quarta, e seis, na terceira; 1905, quinto ano, distinção dez, na segunda e terceira,
e plenamente nove, na primeira e quarta. Recebeu grau de bacharel em ciência jurídicas e
sociais, aos 27 de dezembro de 1905.
LXVII
LXVIII
LXIX
LXX
CXXXIX
Carlos da Silveira
-o-o-o-o-
CXL
Este trabalho infelizmente foi o último que fiz para o meu saudoso
amigo guaratinguetaense, meu companheiro de infância em Queluz. Graças ao material do
Arquivo da Cúria Metropolitana, consegui esclarecer tudo.
Joaquim Francisco Gonçalves filho de André Gonçalves e de Ger-
trudes Pereira do Espirito Santo, casou a primeira vez em São Paulo, a 21 de outubro de 18u6,
com Gertrudes Maria de Jesus, filha de Joaquim Correia Diniz e de Gertrudes Maria de Jesus.
Enviuvando passou Joaquim Francisco Gonçalves as segundas ainda na Sé de São Paulo, a 22
de fevereiro de 1808, com Maria Joaquina dos Santos Camargo, filha de Manuel Alvares dos
Santos e de Manuela de Camargo. já defunta.
CXLI
CXLII
Não sei onde morreu Manuel Correia Bittencourt, nem onde teria
sido inventariado, pois o seu nome não aparece na lista dos Inventários e Testamentos de
Taubaté, publicada pelo dr. Felix Guisard Filho. Foi capitão-mor da cidade de Jaques Felix,
de 1802 a 1821, tendo sido reformado em 1822. A viuva, Margarida Angélica de Oliveira,
ainda em 1828 era recenseada em Taubaté, com 53 anos, tendo em sua companhia as filhas
solteiras Ana e Margarida, paulistanas, e Maria, taubateana. 0 filho do casal, de nome João,
melhor João Batista Bittencourt, ordenou-se em São Paulo, em 1821, e o processo de habilita-
do "de génere et móribus" esta no Arquivo da Cúria Metropolitana. Tal processo requerido
alias por três irmãos, João Batista, Mateus João e Antônio Pio, e o documento a ser consulta-
do para o esclarecimento da ascendência paterna e materna dos peticionários.
CXLIII
interessado nessa pesquisa. Foi ele quem me informou que sua avó
Maria Eufrásia era irmã de Jesuína Eufrásia c parenta próxima (tia) do dr. Frederico José Car-
doso de Araújo Abranches, docente da Faculdade de Direito. Como 6 sabido, o dr. Abranches
foi aposentado no lugar de lente da segunda cadeira do primeiro ano pelo decreto de 17 de
junho, ratificado pelo de 21 de julho de 1903, e faleceu a 17 de setembro do mesmo ano.
CXLIV
CXLV
CXLVI
CLVII
(*) 0 Dr. José Venceslau foi casado, em segundas núpcias, com Lui-
za Novais, filha de Joaquim Dias Novais e de Lúcia Maria Brandina, Com pelo menos a filha
- Antonieta, casada com Mário Moutinho França, de Rezende, que residiu em Ribeirão Preto.
Com geração.
CXLVIII
José Celidonio Gomes dos Reis Neto foi casado por 1878 com sua
prima Clotilde Alvares de Magalhães, filha de Francisco Alvares de Magalhães e de Mariana
Celidonio Gomes dos Reis. Deixaram dez filhos: a) José, de 1881, falecido em 1900: b) Ester,
de 1886, falecida em 1919: c) Fernando, de 1897, falecido em 1935; d) Oscar, falecido ainda
pequeno; e) Francisco, idem; f) Mariana, idem; g) Maria Olívia; h) Elisa; i) Arlinda; e j) Ma-
rieta Celidonio Gomes dos Reis, estas quatro últimas solteiras e fazendeiras em Bananal, onde
residem. José Celidonio Neto faleceu em 1936 e Clotilde Alvares em 1901. Foram sepultados
em S. José do Barreiro, onde nasceram todos os filhos.
CXLIX
CL
XXXVII
CI
Joaquim José Fernandes Leite tinha outros irmãos, cujo destino ig-
noro. Já no censo de Ubatuba, de 1765/1766, o primeiro da série do Morgado de Mateus, lê-
se: Pedro Ferz de Gusmão, 39 anos, casado com Maria Leite; renda do casal - 100$; filhos: 1 -
Joaquim, de seis anos; 2 - Joseph, de 2; 3 - Sebastião, de dez meses; 4 - Antónia, de dezesseis
anos; 5 - Maria, de doze anos; 6 - Mariana, de nove; 7 - Luzia, de quatro; agregada - Maria
Nunes, sogra, de sessenta e dois anos. Para quem se tiver impressionado com a renda exígua
do casal, então se impressione que deveras, com o saber que é renda anual - cem mil réis por
ano! E havia outros que possuíam menos. De alguns até se escrevia: “Não possui nada”.
O censo de 1836, de Areias, indica mais três irmãos dos três acima
ditos, localizados lá e eram: padre João Joaquim Fernandes Leite, taubateano, que vivia de
lavoura; Inês Odória (Eudora?) Leite, lorenense; e Fernando José de Oliveira Leite, igualmen-
te lorenense, o qual, para todos os efeitos, sempre foi, em Areias, Fernando Mazagão.
Para encerrar esta nota, duas palavras sobre os dois filhos restantes
de Joaquim José e de Inês Gonçalves - Manuel, taubateano, e Rodrigo, lorenense. O alferes
Manuel de Oliveira Mazagão aparece recenseado em Lorena, como negociante, solteiro. E
Rodrigo Antônio de Oliveira Leite, na mesma localidade e com a mesma profissão, achava-se
casado com Lúcia Cândida de Gusmão. São informes do censo de 1828.
CII
Isabel da Silva Leme, por ser filha de Catarina Leme do Prado, vi-
nha a ser sobrinha afim de Tomé Rodrigues Nogueira do Ó, madeirense, tronco dos Noguei-
ras, de Baependi. Ela, entretanto, não era Nogueira, assim como também não o era o alferes
Pedro de Almeida Leal. Nessas condições, o cognome Nogueira, em descendentes do casal
Pedro-Isabel, não veio por eles.
CIII
Nada pude apurar sobre Maria Veridiana Pires e sobre Joana de Oli-
veira, respectivamente avó paterna e avó materna do padre José Alves Leite, que morou sem-
pre em Areias e era considerado parente próximo pelo casal Fernando de Oliveira Leite Ma-
zagão-Carlota Joaquina Félix de Oliveira, de quem tratei no subsídio cento e um. O neto de-
les, Domingos Pereira da Silva (Bigeu), sempre que se manifestava a respeito do padre, dizia
“Tio padre José Alves Leite”. Cabe aqui uma observação oportuna e é a de que os antigos,
entre nós, consideravam tios os primos dos pais. Ora, sendo o padre José Alves Leite conside-
rado primo, por Fernando Mazagão e sua mulher Carlota Joaquina Félix de Oliveira, era “ip-
so-facto” tido e havido como tio, pelos quatorze filhos do casal, em cujo número se contava
Mariana, mãe de Bigeu e este, portanto, quando falava “Tio padre José Alves Leite”, apenas
repetia uma tradição de parentesco, remoto, recebida por via materna.
CIV
CV
Lembro-me muito bem de ter ouvido dele, visitante, que não assina-
va Carlos, por assim o haver exigido sua mãe, d. Maria da Conceição de Toledo. Reproduzo
as palavras do Dr. João Batista da Silveira, então político da dissidência em Casa Branca:
“Minha mãe me fez prometer nunca usar o nome Carlos, para mim e para os meus”. Estas
palavras impressionaram-me bastante, nos meus dezoito anos, pois, quanto a mim, fora bati-
zado Carlos, em virtude do desejo expresso de minha mãe. Nunca entendi a repugnância de d.
Maria da Conceição, quanto a um nome que era tradicional na família do marido dela e usado
pelos filhos mais velhos do casal.
José Borges dos Santos era natural de Vila Rica (Ouro Preto) e filho
de João Borges dos Santos e de Inês de Andrada e Silva ou de Andrade e Silva. Acredito que
estes dois tivessem origem paulista ou fluminense. José Borges casou em Cunha, em 1756,
com Maria Miguel da Silveira, filha de Leopoldo da Silveira e Souza e de Helena da Silva
Rosa. Eis a lista dos filhos de Leopoldo e Helena: 1 - Rosália, de 1724; 2 - Leovigilda, de
1727; 3 - Leopoldo Carlos Leonel da Silveira, de 1728; 4 - Júlio Carlos da Silveira, de 1730; 5
- Maria Miguel da Silveira, de 1733; 6 - Ana Moreira de Jesus, de 1736; 7 - José da Silva
Reis, de 1739; 8 - Helena Angélica, ou Ângela Helena, de 1742; 9 - Antónia da Silveira de
Souza, de 1744.
CVI
CVII
CVIII
CIX
CX
CXI
CXII
CXIII
CXIV
Ora, o Dr. João Batista da Silveira (que ao tempo não era ainda for-
mado), lançou no seu registro, muito claramente, o seguinte: “Nasceu meu filho Valdomiro
Silveira, no dia onze de novembro de mil oitocentos e setenta e três. Foram seus padrinhos
meu irmão Zeferino Carlos da Silveira e minha sobrinha Maria Jardim da Silveira. Batizou-o
o vigário Pedro José da Veiga, a 9 de março de 1874, na Vila do Cruzeiro, antigo Embaú”.
Lugar do nascimento: - Senhor Bom Jesus da Cachoeira, Termo de Lorena”.
Aí está pois o caso, elucidado por quem o podia fazer muito bem, e
o fez, de fato. Valdomiro Silveira viu a luz do dia no Bom Jesus da Cachoeira e recebeu o
batismo no Embaú, sendo ministro o vigário desta antiga freguesia, padre Pedro José da Vei-
ga. Valdomiro é cachoeirense, definitivamente. Por que, entretanto, viver-se repetindo que ele
nasceu no Embaú, lugar onde apenas foi batizado?