Filosofia Popper

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Conhecimento vulgar (ou senso comum) e conhecimento científico

1-Discutir o valor do senso comum e da ciência enquanto formas de conhecimento genuíno da


realidade.
A realidade pode ser explorada e compreendida de diferentes modos. Existência de diferentes níveis
de conhecimento acerca da realidade: Senso comum ou conhecimento vulgar e conhecimento
científico.

2- Caraterizar o senso comum como um saber assistemático, desagregado, estático, impreciso, acrítico
e ametódico.
3- Caraterizar a ciência como um saber sistemático, unificado, dinâmico, rigoroso,
explicativo, crítico e metódico.

Ciência e construção – validade e verificabilidade das hipóteses

1-Esclarecer o problema da demarcação.

O problema da demarcação consiste em distinguir a ciência das disciplinas não científicas que
também pretendem fazer afirmações verdadeiras sobre o mundo. Os filósofos da ciência
foram propondo vários critérios, incluindo o de que a ciência, diferentemente da não-ciência,
1) é empírica, 2) procura certezas, 3) procede utilizando um método científico, 4) descreve o
mundo observável, não um mundo não observável e 5) é cumulativa e progride.

2-Caraterizar o método científico segundo a conceção indutivista.


O indutivismo é a perspetiva epistemológica que salienta a importância da indução para a
ciência, quer ao nível das descobertas científicas, quer ao nível da justificação das teorias.
A atividade científica obedece à seguinte lógica de procedimentos: Observação,
Formulação de hipóteses, experimentação e lei. Segundo Francis Bacon o conhecimento
científico deve fundar-se na indução e na experimentação e não na metafísica e na
especulação.

1. Observação dos fenómenos


O cientista observa os factos ou fenómenos e regista-os de forma sistematizada para
procurar encontrar as suas causas. A observação, que precede a teoria, é neutra, objetiva e
imparcial. A observação e o registo devem ser repetidos várias vezes, com rigor e método.

2. Descoberta da relação entre os fenómenos


Por meio da comparação e classificação dos casos observados, o investigador procura
aproximar os factos para descobrir a relação entre eles. Procede, assim, à formulação de
hipóteses, explicações acerca dos fenómenos e das suas relações.

3. Generalização da relação
Recorrendo ao raciocínio indutivo, o cientista generaliza a relação encontrada entre os
factos semelhantes, traduzindo-a em leis que expressam as relações constantes entre esses
factos. Testada por experimentação, e confirmando-se o que ela propõe, a hipótese pode
passar a lei científica.

3-Compreender o critério de demarcação sugerido por uma conceção indutivista de


ciência: o critério de verificabilidade.
A verificação da hipótese é um passo necessário para assegurar os resultados de uma
investigação. Mas será que isto é suficiente para garantir que determinada hipótese é de
facto de uma (boa) hipótese ou teoria científica?
Problema da demarcação Filósofos neopositivistas
Qual o critério que permite A verificação (empírica) é o
demarcar o conhecimento critério para distinguir o que é
científico de outros tipos de científico do que não o é.
conhecimento?

Critério da verificabilidade
Uma teoria é científica se for possível
verificar empiricamente, isto é, através
da experiência, aquilo que ela propõe.

4- Reconhecer que, segundo o critério verificacionista, apenas os enunciados particulares


são verificáveis.
Só as proposições particulares são verificáveis.
5-Avaliar criticamente a conceção indutivista da ciência.

1ª A estrutura lógica dos indutivistas de verificação das teorias é falaciosa


– Porque ao procurar mais factos, previsões que confirmem a teoria
apresentada para provar que a teoria é verdadeira. Os indutivistas
encaram a confirmação dessas previsões como prova conclusiva do
enunciado geral de onde foram deduzidas. Sendo T a teoria testada e P
uma previsão deduzida a partir dela, o indutivista conclui T – esta
estrutura corresponde a uma falácia da afirmação do consequente.

2ª A observação não é ponto de partida do método científico e, ainda que o cientista


recorra à observação, ela não é totalmente neutra e isenta.

3ª O raciocínio indutivo não confere o rigor lógico necessário às teorias científicas.

6- Caraterizar o método das conjeturas e refutações.


Karl Popper considera que a especificidade metodológica da ciência não pode assentar na
indução, logo, a construção do conhecimento científico faz-se através de conjeturas e
refutações.
Rejeita o critério da verificabilidade e da confirmação das hipóteses e teorias científicas
tal como proposto pelo positivismo lógico, logo, o critério que garante a cientificidade
das teorias é o da sua falsificabilidade.
1 – Formulação da hipótese ou conjetura a partir de um facto-problema.
O ponto de partida da investigação científica são os problemas ou factos-problemas . Um
facto-problema surge, em geral, de conflitos decorrentes das nossas expectativas ou das
teorias já existentes. Para o resolver, o cientista terá de propor uma explicação provisória
– hipótese (ou conjetura): momento criativo da atividade científica, associado à intuição,
à imaginação, ao raciocínio abdutivo (raciocínio criativo) e não à indução.
2 – Dedução das consequências
Depois de a hipótese ter sido formulada, são deduzidas as suas principais consequências.
Ou seja, na prática o cientista procura prever o que pode acontecer se a sua hipótese ou
conjetura for verdadeira.
3 – Experimentação
Agora será necessário descobrir se as previsões que o cientista fez estão ou não corretas:
a hipótese será testada, confrontada com a experiência. Os resultados podem, então,
mostrar o “sucesso” ou o fracasso da conjetura proposta.
• Se for validada pela experiência, a hipótese é considerada como credível e passará a ser
reconhecida na comunidade científica – teoria corroborada.
• Se não for validada, teremos de a abandonar ou de a reformular – teoria refutada.
7- Compreender o critério de demarcação sugerido pelo filósofo Karl Popper: o critério
de falsificabilidade.
O critério de falsificabilidade permite a Popper responder ao problema da demarcação.
As teorias científicas são diferentes das não-científicas (ou das pseudocientíficas), na
medida em que são falsificáveis.
8- Reconhecer a importância do erro para Popper.
9- Reconhecer que, segundo o critério falsificacionista, apenas os enunciados universais
são falsificáveis.
11- Avaliar criticamente o falsificacionismo.
1ª O processo de refutação ou falsificação não é o procedimento mais comum entre os
cientistas. Alguns autores defendem que a atitude falsificacionista não corresponde
exatamente àquele que os cientistas demonstram na atividade científica. Geralmente, os
cientistas procuram confirmar aquilo que as teorias científicas propõem e, mesmo que
dada observação implique a rejeição de uma previsão, isso não os demove de investigar
no mesmo sentido.
2ª Considerando a história da ciência, não parece que ela possa evoluir por um processo
assente nas refutações. Ao nível da história da ciência encontramos episódios que
parecem pôr em causa a perspetiva falsificacionista e a ideia de que a ciência progride
por meio de conjeturas e refutações. Copérnico, Galileu ou Newton, por exemplo, não
abandonaram as suas teorias na presença de factos que aparentemente as poderiam
falsificar.
3ª Ao contrário do que sugere Popper (Pôr em causa a teoria quando surgem
observações ou testes que a refutem) o que acontece na realidade científica é mais
facilmente pôr em causa o teste ou as condições de realização do que a teoria. Não é
razoável abandonar uma hipótese ou teoria apenas porque foi refutada por um teste
experimental – para além das hipóteses e previsões existem outros fatores como os
sociais e pessoais – pelo que deveria atender a outros fatores envolvidos na atividade
científica – não sendo aceitável atender apenas a observação de uma previsão para
rejeitar uma teoria.

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