Grão de Bico
Grão de Bico
Grão de Bico
Figura 4. Flores brancas de grão-de-bico
Foto: Warley Marcos Nascimento
Introdução
O grão-de-bico (Cicer arietinum L.) é uma das mais importantes leguminosas
cultivadas, sendo a segunda mais consumida no mundo, atrás somente da soja. É uma
espécie que pode ser cultivada sob grande variedade de climas, desde o sub-tropical até
ao árido e semi-árido das regiões Mediterrânicas. É originário da região sudeste da
Turquia, nas adjacências com a Síria, de onde foi levado para a Índia e Europa, sendo
que a sua introdução no Brasil foi realizada por imigrantes espanhóis e do Oriente
Médio.
A produção mundial de grão-de-bico aumentou apenas marginalmente durante as
últimas três décadas devido à diminuição da área plantada, enquanto a produtividade
aumentou em torno de 37% durante o mesmo período. Este fato pode ser justificado
pelo desenvolvimento de novas cultivares de alto rendimento e também às
novas tecnologias de produção. No Brasil, a produção é praticamente
inexistente, levando o país a importar a quase totalidade do que é consumido,
principalmente da Argentina e do México. Há cinco anos, o volume importado era de
quatro mil toneladas. De janeiro a maio de 2013, foram consumidas 2,3 mil toneladas
no país. A Figura 1 apresenta os dados de importação de grão-de-bico no período de
2011-2015. Observa se que em 2015 foram importadas cerca de 7 mil toneladas no
valor de 6,8 milhões de dólares.
Além disto, no Brasil, há uma grande demanda pelo consumo do grão-de-bico, uma vez
que essa leguminosa apresenta um teor de proteína elevada, variando de 25,3% a 28,9%,
uma composição balanceada de aminoácidos (isoleucina, leucina, lisina, metionina,
fenilalanina, treonina, triptofano e valina) e um alto teor de lisina, além de cálcio,
fósforo, ferro, vitaminas A, B e B2. Estudos nutricionais demonstram que o grão-de-
bico possui muito mais nutrientes que o feijão, leguminosa mais consumida
pela população brasileira (Tabela 1). Seus brotos podem ser consumidos como vegetais
ou saladas. Seus grãos podem ser consumidos verdes, secos e fritos, torrados e cozidos
na forma de lanches, doces e condimentados. Os grãos podem também ser moídos na
forma de farinhas e utilizados em sopas, pastas e para fazer pães e quando preparados
com sal, pimenta e limão podem ser servidos como acompanhamentos.
Figura 5. Vagens de grão-de-bico.
Foto: Warley Marcos Nascimento
Tipo kabuli: é caracterizado pela cor das sementes, podendo ser brancas ou beges com a
forma de cabeça de carneiro, tegumento fino e liso (Figura 6B). As flores são brancas com
ausência de pigmentação de antocianina na haste. Em comparação com o tipo desi, o
kabuli tem níveis mais elevados de sacarose e níveis mais baixos de fibra. Este
tipo geralmente apresenta as sementes de tamanho maiores sendo mais valorizado no
mercado. Possui vagens e folhas maiores e apresenta uma estatura mais alta.
Figura 6. Sementes de grão-de-bico: tipo desi (A) e kabuli (B).
Fotos: Warley Marcos Nascimento