URINÁLISE
URINÁLISE
URINÁLISE
URINÁLISE
O exame de urina fornece uma ampla variedade de informações úteis no que concerne as
doenças envolvendo os rins e o trato urinário inferior. Pode ser utilizado para
avaliação diagnóstica de distúrbios funcionais (fisiológicos) e
estruturais(anatômicos) dos rins e trato urinário inferior, bem como para
acompanhamento e obtenção de informações prognósticas.
A urinálise corresponde ao exame físico, químico e microscópico da urina.
VOLUME:
Procedimento:
A determinação do volume se faz através de provetas graduadas rigorosamente limpas. Na
análise, o volume só tem valor clínico se o volume total de urina for colhido nas 24 horas.
COLORAÇÃO:
Procedimento:
Observar macroscopicamente a coloração da urina.
Procedimento:
Observar visualmente a amostra homogeinizada num ambiente de boa iluminação.
DENSIDADE :
PROCEDIMENTO:
Existem vários métodos disponíveis para medir a densidade específica: fitas reagente,
refratômetro, e o urinomêtro(hidrômetro).
O refratômetro, tem a vantagem de determinar a densidade usando um pequeno volume da
amostra ( 1 a 2 gotas ). Determina a concentração das partículas dissolvidas na amostra
medindo o índice de refratividade. Este índice é uma comparação da velocidade da luz na
solução. Essa velocidade depende da concentração das partículas presentes na solução e
determina o ângulo de passagem da luz através da solução.
- calibrar o refratômetro com água destilada;
- homogeinizar a urina, evitando formar bolhas;
- carregar o refratômetro;
- fazer a leitura na escala específica.
Reação de pH :
PROCEDIMENTO:
A reação da urina é verificada pelas fita-reagente, que medem o pH em variações de 1
unidade entre 5 e 9. Os fabricantes utilizam um sistema de indicador duplo de vermelho de
metila à azul de bromotimol que fornecem uma variação de laranja, verde e azul à medida
que o pH aumenta.
Urinas alcalinas: dieta rica em frutas e verduras, ingestão de medicamentos com caráter
alcalino, após vômitos repetitivos, alcalose metabólica ou respiratória.
PROTEÍNA :
PROCEDIMENTO:
O método da fita reagente utiliza o princípio do “erro dos indicadores pelas proteínas”,
dependendo do fabricante , a área para determinação de proteínas na tira contém
tetrabromofenol ou tetraclorofenol e um tampão ácido para manter o pH em nível
constante.
- mergulha-se a fita na urina homogeinizada;
- a leitura é feita após 60 segundos.
O teste com fita reagente é sensível a albumina , e o teste de precipitação ácida é sensível a
todas as proteínas indicando a presença tanto de globulinas quanto de albumina, portanto,
quando o resultado da fita for positivo, deve ser confirmado com o método ácido
sulfossalicílico( método de turvação).
RESULTADO: Negativo
Traços ( +1, +2, +3 )
CETONÚRIA:
Engloba três produtos intermediários do metabolismo das gorduras : acetona (2%) , ácido
acetoacético (20%) e ácido beta-hidroxibutírico (78%). A presença de cetonúria indica
deficiência no tratamento com insulina no diabete melito, indicando à necessidade de
regular a sua dosagem, e, provoca o desequilíbrio eletrolítico, a desidratação e se não
corrigida a acidose, que pode levar ao coma.
PROCEDIMENTO:
O teste com fita, utiliza a reação do nitroprussiato de sódio que irá reagir com ácido
acetoacético e a acetona em meio alcalino produzindo coloração, não detecta o beta-
hidroxibutírico. O resultado positivo, pode ser confirmado pelo teste de Imbert.
- mergulhar a fita na urina homogeinizada;
- ler após 60 segundos.
RESULTADO: Negativo
Positivo +1, +2, +3
⇒ A ação das bactérias, degrada o ácido acetoacético in vivo como in vitro. A acetona
(volátil) é perdida em temperatura ambiente, mas isso não ocorre se a amostra estiver num
recipiente fechado e refrigerado. Portanto, se a amostra não poder ser examinada de
imediato, ela deve ser resfriada.
- inclinar o tubo, e deixar cair gota a gota o amoníaco pelas paredes do tubo, cuidando
para que os líquidos não se misturem;
Resultado: Ao nível de contato dos dois líquidos, deverá aparecer um anel violeta que será
proporcional à quantidade de acetona existente na amostra.
BILIRRUBINA:
PROCEDIMENTO:
O teste para bilirrubina é baseado numa reação diazotização, a reação baseia-se na
conjugação da bilirrubina com o sal diazóico em meio ácido.
- mergulhar a fita na urina homogeinizada;
- ler após 60 segundos.
⇒ A urina deve ser fresca , pois a bilirrubina é um composto instável à luz, que provoca sua
oxidação e conversão em biliverdina, apresentando resultado falso-positivo. O glicuronídeo
de bilirrubina, também hidrolisa rapidamente em contato com a luz, produzindo bilirrubina
livre, que é menos reativa nos testes de diazotização.
RESULTADO: Negativo
Positivo +1, +2, +3
GLICOSE:
PROCEDIMENTO:
Teste com fitas reativas, utiliza o método da glicose oxidase, peroxidase, e tampão, para
produzir uma reação enzimática dupla sequencial. As fitas diferem em relação ao
cromogeno utilizado. O teste de glicose oxidase é específico para a glicose, não reage com
lactose, galactose, frutose ou metabólicos redutores de drogas.
- mergulhar a fita na urina homogeinizada;
- a leitura é feita após 60 segundos.
⇒ A reação positiva, deve ser confirmada com o método de Benedict.
Metodologia: A glicose e outros açucares presentes na urina são detectadas pelo teste de
redução de cobre(Benedict). As enzimas glicolíticas das células e bactérias interferem do
resultado por reduzirem os níveis de glicose urinária, por isso é essencial a realização do
exame logo após a coleta, ou deve-se manter a amostra refrigerada.
UROBILINOGÊNIO:
PROCEDIMENTO:
O teste com fita regente, utiliza um sal de diazônio estável, que produz em presença do
urobilinogênio um composto azóico que varia de rosa à vermelho. O resultado positivo
deve ser confirmado pelo método de Erlich.
⇒ Devido a sensibilidade da luz, as amostras devem ser analisadas imediatamente, ou,
guardadas em ambiente escuro. O testes com fitas, não conseguem determinar a ausência
de urobilinogênio, que é importante na obstrução biliar.
- mergulhar a fita na amostra homogeinizada;
- ler após 30 segundos.
RESULTADO: Normal
Positivo
NITRITO:
Útil na detecção da infecção inicial da bexiga ( cistite ), pois muitas vezes os pacientes são
assintomáticos, ou tem sintomas vagos, e quando a cistite não for tratada, pode evoluir
para pielonefrite, que é uma complicação frequente da cistite, que acarreta lesão dos tecidos
renais, hipertensão e até mesmo septicemia. Pode ser usado para avaliar, o sucesso da
antibioticoterapia, para acompanhar periodicamente as pessoas que tem infecção
recorrentes, diabéticos, e mulheres grávidas que são considerados de alto risco para
infecção urinária.
PROCEDIMENTO:
A base bioquímica do teste é a capacidade que têm certas bactérias de reduzir o nitrato,
constituinte normal da urina, em nitrito, que normalmente não aparece na urina. Para a
determinação de nitrito, a urina deve permanecer na bexiga, por pelo menos 4 horas, para
que a população vesical converta o nitrato urinário em nitrito, e o tratamento com
antibiótico deve ser suspenso pelo menos 3 dias antes do teste.
Para se evitar, reações falso-positivos de amostras contaminadas, a sensibilidade do teste é
padronizada para corresponder aos critérios da cultura bacteriana que exigem que uma
amostra positiva de urina, contenha 100.000 organismo/ml.
* Resultados positivos devem ser acompanhados de uma bacterioscopia, por coloração de
Gram
- emergir a fita reagente na urina homogeinizada;
- ler após 60 segundos.
RESULTADO: Negativo
Positivo
SANGUE:
RESULTADO: Negativo
Positivo +1, +2, +3.
Positivo para hemoglobina.
INTERFERENTES:
- falso negativo: ácido ascórbico, nitrito(infecção urinária), densidade específica alta, pH
ácido;
- falso positivo: contaminação menstrual, mioglobinúria*, peroxidase de vegetais e por
enzimas bacterianas.
*mioglobinúria(proteína muscular): produz reação positiva para sangue, como produz
coloração vermelha na urina. Deve-se suspeitar mioglobinúria, em pacientes com
destruição muscular, traumas, coma prolongado, convulsões, doenças musculares atróficas
e exercício físico severo.
LEUCÓCITOS:
PIÚRIA: Todas as doenças renais e do trato urinário. Também podem estar aumentados
transitoriamente durante estados febris, e exercícios severos.
METODOLOGIA:
- as amostras examinadas, deve, ser recentes ou corretamentes conservadas;
- após o exame físico-químico, medir 10,0ml de urina homogeneizada em um tubo
cônico;
- centrifugar a urina a 1.500 rpm por 5 minutos;
- retirar 9 ml do sobrenadante e reservar,( para as provas complementares);
- após deixar l ml, agitar o sedimento vigorosamente.
EXAME QUALITATIVO:
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EXAME QUANTITATIVO:
HEMÁCEAS:
Aparecem como discos incolores tendo cerca de 7um de diâmetro. Na urina concentrada, as
células encolhem e aparecem como discos crenados( células pequenas com bordas
onduladas), enquanto na urina alcalina, elas incham e se lisam rapidamente, liberando sua
hemoglobina, permanecendo só a membrana, essas células são denominadas células
fantasmas. Em certas ocasiões, as hemáceas, podem ser confundidas com gotículas de óleo
ou células leveduriformes, entretanto, as gotículas de óleo apresentam grande variação de
tamanho e são altamente refringentes, e as células de leveduras apresentam brotamento.
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Significado clínico:. Seu aparecimento tem relação com lesões na membrana glomerular,
ou nos vasos do sistema urogenital. Uma grande quantidade de hemáceas costuma decorrer
de glomerulonefrite, mas também é observada em casos de infecção aguda, reações tóxicas
e imunológicas, neoplasias e distúrbios circulatórios que rompem a integridade dos
capilares renais . Hemáceas de tamanho variáveis, com protusões celulares fragmentadas,
são chamadas dismórficas, e estão associadas principalmente à hemorragia glomerular,
cálculos renais, infecções e exercícios físico intenso.
CÉLULAS EPITELIAIS:
São vistos três tipos de células epiteliais na urina, classificados quanto ao seu local de
origem no sistema genitourinário.
- células dos túbulos renais: são redondas, possuem um núcleo redondo e excêntrico.
Aparecem em doenças que causam lesão tubular: pielonefrite, reações tóxicas,
infecções virais, rejeição de transplantes, efeitos secundários da glomerulonefrite.
⇒ Quando ocorre passagem de lipídeos pela membrana glomerular, como ocorre na
síndrome nefrótica, as células do túbulo renal absorvem lipídeo, ficam altamente
refringentes, e são denominadas de corpos adiposos.
LEUCÓCITOS:
Aparecem como esferas granulosas, com cerca de 12um de diâmetro, possuem grânulos
citoplasmáticos e núcleos lobulados. São rapidamente lisados na urina hipotônica (diluída),
ou alcalina, aproximadamente 50% são perdidos após 2 a 3 horas na urina em repouso e
em temperatura ambiente, portanto, a realização de um exame imediato após a coleta é
fundamental. Denomina-se leucócito, aos glóbulos brancos que conservam suas
características morfológicas intactas, reservando o termo piócitos aos elementos
degenerados que abundem as infecções purulentas.
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Podem estar presentes na urina devido a uma lesão glomerular ou capilar, mas também são
capazes de migrar de forma amebóide através dos tecidos, indo para locais de inflamação
ou infecção.
CILINDROS:
Os cilindros são formados no interior da luz do túbulo contornado distal e ducto coletor,
suas formas são representativas da luz do túbulo, consistindo de lados paralelos e
extremidades arredondadas, o tamanho, depende da área de sua formação. O principal
componente é a proteína de Tamm-Horsfall, uma glicoproteína excretada pela porção
grossa ascendente da alça de Henle e pelo túbulo distal.
Nas doenças renais, eles estão presentes em grande quantidade e sob várias formas, a
quantidade aumentada de cilindros, indica que a doença renal é disseminada e que vários
néfrons encontram-se envolvidos. Também podem estar presente em indivíduos normais,
após um exercício físico severo.
Os cilindros são classificados de acordo com sua matriz, tipo de inclusão e tipo celular
presente no seu interior.
MATRIZ
INCLUSÕES
nos túbulos como resultado de estase urinária. Também pode ser de origem bacteriana, de
cristais (uratos) ou agregados protéicos.
Os cilindros granulosos são observados em estase do fluxo urinário, infecção do trato
urinário, estresse, e exercício severo.
Cilindros Adiposos : é produzido pela decomposição dos cilindros de células epiteliais que
contém corpos adiposos ovais. As células do epitélio tubular renal absorvem
lipídeos que entram nos túbulos através dos glomérulos. Estes são altamente refringentes e
contém gotículas de gordura amarelo-castanhas. Os cilindros adiposos são observados na
síndrome nefrótica.
CELULARES:
BACTÉRIAS:
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LEVEDURAS:
Célula de leveduras, Candida albicans, pode ser observada na urina de pacientes com
diabetes melito, e mulheres com candidíase vaginal. Resultado é expresso objetiva de 40 x.
Resultado: 1 a 2 por campo ( + )
3 a 5 por campo ( ++)
> 5 por campo (+++)
PARASITAS:
Parasitas e ovos de parasitas, podem ser observados como resultado de contaminação fecal
ou vaginal. O parasita encontrado com mais freqüência é Trichomonas vaginalis,
encontrado devido a contaminação vaginal. Este organismo é flagelado, sendo facilmente
identificado por seu movimento rápido, porém quando imóvel, pode ser confundido com
leucócito. Resultado é expresso objetiva de 40 x.
Resultado: 1 a 2 por campo ( + )
3 a 5 por campo ( ++)
> 5 por campo (+++)
FILAMENTOS DE MUCO:
CRISTAIS:
É comum encontrar cristais na urina. Deve-se proceder à identificação para ter certeza de
que não representam anormalidades. São formados pela precipitação dos sais de urina
submetidos a alterações de pH, temperatura, ou concentração que afeta a solubilidade. Um
pré-requisito para a identificação de cristais, é o conhecimento do pH urinário.
ARTEFATOS:
O que mais causa dúvida, são as gotículas de óleo e os grânulos de amido, por se parecerem
com hemáceas, contudo, são mais refringentes, e com adição de ácido acético diluído, as
hemáceas se dissolvem, deixando as gotículas de óleo intactas.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
HENRY, B. J.; Diagnósticos Clínicos e Tratamento por Métodos Laboratoriais. 19º ed.
Manole, 1999