Desenvolvimento Profissional Docente
Desenvolvimento Profissional Docente
Desenvolvimento Profissional Docente
PROFISSIONAL DOCENTE:
PASSADO E FUTURO
https://www.youtube.com/watch?v=HYn2I9O7E9g
CARLOS MARCELO
Catedrático da
Faculdade de
Educação da
Universidade de
Sevilla
20/06/2020
DIREITO DE
APRENDER Como fazer com que a docência seja uma
DOS profissão atrativa, como conservar no
ensino os melhores professores e como
ALUNOS conseguir que os professores continuem a
aprender ao longo das suas carreiras?
Minha História Verdadeira – Caso de Ensino da adolescente D
Meu nome é D e eu gosto de estudar, ler gibi. Eu gosto de comer chocolate, bolos e bolachas recheadas de
sabor morango. Eu tenho treze anos, moro na Vila Mineira e tenho nove irmãos. Três moram comigo e seis
moram em outra casa, porque eles já são grandes. Os irmãos que moram comigo chamam L. M, M. R e S. A
minha vó A e a minha mãe G e meu padrasto R também moram comigo. O meu pai chamava L.
Quando eu e meu irmão M.R éramos pequenos ele foi trabalhar e teve uma briga do amigo dele e o tiro
acertou nele. Foi um monte de família minha lá e teve um velório que foi lá em casa. Quando eu cresci mais a
minha mãe me contou o que aconteceu com meu pai.
Todos os dias eu levanto às cinco e meia e às vezes seis e quarenta e cinco, tem vez que seis e vinte. Vou pra
escola com a minha amiga J, não tomo café porque a minha avó não levantou.
Chega na escola a gente faz a tarefa que a professora manda. Depois da aula eu vou com a J e tem vez que eu
vou com a L. Chego, limpo a casa, limpo o banheiro e lavo as vasilhas, limpo a mesa e o fogão, arrumo as camas,
tem vez passo roupa e tomo banho pra ir pro PETI e eu almoço. Vou para o ponto de ônibus e chego lá no PETI e
cada um vai pra sala de aula, faço aula de dança e de canto. Depois que termina o PETI eu vou assistir pica pau
e logo fica de noite e eu vou assistir os Mutantes, A Favorita e Chamas da Vida.
Depois eu durmo e no outro dia, e faço as mesmas coisas, vou pra escola... Eu gosto de ter esses livros da
biblioteca, mais as historinhas da Mula sem Cabeça, do Saci, de Princesa, do Pooh, Chapeuzinho Vermelho, do
Pinóquio. Eu não sabia ler muita coisa, só agora eu sei mais, algumas coisas eu sei mais. No ano passado eu não
sabia ler as palavras com sílabas de três letras, como, por exemplo: também descobri, etc. Agora eu sei.
A minha mente é inteligente pra aprender matemática, geografia, ciências, espanhol, inglês. Um
dia eu estava na aula de português e a professora pesquisadora chegou e falou que era pra mim
ir com ela, que ela ia me ajudar a escrever.
Eu fiquei feliz porque eu fui escolhida, eu e J. As minhas amigas e meus amigos queriam
participar e ficavam falando: “Chama eu também, professora pesquisadora”. E ela falou: “Não, só
a D e o J”. Eu sentia o coração legal quando a professora da pesquisa me chamava eu e o J. A
gente conversava, lia historinhas. Eu ganhei quatro gibis, e assim as coisas aconteceram.
Eu fui aprendendo a ler bem, bem e escrever bem, bem, bem. No começo do ano eu tinha
vergonha de ler perto dos alunos porque eles ficavam rindo e fazendo gracinha falando que eu
não sabia ler. Agora eles não falam nada; eu tenho menos medo de ler perto dos alunos porque
agora eu sei ler muito legal, de rachar os corações. Depois que eu aprendi a lê eu sou só PS em
todas as matérias. Eu me sinto muito feliz em ser só “Parabéns”.
A adolescente D traz em sua narrativa detalhes de quem agora pode narrar o seu cotidiano, o
trabalho em casa, os programas de TV, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e
conclui, prazerosamente, que sabe ler bem, bem, e que agora ela era só Progressão Simples (PS),
diferente do conceito que a acompanhou por cinco anos, qual seja, Progressão Parcial com Apoio
Pedagógico (PPAP), e hoje é só parabéns.
Fonte: RODRIGUES, Ádria Maria Ribeiro; MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti; ROCHA, Simone Albuquerque da; DOMINGUES, Isa
Mara Colombo Scarlati. Caso de Ensino na formação de professores: quando a narrativa de uma adolescente provoca a
reflexão/formação. Revista de Educação Pública, Cuiabá, Mato Grosso, v. 26 n. 61 p. 13-30 jan./abr., 2017.
Os autores explicam que, normalmente, se pressupõe “que o
A INFLUÊNCIA DO histórico dos alunos – como renda, educação dos pais e outros
fatores familiares – seja o principal motivo para grandes
PROFESSOR NO diferenças no desempenho deles”, entretanto, há evidências
DESEMPENHO DOS de que
Formação inicial em
uma instituição
específica
Desenvolvimento
contínuo
formação em ingresso na
serviço carreira docente
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL DOCENTE
Pode adotar
O professor é visto É concebido como
diferentes formas
como um prático um processo
em diferentes
reflexivo colaborativo
contextos.
CARACTERÍSTICAS DO DESENVOLVIMENTO
PROFISSIONAL DOCENTE (MARCELO, 2009)
Sparks e Hirsh (1997) identificaram
algumas das mudanças no
desenvolvimento profissional docente
De um desenvolvimento profissional orientado para o para outro orientado para o desenvolvimento da
desenvolvimento do indivíduo organização
De uma focagem centrada nas necessidades dos para outra centrada nas necessidades de
adultos aprendizagem dos alunos
Canindé é uma cidade do sertão cearense com uma população de 74.473 habitantes
e que enfrenta longos períodos de seca, com Índice de Desenvolvimento Humano e
Educacional de 0,612, segundo dados do último censo do IBGE, em 2017. A renda
dos trabalhadores formais é de 1,7 salários mínimos e 54% da população possui uma
renda per capita menor ou igual a meio salário mínimo considerado baixo na
classificação desse órgão.
RELATO DA PROFA. VERÔNICA
A Veronica é professora efetiva da cidade de Caninde-CE.
CARACTERÍSTICAS
A identidade profissional
A existência de uma identidade
profissional contribui para a
percepção de autoeficácia,
DA IDENTIDADE
docente compõe-se de motivação, compromisso e
subidentidades mais ou menos satisfação no trabalho do
interrelacionadas. professor e é um fator
Estas subidentidades têm a ver importante para que este se
com os diferentes contextos em converta num bom professor.
que os professores se movem. A identidade é influenciada por
aspectos pessoais, sociais e
cognitivos.
Segundo Dubar (1997), existem modos de identificação
que são variáveis ao longo da história coletiva e da
vida pessoal dependem do contexto.
Sociedade em mudança
Contexto de mudanças
sociais complexas e de
incertezas
implicações para a
profissionalidade docente
Algumas situações no contexto da escola...
Inovações no campo das TICs Os professores que trabalham A sociedade tende a esperar
ao mesmo tempo em que em setores populares tendem
mais do que a escola é capaz
a expressar uma visão negativa
apresentam possibilidades, e pessimista sobre estudantes de produzir -
produzem uma sensação de e seu interesse e capacidade transbordamento da função
obsolescência de aprender. da escola.
(FANFANI, 2007)
Trecho identidade: https://www.youtube.com/watch?v=sMaWuh6nw3g
Completo: https://www.youtube.com/watch?v=1miAVUQhdwM&t=11s
MODERNIDADE SÓLIDA X MODERNIDADE LÍQUIDA
LÍQUIDA
exato. fluidez e a efemeridade das
A sociedade moderna tinha relações.
uma sede insaciável de Mundo fluido e liquidificado
normas que não deram conta que impõe uma cultura do
de ordenar as relações e se desengajamento, da
tornaram progressivamente descontinuidade e do
ambivalentes. esquecimento
https://www.youtube.com/watch?v=1miAVUQhdwM&t=11s
O DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL E O PROCESSO DE SE TORNAR PROFESSOR
Em grupo:
Explicar como compreenderam esses
conceitos e a figura das dimensões do
perito adaptativo.
DESENVOLVIMENTO DE EXPERTISE (ORLAND BARACK, 2014)
Interior Exterior
Três categorias de experiências que influem nas crenças e conhecimentos
que os professores têm sobre o ensino