2018 Experiências em Ensino de Ciências V.13, No.1

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Experiências em Ensino de Ciências V.13, No.

1 2018

ELABORAÇÃO E APLICAÇÃO DE UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA SOBRE A QUÍMICA


DOS COSMÉTICOS

Elaboration and Application of a Teaching-Learning Sequence on the Chemistry of Cosmetics

Julyana Cosme Rodrigues [july_cosme14@hotmail.com]


João R de Freitas Filho [joaoveronice@yahoo.com.br]
Queila Patrícia da Silva Barbosa de Freitas [queila_psb@hotmail.com]
a
Departamento de Química, Departamento de Química –DQ, Universidade Federal Rural de
Pernambuco. Av. Dom Manoel de Medeiros, s/n, 52171-900, Recife, PE, Brasil.

bLadjane Pereira da Silva Rufino de Freitas [ladjanepsbr@yahoo.com.br]


Centro de Educação e Saúde – CES, Universidade Federal de Campina Grande – UFCG. Olho
D’Água da Bica, s/n, Centro, Cuité/PB.

Resumo

Este trabalho apresenta uma sequência didática sobre a química dos cosméticos, estruturada na
dinâmica dos três momentos pedagógicos. Durante os diferentes momentos buscamos caracterizar
as relações pedagógicas e epistemológicas através do processo de contextualização dos conteúdos e
construção dos significados científicos pelos estudantes. A aplicação desta sequência didática em
uma turma de terceiro ano do Ensino Médio demonstrou que a abordagem dos conteúdos de forma
dialogada estimulou o envolvimento dos estudantes com a aprendizagem, favorecendo a
apropriação da linguagem científica e facilitando a percepção das relações entre o conhecimento
químico e o contexto sociocultural dos estudantes envolvidos. Diante das atividades realizadas
pelos estudantes, foi possível perceber os avanços alcançados com esta estratégia de ensino,
demonstrados através da aquisição dos novos conhecimentos de Química manifestados durante a
realização dos experimentos, elaboração dos relatórios, portfólio e respostas aos questionários.
Além disso, o desenvolvimento da sequência didática articulada com a experimentação facilitou
progressivamente a aprendizagem dos estudantes em relação aos conteúdos – grupos funcionais e
funções orgânicas. Inferimos, ainda, que a vivência da sequência possibilitou avaliar níveis
diferenciados de compreensão dos conceitos químicos construídos, tais como, pH, solubilidade,
polaridade, ponto de fusão, grupo funcionais, forcas intermoleculares.

Palavras-chave: Sequência didática, Momentos Pedagógicos, Química dos Cosméticos.

Abstract

This paper presents a didactic sequence on the chemistry of cosmetics, based on the three
pedagogical moment dynamics. During different times we seek to characterize the pedagogical and
epistemological relations through the process of contextualization of the contents and construction
of scientific meanings by students.The application of this didactical sequence in a third-year high
school class have shown that approaching contents in a dialogical way stimulates students’
involvement with learning, supporting scientific language appropriation and favoring perception of
the relations between chemical knowledge and the sociocultural context of students involved. In
view of the activities carried out by the students, it was possible to perceive the advances achieved
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with this teaching strategy, demonstrated through the acquisition of new knowledge of Chemistry
manifested during the accomplishment of the experiments, elaboration of the reports and answers to
the questionnaires. Moreover, the development of the didactic sequence articulated with the
experiments facilitated progressively the students' learning in relation to the contents - functional
group and organic functions. We also infer that the experience of the sequence allowed to evaluate
differentiated levels of understanding of the chemical concepts, such as pH, solubility, polarity,
melting point, functional group, intermolecular forces.

Keywords: Teaching/learning sequence; Pedagogical moment; Chemistry of cosmetics.

INTRODUÇÃO

No ensino de ciências, o que se observa em geral nas escolas é a supervalorização dos


conteúdos, que em geral não são articulados a situações da vida real dos estudantes, o que de certo
modo contribui muito pouco para a formação plena do cidadão (SANTOS e SCHNELTZLER,
2003). No entanto, de acordo com Teixeira (2003, p. 178), a ciência que é ensinada nas escolas,
sustenta uma imagem idealizada e distante da realidade do trabalho dos cientistas, omitindo
antagonismos, conflitos e lutas que são travadas por grupos responsáveis pelo progresso científico.
Desse modo nas aulas de química, os estudantes são meros espectadores, ou seja, não possuem ou,
quando possuem, é mínima a participação ativa na construção de seu conhecimento.

Existem diversas estratégias de ensino utilizadas diariamente pelos professores em sala de


aula, tais como, aulas expositivas, debates e discussões em grupo, experimentação, elaboração de
projetos, jogos e simulações, dentre outros. Convém destacar que a dificuldade em escolher uma
estratégia de ensino é devido à heterogeneidade das salas de aula e o desinteresse dos estudantes em
determinados conteúdos. Logo, enfatiza-se aqui que infelizmente não existe um método milagroso
capaz de atender a todos os estudantes. Nesse caso cabe ao professor a escolha de uma estratégia
que mais se adeque àquela sala de aula. De acordo com o conteúdo a ser trabalho, esse exige
determinado tipos de atividades a ser utilizado pelo docente. De acordo com Laburú et al.(2003), a
aplicabilidade de determinada estratégia de ensino se dá conforme a necessidade de cada turma.
Nesse contexto de entendimento da turma agrega-se a importância dos professores estarem sempre
em busca de formação continuada, buscando melhorar suas competências e visando atuações cada
vez mais eficazes e eficientes em salas de aula, de modo que os estudantes atinjam os melhores
resultados possíveis. Segundo Carvalho (2003), a adoção de uma única estratégia de ensino, seja ela
qual for certamente compromete o desempenho de uma parcela dos estudantes por não respeitar as
suas diferenças individuais, quanto a sua maneira de assimilar os conteúdos propostos.
Neste contexto, a busca por estratégias de ensino que possam atuar como facilitadora no
fazer pedagógico é uma constante no planejamento dos professores. A sequência didática é exemplo
de estratégia que pode permitir que o estudante construa o conhecimento através de uma sucessão
de questionamentos, facilitando o fazer pedagógico. Planejar as atividades dos estudantes,
utilizando diferentes estratégias para melhoria do processo educativo, é a parte principal do fazer
docente. As ações precisam ser planejadas, levando em consideração as dificuldades específicas da
disciplina em questão, e apresentadas em níveis crescentes de complexidade, caso da sequência
didática.
Na elaboração da sequência didática, seguimos os três momentos pedagógicos propostos por
Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2011) – a problematização, a organização e a aplicação do
conhecimento. A problematização consiste em verificar o conhecimento prévio dos estudantes sobre

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o tema. Segundo os autores, esse momento é organizado de tal modo, que os estudantes sejam
desafiados a expor o que estão pensando sobre as situações (2011, p. 199). No momento seguinte,
que trata da organização do conhecimento os estudantes estudam os conteúdos necessários para a
compreensão do tema e contam com o monitoramento do professor. Segundo Delizoicov, Angotti e
Pernambuco (2011, p. 200), as mais variadas atividades são, então, empregadas, de modo que o
professor possa desenvolver a conceituação identificada como fundamental para uma compreensão
científica das situações problematizadas. E, para finalizar, temos a aplicação do conhecimento que
se destina, sobretudo, a abordar sistematicamente o conhecimento que vem sendo incorporado pelo
estudante, para analisar e interpretar tanto as situações iniciais que determinaram seu estudo como
outras situações que, embora não estejam diretamente ligadas ao motivo inicial, podem ser
compreendidas pelo mesmo conhecimento (DELIZOICOV, ANGOTTI e PERNAMBUCO, 2011,
P.201).
Entre uma variedade de temáticas a serem trabalhadas nas aulas de Química, estão os
cosméticos, que são usados diariamente, pelos estudantes, estando inseridos no seu dia a dia.
Parafraseando Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2002), os conhecimentos científicos estão
presentes no dia a dia dos estudantes, tanto pelos objetos e processos tecnológicos das diferentes
esferas da vida contemporânea quanto pelas formas de explicação científica. Ainda segundo
Krasilchik e Marandino (2004), é inegável atualmente a forte presença da ciência e da tecnologia no
dia a dia dos cidadãos, seja por meio das consequências que nos trazem ou pelos produtos que são
consumidos. Um dos fatores de importância situado entre as dificuldades no ensino da Química,
segundo Chassot (1990) é que os conceitos se encontram fora das vivências dos estudantes. Nesse
sentido, os cosméticos são um exemplo de produtos que envolvem diversos conceitos científicos e
que estão presentes na vida de boa parte da população.

Cosméticos e Ensino de Química


De acordo com Galembeck e Csordas (2009), o termo cosmético deriva da palavra grega
kosmetikós, que significa “hábil em adornar”. Segundo os autores são substâncias, misturas ou
formulações utilizadas pelas pessoas com finalidade de melhorar ou proteger a aparência ou o odor
do corpo humano. Atualmente no Brasil, os cosméticos são controlados pela Câmara Técnica de
Cosméticos da ANVISA (CATEC/ANVISA) e pela Resolução RDC nº. 211, de 14 de julho de
2005.
Apesar dos cosméticos estarem presentes constantemente no dia a dia dos estudantes, há um
desconhecimento de seus constituintes químicos (MUNCHEN, 2012). Nessa perspectiva, de acordo
com o autor, os cosméticos são um possível exemplo de produtos que estão relacionados a diversos
conceitos científicos da disciplina de química e que estão presentes na vida de boa parte da
população (MUNCHEN, 2012).
Por outro lado, de acordo Nogueira (2015), os cosméticos fazem parte do cotidiano das
pessoas desde a antiguidade, que já utilizavam, por exemplo, alguns materiais como leite e mel para
banhos com o intuito de amaciar a pele. Mesmo sem saber nada relacionado às suas propriedades e
a razão de acontecer àqueles determinados efeitos, as pessoas faziam uso dos mais diferentes tipos
de produtos, repassando um conhecimento popular historicamente acumulado com o objetivo do
embelezamento, bem-estar e higiene.
A temática dos cosméticos possibilita uma abordagem de conceitos Químicos no Ensino
Médio contemplando uma contextualização sociocultural, onde o conhecimento científico está
inserido nos diferentes setores da sociedade, bem como suas relações com os aspectos políticos,
econômicos, sociais e tecnológicos (BRASIL, 2002).

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Neste trabalho, relataremos a elaboração e aplicação de uma sequência didática


desenvolvida com atividades de laboratório, jogos e registro textual (resenha, relatório e portfólio)
utilizando como temática a Química dos Cosméticos. Segundo Zabala (1998, p. 20) as sequências
didáticas são uma maneira de encadear e articular as diferentes atividades ao longo de uma unidade
didática. De acordo com o papel atribuído a cada um dentro deste processo, teremos um efeito, uma
consequência para as atividades planejadas e, consequentemente, para as sequências didáticas. Para
elaborar uma sequência didática (SD) é de extrema importância buscar um tema geral, o qual em
sua formulação consiga resumir o aspecto da realidade dos estudantes, pois segundo Freire (2008, p,
101), o momento desta busca é o que inaugura o diálogo da educação como prática da liberdade. É
o momento em que se realiza a investigação do que chamamos de universo temático do povo ou o
conjunto de seus temas geradores.

PERCURSO METODOLÓGICO
A sequência didática aqui apresentada pautou-se na temática Química dos cosméticos, mais
especificamente a Química dos xampus e dos perfumes, que foi elaborada para ser trabalhada com
estudantes dos terceiros anos do Ensino Médio. Além das questões a serem discutidas sobre a
Química dos cosméticos, buscou-se apresentar ainda, a relação da referida temática com os
conceitos químicos, tais como grupos funcionais e funções orgânicas.
No desenvolvimento da sequência didática (SD) todas as atividades propostas, foram
planejadas para ser realizadas em seis aulas. A primeira com duração de 60 minutos; a segunda e
terceira com duração de 120 minutos; a quarta e quinta com duração de 120 minutos e a sexta aula
com duração 60 minutos (Tabela 1). Muitas estratégias e recursos didáticos foram selecionados,
como levantamentos das concepções prévias, charges, textos, questionários, experimentos, projetor
de multimídia, vidrarias, reagentes e vídeos etc. A utilização dessas se dá com o intuito de
promover uma aprendizagem mais significativa que venha a contribuir com o processo de ensino e
aprendizagem dos estudantes envolvidos.

Tabela 1. Descrição das atividades da SD e conteúdos químicos por aula.

Aula Tema Estratégias de Ensino/Recursos Conteúdos


1 Cosméticos Levantamento de concepções Grupos funcionais
previas/Charges, textos, questionário.

2e 3 Química dos xampus Exposição dialogada, Experimentação e Funções Orgânicas


Escrita de relatório/Textos, (Haletos, Álcool,
Projetor multimídia, vidrarias e Amida,Fenol e
substâncias para realização de Éter)
experimentos.

4e5 Química dos perfumes Experimentação e Escrita de relatório Funções Orgânicas


/textos,vídeos, vidrarias e substâncias (Ácidos e Ésteres)
para realização de experimentos.

6 Considerações finais Exposição dialogada e portfólio/Projetor Funções Orgânicas


sobre Cosméticos multimídia, vídeos e questionário.

A sequência didática foi elaborada e desenvolvida segundo os três momentos pedagógicos


propostos por Delizoicov, Angotti e Pernambuco (2009): a problematização, a organização do
conhecimento e a aplicação do conhecimento. Para a problematização inicial, primeira aula foram
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propostas as seguintes questões, apresentadas para os estudantes, cujo objetivo foi analisar as
concepções dos estudantes por meio da temática, objeto do estudo.
1. Você costuma lê os rótulos dos cosméticos?
2. Você conhece alguns constituintes químicos dos cosméticos usados pela população?
3. Qual a diferença entre xampu com sal ou sem sal? Por que?
4. Qual a composição química dos xampus?
5.Por que alguns perfumes duram mais tempo do que outros?
Para a organização do conhecimento elaborou-se as aulas de número 2, 3, 4 e 5, as quais
foram trabalhadas através de exposição dialogada. Elaborou-se dois questionários que serviram de
suporte para o professor ao se fazer uso da sequência didática proposta, conforme apresentado na
Tabela 2.

Tabela 2. Propostas de questionários elaborados para as respectivas aulas.

Aulas 2 e 3: Química dos Xampus Aula 4 e 5: Química dos Perfumes

1. Qual a diferença entre xampu sem sal e com 1. Por que alguns perfumes duram mais tempo
sal? do que outros?
2. Qual a composição do xampu? 2. Qual a composição do perfume?
3. Quais grupos funcionais estão presentes no 3. Quais grupos funcionais estão presentes no
xampu? perfume?
4. Existem diferenças entre grupos funcionais e 4. Com relação ao Eugenol, responda:
funções orgânicas?
5. Com relação ao composto responda:

a) Quantas ligações o carbono pode fazer?


b) Que tipo de ligação química está presente
com mais frequência nos compostos orgânicos?
a) Identifique os grupos funcionais no c) Identifique os grupos funcionais no
composto. composto.
b) O composto tem centro de quiralidade?
Indique-os.

Após discussão dos questionários, propor-se aos estudantes a realização de dois


experimentos simples, a saber: a) preparação de xampu, b) obtenção de óleos essenciais. A tabela 3
sumariza os procedimentos e os materiais que foram utilizados em cada experimento.

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Tabela 3. Experimentos, materiais e procedimentos realizados na sequência didática.


Experimento1: Preparação de xampu Experimento2. Obtenção de óleos essenciais

Materiais Materiais
Lauril sulfato de sódio (concentrado), base para Laranja, faca, ralador, estufa, béquer,
shampoo, essências (erva doce e morango), erlenmeyer, bastão de vidro, placa de petri,
extrato de glicólico, água deionizada, corante a papel alumínio.
base de água, béquer, bastão de vidro. Procedimentos
Retirou a casca da laranja, evitou-se cortar o
Procedimentos bagaço, para obtenção de melhores resultados
Em um béquer de 200 mL foi adicionado 1,20 em seguida secou-se a casca em uma estufa a 40
0
mL da base para xampu em seguida 100 mL de C. Com o auxílio de um ralador moeu-se a
água deionizada. A mistura foi levemente casca. Dando continuidade encheu um béquer
agitada com um auxílio de um bastão e em de 200L com água morna, que não deve estar
seguida adicionou 10 mL de extrato glicólico muito quente (a temperatura ideal é de cerca de
sob agitação. Após adicionou 10 mL de lauril e 30 ºC) e em seguida colocou-se o frasco de
100 gotas da essência e 20 gotas do corante a álcool na água morna e deixou mergulhado por
base de água. Observou-se e anotou os aproximadamente 20 minutos. Colocou as
resultados. cascas moídas em um erlenmeyer e, em
seguida, acrescentou o álcool até cobrir o
conteúdo por completo. Depois disso, tampou o
erlenmeyer e agitou com vigor por alguns
minutos. Com um filtro de café, coou a solução
em uma placa de petri. Não deixe de tirar todo o
líquido do frasco. Cobriu a placa de petri com
um pedaço de papel alumínio com furos e
deixou a solução em repouso por alguns dias
para que o álcool restante evaporasse.
Observou-se e anotou os resultados.

Finalmente, na etapa de aplicação do conhecimento, propôs aos estudantes a escrita de um


portfólio sobre as questões problematizadas ao longo de todas as intervenções pedagógicas e
também foram respondidas questões referentes aos conceitos abordados e diálogos referentes à
relação entre os conhecimentos abordados na temática. Ainda nessa etapa, os professores
propuseram aos estudantes a elaboração de relatório individual dos experimentos realizados.

RESULTADOSE DISCUSSÃO
No primeiro momento, o professor aplicou um questionário sobre a temática com o intuito
de averiguar o conhecimento prévio dos estudantes. O questionário abordou questões
problematizadoras sobre a química dos cosméticos. A tabela 4 sumariza as questões propostas sobre
a temática e as contribuições dos estudantes. Esse momento teve como objetivo iniciar o diálogo e
as problematizações para o desenvolvimento do tema.

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Tabela 4. Questões problematizadoras para observar os conhecimentos prévios dos estudantes


sobre a química dos cosméticos.

QUESTÕES PROBLEMATIZADORAS CONTRIBUIÇÕES DOS ESTUDANTES

1. Você costuma lê os rótulos dos cosméticos? RP1: Sim, pois a marca é primordial e
também pela ação do que está escrito no
rótulo.
Não. Pergunto ao vendedor qual é a melhor
marca...
2. Você conhece alguns constituintes químicos RP2: Muitos produtos de beleza têm na sua
dos cosméticos usados pela população? estrutura água, enxofre, formol, álcool, óleos
e outros.
3. Qual a diferença entre xampu com sal ou sem RP3: Não uso xampu com sal, danifica o
sal? Por que? cabelo....
Compro xampu sem sal por que minha amiga
falou que era melhor...
4. Qual a composição química dos xampus? RP4: Água, acetona
Água e álcool
Água e formol.

5. Por que alguns perfumes duram mais tempo do RP5: Os perfumes que tem durabilidade
que outros? maior são mais concentrados do que os que
duram menos...
Depende da marca de perfume.
O perfume pode durar muito tempo ou não,
por causa do suor, ou seja, à temperatura e a
atividade física que a pessoa faça poderia
interferir na duração do perfume...

A partir das contribuições dos estudantes (Tabela 4), percebe-se que as mesmas deram suporte
ao professor para que ele pudesse nortear e delinear seu fazer pedagógica a partir das concepções
levantadas pelos estudantes permitindo a (re)construção do conhecimento, de modo a favorecer o
processo de ensino e da aprendizagem.

A primeira questão envolveu os diversos apontamentos dos estudantes sobre as questões


referentes aos rótulos dos cosméticos. Para averiguar se as informações contidas nos rótulos são um
fator decisivo na escolha dos cosméticos, questionamos os estudantes acerca de quais aspectos são
levados em consideração na hora da compra desse produto.
Ao analisar as respostas dos estudantes, percebe-se que a maioria considera as informações
contidas nos rótulos como fator decisivo na escolha do xampu. Nesse sentido é necessário que os
estudantes saibam interpretar os rótulos dos cosméticos. É importante que eles discutam as
informações contidas nos rótulos, nas aulas de química, pois essas se constituem um recurso
interessante para desenvolver conceitos químicos e ainda permite aos estudantes embasamento
científico.
De acordo com a análise das respostas obtidas a partir da pergunta: Você conhece alguns
constituintes químicos dos cosméticos?, percebe-se que 56% dos estudantes responderam água.
Com base no resultado, obtidos nessa pergunta, pudemos perceber que os constituintes dos
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cosméticos, de fato, poderiam ser tema de muita discussão e aprendizagem entre os estudantes,
visto que sua aplicação é contínua e seu uso é de grande importância para a maioria destes.
Notamos também a necessidade de esclarecer algumas concepções que os estudantes tinham sobre o
tema e ampliar seus conhecimentos dos saberes científicos que envolvem a temática para que, deste
modo, pudéssemos contribuir para a construção de saberes que possíveis de serem refletidos no seu
dia a dia.
Ao analisar as respostas referentes à terceira questão (Tabela 4), observou-se que a maior parte
dos estudantes desconhece a diferença entre xampu com e sem sal e utiliza no seu dia a dia o sem sal,
pois com sal danifica o cabelo.

De acordo com a análise das respostas relacionada à quarta questão, percebe-se que 37% dos
estudantes responderam água e 53% responderam álcool, porém desconhecia o tipo de álcool
utilizado.
Por fim, em relação às respostas referentes à quinta questão, pode-se observar que os
estudantes apresentaram diversos conhecimentos prévios acerca do tema. Eles citaram que na
composição dos perfumes há álcool e água, o que permitiu que o professor, com base nessas
informações, trabalhasse com os estudantes o conteúdo químico de funções orgânicas, por exemplo.
Na questão os estudantes não relacionaram a presença do álcool com a volatilidade do perfume e a
sua mudança de estado físico, o que permitiu ao professor trabalhar conteúdos de mudança de
estado físico, difusão dos gases e interações intermoleculares.
Com base nas observações dos conhecimentos prévios dos estudantes, realizou-se o segundo
momento pedagógico, ou seja, a organização do conhecimento. Nesse momento, a partir do
diálogo-problematizador da etapa anterior, o professor organizou situações que possibilitaram a
aprendizagem dos temas: Química dos xampus e Química dos perfumes. Nessa etapa, de acordo
Delizoicov et al. (2009, p. 201), as mais variadas atividades são então empregadas, de modo que o
professorpossa desenvolver a conceituação identificada como fundamental para uma compreensão
científica das situações problematizadas.
Desta forma, após o levantamento das concepções prévias dos estudantes os mesmos foram
convocados à leitura do texto: “Xampu com ou sem sal: uma temática nas aulas de química no
ensino médio” de Correia et al. (2014) extraído da Revista Experiências em Ensino de Ciências,
v.9, No. 2; de forma compartilhada e em seguida fez-se uma resenha do mesmo.
Em seguida, a temática Química dos xampus foi trabalhada em duas aulas (cada aula com
duração de sessenta minutos). A primeira aula consistiu em esclarecer dúvidas dos estudantes através
de uma exposição dialogada, onde foram abordados os conteúdos de grupos funcionais e funções
orgânicas com ênfase em propriedades, estrutura dos grupos e nomenclatura. Ainda nesta aula
foram respondidas algumas questões do livro didático. Dando continuidade, na segunda aula, foi
trabalhado as questões do questionário do Quadro 1.

Entretanto, na segunda aula, após discutirmos com os estudantes o conceito de sal, grupo
funcional, função orgânica e isomeria versus quiralidade, foi proposto o questionário do quadro 1.
De acordo com dados do quadro, observou-se que a maioria dos estudantes compreendeu a
diferença entre xampu com sal e xampu sem sal; a diferença entre grupo funcional e funções
orgânicas; o conceito de isomeria e quiralidade; bem como, a função do cloreto de sódio na
formulação do xampu.

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Quadro 1. Questões elaboradas e contribuições dos estudantes para temática Química dos xampus.

Aula 2: Química dos Xampus


QUESTÕES CONTRIBUIÇÕES DOS ESTUDANTES
1. Qual a diferença entre shampoo sem sal RP1. O xampu sem sal não contêm cloreto de
e com sal? sódio (NaCl). O NaCl é adicionado ao xampu para
deixar com maior viscosidade e consistência.
2. Qual a composição do shampoo? RP2. Os xampus são materiais utilizados na
limpeza dos cabelos e contêm em suas
formulações um ou mais tipos de detergentes
sintéticos: Alquilbenzeno - sulfonatos de sódio;
sulfato sódico de laurila e ácido cítrico.

3. Quais grupos funcionais podemos RP3. Dupla ligação, carboxilato, ácido carboxílico,
encontrar no shampoo? ésteres, hidroxila etc.

4. Existe diferença entre grupos funcionais RP4. Sim


e funções orgânicas? Função orgânica é um álcool, um éster, um éter,
um hidrocarboneto cetona, um composto
carbonílico (aldeído, cetona, ácido carboxílico,
ésteres), e grupo funcional é aquilo que caracteriza
a função, por exemplo: o grupo funcional do
álcool é a hidroxila - OH; a do hidrocarboneto
alqueno a dupla ligação do aldeído, cetona, ácidos,
ésteres a é a carbonila - C=O.

5. Com relação ao composto responda: RP5. a) Éter, amida, haleto, amina.


b) Sim. Tem dois estereocentro no anel de
cinco membros com dois átomos oxigênio.

a) Identifique os grupos funcionais no


composto.
b) O composto tem centro de quiralidade?
Indique-os.
RP: Resposta da pergunta

Ao analisar as respostas dispostas no Quadro 1 e após leitura e aula expositiva, já percebe


que em relação pergunta de número 1, uma parte dos estudantes (30%) respondeu que a presença do
sal (NaCl) na formulação do xampu está condicionada ao ajuste da viscosidade. Os estudantes
afirmaram também que o sal presente no xampu pode danificar o cabelo, e ainda, que o uso do
xampu sem sal é menos agressivos aos cabelos. Já na concepção de Silva et al. (2011), não existe
influência do xampu com sal e sem sal nos atributos sensoriais de cabelos naturais e quimicamente
modificados. Ainda, a presença do sal (NaCl) na formulação do xampu está condicionada ao ajuste
da viscosidade e consistência do produto, agindo como espessante.
Com relação às perguntas de número 2, 3 e 4, os estudantes citaram que na composição de
um xampu, além do cloreto de sódio, alguns tensoativos são usados, tais como, alquilbenzeno -
sulfonatos de sódio; sulfato sódico de laurila e ácido cítrico. Nesse momento, os estudantes

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desenharam as estruturas dos compostos e identificaram os grupos funcionais presentes e a


corresponde função orgânica do mesmo.
Na última pergunta do questionário, além do conceito de grupo funcional e função orgânica,
a mesma estava tratava do fenômeno de isomeria e quiralidade. Nessa questão a maioria dos
estudantes identificou os grupos funcionais, a função orgânica, o tipo de isômero e o centro de
quiralidade, presentes na molécula alvo.
Dando continuidade ao segundo momento pedagógico e nas aulas 4 e 5 foram abordados a
temática da Química dos perfumes. Na aula quatro, o professor apresentou aos estudantes dois
vídeos: “história do perfume no mundo”; e “aí tem química?”, os dois vídeos tiveram duração de 16
minutos. Convém destacar que os vídeos retratam a origem do perfume desde as civilizações
antigas até os dias atuais; as técnicas utilizadas para a obtenção dos óleos essenciais, como o arraste
a vapor, prensa e fluido supercrítico.
Ao final das exibições os estudantes debateram e expuseram suas dúvidas. Para dar uma
ênfase maior ao assunto em questão, o professor entregou a cada estudante uma cópia do texto
“Perfumes uma química inesquecível” (Dias e da Silva, 1996, p. 03-06). O texto aborda a origem
dos perfumes e a sua composição química. Em seguida, com auxílio de projetor de multimídia o
professor apresentou alguns compostos sintéticos utilizados como fragrâncias artificiais e trabalhou
os conceitos de função orgânica, grupo funcional, tipo de ligação e tetravalência do carbono, ponto
de ebulição, solubilidade, polaridade e forças intermoleculares, etc.
Na quinta aula, o professor solicitou aos estudantes que respondessem a questões
relacionadas à química dos perfumes, retiradas do texto, cujas contribuições estão expressas no
Quadro 2.

Quadro 2. Questões elaboradas e contribuições dos estudantes para temática Química dos esmaltes.

Aula 4 e 5: Química dos perfumes

QUESTÕES CONTRIBUIÇÕES DOS ESTUDANTES


1. Por que alguns perfumes duram mais RP1: O que determina a durabilidade é a sua
tempo do que outros? estrutura...
Depende de sua concentração.
A fixação dos perfumes se deve as forças
intermoleculares...
Demora mais para evaporar...
2. Qual a composição do perfume? RP2: Os perfumes são misturas complexas de
compostos orgânicos.
A mistura complexa é chamada de fragrância.
Fragrâncias artificiais: α-amilcinamaldeído, ácido
fenilacético, benzoato de metila, p- anilsaldeído, 3-
ciclo-hexenil-1,3-dioxano e trinitrobutil m-xileno.

3. Quais grupos funcionais podemos RP3: Aldeído, ácido carboxílico e éster


encontrar no perfume? (Carbonila), alqueno, aromático (dupla ligação),
éter (R-O-R’), hidroxila (álcool e fenol),

RP4: O carbono é tetravalente, ou seja, ele liga


4.Com relação ao Eugenol, responda: quatro vezes.
Ligação covalente é a ligação que encontramos
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nos compostos orgânicos.


Na molécula de eugenol encontramos grupo
hidroxila (OH), grupo éter (R-O-R’) e dupla
a) Quantas ligações o carbono pode fazer? ligação (alqueno e aromático). A dupla ligação é o
b) Que tipo de ligação química está grupo funcional mais simples.
presente com mais frequência nos
compostos orgânicos?
c) Identifique os grupos funcionais no
composto.
RP: Resposta da pergunta

Ao analisar as respostas sumarizadas no Quadro 2, após apresentação de vídeos, leitura de


texto e aula expositiva, percebe-se em relação pergunta de número um, que 90% dos estudantes
mencionam que a durabilidade do perfume depende da sua estrutura química e da concentração;
30% associaram que a fixação dos perfumes se deve as forças intermoleculares e 60% não citaram
as forças intermoleculares, mas responderam corretamente, apresentando uma resposta mais direta e
superficial, pois a volatilidade é dependente das forças intermoleculares.
Em relação à composição dos perfumes, pergunta de número dois, inicialmente os
estudantes relataram que o perfume é uma mistura complexa de substâncias orgânicas, denominada
de fragrâncias. Segundo eles as fragrâncias podem ser naturais ou artificiais. Dentre as artificiais
eles citaram: α-amilcinamaldeído, ácido fenilacético, benzoato de metila, p- anilsaldeído, 3-
ciclohexenil-1,3-dioxano e trinitrobutilm-xileno.
Em relação à pergunta de número três, 90% dos estudantes identificaram o grupo carbonila
de éster, de ácido carboxílico, de aldeído etc., bem como o grupo hidroxila de álcool e fenol. Alguns
mencionaram o grupo funcional de éter e de compostos insaturados.
Por outro lado, ao apresentar aos estudantes a estrutura do eugenol, última pergunta, esta
reforçou conceitos daqueles estudantes que tinham dúvidas quanto às definições e as diferenças
entre álcoois e fenóis, ou seja, ao final da atividade todos os estudantes conseguiram identificar e
diferenciar álcoois de fenóis. As justificativas dos estudantes basearam-se no fato de a hidroxila não
estar ligada a carbono saturado.
No que diz respeito aos experimentos realizados, tanto o experimento sobre preparação de
xampu, quanto o experimento de obtenção de óleos essenciais, observamos uma notável
demonstração de interesse por parte dos estudantes em identificar e compreender a presença das
funções orgânicas, em substâncias presentes nos cosméticos e que eles utilizam diariamente e,
assim, mostraram-se motivados a aprender, questionar e discutir sobre o que foi estudado. Na
preparação de xampus pelos estudantes, em aula experimental, alguns conceitos foram construídos,
tais como, pH, solubilidade, sais, funções orgânicas, grupo funcional, dentre outros. A importância
das atividades experimentais foi evidenciada por Guimarães (2009), o qual afirma que a
experimentação é uma estratégia eficiente para criação de problemas reais que permitam a
contextualização e o estímulo de questionamento sobre o tema.
A utilização do procedimento experimental usado na extração do óleo essencial da casca da
laranja, na sexta aula, demonstrou ser uma atividade importante para assimilação dos conceitos de
destilação, ponto de ebulição, densidade e solubilidade etc. No processo de destilação, os estudantes
observaram após algumas horas, a passagem de vapor de água com pequenas gotas de óleo que
estavam sendo arrastado no processo de evaporação da água, o vapor se condensava ao entrar em
contato com a água gelada e era visível a formação de duas fases líquida, uma mais densa, a água e
outra menos densa, o óleo da casca da laranja. Este processo foi interessante para os estudantes,

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pois possibilitou que os mesmos entendessem o processo de obtenção do óleo para elaboração de
um bom perfume.
Desta forma, os estudantes compreenderam todo o processo, sistematizando por meio da
teoria com a prática em sala de aula, assimilando de maneira significativa o que foi apresentado.
Convém destacar que na aula experimental foram construídos com os estudantes, procedimentos
experimentais os quais os auxiliaram no decorrer das práticas.
Após a realização dos experimentos, eles responderam questões relacionadas com a
atividade experimental e, em seguida, foram realizados momentos de discussão das respostas
apresentadas pelos estudantes, de modo a promover uma melhor compreensão do que foi abordado
nos experimentos. Pois segundo Chassot (2014, p.55): “A nossa responsabilidade maior no ensinar
Ciências é procurar que nossos estudantes se transformem, com o ensino que fazemos, em homens e
mulheres mais críticos”.
E finalmente, na etapa de aplicação do conhecimento, os estudantes escreveram um portfólio
onde foram retomadas todas as questões problematizadas ao longo de todas as intervenções
didáticas dos professores e também foram respondidas questões referentes aos conceitos abordados
e diálogos referentes à relação entre os conhecimentos abordados na temática, como exemplos
podemos citar os seguintes textos descritos dos estudantes:
Na formulação dos xampus, além do cloreto de sódio, outros sais, como o lauril sulfato de
sódio, que é um dos tensoativos.
pH é um índice que indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de uma substância....
É necessário que os consumidores saibam interpretar os rótulos dos cosméticos, para tal, é
importante discutir as informações contidas nos rótulos...
Na fragrância artificial do óleo de laranja tem o grupo funcional aldeído.
No geraniol o grupo funcional hidroxila corresponde função fenol.
Ainda nessa etapa os estudantes elaboraram e apresentaram relatório individual dos
experimentos realizados; os quais deram origem aos dados para que os professores realizassem sua
avaliação em relação à metodologia utilizada.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com a utilização da temática dos cosméticos, foi possível estudar as funções orgânicas e
grupos funcionais, através da análise do rótulo dos produtos e do conhecimento das estruturas de
suas substâncias.
Através da estratégia usada durante a aplicação desse trabalho conseguiu-se alcançar todos
os objetivos pretendidos. A interação, a motivação e a construção de competências e habilidades
foram atingidas pelos estudantes envolvidos na proposta didática. Após a intervenção os estudantes
apresentaram domínio dos conteúdos, ou seja, funções orgânicas e grupos funcionais. Isso pode ser
constatado pelo que está escrito no portfólio e relatório das aulas experimentais.
A partir dos resultados encontrados nos questionários aplicados ao longo da sequência
didática é possível afirmar que inicialmente os estudantes encontraram dificuldades em identificar e
diferenciar funções orgânicas de grupos funcionais devido às suas similaridades. Os resultados
obtidos com a SD sobre a temática dos cosméticos, desenvolvida com os estudantes, permitiram
observar o envolvimento desses desde a investigação do tema até a avaliação final do trabalho,
tendo como alicerces o diálogo e a problematização.

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As atividades experimentais foram realizadas no intuito de proporcionar aos estudantes um


ambiente diverso do comum para estes, adicionalmente aos estudos realizados em sala de aula com
textos, rótulos e estruturas químicas. O procedimento experimental foi elaborado conjuntamente por
professor e estudantes, este foi extremamente necessário para construção de conceitos químicos, tais
como pH, solubilidade, polaridade, ponto de fusão, grupo funcionais, forcas intermoleculares etc.,
pois neste contexto atividades desta natureza não são corriqueiras e necessitam de um apoio maior
aos estudantes.
Por fim, a elaboração de sequências didáticas para se trabalhar os conteúdos no ensino de
química permite ao professor relacionar tais conteúdos com temáticas sociais promovendo uma
aprendizagem contextualizada e ao mesmo tempo a inserção de estratégias e recursos didáticos
diferenciados de modo a despertar a motivação nos estudantes, deste modo, favorecendo e tornando
o processo de ensino e de aprendizagem mais significativo.

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