Aula Teorica Patrimonio 2021
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PATRIMÓNIO
1.1. Introdução
O conjunto de elementos utilizados pelas entidades no exercício da sua actividade constitui o seu
património. Contudo, nem só os edifícios, numerário e equipamento utilizados constituem o
património. A empresa (ou qualquer outro tipo de entidade), no desenvolvimento da sua
actividade, estabelece relações que originam um conjunto de direitos e obrigações. Assim, serão
criadas dívidas a receber (créditos da empresa ou débitos de terceiros) que representam os
valores pertencentes à empresa; e, dívidas a pagar (débitos da empresa ou créditos de terceiros)
que representam valores pertencentes a terceiros e que a empresa se obriga a liquidar. Tanto as
dívidas a receber como as dívidas a pagar, são consideradas valores integrantes do património.
1.1.1. BENS:
Têm a forma física, são palpáveis, Ex.: Veículos, imóveis, mercadorias, dinheiro, móveis e
utensílios, ferramentas, etc.)
Não são palpáveis, não constituídos de matéria. Ex.: Marcas(2M, Coca-cola), patentes de
invenção (direito exclusivo de explorar uma invenção).
Vinculados ao solo. Não podem serem tirados sem destruição ou dano: edifício, árvores, etc.
Podem ser removidos por si próprios ou por outras pessoas: animais, máquinas,
equipamentos, estoques de mercadorias.
1.1.2. DIREITOS
São valores que a entidade tem a receber de terceiros, provenientes da venda ou
empréstimo de mercadorias, produtos, serviços ou bens. Ex.: valores a receber, títulos receber,
contas a receber, salários a receber.
1.1.3. OBRIGAÇÕES
São valores que a entidade tem a pagar a terceiros, provenientes da compra ou
empréstimo de mercadorias, produtos, serviços ou bens.
Em contabilidade consideram-se obrigações as seguintes: Empréstimos a pagar, Divida a
pagar, Impostos a pagar, Salários a pagar, entre outros.
O património individual pode estar subdividido em duas parcelas distintas: o conjunto de valores
afectos ao exercício do comércio (património comercial, também designado por “fundo de
comércio” e “estabelecimento comercial”) e o conjunto dos restantes valores (património
particular).
A sua composição;
O seu valor.
Onde:
PL – Património Líquido
B – Bens
D – Direitos
OB – Obrigações
Aplicações Origens
OBRIGAÇÕES
BENS + DIREITOS
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
O património de uma entidade, representado na figura acima, apresenta dois lados. O lado
esquerdo (bens + direitos) é denominado lado das aplicações de recursos e o lado direito
(obrigações + PL) é chamado lado das origens de recursos. A ciência contabilística preconiza
que as aplicações de recursos são iguais às origens de recursos. Esse preceito científico é
conhecido como método das partidas dobradas.
Também se denomina o lado das origens de recursos como o lado dos capitais.
Diferentemente do aspecto financeiro, sob o aspecto contabilístico, o termo capital pode
encontrar vários sentidos. Observando o lado dos capitais, se conclui que as entidades possuem
dois tipos de capitais:
Representam a diferença entre (Bens (+) Direitos) (-) (Obrigações). A primeira fonte de Capital
Próprio de uma entidade denomina-se Capital Social, que é o investimento inicial feito
Origens Aplicações
OBRIGAÇÕES
BENS + DIREITOS
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Origens Aplicações
BENS + DIREITOS OBRIGAÇÕES
iii. B + D < OB, significa que o Património Líquido (PL < 0 ou negativo)
Origens Aplicações
BENS + DIREITOS
OBRIGAÇÕES
PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Origens Aplicações
PATRIMÔNIO LÍQUIDO OBRIGAÇÕES
Origens Aplicações
PATRIMÔNIO
BENS + DIREITOS LÍQUIDO
Os elementos patrimoniais podem ser reunidos em grupos que desempenham a mesma função
económica ou financeira, constituindo verdadeiras massas (classes de elementos) patrimoniais.
Assim, num dado património, podemos distinguir dois grandes grupos antagónicos:
i. O dos valores positivos, constituído por elementos que representam aquilo que se possui
ou se tem a receber, ou seja, bens e direitos. Estes concretizam uma vontade de acção
económica para prossecução dos objectivos propostos. Os bens e direitos representam,
precisamente, os meios daquela acção, daquela actividade, pelo que o respectivo conjunto
se designa por Activo;
ii. O dos valores negativos, constituído por elementos que representam aquilo que se tem a
pagar, ou seja, obrigações, cujo conjunto se designa por Passivo.
Entende-se por valor do património, a quantia que seria preciso dar para o obter, isto é, para
receber em troca todo o activo, ficando ao mesmo tempo com o encargo de pagar todo o passivo.
Sendo o activo, conjunto de valores positivos e o passivo, conjunto de valores negativos, o valor
do património corresponde à soma algébrica das duas classes de elementos.
Sendo a situação líquida dada pela diferença entre o activo e o passivo e vistas que foram as
noções destes últimos, facilmente se depreende que ela representa o conjunto de valores que
pertencem efectivamente ao proprietário da empresa, ou seja, representa os direitos deste último
sobre as propriedades da mesma. Em termos monetários, a situação líquida ou capital próprio
num dado momento, representa o valor que o proprietário da empresa teria direito a receber se
cessasse a sua actividade, liquidando o património (do ponto de vista contabilístico), nesse
momento.
2) O activo e o passivo são iguais, não havendo, neste caso situação líquida, ou seja, ela é
nula.
3) Por último, o activo pode ser inferior ao passivo. Neste caso, existe um excesso de
valores passivos sobre os activos (deve-se mais do que se possui e se tem a receber).
Logo, a situação líquida diz-se Passiva e corresponde a um capital próprio negativo.
Para efeitos académico, há que considerar a situação líquida inicial, situação líquida adquirida,
situação líquida retida e situação líquida final, que é determinada por meio de balanços
sucessivos ao longo do exercício das actividades de uma unidade económica.
O património de uma unidade económica está sujeito a uma contínua transformação motivada
por dois tipos de acontecimentos, sendo:
Acontecimentos normais ou voluntários que resultam das operações efectuadas,
voluntariamente, pela unidade económica (compras, pagamentos, vendas, saques, aceites,
recebimentos, etc.);
Acontecimentos extraordinários ou involuntários, que são independentes da vontade da
empresa (incêndios, roubos, quebras, etc.)
Estes dois tipos de acontecimentos constituem factos patrimoniais. Assim, factos patrimoniais é
tudo aquilo que implica variações no património.
Despesas: Representam os gastos que a entidade tem e tendem a diminuir seu Património
Líquido.
Lucro: Ocorre quando as receitas são maiores que as despesas num determinado período.
Prejuízo: Ocorre quando as receitas são menores que as despesas num determinado
período.
BORGES, António; e outros, Elementos de Contabilidade Geral, 22ª edição, Áreas editora,
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