Ética Profissional

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Introdução

O presente trabalho trata do Individualismo e Ética profissional. No entanto, é interessante


observar que cada sociedade, cada país é composto de pessoas diferentes entre si. Não somente
são diferentes em função de suas personalidades singulares, como também o são relativamente a
categorias ou grupos de pessoas: elas podem ser classificadas por sexo, etnia, classe social,
opção política e ideológica.

O exercício profissional é um dos campos mais carentes no que diz respeito à aplicação da ética.
O profissional enfrenta problemas éticos quando do exercício da profissão que se circunscrevem
nos conceitos de dever, direito, justiça, responsabilidade, consciência e vocação, por isso é de
extrema importância o estudo nessa área.

Este trabalho apresenta alguns aspectos da ética profissional e o individualismo, no entanto não
esgotou por completo o fenómeno individualismo e ética profissional nas organizações.

Objectivos

Objectivo Geral

 Conhecer e desenvolver uma concepção teórica acerca do individualismo e ética


profissional.

Objectivos específicos

 Conceitualizar os conceitos de ética profissional e individualismo.


 Mencionar os riscos do individualismo em ambientes organizacionais;
 Mencionar os males do individualismo.

Metodologia

De acordo com Gil (2002), por pesquisa bibliográfica entende-se a leitura, a análise e a
interpretação de material impresso. Entre eles podemos citar livros, documentos mimeografados
ou fotocopiados, periódicos, imagens, manuscritos, mapas, entre outros. Portanto, para a
efectivação do presente trabalho recorreu para a pesquisa bibliográfica
Individualismo e Ética profissional

Ética

O termo ética deriva do grego ethos (caráter, modo de ser de uma pessoa). Ética é um conjunto
de valores morais e princípios que norteiam a conduta humana na sociedade. A ética serve para
que haja um equilíbrio e bom funcionamento social, possibilitando que ninguém saia
prejudicado. Neste sentido, a ética, embora não possa ser confundida com as leis, está
relacionada com o sentimento de justiça social.

A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais. Do ponto de
vista da Filosofia, a Ética é uma ciência que estuda os valores e princípios morais de uma
sociedade e seus grupos. Portanto, importa referir que a Ética é a ciência da moral, pois se
preocupa com os costumes tanto bons como maus.

Ética profissional

Muitos autores definem a ética profissional como sendo um conjunto de normas de conduta que
deverão ser postas em prática no exercício de qualquer profissão. Então, a ética profissional é um
conjunto de atitudes e valores positivos aplicados no ambiente de trabalho. A ética no ambiente
de trabalho é de fundamental importância para o bom funcionamento das atividades da empresa e
das relações de trabalho entre os funcionários.“Ética” como um sistema de julgamento de
condutas humanas, apreciáveis segundo valores, notadamente os classificáveis em bem e mal.”

Segundo o Manual de Ética Profissional (pág.7) "Tanto a Moral como o Direito baseiam-se em
regras que visam estabelecer uma certa previsibilidade para as acções humanas. Ambas, porém,
se diferenciam. A Moral estabelece regras que são assumidas pela pessoa, como uma forma de
garantir o seu bem-viver. A Moral depende das fronteiras geográficas e garante uma identidade
entre pessoas que sequer se conhecem, mas utilizam este mesmo referencial moral comum. O
Direito busca estabelecer o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado.
As leis têm uma base territorial, elas valem apenas para aquela área geográfica onde uma
determinada população ou seus delegados vivem.

Individualismo

O individualismo, em princípio, opõe-se a toda forma de autoridade ou controle coercitivo sobre


os indivíduos e coloca-se em total oposição ao coletivismo, no que concerne à propriedade. O
individualista pode permanecer dentro da sociedade e de organizações que tenham o indivíduo
como valor básico — embora as organizações e as sociedades, contraditoriamente, carreguem
outros valores, não necessariamente individualistas, o que cria um estado de permanente tensão
entre o indivíduo e essas instâncias de vida social.
A vida profissional o individualismo é demonstrado em buscar apenas o interesse pessoal,
desconsiderando o interesse colectivo. Portanto, individualismo é uma tendência, atitude de
quem vive exclusivamente para si, demonstra pouca ou nenhuma solidariedade; egoísmo,
egocentrismo.

Individualismo e Ética profissional

Parece ser uma tendência do ser humano, como tem sido objeto de referências de muitos
estudiosos, a de defender, em primeiro lugar, seus interesses próprios e, quando esses interesses
são de natureza pouco recomendável, ocorrem seríssimos problemas.

O valor ético do esforço humano é variável em função de seu alcance em face da comunidade. Se
o trabalho executado é só para auferir renda, em geral, tem seu valor restrito. Por outro lado, nos
serviços realizados com amor, visando ao benefício de terceiros, dentro de vasto raio de ação,
com consciência do bem comum, passa a existir a expressão social do mesmo.

Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente, tende a ter menor consciência de grupo.
Fascinado pela preocupação monetária, a ele pouco importa o que ocorre com a sua comunidade
e muito menos com a sociedade.

Para ilustrar essa questão, citaremos um caso, muito conhecido, porém de autor anônimo. Dizem
que um sábio procurava encontrar um ser integral, em relação a seu trabalho. Entrou, então, em
uma obra e começou a indagar. Ao primeiro operário perguntou o que fazia e este respondeu que
procurava ganhar seu salário; ao segundo repetiu a pergunta e obteve a resposta de que ele
preenchia seu tempo; finalmente, sempre repetindo a pergunta, encontrou um que lhe disse:
"Estou construindo uma catedral para a minha cidade".

A este último, o sábio teria atribuído a qualidade de ser integral em face do trabalho, como
instrumento do bem comum.

Como o número dos que trabalham, todavia, visando primordialmente ao rendimento, é grande,
as classes procuram defender-se contra a dilapidação de seus conceitos, tutelando o trabalho e
zelando para que uma luta encarniçada não ocorra na disputa dos serviços. Isto porque ficam
vulneráveis ao individualismo.

Riscos do individualismo

Segundo o Manual de Ética Profissional "a consciência de grupo tem surgido, então, quase
sempre, mais por interesse de defesa do que por altruísmo. Isto porque, garantida a liberdade de
trabalho, se não se regular e tutelar a conduta, o individualismo pode transformar a vida dos
profissionais em reciprocidade de agressão".

No entanto podemos citar os seguintes riscos: aviltamento de preços, propaganda enganosa,


calúnias, difamações, tramas e muito mais. Notando tudo na ânsia de ganhar mercado e subtrair
clientela e oportunidades do colega, reduzindo a concorrência. Igualmente, para maiores lucros,
pode estar o indivíduo tentado a práticas viciosas, mas rentáveis.

Em nome dessas ambições, podem ser praticadas quebras de sigilo, ameaças de revelação de
segredos dos negócios, simulação de pagamentos de impostos não recolhidos, etc.

Para dar espaço a ambições de poder, podem ser armadas tramas contra instituições de classe,
com denúncias falsas pela imprensa para ganhar eleições, ataque a nomes de líderes impolutos
para ganhar prestígio, etc.

Os traidores e ambiciosos, quando deixados livres completamente livres, podem cometer muitos
desatinos, pois muitas são as variáveis que existem no caminho do prejuízo a terceiros.

A tutela do trabalho, pois, processa-se pelo caminho da exigência de uma ética, imposta através
dos conselhos profissionais e de agremiações classistas. As normas devem ser condizentes com
as diversas formas de prestar o serviço de organizar o profissional para esse fim.

A conduta profissional, muitas vezes, pode tornar-se agressiva e inconveniente e esta é uma das
fortes razões pelas quais os códigos de ética quase sempre buscam maior abrangência.

A força do favoritismo, acionada nos instrumentos do poder através de agentes intermediários,


de corrupção, de artimanhas políticas, pode assumir proporções asfixiantes para os profissionais
menores, que são a maioria. Tais grupos podem, como vimos, inclusive, ser profissionais, pois,
nestes encontramos também o poder econômico acumulado, tão como conluios com outras
poderosas organizações empresariais. Portanto, quando nos referimos à classe, ao social, não nos
reportamos apenas a situações isoladas, a modelos particulares, mas a situações gerais.

O egoísmo desenfreado de poucos pode atingir um número expressivo de pessoas e até, através
delas, influenciar o destino de nações, partindo da ausência de conduta virtuosa de minorias
poderosas, preocupadas apenas com seus lucros. Sabemos que a conduta do ser humano pode
tender ao egoísmo, mas, para os interesses de uma classe, de toda uma sociedade, é preciso que
se acomode às normas, porque estas devem estar apoiadas em princípios de virtude.

Males do individualismo

EU SOU O CENTRO – O que EU quero, o que EU sei, o que EU faço. O individualismo existe
no ambiente de trabalho. Ao mesmo tempo que se apregoa as vantagens do trabalho em equipe,
estimulando a participação dos funcionários, preferencialmente em um ambiente
multidisciplinar, encontramos pessoas que não conseguem se envolver com os demais
integrantes do grupo. Pessoas que estão presentes apenas em corpo, alheias a todas as discussões
e propostas que não coincidam com suas próprias ideias.

EU ATROPELO – Sozinho EU vou mais rápido. Segundo Juarez Ferreira explica que algumas
pessoas “acreditam e defendem o individualismo como um aspecto necessário para
sobrevivência do ser humano neste mundo globalizado onde a competição é inevitável e que
facilmente nos transforma em objetos, números, mão de obra barata e escravos.” Essa
independência de ações baseia-se na crença de poder realizar suas atividades com excelência,
graças ao elevado nível de competência que possui.

EU ESTOU BEM – Para Tocqueville, o individualismo é um sentimento consciente que leva


cada cidadão a isolar-se da massa dos seus semelhantes. Assim, na empresa o funcionário não se
preocupa com as necessidades do conjunto de companheiros. Se EU estou bem, não me
interessa reivindicar melhoria das condições de trabalho. O individualista constitui a sua volta
uma pequena sociedade, para seu uso, e deixa voluntariamente de se interessar pela grande
sociedade propriamente dita.
Conclusão

Findo o presente trabalho concluiu-se que as virtudes, a felicidade, os medos, as conquistas, a


confiança são actos ou escolha de tais atos para fazermos uma sociedade justa, coletiva em prol
da humanidade vindoura, preparando ações que enraízam no ser do homem descobrindo a moral,
os costumes, quer sejam voluntárias ou indistintamente involuntárias em circunstâncias
particulares dos nossos actos.

No mundo contemporâneo, a ética busca valores que levam o homem no pensamento se suas
responsabilidades, seja como indivíduo em suas condutas do ser, da moral e bons costumes, que
ora distorcem numa ação de imoralidade, na irresponsabilidade de seus atos quanto ser que
pensa, age, no julgamento de valores que classificam a ação humana, nos direitos, deveres, no
dever ser.

A percepção do mundo moderno na vida coletiva, perde o sentido, quando os indivíduos se


apegam aos interesses da particularidade, no individualismo, no eu de cada ser, deixando o
egocentrismo se levar, invadindo aos problemas pessoais, de vizinhança, de família e
principalmente social. Precisamos trabalhar nossa psicologia comunitária, começar a entender o
conceito de comunidade, as práticas realizadas em Moçambique e no mundo, na sua elasticidade
de inclusão e não exclusão. Precisamos perguntar o que é correto, ou incorreto, de maneira clara,
não só para nós mesmos, mas no benefício da sociedade, do outro, assim a definição moderna da
ética nos leva ao caminho mais eloquente.

Nesse sentido, busca-se a ética no equilíbrio do homem, em seu comportamento moral, desde
história, nas experiências cotidianas para a satisfação de suas necessidades políticas, sociais,
econômicas.
Referências bibliográficas

CORTINA, A.; MARTINEZ, E(2005). Ética. São Paulo; Loyala.

CORTINA, A. Ética Mínima(2004). Introdução a La filosofia prática. 9 ed. Madrid: Tecnos.

DALAI – LANA(2006). Uma ética para o novo milênio. Rio de Janeiro: Sextante.

GARCIA, Claudia Amorim e COUTINHO, Luciana Gageiro(2004). Os novos rumos do


individualismo e o desamparo do sujeito contemporâneo. Psyche (Sao Paulo).

DUMONT, Louis(1999).Ensaios sobre o Individualismo:Uma perspectiva antropológica sobre a


ideologia moderna, Dom Quixote.

HOBSBAWM, Eric J(1990). Nações e Nacionalismo desde 1780: programa, mito e realidade.
Rio de janeiro, Paz e Terra.

KOMBO, Ernesto. Manual de Ética Profissional. Universidade Católica de Moçambique.

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