Archivo Da Relaçao de Goa, Vol. II (1641-1700)
Archivo Da Relaçao de Goa, Vol. II (1641-1700)
Archivo Da Relaçao de Goa, Vol. II (1641-1700)
https://books.google.com
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UNIVERSIDAD COMPLUTENSE DE MADRID
BIBLIBEFXATAMENTO
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DE M
O BIBLIOTECA
HISTORIA DEL DERECHO
Facultad / Escuela :
35.82
José Ignacio de Avranches Garcia ,
JUIZ DO MESMO TRIBUNAL .
SECULO XVII
INSTITUCIUNES
1641-1700. DE AMERICA
DIBLIOTECA
PARTE II
1X , 2.0 ,
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1874
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UNIVERSIDAD COMPLUTENSE
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EXCLUIDO DE PRESTAMO
ADVERTENCIA.
G Auctor,
1
1.
DOCUMENTOS DO SECULO XVII. 483
ARCHIVO
DA
RELACÃO DE GOA
DOCUMENTOS DO SÉCULO XVII.
164-1700.
Anno de 1641 .
Anno de 1642.
637
HANCELER
CH e desembargadores
El- Rei vos envio moito saudar. da Relação
Pelas deGoa. que
embarcações Eu
este anno vierão desse estado a cargo de Manoel de Liz , e
Bertola meu Gonçalves se recebeu a vossa carta porque me
significastes o contentamento e boa vontade com que vos
disposestes a me aclamar e obedecer, e ao juramento do
princepe Dom Theodosio, meu muito amado e presado filho;
e porque de assy haverdes obrado em materia tanto de
meu serviço , fico com a devida satisfação por ser muy con
>
Anuo de 16-13 .
638
639
IU El -Rey faço
saber aos que este alvará virem , que por
E parte de Alvaro Semedo da Companhia de Jesas , procu.
rador geral da ohristandade da China, me foi presentado hum
alvará assinado pelo sr. Rey Dom Sebastião, que santa gloria
aja, de que o treslado he o seguinte = ( Segue-se o alvará
dalado do 13 de Março de 1571), (a ) Pedindo -me o dito Al.
varo Semedo The fizesse mercê mandar-lhe passar o alvará
neste encorporado , por mais tres vias, para mandar aquellas
partes , ouve por bem de lhe man'lar passar este, pelas ditas
tres vias ; o qual se cumprirá tão inteiramente como nelle
se contem , sem duvila nem contradição alguma , e valerá
como carta ser embargo da ord . do 2. ° liv. tit. 40 em con.
trario. Manoel Antunes o fez em Lisboa a 10 de Março de
1644. Eu o secretario Affonso de Barros Caminha o fiz ese
crever.Rey.
Liv , verde 2. fol. 8 v.
Anno de 1645 .
640
642
UVI o mandado que manda El- Rey nosso sp. = Que toda
0 a pessoa de qualquer calidade e condição que seja, que
ſecolher ou liver recolhido em suas casas , ou fazendas ao
capitão da Náo Estrella , João Gonçalves , ou lhe der favor
ou ajuda por palavra ou obra , e o não descobrir e entregar ás
justiças do dito sr. , logo da publicação deste em dian.
DOCUMENTOS DO SECULO XVII . 487
Anno de 1646 .
042
644
OM Phelippe Mascarenhas, do conselho de estado de
S. Magestade, Viso Rei e capitão geral da India &c, Fa.
çu saber aos que este alvará virem , que sobre o requerimento
dos gentios com o Reverendo Padre Pai dos Christãos de Gua,
foi tomada pelos ministros da segunda instancia a det er
minação seguinte= Pela ordem e commissão do exm.º sr .
Dom Phelippe Mascarenhas do conselho de estado de
Sua Magestade, Viso Rei e capitão geral da India , forão
vistos na mesa da segunda instancia o requerimento e pa.
peis de Recumuny gentia viava de Beruá Chathiin , e os que
apresentou o Reverendo Padre Antonio Cerqueira da compa.
nhia de Jesus, Pai dos Christãos, eom as rasões de ambas as
partes, sendo legitimamente ouvidas , e se assentou para reso .
lução do caso presente, e os mais que ao diante se podem
offerecer, ser osſão o filho do infiel pela morte do pai , ainda
que tenha mãe , avós e outros ascendentes, e haver - se - lhe de
dar neste estado tutor christão que succede na guarda, cui.
dado, e direito paterno até idade de quatorze angos , a qual
opinião be verdadeira, e recebida em termos de direito come
mum , e manifestamente seguida nas ordenações de Sua Ma.
gestade, em quan!o arbitrão e nomeão somente orfão ao que
não tem pai ; e como tal The mandão dar lutur decidindo
que o possa ser a mesma mãi, significando que sem isso não
succede no direito paterno, assim se determinou no primei
ro concilio provincial de Goa, decr. 13, confirmado em no
me do dito sr. pelo Viso Rey Dom Aalão de Noronha no
anno de 1567; e depois no quiato concilio em 1606
acla 2.8 decr. 7 , definiado ser bastante 0 consenti .
mento do tutor christão , para o orfão antes de ter uso
de resão poder ser bautisado , ainda que a mãi , ou qualquer
dos ascendentes o contradiga , o que alem de ser conforme
a direito , e de grande utilidade e favor á christandade , se
3
6-15
ISO Rei da India , amigo . Eu El- Rey vos envio muito sau.
.
na ilha de Ceilão vos concedeu o Conde de Aveiras , que
enlão governava esse estado , isenção e jurisdicção dividida
da do dito Viso Rey ; e que por esta resão, e por a paleute
que se passou a Manoel Mascarenhas Homem , do cargo que
estava ocupando de geral daquella ilba , dizer que governa.
ria assida maneira que o fizestes, queria conservar em si
a mesma isenção e jurisdicção ) ; porque a dita palente não
comprehendeu nein podia comprehender este caso, de
que eu não tinha noticia , nem o dito Conde Viso Rey facule
dade pera conceder aquelle poder hey por bein e VOS
mando que ordeneis a Manoel Mascarenhas, que não use
della, e que sirva de geral de Ceilão subordinado ao go
vernador da India, e não de outra maneira , e nesta contor
midade o mando escrever ao mesmo Manoel Mascarenhas ,
de que vos aviso pera que o tenhaes entendido . Escrita em
Lisboa a 15 de Novembro de 1646. E eu o secretario Affona
so de Barros Caminha a fiz escrever.Rey.
Liv. verde 2 .. fol. 46 v.
Anno de 1649.
649
Anno de 16-18 .
648
649
Anno de 1649.
650
perante
mais desembargadores abaixo assinados, que por quanto
os ouvidores desta India não executão as condenações dos
colpa dos para as despezas de justiça, que se maniasse pôr
nas cartas das ditas diligencias, que não dando feitas as
execuções e cobrança das taes condenações com effeito , a
verem de pegal- 18 de sua casa , e se lhe dar ein culpa em
9
651
O de hama carta de Sua Magestade
CAMAPITUL
D encomendar Vos -
652
653
A SSEN TOU.
xo assina dosSE ão pelos
Relaçanto
, queem porqu o dr.desem Mergudores
Luizbarga lhão abai
Bore
ges veio a esta Relação com huma provisão do sr. Viso Rey D.
Fhelippe Mascarenhas , per que ordenava que fosse admitido
a Relação , e votar nella o dito dr. , porque para isso o fazia
desembargador ; e lida pelo chanceler, disse e respondeu , que >
Anno de 1651.
655
656
.
ção o dr. Jorge de Amaral de Vasconcellos , ouvidor
geral do crime foi feita queixa, que estando elle Do'rniago,
que forão 15 do mez presente em sua casa , The entrarão
doze ou qualorze cafres em sua casa de assaltada e mão
armada com bambús , The começarão de dar pancadas nos
seus criados , ao que elle acudiu , e querendo tratar de os apa
sigaar e saber do caso, os ditos cafres armarão contra elle, e
tratando de se defender, acadirão mais de outros quinze ca.
fres todos sahidos do collegio de S. Roque, para onde se forão
recolhendo, depois de grande resistencia que lhe fizerão, en
tende serem mandados pelos padres do dito collegio em resão,
de que elles das janellas esta vão animando os ditos caíres a
que dessem , e depois de recolhidos os ditos cafres, das mes
mas janellas lhes derão vaias e corrimaca , e lhe atirarão de
pedaradas os mesmos padres com grandes algasarras e
alaridos e colhe -se mais o ser por mandado dos ditos padres
porque se derão por sentidos de huin despacho que elle avia
dado contra os ditos padres em huma causa civel , e alguns
em sua casa lhe vierão disso dar queixas , e mosirando ...?...
( v)delle . O que visto se assentou por todos uniformemente que
se devasse do'caso por ser de devassa, pelo doutor Sebastião
Alvares , que serve de oavidor geral do crime, e que se pas.
sem orden was justiças, para que prendão todos os cafres e mais
moços que forem achados do dito collegio de S. Roque, e assi
mais os" cafres que se acharem dos ditos padres com
armas ou bambús, ainda que o bambum vá em sombreiro e em
companhia de qualquer pessoa que forern ; e que no que to.
ca ao escandalo que os padres derão com o modo que tiverão ,
está 'relatado, é sé entender que elles mandarão fazer a
tal assuada , em respeito de que cafres seus cada hum de
per si não saem pela portaria fóra com arma alguma...?... ( b)
ido tantos , e vivendo o dito doutor pegado do dito collegio, se
SACOLO S. Magestade , para mandar no caso o que fosse
servido . E que por respeito de requerimentos se entende
cometterãoos o excesso referido, se assentou outrsy que ne
(a) Ha aqui outra palavra, que se não entende .
(b) Idem .
DOCUMENTOS DO SECULO XVII. 499
ASSENTO
XO
U.SE
assinados , emque Relação pelos desembarga
pelo muito
dores abai.
prejuizo que a justi.
ça das partes recebia , em os advogados dos juizos desta
cidade assinarem os artigos e rasões com offereço , entender
do - se que elles não fazião por si os artigos nem rasões,
serão notificados que os não assinem por offreço , que os fa
ção por si , sob pena que , fazendo o contrario , pagarem para
as despeža: da Relação cincoepta xerafins por cada vez que
nisto forem comprehendidos. Goa 29 de Novembro de
651.- Figueiredo -Cardoso-- Amaral - Castro.
Liv, verde 2. fol. 30.
660
COVONDE
NI Sobrinho, amigo . Eu El.Rey vos envio muito
.
661
663
3
& .
aos que este alvará virem que por quanto as quatro forta sabe
Jezas do Canará se achão com apertadissimo cerco da gente de
el -rey Suiapá Naique, e procurando nós quanto he possivel
80ccusreloas, corno se tem feito na forma que o tempo per
mitiu, e necessitarem de inuito maior soccorro , em especial
de gente , e sein embargo que se exprimenta falta della , ha
muitos soldados e outras pessoas, que contra o que devem
302 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
Anno de 1653 .
664
doutor Nicoláo Pereira de Castro chance
ler, e mais
AOOdesem bargadores da Relação deste estado da India .
Os Inquisidores Apostolioos contra a heretica pravidade e
a poslata( sic) nesta cidade e arcebispado de Goa, e mais partes
do estado da India &c. Fazemos saber a V. M. Bere
tholainen Rodrigues Quadrado, familiar do S. Offique cio desta
Inquisição nos fez hama petição em que dizia, que estando
elle de posse de hum palmar, que está sito nas terras de Sala
cete na freguezia de São Phelippe e São Thiago de Cortaly ,
de mais de seis mezes a esta parte , por titulo de compra, ali
guns gaacares da dita aldea pertenderão de o molestar nadita
compra e posse do dito palmar, allegando terem privilegio
pera não poder ser vendido a portuguez, e sem seu consen
timento , de que fizerão elles petição a este tribunal para o
citar e demandar em outro juizo ; e por elle ser reo, e estac
de posse do dito palmar, mandamos que quem quizesse al.
guma cousa delle o citasse e demandasse perante nós ,
como seus juizes, que eramos privativos , em todas as suas
causas civeis, sendo elle réo. Sem embargo do que tinha no
ticia que o doutor Sebastião Cardoso , juiz dos feitos da co
tôa , tomou conhecimento da dita causa , e, sem elle ser cita .
do, hia correndo com ella no seu juizo, pedindo-nos lhe man
dassemos passar inhibitoria e compulsoria em forma; e visto
por nós ser a dita sua petição vista, e nós sermos seus juizes
na dita causa privativos , por constar ser familiar desta
Inquisição , mandámos passar a dita carta , para que não man
dasse mais na dila causa cousa alguma , nem em suas depen,
dencias ou emergencias , e nos remetesse os autos no estado
em que estivessem , para se fazer cumprimento de justiça; a
qual carta, sendo apresentada ao dito juiz dos feitos e corôa,
The não deu cumprimento, e deu a resposta seguintes Pare
de que he em fraude da jurisdicção real remelter os autos,
que se trata, a esse tribunal , por duas vias : a primeira , de
he
contra os autos o que allega este familiar, porque coin
prando hum palmar , mandou na forma do foral no .
tificar a gancaria se o queria tanto pelo tanto, e que em
outra forma o ficava perdendo para a fazenda real; e dis
serão 08 gancares que o querião , e para isso trouxerão o di.
nheiro para o depositar, e o haver o comprador de cobrar , o
qual requereu ao vêdor da fazenda, que ! he mandasse pagar as
bemfeitorias, e humas jarras que havia comprado para lançar
o viano delle , e o védor da fazenda o mandou assy ; a que
504 ARHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
os gancarez vierào com cimbargou allegando não serem obri.
yados a pagar o que o familiar ihe pedia , no qual requeria
mento ficão sendo réos, e o familiar autor, pois lhe pede
e elles se defendem não deverem ; e que das vistas que se
The derão, pareceu á Relação se havia de receber os embar
gos despois de averiguado, que era fainiliar o autor e não
leo , como parece que he neste incidente , que he só o de que
se trata neste feito : secunda, porque nas causas que locão á
fazenda real he o juiz dos feitos joiz privativo, ainda contra
todos os privilegiailos, que tein seus privilegius encorporados
ein direito; e quando não parecio estas re : ī :s bastantes pera
haver de se continuar neste juizo o tal feito , mandará pirat
nelle para se averiguar, te hade ser remettido ou não na
forma do alvará de 1530, perque se concellem os privilegios
aos familiares do S. Officio , como se ura no reino , e já
neste estado se praticouz . Da qual resposta pedindo visla u
dito furniliar nos tornou a fazer segunda petição, dizendo em
ella , que elle nunca fôra autor oa dira causa, nel nos a alos.
se acharia requerimento algum que elle fizesse , e soinenle,
em huma resposta sua , que dera a huma petição que os ditos
gancares fizerão a este tribunal , dissera que laha inandado.
notificar os gancares; porem que ein outra resposta , que
lãobeni dera a oulra petição dos mesmos gancares nesle:
mesmo tribunal, que andava nos autos ful, 11, dissera que
em caso que tivesse feito algum requerimento nesta materia
desistia delle, e quem quizesse alguma cousa delle o. citasse
e demandasse ordinariamente perante nós, com o que dea
feriramos na dita pelição, que fosse citado nesle jaizo; e es.
tando elle nešla boa fé, seni ver citado , se não podia tomat
conheciinento da dita causa , e correr com ella no juiz , da
corôa , e ein caso que la pertencera o conhecimento, se havia
primeiro de averiguar , e então despois ser citato pera correr
os ditos embargos, dos quae nunca tivera noticia , por os
gancares serem os que fizerãu a petição, e emburgarào o
despach ', nen fô : a citado para a remissão, nein tão bein des ..
pois ao diio juizo da corô e se The mandára dar vista para im .
puguar osditos embargos, como se pratica , o que tudo era
em prejuizo dos privilegios do S. Oficio , pedindo -nos lhe
mandasse inos passar segunda carta para V. M.S visto
terem tornado ciob ciinento de dita causa , e dado despacho
nella ; e visto por nós ser a dita sua petição justa, por nós
sermos juizes na dila causa , e o dito fainiliar aver desistido
de qualquer requeriinento que ouvesse feito na materia , e
serios seus juizes privativos em todas suas causas civeis,
sendo reu, conforme au privilegio do S. Ollicio, que não ex :
DOCUMENTOS DO SECULO XVII. 505
666
OS 17 de Dezembro de 653 veio a esta Relação João ( ?) de
AOS.
Andrade Barreto, cidadão casado desta cidade, e disse que
agora fôra obrigado , e que em companhia de ontros o quizerão
€
Anno de 1654.
667
CONDE, Sobrinho,
sagdar como amigo.
a quelle Ea amo.
que muito El Rey,vos envio
Havendo muito
mandado
ver o que me escrevestes em carta de 29 de Janeiro do anno
passado sobre a morte de hum cafre, que o ouvidor geral ( a )
desse estado, Jorge de Amaral de Vasconcellos, a que mata.
rão outros de Dom Francisco Soutto Maior, e sentença vocal ,
que em hum delles se executou , por mandado do mesmo ouvi.
dor geral ; e 0 que tãobem elle me escreveu sobre
caso, e se me representou por parte do dito Dom Francisco,
e de sua mãy, pedindo -me lhe mandasse fazer justiça con
tra o dito ouvidor geral , e seu excesso : fui servido resolver
para exemplo da justiça, que couvidor geral neste caso, e
pelas circumstancias que nelle ouve , procedeu bem , e como
devia , pois o fez fundado , tãobem no bando , que temn
pena de morte aos cafres que trouxerein bambus ou
(a) Assim está ; mas parece que deve ser= do ouvidor geral.=
509 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
azagaia ; e assy Tho direis de minha parte , mas que
>
670
teiro da Costa .
Liv . verde 1.° fol. 261 .
671
A SSENTOU.SE
os desembargadores abaixo assinados,o sr.
em Relação,presente governador e
que per quanto ,
estamos em guerra aberta, e a gente desta cidade e seu dis
tricto divertida nella, e avendo Relação e audiencias lhe
será necessario acudir a seus negocios , e deixarem a occupa .
ção em que estão, que he tão necessaria ; que se não abra a
Relação athe que de novo senão ordene o contrario, e quan ,
do pendão os feitos, senão processem os termos e dilações ,
que nelles estiverem dados, como se as ferias acabadas não
fossem . Em 17 de Agosto de 654.- Dom Braz de Castro
Sebastião Cardoso - Jorge do Amaral e Vasconcellos- Sebastião
Alvares Migos - Francisco ile Figueiredo - Braz Henriques da
Veiga - Luiz Monteiro da Costa.
Liv . verde 1.° fol. 262
672
Anno de 1656 .
673
694
ASSENTOU-SE empresença
xo assinados , em Relaçãopelos
do sr . desembargadores
governador, que abai.
tendo
de bir o dr. Jorge do Amaral de Vasconcellos com alçada
ao norte, é ser necessario levar todos os poderes que se re
querem ; que se lhe degsem todos os poderes que levou o dr.
Gonçalo Pinto da Fonseca, quando lá passou com alçada.
Goa Maio 9 de 1656. - Manoel Mascarenhas Homem - Veiga
Alvares - Carrilho - Cardoso - (?) - Madeira.
Liv. verde 1 .. fol. 264 v .
675
ASSENTOU-SEem
xo assinados , que Relação pelosdesembargadores
visto o capitão abai.
Francisco de Mello
dizer em sua carta, que provera a vara de ouvidor daquella
cidade de Bacaim em Jorge do Amaral de Loureiro, que
avia aceitado a dita vara , e exercitava o tal officio, sem ter
poder para isso, nem quem o proveo ter tal jurisdicção para
esse effeito ; que o dr. João Alvares Carrilho, que vai com
alçada aquellas partes, proceda contra o dito ouvidor, e os
officiaes, que com elle servirão, como lhe parecer justiça , an
nollando tudo o por elle processado, por ser feito por falta
de jurisdicção , e por quem lha deu não ter para isso pode
res, e por tal se declara tudo o por elle obrado por nullo e
de nenhum vigor. E por quanto já em outra occasião aceitou
por provimento de outro capitão a mesma vara , se ave
já com elle com mais rigor, conforme lhe parecer, Goa , e
Outubro 20 de 656. - Carrilho - Cardoso-- Madeira - Monteira
- Figueiredo- Alvares.
Liv, verde 2.• fol. 39.
677
Anno de 1657.
680
ASSENT OU -SEem
xo assinados, vistas aspelos
que Relação desembarga
cartas
doresabai..
do dr . João Alva
res Carrilho , ouvidor geral , que anda com alçada nas partes
do norte ; e a pouca esperança que por ellas dá de poder
prender aos culpados nas mortes do ouvidor Francisco Soa
jes da Costa , e de Luiz de Mendonça , e Manuel de Mendon.
ça , nem podeloos afugentar do distrito de Bacaim , lugar
donde cometerão os delicios , nem de suas aldeas, que como
314 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
681
SSENTOU - SE em Relação pelos desembargadores
abaixo assinados, que visto terem os senhores gover .
nadores Francisco de Mello e Castro, e Antonio de Sousa
Coutinho nomeado ao dr. Manoel Martins Madeira , desem.
bargador da mesma Relação, para ir lançar as decimas ao
norte ; que para poder melhor obrar com mais respeito e
autoridade no serviço de S. Magestade, convinha levar o
dito dr. poderes na justiça com titulo de ouvidor geral com
alçada, para conhecer de todos os casos crimes, e podel - os
sentencear em final, em quanto andar por aquellas partes ,
excepto os casos das mortes do ouvidor que foi de Baçaim
DOCUMENTOS DO SECULO XVII . 515
683
Anno de 1660 .
684
685
686
687
688
689
AOS 17 doosmez
perante sr. de Janho es
governador de 661
Luizem
de Goanesta Relação,
Mendonça Farlado,
e Dom Pedro de Lancastre , forão lidas as ordens de S. Ma.
gestade, que prohibem aos os. Viso Reis e governadores
deste estado da India o crear de novo desembargadores para
a dita Relação , não sendo letrados que tenhão lido no de .
sembargo do paco, e aprovados nelle, e que as cartas ou pro
visões que passarem contra as referidas ordens, sendo glosa -
das pelo chanceler, e sentenceadas em Relação as ditas glo
sas por boas, e que não passem pela chancelaria as taes cartas
ou provisões, que o chanceler as não passe , posto que os ditos
Viso Reis e governadores mandem expressamente que as pas
se, e passando-as sejão nollas sem força nem vigor, e se não
faça por ellas obra alguma; e outrosi se lêrão o assento , que o
chanceler e desembargadores fizerão na Relação, e o protes .
to de nullidade contra os provimentos que os sr. governado
res, Francisco de Mello de Castro , e Antonio de Sousa Couti.
nbo fizerão de desembargadores da dita Relação em Aandré
Freire, e Antonio da Maia Barreira, contra as sobreditas or =
dens de S. Magestade , e determinárão que os ditos provimen .
198 são nullos , e por taes es declaradão, e por estarem glosa.
522 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOR
das pelo chanceler as cartas que se lhes passarão , e
glosa senteceada por boa em Relação. E de como assim se
Jeclarou e determinou se fez este assento em que os dilos
sri' governadores Luiz Meodonça Fariado, e Dom Pedro de
Lancastre, com o dito chanceler e mais desembargadores
o assinarão no dia mez e era acima . Luiz de Mendonça Fur
tado-- Dom Pedro de Lancastre - Sebastião Alvares Migós - Ma
noel Martins idadeira - Luiz Monteiro da Costa - Francisco de
Figueiredo Cardoso.
Liv, verde 2. fol. 44 v.
Anno de 1662.
690
Eu El Rey vososenvio
ANTONIO Je Mello de Castro,amigo. me
vernadores vossos antecessores em carta de 26 de Agosto do
anno passado , dando.me conta das pessoas que ficavão ser .
vindo de capitães das fortalezas des: e estado , assy dos pro .
vidos por seus serviços proprios, como dos que enliárão
nellas por renunciações ; e convir muito a meu serviço hit
muito attento no provimento das ditas capilapjar ; me pareceu
dizer•vos que as pessoas, a quem tocar as intrancias dellas ,
assy por mercê propria, como por renuncias, sejão examina ..
dar, e conste que nellas concorrem as partes, valor ee calidades
necessarias para os occuparein e defenderem porque
faltando -lhe estes requisitos, se vos hade estranhar muito
e pedir conta dos damnos que disso resultarem , e aos
Viso Reis ou governadores que os admittirein . Escrita ein
Lis bua em de 30 Março de 662. - Rainha.
Liv . verde 2.° fol . 48 v .
69+
695
ANTONI O deMello
Rey vos envio deCastro,
muito saudar . governador, amigo.porEuseus
Pedirão -me aqui El.
procuradores Marcos Botelho Pereira, e Manoel de Pinho ,
moradores nesse estado, confirmação da mercê que em meu
nome, e por seus serviços The fizerão os governadores Francis .
co de Mello de Castro, ee Antonio de Sousa Coutinho o fôro de
fidalgo, e Diogo de Sousa de Castro do habito de Christo com
12 mil réis de tença. E porque o que os ditos governadores
fizerão foi contra minhas ordens , pois aos governadores , que
por vias succedein 203 Vigo Reis, ou governadores nomea.
dos, se lhes não tran -ferem mais jurisdicção e poderes que
08 que se cornmeltern no regimento ordinario , e não as prehe
minenciar, e privilegios que se The concedern em particolar;
e assy está disposto por provisão , e declaração passada no
anno de 610 , que se enviou a esse estado : volo quiz ad ver
tir por esta, e dizer - vos que se os ditos pretendentes pedirem
ahi satisfação de seus serviços , mos consulteis em lista ora
>
696
697
69
699
NTONIO de Mello de Castro, governador, amigo. Eu
El- Rey vos envio inuito saudar. Na occasião ern que no
annu de 643 se tornou a crear o conselho ultramarino ( se
melhante ao que antigamente ouve com o nome de India) se
avisou a esse estado, e ás mais conquistas do reino , que por
ao dito conselho pertencerem por regimento todos os nego
cios e materias tocantes á justiça , fazenda e guerra das mes ,
528 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOM
mas conquistas, a elle havião de vir remetti dos todos os paso
peis que lhe tocassein , e se tivesse entendido que se não
a vjão de comprir as provisões , cartas, alvarás e despachos
passados por outro tribunal ou conselho. E porque assy se
cumpriu sempre, e nos annos passados e neste presente vie
rão alguns papeis renientidos àa outros tribunaes, e na Rela
ção dessa cidade se dá cumprimento ás provisões passa las
pelo dezembargo do paco, o que causa confusão e enleio :
vos hey por muy encomenviado que o advirtaes ao chance
ler da dita Relação e inais desembargadores, e em geral que
desse estado senão enviern papeis alguns senão dirigidos
ao mesmo conselho, nem se guarde nenhum despacho ou
provisão que não for passado por elle, por assy convir ein
observancia do regimento que lhe mandei dar. Escrita em
Lisboa аa 9 de Abril de 1662. - Rainha .
Liv . verde 2. fol. 47 v.
700
701
702
POR QUANTO
prohibido Sua Magestade por muitas ordens tem
que as pessoas, que estão na India , se sirvão
de soldados portuguezes, e de presente ser maior a neces .
sjdade de o execular pela falta que ha de gente neste estadu;
e porque os ditos soldados em casos particulares só servem
assaliadas e delicios na confiança de seus amus com grave
prejuizo, assi do serviço de S. Magestade , como da quela .
ção destes povos : mando que nenhuma pe8808 , de qualquer
qualidade e condição que reja , possa daqui por diante tes ou
acoin panhar-se com os ditos soldados pela maneira seguinte:
os fidalgos poderão ter só dous e não mais; os que não forein
fidalgos, não poderão ter pessoa portogueza ., que passe de
16 annos, e isto com pena aos que o contrario fizerem , sendo
fidalgos, que constará por seus filha miemlos , alem de perde
rem as intrancias das mercês que tenhão, a que não serão
admittidos sein ordem expressa de S. Magestade , serão des
terrados dous annos , e pagarío dous mil xerafins, que applico
para as obras da rebeira desta cidade ; e as outras pessvas
sobre perderem na mesma forma as mercês , pagarão mil xe
rafins para as mestras obras da ribeira , e serão desterra.08
por quatro annos para Mombaça , e humas e outras , que não
liverem mercês, perderão as acções , assy dos proprios servi .
Çus, como daquelles que por outra quarquer via lhe compelle
530 A'RCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
rem ; e na secretaria do estado se terá cuidado de fazer esta
memoria de transgressores , para que conste a todo o tem :) o , e
de possa executar in violavelmente este bando , que se regis.
lará na dita secretaria , nos livros da Relação, nos da camara
desla nobre cidade , e nus da ouvidoria della , e onde
mais necessario for. E para que venha a noticia de to:
dos, se publicará e fixará nos lugares publicos e cos .
103
cessidades que disso tiver; se nos em que vos virdes, fôr con.
veniente valerovos dos inglezes, o fareis, como tambem os
ajudareis no que vos fôr possivel . Escrita em Lisboa a 9 de
Abril de 1662,-Rainha.
Liv. verde 1 .. fol. 269 v.
NTONIO de Mello de Castro , governador, amigo. Eu
A El-Rey vos envio muito saudar. Por via de Inglaterra
me chegou noticia , que nesse estado ouvera duvida a se en
tregar a praça de Bumbaim á ordem d'El-Rey de Gran Breta .
nha meu bom irmão e primo, na conformidade das minhas
que levastes, o que nesta parte se estranhou muito, e me cau .
sou grande sentimento; e porque alem das rezões das con
veniencias desta corộa, e particularmente desse estado da
India, que me fizerāv tomar aquella resolução, desejo muito
dar toda a satisfação a El- Rey meu irmão , por eslas e outras
considerações que para 1880 ha; e porque El Rey meu irmão
deve mandar novas ordens, que tirem qualquer duvida que
ouvesse nas primeiras que mandoa , vos ordeno que, em cum .
primento das que levastes minhas, façaes qne se execute a
dita entrega muito pontualmente sem contradicção alguma,
pois a materia a não admitte, e a dilação de muito prejudi.
cial . E em assi o cumprirdes ( como de vós espero ) me ha
verei bem servido, e contra quem o impidir mandarei
proceder com a demonstração que o caso pede. Escrita em
Lisboa
Melhor.
a 16 de Agosto de 1663. - Rey- Conde de Castello
Liv. verde 1.° fol. 270.
7
532 ARCHIVO DA RELAÇÃO DB GOA
ARLOS Segundo, por graça de Deoe; Rey de Inglaterra ,
C
nosso fiel e amado Dom Abrahão Shipman, fidalgo e hum
dos gentis homens in ordinario da nossa camara secreta,
saude. Como nós somos conleates a dar toda a protecção), ani.
mo e assistencia aos noss08 vassallos e poto sobre nossa
Ilha de Bombaim , nas Indias orientaes, e assi julgamos ser
necessario prover para a seguridade e governo della , e por
is80 sabem todos que pomos especial confiança na habilida.
de disericão , fidelidade e experiencia do sobredito Dom
Abrahão Shipman : lenho assigado, constituido, e apoglado, e
para esta presente comissão assino ,constituo e apoglu - Vos por
ser governador e capitão geral sobre nossa sobredita Ilha de
Bombaim , e de todos nossos fortes e forças alevantados e para
8
alevantar alí por nossa defeaça, ou na dita Itha, ou em
qualquer outra Ilha, ou parte na terra firme nas Indias orien.
laes, que oje em dianle sejão cotiquistadas para nós, ou
rendidas ou entregadas a nós, até ser conhecida uossa ulio
ma vontade e até que vem outras ordens novas mandadas
para nós ; e para fazer executar todas as cousas em bua ma.
neira pertencentes a dita fidelidade e officio , que pode re.
sultar para a defença, seguridade e bom governo de nossa
sobredita Ilha , e as outras circumstancias. E mais para a bos
ordem paz e preservação dos soldados e os valros muradores
alí rezidentes, conforme os taes poderes e authoridades que 8:
achão nesta presente coinissão , e tacs instrucções que av pre
serte e no tempo diante serão dadas.a vós por nós, con
forme aos bons e justes costumes, e constiuições que se guar.
dão ein lodas as outras colonias e povoações, ou quaesquer
outros que depois de maduro aviso e consideração forem jul.
gados serem necessarios e proprios para o bom governo e
segurança de nossa sobredita Ilha de Bombaiin , e as mais
circumstancias ; comtanto que não sejão repugnantes ás
110ssas leis de Inglaterra , nem ás allimas pazes con.
cluidas entre nós e n08s0 born imão , El Rey de Portu
gal . E assi nós para esta coininissão damos poderfpleno, e
authoridade a vós o sobredito Dom Abrahain Shipinaa para
englbar, mandar e disciplinar todas as forças inilitares du
nossa sobredita Ilha , e as mais circumstancias , aos seus
lempos convenientes, e para brigar, malar, ascolar , reprimir
e sugeitar todos aquelles que por maneira de hostilidade ou
inotias perieudein de perturbar, invadir, acometer contra
a paz , ou pertendem de tomar a nossa sobre dita Ilha de Bonn
bain , ou quaesquer outras que em tempo ujante forem sugere
lavas e rendidas ás nossas arina-. E para melhor reprimit os
molins e alevantamentos e invasões, quando v urdinario cur.
DOCUMENTOS DO SECULO XVII. 533
702
707
1708
ANTONIO de Mello
Rey vos envio de saudar.
muito Castro, Havendo
Viso Rey amigo.
mandadoEuEl.
ver o
que me escrevestes em reposta do que vos mandei ordenar
em carta de 14 de Abril de 663, sobre a queixa que
me fez Manoel Alvares de Figueiredo , escrivão da ma.
tricula geral de Goa , de o mandar prender o governador
Francisco de Mello de Castro , por não querer regis
lar no titulo de André Freire de Ataide a carta que
se lhe passou de desembargador da Relação desse esta
do , estando glosada pelo chanceler, e sentenciada a gloza por
boa , e que não passasse pela chancelaria , o que não foi bastan .
ie, nem defender -se com o capiiulo quinze do seu regimento
pera deixar de o descompor de palyras , com cuja occasião o
mesmo André Freire de Ataide chamára a sua casa a Ma.
noel do Rego official da inatricula , e o afrontára e a coitára :
pareceu-me estranhar - vos muito ( como por esta o faço ) a
8
510 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
omissão com que vos ouvestes em não dar execução á ordem
que levastes para mandar riscar e recolher a carta que os go.
vernadores Francisco de Mello de Castro, e Antonio de Sou.
sa Coutinho passarão a André Freire de Ataide do cargo
de desembargador da Relação desse estado, pelo não pode.
rem fazer, nem tão pouco darem -lhe jurisdicção para ir de.
vassar ao norte ; e vos encomendo e mando que logo esta
receberdes , façaes depor do dito cargo de desembargador
a André Freire, e que seja privado de poder entrar em tem
po algum em meu serviço, e que dos cargos que tiver servie
do reponha os selarios, que levou, pera minha fazenda, visto
ser provido contra a forma de minhas ordens , e excesso com
que se ouve em castigar de poder absoluto em sua casa a
Manoel do Rego por lhe não querer registar a carla de de.
sembargador, ficando -lhe seu direito reservado contra o
dito André Freire, querendo accusal-o; e de como executar.
tes o que por esta vos ordeno, me dareis contra para o ter ea.
tendido. Escrita em Lisboa a 7 de Abril de 665.- Rey .
Liv. yerde 2. fol . 61 v.
Anno de 1666 .
712
1713
714
U El-Rey faço saber aos que esta minha provisão virem. ' 3
718
Nosso Senhor por carta sua do anno de 662. E para que vãº
Dha á noticia de todos, e não allegue ignorancia , se apre
goará este pelas ruas, praças e lugares publicos desta cide
de, e se registará na secretaria , e nos cartorios do crime, se
.
719
720
Anno de 1667.
722
723
ISO REY da India , amigo. Eu El- Rey vos envio muito
Viso
saudar. Os joizes da 2. instancia , que residem em Goa e
vem a ser o mesmo que o conselho das ordens neste reino, de
rão conta por suas cartas na mesa da consciencia do excesso
com que Antonio de Mello de Castro, vor80 antecessor, go
vernando esse estado, 08 afroniára por vezes desaoreditando
08 de palavra e por escripto, por elles quererem fazer sua
obrigação e acudir pelos privilegios dus cavalleiros, especial.
mente no caso de Manoel Côrte Real de Sampaio, a quem o
mesmo Antonio de Mello de Castro tinha prezo com grande
aperto e ignominia no forte de Aguada com grilhões nos
DOCUMENTOS DO SECULO XVII . 551
724
725
Anno de 1668.
1726
saberAffons
DOM o &quanto
que por João estacarta
c. Aosque delei virem faço
Nunes da Cunha, Conde do
São Vicente, do meu conselho de estado e guerra ,Viso Rey e
capitão geral da India , foi informando que muitos vassalos
meas, assy portuguezes como outros diversos, que mórão nos
reinos de reis estranhos, particolarmente em Sião e Pegû ,
que ahi fallecem deixando herdeiros no reino e na India, se
desencaminha a fazenda, que deixão , por não haver ordem
certa de como se deve proceder em semelhante caso , como de
presente ha succedido no dito reino de Sião por fallecimen .
to de João da Silva da Gama , que tem a mãi no reino; e
querendo prover de remedio nestes males , por assy serem
de parecer o chanceler e desembargadores da Relação de
Goa: hey por bem que no reino de Sião por fallecimento de
qualquer vassallo meu se faça logo inventario dos bens que
The ficarem , quer haja herdeiros maiores ou orfãos pelo ca.
DOCUMENTOS DO SECULO XVII. 553
1929
PORQUATO
vidor geral doestá incapaz
crime o dr. deFrancisco
poder servir
da oCunha
officio Facha!
de ou
nomeio para servir o dito officio o dr. Luiz Monteiro da Cos
ta . Goa 23 de Outubro de 1668.- Conde Viso Rey.
Anno de 1669.
730
731
ASSENTOU-SE Relação
xo assinados , emsendo pelos desembargadoresabai
presentes os sr. governadores,
Antonio de Mello de Castro, Manoel Côrte Real de Sampaio,
aonde foi vista huma carta dos deputados da meza da 2 .
instancia das tres ordens militares , escrita aos mesmos 81."
governadores sobre a sentença que tinbão dado como ca
pitães geraes contra José Pereira de Menezes, em que lhes
significação que o dito José Pereira de Menezes era cavallei.
to professo do habito de Christo, e como tal não cabia nel.
le pena vil, de que suas sr.as o devião aliviar, conforme as dea
finições da ordem ; e sendo outrosy vista na mesma Relação
a referida sentença e seus fundamentos, pelos quaes consta.
Va não ler o dito José Pereira de Menezes, com o habito de
10
556 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
Christo tença nem mantença na forma da ordenação, assento
tomado no reino pelo desembargo do paço e leis de S. Ma
gestade ( que Deos guarde ) escritas a esta Relação de Goa,
conforme as quaes não gozar o dito José Pereira de Menezes
do privilegio do foro , e o caso que commetteu ser gravissimo,
que não escusa da referida pena aos cavalleiros nobres, como
se vê da mesma sentença e suas culpas , que a dita sentença -
estava dada em forma juridica, conforme ao inerecimento dog
autos , e que se devia executar como nella era conheudo, e
que da morte natural para baixo ficaria sendo favoravel ao
réo , pela graveza do caso pas elle commettido. Goa 21 de
junho de 1669. - Cunha - Monteiro - Figueiredo.
Liv, verde 2 .. fol. 65 v.
732
A alçadas
ELEIÇÃO e nomeação deministro para estas
pertence a VV . Sr.as, conforine as
missões e
ordens de
S. A. , e os desembargadores desta Relação se conformão
com a proposta de VV , Sro's, excepto no tirar da residen.
cia do capitão de Moçambique , Ignacio Sarmento de Cara
valho, que como he cavalleiro professo da ordem de Chris
to com tença e mantença , na forma da ordenação, gosa da
privilegio do foto ; e conforme a ordem de S. A. de 7 de
Março de 1619 se manda que estas residencias se lirem
por pessoas eclesiasticas , isto no tocante á residencia .
Porem poderá o dr. Francisco da Costa Facha levar poderes
para conhecer de todas as causas civeis de divida , a que o
dito capitão Ignacio Sarmento estiver obrigado , procedendo
contra elle athe com effeito serem satisfeitos os acredores ; e
os poderes , que o dito dr, hade levar, serão aquelles que lhe
parecerem melhores dos que achar na secretaria , e forão
concedidos aos ininistros que a Moçambique passarão com
alçada . Goa 4 de Dezembro de 1669. -Freire- Monteiro
Madeira - Figueiredo.
Liv. verde 2.° fol. 68.
Anno de 1670 .
733
734
1735
736
res, que visto ter mostrado, a experiencia destruirem.ge
os naturaes destas partes com accusações , denunciações e
1
738
PORQUANT
fique sem castigo o caso boa
Oconvemá queadministra na dajustiça,
succedeu ção não
aldeia Ju em,
da ilha de Salcete , jurisdicção de Bacaim; e ser a de vassa ,
segundo somos informados, que tirou o feitor da quella cida
de informe, por falta de interrogatorios e outras diligencias,
que para indagação da verdadese avião obrar: temos assen
tado passe ao norte o dr. Manoel Serrão Alfaya, ouvidor ge.
a
739
LEIÇÃOa vy.
A Epertence e nomeação para estas missões e alçadas
Sr.'s, conforme as ordens de S. A., e og
desembargadores desta Relação se conformão com a propos .
ta deVV , Sr,as na nomeacão do dr . Manoel Serrãn Alfaya on
.
Anno de 1671 .
740
de Mendonça Furtado ,Viso Rey da India, a migo. Eu
LVio zPrincepe vos envio muito sandar. Mandando ver e
considerar com toda a attenção a parte da consulta , que nesse
estado se fez, por ordem do Conde de S. Vicente, João Nunes
da Cunha , vosso antecessor, no tocante aos ministros da jus.
tiça, que nelle me serpem ; fui servido resolver que daqui em
diante não possão casar. sem licença minha os deembarga.
dores dessa Relação, por provisão passada e assinada por mi.
nha mão, para o que mandei passar provisão , e que com esta
vos será entregue; a qual mandareis registar na secretaria
desse estado, Relação, e livros de minba fazenda , para que
assy se dê a execução na forma que por ella ordono &c. Jun
Jamente ordenareis se observe inviolavelmente a carta, que
560 ARCHIVO DA RELAÇÃO DB GOA
antes da restituição deste renio se enviou a esse estado, para
os desembargadores não visitarem os naturaes da terra , uem
tomarem afilhados, nem dêem casa de jogo ou vão a ellas. E .
POR QUANTO
dentes, semeapresentão
que tocão varias petições
ao governo, fazenda dose minha
e justiça, perten:
tenção he sempre conformar-me em seus despachos e disposje
ções com as ordens de S.A. , de que eu não posso ter inteira no.
ricia , e pode succeder por esta causa despachar alguma contra
as taes ordens : ordeno e encarrego ao chanceler e ininistros da
Relação, ao vedor da fazenda geral, ao provedor mór da fazen .
da dos contos, escrivão geral da matricula e a todos os pais
ministros da fazenda e justiça que , succedendo ir ao juizo de
cada hom :delles qualquer despachu, portaria, provisãu, mang
562 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
1945
o
ASSENTOU-SE em Relação,
Rey , que o procurador presente
da corôa . 8.Conde
e fazenda real, Viso
qne
faz tãobem o officio de promotor da justiça, não pode votar
nos feitos em que fez o libello, assy nos crimes como civeis ,
que pertencen á corôa e fazenda real, na forma do seu regi.
mento e conforme a direito ; e isto sem embargo do estilo
que avia niesta mesa em contrario , introdusido pela falta de
desembargadores, praticado aos casos em que fazia o officio
de promotor da justiça. Goa 13 de Janeiro de 1672 ,-Men
donça - Madeira - Monteiro-- Alfaia - Velle - Fui presente, Freie
re .
Liv . verde 2. fol. 77 .
746
ASSENTOU-
Luiz BarbozaSEemRelação&c.
no tormento o caso que confessando
da morte o réo
de Miguel dæ
Costa, fosse condemnado em pena de morte natural para sem
pre; e que conſegsando no caso da culilada pelo rosto a An
tonio de Azevedo de Brito , seja açoutado pelas ruas publicas
com baraço e pregão, e seja degradado por toda a vida para
hum dos lugares de Africa, e confiscação de todos seus
bens; e não confessando terá a mesma pena de açoutes e
degredo, sem a consfiscação dos bens. Goa 16 de Fevereiro
de 672.- Monteiro - Freire - Alfaya - Madeira.- ?
Liv. azul 1.9 fol. 54 v.
DOCUMENTOS DO SECULO XVII . 563
747
748
ASSENTOU-SE
thesoureiro -inór em
da Relação,sendo
sé, Sebastião da vista
Costa,a patentede
que por ora
se lhe não devia dar posse do cargo de desembargador deela
Rolação, em que vinha provido por S. A. pela dita carla pa
leute ; por quanto o dito provido nem he formado pela unie
versidade de Coimbra , nem leu em o desembargo do paco , e
concorrerem outras resões , que pareceu se devião fazer prea
sentes ao dilo sr. Goa e de Outubro 1 de 1672.- Almada
Madeira - Monteiro - Alfaya - Pedro de Anvers- Sampaio.
Liv . verde 2.° fol. 77 v ,
Anno de 1673 .
750
SE
chanceler do estado, e mais deseinbargadores abaixo ar . ,
signados, que por se evitarem as duvidas que avia sobre a
jurisdicção tocante a cada him dos ministros que lenhão offi.
cin na casa, e por se atalharem nulidades com que as partes
impedião o curso das demandas, se observasse daqui por
diante a forma seguinte :
Juiz dos feitos da corða ,
Que o juiz dos feitos da corôn , na forma de seu regimento ,
>
น
568 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GON
achasse presente na Relação. Goa e de Março 12 de 673.
Mendonça - Almada - Madeira - Monteiro - Anvers - Alfaya .
Liv , verde 2. fol . 81 v.
75+
ASSENTO U.SE em Relação,presentes o chanceler emais
dese in bargadores abaixo assinaitos, que visto a incorupa
tibilidade do cargo do provedor dos defuntos em andar annexos
ao de joiz ordinario da cidade de Dainão, e constar outroxy
que os ouvidores da dita cidade seinpre servirão o cargo de
que se trata , nos quaes se não devia desannexar da quvidoria .
e annexai•ne av joizo ordinario contra as ordens de S.A. e bra
adıninistração da justiça : o dito ouvidor continuasse no exer
cicio do dilo cargo , assim como o fizerão os seus antecessores
na forma da provisão que para esse effeito se the passou; e ten
do que requerer os officiaes da camara e juizes ordinarios, o
fação pela via orlinaria sein prejuiso da posse que se dará ao
dieu ouvidor. Eno que toca ao fazer dos inventarios , sendo
de menores 03 faria seu juiz , e sendo de inaiores
poderião escolher a: partes qualquer dos juizos ; por quanto
assion
a -si os juizes corno o ouvidor tinhão jurisdicção ordinaria ,
e podjão fazer os ditos inventarios. Goa e de Julho o 1.º de
673. Almada - Madeira - Monteiro - Alfaya.
Liv, verde 2.° ſol. 82 v.
755
Anno de 1674
758
REformna A 2 V.Ex.
PRESdoNTregimento chandacele
da ocasa
r doestado que,na
Relação , fica servindi,
absolutamente de regedor das justiças, todas as vezes que no
a usentão os sr . Viso Reis, e lhe compelein todas as preemi.
nencias conce lidas aos regedores ; e por quanto sobre este
particular se podem mover algumas duvidas que estorvein
ao servisso de Sua Altesa, e expediente da justiça, Pede a
V. Ex.' seja servido declarar que em confurinidade do dito
regimento da casa , pode e deve u - ar de todos os poderes,
preeminencias e prerogativas de que usão os regedures . E
receberá mercê .
Despacho.
Use de seu regimento , excepta a preeminencia da cadeira
debaixo do docel. Gua em 25 de Fevereiro de 1671,
Mendonça.- Conforma com o original). Goa de Fevereiro 28
de 674 , - Francisco Cabral de Almada- Manoel Martins Ma
deira--Luiz Monteiro da Costa - Guspar de Miranda e Costa .
dotes da representação supra eslá v terino seguinte - Er
Fevereiro de 674 se einbareou na armarla o Conde do La
vradio , Viso Rey e capitão geral da Tadia, e requerendo o
chanceler do estado, o doutor Francisco Cabral y'alinada ,
que lhe competia ficar servindo de regedor, com todas as
preeminencias, e assim o deciarou o dito Viso Rey.
Liv, verde 2.° fol. 81 v.
739
60
ASSENTOU.SE
desembargadoresem abaixo
Relação,presente o chanceler
assinados , que e mais
visto o requeri,
mento feito ao Conde Viso Rey deste estado pelos povos
desia Ilha e suas avijacentes, e terras de Bardez e Salce .
te , que se mandou ver nesta Relação, no qual pedem que se
observe a lei passada em tempo do Viso Rey Ayres de Sal.
danha sobre a prohibição dos convidados que costumavão as.
sistir nos casamentos, com os quaes se impobrecião os mese
mus dotados; que a lei se pratique em tudo e por tudo, e
em observancia della, assim os pais dos desposados como
elles não poderão chamar em seus casamentos e convite do
tal dia mais que até trinta pessoas ( em que se computarão
os mesmos pais e parentes ); o que se entenderá sendo os
ditos desposados christãos, casta bramene, chardó ou vanio, e
as pessoas de outra casta, alem destas referidas, poderá cha.
mar somente até quinze pessoas, e o que fizer a contrario
encorrerá nas penas da dita lei , E para vir á notinia de todos
se apregoará este assento , Goa e de Junho 26 de 674, - Alma ,
da - Madeira - Monteiro - ?
C -
ASSENT -SE, em
OUdella
ministros se deviapresente
queRelação, alvará de mais
observaro ochancelere 9 de
Março de 650, em que se ordena que os cidadãos desta ci,
dade possão testar em seus filhos ou mulheres na vagante dos
providos as mercês com que forem despachados por serviços
proprios ; por quanto supposto que pelo alvará de 4'de
Abril de 1644 lhes estivesse concedido que, morrendo antes
de entrar nos despachos, podessem transmittir nas ditas pes.
soas a antiguidade das mercês , comtado pelo alvará de 11
de Março de 646 se ordenou que se subestivesse no ef
feito delle , e se não desse á execução em parte nem em
todo , em quanto se não tomava resolução sobre a materia ,
pelas duvidas que representon a nobre cidade, com o que
ficou suspensa a graça da primeira concessão até se deola.
yar o modo della, como de feito se declarou pelo dito alvará
de 9 de Março de 650, confirmado por outro do 1.º de
Abril de 670, com o que sessava a duvida que se ponderou
sobre estes dois ultimos alvarás não derogarem expressa .
mente o de 644, e constar que vierão para declaração do do an.
no de 646, que expressamente trata desta duvida, que se re.
solveu nos ditos alvarás. Do que tudo se fez este assento
para por elle se determinarem as causas occorrentes . God
1
574 · ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
764
Pelição.
O procurador da nobre cidade de Goa , Manoel da Costa
Botelho, que élle a presentando os privilegios que a dita nobre
cidade tem concedidos por S. A.coin alvará do dito senhor,
porque hi outrosy por bon de conceder a ella todos os mais
que goza i cidade de Lisboa, cujá sustancia tambem se
DOCUMENTOS DO SECULO XVII 575
266
768
Anno de 1675 .
769
EIO em duvida na meza , presente o chanceler e mais
VEL desembargadores abaixo assinados , se os tabeliães
erão obrigados a dar residencia cada tres annos , e se nelles
de devia observar o assento de 12 de Julho de 674 que anda
a (l. 90. E se assentou que não erão obrigados a dar re
sidencia , porque estavão sugeitos á devassa que o regimento
mandava tirar delles todos os angos. Goa e de Março 2 de
675. - Almada -- Madeira --Monteiro .
Liv , verde 2.° fol. 99.
790
AOS 30diasdo doestado
chanceler deAgosto
mez Desta de 1675, propoz 0
meza , perante os desem
bargadores abaixo assignados , que a malicia ' e cavilação
dos litigantes , principalmente no juizo das intrancias , se
tinha tanto adiantado que sobre espassarem as causas por
annos, sendo de sua natureza summarias , as protela vão com
multiplicados embargos , e de novo as instauravão depois de
sentenciadas a final por ineio dos embargos que punhão na
fazenda geral ao tomar da posse; e finalmente chegavão a
tanto excesso que com violencia lomavão os feitos aos ade
vogados , e se escondião com elles sem obedecer aos mano
dados dos julgadores e ainda ás ordens deste senado , porque
todo pedia remedio prompto , assim pelo respeito das partes,
como pelo respeito deste dito senado , o qual de todo se per
desia se com tempo se não atalhassem semelhantes absurdos .
E vista a dita proposta se assentou uniformemente pelos
ministros abaixo assignados :
Que por se evitarem as dilações de que as partes usavão
contra as ordens reaes , ein que se manda proceder breve e sum
Mariamente no juizo das intrancias, se não admitiissern nelle
daqui por diante embargos alguns de impedimento , e que
13
580 ARCHIVO DA RELAÇÃO DÊ GOA
quando as partes o tivessem o poderião só por seus advoga
dos requerer em audiencia de palavra, e o juiz della , a pre
sentando - se - lhe certidão do tal impedimento, lhe concede
ria o termo de huma audiencia . E por quanto depois de sen.
lenciadas as causas embargavão as partes as sentenças nog
proprios autos na chancelaria e na fazenda, só por dilatarem as
causas, que na mesma furraa se não admittissem embargos al.
guns nos proprios autos, por lhes ficar o recurso dos embargos
á chancelaria. E que outrosy embargando na chancelaria
alguma das partes a sentença que contra ella se desse,
a não poderia tornar a embargar na fazenda geral ao tomar da
posse , nem aella se poderião acceitar, para o que este assento
se registaria na Jita fazenda geral. E por que lãobem muitos
providos se deixão estar com suas patentes, sem quererem en .
trar no
concurso do litigio, por esperarem por quem sabe a
senteaça e saberem os fuadamentos della , como as nullidades
porque se apollão, e ao depois vem com embargos ua chance.
laria ee fazenda geral , que daqui por diante não possão ser ado
mitidos embargos alguns na dita chancelaria daquelles que
não houverem sido partes na causa ; e que do mesmo modo
estes taes não possão embargar as sentenças no tomar da pos.
se na fazenda, salvo se estiverem ausentes desta Ilha de Goa
e
suas ajacentes , e terras de Salcete e Bardez no tem
po do litigio , ou estavão legitimamente impedidos , assim
como criminosos ao tempo do litigio , ou servindo outros of.
ficios incompativeis , ou outra alguma causa que exclua 0
poderem-se oppor ao tempo do dito litigio. E no que toca
a qualquer das partes , que da mão dos advogados ou seus ou
dos outros litigaates tornar o feito , e o não entregar logo no
termo da lei, ou do que lhe for dado pelo juiz da causa o
não entregar, ficará incorrendo por esse mesmo feito em per
dimento da caasa e mercê sobre que litigava, para nunca em
tempo algum haver mais sem expresso supplemento de S.
A. e em seis annos de degredo para as fortalezas de Africa
>
771
VEIO em davdores
ida, per ante o chanceler ' do estado e mais
desembarga da casa abaixo assinados, se que os
1973
A CCOR
dos
DÃO em Relação &c. Que visto o 'requerimento
supplicante s e o exame que se fez aesta inesa com
os livros das gancarias, pelos quaes consta haverem dado
voluntariamente ao capitão das terras de Bardez novecen
tos e corenta e hum xerafins, que tirarão da communidade
contra a forına das ordens reaes em damnn e prejuizo dos,po .
bres e mizeraveis, cujas despezas costo mão fazer as gan
carias , por terem por ficiaes ( sic) aos capitães das lerras , os que
tem mais poder nas aldeas: manilão que os gancares , que as.
sistirão 103 taes accordãos e nemos, em termo de oito
dias reponhão logo em mão do theyoureiro do estado os di.
tos novecentos e corenta e hun xerafins que derão sem or
dem, os quaes applicão para as depezas da ' ribeira de S. A .;
e esta deposição será de sua fazenda e bens, e em quanto
por conhecimento em forma do thesoureiro do estado não
mostrarem que lhe estão carregados, não poderão usar , pas
sados os oito dias, de suas honras e preeminencias , jonos e
9
792
O nistrador
Padre Manoel Coelho, da companhia de Jesus, pelo
do hospital real de S. d . , que o dito sr.admi
alvará que offerece concede faculdade para o dito hospital ser
executor, e poder eleger para a cobrança das rendas , foros
e fianças perdidae , que estão applicadas para o mesmo hospi
tal , pelos privilegios que tem o de execução pelos alavarás
que tãobem e offerece ; e para proceder na dita cobran .
ça executivamente , como dividas reaes . Pelo que pede
a v. ex .. seja servido mandar passar provisão, em vir
inde do dito alvará, para o mesmo hospital ser executor e ser.
vir por elle João de Sequeira , thesoureiro do dito hospital, e
os que ao diante forem , com salario de cinco xerafips por
cada um xerafim que arrecadarem . E receberá mercê.
Resposta do Viso Rey .
Aog desembargadores do despacho- Mendonça. 14
588 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
Despacho dos Desembargadores.
Declarem quaes são as rendas e fotos do hospital real para
se The deferir . Gua de Novembro 25 de 675 . Almada
Monteiro ,
O supplicante declara que requer ser executor para a co .
brança das fianças perdidas, que estio applicadas para o dilo
hospital, e da renda das aldeas dadas para a casa da convaa
lescença, e para a cobrança da ordinaria de cada mez , que se,
manda pagar ein primeiro lugar no principio do mez, e para
a cobrança das condeinnações, em que forem condemnados
pela justiça de V. A. os que impedirem os provinenlos e
serviços do dito hospital, e as mais dividas que se julgarem
deverose ao dito hospital, e para asmais arrecadações, que
re offerecerein no tempo adiante. P. a V. A , seja servido
inandar passar provisão na forma pedida. E receberá mercê.
Despacho.
Haja vista ao procurador da corôa e fazenda geral . Goa 29
de Outubro de 675.- Madeira Monteiro.
Coino o hospital real desta cidade não tenha rendas proo
prias, e se sustente das ordinarias , que V. A. The manda var,
e as aldeas do norte, que estão applicadas para a casa de .
Bod valercença , sejão da corôa , termos en que ha inconveniente
para ser execulor a mesma pessoa do adminisitador delle ;
não duvido que na forma do alvará nomeie hun ministro
por executor, confirmando V. A. a nomeação, e com este mejo
se fica remediando tudo, Goa de Nove :nbro 3 de 675 .
Monteiro .
Rºsposta do Padre.
Não impugno à resposta do procurador da corða, e na for.
ma della roineio ao dr. Luiz Monteiro da Costa para executor
do hospital real. P. a V. A , seja servido confirmar a dita nu
meação, e mandar passt alvará della . E. raceberá mercê.
Passe provisão da confirmação de juiz executor dos foros e
rendas do hospital real desta cidade ao dr. Luiz Mooleiro da
Costa; na forma do alvará junto, e nomeação do administra . '
dur do hospital. Goa 8 de Novembro de 675. Mendonça
Almada - Madeira - Fragozo.
de Mendonça Furtado e Albuquerque , Conde do
L UIZ
Lavradio , dos concelhus de Estado e Guerra de S. A. ,
Viso Rey e capitão geral da India & c . Faço saber aus que .
esla provisão virein que lendo eu respeito ao que na petição
e replica ariaz escrila diz o padre Manoel Coelho, da come
panhia de Jesus, administrador do hospital real desta cidade,
e au que neilas allega; e vista a resposta du procurador da
DOCUMENTOS DO SECULO XVII.' 589
737
o prince,le como regente , governador dos reinos de Pere
E V !ingal e Algarver , faço saber aos que esta ininha provisão
ein forma de lei virem , que por ser muito conveniente a meu
serviço e ao aug mento do estado ila India, que os ineus Vigo
Reis e governadores della tenhão nouicia das certidões, que se
passarem daqui em diante na matricula geral do inesino udla
0o, e que saibă làobern as baixas que ouverer tido as pes.
soas , que me servein nelle , para que os que procurarem rem
ņuncias de officios, vu ajão de entrar nelles por dote e hø •
Tança , ou lestação tenhão serviços pessoaes : hey, por bem
que o escrivão da inatrisula geral e os contadores della agu
passem Certida a proa aigana que as requerer , ou
sejı para requerimento de serviços, ou para outra quale
590 ARCHIVO DA RELAÇÃO DB QOA.
quer cousasem despacho dos ditos , meus Viso Reis na
governodores da India , e fazendo 0 contrario serão .
castigados como 80 as calpas 0 merecem . E outrosi
ordenarão ao mesmo escrivão da matricola geral, e cona
tadores della que em todas as certidões que passarem , asm
sim para requerimento de serviços, como para outro qualquer
effeito, se fação nellas declarações das verbas, que terem em
seus titulos, e ein que dia se pozerão as laes verbas, e a causa
porque se lhe mandárão pôr em todas as que estiverem ein
seus titulos obrigadas á armada , que o ano passado de 674
passou ao estreito, e dali por diante todas as mais armadas ,
enviará aos cartorios do crime para se proceder contra
elles como for justiça , coin declaração do dia em que se. Thes.
levantárão as dilas verbas , e a causa porque . E na mesma cone.
formidade ordedo que não seja admitida pesroa alguma a
servir, nem por renuncia , nein por outra qualquer via de dole.
e herança, ou lestação , sem primeiro mostrar por certidão de
seu titulo aver.me servido nas armadas e fortalezas frontei..
Tas daquelle estado , presidios ou arrajaes , os annos do regia
mento, o que se não entenderá com os que tem servido, neste
reino, e em postos e lugares de importancia , risco e perigo, e
bastará somente que prefação os ditos oito annos com os que
ouveren servido antes; e as pessoas que ouverem de enire
em officios , por casarem com as orfãs do recolhementu ve
N. S. da Serra , bastará que tenhão quatro annos de serviços
na forina do assento , que se tomou na Relação de Goa; e 08.
escrivães da chancelaria e meia annaia serão tãobein obri
gados a responder ás folhas, que correrem as partes, para as.
intrancias dos officios , sem por isso levarem salario algam ;
e os providos , que ouverem de entrar em officios, que não
mostrarem suas folhas respondidas pelos oito escrivães , se line
não admittirá a intrancia . Pelo que inando ao ineu V130 Rei
da India , que ora he e ao diante for, e aos governadores
della , e vedores geraes de minha fazenda do mesmo estado,
cuin prão e fação cumprir e guardar esta minha provisão mui.
to inteirainente como se nella contem ser duvida algama, a
qual valerá como carta , e não passará pela chancelaria sem
einbargo da ord . liv. 2 ° tii 39 e 40 em contrario ; e se ree
gistará nos livros da dita matricula geral e nos cartorios do
crime e Relaçãı ), e nas mais pariss donde for necessario , para
que ver ha á noticia de todos o que por esta ordeno, a qual sé
passou por duas vias. Paschoal de Azevedo Freire a fez em
Lisboa aos 26 dias do mez de Novembro de 1675.0 se
oretario Manoel Barreto de Sampaio a fiz escrever --Princepe.
Liv , verde 2.° fol. 112.
DOCUMENTOS DO SECULO Xvik , 591
Anno de 1676 .
778
ASSENTOU-SE em Relação,presenteo
tado, e mais desembargadores abaixo chanceler
assinados do
que es:
os
quatro advogados da casa fossem - Manoel Fernandes
502 ARCHIVO DA PELAÇÃO DE GOA
Francisco Ferreira - Manoel "Martins - Antonio Lopes , os
quaes poderião requerer suas cartas pela mesa do despacho.
Goa e de Fevereiro 21 de 676. - Aimada-- Monteiro- Soares .
Liy, verde 2,6 ful. 109 v.
1980
HANCELER do estado da India. Eu o Prince pe pos
CHIA envio muito sandar. Diogo Constancio , estante nesse
ertado, me pedio aqui lhe mandasse passar provirão para
poder advogar nos auditorios dessa cidade de Goa . E porque
dos papeis que apresentou não consta bastantenente de sua
sufficiencia : ine pareceu dizer- vos que o exatnineis , e achando
que he sufficiente , lhe mandeix passar carta para exercitas
o dilo officio, visto a fabia que a hi ha de advogados . Escrila
ein Lisboa a 9 de Março de 1676 .
( Falla a assignatura regią ).
Liv . verde 2. fol. 111 v .
081
783
Anno de 1677 .
785
PORQUE naRelaçito
ção da fazenda , tribunaes
se podem achar e ministrosdla
muitas arrecada
e diversas ordens,
que não nos serão presepies , e podemos mandar cousa que
às enconire , o que não he nunca nossa lenção : osdenamos e
mandarnos aos ministros dos ditos tribunaes , que sendo - lhe
a presentado algum decreto , ou ordem no sa contra o que dis
.
788
S
seatárão por sua carta que a renovação de vidas das
aiuêas de seu districto se lhe tinha tirado por huma portaria
do Conde do Lavradio, que mandou ao procurador da corôa
para responder ás petições , que lhe remeltesse dos que pe
direm a dita renovação, que não leaba lagar : e porque esla
materia he de justiça, me digão os ministros da Relação o
que devo mandar neste particular conforme a ella. Goa 12
de Janeiro de 1678 .- ( Rubrica do sr. Viso Rey . )
Resposta dos ministros.
Senhor Pareceu aos desembargadores abaixo assignados
que a renovação de vidas das aldeas deste estado se deve
coaceder de direito aos herdeiros da ultima vida , por sempre
assy se julgar nesta Relação, este direito competia, sendo
as vidas acabadas, ao herdeiro, por não haver de S. A , ordeni
em contrario, que nos seja presente ; para cujo effeito se deve
tratar esta materia no conselho da fazenda , ouvido o procu
rador da coroa e fazenda . Goa 13 de Janeiro de 678. - Ma
deira - Monteiro - Ad fui, Mesquita - Costa.
Asseulou-se em conselho da fazenda, presente o sr. Viso
Rey e mais ministros deputados delle , que visto o parecer
dos ministros da Relação aqui junto; e ser estylo e costume
sempre observado na lodia permitur-se o direito da renovação
das vidas das aldeas , e não haver ordem expressa de S. A.,
que revogue este estylo e direito, se observem as ditas ordens
de 8. A. e as mais particolares, que fallarem na forma dos afo .
ramentos das ditas aldeas. E este se registará onde tocar .
Goa 18 de Janeiro de 1678.- Sande - Rodrigues- Madeira
Ad fui, Mesquita .
Liv. verde 2. • fol. 120.
意
.
789
DO
OM Pedro por graça de Deos &c. Faço saber aos que
esta minha carta de lei viren, que sou informado que
correndo sempre a moeda de ouro de sãothomés geralmente
em todo o estado da ladia por cinco xerafias , se alterou de
poucos annos a esta parte o dilo valor no tempo do governo
do Viso Rey, o Conde do Lavradio, acrescentanilo.ee mais
huma langa em cada hom, limitando - se somente este cresci
mento de cinco xerafins e huma langa nos sãothomés que
corrião na cidade de Goa , suas Ilhas e terras de Saly
>
DOCUMENTOS DO SECULO XVII, 601
ço, que nisso tiverão, para do que cobrar delles se satisfazer pro
i ata as partes a diminuição, que agora se faz da dita tanga , con.
formeao que cada huma jas ditas partes manifestou dos são
Thomés, que tinha , em cumprimento dos bandos que os meus
governadores da India mandárão lançar na dita cidade de
Goa , terras de Salcete e Bardez . E mando ao mestre
e thesoureiro da casa da moeda da dita cidade de Goa ,
faça lavrar em xerafins todo o ouro , que tiver entrado , e
for entrando nella , com os mesmos cunhos dos xerafins de
prata, pelo mesmo toque dos sãothomés, a resão de cinco xe.
rafins por cada hum , sein alteração nos pontos e peso que de
presente tem, e todos os sãuthoriés meio , e sãothomé: quar .
108, que estiverem na dita casa sem estarem cunhados se
lavrarão nos ditos xerafins; e todas as pessoas , que tiverem
ouro para lavrar, o poderão levar á dita casa , onde se não la .
vrará mais a ' moeda dos sãothomés sem nova ordein minha,
ou do governo da Falia, lalo na conformidade do assento
tomado nos ditos conselhos do estado e fazenda , sob pena de
que quem o contrario fizer , incorrer n 18 que estão estabe.
lecidas na ordenação do reino contra os que falcificão moe .
da, Notifico - o assim ao vedor da fazenda geral , chanceler
da Relação, juiz conservador da moeda e mais ministros
da justiça e fazenda da dita cidade de Ga, e mais partes da
India , para que cada hum na parte que lhe ticar compra e
faça cumprir e guardar inteiramente esta lei como nella se
contem'sem duvida nem contradicção alguma; e o dito chan
celera faça publicar na chancelaria , nos lugares publicos e cos .
tumados, e para que venha á noticia de todos mandará os tres.
lados della assinados por elle para as fortalezas do norte , onde
tão bem será publicada ; e se registará nos livros de registo
da secretaria do dito estado, e nos da chancelaria , Relação
e cainara da nobre cidade , de que os officiaes a quem tocar.
passarão certidões nas costas da mesma lei , e não pagará
meia annata, nem os direitos de chancelaria por ser do meu
serviço. Dada em Goa sob o sello das armas reaes da corôa
de Portugal . Nicoiáo Ferreira a fez a 12 de Maio , anno do N.
de N. S. Jesus Christo de 1678. O secretario Luiz Gonçale.
ves Colla a fez escrever.-Dom Frey Antonio Brandão , Ara
cebispo Primaz - Antonio Pues de Sande-Luiz Gonçalves Cótta
Liv. verde 2. ° fol. 120 v.
DOOU MENTOS DO DECULO XVII, 603
792
793
delles 1600 1.8 , isto de cada hum pro rata ; e não havendo
culpados se lhe pagaria das obras ti a justiça, a vendo-as, 1400
1.', e não havenilo obras da justiça se lhe pagaria pela fa
zenda real 1200 r. por dia . E que ao escrivão da alçada e
meirinho cella se lhe pagaria duis surafias por dia , na ines.
ma forma ; e que levaria 12 honnens brancos, a que se paga .
ria por dia duas tangas, e dos homens a que se pagaria por
dia hum larim , tudo na inesına forma declarada , para o que
se lhe passarão as ordens necessarias. E por quanto a bein
da justiça convinha precisamente fazerem-se algumas dili.
gencias , execuiaria com toda a observancia as seguintes:
Primeiramente tirará as residencias dos capitães , ouvi
dores e feitores , que nas partes do norte estiverem por tirar.
Deyasgará do ouvidor de Tanná e de Damão pelos capitulos ,
que delles derão os morodores daquelles povos, para o que se
The derão todos os papeis que vierão a esta mesa sobre este
particular ; uevassará da morte do ouvidor de Damão, sem >
794
797
ACCceba
ORDpreso
ÃO algum
emRelação&
no tronco csem o carceroueiromandado
. Quesentença não re
dos julgadores , e que fazendo o contrario se proceda contra
elle com todo o rigor ; e juntamente não soltará os presos sob
fiança carcereira , ainda que os jalgadores os mandem soltar,
pelo não poderem fazer. Goa 10 de Outubro de 1679. Mona
eiro -- Mesquita - Costa .
Liv. verde 2.° fol. 259 .
hum visinho, pessoa abonada, de que tudo fará termo nas cos.
tas do mandado ou sentença; e não havendo bens moveis , fará
execação nos bens de raiz que forem livres e desembargados,
a execução que o R , der, nomeando para isso bens, será
de bens moveis , que o escrivão aceitará , sendo equivalentes
á divida, e não tendo bens moveis , constando isto ao escrivão
o portará por fé em termo nos autos , e aceitará bens de raiz;
e no caso que indo o escrivão a fazer execução, não achan
do o devedor em casa, sendo primeiro passadas as vinte e
quatro horas, depois de notificado , entrará em casa do devea
dor e fará execução na forma acima declarada, e não achan . ,
do bens moveis fará execução nos bens que a parte disser
são de seu devedor ; e o mesmo farão os escrivães das exea
çuções no caso que elles as hão de fazer,
Os escrivães todos irão ás audiencias e nellas escreverão
todos os requerimentos das partes, deferimento dos juizes , tu.
do em portocolo que para isso terão, e não levarão para casa
para os lançarem de cabeça nos autos; e o que assi o não fim
ser será suspenso do officio, e pagará vinte pardúos para as
despesas da Relação , e os escrivães não aceitarão oitações,
que não sejão feitas por escrivães dos autos , ou pelos mayques
de cada hum dos juizos em que se requerer, salvo se vierem
de fóra , sendo per escrivães dos avlos ou reconhecidas por el
les que são feitos por officiaes de ſé d'aquelle juizo don
de vierem .
E este assento se publicará na audiencia para vir á noti .
cia de todos, e o treslado se dará em todos os juisos aos es
crivães delles, como tãobem de Bardez e Salcete , e a todos os
advogados para que não excedão a sua forma, é começará
a sortir effeito passados outo dias da publicação. Feito em
Goa a 10 de Novembro de 679. - Sande - Almada - Costa.
Liv, verde 2, fol. 133.
799
Anno de 1680.
SOO
Anno de 168I .
801
ASSENT OU-SE
dor e mais em Relação
ministros & c. Presenteso
della abaixo quegoverna:
assignados,sr. por se
rem muitas as queixas, que ha dos escrivães da cidade de
Macáo na China , de que passão certidões sem serem emana
das de autos, de que resultão serem muitas passadas como as
partes as pedem , e não como devem ser; e suposto pelas leis
de S. A. esteja determinada pena a quem passa semelhantes
certidões, comtudo pareceu recomendar de novo esta mate .
ria , por ser tão prejudicial ao povo e muito mais em partes tão
reinotas: e assi , para se procurar remedio a semelhantes
falsidades , se tomou este assento de que se remette a execu .
ção delle ao geral que de presente vai , ou a quem seu lugar
liver, pelo qual se ordena que nenhum escrivão passe certi.
dão , que não seja emanada de autos , e fazendo o contrario
perca o officio , e tendo queixa de que passou certidão falsa
contra os autos, o geral os mandará vir perante si, e a cer
tidão passada, e achando ser falsa mandará preso a esta
côrte com os autos por treslado de que emañou a tal certi
vjão , e com ella propria , para se castigar comforme as
leis mandão; e sendo caso que passem alguma certidão , que
não seja emanada de autos a que se reportem , alem da pena
de verdimento do officio , serão presos dois mnezes no tronco ,
e
á s tres certidões se não dará credito em juiz , algum , nem
)
805
SOS
FRANCISCO de deTavora.
alvará em forma &c.que
lei virem Faço saber
S. A., aos que
que Deos este,
guarde
foi servido mandar -me remetter a copia de huma consulta ,
que se lhe fez pelo conselho ultramarino, em que represen.
iou ao dito senhor o grande descuido em que vivião os mo .
radores deste estado da India , sem attenderem a sua natural
defensa a porque sendo as terras delle humas fronteiras cer=
cadas de inimigos, que por muitas vezes as linhão infestado ,
e necessitando muito de toda a prevenção , trata vão tão pouco
della que davão as armas aos mesmos inimigos com Os ca.
809
ENTde
ASScisco OW. SE Relaçãoque visto o år.Viso Rey Fran
Tavoraemhaver nomeado ao dr. Antonio Pereira de
Sousa , desembargador dos aggravos e juiz dos feitos da coroa
e fazenda, para hir com alçada á fortaleza de Moçambique
e Rios a certas diligencias do serviço de S. A., e tirar resi
dencias dos capitães, ministros e officiaes de justiça, fazenda
e guerra , que tem servido naquellas partes, e devassar de als
guns casos que tem succedido ; convinha que fosse com a mes.
ma occupação de juiz dos feitos da corôa e fazenda , e com os
officios de ouvidor geral do crime e civel , e provedor mór dos
defunctos e ausentes, para com mais auctoridade e respeito
conseguir as diligencias'a que vai , concedendo - lhe poder e
auctoridade para conhecer de todas as causas civeis e cri .
mes , que por bem dos ditos officios lhe pertencem , ad vocando
a seu juizo de quaesquer outros as que lhe parecerem , e fo .
rem requeridas pelas partes , no estado em que estiverem , dan.
do appellação e aggravo das sentenças que der para a Relação,
nos casos que não couberem na sua alçada ; e vindo - lhe
com suspeições tomará adjuntos na forma que dispõem a ore
denação. E poderá passar cartas de seguro , alvarás de fiança ;
e todos os ouvidores , juizes ordinarios e dos orfãs derão ap
pellação e aggravo para elle, de que tomará conhecimento
determinando causas
como for justiça , e nas contas
49
dos testamenteiros usará do regimento do provedor mór
dos defunctos . E poderá por penas e executaloas , e aos
que achar culpados nas devassas , que tirar por casos graves,
remelterá presos ao tronco desta cidade com suas culpas,
e sendo leves lhes dará livramento; e fará o officio de chan.
peler , passando pela chancelaria todas as sentenças da alça.
da . Eņas ditas devassas, e mais diligencias que fizer não
DOCUMENTOS DO SECULO XVII. 631
SIO
Anno de 1682 .
811
812
FRANCISCOde Tavora,muito
o Princepe vos envio VisoRey
saudar.daTenho
India,resoluto
amigo.haja
Ea
nesse estado tres ministros de letteras para sentencearem as
appellações e aggravos das causas dos descaminhos do ta.
baco, e que estes sejān o ouvidor geral do estado e os dous
desembargadores mais modernos , que ouverem na Relação,
pera que com os tres ministros que ha effectivos na junta da
administração do tabaco do mesmo estado ( que são o su
perintendente e ious administradores ) sentenceem a final
todas as causas na forma das leis e ordeas estabelecidas 80
bre o jabaco ; e quando succeda empatarem em algum caso
dicidirá o ministro de letteras que se seguir ao ultimo, dando
me conta em todas as monções do que obrar pela junta da
administração do tabaco do Reino, para se ter noticia de tu .
do : de que me pereceu avisar-vos para que façaes se execute
esta minha resolução. Escrita em Lisboa a 12 de Fevereiro
de 1682. – Princepe.
Liv, verde 2. fol. 177.
813
ASSENTO
ministrosU.SEemRelação
abaixo assignados, presente
,
que por o
o .
sr o Viso
quant Rey,que
S. A., e
Deos guarde, tem prohibido por suas ordens que se não pose
são neste estado eleger desembargadores que não tenhão li.
do e sejão aprovados no desembargo do paço e de presente
não haver letrado algum neste estado aprovado no dito de
seinbargo do paço ,, para poder puxar por elle para
desembargador; e pela falta que ha de ininistros nesta Re .
lação por serem fallecidos os que nesta monção presente pas.
sarão a este estado , o desembargador Manoel de Almeida
dos Santos , Manoel do O' Barriga e João de Friz de Care
valho ; e partir para Moçambique o dr. Antonio Ferreira de
Sousa , e não se acharem de presente mais que tres desembare
gadores, com os quaes na forma da ordenação se não podem
despachar os feitos em que o procurador da coroa e fazenda .
he parte , e os mais que vem por aggravo em que algum dos
desernbargadores he juiz assim do civel , crime ( sic ), pro .
DOCUMENTOS DO SECULO XVII, 635
81 .
tus annos que se passou o dito alvará , que não consta que até
agora se aja praticado , sendo tanto do serviço de Deus para
augmento da christaudade ; pois nelle se dispõem que os chriya
20
636 ARCHIVO DA RELAÇAO DE GOA
tãos da terra , e os novamente convertidos tenhão conserva .
dore juiz certo e privativo, que conheça verbalınente de to.
das suas causas crimes e civeis ; e por falta do dito juiz as
movem en varios tribunaes e juizos, aonde os A , A. e R. R.
padecem grande molestia e detrimento por serem obrigados
a litigar pelas vias ordinarias , e sendo pela maior parte as
ditas causas de pouca consideração , e muitas vezes rnovidas
por seus odios e paixões , particulares de que se costumão valer
para suas vinganças, com que huns e outros ficão destruidos
com as dilações e gastos que fazeni, e consumindo suas far
zendas e vidas , de que resulta queixarem-se ordinariamente
a este governo, de que não tem cabedaes para sustentarem
pleitos, pedindo lhes mande deferir breve e summariamente,
o que tudo se atalha com o dito conservador; porque como
juiz privativo pela faculdade que se lhes concede pode de.
terminar aas ditas causas com brevidade, ainda com pôr nas
mesmas as partes e nas diferenças que tiverem , que muitas
vezes por falta da dita diligencia se seguem suas leimas sem
fundamento de justiça . E desejando eu remediar estes dam.
nos, e favorecer os ditos christãos, me pareceu conveniente
dar execução ao dito alvará ; e conformando-me com elle, e
pela satisfação que tenho das letras e inteireza do doutor Ma.
nuel Gonçalves Goião, desembargador da Relação de Goa, e
juiz dos feitos da corộa e fazeada: hey por bemn de nomear
conservador e juiz dos ditos christãos da terra , e dos nova .
mente convertidos desta cidade e Ilha de Goa estas adjacen .
ies , para conhecer de todas suas causas crimes e civeis, que
entre elles se moverem de qualquer calidade que sejão. E
porque no dito alvará se ordena que o dito conservador as de
iermine verbalmente como for justiça , sem se fazer destinção
alguma da calidade das dilas causas, e da maior ou me .
nor importancia dellas , e da alçada que hade ter ; e nesta
parle necessita o dito alvará declaração , por se evilarem du
vidas e embaraços, em resão de que pode acontecer que ajão
algumas causas lāv graves e de laata consideração , que não
possa o conservador deferir a ellas verbalmente, e que seja
necessario processar autos e proferir sentenças , e dar appel .
ção e aggravo para a Relação naquelles casos que não cou.
berem na alçada que se lhe arbitrar , se declara por esta pro .
visão, que nos casos crimes ein que não entrevir sangue ira .
tará o dito conservador de cornpor os ditos christãos amiga
velmente semn mais outra figura de juizo; e nos que ouver
sangue , cortamento de membro, furtus e outros semelhantes
toinará as querellas que as partes derem , e lirará as devassas
que furem necessarias, conforine pedir a calidade dos ditos
caso :, e dará livrainento aos culpados breve e suinmaria
DOCUMENTOS DO SECULO Xyll. 637
- &
do dito sr . e mais ministros abaixo assignados que por
serem nas causas das intrancias muitos os oppostos , de que
se segue dilatarem as ditas causas , o que fazem todos os
>
816
817
BI8
Princepe
EUPortugal comoRegente e governador dos Reinos de
e Algarves. Faço saber aos que este meu alva
rá de confirmação de lei virem, que pelos inoradores do esta
do da India viverem com grande descuido, ser at.
tenderem a sua natural defensa , vendendo aos inimigos
os cavallos pelo interesse de maior preço, coni que não
havia em todo aquelle districto huma unica tropa para
se acudir a qualquer repente , sendo facil aos mesmos
inimigos pôr em campo, todas as vezes que quizessem ,
trinta e corenta mil cavallos; e ser tãobem conveniente pro
bibirem -se os palanquins e andores de que asa vão: fui ser.
vido mandar ordenar por carta de 4 de Março de 681 ao
Viso Rey da India , Francisco de Tavora, pozesse remedio
ä todo conforme o que visse ser conveniente. E propondo
elle esta materia no conselho do estado , pelo que nelle se
assenton' mandar passar huma lei em 28 de Novembro do
dito anno de 681 , porque ouvesse por bem que todos os mo
radores da cidade de Goa e suas Ilhas, e das outras adja
centes, e das terras de Saldele e Bardez ; e das mais praças
e cidades do norte do estado da India , que costuma.
võu andar em palanquins andores, tivesse cada hum
sea cavallo, e tendo filhos dous para andarem selles , e me
servirem nás occasiões da guerra , limitando-lhes seis mezes
de tempo para os comprarem , e passando o dito praso não
podesse nenhuma pessoa de qualquer calidade e condição
que fosse, morador no dito estado, usar mais dos ditos palan .
quins e andures com as penas declaradas r'a dita lei ; o que
não se entenderia com eclesiasticos , mas somente os se
culares, exceptuando-se desta brohibição geral os velhos de
sessenta annos para cima e os aleijados e enfermos, que não
podessem andar a pé nem a cavallo, e as molbrres dos ho.'
mens fidalgos e dos ministros maiores da Relação , e dos
tribunaes da fazenda, contos, justiça e guerra , e das pessoas
nobres e de calidade e cidadãos da cidade de Goa , e das
mais cidades do norte daquelle estado. E tendo coasidera .
ção a todo o que na dita lei se contein , me enviou o dito
Viso Rey com carta sua de 25 de Janeiro do anno passado,
e ao que respoudeu o procurador da colô 1 , 1 que se deu
vista : bey por bem e me praz de confirmar a dita lei , assy e
da maneira que nella se declara, e se observe e guarde muito
inteiramente em todo o estado da India com as penas nella
impostas. Pelo que mando ao meu Viso Rey e governador
do dito estado e os mais seus successores , e vedor geral da
minha fazenda ,> e ministros e pessoas a que pertencer,
22
652 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE Q0A
cumprão e guardem e fação comprir e guardar este alvará
como nelle se contem, sem davida nem contradicção alguma,
a qual se pubicará no dito estado para que veala á noticia
de todos , de cuino fui servito confirmar a dita lei ; e se regisa ,
tará , e este alvará não passará pela chancelaria , e valerá coino
>
821
823
824
25
o
YONDE de Alvor , Viso Rey da India ,amig . Ea El.Rey (sic)
CO.vos envio muito sandar como aquelle que amo. Havendo
mandado ver o que me escrevestes em carta de 25 de Janei
ro do anno passado acerca da lei que fizestes sobre a pro.
hibição das armas de fogo nesse estado, e de que me envias.
es
a copia : me pareceu ordenar-vos que façaes guardar o
656 ARCHIVO DA AELAÇÃO DE GOA
alvará da dita lei até nova ordem minha, com as declarações
que se contem na copia do inesino alvará , que com esla re
vos remetie Escrita em Lisbua a 25 de Março de 1683.
Princepe. Liv , verde 2.° fol. 181 v .
826
ASSENTO U.SE
Viso Rey , que em
conde mnão &aoc .R. Presente
Relação Faculiá
er Conife
9r.
a cinco tra
108 ao pôtro , por se terem provado contra elle indicios vehe
mentes de que fizera bazarucos falsos, e dera ajada e favor
aus lazer; e que confessaado que os fizera, ou dera ajuda a
DOCUMENTOS DO SECULO XVII. 657
828
A Rey
SSENe TOU-SE sr
iniuistrosemReleçãopresente
abaixo assignados queos
visto. ConileVito
ter succedi .
do na Igreja de São Mathias,em os 18 de Julho deste anno
presente hum lào a boininavel ee horrendo caso , em se tirar do
sacrario as particulas cuasagradas, abrindo -weem fracção do
vasu sagrado aonde ellas de conservarão , e dever este caso
658 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
ser punido, e pertencer o conhecimento delle á justiça ses
cular pela jurisdição lhe estar preventa pelo auto que man .
dou fazer Antonio Pereira de Berredo, capitão do Passo de
Naroá, por seu escrivão Francisco Ferreira , por ter jurisdicção
compulativa no crime e civel , não obstante ter tomado co .
nhecimento deste caso tão atróz o reverendo' vigario geral
aos 16 do dito mez , por se ter assentado estar a jnrisdi& ção.
preventa pelo secular. Goa 18 de Julho de 1683.- Viso
Rey - Monteiro- Somra - Guião.
Liv. verde 2.0 iol. 174 .
830
.
DOCUMENTOS DO SECULO XVII. 659
Anno de 1684.
832
833
834
35
836
IRANCISCO de Tavora , Conde de Alpor, do conselho de
estado de S. A.,VisoRey , e capitão geral da India & c. Fa.
ço saber aos que este alvará de lei virem que eu fui informado
de pessoas zelosas do serviço de Dens , e de S. A. , do bein
commum , augmento e conservação deste estado, que os
naturaes delle , bramades , vanjos , sudros, e mais castas não
só desta Ilha de Gia , senão dos mais a ella adjacentes, como
tambem das terras de Bardez ee Saloete , e das mais fortalezas
do norte , ainda que sufficientemente doutrinados nos miste .
662 A ROHIVO DA RELAÇÃO DB GOA
rios da fé, e com perfeito conhecimento da verdade della , como
se mostrava de muitas virtudes externas, que resplandem
cião nelles, principalmente no serviço, e culto das Igrejas,
observavão ainda comtado alguns ritos e saperstições gen
ulica , que praticão os que obstinados na cegueira da
idolatria preserverão na observancia do ' gentilismo, a coja
imitação as mulheres christās, que enviavão de seu pri
meiro marido, não tornão a casar , ficando pela maior parte em
muito leara ida le sem filhos dem descendientes separadas do
traio e communioação das outras mulheres sem adorao na
composição algaina, e o que mais magoa a piedade christă,
deixarem a continuação da Igreja e assistencia dos officios
divinos nella, não só nos dias feriae3, senão ainda nos de pre
ceito, mostrando a experiencia que se ac180 se deliberão ao
fazer ein alguna occasião , he raras vezes , pela madrugada,
de modo que não possão ser vistas , vivendo finalmen
le em buma perpetua desonnsolação e tristeza, por terem
por cousa affrontoza o segundo matrimonio , a que as
pais , parentes , e irmãos as persuadem , ou coin pretexto
de se não usarem entre elles segundos desposorios ,
011 por interesse de lhe usurparem 08 beas do seu cam
sal , que he a mais verdadeira causa deste reprovado cos
tume, pois se não pratica com os homens , a que he permittida
cazarem duas e tres vezes ,' e todas as mais que lhes parece
conforme as conveniencias que se lhes representão no matri
monio , sendo que toda a boa rezão dita que o mesmo que 88
pratica neste sexo se use no outro; e havendo os senhores
Reis de Portugal expedido em diferentes tempos varias oro
dens para as inulheres da lerra casare in com homens braa
COS
e portuguezęs, assim como se usou logo quando estas
lerras se conquistarão, o que se deixou de pôr em pratica
por omissão dos que as governarão, não reparando no prejuizo
que resultava ao serviço de Deos e de S. A. , pois no ajus.
lamento do casamento entre os naturaes e os brancos se 800.
siliava mais o amor entre todos, e ua propagação , cue he ofin
,
837
NCISCO
FRAestado de Tavora,Conde deAlvor,do conselho de
de S. A. , Viso Rey, e capitão geral da India. &c.
Faço saber aos que este alvará de lei virem ,que eu sou infor.
mado que ao tempo que os polecares e recebedores das aldeias
da Ilha de Goa e suas adjacentes, e das terras de Salsete e
Bardez hão d ecobrar os quarteis dos foros vencidos pertencen .
les á fazenda real , succede muitas vezes não terem alguns fue
DOCUMENTOS DO SECULO XVII . 665
Anno de 1685.
838
PENDO -SE feito o assento atraz pelo sr. Conde Viso Rey
e
Anno dep1686 .
839
em
Rey e ministros abaixo assignados , depois de propor o
dito er. Conde , convinha passar ham ministro ás partes do
norte para effeito de se fazer certas diligencias do serviço de
S. Magestade, e se assentou uniformemente fosse o dr. Pau.
lo Lopes Aires de Figueiredo, o qual levases poderes de
ouvidor geral do crime e civel , e de juiz dos feitos da corôa
e fazenda , e provedor mór dos defunctos e ausentes , e que
24
668 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
nas sentenças e cartas de seu juizo fizesse juntamente o of
ficio de chanceler ; e qne tendo tirado as residencias dos ca.
pitães das fortalezas que estiverem para tirar, e dos ouvido .
res, e feitores, e juizes dos orlíos , as remelterá a esta Relação
para se deferir a ellas como parecer justiça . E o mesmo
fará em todas e quaesquer devassas que tirar de quaesquer
casos que sejão, pos assim se considerar mais acertado . E
poderá conhecer de todas as cauzas crimes e civeis , que por
resão dos vilos officios lhe pertencerem , guardando inteira.
mente os regimentos delles. E advocará ao seu juizo dos
outros inferiores as causas que lhe parecer , e pelas parles
The for requerido no estado em que estiverem ; e das senten.
ças que der dará appellação e aggravo para esta Relação nos
casos que não couberem em sua alçada , e nas devassas que
tirar, achando culpados , os prononciará, e poderá executar
em seus bens o salario que lhe couber das ditas diligeacias
pessoaes do tempo que gastar nellas , e dos seus offi .
ciaes , eе assim mesmo prende-los , e remetteloos a esta
côrte , para nella correrem com seus livramentos. E nas
suspeições que de lhe pozerem, poderá conhecer dellas
tomando para 1890 adjuntos, que será o capilão da for
taleza , havendo - o, aliás o feitor; e as partes que trouxerem
leligios perante qoaesquer julgadores das dicas partes du nore
le , poderão aggiavar para o dito ouvidor, e este conhecerá e
sentenciará os ditos aggravos em quanto estiver no norte,
como lhe parecerjustiça. E o dito doutor levará de sea salario
o que lhe for taxado por provisões, e assim mesinu o escri
vão, meirinho , e mais officiaes , وconforme as ordens que ha
reaes. E alem do escrivão e ineirinho levará dous naiques
e quatro homens para sua guarda, e os salarios serão pa
gos á custa dos culpados , que para isso poderá mandar ven
der e arrematar o fato delles, que lhe parecer bastante para
as custas . E ordenará bum livro namerado, assignado por
ham dos ouvidores das fortalezas, no qual fará carregar em
receita ao thesoureiro todas as condemn nações , que por qual
quer via fizer, e tudo o mais que assim achar convem ; e do
inesmo dinheiro das condenações poderá despender nas
uiligencias que fizer a bem da justiça. E em particular tira
rá devassa da morte que succedeu em Baçaim de Luiz da
Silva Telles, outra da resistencia que se fez aos officiaes da
oovidoria do dilo Baçaim, outra da morte que succedeu ao
piloto da barra do dito Bacaim , outra da morte do Parbu da
aldeia Canba. E sobre tudo guardará a ipetrucção que lhe dec
0 87. Conde Viso Rey. E assim nas sobreditas devassas ,
coino nas mais que tirar, oujos livramentos hajão de correr
DOCUMENTOS DO SECULO XVII . 669
840
ASSENTOU-SE
Rey e ministros em Relação,presenteo
abaixo assignados, que pr.CondeViso
por se evitarem
as queixas que continuamente ha pas dilações das causas
que correm 008 auditorios desta côrte , e mais partes, assim
por dercoido dos escrivães como dos advogados, que se de .
via tomar lermo para se lhe pôr remedio oportuno; e pareceu
e todos os votos que daqui em diante todo o escrivão , que
não der o feito depois de lhe ser entregue na audiencia on
pela parte a dous dias primeiros seguintes , entregando -o
aos advogados ou aos juizes conforme os termos em que és .
liver, incorrerão em pena de suspensão de seus officios
por tempo de seis mezes , e hom mez de prisão. E os advoga.
dos seråo obrigados entregar o feito no termo da lei , aliás
incorrerão na mesma pena de suspensão e prisão, alem das
impostas pela mesma lei ; e se encarrega muito aos juizes
fação cada ham em seu juizo observar este assento com
pontualidade, dando - o á execução, e esta se publicará na
audiencia publicamente para que venha á noticia de todos, e
não pursão allegar ignorancia , para o que se tirará huma
onpia delle assignada pelo chanceler. Goa 4 de Fevereiro de
686. - Conde Viso Rey Cunha - Corrêa - Aires-- Guião.
Liv . verde 2. fol . 176 .
841
U El-Rey faço saber aos que este alvará virem que sen.
E do-me presente o prejuizo que se seguia aos orfãos na
introducção de levaremos juizes delles tres vintens de ca.
da pupilo nas contas que tomão aos tutores, e a oppressão
que recebião os povos com as correições a respeito da consi
deravel despeza, que fazião os moradores com os juizes dos
orſãos, escrivães, partidores, e avaliadores e mais officiaes
que costumko hir a ellas, informação que mandei tomar pelo
provedor da comarca de Bantarem , eposta do procurador da
Corôa, a que se deu vista , e por se evitar a diversidade das
seutenças proferidas em huma e outra Relação , e se não
continuar o abuso, que ha deste particular contra a forma
da ley : hey por bem e mando declarar que nenhum juiz dus
670 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
orfãos possa levar mais que tres vintens de cada conta que
tomar ao tutor, ainda que nessa tutoria haja moitos menores,
não fazendo de cada hum delles huma separada , para multi
plicar os selarios , e que as correições se continuem como
athegora, levando o juiz os escrivães costumados, conforme
a repartição para onde for, e que nellas se não possão fazer
partilhas, e que os juizes não levem a ellas partidores , nem
avaliadores ; e que succedendo fallecerein algumas pessoas
nos lugares onde estiverem em correição, fação ' os in .
ventarios tomando avaliadores , homens bons da terra ,
e os tragão preparados para nas villas onde assistirem
se fazerem logo as partilhas. Pelo que mando aos pro .
vedores das comarcas que tendo noticia que os partido.
res, ou avaliadores vão ás correições, fação autos elles, e os
prendão, e aos escrivães que com elles continuarem , e hans
e outros incorrão em pena de perdimento dos officios, sendo
proprietarios , e sendo serventaarios, em inhabilidade para
ter ou servir officio na republica, e aos juízes se lhes faça
disco cargo nas residencias . E este alvará se registará nas
Relações, e se ' mandará a todas as provedorias para se re .
gistar nos livros das camaras dellas, e não poderem allegar
ignorancia 08 juizes, é provedores, ficando sageitos com
esta declaração ás penas da ley dos que levão mais salarios
do que lhes he permittido pelo seu regimento ; e se cuinpri.
rá como nelle se contem , posto que não passe pela chance.
laria . Luiz Godinho de Niza o fez em Lisboa a 5 de De.
zembro de 1686. Joseph Fagundes o fez escrever.
Rey.
Liv. verde 2,º fol. 185.
842
( Anno de 1687.
343
CoMONDE
uple amigo . Eu El-Rey vos envio muito saudar como
ferecião na cobrança dos novos direitos dos officios e forta .
lezas desse estado da India, ee o prejuizo que resultava aos
providos de os obrigarem juntamente a pagar os ditos direi.
to nesta côrte e nesse estado, manilei ver este gegooin na
junta dos tres exiados do reino, a que pertence na forma do
regimento do dito tributo a dicisão de todas as duvidas pero
tencentes a elle, aonde se determinou em 23 de Novembro
de 1683 que dos officios
O
que são providos na India pelos
Viso Reis, e de que se me pele confirmação , se hade pagar
da confirmação dos ditos officios outro tanto como o sello
da chancelaria , respeitando.se a que os taes providos na India
pelos Viso Reis logo lá pagão os novos direitos dos ditos
officios para poderem servir e pedirem as confirmações; e
do8 officios que eu provejo nesta côrie nella se hão de pa
gar os novos direitos na forma do regimento e conforme 80a8
avaliações , por ser feita a mercê nie ha cobrança dos di
rejtos novos e o provido vai a entrar na mercê que nesta côra
te lhe faço; o que se não praticará nas mercês das fortalezas
que tem intraocia , e muitas vezes morrem os providos antes
de entrarem nellas, porque destes se hade pagar nesta corte
pelas cartas das mercês dellas outro lanto como ao sello da
chancelaria e respeito do honorifico , e na India pagarão os
novos direitos ao tempo da intrancia das diles fortalezas ; na
sobredita forina se passou ordem no dito dia ao superinten
dente e officiaes dos novos direitos desta côte para procede
rem na arrecadação destes . De que me pareceu avisar -V08
para o lerdes encendido e fazerdes executar esta determina
ção nesse estado , e na mesma forma em todos os providos de .
672 ARCHIVO DA ABLAÇÃO DE GOA
pois do dito dia 23 de Novembro de 1683 em diante sem
duvida, mandando restituir ao desembargador Paulo Lopes
de Figueiredo e aos mais os direitos que nesse estado The
fizerão pagar , havendo -os já pago , ou havendo dado fiança
405 pagar nesta cidade , Escrita em Lisboa a 22 de Fevereiro
de 687. - Rey .
Liv . verde 2.. fol. 183 v.
841
U El- Rey faço saber aos que este meu alvará de confir.
EU
mação de lei virem , que tendo consideração aos respeitos
porque o Conde de Alvor, Viso Rey da Intia , mandou passar
ham alvará de lei em 25 de Junho de 1684, porque houve
por bem que como as mulheres da terra, de qualquer casta que
Bejão, que se achargem viuvas se pudessem casar, e seus pais ,
irmãos e parentes, nem por si , nein por interposla pessoa lho
impedissem , reprovaggem ou estranhassen por obra ou por
palavra, não sendo porem privados de lhes solicitarer neste
contrato a melhor conveniencia ; e que os estranhos Thes
não reprovassem o segundo casainento com nomes quee afron .
1assem as viuvas que tomassein estado. E outrosy que as
inolheres da terra , de qualquer casta que sejão, casassem com
effeito com os homens brancos e portuguezes, o que a elles
The não seria notado nem estranhado; e que se applicassem os
naturaes dentro em tres a nous a fallar todos a lingua portu
gueza, tudo com as penas, privilegios e circumstancias decla
radas aa dita lei ; e tendo tãombem respeito ao que me esore.
veu o dito Coade Viso Rey em carta de 20 de Janeiro do an
no passado de 686 , em ragão de ser conveniente , justo e
necessario que eu mandasse confirmar o dito alvará de lei,
& ao que respondeu o procurador de minha corôa, a que se
dea visla : bei por bem e ine praz de confirmar ( como por
esta confirmo ) o dito alvará de lei , vistas as resões de con .
venieucia , assim politicas, como para a conservação de mens
vassallos no estado da India se seguem da execução della .
Pelo que mando ao meu Viso Rey ou governador do mesmo
estado, e ao vedor geral de minha fazenda delle , e mais mi.
nistros, officiaes e pessoas a4 que pertencer, comprão e fação
cumprir este alvará de confirmação de lei inaito inteiramente
como nelle se contem, e se declara no que mandou passar o
dito Conde de Alvor Viso Rey, sem duvida nem contradic
gão, com as mesmas penas, privilegios e circumstancias con
iheudas da dita lei ; e este se registará nos livros da secre
taria do meu conselho ultramarino e na Relação e camara
do estado da India, e nas mais partes onde for necessarie
DOCUMENTOS DO SECULO Xyll . 673
815
OVERNADOR do estado da India . Eu El- Rey Voir
envio muito saudar. Hey por men serviço que o de.
eembargador Antonio Ferreira de Sousa , sem embargode se.
The ter acabado o tempo de seu despacho, continue na ocu
pação dessa Relação , porque assi hei por bem , em quanto
não tomo resolução sobre o lugar de chanceler que me pelja ;
de que vos manilo avisar para que o tenhaes entendido e
48xį lhe declareis. Exorita em Lisboa a 22 de Abril de 1687 .
--Rey .
Liv , verde 2. fol . 186.
S16
848
PORQUANTOsou informado
los feitos de aggravos para se que estão na Relação
sentencearem , e fica omui.
de .
ſerimento delles impulado por causa dos roinistros destina
dos a elles estarem duenier, no que recebem as partes detri .
mento , e convem acudir a isso com remedio Ounvenienie :
hey por bem que na Relação se sentenceiein todos os ditos
feitos de aggravos pelos ininistros cura que se achar ella, dei
embargo de estarein doentes os outros qne estão destinados
por juizes ao deferimento dos ditos aggravos . Gos 15 de Jan
nho de 1688.- Dom Rodrigo da Costa.
Liv . verde 2 .. fol. 169
*49
OM Rodrigo da Costa , do
DOM conselho de S. Mageslade ,
governador geral da India. .
Faço saber aos que eslą pro
viszło pirem que o dito sr . for servido mandar passar huin
alvará em 21 de Fevereiro de 1581 , por onde ordenou que >
Viso Rey ou governa lor da India podesse escolher e nomear
hum desembargador lettrado residente nesta illa de Gua pera
servir de juiz conservador dos christãos da terra novamente
oon verior, e lumar conhecimento de todas suas causas, as..
sim civei ., como crimnes , que entre elles se inovessem de
40alquer calidade que sejảo, e determinalas verbalinente
como fosse justiça, por se excusarem proces-(13 e demandas
prolongadas, e não seriáo denandados em vidro juizi ; e para
rãobem conhecerem das isesinas causas os olvidores das fora
talezas, e onde os não houvessem os capitãe : dellas, dando
appellação e aggravo nos casos que não coubassein na sua
aiçada. Em viriure do qual alvará passou uma provisio o
Conve de Alvo “, Viso Rey que foi deste estado , em 20 de
Alaio de 1682, por onde numejou para o dito officio a dootor
Nanoel Gonçalves Gujão, inquisidor a postolico, que então
servia de desembargador da Relação; e para que nas forta .
16248 do itu estado conhecessem das dicas causas os vuri
DOOUNENTOS DO SRCULO XVII. 679
1
650 ARORIVO DA RELAÇÃO DE GOA
das partes , e depois de vistos e determinadas as ditas causas,
rasgará perante ellas ; e sendo necessario tomar alguma
informação de testemunhas para constar inelborda joriiça de
cada horn o fará verbalmente sem inquirições, dando jura.
mento ás mesmas testemunhas, como se faz no juizo da ale
molaceria; e passando a condemnação das dilas causas civeis
da contia referida dos ditos 20 pardáns processará outro : bieve
e soinuariamente , sem usar das vias ordinarias, atalhando
todas as dilações, e das sentenças que der de major condem .
nação) dará appellação e aggravo para a mesma Relação ,
e escrevendo nas causas crines os escrivães do juizo do ou
vidor geral do criine , e nas civeis os escrivães do juizo do
onvidor geral do civel , para se vão crearein outros escrivães
de novo ; e nas ein que o dito juiz conservador proceder ver
balinenle sein processar mandará lvinar por lembrança 808
ditus escrivães ein sens portocolos as sentenças que der, as
rignando ao pé dos lermos, que se fizerem das taes sentença ,
para que as partes vão tornen a repetir as mesinas callsas , e
poter constar a todo tempo que furão já sentenceados. E não
poderão os diius christãos desia chiade e ilha de Goa e suas
adjacentes ser deinandados, pelas causas referidas em outro
alguin juizo , m18 soinenie 00 dito juizo conservador
na forina declarada no dito alvará ; e pas Terras de
Bariez e Salcete , e nas fortalezas do norte , Coaul, Bacaim ,
Tanná, Damão, Trapor, e nas de Dio , Mombaça, Moçam
bique conhecerão das inesmas causas dos christãos da terra
Itovanente conve ; lidos bauritacios adolios 08 Ouvidores das
Witas fortalezas , e en fa ! la delles os capitães dellas, cada
huin no seu distilcio , na mesma forina em que o bade fozer
o dito juiz conservador, porein somente com alçada nas cau .
813 verbaus crimes e civeis alé contia de 10 pardárs, que he
ametade dos 20 que concedi ao juiz conservador por set
letirado e desembargador; e as sentenças que os ditos ouvido .
res e capitães derem nas ditas causas verbaes poderão execu
isr sein appellação nein aggra vo ; mas parsan.so a dita contia
darão a dita appellação e aggravo para a Relação, como fica
declarado no juiz conservador, e escreverão nas ditas causas
Os escrivães d'ante os ditos cuvidores . As quaes declara .
ções referidas nesta provisão são ax merinas que o dito Conile
Viso Rey puz au que passou que S. Magestade aprovou pela
sua carta . Noiificuou assy av merino desembargador, como
chanceler do estado e juiz conservador , e aos ministros da
Relação, ouvidores , capitães e mais officiaes de justiça e
pes80a : a que o conhecimento visto pertencer, e lhes mando
que assim cumprău e guardem , e lação inteiramente cum .
prir e guardar sem davida nein cuntravicçãu alguma; e o ditu
DOCUMENTOS DO SECULO XVII. 681
Anno 1690
831
852
PORQUANTO
e fazenda por estávago
promoção odoofieio
doutordeprocurador
André VarelladaSouto
coroa.
Maior ao lugar de juiz dos feitos da corôa e fazenda; e por
ser necessario prover-se em outro ministro , e na pessoa do
doutor Manoel João Viera , dezembargador dos aggravos da
Relação de Goa , concorrem as partes e requisitos necessarios
para a dita occapação : havemos por bem de prover e encar.
regar ao dito doutor Manoel João Vieira do officio de pro.
sarador da coroa c fazenda para o les e servir em quanto o
26
684 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
2
853
854
(a) Não existe no archivo da Relação o livro dos registos, mas acha
mos esta carta, e algumas outras copiadas duquelle livro, e de alguos
outros por estarem deteriorujos, no Liv . vermelho 3.º. Vive o numero
anterior .
688 ARCHIVO DA RELAÇÃO DB GOA
7
Anno de 1693.
857
858
ASSENT
Rey , e OU-SE
em Relação presente o sr. Conde Viro
os mais ministros abaixo assignados que o dou
tor Domingos Dourado de Oliveira , que de presente vai ao
norte , ua forma das ordens de S. Magestade, a tombar as
aldeas e ter ras do norte , e a outras varias diligencias do ser:
viço de S. Magestade, que leve 08 poderes de ouvidor geral
do crime e civel, juiz dos feitos da corôa ee fazenda, e prove
dor dos defontos e ausentes, usando da alçada e poderes dos
ditos cargos, e que nas causas crimes appellará por parte da
justiça nos casos que se deve appellar, e que nas suspeições
que se lhe pozerem serão juizes dellas o capitão das praças
e ouvidor e feitor ; e que o dito desembargador poderá pro
ceder na
causa principal até final determinação , tomando
por adjuntos o ouvidor e o feitor , e o que processar com os
ditos adjuntos será valido; e levará de sellario por dia mil réis
á custa das partes, nas materias crimes em quanto durarem
as suas diligencias das devassas que se lhe encarregarem ,
e não apendo culpados levará o mesmo que no tombo, que
são quinze tostões por dia á custa da fazenda real , tudo isto
alem dos ordenados que vence de desembargador, e o es
crivão vence a ceiscentos réis por dia á custa dos culpados ,
e não os avenuo , levará coino no tombu o que levou o escris
690 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
vão do desembargador Gregorio Pereira Fidalgo , cisto alem
da sua escrita ; e o meirinho, e seis homens e dous naiqnes ,
os quae sserão pagos na mesma forma que se pagou aos que
levou o doutor Gregorio Pereira Fidalgo , de que se fez este
assento nesta forma , e por assim se convencer em votos. En
Goa 14. de Novembro de 1693 - Conde Viso Rey - Peres--
Sousa -Pereira - Sotto Maior - Machado.
Liv . vermelho 1. fol. 335 v.
Anno de 1694 .
960
361
27
>
692 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
Anno de 1695 .
862
No anno
NO de mile seiscentos
o doutor ouvidor geral
vou
noventa e tres aggre .
do crime Gregorio Pe
rejra Fidalgo para a coroa dos inquisidores desta cidade
o mandarem declarar por não lhe quererem remeter as cul
pas, que tinhão vindo de Macáo , contra Bernardo da Silva,
Naique do Santo Officio, e dando -se provimento ao aggravo,
de que foi escrivão Sebastião Pires Cardozo, escrivão dos
feitos, e por não quererem ceder os Inquisidores , depois de
grandes controversias levantarão a censura athé decisão de S.
Magestade, a que dando-se conta , mandou a ordem weguinte.
Ordem de Sua Magestade.
Inquisidores e deputados da Inquisição de Goa. Eu
· El Rey vos envio muito saudar. Fai informado do procedi .
mento , que tivestes na causa de Bernardo da Siiva , Naique,
que vos servia de lingua na cidade de Macáo, e sobre todas
as informações que me derão sobre esta materia mandei ouvir
ao Bispu Inquisidor geral, e me parecen significar-vos o des
prazer com que ouvi o modo com que procedestes nesta causa
contra os ministros da Relação dessa cidade , valendo.vos da
jurisdicção eclesiastica em huma causa de privilegio secular
ooncedido pela coroa , em que não podieis valer- vos de outra
jurisdicção , resultando desta conlenda hum grande escandalo ,
de que podião resultar maiores inconvenientes, se a grande
prudencia do Conde V. Rey os não atalhára; e assim não pos.
80 deixar de vos estranhar muito obrardes tão precepitada .
mente na dita causa , sendo o tribunal do Santo Officio aquelle
que em todas as suas acções deve dar exemplo para conser
var a quelle respeito, que lhe he devido pelo seu santo minisa
terio ; e espero em semelhantes materias que se proceda daqui
em diante com tal cuidado , e prudencia que sem que se
confundão as jurisdições se administre a justiça. Escrita em
Lisbua 22 de Março de 1695. - Rey.
Liv . verde 2 .. fol. 200 v.
Anno de 1696 .
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864
866
867
YONDE de Villa Verde , V. Rey da India , amigo. Eu
С.El-Rey vos envio muito saudar, como aquelle que amo.
Viu -se o que informastes em carta de 15 de Novembro de
1694 , como vos havia ordenado , sobre a queixa que havião
feito os officiaes da camara dessa cidade ein se lhe tirar a
precedencia que devião ter nos lugares publicos em vossa
presença, antepondo-se-lhes os ministros do conselho e Rela .
ção contra o estillo e privilegios , que estavão concedidos a
esse senado, e vistas as vossas resões, e o que consta do
treslado da ordem que Me remetestes passada sobre &
mesma materia: Me pareceu dizar - vos se deve guardar na
inateria das precedencias, que pertende a camara , o que está
disposto na dita ordem passada em 1691 , advertindo a08
mesmos officiaes da camara não insistão mais nesta conten.
da, e principalmento estando ella decidida por mim , cuja
resolução devem observar inviolavelmente , de que vos aviso ,
[a] Vid, dadrade e Silya pag . 325 do respectivo volume ,
696 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
para que assim o façaes executar. Escrita em Lisboa a 8 de
Setembro de 1696. - Rey - Conde d'Alvor .
-
Anno de 1697.
869
4
698 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
873
CONDE
ND vosdeenvio
ORey Villa Verde , V. Rey da India , amigo . En el
muito saudar, como aquelle que amo.
Havendo visto o que informastes sobre o modo com que na
Relação desse estado se costuma proceder no sentencear
dos casos capitaes quando faltão Rella ở tạmero dos
desembargadores que a lei magda , coino havia succedido
no tempo em que governava D. Fern ando Martins
Fernando
Mascarenhas , que para haverein de serem sentenceados
09 calpados ao crime de arrombamento de portas, furto ,
e ferimentos , que se fez
> a hum homem morador ma
aldea da Piedade, mandara chamar á Relação 03
os tres
ogvidores de capa e espada de Goa, Bardez , e Salcete , com
ham juiz ordinario, e com o de -embargador André Varella ,
unico ministro letrado, se sentencearão , e enfurcarão os laes
réos, por não quererem votar no dito caso o inquisidor e
areebispo, que em lugar dos desembargadores impedidos
assistião na Relação, por entenderem que fica vão irregula.
res volando em semelhantes sentenças ; e porque deste ese
cillo pode resultar ou castigarem - se os inocentes, ou absols
verem.se 08 culpados por falta de sciencia , e em lodos os
casos de morte se deve proceder á sentença com seis mi
nistros letrados: Me pareceu ordenarvos que quando succeder
não og haver na Relação desse estado, chameis em lugar dos
que faltarem para o dito numero de seis ministros aos inquie
sidores e promotor de santo officio da inquisição de Goa, por
se entender não poderá oceorrer a disputa das precedencias
entre os ministros da Relação e da inquisição, por ser a mesa
em que estes negocios se costumão sentencear na presença
do V. Rey , onde ninguem tein lugar certo, senão o chan.
celer, e os mais be vão sentando conforme vão entrando ; e
dado caso de não haver os laes ministros que chegarem
ao dito namero; bei por bem que os V. Reis possão votar
fazendo sempre o mesmo numero de seis juizes, e que suce
dendo empatarem -se os votos, se vencerá pela qualidade
do V. Rey ; e porque o Breve concedido aos clerigos para po.
derem votar em casos de morte , he concedido geralmente
para todos os meus dorninios;se vos remette com esta a copia
delle, pera que o façues praticar nessa Relação) ; e ao inquisi.
dor geral mandei encomeadar ordenasse aos inquisidores
desse estado que em caso que sejão chamados para o negocio
de que se iraia , vão com effeito á Relação, porque por esta
os hei ' por nomeados e deputados na forma do dito Breve
para o effeito referido . Escrita em Lisboa a 18 de Março de
1697. - Rey .
Liv , vemelho 2. fol. 310 .
DOCUMENTOS DO SECULO XVII. 699
Pius Episcopos
memoriam . Pro servus
salubriservorumDei . adperpetua
Regnorum et rei
Provinciarumm die
rectione ac officio justitiæ , sine qua Religio nusquam colitur,
Romanus Pontifex Catholicis Principibus aliqua interdum
specialiter indulget, quæ sacrorum Canonum severitas ge
neraliter interdicit. Sane charissimus in Christo Filius noster
Sebastianus Portugaliæ et Algarbiorum Rex Illustris, Nobis
nuper exposuit dudum felicis recordationis Paulo Papæ 3,5
praedecessori vostro , pro parte claræ memoriæ Joannis Portu.
galiæ et Algarbiorum
ticæ personæ Regis
per ipsum expositum
Joannem fuisse
Regem quod ecclesiasa
adscenario
Regnorum et Insularum , ac aliorum locorum sub suo tem-.
porali dominio exislertium pro tempore deputatæ officia ipsa
absque Sedis Apostolicæ licentia exercere nequibant, et
quod pro eorundem Regnorum salubri directione et quiele
sua plurimum intererat ut officia ipsa per easiem personas
•exerceantur ; idem que Prædecessor iilis supplicationibus
in ea parte inclinatus, persunis ecclesiasticis, onjuscumque
dignitatis, stalos , gradus , ordinis, vel conditionis existen.
libus per eum ad quævis secularia officia Regnorum , Ingu.
larum, et locorum pro tempore deputatis , ut officia ipsa
acceptare et regere , et istorum tempore durante , quaeso
cogui.
tioni et decisioni quarumcumque causarum et 5
28
700 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
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ISO
Viso Reyda India,amigo . Eu El-Rey,vos envio muito
saudar . Havendo visto o que representastes sobre a al .
teração dos sallarios , que tinha introduzido o desembargador
Ignacio de Oliveira Gomes em o lugar do provedor dos de
functos e absentes, em que foi provido pela mesa da conse ,
ojencia para esse estado ; me pareceu dizer:10.9 que o que se
observou sempre nelle era levarem os provedores dos de.
funtós e absentes por cada inventario o sellario que dispõe 1
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877
VISISO
O ReyHavendo
saudar.
da India, amigo. Eu El- Rey vos, envio mujio
visto o que representastes sobre o re
querimento que ahi fizerão os desembargadores da Relação
desde estado para haver de se praticar com elles a lei que
fui servido mandar publicar neste reino sobre os acrescen
tamentos das assignaturas dos ministros, porque suposto te
nhão maiores ordenados , erão tambem muito grandes as
despezas, e por ser justo que se tenha toda a allenção aos
ininistros que vão servir eu tão grande distancia , e ás desa
pezas que fazem para se aviarem para huma viagem são
larga, fui servido resolver se pratique com os desembar
gadores da Relação de Goa a mesma lei que manuej ob .
bervar com os ministros deste reino sobre as assignaturas ,
704 ARCHIVO DA RELAÇÃO DE GOA
de que vos aviso para o terdes assim entendido, e fazerdes
observar nesse estado a dita lei , mandando para esse effeito
registar em os livros da Relação esta minha ordem . Escripta
em Lisboa a 28 de Fevereiro de 1699. - Rey.
Liv. verde 2.° fol. 208 .
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por esta via será nota vel perda á alfandega real, por onde de.
vem os supplicantes ser aliviados do dito juramento , mani
dandolhes daro ordinario de faca e papel , como sempre se ob
>
Auno de 1700.
S80
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