Fundamentos de Pedagogia

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Introdução

No presente trabalho, será abordado o assunto relacionado à contribuição da Educação


na formação da Personalidade, que se enquadra na unidade temática “Necessidade de
reflexão da Educação e sua prática no campo da Pedagogia”.

Tendo como seguintes objetivos.

Geral:

 Compreender o contributo de Educação na formação da Personalidade;

Específicos:

 Identificar os factores envolvidos na formação de Personalidade;


 Explicar a contribuição para a formação e desenvolvimento da Personalidade.
Personalidade

A personalidade pode ser definida como um conjunto de características estáveis de uma


pessoa, incluindo as capacidades, talentos, hábitos, preferencias, fraquezas, atributos
morais e, um número de outras qualidades importantes que variam de pessoa para
pessoa.

Segundo Allport Gordon (1937), a personalidade pode ser definida como a organização
psicodinâmica dos sistemas psicofísicos dos indivíduos, que determinam o seu
comportamento e pensamento característico e o seu ajuste com o ambiente.

Por sua vez, Cattel (1965), define a personalidade como um conjunto de traços que
predispõe o indivíduo a agir de determinada forma, nas diversas situações. O
pensamento de Cattel é semelhante ao de Allport, por este também definir a
personalidade como estrura mental, ou como inferência feita com base no
comportamento observado no indivíduo.

A personalidade por si, diferencia os indivíduos pelo facto de se tratar de uma


organização dinâmica dos aspectos cognitivos, afectivos, fisiológicos e morfológicos de
uma pessoa. A mesma resulta num padrão de comportamentos persistentes, que podem
determinar o funcionamento da mente do indivíduo em todos os contextos da sua vida,
contendo: O modo como a pessoa pensa, a forma com a qual se relaciona com os outros
e no modo de como entende as situações.

Estrutura da personalidade

A personalidade é composta por três partes, nomeadamente: Id, Ego e Superego.

Id

O Id é o primeiro nível da estrutura da personalidade, é característico do indivíduo


durante os primeiros anos de vida, e se prolonga pelo resto da sua existência. O seu
objectivo primário é o prazer e a prevenção de experiências dolorosas.

Na percepção de Adams Amin in Mwanwenda 2006, o ID é controlado pelo princípio


de prazer, desejos, impulso de sexo, agressão, fantasia e tendência sem contacto com a
realidade, operando o segundo princípio da gratificação imediata.
A função do ID é de manter uma qualidade equilibrada de energia ou tensão dentro do
indivíduo, e é caracterizado pelo processo primário, isto é, é lógico, infantil, arcaico,
atemporal, incapaz de tolerar demora de satisfação.

Ego

O ego pode ser definido como a imagem que o indivíduo tem de si próprio enquanto ser
autor consciente, a sua própria noção enquanto separado do Mundo que o rodeia e
também aquilo que é consciente na pessoa, aquilo que reconhece e sente o mundo
exterior e que representa a realidade para o sujeito. Tem como função resolver os
conflitos, quer entre pulsões primarias e o meio exterior, quer entre pulsões primarias e
motivações contrárias.

A qualidade e a natureza das resoluções dos conflitos dependeram, em grande parte, do


que se domina a forca do ego, característica individual básica, resultante de factores
congênitos e adquiridos. Como resultado do processo da socialização, o Id cresce para o
interior do Ego, que é governado pelo princípio da realidade.

O Ego é a segunda estrutura que se desenvolve na personalidade da criança, é


orientado para a realidade e a busca de satisfação das necessidades através dos meios
aceitáveis.

Comparativamente ao Id, o Ego é a parte consciente e a parte inconsciente.

Exemplo: O bebe se ornara capaz de distinguir o Eu e o não Eu, torna-se muito mais
activo e complemente a relação ao mundo exterior, já distingue entre as pessoas, tem
preferencias a respeito dessas.

Superego

É o terceiro mais alto nível da personalidade que se desenvolve como resultado da


influência dos pais e da sociedade onde o sujeito esta inserido. É uma voz interior que
nos repreende e nos faz sentir culpados por mas ações e pensamentos.

No superego, ao valores sociais e morais são internalizados ao ponto de se transformar


em parte da pessoa e servem como filosofia de vida básica a que guia o comportamento
da pessoa com respeito a si próprio ou a sociedade.
O ego encontra-se, pois numa posição central onde deve restabelecer constantemente
contactos entre as forças contrarias provenientes do Id e o Superego.

Factores que influenciam para formação da personalidade

A personalidade de um indivíduo é formada atraves das vivências no seu


desenvolvimento.

Para a formação de personalidade existem factores como: Hereditários, meio ambiente,


experiências pessoais e factor parental.

Hereditariedade

São aqueles que têm a ver com a transmissão de caracteres doa pais para os seus filhos
através de genes.

O papel da hereditariedade no desenvolvimento do comportamento Humano é um


assunto se grande importância, podendo estudar o caso concreto dos gêmeos, por ser um
dos métodos mais eficazes na análise do papel da hereditariedade.

Meio ambiente

O meio ambiente está relacionando com o meio em que se vive

O lar, a escola e outras forças sociais influenciam o desenvolvimento da personalidade


positiva ou negativamente. A maioria dos componentes da personalidade sãp adquiriu
ao longo do processor de aprendizagem. O lar e a sociedade são os factores mais
influentes no estabelecimento da personalidade.

Experiências pessoais

Tem a ver com os conhecimentos obtidos pela prática duma actividade ou de uma
vivência. As primeiras experiências socias do indivíduo são sobre tudo com os seus
pais, são eles que desempenham o papel dominante na moldagem do seu padrão da
personalidade. A personalidade resulta da interação entre hereditariedade e o meio
ambiente. Por via disso é preciso que o sistemas de valores de um factor influenciador
esteja conformidade com o outro, pois isso irá ajudar positivamente na formação da
personalidade do indivíduo. Mas se existir antagonismo, a criança entrará em conflito
pois, estará sujeita as duas situações opostas mas com grande influência sobre ele.

Factor parental

Freud foi o primeiro a enfatizar a influência dos pais na formação da personalidade dos
filhos.

Adler fala das consequências de uma criança desejada ou rejeitada pode ter em sua
personalidade. Esta rejeição citada por Adler pode causar insegurança, tornando o
indivíduo raivoso e deficiente de auto-estima. Horney diz que a insegurança por falta de
afeto pode ocasionar um sentimento de desampara na criança. Fromm por sua vez
argumenta que quanto mais independente a criança for dos laços primordiais com os
pais, mais segurança será.

Cattel e Allport também concordam com o factor parental na formação da


personalidade. Allport diz que a relação mãe-bebê é primordialmente de afeto e
segurança, condições básicas para o desenvolvimento. Cattel via a infância como o
período de formação mais importante, pois do comportamento de pai, mãe e irmão trará
o carácter.

A educação como um fator na formação da personalidade tendo em


conta o meio educativo

Na prática pedagógica, o meio educativo corresponde aos meios pelos quais decorre a
pratica educacional.

A pratica educativa constitui um processo pelo qual os indivíduos são fornecidos


valores, conhecimentos e experiências culturais que possibilitam a formação da
habilidade do saber agir em sociedade, em ensinar a transformar o meio em função das
necessidades socioculturais, políticas, econômicas, enfim, da sociedade no geral.

A formação da personalidade é uma finalidade da pratica educativa, tendo em vista


todos os outros componentes que possam contrariar essa ideia, no que diz respeito a
idade, hereditariedade, cultura, ambiente social e parentesco.
E para mitigar esses pressupostos acima citados, a pratica educativa estabelece ações
que devem ser realizadas como forma de ajudar no processo da formação da
personalidade, a saber:

Educação Moral

É uma educação que consiste no estabelecimento de normas, regras e valores de uma


sociedade, determinando o comportamento dos educandos, seus direitos e deveres.

O conteúdo dessa educação, visa formar no educando uma personalidade que detêm
consciência acerca da sociedade em que vive de modo a saber distinguir o que é bom e
o que não é.

Educação Cívica

Interessa – se em tratar aspectos relacionados a nacionalidade ou estado, a relação entre


o indivíduo e a nação.

Consiste em formar no educando, uma personalidade que exerça funções estatais de


forma consciente.

Educação Sexual

É um processo educativo que ensina o educando, de forma a atingir uma personalidade


integra, com vista a situa – lo em relação a sexualidade e a sua vida sexual em
particular. Nesse âmbito, a pratica educativa desempenha um papel preponderante para
garantir uma aprendizagem sistematizada, integra e intencional de formas a garantir o
crescimento do educando na sociedade.

Educação Laboral e Orientação Profissional

Esta educação consiste em preparar os alunos, proporcionando – lhes matérias que


possam estabelecer uma relação entre a teoria e pratica, a partir de conhecimentos e
recursos de que dispõem.
O contributo da Educação na Formação da Personalidade

A prática educativa é um processo que consiste em fornecer aos individuos


conhecimento e experiências culturais que os possa habilitar a saber agir no meio social
onde se encontram inseridos e também saber transformar esse meio em função das
necessidades socio-culturais, económicas, políticos da sociedade como um todo.

Para a formação da personalidade, influenciam vários factores, e essas influências


manifestam-se através de: conhecimentos, valores, experiências, crenças, modos de agir,
costumes técnicos e hábitos. Portanto, todos estes aspectos são acumulados por várias
gerações de individuos e grupos, são transmitidos, assimilados e recriados pelas novas
gerações.

A formação da personalidade é por sinal o fim último da acção educativa, considerando


todas as contrariedades no que diz respeito a idade, a hereditariedade, cultura, ambiente
social e parentesco.

A personalidade já existe no individuo, mas só se desenvolve aos poucos no decurso da


vida. Sem determinação, inteireza e maturidade, não há personalidade.

Partindo destes pressupostos, podemos afirmar que, para que esta personalidade se
desenvolva é necessário que sejam acompanhados as fases de evolução a partir de um
conjunto de estruturas anatomafisiológicas, que proporcionam ao organismo o seu
funcionamento e as respectivas transformações.

Para a formação de uma personalidade não é necessário que hajam regras pré-
estabelecidas, pois a formação da personalidade é espontânea.

Nesta linha de pensamento, observamos que, a educação escolar, sistemática e


científica, tem de fazer uma previsão das fases de desenvolvimento da personalidade
para poder planificar, organizar as formas de exercer influências. Assim sendo é
recomendável que o processo de desenvolvimento ocorra casualmente.
A educação possibilita romper a estagnação.

A educação molda comportamentos, fixa a conduta em um carácter que se constitui para


o indivíduo em uma espécie de segunda natureza. No entanto, por mais estável que tudo
pareça, a própria educação que desestagnou o comportamento numa direcção, pode
romper a estrutura fixada e colocá-la em movimento outra vez.
Conclusão

Personalidade é o conjunto de características psicológicas que determinam os padrões


de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e social de alguns.

Quanto à Personalidade, todo indivíduo nasce com uma, e a formação da mesma é


estimulada por agentes como a hereditariedade, através da transmissão de caracteres
genéticos; o meio ambiente, o lugar onde o indivíduo está inserido; ainda resultando de
uma experiência, que pode ser uma vivência ou prática cotidiana. Tais elementos
funcionam como determinantes da Personalidade, que envolverá o Id, Ego e Super ego
como componentes da sua estrutura.

Em relação à Educação, ela tem um papel fundamental no processo da formação da


personalidade.

Sendo a escola dotada da função de estimular a humanização do indivíduo, não só


transmitir o conteúdo científico, como também lições relacionadas à moral de modo que
o índividuo possa conseguir estabelecer uma convivência aceitável na sociedade. Sendo
assim, o professor ocupa o lugar de Intermediário ou mediador entre o conhecimento,
científico ou não, e o educando.

A educação escolar não se limita em incutir novos comportamentos manifestados pelo


indivíduo, mas também o oferece bases que lhe vão ser servir de atitudes autónomas
para que o próprio não fique estagnado, pois a mudança de comportamento ou
convicções não é imutável. A educação pode romper uma estrutura de personalidade já
estabelecida pra te novamente.
Referências bibliográficas

• UITROSSE, Assane Calisto, A Formação da Personalidade no Processo de Ensino e


Aprendizagem, 2015.

•CARVALHO, Lucas de Francisco, PIANOWSKI, Giselle et al, Personalidade: O


Panorama Nacional Sob o Foco das Definições Internacionais, Itatiba, São Francisco,
2015

CABANAS, Q. _Teoria da educação. Uma concepção antinómica.Lisboa.ASA,2002.

CHAMBE. Amilcar. Guia do estudo de pedagogia. Maputo: Escola superior aberta,


2002.

Allport, G. W (1937), Personality: a psychological interpretation. New York: Holt.

Allport, G, w (1961), Pattern and growth in personality. New York: Holt.

Cattel, R. B. (1965). The scientific analysis of personality. Baltimore: Penguin

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