Trabalho Final Resumo-1
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Trabalho Final Resumo-1
Departamento de línguas
Discentes׃
Ana Nhamunze
Felismina Josina
Helena Matavel
Morais Nguenha
Docente
Dr. Transval
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
RANCIERE, Jacques (1987) o mestre ignorante: cinco lincoes sobre a emancipacao intelectual.
Tr. Lilian do vale. Autentica, belo horizonte.
Biografia do autor
Resumo
O mestre ignorante: cinco lições sobre a emancipação intelectual, de autoria do francês Jacques
Rancièreé uma obra em que se narra a história de um professor francêsde nome joseph Jacotot no
ano 1818, que apresenta um método de estudo chamado o método do Ensino Universal que
afirma com base em sua experiência como educador que todo homem pode instruir a si mesmo e
seria possível ensinar se o que se ignora. Jacotot chega a essa conclusão com base em uma
situação que aconteceu quando este foi professor a meio período nos países baixos, onde sua
turma era composta por alunos que falavam apenas Holandes, mas ele ignorava o holandês e seus
alunos ignoravam o francês entretantonão existia uma língua que eles pudessem se comunicar,
portanto o mestre teria de encontrar uma soluçao para instruir os seus alunos,foi por meio de um
interprete que Jacotot solucionou esse problema, nisso o professor indicou uma obra em francês
aos seus estudantes sem qualquer tipo de explicação, surpreendentemente os alunos conseguiram
ler e interpretar o livro. Essa experiência provocou uma grande revolução no espirito de Joseph
Jacotot, ele havia acreditado que a explicação não é necessária para suprir uma incapacidade de
aprender, o acto de explicar a alguém é, antes de mais demonstrar-lhe que não pode compreender
por si mesmo, considerando a explicação um mito da pedagogia que divide o mundo entre sábios
e ignorantes. No entanto para ele o método da vontade era o certo pois qualquer um podia
aprender sem um explicador bastava apenas ter vontade e desejo, há sempre um embrutecimento
quando uma inteligência se subordina a outra, o autor vai muito mais longe ao afirmar que é
possível ensinar o que se ignora, basta apenas que um mestre emancipador emancipe o aluno,
isto é, levar o estudante a usar sua própria inteligência. Para esse ensino universal o aluno só
precisa aprender algo e de seguida relacionar com todo resto. Os professores tradicionais que
estavam surgindo com a institucionalização da pedagogia, não fariam mais do que repetir
conteúdos que poderiam ser dominados pelos aprendizes directamente sem a necessidade de tal
intermédio bastando acreditar nessa possibilidade de trabalhar seriamente em si mesmo para sair
de algumas crenças educacionais: Não sou capaz de aprender sozinho sem professor e sem
escola, não consigo compreender assuntos complexos sem explicações adicionais. Existem
pessoas que são sérias, pessoas normais e pessoas pouco dotadas intelectualmente, a
compreensão mais exacta do mundo requer métodos mais racionais que costumam ser acessíveis
somente as elites privilegiadas afinal se há sempre alguém explicando deve ser porque eu não
conseguiria compreender sozinho, e para que a emancipação aconteça pode ser válida a figura do
mestre ignorante, isto é, um mestre que ensina aquilo que ignora.
Jacototparte do princípio de que todas as inteligências são iguais, todos os homens são iguais em
inteligência,é a tomada de consciência dessa igualdade de natureza que se chama emancipação.
O velho método que prega uma desigualdade (ensino tradicional) embrutece, mas o de princípio
Jacotot emancipa qualquer que seja o procedimento. O trabalho de mestre seria o de provocar,
questionar o aluno de forma a despertar a sua própriainteligênciade uma maneira que o mestre
guie o aluno sem arruinar o método, mas não abandonando o seu discípulo. Ensinar o que não se
sabe é exactamente perguntar tudo que não se sabe. Nessa situação questiona-se como o mestre
poderáverificar se o aluno aprendeu a lição se estetambém a ignora,Jacotot responde dizendo que
o mestre não verificará se aluno acerta ou não, mas sim se o aluno está atento e se realmente
busca as respostas e mostra que realmente estudou com atenção. O que distingue o desempenho
intelectual de uns com os outros éa vontade, porque as inteligências são iguais, mas a vontade na
aprendizagem é desigual, a forma mais eficaz de exercitar a inteligência seria a repetição de
todos processos de aprendizagem sempre, o que se traduz em aprender, repetir, imitar, traduzir,
decompor, recompor. Esse é o verdadeiro segredo dos génios e do Ensino universal. Igualdade e
inteligência são termos sinónimos, assim como razão e vontade, igualdade das inteligências é o
laço comum do género humano, a condição necessária e suficiente para que uma sociedade de
homens exista. Adistracçãoé de início preguiça desejo de subtrair-se ao esforço. A própria
preguiça não é, todavia o torpor da carne, ela é acto de um espírito que subestima sua própria
potência.
Partindo da experiência de Jacotot, Rancière diz que o segredo do mestre é saber reconhecer a
distância entre a matéria ensinada e o sujeito a instruir, a distância também entre aprender e
compreender. Defende ainda que as palavras que uma pessoa aprende facilmente são as que
aprende sozinha sem nenhum mestre explicador e que a explicação não é necessária para suprir
uma incapacidade de aprender, o acto de explicar a alguém é antes de mais demonstrar-lhe que
não pode compreender por si mesmo, considerando a explicação um mito da pedagogia que
divide o mundo entre sábios e ignorantes. No entanto para ele o método da vontade era o certo
pois qualquer um podia aprender sem um explicador bastava apenas ter vontade e desejo, há
sempre um embrutecimento quando uma inteligência se subordina a outra, por isso o aluno deve
aprender sozinho a usar a sua própria inteligência, olhar para si mesmo, reflectir sempre do que
pensa. O Mestre age sobre a sua vontade e o professor é quem mostra o caminho a percorrer e
não aquele que tem o domínio da verdade, e o mestre ignorante se contrapõe ao sistema da
explicação. O mestre ignorante não sabe mais do que o seu aluno , não se antecipa ao seu
aprendiz e pode portanto perguntar mais e verdadeiramente sobre as coisas, pode também
exercer automaticamente a sua inteligência
O texto reafirma as principais teses do livro: a ignorância do mestre é a da desigualdade. O
princípio, a igualdade, é um axioma a ser verificado. A emancipação supõe um funcionamento
igual e universal das inteligências. A lógica da emancipação nunca trata em definitivo, senão
com relações individuais e ela não é – não pode ser – um sistema escolar ou uma empreitada
cultural. Finalmente, o texto aborda as semelhanças e diferenças entre as concepções de J.
Jacotot e Paulo Freire e a actualidade de O mestre ignorante a emancipação dos indivíduos deve
ser pensada em um esquema inverso, no qual a vontade nãodeve ser deixada de lado, para que se
estabeleça a “pura” relação entre inteligências.
Entendimento
Após uma leitura exaustiva da obra de Racière sobre o método do ensino universal de jacotot,
podemos perceber que o estudante ou aprendiz tem o principal papel no processo de
aprendizagem diferente do que se pensa e acontece na realidade onde há uma dependência
directa do aluno com o seu professor, isto é, o educando precisa sempre da explicação de um
professor ou explicador para o auxiliar na compreensão. Isto vai contra ao que jacotot acredita,
no seu método a explicação significa uma desigualdade das inteligências num mundo onde todas
as inteligências são iguais. Este método é muito importante para os indivíduos que desejam
aprender, mas que de alguma forma não tem um mestre explicador, pois podem mesmo sozinhos
basta apenas terem vontade e desejo de aprender, esse seria o verdadeiro caminho para a
sabedoria e emancipação intelectual. Mas além de estudar por conta própria seria possível
ensinar o que se ignora, com isto um pai poderia ajudar ao seu filho nos deveres de casa mesmo
que seja analfabeto. Para Jacotot um mestre ignorante ajuda muito mais o aprendiz a desenvolver
a sua própria inteligência, pois não vai atrapalhar o método com suas explicações.
O ensino universal de jacotot tem muitos pontos positivos que podem e muito bem serem
aproveitados por estudantes com desejo de aprender, mas também tem alguns aspectos negativos.
Começando por destacar os positivos que é o facto de o texto incentivar as pessoas a ir atrás do
conhecimento e desenvolver sua inteligência e não esperar por um mestre explicador. Despertao
mundo para a sabedoria e é um método para todos os estratos sociais por não ser dispendioso e
qualquer um pode usar. Mas para além do aspectos positivos também tem seus pontos negativos
que seriam o facto de o método desvalorizar completamente o papel do mestre explicador no
processo de aprendizagem, pois é necessário saber equilibrar entre o estudo a solo e a explicação.
É importante também ter alguém que lhe explique nas dificuldades não dar respostas prontas,
mas mostrar como se faz para auxiliar o estudo. Mas também a questão de um mestre ignorante
suscita muitas questões e dúvidas por se mostrar em termos práticos pouco provável que alguém
ensine o que não sabe e além disso garantir que o aluno aprenda e consiga acompanhar o
processo de aprendizagem.
Para finalizar o grupo recomendaria a leitura deste texto a toda comunidade académica e a
sociedade no geral.