Patologias de Revestimentos
Patologias de Revestimentos
Patologias de Revestimentos
REVESTIMENTO
A palavra PATOLOGIA tem origem no grego, onde pathos significa doença e logos estudo e é amplamente
utilizada nas diversas áreas da ciência. Derivam de PATOLOGIA os termos PATOGENIA que se refere ao
problema propriamente dito e PATÓGENO ao agente que produz a patogenia.
O termo é adotado na construção para identificar anomalias construtivas que requerem estudo minucioso de
processos que são constituídos por etapas com a participação de diversos agentes em cada etapa (fabricante
do bloco de concreto, fornecedor da argamassa de assentamento, a mão de obra, etc.), formando como que
uma corrente que, havendo um elo fraco, poderá causar a ruína do revestimento e quando isso acontece se
deseja determinar, com certeza demonstrável, a quem cabe a responsabilidade e, consequentemente, o ônus
de refazer o serviço que foi executado com falhas e também, conforme o caso, indenizar os danos colaterais
causados pelo descolamento ou desplacamento do revestimento que caiu sobre veículos, vizinhos e pessoas.
Alguns casos são realmente patológicos havendo patógenos que provocam patogenias enquando que os
demais casos são apenas falhas construtivas ou erros de projetos que resultam em danos.
Além dos aspectos técnicos envolvidos, previstos e não previstos em normas técnicas, trataremos também das questões legais relativas à
responsabilidade civil previstas no Código Civil.
5-
1- Revestimento com 3- Revestimento com
2- Revestimento com Cerâmica 4- A Prova do Azulejista Junta
Argamassa pedras e vidros
s
Veja os casos mais comuns de problemas Para ser contratado como AZULEJISTA, o
no revestimento cerâmico.. profissional deve provar a sua aptidão e experiência.
O revestimento, tanto de paredes como de pisos, é um componente protetor que pretende oferecer ao substrato (parede ou laje)
propriedades para:
- isolar e proteger a parede contra a penetração de água da chuva e da umidade em geral;
- isolar e proteger o ambiente contra a ação do calor, seja do raio do sol ou do meio ambiente;
- isolar e proteger as pessoas contra a ação perturbadora de sons, ruídos e barulhos externos;
- oferecer uma superfície adequada e resistente à umidade e também a frequentes lavagens;
- oferecer um acabamento estético que harmonize com a arquitetura da fachada.
Mesmo quando feito com competência e cuidados o revestimento pode vir a apresentar problemas, logo a pós a conclusão dos trabalhos de
revestimento ou mesmo a longo prazo 10~20 anos, requerendo a ação reparadora e, talvez o mais importante, a identificação de "quem vai
pagar pelo conserto".
Trataremos as patogenias de forma bem ampla envolvendo os problemas em todos os tipos de revestimentos de paredes e de pisos como:
- Sem revestimento (paredes nuas, concreto aparente);
- Revestimento com argamassa;
- Revestimento com Placas Cerâmicas;
- Revestimento com Placas de Pedras;
- Revestimento com Placas de Vidros.
Por envolver tercnologias de fabricação de materiais e técnicas diferentes para a aplicação do revestimento, cada um dos tipos de
revestimento será tratado em partes separadas.
Este site estuda cada uma dessas camadas, separadamente, e apresenta os problemas que cada uma dessas camadas pode causar. Essa
abordagem, por camadas, facilita a identificação do responsável por eventual problema que o revestimento venha a apresentar, inclusive
suas consequências como danos em aparelhos eletrônicos e perda de móveis e, caso venha a ocorrer um desplacamento do revestimento,
você terá elementos objetivos para negociar ou, se for o caso, mover uma ação judicial contra aquele que tenha sido o responsável pela
ocorrência do desplacamento.
Ao mesmo tempo, esta abordagem "por camadas" fornece as diretrizes para o construtor se precaver e tomar as providências adequadas
capazes de evitar a repetição do problema , seja ele causado por material inadequado ou por mão de obra mal treinada.
DEFINIÇÕES:
Para que todos (empreiteiro, pedreiro, azulejista, fornecedor, lojista, fabricante, advogado, proprietário, arqjuiteto, engenheiro) possam falar
a mesma língua, apresentamos definições dos termos utilizados no site.
SUBSTRATO: É a base onde será aplicado o revestimento, podendo ser a alvenaria da parede ou a laje do piso. Dependendo do material
que constitui, o substrato pode apresentar alguns problemas como:
TIJOLO DE BARRO MACIÇO: O produto é higroscópico, isto é, atrai umidade e facilita a instalação e o desenvolvimento e
microorganismos que produzem a falência do produto causando esfarelamento e a formação de um pó branco que solta quando passamos a
mão.
BLOCO DE CONCRETO: Produto industrializado, mas que é difícil encontrar fabricante idôneo que fabrica blocos de dimensões exatas e
com superfície adequadamente porosa e capaz de segurar bem o revestimento. Fabricantes de fundo de quintal produzem blocos de
dimensões não exatas que irão exigir emboço espesso para compensar a diferença de dimensões entre um bloco e outro. Fabricantes
"caprichosos" produzem blocos com face extremamente lisa, o que é muito bom para paredes de bloco aparente mas que dificulta a
aderência do emboço. Uma camada de chapisco rolado antes do emboço melhora a aderência porém aumenta o custo.
BLOCO CERÂMICO: Produto industrializado, bom por ser mais leve que o bloco de concreto porém existe a questão da queima que não
sendo bem feita resulta em produto de alta expansibilidade e sensível com a variação da umidade do meio ambiente podem causar o
desplacamento inteiro do revestimento. Também é difícil o controle das dimensões no forno podendo resultar variação significativa nas
dimensões, blocos de tamanhos diferentes no mesmo lote, exigindo emboço espesso para compensar a variação.
CONCRETO PRÉ-FABRICADO: Tanto em paredes como em pisos, o pré-moldado tem um controle tecnológico mais refinado resultando
peças esbeltas e mais resistentes. As formas empregadas na fábrica são metálicas e produzem superfícies bem lisas o que dificulta a
aderência do emboço ou do contrapiso. Alguns fabricantes utilizam líquido desmoldante para facilitar a desforma mas esta película pode
dificultar a aderência do revestimento. Talvez a superfície necessite de tratamento como lavagem, raspagem ou lixamento.
CONCRETO MOLDADO IN-LOCO: Paredes, pilares e lajes moldadas no local podem apresentar falhas de concretagem com bicheiras
que precisam ser tratadas antes de receber o revestimento. O uso de forma de madeira produz superfície com certa rugosidade o que facilita
a aderência do emboço ou do contrapiso. Alguns aplicam um líquido desmoldante na superfície da forma o que pode dificultar a aderência
do revestimento.
CHAPISCO: É a camada de compatibilização entre o substrato e o emboço. A compatibilização é necessária e importante pois pode haver
dificuldade na aderência do emboço à alvenaria. A importância do chaisco se nota nos substratos mistos como paredes que têm partes em
blocos cerâmicos e partes em vigas e pilares de concreto. O chapisco forma uma superfície áspera nas peças lisas como concreto e forma
uma película impermeável nas partes cerâmicas e essa "uniformização" fornece melhores condições para a cura ao emboço. Não fosse o
chapisco, o emboço perderia água mais rapidamente nas partes de cerâmica, ficando dura e permaneceria mole por mais tempo nas partes
de concreto. Isso dificulta o sarrafeamento e o perfeito nivelamento e desempeno do emboço.
Antigamente se aplicava uma argamassa preparada no canteiro misturando-se cimento, areia e água e esta pasta era lançada manualmente
com colher. Aguardando a cura resultava em película bem aderante no substrato e suficientemente áspera para segurar o emboço.
O chapisco com argamassa preparada na própria obra apresenta muitos os problemas, começando pelo preparo no canteiro com dosagens
variadas e subjetivas passando pela aplicação, cada pedreiro com seu jeito pessoal, resultando em uma camada de fraca aderência. A areia
depositada na obra está sujeita a contaminações como a terra movimentada nas fundações, a aplicação é cansativa pois o pedreiro precisa
ficar agachando para pegar mais massa, subir em andaimes, etc.
Modernamente não se usa mais pasta preparada no canteiro. É mais prático, mais barato e mais seguro usar chapisco pronto, produto
tecnologicamente formulado e com polímeros que retém a água necessária para a cura do cimento e aplicado com rolo garante uma
uniformidade da película, funcionando bem em paredes e tetos. Este detalhe é especialmente importante na fachada e outros locais sujeitos
à incidência dos raios solares que "roubam" a água do chapisco pela evaporação o que resulta numa película de chapisco que esfarela e não
segura o emboço. Dias nublados e mais frios e chapiscos aplicados à tardinha favorecem a cura em melhores condições.
Como qualquer argamassa ou pasta com base em cimento portland é necessário aguardar o período de cura. Caso seja aplicado o emboço
antes da cura do chapisco surgirá uma superfície com fraca aderência.
Dos problemas de desplacamento de revestimento, uma parcela significativa é oriunda do chapisco mal curado. Portanto, vamos aguardar a
cura do chapisco por pelo menos TRÊS DIAS antes de prosseguir com o revestimento.
EMBOÇO e CONTRAPISO: Emboço é a camada de nivelamento que faz a compensação da variação das dimensões dos blocos e
diferenças (ou falhas) da prumada. Nem todos os pedreiros são cuidadosos o que pode resultar em blocos inclinados, deslocados ou
desalinhados. O emboço tem a função de corrigir todas essas falhas. Não se pode alisar muito a face do emboço pois a passagem da
desempenadeira vai criando uma camada lisa e "sem poros" o que vai dificultar a aderência da argamassa de assentamento.
O contrapiso tem a finalidade de corrigir as falhas e irregularidades existentes na laje. Parece com o emboço pois serve para dar suporte ao
revestimento cerâmico mas tem outras funções como dar o caimento para o perfeito escoamento da água, abrigar a impermeabilização no
caso de pisos molháveis, abrigar o isolante térmico no caso de lajes expostas ao sol, abrigar o isolante acústico no caso de lajes de
apartamentos residenciais e também dar suporte mecânico ao tráfego de pessoas e, alguns casos, de veículos:
Quem dá o caimento correto em pisos molháveis (lavanderia, banheiros, quintais, coberturas expostas) é o contrapiso. Alguns tentam fazer
isso com a argamassa de assentamento do revestimento. O contrapiso não deve ser executado com mais que 30 milímetros de espessura
para não aparecer fissuras. Caso o local necessite de uma camada mais espessa, então executar em diversas camadas com no máximo 30
mm de espessura cada aguardando a cura de no mínimo 7 dias para cada camada.
Em paredes bastante desprumadas é comum necessitar emboço "mais espesso". Há um erro muito comum, principalmente na mão de obra
por empreitada, do pedreiro ter pressa de executar o emboço, mesmo grosso, e para agilizar o trabalho adiciona gesso na argamassa pois
isso agiliza o "endurecimento" e facilita o desempenamento. A fiscalização deve ficar bem atenta nos locais onde seja necessário emboço
em camadas mais espessas.
Tomar o cuidado também com a espessura mínima de 10 milímetros e garantir a aderência ao substrato aplicando algum produto para isso.
CAIMENTOS MÍNIMOS:
Veja os caimentos mínimos recomendados para cada tipo de ambiente:
AC I AC II AC III
3.1.4 argamassa colante industrializada - tipo E: Argamassa colante industrializada dos tipos I, II e III, com tempo em aberto
estendido.sobre a pasta de argamassa colante, a qual proporcionará, após um período de cura, resistência à tração simples ou direta.
A embalagem deve apresentar no rótulo a indicação:
As normas admitem, item 5.7.7.1-b, o emprego da desempenadeira de 8 mm em placas com mais de 900 cm2 mas com aplicação de
argamassa também no TARDOZ (costas) da placa cerâmica. Recomendamos não usar esta alternativa pois a aplicação de argamassa no
tardoz é operação complicada nas condições do canteiro e o que vemos é o pedreiro segurando a placa com uma das mãos e aplicando a
argamassa com a outra mão e a camada resultante, nestas condições de equilíbrio, é uma camada que não é uniforme e de espessura não
controlada e ao se colocar a placa sobre a argamassa já espalhada no piso forma uma grossa camada de argamassas de assentamento cuja
espessura é de difícil controle. O correto, nas placas com superfície maior que 900 cm2, é o emprego da desempenadeira semicircular e não
aplicar argamassa no tardoz.
Com os cordões formados corretamente, dá-se início à contagem do Tempo em Aberto. A norma NBR-14083 especifica os procedimentos
laboratoriais para a determinação do temo em aberto. Tempo em Aberto é o intervalo de tempo que começa logo que a argamassa foi
espalhada e os cordões formados até que a temperatura e o vento, evaporando a água da superfície da argamassa, tire o poder de aderência
superficial da argamassa.
Para saber como é calculado ou determinado o tempo em aberto, consulte a norma NBR-14083 - Argamassa colante industrializada para
asssentamento de placas cerâmica - Ensaio para Determinação do tempo em aberto.
Depois de calculado conforme a norma acima, o tempo em aberto é especificado pelo fabricante na própria embalagem mas a norma
determina o tempo mínimo, que são:
2-
PROVA DE ASSENTAMENTO:
Pedreiros e azulejistas candidatos a Assentadores de Cerâmica DEVEM ser submetidos à Prova de Assentamento. A cada um é destinado
um espaço numa Parede ou Piso onde será feita a Prova. A cada candidato será entregue:
1 - 2 litros de argamassa industrializada que é retirada de saco à vista do candidato. O saco deve permanecer no local para que o candidato
leia as instruções. Se o candidato não se der ao trabalho de ler as instruções na embalagem de onde foi retirada a argamassa, então ele já
perde ponto. Mesmo que a embalagem seja "sempre a mesma" e "velha conhecida" é sempre saudável consultar as recomendações
impressas na embalagem pois os fabricantes costumam melhorar o desempenho de seus produtos e podem alterar, sem prévio aviso, dados
importantes como o percentual de água;
2 - 1 litro de água limpa que o candidato irá misturar a seu gosto. Verificar se o candidato mede a quantidade de água de acordo com a
recomendação do fabricante, estampada na embalagem;
3 - Oferecer ao candidato a betedeira de argamassa. Talvez o candidato ache "muita frescura" e até dirá que vai pela experiência dele
batendo na mão. Lembre-se que as argamassas industrializadas são produtos resultante de avançadas pesquisas e não se admite
subjetividades no seu preparo e aplicação;
4 - Verificar se o candidato "espera" o tempo de repouso da argamassa, recomendado pelo fabricante;
5 - Dar a ele uma colher, uma desempenadeira e um martelo de borracha;
6 - Verificar como o candidato faz o espalhamento da argamassa. Ele deve usar o lado liso da desempenadeira denteada, fazendo boa
pressão para que a argamassa fique bem aderente ao substrato;
7 - Verificar se o candidato tomou o cuidado de espalhar a argamassa por toda a área onde serão assentados os 4 azulejos;
8 - Verificar se o candidato formou os filetes adequadamente. A direção dos filetes DEVE SER na horizontal ou na vetical e os filetes
devem ficar paralelos e sem interrupção. O candidato deve escolher a direção, vertical ou horizontal, em função da facilidade que ele vai ter
de fazer movimentos de vai-e-vem para assentar a placa cerâmica;
9 - Verificar se o candidato tomou o cuidado de examiar o tardoz, ver se a placa está úmida ou empoeirada;
9 - Verificar se o candidato assentou os azulelos fazendo pequenos movimentos de vai-e-vem na direção perpendicular à direção dos filetes.
Se ele usou o mertelo de borracha será eliminado. O movimento de vai-e-vem não deve ser maior que o tamanho dos filetes;
3.1.6 resistência de ader ência à tr ação: Resistência à ruptura por tração, em determinada idade e condições de cura do conjunto
constituído por substrato-padrão, argamassa colante endurecida e placa cerâmica.
3.1.7 substr ato-padr ão: Placa de concreto armado com determinada composição, dimensões, absorção e resistência, destinada a servir
como base, ou suporte, nos ensaios de argamassa colante industrializadas.
3.1.8 deslizamento: Deslocamento vertical sofrido por uma placa cerâmica, sob ação de seu próprio peso, aplicada sobre argamassa colante
ainda fresca.
3.1.9 densidade de massa aparente: Relação entre a massa de determinada quantidade de argamassa colante no estado seco e solto e o seu
volume.
CONTROLE DA QUALIDADE DA ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO:
Tratando-se de produto resultante de avançado desenvolvimento técnológico recomenda-se, para garantia de longa duração, o controle
rigoroso dos diversos tempos que a argamassa precisa para atingir a cura máxima.
Recomendados elaborar e imprimir uma planilha para registro dos vários tempos de execução, além do tipo de argamassa e local de
aplicação:
2,5 horas
TEMPO DE VALIDADE: Começa a contar Em todo esse período é proibido
a partir qualquer adição de água.
do término do amassamento Esgotada a quantidade da caixa,
anotar o tempo decorrido
TEMPO DE MATURAÇÃO: Começa a
contar a partir
do término do amassamento. A argamassa
15 minutos
deve
permanecer em caixa tampada com um pano
úmido
tráfego de pessoas
LIBERAÇÃO PARA LIMPEZA FINAL:
Começa a contar a partir do término do
rejuntamento. Feita a Limpeza Final o piso
Mínimo de 2 semanas
pode
ser liberado para o tráfego de pessoas e de
veículos.
Em todo esse período a maior preocupação é com o efeito gangorra, isto é, pisar ou aplicar carga em apenas um dos lados da placa
cerâmica. Se for absolutamente necessário trafegar pelo piso, colocar uma tábua larga para evitar o efeito gangorra. Se o piso estiver no
Tempo Coberto, além da tábua larga, pode ser aplicado gesso sobre camada de sacos de aninhagem.
Muito cuidado com os aplicadores pois, na internet encontramos muitos vídeos com pedreiros que pisam na placa logo após o assentamento
- Isso deve ser terminantemente proibido - Planejar a sequência de assentamento (onde começa e onde termina) de tal forma que não haja
necessidade de trafegar pisando em placa recém assentada.
CERÂMICA:
NBR-13818 -
ABSORÇÃO DE ÁGUA:
A caraccterística mais relevante para os leigos talvez seja a estampa (desenho) e as cores de azulejos e
pisos mas para aqueles que se preocupam com problemas como desplacamento a propriedade mais
importante é a Asborção de Água.
Vocês se lembram da história da talha, também conhecida como moringa. Ela é feita de barro bem
poroso pois a água de dentro da moringa, passando pelos poros da cerâmica evapora ao chegar no lado
externo e ao evaporar "rouba" calor da moringa refrescando a água nela contida. No interior diziam que
a moringa está suando, quando se formam aquelas pequenas gotas na superfície externa. O folclore diz
que se a primeira pessoa a tomar a água da moringa nova for uma mulher a água da moringa vai ficar a
vida toda com gosto de barro.
Área interna: a cada 32 m2 ou quando uma das dimensões for maior que 8 m.
Área externa: a cada 20 m2 ou quando uma das dimensões for maior que 4 m.
Parede
Área interna: a cada 32 m2 ou quando uma das dimensões for maior que 8 m.
RESPONSABILIDADE CIVIL
São casos raros pois a ciência da construção se encontra bastante avançada na atualidade e já se conhece quase todos os fenômenos que
fazem parte de um edifício.
Para estabelecer os limites e os cuidados necessários para a fabricação, transporte, armazenamento, aplicação
e manutenção dos materiais empregados na construção o CB-2, um dos comitês brasileiros de normatização
da Associação Brasileira de Normas Técnicas desenvolve atividades de atualização, discussão e elaboração de
normas técnicas que, depois de aprovadas Por Consenso, são publicadas (tornadas públicas) e possuem valor
legal, devendo ser seguidas em todas as obras em todo o território nacional.
Além das questões essencialmente técnicas, a execução de obras envolve outras questões como o direito civil
onde pessoas diretamente relacionadas à obra e também pessoas sem nenhum vínculo com ela podem vir a
serem prejudicadas por algum ato praticado na obra pela simples existência da mesma.
Veja algumas leis e decretos que protegem as pessoas que venham a ser ou venham a sentir prejudicadas em
função de uma obra de construção.
A Lei Federal No 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002 conhecida como Código Civil determina, em seu artigo 186, que:
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
O DECRETO-LEI Nº 3.688, DE 3 DE OUTUBRO DE 1941 conhecido como Lei das Contr avenções Penais, determina que
comete contravenção penal aquele que:
Ar t. 29. Provocar o desabamento de construção ou, por erro no projeto ou na execução, dar-lhe causa.
Ar t. 30. Omitir alguem a providência reclamada pelo Estado ruinoso de construção que lhe pertence ou cuja conservação lhe incumbe
A Lei Federal Nº 8.078, DE 11 DE SETEMBRO DE 1990 conhecida como Código de Defesa do Consumidor
determina, em seu artigo 18 que:
Art. 18: “os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos
vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam
ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes
do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeita das às variações decorrentes de
sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas”. Estabelece prazo de garantia
de 90 dias para defeitos aparentes de fácil constatação e de 5 anos com relação à solidez e segurança da
edificação. Uma vez constatado, o vício deve ser sanado no prazo máximo de 30 dias.
Interessante é que o direito de quem contrata um serviço de construção faz parte de uma das mais antigas
legislações do mundo, previsto até no Código de Haburabi escrito em pedra no ano 1700 AC, e que determina:
Artigo 229- Se um construtor construir uma casa para outrem, e não a fizer bem feita, e se a casa cair e
matar seu dono, então o construtor deverá ser condenado à morte.
Como se vê, uma pessoa que se vê prejudicada por um desplacamento de um revestimento, seja de parede,
de piso ou de teto, tem direitos à indenização dos danos causados pelo problema, não só dos prejuízos para
refazer o revestimento afetado como também dos danos colaterais causados por ele, como a necessidade de
sair da casa e ir morar num hotel durante o perído de conserto.
Como a questão envolve aspectos técnicos de engenharia, o prejudicado deve providenciar um Laudo Pericial
que deverá ser elaborado por um Profissional Habilitado. No Brasil, duas entidades habilitam profissionais para
o exercício de questões relacionadas com a construção. São o Conselho Regional de Arquitetura e o Conselho
Regional de Engenharia.
O laudo deve ser elaborado em conformidade com a norma brasileira NBR-13.752 e o profissional deve efetuar
o registro da sua responsabilidade técnica por meio do documento RRT ou ART de emissão exclusiva dos
conselhos correspondentes, Arquitetura ou Engenharia. Um laudo que não esteja de conformidade com as
posturas estabelecidas na NBR-13.752 não tem validade legal. Uma laudo que seja assinado por um
profissional que não seja habilitado não tem validade legal. Um laudo que seja assinado por um profissional
que embora habilitado não tenha feito o devido registro no conselho correspondente também não terá
validade legal. Então tome cuidado pois um papel qualquer que mesmo com a assinatura de um "engenheiro"
não é aceito pela Justiça.
É comum a gente assistir pessoas que representam empresas, entidades e órgãos públicos fazerem declarações sobre problemas em obras
mas se tais pessoas não forem habilitadas e não tiverem feito o registro da responsabilidade então estarão fazendo o exercício ilegal da
profissão e podem ser enquadradas por Falsidade Ideológica. Já vi miutos advogados se alvoroçando de "entendidos" falarem um monte de
besteiras, caso em que a outra parte, conhecendo o assunto, derruba com muita facilidade os falsos argumentos.
Por último, uma recomendação sobre iniciativas muito comuns quando ocorre um problema numa obra,
construção ou edifício:
Não adianta ir reclamar na Prefeitura pois não é atribuição da Prefeitura embargar obras só por que a obra prejudicou ou está te
prejudicando - A Prefeitura (Poder Executivo) só vai verificar se a obra tem Alvará de Construção - Se não tem, então a
Prefeitura vai embargar a obra, mas se tem Alvará então ela não pode fazer nada por você pois existe Lei Federal de modo que
a reclamação deve ser feita no Poder Judiciário.
Não adianta ir reclamar na Defesa Civil pois não é atrbuição da Defesa Civil embargar obras só por
que a obra prejudicou ou está te prejudicando - A Defesa Civil só pode interditar a obra ou o prédio
se o problema oferecer risco de vida aos moradores ou às pessoas que transitam na rua mas não
pode fazer nada se o problema afeta só você.
O certo é procurar o Poder Judiciário, a Justiça com base numa das leis acima apresentadas (Código
Civil, Contravenções Penais ou Código de Defesa do Consumidor). Fale com um Profissional de
Direito da área cível (Advogado Cível).
RMW-1514-22/12/2021