Tese Mestrado C&SIG UniCV UNL Deborah Vera Cruz 2012
Tese Mestrado C&SIG UniCV UNL Deborah Vera Cruz 2012
Tese Mestrado C&SIG UniCV UNL Deborah Vera Cruz 2012
Co-orientado pelo
Dezembro de 2011
ii
AGRADECIMENTOS
Ao meu orientador Professor Miguel Neto e co-orientador António Querido pela sua
disponibilidade, orientação e valiosas sugestões que contribuíram para o enriquecimento
deste trabalho.
A meus pais, José Henrique Vera-Cruz e Maria Teresa Vera-Cruz, a quem dedico este
trabalho e que me deram as ferramentas que me capacitaram para o seu
desenvolvimento. Agradeço pela disponibilidade em rever o texto e pela constante
motivação.
A minha amiga e colega Ivete Silves Ferreira pelo exemplo, pela partilha de
conhecimentos e constante incentivo ao longo da realização do mestrado e da tese em
particular.
Aos meus colegas de trabalho, em especial ao Paulo Martins por ter-me falado deste
mestrado e pelo estímulo na sua realização desde o primeiro momento.
As minhas irmãs Jessica e Vani Vera-Cruz e amigas Joseanne Silva, Lúcia Cardoso,
Cláudia Rodrigues e Deborah Fortes pela amizade, por terem estado sempre ao meu
lado, mesmo de longe e pelas constantes palavras de incentivo.
Por fim e em especial, ao meu companheiro e amor César Schofield Cardoso pela
paciência, pelo acompanhamento constante e pela compreensão pelas muitas horas em
que tive de me ausentar para dedicar à realização deste trabalho.
iii
SIGIF
Sistema de Informação Geográfica na Internet para apoio à gestão de
Infra-estruturas, baseado em ferramentas Open Source
RESUMO
iv
SIGIF
A Geographic Information System on the Internet to support
the management of infrastructure based on Open Source tools
ABSTRACT
The high cost of software’s commercial licenses and specificity of use at a technical level
become obstacles in the creation and maintenance of geographic data. However recent
developments in Internet technologies have contributed to the access, publication,
distribution and exploitation of geographic information. The use of distributed GIS on the
Internet (WebGIS), specifically the Open Source solution, can be an appropriate option
since it makes GIS functionalities available to users through a Web browser, without the
need of investments in software or in specialized training.
Thus, this project aims at creating a geographic information system on the Internet, using
Open Source software, providing alphanumeric and geographic information of the
infrastructure built and under the responsibility of the Ministry of Infrastructure
and Maritime Economy, also allowing users to view, query and carry out analysis
operations.
v
PALAVRAS-CHAVE
Aplicações Aberto
Normas Abertas
MapServer
Serviços Web
Infra-estruturas
KEYWORDS
Open specifications
Web-based GIS
MapServer
Web Services
Infrastructure
vi
ACRÓNIMOS
IE Instituto de Estradas
vii
IGT Instrumento de Gestão Territorial
viii
SGBD Sistemas de Gestão de Bases de Dados
SI Sistema de Informação
ix
Índice
AGRADECIMENTOS...................................................................................................... iii
RESUMO .......................................................................................................................... iv
ABSTRACT ....................................................................................................................... v
PALAVRAS-CHAVE ....................................................................................................... vi
KEYWORDS .................................................................................................................... vi
ACRÓNIMOS .................................................................................................................. vii
1. Introdução .................................................................................................................. 1
1.1. Enquadramento ................................................................................................ 1
1.2. Objectivos .......................................................................................................... 3
1.3. Premissas .......................................................................................................... 4
1.4. Metodologia geral ............................................................................................. 4
1.5. Organização do Relatório ............................................................................... 6
1.6. Apresentação do Ministério das Infra-estruturas e Economia Marítima .. 7
1.7. Fases do Projecto SIGIF ................................................................................. 8
2. Infra-estruturas e SIG ............................................................................................ 10
2.1. Objectivos do Capítulo................................................................................... 10
2.2. O sector das Infra-estruturas em Cabo Verde ........................................... 10
2.3. Os SIG e sua aplicação no planeamento e gestão de infra-estruturas . 14
2.4. Soluções SIG existentes no campo das infra-estruturas ......................... 16
2.5. A importância da Internet nos SIG............................................................... 21
2.6. O potencial dos WebGIS na gestão de infra-estruturas ........................... 26
2.7. Conclusões ...................................................................................................... 28
3. WebGIS e os Softwares Geoespaciais ............................................................... 30
3.1. Objectivos do capítulo ................................................................................... 30
3.2. Componentes básicos de um WebGIS ....................................................... 30
3.3. Aplicações Geoespaciais Livres, de Código Aberto e Proprietários ...... 32
3.4. Aplicações SIG disponíveis .......................................................................... 34
3.4.1. Dados ....................................................................................................... 35
3.4.2. Servidor .................................................................................................... 36
3.4.3. Cliente ...................................................................................................... 39
3.5. Interoperabilidade e OGC ............................................................................. 42
3.6. Serviços Web para Informação Geográfica ............................................... 45
x
3.6.1. Web Map Service ................................................................................... 47
3.6.2. Web Feature Service ............................................................................. 55
3.7. Estratégias de Implementação de um WebGIS ........................................ 57
3.8. Conclusões ...................................................................................................... 61
4. Desenvolvimento do WebGIS – SIGIF ............................................................... 62
4.1. Objectivos do capítulo ................................................................................... 62
4.2. Metodologia de Implementação do SIGIF .................................................. 62
4.2.1. Plano de Implementação....................................................................... 63
4.2.2. Análise dos requisitos do sistema e dos utilizadores ....................... 65
4.2.3. Escolha da tecnologia utilizada na implementação .......................... 67
4.3. Modelo de Dados e de Informação ............................................................. 69
4.3.1. Modelo Conceptual ................................................................................ 70
4.3.2. Dados e Representação espacial e gráfica da Informação ............. 72
4.3.3. Carregamento dos dados no PostgreSQL / PostGIS ....................... 74
4.4. Implementação e Funcionamento do SIGIF .............................................. 75
4.5. Arquitectura do sistema ................................................................................. 78
4.6. Funcionalidades e Interface .......................................................................... 79
4.7. Conclusões ...................................................................................................... 85
5. Considerações finais e Desenvolvimentos futuros ........................................... 86
5.1. Objectivos do capítulo ................................................................................... 86
5.2. Vantagens e limitações da tecnologia e metodologia .............................. 86
5.3. Desafios e propostas de desenvolvimento futuro ..................................... 89
Referências Bibliográficas ............................................................................................ 92
xi
Índice de tabelas
xii
Índice de Figuras
xiii
1. Introdução
1.1. Enquadramento
Considera-se como infra-estruturas os elementos físicos que dão suporte a serviços como
energia eléctrica, água e esgoto, transportes, telecomunicações e outros, os quais são
demandados por todas as actividades económicas de um país. Assim, as infra-estruturas
podem ser definidas como elementos que constituem a base de um país e das suas bases
1
produtivas . Os serviços de infra-estrutura básica, existem para preencher uma necessidade
que é comum a todas as actividades da vida moderna que seriam impossibilitadas de existir
ou cuja existência seria grandemente prejudicada na carência desses serviços (Andrade e
Serra).
O Ministério das Infra-estruturas e Economia Marítima (MIEM), mais especificamente por via
da Direcção Geral das Infra-estruturas (DGI) e da Direcção Geral de Planeamento,
Orçamento e Gestão (DGPOG), é a entidade que se responsabiliza pelo planeamento e
gestão de todo o sector de Infra-estruturas no país. A DGPOG é o serviço central que
responde pela assessoria geral e especial, interdisciplinar e de apoio técnico ao MIEM em
matéria de estudos e planeamento, pela formulação e seguimento de políticas públicas
sectoriais, pela gestão orçamental e pela administração de recursos humanos, financeiros e
patrimoniais. Enquanto a DGI é a responsável pela execução da política de construção civil
e obras públicas, nomeadamente de infra-estruturas de transportes, obras hidráulicas e
2
edifícios públicos .
1
Definição encontrada no Dicionário Enciclopédico ALFA. Publicações ALFA, edição de 1992.
2
Fonte: Página do Ministério em www.mitt.gov.cv Acedido em 03.07.11
1
necessário um sistema que se assenta sobre a tecnologia dos Sistemas de Informação
Geográfica (SIG).
Na maioria dos casos, os softwares utilizados pelos SIG são executados em computadores
pessoais ou com licenças para funcionarem em redes locais, constituindo algumas
desvantagens como a dependência da plataforma tecnológica, falta de interoperabilidade,
entre outros. Segundo Estima (2010) os recentes desenvolvimentos tecnológicos da
Internet, que vêm melhorando a velocidade de acesso e facilidade de uso, e também no que
toca a hardware e software possibilitando computadores com melhor capacidade de
processamento e mais baratos, provocaram mudanças significativas na maneira em que as
pessoas usam, partilham e processam as informações. Hoje em dia há um número cada vez
maior de pessoas utilizando a Internet, em casa ou no trabalho, deixando de utilizar
aplicações fechadas e proprietárias em detrimento dos aplicativos distribuídos, abertos e
com interoperabilidade de dados. Torna-se assim cada vez mais urgente a necessidade da
criação de sistemas independentes de um equipamento padrão e/ou de sistema operativo
especifico (Miranda, 2004).
Nesse sentido ao longo dos mais recentes anos, um dos principais desenvolvimentos ao
nível de ferramentas de SIG tem sido o recurso à Internet como plataforma privilegiada no
processo de disponibilização de dados e informação geográfica. Pretende-se alargar o
acesso à informação geográfica a um número crescente de utilizadores de forma fácil e
pouco onerosa (Machado et al., 2002). Os SIG na Internet, comummente conhecidos por
4
WebGIS (embora o SIG na Internet seja mais abrangente) permitem uma interacção visual
com os dados geográficos e uma maior acessibilidade aos mesmos, com possibilidade de
visualização de mapas e realização de consultas a partir de dados geográficos e
alfanuméricos armazenados em bases de dados, facilmente actualizáveis. Todas essas
operações são realizáveis num computador que possua acesso à Internet, utilizando um
simples browser, sem necessidade de muito conhecimento técnico (Souza et al., 2005 e
Cabral, 2001).
3
Fonte: http://www.ncgia.ucsb.edu/giscc/units/u002/ Acedido em 01.06.11
4
Acrónimo que resulta da junção da palavra “Web” e da sigla “GIS”, ambas em inglês, referindo-se a
World Wide Web e Sistemas de Informação Geográfica, respectivamente.
2
licença para a sua utilização), ou Open Source (permissão de uso, cópia, e distribuição, na
sua forma original ou com modificações), mostra-se como a opção mais apropriada,
possibilitando o acesso a informação espacial relevante para a gestão, a custos reduzidos e
com conhecimentos limitados de sistemas de informação geográfica (Aires et al., 2004).
1.2. Objectivos
3
prazo a nível nacional, bem como viabilizar uma gestão racional e eficiente das infra-
estruturas por parte dessas diferentes entidades.
1.3. Premissas
O Ministério possui, nos seus repositórios, informação que é útil para a sua gestão bem
como a outras entidades e que é necessário que esteja disponível de forma automática,
transparente, segura e com baixo custo, para ser utilizada nos diversos processos de
negócio. Assim, o desenvolvimento deste projecto tem por base as seguintes premissas:
4
Preparação dos dados e do ambiente de desenvolvimento
O Ministério, para além dos seus próprios, consome dados que são gerados ou organizados
por outras entidades e que naturalmente possuem seus próprios formatos e níveis de
qualidade. Relativamente aos dados geográficos na maioria dos casos foi necessário a
conversão para o sistema de projecção adoptado, o Cabo Verde Cónica Secante de
5
Lambert , assim como a própria edição dos dados, para garantir maior qualidade.
Para isso e para atingir os objectivos do projecto algumas acções foram levadas a cabo:
5
Sistema de Projecção de Cabo Verde que ao longo do desenvolvimento do projecto SIGIF, foi
inscrito na Base de Dados da EPSG, recebendo o Nº 4826.
5
• Implementação/adaptação das funcionalidades da aplicação e teste com ficheiros
6
Shapefile em disco e da base de dados;
• Importação dos dados previamente tratados para a Base de Dados;
• Disponibilização da aplicação no servidor do Ministério;
• Testes e correcções à aplicação desenvolvida;
• Avaliação das limitações reveladas e conclusões.
O quarto capítulo incide sobre o desenvolvimento da aplicação “SIGIF”, uma fase bastante
prática, onde se descreve o processo de implementação a partir da análise dos requisitos e
se apresenta as principais características do sistema: o modelo de dados, arquitectura,
tecnologia utilizada, interface, funcionalidades, etc.
6
Shapefile é um formato de arquivo que contém dados geoespaciais em forma de vector,
desenvolvido e regulamentado pela ESRI como uma especificação aberta para a interoperabilidade de
dados entre os seus programas SIG e os de outros fornecedores.
6
Ao longo do relatório foram utilizadas, na medida do possível, expressões em português
excepto nos casos em que a tradução do vocábulo da sua língua original levantasse
duvidas ou pudesse levar a uma interpretação imprecisa.
O Ministério das Infra-estruturas e Economia Marítima (MIEM) tem por missão primordial o
desenvolvimento das infra-estruturas de base com vista à promoção do desenvolvimento
equilibrado e sustentado do país. Para tal, compete ao MIEM formular, coordenar e executar
as políticas do Governo em matéria de obras públicas, construção civil, infra-estruturas,
comunicações, transportes, navegação e segurança aérea e marítima, portos, aeroportos e
recursos marinhos.
7
Fonte: Página do Ministério em www.mitt.gov.cv Acedido em 01.10.11
7
interdisciplinares, de natureza técnica e administrativa que se destinam a apoiar o Ministro
em questões relativas a áreas das suas competências. As sessões de trabalho dos
d órgãos
consultivos são presididas pelo Ministro e integram todos os dirigentes dos serviços centrais
do MIEM, constituindo os assessores e os dirigentes dos organismos de administração
indirecta sob a superintendência do Ministro.
Direcção de Serviço
Direcção de Serviço de Sub-inspecção de
Direcção de Serviço de dos Assuntos Juridicos,
Resursos Humanos, Análise de Mercados e
Obras da Qualidade e
Finaceiro e Patrimonial Assuntos Jurídicos
Fiscalização
Direcção de Serviço de
Acompanhamento
Financeiro de Obras
8
Fonte: Página do Projecto em www.sigif.org Acedido em 27.12.11 e Técnicos da equipa do projecto
8
No entanto, somente em Setembro de 2007 se deu inicio à primeira fase do projecto e
durante sensivelmente 1 ano e meio (até Maio de 2009) decorreu o período de organização
institucional e administrativo, onde também se levou a cabo discussões teóricas do que se
queria concretamente e intensivas pesquisas com vista à identificação, avaliação e adopção
dos modelos mais adequados às necessidades do projecto e ao contexto nacional. Ainda
durante essa fase foram recebidos os equipamentos necessários para a implementação do
SIG e foram contratados um técnico nacional e um consultor externo, ambos na área de SIG
e uma empresa nacional na área de tecnologia da Informação da qual faz parte a autora do
presente trabalho.
A segunda fase iniciou-se logo a seguir, em Junho de 2009 e teve a duração de um ano. Em
Novembro de 2009 finalizou-se o desenvolvimento da primeira versão, permitindo que a
aplicação fosse disponibilizada online, a seguir a uma apresentação pública para os
técnicos do Ministério e de outras entidades interessadas. Nesta fase as actividades
incidiram na consolidação do conteúdo (alimentação da base de dados) e resolução de
alguns problemas identificados após a colocação da aplicação em produção, permitindo
desta forma a estabilização da plataforma e melhoramento da solução. Também durante
esse período o sistema de referência de Cabo Verde foi inscrito no EPSG, constituindo um
marco do projecto.
9
2. Infra-estruturas e SIG
Para Burns et al. (1999) uma infra-estrutura (Infrastructure Asset) é definida como um
conjunto de componentes que não pode ser substituído como um todo, mas sim renovado,
pela substituição de elementos individuais, enquanto mantêm a sua função no sistema
como um todo. Esses componentes individuais da infra-estrutura têm vidas úteis finitas, mas
a infra-estrutura tem uma vida indefinida, que se deve manter enquanto for necessário o
serviço público que garante.
10
Neste sentido os responsáveis pelo sector das infra-estruturas em Cabo Verde têm
procurado colmatar as deficiências existentes e nos últimos anos com maior foco no
desenvolvimento eficaz do sub-sector dos transportes, partindo do pressuposto que um
melhoramento do acesso das comunidades rurais pode contribuir grandemente para reduzir
o nível da pobreza, sendo que as condições de pobreza extrema são mais pertinentes em
locais onde não existem acessibilidades adequadas e fiáveis.
Pensar na gestão das infra-estruturas de uma forma conjunta parece ser uma actividade
praticamente impossível, devido ao seu carácter multissectorial, multidisciplinar e
multiproblemático. Desta forma, a divisão dos sistemas de infra-estrutura em grupos, parece
ser uma solução adequada para uma gestão eficaz, pois permite uma melhor avaliação das
partes que compõem o sistema como um todo, permite identificar as relações de causa e
efeito entre as intervenções em partes isoladas do sistema e ainda facilitar a análise de
dados e, consequentemente, a tomada de decisões (Sousa Júnior et al., 2007).
11
sistemas de segurança, sistema de distribuição de correspondência, educação e de
saúde.
• Subsistema de Infra-Estrutura de Redes de Energia e Telecomunicações
(SIERET): é compreendido pelo sistema de transmissão de energia eléctrica, pelos
postos de abastecimento de combustível, pelos gasodutos e oleodutos, pelo
sistema de comunicação telefónica e por redes de fibra óptica.
• Subsistema de Infra-Estrutura de Saneamento (SIES): tem como função
promover o adequado escoamento das águas provenientes das chuvas que caem
nas áreas urbanas, assegurando o trânsito público e a protecção das edificações,
bem como evitando os efeitos danosos das inundações. Também faz parte desse
sistema o abastecimento de água, de esgoto, colecta e disposição do lixo.
12
distribuição de água potável, da recolha das águas residuais e da promoção das ligações
domiciliárias de água e esgotos, nos meios urbanos e rurais.
Por outro lado a visão nacional sobre a água, a vida e o ambiente no horizonte 2025,
perspectiva as metas nos horizontes 2010 e 2020 de:
13
2.3. Os SIG e sua aplicação no planeamento e gestão de infra-
estruturas
Uma infra-estrutura é composta pela parte estrutural que abrange sua estrutura física, e
também por uma parte não estrutural que compreende as suas funções. O seu planeamento
é feito, na maioria das vezes, utilizando o espaço bidimensional, contudo em alguns países
mais desenvolvidos utiliza-se o espaço tridimensional (aéreo e subterrâneo), que é uma
forma de maximizar todo o espaço a ser utilizado, tanto na vertical quanto na horizontal
(Sousa Júnior et al., 2005).
Com o crescimento urbano pode-se constatar mudanças na forma de viver das populações
e consequentemente surge a necessidade de reestruturar os espaços das actividades
urbanas, assim como o acesso às infra-estruturas que propiciem qualidade de vida à
população. Verifica-se também hoje em dia, principalmente nos países em
desenvolvimento, uma grande dificuldade em gerir as suas cidades, sobretudo as infra-
estruturas, devido à inexistência de um planeamento estratégico do meio urbano, ou quando
existe um sistema de gestão, normalmente este é concebido de forma precária, tornando-se
num instrumento ineficaz de gestão. Esta falta ou deficiência de planeamento ocasiona uma
ocupação desordenada do solo, dificultando a análise, a previsão e a tomada de decisões
necessárias no sentido de determinar a melhor conformação das urbes (Sousa Júnior et al.,
2005). Torna-se, assim urgente a concepção de um sistema de gestão e a utilização de
métodos que contribuem para a caracterização, manutenção e monitorização das infra-
estruturas, garantindo a qualidade e o desenvolvimento sustentável das cidades.
14
Em situações onde se pretende implementar uma nova infra-estrutura é importante analisar
o impacto que esse objecto terá no meio em que será inserido e minimizá-lo em benefício à
natureza e aos seres envolventes. Nesses casos, os SIG, possibilitam o desenvolvimento
de modelos que permitem estabelecer previsões e actuar de forma a atenuar ou corrigir os
impactos indesejáveis, através da ponderação de critérios definidos. Servem de apoio à
tomada de decisões nos mais diferentes projectos que tratam da questão ambiental,
permitem a rápida obtenção de mapas georreferenciados e a possibilidade de uma
avaliação integrada de um grande número de variáveis, oferecendo ainda a oportunidade de
revisar, incluir e actualizar dados em qualquer etapa do trabalho, transformando-se em uma
valiosa ferramenta através da disponibilização dos dados gerados que podem vir a auxiliar
futuras pesquisas (Guimarães e Caneparo, 2007).
Com o aumento das suas funcionalidades, os SIG constituem uma plataforma flexível e
eficiente no apoio ao processo de análise e planeamento territorial, principalmente nas
situações em que é necessário considerar um grande volume de informação espacial
diversificada e dinâmica (Salech e Sadoun, 2006). Os SIG possuem capacidades de análise
e tratamento da informação geográfica que vão de encontro com as necessidades dos
técnicos de planeamento e ordenamento do território, que cada vez mais têm os visto como
uma ferramenta determinante na concepção e gestão dos instrumentos de planeamento e
gestão do território (Simplício, 2010). Uma vez que as infra-estruturas estão directamente
ligadas ao território, podemos considerar que os SIG possuem a mesma utilidade e
adequação para a sua gestão.
Uma das importantes questões a decidir, na gestão, é o momento ideal para intervenções
no sistema modelado e também quais as prioridades de investimento. Para isso é
fundamental a catalogação das infra-estruturas, o registo e a avaliação de todas as
informações relacionadas à sua manutenção, datas e motivo das reparações, data de
instalação, ou seja, informações que possam servir de base às decisões a serem tomadas.
Segundo os autores AL-Hader e Rodzi (2009) a implementação de um sistema que serve
todas as pessoas envolvidas nos processos de gestão, de modo a seguirem todas as
actividades desenvolvidas, com uma representação geográfica adequada, irá
definitivamente reduzir o trabalho manual a longo prazo.
Entre os motivos de grande interesse na utilização dos SIG na gestão das infra-estruturas
estão os dados digitais, ou seja os benefícios que esses dados fornecem ultrapassam os
custos de investimento, como menciona Gillespie (2000). Relativamente à sua eficiência, os
benefícios de um SIG podem ser descritos como a racionalização dos recursos empregados
na colecta e no armazenamento de informações urbanas e quanto à sua eficácia, existem
tarefas que tornam-se inviáveis ou impraticáveis sem a utilização da tecnologia SIG, tais
como a geração de mapas temáticos e a obtenção de medidas de estatística espacial
(Sousa Júnior et al., 2007). No âmbito de um sistema de gestão de infra-estruturas urbanas,
o SIG funciona como um núcleo em que ficam armazenados todos os dados acerca das
15
condições das infra-estruturas num dado momento, que posteriormente seriam analisados e
convertidos em informações. Segundo os mesmos autores, pode-se considerar o SIG como
um sistema completo, pois consegue ter uma relação custo benefício que torna sua
utilização viável e também permite a integração de rotinas, implementadas utilizando outros
métodos de gestão de infra-estruturas, para ampliar a análise dos dados e torná-lo numa
plataforma ainda mais robusta para a gestão de infra-estruturas.
Há diversas iniciativas a apontarem para a utilização dos SIG como uma ferramenta de
Tecnologia da Informação de grande valia e por isso têm ganhado cada vez mais espaço no
sector público e privado, introduzindo ganhos de eficiência significativos. Pelas diversas
vantagens apresentadas como, permitir um planeamento estratégico, facilitar a integração
de dados colectados de fontes heterogéneas, possibilitar a associação de informações
alfanuméricas às posições geográficas de um determinado objecto, entre outras, os SIG têm
sido aplicados a variadas áreas de conhecimento, de que são exemplo: controle de
epidemias, turismo, planeamento urbano, optimização de tráfego, administração de recursos
naturais e ainda de acordo com Gonçalo Magalhães Collaço, administrador delegado da
Environmental Systems Research Institute (ESRI) Portugal, citado por Ferreira (2011) “O
SIG é utilizado em sectores tão diversos como o das utilities, na gestão efectiva da sua
infra-estrutura, o da banca e seguros, na análise da sua exposição ao risco ou na
optimização da rede de agências e mediadores, ou das farmacêuticas (e outros
distribuidores), para optimização da força de vendas, quer no planeamento, quer no suporte
à decisão com soluções de mobilidade”.
Independente do domínio de aplicação, a utilização dos SIG já não se encontra restrita aos
especialistas, a diversidade dos utilizadores abrange cientistas, gerentes e funcionários ao
público em geral. Utilizadores esses que podem visualizar e manipular os dados
provenientes de diversas fontes e apresentadas de forma clara e transparente, realizar
pesquisas e análises complexas, através do cruzamento de informações, cujo resultado são
apresentados através de mapas, e que por sua vez podem apontar eventuais problemas ou
necessidades e permitir a tomada de melhores decisões.
16
especialmente para armazenar, analisar e manipular dados geográficos, que representam
objectos e fenómenos em que a localização geográfica é uma característica inerente e
indispensável para tratá-los (Câmara et al., 1996). Pode-se encontrar exemplos na área de
gestão de transporte, abastecimento de água, controlo de saneamento, georeferenciação de
infra-estruturas aeroportuárias, cadastro de infra-estruturas ferroviárias, entre muitos outros.
Uma das áreas em que o SIG é bastante utilizado é na gestão de transportes. A ESRI
apresenta uma solução chamada GIS for Transportation (GIS-T) que pode ser utilizada
pelas empresas ou entidades durante todo o ciclo de vida de uma infra-estrutura de
transporte (Figura 2).
17
informações resultantes, ao longo de toda a empresa para tomadas de decisão mais
acertadas (ESRI, 2011b).
Também na área dos transportes, existe uma iniciativa do Ministério dos Transportes do
Brasil, o desenvolvimento do Projecto SIG-T, que busca reunir informações
georreferenciadas relacionadas ao sistema de transportes, de modo a apoiar o processo de
tomada de decisão, e também o desenvolvimento do Sistema de Indicadores, que visa dar
suporte necessário ao planeamento e gestão da política de transportes (Guerra, 2007).
Relativamente ao sector de águas, a utilização dos SIG é também bastante comum. Existe,
assim como para os transportes, uma solução da ESRI com foco nas questões relacionadas
ao sistema de abastecimento de água e todas as componentes de rede fundamentais para
o funcionamento adequado do sistema. Tanto para a gestão das infra-estruturas de água
potável como águas residuais o SIG é uma ferramenta apropriada, pois possibilita aceder a
informações no sistema de gestão de instalações, reduzir os custos operacionais,
eliminar a redundância de dados e automatizar os processos de análise.
Na gestão corrente, bem como nos projectos de construção, uma solução de gestão
empresarial baseado em SIG, ajuda a relacionar e padronizar: processos de compra,
inventariação de stock, rastreamento de equipamentos, ordens de trabalho e licenças de
inspecções (ESRI, 2011c).
Em Cabo Verde o Instituto Nacional de Gestão dos Recursos Hídricos (INGRH) com o
objectivo de criar uma base de dados bem estruturada, informatizada e de qualidade, capaz
de aproveitar ao máximo todas as informações disponíveis na instituição, implementou um
sistema de Informação geográfica, que permite estudar os recursos hídricos a nível
administrativo e hidrológico. Para cada uma das ilhas a base de dados é composta por 5
módulos: Pontos de água, Sistemas de abastecimento de água, Controlo e exploração de
água, Controle da qualidade de água e Dados gerais. Relativamente aos pontos, foram
9
georreferenciados com o GPS no espaço geográfico permitindo fazer todos os tipos de
9
Acrónimo para Global Positioning System
18
representações e de análises com o SIG. Quanto aos dados, o SIG possui matriciais e
vectoriais (contorno das ilhas, concelhos, zonas, bacias e ribeiras), mapas em formato papel
(carta geológica) e digital em UTM 27 WGS84 (INGRH, 2010). O sistema utiliza o ArcGIS
9.0 instalado no servidor e também outros programas como o ArcView 3.3. com análise
espacial e o software gratuito MapWindor GIS sendo que para a interface, para além do
armazenamento de dados alfanuméricos, utiliza-se o MS Access (Figura 3).
19
equipamentos, entre outros (Ferreira, 2011). O projecto foi implementado pela Ambisig com
o programa Geomedia da Intergraph. Essa solução da Intergraph possui capacidades de
processamento geoespacial necessárias para a gestão de Infra-estruturas e gestão
territorial, produção de mapas, análise e partilha de dados (GeoMedia, 2011).
Para a gestão das infra-estruturas em geral, a tecnologia SIG pode ser utilizada no suporte
e fornecimento de informações aos técnicos responsáveis pelo seguimento e avaliação do
desempenho dos sistemas, permitindo a combinação e análise de múltiplos níveis de
informação espacial, de modo a resolver eventuais problemas que possam surgir, como a
necessidade de uma intervenção devido a uma avaria, ou a ampliação de uma rede
existente. O planeamento de infra-estruturas urbanas tem importantes implicações espaciais
e por isso a avaliação de cursos alternativos de acção neste cenário requer a consideração
explícita de múltiplos critérios uma vez que têm importantes efeitos sociais, económicos e
ambientais. O SIG neste caso apresenta-se como uma ferramenta apropriada que oferece
aos utilizadores (governo, ou municípios) um ambiente flexível e amigável pois a
visualização de alternativas disponíveis no mapa, oferece um valor acrescentado aos
processos de apoio à decisão na avaliação de problemas de infra-estruturas urbanas e seu
planeamento (Coutinho-Rodrigues et al., 2011).
Pelas pesquisas realizadas constata-se que os casos mais habituais com adopção dos SIG
para a gestão de todos os subsectores das infra-estruturas, são os Municípios, onde cada
um mantém uma base de dados com a georeferenciação de todas as infra-estruturas do
país que estiver sob a sua jurisdição, com dados tabulares que possam de alguma forma
apoiar nos processos de gestão de cada um dos departamentos. Tendo os dados
20
armazenados de forma centralizada permite uma melhor manutenção e acesso pelos
diferentes utilizadores conforme as permissões parametrizadas. Um departamento pode ser
o responsável pela actualização dos dados geográficos enquanto outro pode se encarregar
dos alfanuméricos sem necessariamente ter conhecimento de SIG.
Actualmente a Informação é sem dúvida o maior capital das sociedades modernas, sendo a
partilha e troca de informação cada vez mais valorizada. A Internet, Inicialmente estruturada
como uma rede de ligação entre computadores pessoais, tornou-se rapidamente no meio
preferencial de disseminação e troca de informação, com forte crescimento em termos de
fluxo de informação e de número de utilizadores, permitindo diversas actividades como a
comunicação através de mensagens pessoais, transacções comerciais, transferência de
grandes volumes de dados, entre outras. O facto de ser um meio que possibilita a ligação
de computadores a uma rede global, através de um sistema que proporciona uma forte
conectividade e possibilita a qualquer utilizador ter acesso à rede de uma forma simples,
contribuiu para o seu grande êxito (Avantur, 2000), para o agrado de pessoas individuais,
empresas e instituições que passaram a disponibilizar e a ter acesso a muitos mais dados,
informações e serviços. Outro factor determinante para a expansão da Internet e da sua
utilização deve-se ao aumento da rapidez de acesso, que permite novas funcionalidades e a
melhoria da acessibilidade, podendo ser acedida em quase qualquer lugar, com recursos à
Internet sem fios e à rede móvel (Silva, 2008).
Considera-se a actual expansão dos SIG e a sua utilização nas mais diversas vertentes,
que os tem tornado em poderosas ferramentas de comunicação e partilha de
conhecimentos geográficos, o resultado das novas tecnologias entre as quais motores de
busca, bibliotecas digitais, sistemas de interoperabilidade abertos, comunicações sem fios,
10
Acrónimo para World Wide Web
21
bem como dos novos mercados da Internet (Yang et al., 2004). Este desenvolvimento dos
SIG associado à generalização do acesso à Internet e à difusão da banda larga, tem
contribuído para alterar o paradigma associado à gestão da Informação, facilitando a
expansão de modelos de distribuição de dados e informação geográfica na Internet (Silva,
2008), para uma ampla variedade de utilizadores, sem a necessidade de um conhecimento
especializado em Tecnologias de Informação geoespacial.
Peng e Tsou (2003), reforçam a ideia, referindo que a Internet com as novas
funcionalidades disponibilizadas, com a ampliação da sua utilização e com outros factores
associados (aumento da capacidade e baixa dos custos do hardware, disponibilidade de
software livre e de comunidades de utilizadores e de programadores, maior disponibilidade
de informação geográfica, aumento do interesse do público em geral, investimentos e
políticas governamentais), tornou-se num meio extremamente poderoso de acesso, troca e
processamento de informação, provocando uma mudança profunda na forma como os SIG
acedem, processam, partilham e manipulam os dados geográficos.
Pode considerar-se que a Internet influenciou os SIG em três grandes áreas: o acesso a
dados geográficos; a disseminação de informação espacial, e; o processamento, análise e
modelação da informação espacial (Peng e Tsou, 2003). Através dos SIG na Internet a
disseminação de grandes quantidades de informação espacial passou a ser por um número
bem maior de utilizadores do que através dos SIG tradicionais. Hoje em dia os utilizadores
podem ter acesso, a um conjunto amplo e diversificado de dados, disponibilizados por
diferentes fornecedores e através de diferentes repositórios de informação, com recurso a
um simples browser e tendo obviamente uma ligação à Internet. Devido a esses factores,
esta plataforma constitui um meio privilegiado e com um elevado potencial de crescimento
no que toca ao processamento, análise, modelação e disponibilização de grandes
quantidades de informação geográfica, possibilitando o acesso a funcionalidades SIG por
vários utilizadores de forma fácil e pouco onerosa, ou seja, com redução significativa dos
custos (de implementação, suporte e manutenções) uma vez que não requer
necessariamente que os utilizadores sejam proprietários ou tenham licenças de aplicações
de Sistemas de Informação (SI) (Machado et al., 2002).
22
Segundo Peng e Tsou (2003) a pesquisa, a descoberta, o acesso, a recolha e a
reformatação de dados geográficos existentes on-line em grandes quantidades, tem sido
actualmente uma fonte de problemas sendo corrente o gasto de aproximadamente 80% dos
recursos de um projecto nestas actividades. Contudo, a função dos WebGIS é justamente
remover estes significativos obstáculos para o uso efectivo dos SIG, permitindo que os
utilizadores sejam mais produtivos na aplicação das tecnologias SIG, eliminando o tempo
dispendido no manuseamento de software e recolha de dados.
O mais simples, mais antigo, menos complexo de implementar e utilizar, é o caso dos
mapas estáticos sem possibilidade de interacção por parte do utilizador, que normalmente
resultam da digitalização de documentos cartográficos existentes. São também os casos
que menos funcionalidades e margem de manobra proporcionam ao utilizador final, porém
por permitirem uma fácil disseminação e ampla acessibilidade à informação, continuam a
ser uma opção válida para muitas organizações (Simplício, 2010). Contudo, os mapas
estáticos podem também oferecer alguma interactividade, que incide basicamente sobre
duas vertentes: permitir ao utilizador diferentes opções de visualização do mapa, à escolha
do próprio e permitir que o mapa funcione como interface para outros conteúdos,
fornecendo por exemplo dados alfanuméricos adicionais, mediante clique.
23
complexos, os mapas dinâmicos apresentam a capacidade de interactividade associado ao
conceito de mudança, onde o utilizador pode por exemplo introduzir alterações de
parâmetros na informação a apresentar.
O desenvolvimento dos SIG tem sido fortemente influenciado pela evolução das tecnologias
de informação (TI), modificando a partir dos SIG em plataformas Mainframe, para os mais
usuais SIG de Desktop e mais recentemente para os SIG distribuídos (SIGD), que incluem
os SIG baseados na Internet (WebGIS) e os SIG móveis (Figura 5) (Peng e Tsou, 2003),
apresentando um nível crescente de acessibilidade às funcionalidades SIG:
• Mainframe (computadores centrais) - programas SIG, acedidos por intermédio de
terminais remotos, a um computador central que dependem de um modelo
monolítico (todos os programas instalados num só computador).
• Desktop (computadores de mesa) – dependem de software SIG instalado num
computador pessoal, não existindo partilha de informação ou, no caso de
computadores em rede, a partilha de dados e aplicações é feita pelo software SIG
de cada um deles.
• Distribuídos – ao contrário dos Desktop, não requerem que o utilizador instale
qualquer licença de software SIG no seu computador. O seu desenvolvimento foi
possível devido aos desenvolvimentos da Internet e tecnologias de transmissão de
dados sem fios.
24
Figura 5 - Etapas de desenvolvimento dos SIG distribuídos (adaptado de Peng e Tsou, 2003)
De acordo com a tabela 1, pode-se verificar que Os SIGD representam uma evolução do
modelo cliente/servidor two-tier (duas camadas). Deixando de depender de programas SIG
instalado num computador pessoal, os SIGD quando utilizados na sua plenitude não
requerem a instalação por parte do utilizador de qualquer programa SIG. A localização dos
componentes do sistema não é relevante, pois a existência de uma rede global como a
Internet a que praticamente todos os computadores estão ligados, permite executar um
projecto SIG em qualquer lugar, utilizando dados que se encontrem nos diversos locais da
rede e software que pode ser fornecido por acesso remoto a sítios de Internet (Longley et
al., 2005).
Os serviços de informação acessíveis por dispositivos móveis por intermédio de uma rede
móvel e utilizando a capacidade de localização do dispositivo móvel, chamados Location
Based Services (LBS), constituem uma das áreas de aplicação dos SIGD, pois o acesso em
tempo real à informação, proporcionado pelo forte desenvolvimento das telecomunicações
(Internet, comunicações sem fio), reforça as potencialidades do recurso à tecnologia dos
SIGD (Peng eTsou, 2003).
25
Características SIG SIG Desktop SIG Distribuídos
da Aplicação Mainframe WebGIS SIG Móvel
Arquitectura Monolítica Ethernet Cliente Web Cliente Wireless
/Servidor /Servidor
cliente/servidor
(3-camadas ou (3-camadas ou
(2-camadas)
n-camadas) n-camadas)
Cliente Terminais Desktop Cliente Web Dispositivos
Wireless
11
Interface - GUI Web Browser, MiniBrowsers,
JavaBeans, 12
WAP
controlos ActiveX
13 14
Redes LAN LANs ou WANs Internet Redes sem fio e
Internet
Servidor Mainframe Servidores de Servidores Web, Servidores Web,
Servidores SIG, Servidores SIG, e
Aplicações e de
Servidores de de Gateway
Dados Aplicações e de
Dados
Nº de Um Um ou um nº Milhares ou mais Milhares ou mais
servidores limitado
acessíveis
Tabela 1 - Comparação entre SIG de Mainframe, de Desktop e Distribuídos (adaptado de: Peng e
Tsou (2003))
11
Acrónimo para Graphic User Interface
12
Acrónimo para Wireless Application Protocol
13
Acrónimo para Local Area Networks
14
Acrónimo para Wide Area Networks
26
possui uma distribuição geográfica e assim como um gráfico apresenta informação
numérica num formato de fácil compreensão, um mapa pode mostrar de forma mais clara
que qualquer informação tabular, o modo como esta se relaciona com o local (Kropla, 2005).
Os mapas tradicionais, em papel, não são muito práticos, por serem estáticos e difíceis de
manter. Mas com a evolução da Internet como principal meio para partilha de informação à
escala global e também como um importante agente impulsionador e difusor da criatividade
tecnológica (Mochón, 2004 In Silva, 2008), mais ainda com o desenvolvimento das novas
tecnologias, surgiram os mapas digitais que vieram garantir a comunicação e partilha
dinâmica de informação actualizada e em tempo real. Inicialmente, a disponibilização de
mapas na Internet era feita de forma estática, sem a possibilidade de intervenção por parte
do utilizador, mas actualmente pode-se verificar que há cada vez mais sítios e portais a
recorrerem a serviços de mapas dinâmicos, desenvolvendo aplicações WebGIS de serviços
especializados a serviços mais abrangentes em termos temáticos (Silva, 2008), como por
exemplo pesquisa e visualização de moradas e nome de ruas, disponibilização de mapas
com previsão do estado do tempo, etc. Portanto as funcionalidades dos SIG, para além de
se tornarem acessíveis a um crescente número de utilizadores, ampliaram as suas áreas de
aplicação (Peng e Yu, 2002).
15
Acrónimo para Personal Digital Assistant – o termo em inglês para Assistente Pessoal Digital
27
As tecnologias WebGIS permitem disponibilizar dados no formato vectorial e matricial,
possibilitando a divulgação de uma ampla variedade de tipos de informação, como por
exemplo imagens de satélite, ortofotomapas, levantamentos topográficos, planos de
ordenamento territorial, dados de caracterização do território, e, com particular significado
para este trabalho, redes de infra-estruturas. Relativamente à gestão de infra-estruturas,
uma ferramenta WebGIS pode ser constituída por um sistema geográfico disponibilizado via
Internet, de apoio na georeferenciação das utilidades instaladas e registo de informações
relacionadas, que coloca funcionalidades de SIG ao alcance de utilizadores, sem exigir que
se façam investimentos em relação a software SIG ou mesmo em formação técnica
especializada.
Saber onde as infra-estruturas estão localizadas, assim como fazer a recolha de dados úteis
e precisos da forma mais eficiente possível é essencial para uma boa gestão. Sendo
possível atingir esses objectivos através de um WebGIS, pode-se considerar que é uma
ferramenta com potencial de grande utilidade na gestão dos diferentes tipos de infra-
estruturas. Contudo convêm levar em consideração as possíveis limitações como por
exemplo a demora da resposta das aplicações às solicitações dos utilizadores, embora isso
possa ser causado por outros factores como a intensidade do tráfego, a capacidade da
ligação à Internet, bem como o volume de dados e a capacidade de processamento
relativamente às funcionalidades solicitadas (Simplício, 2010).
2.7. Conclusões
28
capacidades, trouxeram novos avanços, nomeadamente a possibilidade de ruptura das
barreiras espaciais e temporais. As empresas de SIG viram a grande oportunidade que a
Internet passou a oferecer, por permitir comunicação mais rápida, acesso global e
minimização dos custos, surgindo assim os WebGIS, aplicações que através de um browser
de Internet permitem a disponibilização de informações espaciais a utilizadores, com
possibilidade de visualizar, pesquisar e analisar dados geográficos remotamente. Esta rede
global levou à expansão de modelos e estratégias de implementação destinadas a
utilizadores sem conhecimentos de SIG e acelerou a necessidade de se apostar na
interoperabilidade dos sistemas (Silva, 2008).
A avaliação e gestão das infra-estruturas no meio urbano são tarefas complexas na medida
em que se deve considerar inúmeras variáveis técnicas, económicas, sociais e institucionais
inerentes ao processo (Sousa Júnior et al., 2005). Para uma gestão eficiente é
indispensável o inventário e a georeferenciação de todas as infra-estruturas, além disso a
sua avaliação é necessária de modo a garantir o seu bom desempenho.
29
3. WebGIS e os Softwares Geoespaciais
Segundo Peng e Tsou (2003), a implementação dos WebGIS baseia-se numa arquitectura
cliente/servidor de três-camadas (three-tier) ou n-camadas e possui geralmente 4
componentes principais: o cliente, um servidor de Internet com servidor de aplicações, um
ou mais servidores de mapas e servidores de dados (Figura 6).
O componente cliente num WebGIS, serve de Interface que permite aos utilizadores
interagirem com os dados espaciais e com as funções de análise proporcionadas. No caso
dos SIG instalados nos computadores pessoais, os chamados SIG de desktop, a interface
gráfica do utilizador é utilizada para construir o cliente, contrariamente, um WebGIS
depende da Web como seu cliente. Podem ser implementadas soluções com diferentes
níveis de interactividades. Nas mais simples os clientes podem ser constituídos por simples
30
16
HTML , mas a interactividade proporcionada ao utilizador é muito limitada. Para aumentar a
interactividade podem ser desenvolvidos clientes que dispõem de funcionalidades mais
17 18
avançadas, utilizando HTML dinâmica (DHTML ), e aplicações como Plug-in , Java
19 20
applets e controlos ActiveX (Peng e Tsou, 2003).
O servidor de mapas pode ser considerado como o componente nuclear do WebGIS, pois
é ele que analisa e processa os pedidos dos clientes e gera os resultados. O servidor de
mapas efectua as pesquisas e análises espaciais, gerando e transmitindo os mapas ao
cliente conforme os pedidos feitos. Desta forma, é este o componente que garante as
funções tradicionais específicas dos SIG, que incluem, entre outras, a definição de critérios
de pesquisa, a análise espacial, serviços de geoprocessamento e a criação de mapas. E
assim, pode ser designado também de servidor espacial (Simplício, 2010). O resultado do
processamento do servidor de mapas pode adoptar duas formas: proporcionar diversos
níveis de informação geográfica seleccionada e enviadas para o cliente para manipulação
16
Acrónimo para HyperText Markup Language – Linguagem de marcação utilizada para produzir
páginas na Web
17
União das tecnologias HTML, javascript e uma linguagem de apresentação, para permitir que
uma página Web seja modificada dinamicamente na própria máquina cliente, sem necessidade de
novos acessos ao servidor Web.
18
Programa de computador que serve para alterar, melhorar ou expandir a capacidade de outros
programas, fornecendo uma funcionalidade especial ou muito específica.
19
Aplicativos escritos na linguagem de programação Java e que podem ser incluídos em páginas
HTML, podem ser executados num navegador usando uma Java Virtual Machine (JVM) ou
no AppletViewer da Sun.
20
Tecnologia da Microsoft para o desenvolvimento de páginas dinâmicas, à semelhança das applets
Java, que proporcionam funcionalidades adicionais na manipulação de dados e/ou mapas através do
browser.
21
Acrónimo para Hypertext Transfer Protocol – protocolo de comunicação utilizado para transferir
dados por intranets e pela World Wide Web.
22
Acrónimo para Common Gateway Interface – tecnologia que permite gerar páginas dinâmicas,
permitindo a um navegador passar parâmetros para um programa alojado num servidor Web.
31
por parte do utilizador ou somente uma simples imagem ou mapa num formato gráfico
(JPEG, GIF, TIFF, etc.) (Peng e Tsou, 2003).
Devido à complexidade técnica e elevado custo das licenças de software, os SIG têm
estado disponíveis em maior número para utilizadores com poder de compra, como por
exemplo instituições do governo e empresas, onde desempenham um papel fundamental no
seu funcionamento diário (Caldeweyher et al., 2006). Logo, o acesso à tecnologia SIG tem
sido limitado aos grupos de utilizadores com poucos recursos económicos e conhecimento.
Por outro lado, há cada vez mais suporte ao desenvolvimento de softwares livres e gratuitos
tanto por parte do sector público quanto do privado, mas também por organizações
internacionais, cientistas e a sociedade civil. Consequentemente o número de
23
Acrónimo para Structured Query Language
32
programadores e comunidades de utilizadores e de Projectos Open Source vem
aumentando consideravelmente nos últimos anos (Martins, 2010). Igualmente no sector dos
SIG experimentou-se recentemente um grande desenvolvimento no mundo Open Source,
causado também pela crescente popularidade dos mapas distribuídos pela Internet e a
redução do custo dos computadores, proporcionando assim, o acesso à tecnologia SIG ao
público em geral a baixo ou mesmo custo zero (Caldeweyher et al., 2006).
Neste contexto, a criação da Open Source Geospatial Foundation (OSGeo) em 2006 foi de
extrema importância para estabelecer uma abordagem coordenada entre os diversos
actores envolvidos (Martins, 2010). O OSGeo é uma organização sem fins lucrativos cuja
missão é o de apoiar e promover o desenvolvimento colaborativo de tecnologias e dados
geoespaciais abertos (OSGeo, 2011). Já existem várias aplicações de software certificadas
pela OSGeo e outros sob o processo de incubação. O desenvolvimento de softwares livres
geoespaciais tem vindo a apostar tanto a nível de cliente quanto de servidor.
Todavia, o conceito de software livre já existe desde 1984 com a criação do Projecto GNU
por Richard M. Stallman, cujo objectivo era desenvolver uma versão do Unix com código
fonte aberto, acompanhada de aplicativos e ferramentas compatíveis e igualmente livres
(GNU, 2011). Para garantir a liberdade dos sistemas desenvolvidos, o autor do projecto
estabeleceu as liberdades que um software livre deveria possuir e garantiu-as com a criação
24
da licença GNU/GPL (GNU, 2011). As quatros liberdades são (Steiniger e Bocher, 2009):
Desta forma, o software livre pode ser definido como um software disponível com permissão
de uso para qualquer finalidade, modificação (o que implica acesso ao código fonte), cópia e
livre redistribuição, quer seja na sua forma original ou modificada, sem limitações ou
remuneração de direitos (Moreno-Sanchez et al., 2007).
É de realçar a diferença entre software livre (Open Source) e software gratuito (Freeware),
pois as possibilidades de copiar, modificar e redistribuir associada ao software livre, são
independentes de ser gratuito ou não. Existem softwares Freeware que podem ser obtidos
24
GNU General Public License (Licença Pública Geral) é uma licença para software livre idealizada
por Richard Matthew Stallman em 1989, no âmbito do projecto GNU da Free Software Foundation
(FSF). Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/GNU_General_Public_License
33
gratuitamente mas não podem ser modificados, nem redistribuídos. Existe também o
software proprietário, cuja possibilidade de cópia, redistribuição ou modificação são
limitadas pelo proprietário, pois não existe acesso ao código fonte, contudo com solicitação
ou mediante pagamento essas operações poderão ser permitidas. Na tabela 2 a seguir
pode-se verificar as vantagens e desvantagens de cada um dos tipos de software acima
referidos:
Segundo Miranda (2004) os softwares livres e gratuitos são cada vez mais utilizados por
empresas de diferentes dimensões pois apesar de algumas limitações, apresentam os
requisitos necessários para a execução de tarefas consideradas mais simples.
Nos pontos a seguir serão apresentados alguns softwares livres, gratuitos e proprietários, a
nível de servidor, armazenamento de dados e cliente, com uma breve descrição que os
distingue em termos de maturidade, facilidade de implementação, compatibilidade com o
34
OGC, entre outros factores que devem ser considerados aquando da escolha do software a
ser utilizado.
3.4.1. Dados
25
Um sistema de gestão de base de dados (SGBD) semelhante a uma base de dados relacional,
porém com um modelo orientado a objectos.
35
funções PostGIS permitem uma série de manipulação, assim como conversão em
diferentes tipos de dados (Tyler, 2005).
• MySQL Spatial (MySQL, 2011): Uma base de dados relacional Open Source que
possui uma extensão espacial para tratar dos dados geográficos. O seu
desenvolvimento começou em 1995 na empresa MySQL AB mas hoje em dia
pertence à Oracle. Implementa chave primária, estrangeira, triggers vistas e
integridade transaccional. Esta base de dados é frequentemente incluída em vários
pacotes Open Source de desenvolvimento Web e assim, tornou-se amplamente
adoptada como solução. Contudo, a quantidade de funcionalidades espaciais é
ainda bastante reduzida.
• Oracle Spatial (Oracle, 2011): software de Base de dados comercial da Oracle,
com uma extensão espacial que lida com os dados geográficos. A versão Oracle
Database 11g - Enterprise Edition inclui suporte completo a 3D e serviços Web para
gerir dados geoespaciais vectoriais e matriciais, topologia e modelos de rede. Foi
projectado para atender às necessidades de sistemas de informação geográfica
avançados, que lidam com gestão territorial, infra-estruturas, serviços públicos,
segurança interna, etc. O formato espacial, aberto da Oracle, elimina a necessidade
e custo de haver sistemas proprietários separados e é suportado pela maioria dos
fornecedores de SIG em liderança hoje em dia. A base de dados oferece
segurança, desempenho, e escalabilidade na gestão de informação espacial.
• SQL Server 2008 (MSDN, 2011): software de Base de dados comercial com uma
extensão espacial que lida com a informação geográfica, da Microsoft. Suporta os
tipos de dados geográficos e geométricos para o armazenamento de dados
espaciais, ambos voltados para trabalhar com geoprocessamento. Estes tipos
suportam métodos e propriedades que permitem a criação, comparação, análise e
recuperação de dados espaciais.
3.4.2. Servidor
Os servidores são uma parte relevante dos sistemas cliente-servidor. Recebem pedidos dos
clientes e devolvem dados conforme normas de comunicação e transferência previamente
estabelecidas. Neste ponto serão abordados exemplos de servidores Web e servidores de
mapa Web.
36
Servidor Web
37
completa do protocolo WFS-T, que é essencial para a obtenção de capacidade de
edição de dados espaciais com recurso à Web. O Geoserver apresenta várias
extensões adicionais que melhoram consideravelmente as suas capacidades de
leitura e publicação, permitem, por exemplo, o estabelecimento de conexões a uma
vasta gama de SGBD tanto comerciais (Oracle, SQL Server, ESRI ArcSDE e DB2)
como Open Source (PostgreSQL e MySQL), produção de mapas com
simbolizadores gráficos, vários formatos de leitura de entrada, tanto para dados
26 27
vectoriais como matriciais (através das bibliotecas GDAL e OGR ) e grande
integração com o Google Earth.
• MapServer (Mapserver, 2011): é outro software servidor Open Source baseado em
C para a renderização e partilha de dados geográficos. Seu desenvolvimento
começou em 1994 através de uma colaboração da Universidade de Minnesota
(UMN), da National Aeronautics and Space Administration (NASA) e do
Departamento de Recursos Naturais de Minnesota (MNDNR), mas somente em
1999 seria lançado como Open Source. MapServer pode ser executado como um
programa CGI ou através de MapScript (uma interface de scripting que suporta
diversas linguagens de programação). Implementa também as principais normas da
OGC, tais como WMS, WFS, WCS e GML. É considerado um dos sistemas mais
completos para o desenvolvimento de soluções WebGIS. O desempenho do
servidor em resposta a pedidos WMS (quando executado sob FastCGI) é um dos,
se não, o melhor entre os servidores de mapas Web Open Source. Embora WFS já
esteja implementado, ainda não há suporte para capacidades transaccionais.
Suporta conexões às bases de dados PostGIS, Oracle, MySQL e ESRI ArcSDE.
Relativamente aos dados vectoriais e matriciais, o MapServer utiliza tanto a
biblioteca OGR quanto a GDAL, para fins de leitura.
• Mapfish Server (MapFish, 2011): é um componente específico da plataforma
MapFish e está sendo desenvolvido pela CamptoCamp desde 2007. É baseado na
estrutura Web Pylons Python, mas foi lhe estendido funcionalidades geoespaciais
específicas. Fornece os meios necessários para criar serviços espaciais REST para
operações de Create, Read, Update e Delete (CRUD). Foi especificamente
concebido para facilmente conectar à base de dados PostgreSQL / PostGIS e
retornar dados geográficos no formato de codificação GeoJSON.
• ArcGIS Server (ESRI, 2011d): Software proprietário que implementa especificações
OGC, (WMS, WFS, WFS-T, WCS). É uma solução SIG para a criação, gestão e
distribuição de serviços na Web, suportando aplicações desktop, móveis e de Web.
Também é escalável, podendo ser implementado numa única máquina ou ser
26
Acrónimo para a designação Geospatial Data Abstraction Library - uma biblioteca tradutora para o
formato matricial de dados geoespaciais, que é distribuído sob uma licença Open Source pela Open
Source Geospatial Foundation.
27
A biblioteca Open Source OGR, faz parte da biblioteca GDAL e fornece permissões de leitura (e às
vezes escrita) para diversos formatos de arquivos vectoriais como ESRI Shapefiles, S-57, SDTS,
PostGIS, Oracle Spatial, etc.
38
distribuído em vários servidores para suportar aplicações corporativas. O
servidor SIG não só permite o disponibilização de recursos, como mapas,
mas também permite que os utilizadores acedam as funcionalidades SIG integradas
a esses recursos (interacção com o mapa, por exemplo).
3.4.3. Cliente
Este ponto representa o lado cliente da arquitectura cliente-servidor, podendo ser de dois
tipos diferentes, o cliente desktop (thick) e o cliente Web (thin), que acedem os dados
através de uma aplicação desktop ou através de uma aplicação Web via WWW,
respectivamente. Um cliente thick proporciona funcionalidades substanciais e pode realizar
várias tarefas de processamento no lado do cliente, enquanto um cliente thin depende muito
da capacidade de um servidor para fins computacionais. A seguir são apresentados alguns
clientes de ambos os tipos.
• gvSIG (gvSIG, 2011): software livre desenvolvido com o Java e disponível para
Linux, Windows e Mac OS X. Actualmente encontra-se sob o processo de
incubação em relação à Certificação OSGeo. É caracterizado por ter uma interface
amigável, sendo capaz de lidar com os formatos mais comuns (vector e matricial) e
tem um grande número de ferramentas para trabalhar com informação geográfica
(ferramentas de consulta, mapeamento, geoprocessamento, rede, etc.). Integra
dados locais e remotos (ficheiros e base de dados) numa mesma vista através das
especificações OGC e está projectado para ser facilmente extensível, permitindo a
melhoria contínua da aplicação.
• QuantumGIS (QGIS, 2011): é um software Open Source, de interface amigável, é
com certificação OSGeo. Pode ser executado nos sistemas operacionais Linux,
Unix, Mac OSX e Windows e Suporta diversos formatos, vectorial, matricial, para
além de formatos e funcionalidades de bases de dados. O QGIS Fornece um
número crescente de funcionalidades através de funções essenciais e plugins.
Possibilita visualizar, gerir, editar, analisar dados, e elaborar mapas para impressão.
• Grass GIS (Grass, 2011): é um SIG livre utilizado para a gestão e análise de dados
geoespaciais, processamento de imagem, produção de gráficos e mapas,
modelagem espacial e visualização. GRASS é usado actualmente em ambientes
académicos e comerciais em todo o mundo, bem como por muitas agências
governamentais e empresas de consultoria ambiental. GRASS é um projecto oficial
(com certificação) da Open Source Geospatial Foundation.
• uDig (uDig, 2011): software Open Source escrito em Java, cujo desenvolvimento
está sob a responsabilidade da Refractions Research. Possui uma interface
amigável e suporta os padrões WMS, WFS-T, WCS, KML, GeoRSS e telhas para
39
os serviços geoespaciais Web (Refractions, 2011). Suporta também o formato do
PostGIS, e Shapefile da ESRI. O objectivo deste projecto é levar tecnologias de
mapeamento de Internet, como o WMS e o WFS de forma transparente para os
utilizadores comuns de SIG desktops (Ramsey, 2007).
• OpenJump (OpenJump, 2011): software SIG de código aberto escrito na linguagem
de programação Java. É desenvolvido e mantido por um grupo de voluntários que
se encontram em todo o mundo. No inicio do seu desenvolvimento pela Vivid
Solutions era conhecido por JUMP GIS. Encontra-se disponível para os sistemas
operativos da Microsoft, Mac e Linux sendo distribuído sob licença GPL, com alguns
28
componentes licenciados como LGPL . O projecto focou-se originalmente na
edição de dados, essencialmente vectoriais, neste momento preenche a maioria
das funcionalidades básicas de um software SIG, apesar da necessidade de instalar
alguns plugins adicionais para a realização de tarefas como a impressão ou o
acesso de leitura a bases de dados contidas no software ArcSDE da ESRI.
• Kosmo (Kosmo, 2011): um software, que tal como o OpenJump, é descendente do
JUMP. O enfoque, do desenho e arquitectura deste software, é dado na gestão e
análise de IG através de SGBDR Geográficos. A estabilidade e a usabilidade são os
seus objectivos de referência. A ideia deste projecto não se esgota no software e há
a clara intenção de alargar a gama de produtos aos dispositivos móveis e
servidores de mapas produzido pela SAIG, S.L. (Sistemas Abiertos de Información
Geográfica, S.L.) (Silva, 2010). Tem como vantagens boas ferramentas de edição e
a capacidade de criar topologia de dados vectoriais. Por outro lado uma das
principais limitações é o facto de não implementar a especificação WFS do OCG.
• ArcGIS (ESRI, 2011a): software proprietário desenvolvido pela ESRI, que
implementa as especificações OCG através de uma extensão chamada
interoperabilidade. Bastante completo em termos de funcionalidades para o
manuseio e gestão de dados geográficos.
28
A GNU Lesser General Public License, escrita por Richard Stallman e Eben Moglen em 1991 (e
actualizada em 1999), é uma licença de software livre aprovada pela FSF e escrita como um meio-
termo entre a GPL e licenças mais permissivas, tais como a licença BSD e a licença MIT. Fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/LGPL
40
facilmente alcançável, fornecendo uma boa fonte de dados cartográficos de base
(imagens de satélite, redes viárias). A documentação é extensa e apoiada por uma
grande galeria de exemplos. Esta abordagem está a fornecer uma base de
conhecimento rápida e eficiente para iniciantes e até mesmo para aqueles que já o
utilizam.
• Mapfish client (MapFish, 2011): MapFish cliente é outro componente da plataforma
MapFish e fornece ferramentas JavaScript para o desenvolvimento de Aplicações
29
para Internet Rica , espaciais. Esse grupo de ferramentas é na verdade uma
agregação de várias outras bibliotecas JavaScript: OpenLayers, GeoExr e ExtJS.
OpenLayers (discutido anteriormente) é usado para mapeamento de
funcionalidades e, como tal, MapFish também está em conformidade com a maioria
dos padrões abertos da OGC. Além disso, classes específicas MapFish foram
adicionadas a fim de apoiar um protocolo RESTful para as operações CRUD com
serviços Web da MapFish Server. GeoExt combina o poder geoespacial da
OpenLayers com os componentes de interface de utilizador do ExtJS permitindo o
desenvolvimento de poderosas aplicações desktop SIG na Web. Finalmente, ExtJS
é uma biblioteca JavaScript cross-browser para a construção de aplicações Web
ricas e sustentáveis. Ele fornece vários componentes, como grelhas (grids),
separadores, janelas e formulários que são facilmente utilizados para o
desenvolvimento de aplicações desktop baseados na Web.
• MapBuilder (Mapbuilder, 2011): é outro poderoso cliente Web Open Source de
mapeamento geográfico cujo desenvolvimento começou no final de 2003. É
desenvolvido em JavaScript/AJAX e facilmente configurável através de arquivos
XML e HTML. Suporta as especificações abertas da OGC tais como WMS e WFS-T
e também permite o uso de GeoRSS e a base cartográfica do Google, Yahoo e
Virtual Earth. Em 2008, o projecto foi oficialmente fechado devido ao advento das
novas bibliotecas de mapeamento, ou seja, OpenLayers, que eram mais fáceis de
usar e apresentando as mesmas funcionalidades de Web mapping.
• ka-Map (ka-Map, 2011): Também é um projecto Open Source que visa fornecer
uma API para o desenvolvimento de interfaces de mapeamento Web altamente
interactivas utilizando recursos disponíveis em browsers modernos. Este software é
desenvolvido para trabalhar com o MapServer;
• Mapbender (Mapbender, 2011): É um projecto Open Source da Geospatial
Foundation para gestão de dados geográficos, programada em PHP e JavaScript. O
software inclui uma interface com funções de visualização, navegação e consulta de
serviços standard OGC (WMS, WFS-T, GML) e contém um módulo de
administração que permite toda a gestão da informação, onde se podem criar
utilizadores, grupos de utilizadores e gestão de acessos. Ajuda a gerir, organizar,
proteger e monitorar serviços de mapas, utilizadores e aplicações. Os mapas
29
RIA - Acrónimo da designação Rich Internet Application
41
podem ser obtidos de diferentes serviços de mapas e localizadas em qualquer
parte do mundo. O software é compatível com qualquer serviço de mapas e dados
baseado nas especificações OGC e pode ser integrado praticamente em qualquer
sistema homogéneo e página de Internet.
• GeoMoose (GeoMoose, 2011): é uma plataforma cliente Web para exibir dados
cartográficos distribuídos. As suas vantagens incluem a modularidade, fácil
configuração e oferece um número considerável de funcionalidades de base
incorporado em seus pacotes. O GeoMoose é também bastante leve, ou seja, não
sobrecarrega o servidor tornando mais fácil lidar com um grande número de
utilizadores, camadas, e serviços. É possível executar o GeoMoose com apenas um
servidor Web básico (Nginx, Apache, IIS). O núcleo é escrito utilizando JavaScript e
HTML mas possui também alguns serviços escritos em PHP, pré-embutidos, que
acrescentam a capacidade de realizar algumas operações de selecção, de
pesquisa, etc. O GeoMoose foi construído para servir de interface visual do
MapServer (CGI) o que permite utilizar todas as ferramentas de output deste,
incluindo os formatos XML, matricial e normas do OGC. É inicializado por
intermédio de um ficheiro XML designado por MapBook que pode ser construído de
raiz e permite a gestão de toda a interface de forma personalizada.
• Chameleon (Chameleon, 2011): é um ambiente distribuído para o desenvolvimento
de aplicações de Web Mapping, Open Source, com o objectivo de fornecer aos
utilizadores uma moldura configurável que permita uma mais fácil união dos
diferentes componentes do MapServer (seu mecanismo de mapeamento central) e
ampliando as funcionalidades existentes. O Chameleon trabalha com todos os
formatos de dados suportados pelo MapServer através de um MAP file comum e
também funciona bem com os padrões OGC suportados pelo MapServer, como por
exemplo o WMS. A tecnologia foi desenvolvida como sendo o componente Cliente
Web Mapping configurável (Configurable WebMapping Client Component - CWC2)
30
para o programa GeoConnections Access do Canadá. Possui um help viewer
interactivo com documentação sobre os widgets disponíveis na plataforma.
30
Endereço do help viewer: http://chameleon.maptools.org/help/viewer.phtml
42
Contudo, segundo Moreno-Sanchez et al. (2007), as diferenças económicas, culturais,
financeiras, políticas e tecnológicas entre as sociedades actuais não têm sido favoráveis à
criação de sistemas com interoperabilidade, ou seja, sistemas capazes de lidar com dados
heterogéneos e distribuídos, e de reunir partes diferentes e operarem em colaboração,
através de um entendimento comum de dados e pedidos (Doyle et al., 2005).
Para Goodchild et al. (1999) a aplicação dos conceitos de interoperabilidade no âmbito dos
sistemas de informação tem como objectivos:
43
31
em protocolos TCP/IP , ou seja, qualquer computador que esteja ligado à Internet através
de um browser. Porém, um dos principais obstáculos para a construção
de verdadeiros sistemas de informação geográfica distribuídos e com interoperabilidade é a
falta de qualquer mecanismo ou padrão de troca entre os diversos SIG conectados através
da Web (Vatsavai et al., 2006).
Assim, foi criado em Agosto de 1994 o OpenGIS Consortium, designação alterada em 2004
para Open Geospatial Consortium, uma organização internacional, voluntária e sem fins
lucrativos, responsável pelo desenvolvimento de especificações de padrões para dados
geoespaciais e serviços baseados em localização, disponibilizadas de forma aberta e
publica para o uso global (Pericivall, 2003) com detalhes suficientes que permitam aos
desenvolvedores realizarem implementações de acordo com essas normas,
interagindo sem qualquer dificuldade (Luaces et al., 2005).
A estratégia do OGC passa por três grandes áreas de acção (OGC, 2011), O
Desenvolvimento de especificações, Programas de interoperabilidade e Promoção da
utilização das especificações. O trabalho desenvolvido pelo consórcio, que conta
actualmente com 424 membros (organizações) distribuídos por diversos países, tem
garantido a normalização das tecnologias de informação geográfica, possibilitando a criação
de ambientes com sistemas totalmente interoperáveis.
31
Com o nome proveniente dos protocolos TCP (Transmission Control Protocol e IP (Internet
Protocol), TCP/IP é um conjunto de protocolos de comunicação entre computadores em rede com a
função de controlar como a informação é passada de uma rede a outra, e manipular o endereçamento
contido nos pacotes, a fragmentação dos dados e a verificação de erros.
44
Como organização, considera-se altamente representativa do actual empenho de
universidades, organizações governamentais e empresas, incluindo as principais produtoras
de software SIG, na obtenção de standards na área da informação espacial e dos Serviços
Web para Informação Geográfica (Ramos, 2009).
Os serviços Web (Web Services, frequentemente designados pela sigla WS) surgiram no
início do século actual, no campo dos sistemas de informação e no contexto da
32
implementação da Arquitectura Orientada a Serviços (Pornon et al., 2008), como uma
plataforma que recorre a formatos abertos para suporte ao desenvolvimento de aplicações
33
distribuídas através da Internet (Araújo e Rocha, 2004), dos quais se destacam a XML ,
34 35 36
SOAP , WSDL e UDDI .
Os serviços Web podem ser combinados e reutilizados para originar novas soluções ou
processos compostos, considerando que se assentam em soluções normalizadas e
interoperáveis (Simplício, 2010).
Araújo e Rocha (2004) referem que "numa tentativa de criar um modelo conceptual que
define um conjunto de serviços que abranja todas as áreas da Informação Geográfica, o
32
SOA - Acrónimo da designação Service-Oriented Architecture
33
Acrónimo para eXtensible Markup Language – linguagem de marcação sob a orientação do World
Wide Web Consortium (W3C). Foi projecta para descrever e organizar documentos
34
Acrónimo para Simple Object Access Protocol – protocolo baseado em XML para troca de
informações estruturada num ambiente descentralizado e distribuído, permitindo a comunicação entre
2 programas.
35
Acrónimo para Web Service Definition Language - descreve os Web Services através de XML,
fornecendo uma documentação do serviço que especifica como acede-lo e quais as operações ou
métodos disponíveis
36
Acrónimo para Universal Description, Discover and Integration – é um protocolo que especifica um
método para publicar e descobrir directórios de serviços numa arquitectura orientada a serviços
(SOA).
45
consórcio Open Geospatial sugere a criação de um conjunto de Serviços Web”. Através
desses serviços os utilizadores trocam Informação Geográfica, de acordo com normas bem
definidas (Furtado, 2006) através da Web a partir de diferentes servidores de mapas e de
diferentes fornecedores, resolvendo assim o problema da interoperabilidade.
Serviço que faz para os dados matriciais o mesmo que o WFS faz para os dados vectoriais,
ou seja, para uma determinada extensão geográfica, os dados solicitados são transferidos
de forma manipulável, quer em termos de simbologia quer em termos de operações de
geoprocessamento. O WCS suporta a transferência de dados espaciais na Web, que
apresentam variações espaciais contínuas (como imagens de satélite, modelos digitais do
terreno (MDT), fotografias áreas digitais) e possibilita o acesso a descrição de Informação
detalhada, que permite a sua utilização como input em modelos mais complexos (Baumann,
2010), dado que os dados podem ser interpretados e extrapolados e não só retratados
como no WMS. Este serviço implementa as operações GetCapabilities, DescribeCoverage e
GetCoverage.
46
- Geography Markup Language (GML)
A especificação WMS, uma das mais conhecidas da OGC (Falman, 2004), define as regras
para a solicitação de mapas a servidores de mapas, pelos clientes e também o modo como
estes servidores devem descrever e devolver esses mapas. É uma especificação que define
três protocolos (GetCapabilities, GetMap e GetFeatureInfo) que permitem a leitura de
múltiplas camadas de Informação, através de uma interface HTTP simples para solicitação
e disponibilização de mapas em formato imagem em função dos temas, da área a
processar, do nível de zoom e do sistema de projecção solicitado pelo cliente. A figura 7
apresenta o diagrama de protocolo entre aplicações cliente e servidor para estas três
operações WMS.
Após a submissão com sucesso de um pedido WMS a um servidor, uma ou mais imagens
de mapa georreferenciadas são devolvidas nos formatos JPEG, PNG, GIF, ou ainda com
base vectorial no formato Scalable Vector Graphics (SVG) de dados georreferenciados,
47
tornando-se disponíveis para serem exibidas na aplicação cliente. Essas imagens são
representações visuais de informação geográfica e não os dados em si (Beaujardiere,
2006). Em contraste com o serviço WFS que devolve dados geográficos nativos pode-se
considerar o WMS como um servidor que permite guardar tipos de mapas específicos.
Estes mapas irão ser gerados em tempo real dependendo das requisições do cliente, não
podendo ser alterados directamente na aplicação cliente que os recebe.
GetCapabilities
48
A figura 8 abaixo apresenta um exemplo de um URL com um pedido GetCapabilities a um
servidor WMS, utilizando o protocolo GET HTTP:
A resposta dada pelo servidor a um pedido GetCapabilities, num ficheiro no formato XML,
pode ser decomposta em duas componentes principais: informações sobre o serviço
(metadados Service) e informações sobre as operações suportadas e as camadas (layers)
disponibilizadas pelo servidor (metadados Capabilities).
49
Figura 9 - Exemplo da componente Service
50
o ScaleHint (opcional) – indica a escala mínima e máxima adequada à
representação do mapa
o Dimension e Extent (opcional) - possui informações para dados multi-
dimensionais. O parâmetro Extent especifica que valores são válidos para
uma Dimension.
o MetadataURL (opcional) – apresenta metadados detalhados e normalizados
sobre os elementos do tema.
o Attribution (opcional) - Permite a identificação do mapa de origem, usado na
camada ou conjunto de camadas
o Identifier e AutorityURL (opcional) - para referência a identificadores
definidos por entidades externas. O parâmetro AutorityURL contém um
OnlineResource que indica o URL do documento onde são definidos os
valores de identificação.
o FeatureListURL (opcional) - lista as entidades que compõem a camada.
o DataURL (opcional) - utilizado para fornecer informações adicionais sobre
os elementos representados numa camada específica
o LayerAtributtes (opcional) - atributos da camada (parâmetros: Queryable,
Cascaded, Opaque, NoSubsets, FixedWidth, FixedHeight)
GetMap
51
Parâmetro Descrição Tipo
Para responder de forma satisfatória a um pedido GetMap bem sucedido, o servidor deve
retornar uma imagem contendo a camada (ou camadas) conforme as informações
solicitadas, ou seja, o sistema de coordenadas, a transparência, o tamanho, a extensão e o
52
formato, especificados. Por outro lado, no caso de um pedido inválido, o servidor deve
devolver um ficheiro no formato XML, especificando os erros ocorridos.
Na invocação foi pedido um mapa no formato PNG com 400 pixéis de largura e 370 de
altura. Este pedido inclui o tema Declive com estilo default no sistema de referência EPSG:
4826 (Cabo Verde Cónica Secante de Lambert).
GetFeatureInfo
53
Uma vez que o protocolo WMS é estático, ou seja, guarda o estado dos pedidos, a
operação GetFeatureInfo deve incluir a maioria dos parâmetros da operação GetMap
(excepto VERSION e REQUEST). Esses parâmetros da operação GetMap (BBOX, CRS,
WIDTH, HEIGHT), junto com as coordenadas mencionadas acima, são os requisitos
necessários para que o servidor WMS devolva as informações do ponto especificado.
Nesta invocação é pedida informação adicional ao tema concelhos através do parâmetro query_layers
ao ponto coordenado definido pelos parâmetros i (coluna) e j (linha). De notar que o valor do
parâmetro queryable da componente Layer (concelhos) é 1 (true). O servidor WMS deve devolver
uma resposta de acordo com o INFO_FORMAT pedido ou enviar uma excepção, caso seja
54
necessário. Neste caso a resposta a este pedido é dada em formato text/plain mostrado na
figura 14.
O serviço WFS define uma interface para especificar pedidos de informação geográfica
(camadas geográficas de uma área de interesse), em formato vectorial (geospatial features),
através da Internet. O formato de recepção dos dados é geralmente o GML (Geography
Markup Language, também um standard do OGC) permitindo a manipulação da informação
recebida, sua gravação ou exportação para outros formatos e até mesmo a possibilidade de
efectuar operações de geoprocessamento sobre os dados.
55
um arquivo GML codificado semelhante ao produzido por um pedido GetFeature, mas
contem apenas informações sobre uma instância de um elemento específico.
• Transaction - operação opcional que permite modificar a informação, isto é, fornece as
funcionalidades necessárias para criar, actualizar e remover entidades geográficas. O
pedido é feito através de uma transacção XML e uma resposta XML é devolvida
informando sobre o status da solicitação (se foi bem sucedida ou não).
• LockFeature - a operação permite bloquear pedidos em uma ou mais instâncias de um
tipo de entidade durante o período de uma transacção. Com isso garante a integridade
dos dados durante os processos transaccionais, pois não permite que uma entidade
seja alterada por mais do que um utilizador ao mesmo tempo, na Base de Dados. É
uma operação bastante importante para os WFS transaccionais.
Figura 15 - Diagrama de Protocolo de algumas das operações WFS (adaptado de Vretanos, 2010)
Este serviço não protege de forma tão forte a propriedade dos dados, como o WMS, mas
aumenta significativamente a versatilidade dos dados enviados ao cliente.
56
3.7. Estratégias de Implementação de um WebGIS
Para que o tempo de resposta seja adequado, é necessário o acesso via banda larga e um
servidor potente. Uma vez que o procedimento é realizado essencialmente no servidor,
57
mesmo que o utilizador tenha muitos conhecimentos técnicos e ferramentas SIG
disponíveis, ele não terá possibilidade de realizar grandes tarefas para além de submeter
pedidos de dados e análises e visualizar os resultados.
Ela é utilizada essencialmente em redes mais restritas, com acesso limitado de utilizadores
que sabem operar com as ferramentas SIG, como por exemplo as intranets, permitindo a
partilha de dados e de informação nas organizações e reduzir os custos com as licenças de
software. É também a estratégia mais adequada nas situações em que existem diversas
pessoas ou organizações a trabalharem num mesmo projecto SIG, e que se encontram em
locais distintos (Silva, 2008).
58
controlo do processo de análise dos dados é feito pelo utilizador, reduzindo os pedidos via
Internet (Foote e Kirvan, 1997).
Ainda segundo Foote e Kirvan (1997) existem duas variantes da estratégia centrada no
cliente. Na primeira, os applets SIG e as aplicações Plug-in residem no cliente de forma
permanente ou semi-permanente, evitando os constantes downloads. Na segunda variante,
as capacidades SIG são providas sob a forma de pequenos programas ou applets, escritos
normalmente em Java, Javascript ou ActiveX, que correm no cliente, e são distribuídos
conforme solicitação deste (Figura 17).
De acordo com Furtado (2006), nesta abordagem, as tarefas que envolvem análises
espaciais complexas e bases de dados podem ser executadas no servidor enquanto as
tarefas que envolvem controlo dos dados podem ser executadas pelo utilizador.
59
Figura 18 - Configurações híbrida (adaptado de Foote e Kirvan (1997))
Esta é uma solução ainda pouco adoptada, mas apresenta um importante potencial de
desenvolvimento, nomeadamente em projectos colaborativos (Silva, 2008).
Estratégias
Desenho de mapas
Pesquisa Pesquisa
Navegação Navegação
Tabela 6 - Distribuição das tarefas por estratégia de implementação de WebGIS (adaptado de Cabral,
2001)
De acordo com Simplício (2010) a catalogação das tarefas no contexto das diversas
soluções não segue um padrão rígido, isto uma vez que a evolução tecnológica, a
capacidade dos sistemas e da Internet e o volume e diversidade da informação procurada e
disponibilizada, têm exigido cada vez mais a adopção de soluções flexíveis e dinâmicas.
60
3.8. Conclusões
O interesse nos softwares livre e de código aberto tem crescido consideravelmente ao longo
dos últimos anos, pois têm apresentado maturidade, estabilidade, usabilidade e robustez
comparáveis à dos produtos comerciais e proprietários (Martins, 2010). Assim, também na
área dos SIG, tornam-se cada vez mais como uma opção credível a tomar aquando da
selecção de software a utilizar na implementação de um WebGIS, em alternativa às opções
comerciais existentes. Embora ainda subsistam algumas dúvidas em relação à sua
utilização, são cada vez mais os exemplos de sucesso na sua adopção (Silva, 2010).
Os softwares livre e de código aberto podem facilmente ser utilizados em substituição dos
softwares licenciados, existindo para o efeito um grande número de opções disponíveis,
contudo, a escolha do software a utilizar de entre as diversas opções deve ser baseada no
tipo de serviço que se quer implementar. A maioria apresenta comunidades de utilizadores
bastante activas, que apoiam uns aos outros através de uma abordagem colaborativa, bem
como documentação de apoio com explicações de instalação do serviço e outras
informações relevantes. Um dos factores a ter em conta na escolha é a conformidade com
as especificações para serviços Web geográficos criadas pelo OGC (WMS, WFS, WCS,
etc.), referido acima, pois com a contínua alteração da tecnologia WebGIS, os padrões
tornam-se fundamentais para garantir a capacidade de evolução dos sistemas.
61
4. Desenvolvimento do WebGIS – SIGIF
Portanto não basta apenas comprar hardware e software SIG, mas sim justificar a
implementação do SIG, através da análise dos requisitos, ou seja, conhecer a forma de
trabalhar as necessidades da instituição, com especial atenção nas actividades que possam
beneficiar dos SIG. Esta análise leva a que de seguida se identifique o tipo de dados que
por sua vez leva naturalmente à identificação do sistema de base de dados apropriado bem
como outros requisitos como hardware e software que garantam a eficiência de todo o
sistema.
37
Acrónimo para Information System Development Methodologies, do original em inglês.
62
implementação do Sistema de Informação. Segundo Howard (1993) citado por Silva (2008)
as metodologias devem ter em conta as organizações envolvidas e o tipo de projecto,
seguindo dois segmentos: a complexidade do cliente e a complexidade do sistema. Para o
caso do desenvolvimento do WebGIS SIGIF, foi seguida a metodologia apresentada na
figura 19.
De acordo com Tomlinson (2003), tendo definido uma boa estratégia base de planeamento,
é possível traçar um plano de implementação correcto que seja consistente com a
estratégia de negócio da entidade e adequado às questões organizacionais, legais,
orçamentais, pessoal, risco e tempo. Isto leva ao sucesso de qualquer SIG implementado,
seja um de raiz ou a migração de um existente para novas soluções tecnológicas, pois em
qualquer caso é sempre necessário planear o desenvolvimento.
Para além de todo o planeamento necessário para que a introdução de um SIG numa
organização cumpra os objectivos traçados, convêm ter uma atenção especial quando se
considera a adopção de soluções FOSS (Free and Open Source Software), uma vez que
existem algumas especificidades a ter em conta, quando comparado com a introdução de
COTS (Commercial Off-the-Shelf Software) (Silva, 2010).
63
Uma das primeiras fases de planeamento é o levantamento dos requisitos de utilizadores
que necessariamente requer o envolvimento dos mesmos, constituindo um dos factores
para o sucesso do processo de planeamento e implementação. Do inicio até á fase de
manutenção do sistema, o papel dos utilizadores é importante, principalmente quando o
sistema apresenta actualizações constantes, adição de novas ferramentas, novos dados,
etc., ou seja, um dinamismo que mesmo com o melhor planeamento possível, o SIG por si
só não conseguirá ter sucesso, as pessoas são sempre necessárias (Tomlinson 2003).
Após a análise dos requisitos dos utilizadores, é possível fazer a especificação do sistema,
que envolve a determinação dos requisitos do sistema, a definição do modelo lógico, o
desenho da base de dados e a escolha dos softwares que deverão ser utilizados na
implementação do sistema. De seguida procede-se à instalação dos softwares escolhidos, à
realização de toda a configuração necessária para a sua integração, considerando também
a necessidade de integração com outras eventuais aplicações já existentes na organização.
Os utilizadores, já familiarizados com essas aplicações existentes, continuarão a depositar
confiança neles e em muitos casos terão resistência em substituir, por exemplo caso o novo
sistema SIG implementado, tenha funcionalidades semelhantes, por isso Tomlinson (2003)
refere que mesmo que pareça traiçoeiro manter a ligação com esses sistemas, é essencial
para o sucesso geral do projecto.
64
O plano de segurança divide-se em questões relacionadas à segurança física e também à
segurança lógica. Para o caso da implementação do WebGIS SIGIF, relativamente à parte
física, foram implementadas as seguintes acções de segurança:
65
Para isso, procedeu-se à pesquisa de outros sistemas WebGIS existentes, com o objectivo
de recolher experiências de outras instituições, nacionais e internacionais, relativamente às
tecnologias utilizadas e outros factores considerados na implementação e assim evitar
escolhas que nesses casos possam ter levado ao fracasso do sistema bem como
considerar as opções que foram assertivas. As diversas aplicações existentes, baseadas
em diferentes tecnologias, permitiram encontrar soluções adaptáveis aos objectivos do
SIGIF. A pesquisa foi feita maioritariamente por intermédio da Internet, mas também foram
consultadas pessoas com algum envolvimento em outros sistemas previamente
implementados no país.
O ganho desse conhecimento facilitou a abordagem ao cliente da aplicação que neste caso
refere-se ao Ministério e seus técnicos, para recolha das suas necessidades. Contudo, para
além dos técnicos do ministério, os das Câmaras Municipais (e outros eventuais parceiros)
constituem os potenciais utilizadores do SIGIF. A definição das necessidades foi feita
através de contactos com alguns dos técnicos, sobre a possibilidade de terem à disposição
uma aplicação que lhes permitisse a visualização e pesquisa da informação espacial
relevante na gestão das suas infra-estruturas.
• Apoio técnico;
66
4.2.3. Escolha da tecnologia utilizada na implementação
Como visto anteriormente, existem diversos softwares SIG disponíveis, de diferentes tipos e
a diferentes níveis, com algumas características similares e outras distintas, permitindo que
conforme as especificidades do WebGIS que se pretende implementar, se escolha os
softwares mais apropriados.
• Uso de softwares Free ou Open Source (a nível de dados, servidor e cliente) para que
o sistema seja implementado como uma solução de baixo custo ou de custo zero de
manutenção, devido a restrições financeiras.
• Os softwares devem ser desenvolvidos em conformidade com as especificações para
serviços WebGIS criadas pelo OGC e devem apresentar ferramentas de suporte
(documentação para utilizadores e desenvolvedores, livros, fóruns, etc.)
• O sistema deve apresentar facilidade de implementação ao nível técnico e a
utilização de aplicações já construídas o que permite focar as atenções mais no
problema específico a que se destina o WebGIS e não tanto em detalhes mais
técnicos do foro da programação.
• Da mesma forma, o sistema deve apresentar uma interface gráfica amigável e ser de
fácil utilização, uma vez que terá como alvo profissionais sem experiência prévia no
uso de ferramentas e metodologias SIG
• O sistema deve fornecer as ferramentas necessárias para o registo e gestão de
dados alfanuméricos e espaciais numa plataforma comum e integrada.
• O sistema deve apresentar as ferramentas necessárias para facilmente permitir a
definição de critérios de consultas por qualquer um dos futuros utilizadores.
67
É de salientar que a análise de alguns factores, na escolha dos softwares, esteve sujeito a
alguma subjectividade e experiência anterior.
Relativamente ao servidor de mapa Web, com base nos critérios de selecção definidos,
foi escolhido o MapServer reconhecido como um dos softwares mais reputados a par do
GeoServer na disponibilização de informação geográfica pela Internet. Tanto o MapServer
quanto o Geoserver apresentam características que os tornam “elegíveis”, sendo cada um
mais apropriado para determinada situação, por exemplo o Geoserver é mais adequado
para os programadores Java enquanto o Mapserver é mais indicado para a programação
em PHP; o Geoserver é sem dúvida o melhor nos casos em que se pretende editar as
entidades geográficas do lado do cliente pois é o único que suporta o serviço WFS-T; mas
também o Mapserver é em geral o mais apropriado para se lidar com o serviço WMS.
O servidor é a componente do sistema que faz a ponte entre a base de dados, neste caso
PostgreSQL e o utilizador final. Esta gestão é feita pelo MapServer utilizando um servidor
68
Apache e por intermédio de uma Framework (descrita a seguir). O utilizador executa a
manipulação e análise de dados remotamente no seu próprio computador por intermédio do
seu browser de Internet.
69
4.3.1. Modelo Conceptual
Para além das tabelas que constam do modelo de entidade relacionamento, existem várias
outras que não possuem qualquer relação na base de dados. São tabelas adicionais de
dados espaciais que em geral representam elementos geográficos como curva de nível,
bacias hidrográficas, orla marítima, toponímia, núcleo populacional, etc. e que servem para
enriquecer o conteúdo e as análises visuais disponibilizadas pela aplicação. Mas também
tabelas de tipos de infra-estruturas que ainda não possuem uma correspondente
alfanumérica com dados estatísticos (por exemplo: infra_cemiterio, infra_defesa) bem como
as tabelas geométricas do próprio SGBDG: a “spatial_ref_sys” e a “geometry_columns”. As
camadas de dados foram importadas ou produzidas utilizando tanto o SQL como as
funcionalidades de edição do PostgreSQL e do SIG Desktop gvSIG.
70
Figura 20 - Diagrama entidade-relacionamento composto por tabelas geográficas (assinaladas a
castanho) e alfanuméricas (a azul)
71
4.3.2. Dados e Representação espacial e gráfica da Informação
O WebGIS incorpora dados dos tipos matricial e vectorial. No grupo dos matriciais incluem-
se os ortofotomapas, o MDT, declive, exposição solar, hipsometria e relevo. No segundo
grupo dos vectoriais encontram-se os inicialmente Shapefiles que foram carregadas para a
base de dados, passando para o formato PostGIS. Esses dados representam diversos
elementos que foram agrupados segundo a sua área temática ou tipo de informação, com o
objectivo de não sobrecarregar o separador de acesso à informação em camadas e para
melhorar a navegação dos utilizadores no WebGIS. Para o nível de ilhas foram
estabelecidos 10 grupos de informação, conforme apresentado na tabela 7.
Grupo Temas
Aerofotogrametria Ortofotomapa, Grelha
Geomorfologia Declive, Exposição Solar, Hipsometria, Relevo,
Hidrografia, Bacias Hidrográficas
Território Concelhos, ZDTI, Domínio público Marítimo, Toponímia,
Limites dos centros principais, Áreas construídas,
Edificações, Núcleos Populacionais
Equipamentos Educação, Saúde, Justiça, Defesa, Energia, Portuários,
Aeroportuários, Cemitérios
Rede Rodoviária Estradas
Equipamentos Água Potável Loc. Equipamento, Produção, Bombagem,
Armazenamento, Reguladora
Rede Água Potável Condutas, Nós, Válvulas
Equipamentos Águas Loc. Equipamento, Tratamento, Bombagem,
Residuais
Rede Águas Residuais Condutas, Nós
User_Layer As camadas temporárias resultado de pesquisas feitas
pelo utilizador
Tabela 7 - Grupos temáticos definidos no WebGIS
72
estatísticos referentes aos sectores saúde, educação, emprego, telecomunicações,
demografia e social.
73
Para o projecto SIGIF foram considerados mapas que permitem a visualização a uma
escala que abranja desde uma visão do enquadramento de Cabo Verde no mundo
(aproximadamente 1/21.000.000), o conjunto do arquipélago de Cabo Verde
(aproximadamente 1/2.125.000), passando por cada uma das ilhas individualmente
(aproximadamente 1/250.000), até uma escala que permita a identificação da maioria da
informação relacionada com as infra-estruturas, por exemplo os equipamentos e
componentes de uma rede de água potável ou águas residuais que só podem ser
visualizadas de forma apropriada numa escala próxima de 1/1000. Devido à essa
considerável amplitude da escala de visualização, foi estabelecido, para cada elemento
gráfico, um intervalo de visualização, ou seja, para determinados elementos a visualização
só é disponibilizada a nível de ilha e não do país.
74
geometria e a coluna da referência espacial, cujo valor deverá existir previamente na tabela
spatial_ref_sys (Estima, 2010).
Além disso, é criada uma tabela espacial, com todas as colunas definidas e uma chamada
“the_geom” especialmente para registar a geometria. Como referido acima, a “the_geom”,
sendo uma coluna de geometria, deve ser registada na tabela geometry_columns.
O utilizador quando digita um endereço no seu browser para visualizar uma página na
38
Internet, é o servidor de Protocolo de Transferência de Hipertexto (HTTP ) que processa o
pedido e envia a informação solicitada de volta ao browser que por sua vez faz a
formatação e mostra o conteúdo ao utilizador, tornando assim o servidor HTTP como uma
das peças fundamentais para se montar um servidor de página para Internet (Vasconcellos,
2007). O Mapserver depende do servidor de Internet para disponibilizar a informação
geográfica aos utilizadores. A Maptools.org disponibilizou um pacote chamado “MapServer
4 Windows” (MS4W) (Maptools, 2011) que inclui o servidor Open Source Apache, para além
de um pacote Chameleon com exemplo de aplicativos, de fácil instalação em ambiente
Microsoft Windows, onde o MapServer e o servidor de Internet Apache ficam
automaticamente em funcionamento. No caso deste projecto, esse pacote de instalação foi
utilizado.
O funcionamento do Mapserver, ao dar resposta a uma requisição feita por um utilizador via
Internet, baseia-se no uso de Mapfiles (.map) e templates. O MapFile é um arquivo de
configuração em formato de texto, que apresenta a configuração de todas as componentes
que devem ser desenhadas e como devem interagir-se com o mapa (Figura 22). O arquivo
descreve as camadas de dados a desenhar com as suas características e inclui também
informações sobre a extensão do mapa, o sistema de projecção utilizado, se e como é
gerada a legenda e a barra de escala, dentre várias outras especificações (Vasconcellos,
2007). Quanto aos templates são modelos de documentos sem conteúdo, com apenas a
apresentação visual e instruções sobre onde e qual tipo de conteúdo deve entrar a cada
parcela da apresentação.
38
Acrónimo para Hypertext Transfer Protocol, do original em inglês.
75
Figura 22 - Exemplo de um trecho de um Mapfile
76
Figura 23 - Esquema das operações básicas de uma aplicação com MapServer (adaptado de: Mitchell
(2005b))
Uma vez que o MapServer em funcionamento no modo CGI não tem funcionalidades e
ferramentas características de um verdadeiro SIG, a solução adoptada neste projecto em
específico, como já tinha sido mencionado anteriormente, foi a utilização da Framework
Open Source Chameleon, por ser uma ferramenta que facilita o desenvolvimento de
aplicações Web usando MapServer, permitindo a inserção de componentes sofisticados,
mesmo por não programadores. O Chameleon é um produto escrito na linguagem PHP com
trechos de código Javascript para lidar com as funcionalidades do browser. Fornece acesso
39
simplificado a muitos recursos somente acessíveis em MapScript , através da
disponibilização de scripts pré-fabricados como componentes reutilizáveis (Mitchell, 2005a).
39
API do MapServer, que possibilita aos programadores escrever funcionalidades de mapeamento
personalizados que a versão CGI não suporta.
77
4.5. Arquitectura do sistema
78
4.6. Funcionalidades e Interface
Para a adaptação da interface com o utilizador considerou-se que esta poderia ser utilizada
tanto por utilizadores experientes como por utilizadores menos experientes que ao longo da
utilização viriam a ganhar a experiência desejada. Segundo Furtado (2006) a interface com
o utilizador de uma aplicação, deve preocupar-se com a aplicação em si, com o utilizador da
aplicação e também com a forma como ambos se interagem. A interface é composta pelas
partes da aplicação que foram desenhadas para estarem expostas e serem manipuladas
pelo utilizador e pelos modelos e as impressões que são construídas na mente do utilizador
em resposta à interacção com estes.
Com a introdução dos seus dados de login, o utilizador pode ter acesso a todas as
funcionalidades e temas para os quais tem permissão, ou seja, que foram atribuídas ao seu
perfil. A interface inicial do sistema é a do arquipélago de Cabo Verde, porém para cada
uma das ilhas existe uma página com mais possibilidades de manipulação do que a nível do
país. A figura 25 apresenta a interface de entrada no caso da ilha de Santiago.
79
Figura 25 - Interface inicial do WebGIS para a ilha “Santiago”
A interacção com o mapa, pode ser feita através da barra de ferramentas, dividida em três
separadores: Navigation (NAV), Region of Interest (ROI) e Query, que apresentam várias
funcionalidades SIG permitindo ao utilizador a realização de diferentes operações
relacionadas com os dados visualizados e também a possibilidade de realizar consultas à
base de dados. A figura 26 apresenta o conjunto de operações possíveis de serem
realizadas através do separador Navigation.
80
A tabela 8 abaixo apresenta as ferramentas disponíveis no separador “NAV” e a descrição
do seu funcionamento.
Ferramenta Funcionalidade
Zoom In Permite fazer uma ampliação do mapa, com um click sobre o mapa ou
desenhando com o botão esquerdo do rato, um rectângulo sobre a área do
mapa que se pretende ampliar
Zoom Out Permite fazer uma redução do mapa com um click do rato ou através da
selecção da área do mapa que se pretende reduzir através do botão esquerdo
do rato
Stop Navigation Permite parar a navegação do mapa para por exemplo modificar-se a escala
Zoom to full extent Permite visualizar a IG inserida na aplicação em toda a sua extensão
Click to recenter Permite seleccionar um ponto, através do clique esquerdo do rato e altera a
visualização para que o ponto fique no centro do mapa
Identify feature Permite obter informação sobre uma entidade no mapa, através de um click
com o rato sobre o mapa
Remove existing Remove no mapa a selecção de alguma pesquisa que tenha sido feita
query results anteriormente
Pan map Permite efectuar uma deslocação do mapa com um click do rato sobre o mapa
e arrastando-o para o locar pretendido
81
Para realizar pesquisas através desse separador, existe a ferramenta "Identify feature". O
utilizador deve activar a ferramenta e de seguida seleccionar com um clique a localização
geográfica desejada no mapa, abrindo uma janela onde os resultados são apresentados. A
figura 27 mostra um exemplo de resultado de uma pesquisa na camada “Educação” onde se
apresenta as informações relacionadas ao registo bem como informações alfanuméricas de
estatística, sendo isso possível devido à relação existente entre as tabelas “infra_educacao”
e “Infra_educacao_stats_sup” na base de dados.
Através do separador ROI o utilizador poderá seleccionar uma determinada região do mapa
onde pretende incluir por exemplo um quadrado, círculo ou uma figura qualquer e ter uma
ideia aproximada da sua área (disponibilizada no campo “Area (m2):”) (Figura 28). O mapa
com essa região de interesse pode ser gravado e impresso.
Para além do "Identify feature" a aplicação disponibiliza mais uma forma de realizar
pesquisas aos dados tabulares associados à informação vectorial, armazenados na base de
dados, através do separador “Query” (Figura 29). Este separador possibilita a pesquisa
através de uma listagem das camadas de informação que podem ser sujeitas a busca de
atributos, onde o utilizador deve escolher uma, de seguida o atributo correspondente à
camada e por último inserir um determinado valor para esse atributo. Mas também, é
possível realizar pesquisas utilizando qualquer comando SQL válido no campo “value here”
82
cujo resultado deverá ser disponibilizado numa camada temporária, com o nome inserido no
campo “Name”, apresentada no grupo “User_Layers”. Um exemplo de pesquisa por todos
os registos da camada Toponímia que têm no nome a palavra “Ponta” seria “$ designacao
like '%Ponta%'”. O sistema apresenta da mesma forma a tabela de atributos (numa outra
janela) dos registos que constam do resultado da pesquisa. Através dessa tabela é possível
seleccionar o registo desejado, provocando um Zoom In à sua localização no mapa.
Na figura 30, apresenta-se o resultado de uma pesquisa no Layer “ZDTI” pelo atributo
“CRS_publicado” com o valor “Coordenadas Hectometricas”; como se verifica, as áreas que
correspondem ao atributo pesquisado são individualizadas no mapa (com um contorno
amarelo). A informação pode ser verificada utilizando a ferramenta "Identify feature" para
cada uma da áreas. É possível também efectuar “Zoom” ou “Pan” para uma área específica
(que pode ser feita não só utilizando a ferramenta em si como através de setas ao longo do
painel do mapa, nomeadamente no topo, nos lados e no extremo inferior).
83
Figura 31 - Painel lateral do WebGIS SIGIF com os separadores Legend, Tools e Layers
Para o mapa do arquipélago de Cabo Verde este separador não apresenta as camadas por
serem melhor visualizadas apenas a nível das ilhas.
Existe ainda neste separador, dois atalhos em forma de lista com algumas opções pré-
definidas: um que permite a escolha de outro mapa e outro que permite a escolha de uma
região dentro do mapa actual. A selecção de uma das opções permite fazer zoom sobre a
área geográfica especificada pelo utilizador. Esta funcionalidade é bastante útil pois
possibilita o rápido acesso a determinadas áreas de maior interesse.
84
camadas de possível visualização, cada uma com sua respectiva representação no mapa
relativamente a cor (de preenchimento e contorno nos casos de polígonos), tamanho,
espessura, figura, etc. O utilizador pode alterar a ordem das camadas para controlar a forma
como são desenhadas no mapa e melhorar a sua visualização. Para algumas camadas há
uma definição prévia da escala em que devem ser visualizadas.
Ferramenta Funcionalidade
Permite alterar a projecção do mapa para uma existente na lista de
opções
Possibilidade de ligar a um servidor de extracção que faz a
extracção de dados baseado num contexto
Permite definir um mapa e guardá-lo para impressão
4.7. Conclusões
Para garantir o desenvolvimento com sucesso de uma aplicação, que de facto venha a ser
útil para uma determinada entidade, é essencial a definição de uma metodologia de
implementação, com um plano a seguir, após levantamento dos requisitos do sistema e dos
utilizadores. A oferta de tecnologias na área dos WebGIS é hoje em dia bastante ampla,
exigindo que se faça uma análise cuidadosa, gastando o tempo necessário em pesquisas
de soluções semelhantes que possam servir de orientação na escolha da solução a adoptar.
Pode-se verificar que através do uso de software Open Source existentes e de algum
conhecimento de linguagens de programação, é possível implementar uma solução
WebGIS de baixo custo, bastante estável e escalável para a gestão e análise de dados de
infra-estruturas. Os Softwares Open Source WebGIS já alcançaram um estado de
maturidade, sofisticação, robustez, estabilidade, usabilidade e facilidade de utilização que
se equiparam, e por vezes até ultrapassam os produtos SIG e WebGIS proprietários e
comerciais (Boulos & Honda, 2006).
85
5. Considerações finais e Desenvolvimentos futuros
Desde o inicio de desenvolvimento dos SIG, tem se verificado uma grande evolução nas
aplicações que se tornaram em instrumentos essenciais para o processamento, análise e
visualização espacial de dados. A adopção dos SIG cada vez mais por organizações
públicas e privadas tem contribuído consideravelmente para a melhoria da forma com
trabalham, apresentando-se como ferramenta fundamental no apoio à decisão e de claro
beneficio relativamente à eficiência e eficácia na sua actividade diária. A nível particular a
utilização dos SIG não se encontra da mesma forma difundida, devido ao elevado custo das
licenças de software e exigência a nível técnico.
Com a evolução e a rápida expansão nas últimas décadas, a Internet tornou-se num meio
privilegiado para a partilha e disponibilização de dados espaciais, contribuindo para o
surgimento dos WebGIS. Com a utilização de software Open Source tem-se assim,
aplicações com funcionalidades SIG acessíveis a partir de um simples browser que
possibilitam a manipulação de informação espacial sem necessidade de instalação de
qualquer tipo de software específico, a um conjunto de utilizadores sem necessidade de
grandes conhecimentos técnicos, de uma forma pouco onerosa.
No caso do presente trabalho o resultado foi uma aplicação WebGIS que cumpre os
objectivos inicialmente propostos, ou seja, utilizando software Open Source, desenvolvido
inteiramente por técnicos nacionais (sem dependência em consultoria externa), que
disponibiliza a informação geográfica e alfanumérica das infra-estruturas e permite a
visualização bem como a realização de pesquisas e operações de análise. Para a
implementação do projecto surgiram algumas dificuldades, sobretudo na escolha do
software e tipo de arquitectura a adoptar, mas após essa escolha o trabalho decorreu de
forma relativamente simples uma vez que o grau de dificuldade de criação e implementação
dependia dessa escolha e dos conhecimentos das pessoas envolvidas a nível de
tecnologias de informação, Internet, programação e SIG.
86
Para a implementação do SIGIF foi possível recorrer desde a um SGBD livre, graças ao
PostgreSQL com a extensão PostGIS, passando por servidores Web igualmente livres, o
Mapserver e Apache, até ferramentas e funcionalidades pré-formatadas, como é o caso do
Chameleon, que se revela bastante interessante, pois permite poupar tempo no
desenvolvimento, superando as eventuais desvantagens por não se construir uma solução
de raiz inteiramente adaptada aos objectivos do WebGIS. Todos os softwares utilizados na
implementação foram facilmente baixados da Internet e de fácil instalação, com apoio a
documentação disponível ou acesso a comunidades de desenvolvedores e utilizadores.
87
Vários testes de acesso foram realizados utilizando os softwares desktop gvSIG e ArcGIS,
onde se pode constatar que o Open Source gvSIG é bastante mais operável do que o
proprietário ArcGIS. Não só nesta questão, mas também em relação ao acesso directo à
Base de Dados para edição e actualização de dados, o gvSIG apresentou melhores
resultados nas experiências efectuadas.
Um dos grandes ganhos com a implementação deste projecto foi a inscrição do Sistema de
Projecção Cabo Verde Cónica Secante de Lambert na Base de Dados da EPSG, recebendo
o Nº 4826. Para isso foi preciso contactar os responsáveis pela aprovação dos parâmetros
no European Petroleum Survey Group (EPSG), apresentar o SRS que após alguma análise
foi considerado fiável e válido. Após essa aceitação tentou-se introduzir o código nos
diversos softwares desktop, Open Source e proprietários, mas até o momento só foi
acolhido pelo gvSIG.
88
divulgação, nomeadamente nas Câmaras Municipais, os maiores parceiros do Ministério na
infra-estruturação do país.
89
A metodologia adoptada no desenvolvimento do SIGIF vem da utilização de software Open
Source em toda a arquitectura do sistema, com excepção do SIG de Desktop ArcGIS onde
os dados foram trabalhados e também utilizado em experiências para avaliar a
interoperabilidade dos sistemas. O recurso a esse tipo de software pode potenciar o
deslocar de uma fatia muito relevante dos investimentos financeiros para a capacitação dos
recursos humanos do Ministério, diminuindo o investimento em licenciamento de software
proprietário e de soluções aplicacionais comerciais. Mas também a adopção de soluções
abertas, não só a nível de software como, essencialmente, de normas abertas, é a garantia
de que a solução implementada no âmbito deste projecto seja compatível e interoperável
com outras soluções, a nível nacional e mundial, contribuindo assim para a sua
sustentabilidade.
90
• Acrescentar uma versão em português das ferramentas que actualmente se
encontram apenas em inglês.
• Implementar para além do controlo de utilizadores credenciados, um nível de
restrição de acesso diferenciado por utilizador ou grupo de utilizadores, que será
imprescindível caso se venha a permitir aos utilizadores fazerem a edição de registos
da Base de dados.
• Actualizar a versão do PostGIS para o 2.0 que suporta o formato matricial bem como
operações sobre ficheiros desse formato. Com a base de dados inteiramente
integrada a gestão do sistema será feita de forma mais rápida com potencialização de
consultas e de operações de análise (por exemplo calcular distância numa camada
matricial, função que neste momento existe apenas para camadas vectoriais).
• Continuar o desenvolvimento da interface utilizando a ferramenta OpenLayers
realizando testes comparativamente à interface do Chameleon principalmente por
este parecer estar inactivo há um tempo considerável e consequentemente não
apresentar funcionalidades novas nem fóruns actualizados para a discussão e
resolução de eventuais problemas que venham a surgir.
• Pretende-se num futuro próximo disponibilizar algumas camadas que possam ser
acedidas e descarregadas através de aplicativos móveis. Já existem aplicações Open
Source com componente cliente e servidor e também equipamentos profissionais
proprietário ligados a uma rede de servidores, onde existe a possibilidade dessas
camadas serem disponibilizadas.
Com a realização deste projecto pôde-se concluir que para um Sistema de Informação
Geográfico sustentável e de qualidade em Cabo Verde, deverá existir uma Infra-estrutura
Nacional de publicação de dados onde a produção dos dados é feita nos sectores, que
deverão ser devidamente capacitados para tal, para que possam se sentir responsáveis e
serem responsabilizados pelos seus dados.
91
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