1.madre Nazarena e Aníbal Di Francia

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NAZARENA MAJONE

01

Card. Salvatore De Giorgi

Nazarena
Majone
e
Aníbal
Di Francia

Filhas do Divino Zelo • Roma


NAZARENA MAJONE
Responsável: Ir. Rosa Graziano
Redação e Direção Administrativa:
Postulação M. Nazarena Majone
Circonvallazione Appia, 146 - 00179 Roma - Tel. 06.78.04.642
Tradução: Centro de Estudos – Província Nossa Senhora do Rogate - Rio de Janeiro - 2014
Apresentação
A iniciativa de publicar periodicamente livrinhos monográficos sobre a Serva de Deus, Madre
Maria Nazarena Majone surgiu por ocasião do 60º aniversário de sua morte e se concretizou no ano
2000, ano do grande jubileu.

Decidiu-se abrir a coleção com a contribuição do Cardeal Salvatore De Giorgi, arcebispo de


Palermo e presidente da Conferência Episcopal Siciliana (Itália), grande conhecedor dos dois
Institutos fundados por Aníbal Maria Di Francia: as Filhas do Divino Zelo e os Rogacionistas. O
Cardeal iniciou o ministério episcopal na Diocese de Ória, para onde Aníbal Maria migrou depois
do terremoto de Messina, em 1908.

O Cardeal Salvatore aceitou escrever sobre o relacionamento entre Aníbal Maria Di Francia e
Nazarena Majone, a quem agradecemos sinceramente por sua preciosa contribuição.

Na história da Igreja não é raro encontrar modelos de santidade masculinos e femininos que
tenham compartilhado, em perfeita sincronia, determinados empenhos carismáticos e apostólicos. A
esse respeito é importante mencionar alguns exemplos: Francisco de Assis e Santa Clara; Santa
Tereza D’Ávila e São João da Cruz; São Francisco de Sales e Francisca de Chantal; São João Bosco
e Madre Mazzarello.

A estes exemplos podemos acrescentar também a perfeita comunhão que havia entre Aníbal
Maria Di Francia e Nazarena Majone. Diferentes nas características pessoais, classe social, cultura e
espiritualidade, concretizaram juntos iniciativas apostólicas e caritativas para as quais Deus os
chamou. Esta simbiose original e incisiva teve êxito feliz e se tornou mais visível, sobretudo na
fundação do instituto religioso das Filhas do Divino Zelo. É isto que o presente livreto se propõe
ressaltar.

Devido ao limite de espaço do livreto, a abordagem historiográfica do argumento se tornará


necessariamente esquemática, mas não imprecisa e superficial. A este estudo, o primeiro da série,
seguirão outros, com características próprias e um estilo intencionalmente leve e essencial, a fim de
enaltecer a figura de uma mulher consagrada, a Madre Nazarena Majone, que se destaca por
algumas características específicas, em análise pela Igreja, como parte do processo de sua
canonização.

Nazarena Majone nasceu em Graniti (Messina - Itália). Aos 20 anos ingressou no recém-
fundado instituto religioso das Filhas do Divino Zelo, destacando-se pela sabedoria e fidelidade à
sua vocação de pessoa consagrada. A confiança e a estima por ela, levou Pe. Aníbal a confiar-lhe a
orientação e a coordenação do instituto religioso feminino durante trinta anos. Essa atividade,
realizada em sintonia e união com o fundador, lhe outorgou o título de “cofundadora”, pela tradição
do Instituto, como se vê no processo informativo, realizado junto ao vicariato de Roma.

A fama de santidade em vida, na morte e após a morte, deu início ao processo de canonização.
No mês de julho de 1998 foi apresentada à Congregação para as Causas dos Santos a positio super
virtutibus - documento que recolhe testemunhos sobre a vida e a obra de Madre Nazarena,
elaborado com o método histórico-crítico, e se espera o exame dos consultores teológicos e dos
cardeais membros do Dicastério competente.
Aníbal Maria Di Francia (Messina, 1851-1926) foi beatificado pelo Papa João Paulo II no dia
07 de outubro de 1990. Não há dúvida, segundo a expressão da Madre Coreina Raffa, uma das
superioras gerais das Filhas do Divino Zelo, que “o reconhecimento oficial de santidade da nossa
primeira Madre confirma e reforça a própria santidade do Padre, a quem ela foi, sempre e em toda
situação, fidelíssima” (Positio, Informatio Relatoris, p. VIII).

Na história da Serva de Deus se integram também as duas famílias religiosas instituídas por
Padre Aníbal: as Filhas do Divino Zelo e os Rogacionistas do Coração de Jesus. O fundador
transmitiu a ambas o carisma do “Rogate” que compreende a oração pelas vocações, a difusão dessa
oração por todo mundo e o empenho caritativo para com os órfãos e necessitados. Os dois
Institutos, espalhados na Itália e Europa, se expandem também nos outros continentes,
particularmente nos países em fase de crescimento.

Pe. Ciro Quaranta, rcj


Postulador
1. Um encontro providencial
Estamos no ano de 1889. Há cerca de uma década, Aníbal Di Francia se dedica ao resgate
material e espiritual de um bairro mal afamado de sua cidade. Avignone era o nome de um
aglomerado na periferia de Messina, repleto de pobres, semelhante às favelas que se multiplicam
nas periferias das grandes cidades.

Naquele bairro, Padre Aníbal havia iniciado um orfanato para crianças. Diversas
congregações de Irmãs foram convidadas para cuidar da educação e formação das meninas, mas
todas responderam negativamente com mil desculpas. Decidiu, então, dar início ele mesmo, a uma
Congregação Religiosa e, em 18 de março de 1887, entregou às quatro primeiras jovens o hábito
religioso com o lema “Rogate Dominum messis”.

Por conta das limitações e dificuldades econômicas da nova Instituição, Padre Aníbal enviava
suas irmãs a pedir esmolas, segundo o costume da época. Duas delas se deslocaram e foram pedir
azeitonas e óleo de oliva em Graniti, um pequeno povoado no centro da região de Messina, pouco
mais de 10 km adiante da cidade de Taormina, localizado sobre uma colina, de onde a vista se
estende até o leste do Mar Jônico, enquanto ao ocidente se visualiza a imensa massa do Etna.

Em Graniti as irmãs de Padre Aníbal encontraram duas jovens, Carmela D’Amore e Maria
Majone; a primeira com 22 anos, a outra com vinte. Elas faziam parte da associação das Filhas de
Maria, fundada por Padre Vicenzo Calabró, pároco local. A formação, profundamente cristã, havia
despertado dentro delas o desejo de consagrar-se ao Senhor num mosteiro.

O encontro com as duas irmãs de Padre Aníbal convenceu Padre Vicenzo, e as duas jovens
resolveram ir à Messina para realizar suas aspirações. O Padre Serafino Santoro, um dos primeiros
sacerdotes rogacionistas, que coletou muitas informações no início da obra, como testemunha viva
do Fundador, relata aquele primeiro encontro de 14 de outubro de 1889.

“As jovens, apresentadas pelas irmãs, foram acolhidas pelo Padre que lhes mostrou a casa.
Nunca haviam saído de seu pequeno lugarejo e conheciam apenas um mosteiro, aquele do qual lhes
falava o orientador espiritual. Haviam imaginado um grande edifício, com corredores, quartos
enfileirados, laboratórios de trabalho, e janela redonda na sala de acolhida. Chegando em Avignone
ficaram surpresas: onde estava o mosteiro? Casebres, pequenos quartinhos, alguns metros adiante
uma Igreja pobre com uma pequena mesa redonda, um coreto e, por toda a parte uma confusão de
pobres. A mais velha, Carmela, observava calada. Mas a mais jovem, não. O Padre lembrava que
ela ria, ria e ria; a outra se controlava. Porém, como se respirava um ar encantador e devocional
junto àquele sacerdote impressionante, que se fez pobre e mendigo pelos pobres, também elas se
deixaram levar por esta atmosfera mística, do fervor da primeira hora, e ficaram contentes.
Decidiram que partilhariam com o Padre Aníbal a pobreza, a tristeza, o sofrimento, as dificuldades,
as lutas e ansiedades até o fim, no desenvolvimento da obra! Tornaram-se, as duas, escolhidas
colunas do Instituto nascente”.1

A história do instituto evidenciará que Maria Majone, a quem o Padre Aníbal deu o nome de
Nazarena, e Carmela D’Amore, serão duas grandes e sólidas colunas do nascente Instituto das

1
SANTORO S.; Início carismático e laborioso do Instituto das Filhas do Divino Zelo, Trani 1974 (texto datilografado).
p. 19.
Filhas do Divino Zelo, as quais ele dará a missão do zelo pelo Rogate de Jesus e da caridade pelos
órfãos e pelos pobres.2

A respeito do amor aos pobres, uma religiosa testemunhou que certo dia manifestou à Madre
Nazarena o motivo pelo qual se tornou religiosa: porque não gostava do mundo. Ao que Majone
replicou: “Bem, eu ao invés, escolhi a família religiosa do Padre Aníbal por causa dos pobres e dos
órfãos. Por esses tenho muita afeição e com muito amor os trago no coração”. 3 Efetivamente esta
dedicação pelos pobres foi um aspecto característico de toda a sua vida, a exemplo de seu pai
espiritual, o Fundador.

2
Todos os outros desenvolvimentos relativos à formação inicial, estão: Positio, Biografia documentada, p. 178s.
3
Positio, Sumário, p. 137.
2. Momentos críticos do Instituto e chegada de Melania Calvat
Padre Aníbal, como aconteceu a todos os fundadores, passou por situações críticas que
envolveram diretamente irmã Nazarena Majone. Mencionamos dois acontecimentos que colocaram
em risco o crescimento do próprio Instituto.

Por causa de diversas situações, um grupo de quatro irmãs pensou em separar-se e ir para
outro lugar. O convite para deixar o instituto de Padre Aníbal e unir-se a elas foi feito também à
irmã Nazarena. A sua resposta foi clara e decisiva: “Jamais serei eu a fazer esta traição”.4

Nesta tomada de posição está toda a vida de Madre Nazarena. Junto aos testemunhos do
processo informativo enfatizo a absoluta fidelidade ao Fundador, que caracterizou toda sua vida.

Um mês após aquela experiência traumática, Padre Aníbal implorou a Deus uma pessoa
idônea para colocar à frente da comunidade. Na súplica de 22 de abril de 1897 pede uma religiosa
“santa, humilde, culta, sábia, e que seja capaz de restaurar e formar esta Pia Obra”. Seus olhos se
voltaram para Madre Nazarena, que há algum tempo desempenhava diretamente o papel de
responsável pelos órfãos. Ele lhe confiou também a comunidade religiosa, pois sabia que ela tinha a
mente livre do orgulho, filha do olhar inocente e todavia de uma índole forte, embora muito jovem.5

Outro acontecimento diz respeito à fuga de uma das meninas do orfanato do Espírito Santo. O
fato teve a intervenção da polícia e depois da Cúria Metropolitana que, com decreto, suprimiu a
nascente Congregação num momento em que o Fundador estava ausente de Messina. Ao retornar
encontrou irmã Nazarena em lágrimas por causa do acontecido.

Pe. Aníbal obteve da Cúria a permissão de colocar ordem na comunidade do Espírito Santo
através de uma pessoa encarregada de dirigir o Instituto. Assim convidou Melania Calvat, de
Galatina, província de Lecce, a vidente de Nossa Senhora da Salete, com a qual mantinha contato.
Ela aceitou por um ano, iniciando no dia 14 de setembro de 1897, em Messina. O temperamento
rígido e austero de Melania, deu oportunidade a irmã Nazarena de amadurecer nas virtudes como a
humildade, a obediência e o sentido de pertença.

Melania Calvat deixou o Instituto em 02 de outubro de 1898, e Madre Nazarena Majone


assumiu o cargo de superiora da comunidade do Espírito Santo. De 1902 até 1928 foi Superiora
Geral. A Positio menciona que o governo de Melania Calvat foi um tesouro de experiência para
Madre Nazarena. Dedicou-se ao trabalho com mais empenho, quer na coordenação da comunidade
Religiosa e das postulantes, quer na direção do pequeno orfanato. E a comunidade retomou seu
crescimento.

Nazarena Majone, aos trinta anos, gozava de plena confiança das irmãs, especialmente do
Fundador que- às duras provas do período em que Melania esteve à frente, tinha melhor
experimentado e compreendido as virtudes e a fidelidade da Madre Nazarena. Daí a vontade do
Padre Aníbal de não se privar mais daquela colaboradora.6

Trinta anos ao lado do fundador, como sinal de fidelidade. Com ela não haverá mais divisões
e, por outro lado, as comunidades religiosas terão nela uma genial e paciente mediadora, experiente

4
Positio, Relatório Informativo, p. XVIII.
5
Ibid.
6
Sumário, p. 271.
e capaz de amenizar os momentos mais críticos. O Padre Teodoro Tusino, referencial histórico das
Obras do Padre Aníbal, tece elogios abertos à serva de Deus por se manter fiel ao Fundador e às
irmãs; também Padre Serafino Santoro ressalta o heroísmo de Madre Nazarena nos anos difíceis,
quando a obra gemia debaixo das tempestades.7

7
Positio. Relatório Informativo, p. XIX. Cf. TUSINO T., Circolare, 11.10.1950.
3. Fidelidade criativa e dinâmica ao Fundador
O Relator do processo de canonização, querendo definir o tipo de fidelidade de Nazarena
Majone ao Padre Aníbal, usa dois termos: “criativa e dinâmica”.

Convém, antes de tudo, citar o texto: “É amplamente comprovado que Madre Nazarena
assumiu com fé e sabedoria celeste o carisma do Rogate, unindo oração e apostolado, Rogate e
Caridade, como elementos de uma mesma realidade. Em torno deste núcleo se desenvolve a
personalidade, a espiritualidade, a multiforme irradiação das obras promovidas pela serva de Deus,
sob a orientação de Padre Aníbal, mas com sua participação criativa e dinâmica”.8

Os depoimentos processuais e extraprocessuais são inúmeros. Um dos textos melhor


documentado, apresentou em síntese um conjunto de testemunhos frisando este aspecto essencial da
Madre Nazarena.

“A serva de Deus foi companheira fidelíssima de Padre Aníbal Di Francia” (Deus e o


Próximo, n. 3, 1939), “soube ler a mente e o coração, e lapidar o espírito de caridade e de sacrifício”
(Felice da Porretta, p. 50). Ela “foi capaz de aceitar qualquer sacrifício, esforço, esperança, como
dócil colaboradora do Fundador” (E. Campanale, in Scintilla, n. 26, 1991). Viveu ao lado de Padre
Aníbal e “podemos dizer à sua sombra; soube unir a ternura de mãe à audácia do homem de fé; e
realizou com coragem e fidelidade os ideais” (R. Graziano, Adif, n. 1, 1989) porque “ela, como
dizia, entendia estar junto de um santo. Ela compreendeu aquele homem na plenitude do espírito
que possuía, e o Padre compreendeu a criatura que o Senhor mandara para ajudá-lo a sustentar a
obra feminina, e preocupou-se em cultivá-la espiritualmente e intelectualmente (...). Ela, seguindo
diligentemente os passos do Fundador, vinha aprendendo com ele”. Não nos enganamos se
afirmarmos que ela soube imitar o Padre; “em Messina todos percebiam que ela era uma verdadeira
filha do Padre Aníbal (...). Com quanta veneração e profundo afeto ela tratou o fundador, como o
pai de sua alma, diziam os religiosos e as religiosas que foram testemunhas do cuidado e dedicação
com que ela o tratou nos últimos tempos de sua enfermidade” (A Centelha, 1/2/1939). “A sua
palavra de ordem era: Como quer o Padre”. E lembrava que depois de sua morte, Monsenhor Paino
exclamou: “Aquela era a verdadeira mulher forte que o Padre Fundador precisava a seu lado”.
(Testemunhos, vol. 5).

“Foi verdadeira cópia do Padre Fundador, forte, repleta de santo entusiasmo, de energia
magnânima, companheira fiel, dedicada em tudo e sempre, até a entrega total” (Lembo Giuseppina,
Testemunhos, vol. 2, p. 7). “Foi fiel intérprete da vontade do nosso Padre Fundador” (irmã Marina
Salvia, Testemunhos, vol.3, p.42) porque ela via nele um santo “e por isso executava as suas ordens,
e os seus simples desejos eram para ela inquestionáveis” (T. Tusino, Circular, 11/10/1950). De fato,
irmã Corradina Morana recorda suas palavras: “Ao Padre se deve sempre obedecer; eu não posso
mudar as suas ordens” (Testemunhos, vol. 1b, p. 240). “O Padre pode fazer o que quer, mas eu
aquilo que quer o Padre” (Irmã Beatrice Spalletta, Testemunhos, vol. 1b. p.358).

“Era muito obediente ao Padre e não fazia por amizade humana, mas por respeito à sua
autoridade de fundador e de sacerdote” (Madre Francesca Anzollitto, Testemunhos, vol. 1a, p. 9).
“A nossa Madre Geral se colocava sempre em comum acordo com ele” (Irmã Rosalia Caltagirone,
Positio, Vol. II, p. 171).

8
Positio Relatório Informativo, p. V.
“Irmã Nazarena foi o braço direito; era iluminada e orientada sabiamente por irmã Anna
Maria Gonzaga, superiora das Filhas de Sant’Ana, em Messina” (Pasqua Tommaso, Positio, vol. II,
p. 394). O Padre Aníbal e a serva de Deus “são duas figuras que se destacam no horizonte das
instituições, chamadas por Deus a realizar um projeto que, acolhido pela Igreja, deu início a obra...”
(C. Raffa, Circular, n. 39, 2/10/1988).

“Irmã Nazarena, dada por Deus Pai como ajudante e cooperadora na fundação da obra
antoniana, teve a mesma firmeza e a mesma coragem, o mesmo potencial de amor que se admirava
no Padre. Firme na confiança em Deus, humilde e suave como ele, cheia de afeto pelas crianças e
pelas irmãs, pronta a cada momento ao sacrifício mais duro, nada menos daquilo que era o Padre;
parecia modelada sobre ele, tão perfeitamente soube assumir seus ideais, o espírito e o coração.
Humilde e dócil, com a paciência unida a uma caridade sem limites: eis as características que
faziam de irmã Nazarena uma figura de mulher magnífica, que sabia, com força superior, suportar
cada sacrifício e não esmorecer diante de qualquer dificuldade. Não é de se admirar que o Padre a
queria como superiora geral da congregação e as irmãs a amassem como uma mãe” (F. Porretta, p.
112). 9

Alongamo-nos em apresentar esta fila de testemunhos, porque parece ser o modo mais eficaz
para fazer compreender o tipo de fidelidade ao fundador, que depois do Concílio se tornou o fio
condutor do magistério pontifício. Basta recordar qualquer intervenção do Papa Paulo VI10 e de João
Paulo II. Estes falam explicitamente de fidelidade criativa e dinâmica e afirmam que “exatamente
em tal fidelidade à inspiração dos fundadores e das fundadoras, dom do Espírito Santo, se
descobrem mais facilmente e se revivem com mais ardor os elementos essenciais da Vida
Consagrada”.11

Afirmando em Madre Nazarena uma fidelidade dinâmica e criativa ao fundador, se quer evitar
entender tal atitude no sentido errôneo e repetitivo, como se fosse uma “cópia” sem os traços da
própria personalidade.

Dizer que a Madre Nazarena foi a sombra de Aníbal Maria Di Francia, como afirmam as
testemunhas do Processo realizado no vicariato de Roma, 12 pode ser um engano. “A definição é
perfeita, mas é também interpretada como um rótulo de conveniência, que acabou prejudicando a
real imagem da serva de Deus, ou melhor, o reconhecimento integral da sua pessoa”.13

Pode ser interpretada no sentido correto quando se aplica à humildade e à obediência, como
diz uma testemunha: “Era a sombra do fundador pela sua obediência fiel e pronta”.14

Para evitar equívocos, o relator do processo sente a necessidade de esclarecer melhor:


“Destaquei firmemente, na abertura deste relatório, que a santidade da serva de Deus é uma
maravilhosa tradução da espiritualidade do Rogate feminino. Tal articulação não é uma simples
sombra, mas uma nota peculiar, que não se pode evidentemente encontrar do mesmo modo no
fundador. Quando se afirma, portanto, que Madre Nazarena foi a sombra do Padre Aníbal, não se
entende absolutamente em diminuí-la, mas relevar somente um aspecto da sua virtude heroica,
9
Positio Sumário, p. 171-173
10
Evangelica testificatio, n. 11, 1971.
11
Vita Consecrata, n. 36-37.
12
Positio, Sumário, p. 103, p. 171. Biografia documentada, p. 351.
13
Ibid. Biografia Documentada, p. 351.
14
Ibid. Sumário, p. 103.
aquela que a coloca no caminho de um santo para atingir a mesma santidade. Por fim,
compreendida a interpretação criativa feminina que ela faz do carisma rogacionista e do projeto do
fundador, Madre Nazarena se coloca como um sinal específico e singular da ternura de Deus no
meio dos pobres e das criaturas com as quais desempenhou sua ação pastoral”.15

15
Ibid., relatório Informativo, p. LXXXIII.
4. Um voto singular
Prova sensível de fidelidade ao Fundador foi um acontecimento que despertou grande
admiração dos teólogos examinadores dos escritos da Madre Nazarena. Entendemos que se refere
ao voto de perfeita obediência ao Fundador, assinado por ela no dia 1º de julho de 1904,
praticamente no início do seu ofício de superiora geral. Vale a pena relembrar o texto do voto.

“Eu, abaixo assinada, querendo inteiramente morrer a mim mesma para dar-me toda a Jesus,
Sumo Bem, renuncio à minha vontade pela obediência, e, portanto, faço voto de perfeita obediência
a meu pai e diretor espiritual, Cônego Aníbal Maria Di Francia, submetendo ao seu julgamento e à
sua vontade cada ação minha, para sempre ao Esposo Divino, ao qual me consagrei por inteira”.16

Este escrito - observa Padre Luigi Bogliolo - reflete bem a atitude de total obediência ao
fundador, Padre Aníbal Di Francia. Em todas as circulares da serva de Deus se percebe a presença
daquele que deu início a toda obra Rogacionista: o ramo feminino e o masculino. E, certamente, foi
a plena fidelidade às orientações espirituais e apostólicas que lhe deu a honra de cofundadora.

Muitas cartas são de administração ordinária e parecem ditadas pelo próprio fundador ou de
certa forma transmite, com senso de viva veneração, o seu pensamento.17

Nesta primeira parte se pode perceber a nota fundamental da sua espiritualidade: o abandono
incondicional à vontade de Deus que ela via nas orientações do venerável fundador, para o qual
conserva uma grande consideração, referindo-se a ele em todas as disposições, pronta a dar notícias
sobre sua saúde, convidando as irmãs a rezarem pelo seu restabelecimento. É evidente que o
considerava um santo; nas cartas escritas depois de sua morte, tem confiança na sua intercessão
junto a Deus (Cf. p. 131, 138, etc.).

O voto de perfeita obediência ao Fundador pode parecer a alguns, excessivo e exagerado. Os


dois examinadores dos seus escritos dão uma interpretação apropriada, quando afirmam que para
Madre Nazarena o voto foi um modo concreto de fazer a vontade de Deus, ponto fundamental da
sua espiritualidade.

A serva de Deus – revela Mons. Salvatore Garofalo, também encarregado de examinar os


textos da Madre – se manifesta nos escritos uma religiosa de virtude não comum, que se pode dizer
heroica. Na origem e na base deste heroísmo está a séria e concreta vontade de santificar-se,
expressa pelos esforços grandiosos como o voto de fé e de esperança em Deus e de perfeita
obediência ao Fundador da sua congregação, que a Igreja proclamou “Beato”.

Madre Nazarena é uma alma simples, mas com profunda vibração espiritual e dotada de uma
fortaleza cristã a toda prova.

Considero que o total e constante abandono à vontade de Deus, presente de vários modos e
em várias formas nos escritos, seja a característica não só dominante, mas totalizante da vida
virtuosa da serva de Deus.18

16
Escritos, p. 192.
17
Positio sobre os escritos, p. 241.
18
Ibid., p. 253.
Os escritos da Madre Nazarena – anota o relator do processo – são um constante apelo à
docilidade voltada ao Padre, e é significativo o fato de que com ela no governo, durante trinta anos,
nunca se verificou incidente de percurso na obra, como no início.

Há, portanto um específico parecer de Padre Tusino: “Nos agrada render homenagem à
virtude da Madre Nazarena, que foi filha fidelíssima do fundador. Consta que os mal-entendidos
entre um fundador e a superiora geral, provocaram, em um instituto, a intervenção da autoridade
eclesiástica, resultando que o fundador foi para sempre afastado da sua obra. Se ao Padre Aníbal foi
poupada esta prova, se deve principalmente a ação da Madre Nazarena”.19

O abandono à vontade de Deus explica a sua serenidade em não querer mais ser reeleita como
superiora geral. Apressa-se e escreve às irmãs: “Ainda vos peço, o que fazíeis comigo fazei com
esta Madre Geral; não podeis perder os méritos de tantos anos”.20 Escrevendo à nova madre geral
assim se exprime: “Reverenda Madre, confesso que não tenho intenção de fazer minha vontade
submetendo-me sempre, mesmo podendo intuir a sua vontade o farei. Tanto porque Vossa
Maternidade possa saber as minhas disposições”.21

19
TUSINO T., Os Rogacionistas e As Filhas do divino Zelo, Circular, Roma, 1950, p. 23.
20
Escritos, p. 1556
21
Ibid., p. 158.
5. Elogios e apreciações do fundador
Até agora abrimos espaço mais para o testemunho de outros de fora, e então podemos
perguntar o que pensava expressamente o fundador. O fato de ter sido sua direta colaboradora e
superiora geral do instituto por três décadas é sinal claro da confiança que ele depositava na Madre
Nazarena. Todavia, Padre Aníbal manifestou várias vezes por escrito e oralmente sua profunda
convicção a respeito da fidelidade da Madre Nazarena. Nas 405 cartas do fundador à Madre,
transparecem com clareza a estima que tinha por ela. Ninguém, mais que o fundador, que foi por
algum tempo seu diretor espiritual, tem maior conhecimento da serva de Deus e pode emitir parecer
verdadeiro sobre ela. Os encontramos expressos, direta e indiretamente, quando ele fala ou escreve
a ela em primeira pessoa, ou quando fala dela aos outros.

Aqui é suficiente acenar, como exemplo, qualquer texto significativo.

Antes de tudo, a carta escrita pelo fundador em 17 de agosto 1902, por ocasião do onomástico
da Madre Nazarena. O texto está publicado na íntegra ao final deste escrito, a fim de que o leitor
faça uma ideia pessoal, além dos comentários referidos. Limitamo-nos a sublinhar alguns.

O fundador se associa aos festejos que as Filhas do Divino Zelo e as órfãs fazem no
onomástico da Madre Nazarena. Lembra o grande dom da vocação, de ter sido escolhida pela divina
bondade para ser esposa de Jesus Cristo, mediante a consagração religiosa e de ser colocada à frente
do instituto como superiora geral, e deseja que ela continue progredindo em todas as virtudes.

Esta carta é de grande importância e vai além dos cumprimentos ocasionais pela
circunstância. O fundador usa suas próprias palavras para descrever uma breve história da alma, e o
perfil espiritual e humano de uma jovem de aldeia, eleita pelo Senhor a tornar-se “como uma pedra
fundamental da mística fábrica e elevada à direção de uma comunidade religiosa de irmãs”.

É chamada à missão à qual é dedicada com a sua consagração: o Rogate e a caridade.

É fundamental o elogio que o Padre Aníbal Maria faz acerca da colaboração, “como filha
dócil e obediente, companheira fiel nas vicissitudes tristes e alegres do instituto, nos tantos
sacrifícios por aquele santo ideal que nela predomina”.

Ele afirma, na qualidade de seu “pai espiritual”, para melhor assinalar a importância do
conteúdo expresso nos seus cumprimentos de felicitações.

Outro exemplo que me parece oportuno lembrar é uma página de uma testemunha ocular.
Trata-se de Padre Carmelo Drago e se refere à opinião do fundador, no leito de morte, o “último
segredo do mestre ao perfil espiritual da discípula”22, como define o relator do processo.

“Durante a semana, em que acompanhei os últimos momentos do Padre, em Messina, -


escreve Padre Drago - fui testemunha direta de tantas cenas comoventes, jamais esquecidas. A
saúde do Padre era uma preocupação para todos, mas tornava-se dor dilacerante, sobretudo para a
superiora geral das Filhas do Divino Zelo, Madre Maria Nazarena Majone, discípula generosa do
fundador e heroína autêntica desde o tempo do bairro Avignone. Frequentemente enxugava as
lágrimas e não conseguia chegar ao quarto do doente, porque se debulhava em lágrimas, e o Padre
se entristecia. Desdobrava-se o mais que podia, para prover aquilo de que precisava. Sempre me
22
Relatório Informativo p. XXIX.
perguntava, com verdadeiro interesse, como havia passado a noite, se havia comido e bebido
alguma coisa, se havia expressado algum desejo.

Certo dia ela me perguntou quantos éramos de Ória, na teologia, e quantos outros religiosos e
aspirantes eram inclinados ao sacerdócio. Apenas escutou o número, exultou de alegria e disse:
“Agora sim, morro contente, depois de ter visto que, graças a Deus, a congregação começa a ter os
seus sacerdotes e tem para o futuro ótimas esperanças. Isto sempre foi o objeto das minhas
preocupações, das minhas orações e dos meus sacrifícios; tenho uma estima pela congregação
masculina não menor que por aquela feminina. Temo que o Padre não veja na terra os frutos das
suas fervorosas orações e dos seus heroicos sacrifícios”. Eu disse a ela: “A última vez que o Padre
Aníbal esteve em Ória, me perguntou que ano estávamos cursando na teologia. Recebida a resposta,
disse: “Sejam infinitamente benditos os divinos superiores. Certamente eu não terei a graça de ver-
vos sacerdotes; mas não importa, vos verei do céu. O importante é que vá adiante a congregação.
Vos recomendo de lembrar-vos de mim na Santa Missa e de fazer sufrágio por mim em vossas
orações”. Neste momento, Madre Nazarena, começou a chorar e se afastou. Contei ao Padre do
contentamento da Madre Nazarena ao receber as boas notícias do progresso das vocações e do
estudo daqueles da casa de Ória. E o Padre me disse: “Madre Nazarena é verdadeiramente uma
alma bela. Simples como uma pomba. Não conhece o que seja fingimento, duplicidade, política. O
seu falar é evangélico: “Sim, sim; não, não”. É fidelíssima, ligada cem por cento à congregação,
observante e formada segundo o espírito dos institutos masculino e feminino”.23

Padre Vicenzo Caudo, outra testemunha ocular, afirma: “O Cônego Di Francia, com o qual eu
tinha muito contato me disse um dia: ‘A vossa conterrânea, irmã Nazarena Majone, foi para o meu
instituto uma verdadeira providência. Era tão conceituada que coloquei em suas mãos a
administração de todo o Instituto’. Lembro que o Padre Aníbal Maria Di Francia organizou um
sarau de poesias em sua homenagem, por ocasião do seu onomástico. O sarau foi concluído com um
discurso do Padre em que fez o mais alto elogio à festejada”.24

Gostaria de concluir estas anotações com uma apreciação do relator do processo. Ele escreve:
“Percebo nos documentos examinados por mim o relacionamento entre esta digna filha e o seu pai,
o fundador. É preciso ir com cautela, seja quando se compara a serva de Deus com Padre Aníbal ou
quando se quer mencionar as virtudes e sua bagagem espiritual. Na busca de semelhanças estão
aqueles que a chamam de “filha fidelíssima do fundador, de religiosa formada inteiramente no
espírito do Padre, de incondicional executora da vontade e dos desejos do Padre Fundador; por isso,
para concluir, aquilo que se diz do Padre, se pode dizer dela”, sendo dele a cópia perfeita. Essas
virtudes são todas atribuídas à serva de Deus, e confirmam o seu mérito, todavia se deve equilibrar
com outro material de qualidade expresso por ela. A graça a plasmou como peculiar, o seu perfil
espiritual não se enquadra perfeitamente ao do Fundador, presente na própria inconfundível
personalidade e feminilidade. Percebe-se, entre outros aspectos, a sua maternidade oblativa, pela
qual se doa totalmente, durante toda a sua vida. E o resultado dessa harmonia, diante de uma Madre
Nazarena sombra de um grande santo, marcada pelo sopro original do Espírito, que ficou impresso
em sua personalidade como uma “surpreendente manifestação da ação da graça de Deus”.25

Documento

23
DRAGO C., O Padre, fragmentos da vida quotidiana, Ed. Rogate, Roma , 1995, n. 211. A conclusão do texto é nossa.
24
Informações sobre as virtudes, p. 6.
25
Relatório Informativo, p. XLII-XLII.
Carta autografada do beato Aníbal Maria Di Francia à Serva de Deus, Nazarena Majone.
(Messina, 17 de agosto de 1902)26

Filha bendita em Jesus Cristo,


Em meio às dificuldades, aflições e sacrifícios da vida, que se sofre por amor a Deus, o
Senhor misericordioso nos dá alguns dias de santa alegria para confortar nossa frágil natureza.

É este dia, em que as Filhas do Divino Zelo e as órfãs festejam o vosso onomástico.

E para que a vossa alegria possa crescer, vos faço também eu as minhas felicitações e
parabenizo.

Alegro-me convosco, porque escolhida pela divina bondade do meio do mundo, fostes
escolhida para ser esposa de Deus eterno e imortal, do dileto Coração de Jesus, Senhor Nosso.

Congratulo-me convosco, porque elevada pela onipotente mão de Deus além da vossa
humilde condição, fostes colocada para ser como uma pedra fundamental da mística fábrica, e
elevada à direção de uma comunidade religiosa de irmãs, que são como geradas pelo zelo
ardentíssimo do Divino Coração de Jesus: destinada a cooperar junto ao ministro de Deus em uma
instituição que, ainda menina, atrai sobre si as bênçãos dos mais excelsos representantes de Deus
sobre a terra, pela santa missão à qual se dedicou: a oração cotidiana para obter os bons e
evangélicos operários à santa Igreja, e a salvação das órfãs abandonadas.

E da vossa colaboração eu me glorio no Senhor, sendo vós filha dócil e obediente, e dizer
quase companheira fiel nos momentos tristes ou alegres deste Instituto, e nos tantos sacrifícios
entre os quais caminhamos, por aquele santo ideal que se almeja, confortados pela grande
esperança e pelo crescimento dos bons desejos.

Por isso, vos desejo em primeiro lugar o aumento do divino amor e na santa humildade,
coragem, perseverança, fortaleza e confiança, luz, paciência e sabedoria na árdua missão de
conduzir a barquinha entre as ondas e tempestades: mas elevai sempre o olhar e invocai sempre a
estrela dos mares.

Desejo-lhe outra coisa que será compensadora: isto é, até que o Senhor vos queira neste
lugar, todas as vossas súditas vos consolem na prontidão da obediência, com docilidade em deixar-
se modelar com exatidão na disciplina e nos trabalhos, e muito mais com o crescimento nas
virtudes; e vos desejo que possais ver crescer o número de vocações humildes e santas.

Termino implorando dos corações de Jesus e de Maria as mais eleitas bênçãos, enquanto que
da minha parte não cesso de abençoar-vos, por meio de Jesus, Sumo Bem.

Messina, 17 de agosto de 1902

Vosso Padre Espiritual


Cônego ANÍBAL MARIA DI FRANCIA

Notas Biográficas da Madre Nazarena Majone


21 de junho de 1869 Maria nasceu em Graniti, Itália; última de seis filhos de Bruno
26
TUSINO T., Cartas do Padre, I, p. 236-238.
Majone e Maria Falcone.

22 de junho de 1869 É batizada na Igreja Matriz de Graniti.

21 de março de 1880 Fica órfã de pai; Bruno Majone morre aos 73 anos.

1880 Passa a fazer parte da Associação das Filhas de Maria.

Outubro de 1889 Maria se encontra com as irmãs Rosalia Arezzo e Maria Giuffrida do
instituto recém fundado por Aníbal Maria Di Francia. As religiosas
foram a Graniti pedir esmolas.

14 de outubro de 1889 Entra como aspirante no Instituto do Padre Aníbal Maria Di Francia,
no Bairro Avignone.

18 de março de 1890 Veste o hábito das “Pobrezinhas do Coração de Jesus”, o futuro


Instituto das Filhas do Divino Zelo. Padre Aníbal Maria Di Francia
preside o rito.

18 de março de 1891 As noviças do “Pequeno Retiro de São José” fazem a renovação


anual das promessas de castidade, pobreza, obediência e de zelar a
oração pelas vocações. Entre elas, Maria Majone.

18 de março de 1892 Profissão Religiosa: Maria recebe o nome de “Nazarena”. Padre


Aníbal começa a dar o nome religioso às suas irmãs.

07 de junho de 1895 Nazarena vai morar com 12 órfãs no ex-mosteiro do Espírito Santo
(atual Casa Mãe das Filhas do Divino Zelo.

05 de agosto de 1896 É nomeada Diretora do orfanato.

14 de setembro de 1897 Nazarena vai a Régio Calábria com Madre Carmela D’Amore para
buscar Melania Calvat que assume a direção do instituto.

02 de outubro de 1898 Melania Calvat deixa o Instituto. Madre Nazarena permanece como
superiora até 18 de março 1928.

14 de setembro de 1901 O Arcebispo de Messina, Dom Letterio D’Arrigo, aprova o nome


definitivo das congregações religiosas: Filhas do Divino Zelo do
Coração de Jesus e Rogacionistas do Coração de Jesus.

12 de janeiro de 1902 Abre a primeira casa filial: Taormina.

13 de dezembro de 1905 Madre Nazarena vai a Altamura participar da celebração do


aniversário de morte de Melania Calvat.

19 de março de 1907 Profissão Perpétua de Madre Nazarena.

28 de dezembro de 1908 O terremoto de Messina faz treze vítimas entre as Filhas do Divino
Zelo.

29 de janeiro de 1909 Os órfãos são transferidos para as Puglias.

23 de março de 1909 Padre Aníbal, Madre Nazarena, Madre D’Amore e Padre Palma são
recebidos em audiência privada pelo Papa Pio X.

04 de abril de 1909 A comunidade das irmãs e as órfãs são transferidas do hospital


Martino de Ória ao Mosteiro S. Bento.

10 de fevereiro de 1917 Circular do Padre Fundador pelos 25º anos de vida consagrada de
Madre Nazarena e Madre Carmela D’Amore.

19 de março de 1917 25º aniversário de profissão religiosa de Madre Nazarena.

1921 Abertura da casa de Fiumara Guardia.

25 de fevereiro de 1921 Madre Nazarena envia uma circular às comunidades FDZ exortando
as irmãs a rezarem pela recuperação da saúde do Padre Fundador.

04 de maio de 1921 O Padre Fundador e dois sacerdotes foram recebidos em audiência


pelo Papa Bento XV.

06 de setembro de 1924 Padre Aníbal e Madre Nazarena participam do Congresso


Eucarístico de Palermo.

12 de novembro de 1924 Fundação da casa de Roma. Estava presente Madre Nazarena, que
foi de Messina no dia 24/10/1924.

06 de agosto de 1926 Aprovação das Constituições do instituto por Dom Paino.

09 de maio de 1927 Madre Nazarena vai com Padre Fundador à Guardia, pois a saúde
frágil do Padre requer troca de clima.

01 de junho de 1927 Morre Padre Aníbal. Madre Nazarena sente muito o vazio desta
partida.

06 de março de 1928 Madre Nazarena confirma através de carta que o Capítulo Geral será
nos dias 18 e 19 de março 1928.

18 de março de 1928 Celebração do Capítulo Geral. Madre Cristina Figura é eleita


Superiora Geral. Madre Nazarena é transferida como superiora para
Taormina.

21 de março de 1928 Madre Nazarena retorna a Messina, onde permanece até 08 de abril.

11 de abril de 1928 Escreve às Irmãs de Messina, incentivando-as a ter espírito de fé na


nova Madre Geral.

28 de abril de 1928 Madre Cristina, em uma circular, elogia Madre Nazarena, “nossa
primeira madre e cofundadora”.

07 de outubro de 1932 Madre Nazarena integra o novo Conselho, nomeada vigária geral e
superiora da casa de Messina.

24 de janeiro de 1934 Nazarena parte para Roma definitivamente.

13 de junho de 1934 É colocada a 1ª pedra na nova igreja e orfanato. Está presente Dom
Pasetto.
14 de junho de 1938 Inauguração da capela da Casa Geral.

25 de janeiro de 1939 Morre Madre Nazarena, depois de quatro meses de sofrimentos


atrozes.

08 de janeiro de 1992 Início do processo de canonização da Madre Nazarena.

11 de maio de 1992 Transladação do seu corpo de Roma para Messina, colocado na


Igreja de Santa Maria do Espírito Santo.

02 de junho de 1993 Se encerra o processo informativo junto ao Vicariato de Roma.

01 de outubro de 1998 Foi entregue à Sagrada Congregação para a causa dos santos a
Positio super virtutibus.
Índice
Apresentação

1. Um encontro providencial

2 . Momentos críticos do Instituto e chegada de Melania Calvat

3. Fidelidade criativa e dinâmica ao fundador

4. Um voto singular

5. Elogios e apreciações do fundador

Documento

Notas Biográficas da Madre Nazarena Majone

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