Escoamento e Patamar de Escoamento
Escoamento e Patamar de Escoamento
Escoamento e Patamar de Escoamento
Os aços de alta resistência e baixa liga são também chamados de aços microligados, possuindo pequenas
quantidades de elementos de liga como Mo, Cr, Ni, V, Ti, Nb, B e Zr, os quais produzem um aumento
importante na resistência à tração e na ductilidade destes aços (Fosca, 2003).
Vanádio (V). Refina a estrutura do aço, impedindo o crescimento dos grãos. Forma carbonetos duros e
estáveis. A solubilidade do carboneto de vanádio é grande na fase austenítica, mesmo a baixas temperaturas,
enquanto que a do nitreto de vanádio é mais baixa, e admite somente dissolução parcial em baixas
temperaturas, por exemplo, 900ºC.
A teoria da decoesão (Troiano, 1960) supõe que o hidrogênio atômico em solução sólida tenderá a se difundir
para regiões onde ocorram tensões triaxiais de tração como na região à frente da ponta de uma trinca ou outro
concentrador de tensão e regiões de empilhamento de deslocações. A difusão para estas regiões seria causada
por uma melhor acomodação do hidrogênio nestas devido à interação entre o campo de tensão existente à frente
do concentrador de tensão e o causado pelo átomo intersticial de hidrogênio. O hidrogênio interage com os
átomos de ferro reduzindo a sua energia de ligação e, quando a concentração de hidrogênio na região supera um
valor crítico, esta região se torna fragilizada e uma trinca poderá se formar e propagar através dela. Assim, a
região de concentração de tensão é deslocada para uma outra posição e os átomos de hidrogênio têm de se
difundir novamente. O ciclo de difusão até a ponta da trinca, fragilização e propagação se repete até que a
quantidade de hidrogênio se torne insuficiente ou que a ponta da trinca atinja uma região de maior dutilidade na
qual a propagação da trinca é impedida.
A teoria do amaciamento_, baseada em trabalho desenvolvido por Beachem (1972), propõe que o hidrogênio
se difunde para regiões de concentração de tensão de forma similar a colocada anteriormente, onde este
elemento causa uma maior facilidade para a ocorrência de deformação plástica. Como resultado, uma intensa
deformação plástica ocorre em uma região muito limitada do material levando a sua falha, cujo mecanismo
pode ser tanto dútil ou frágil. Com a propagação da trinca, um novo ciclo de difusão ocorre, como apresentado
no caso anterior. Difusão do hidrogênio em juntas soldadas: Em aços carbono e baixa liga comuns, a
fissuração é mais comum na região de granulação grosseira da ZTA, embora o hidrogênio seja originalmente
introduzido na poça de fusão, isto é, na zona fundida. Granjon (1991) explica este comportamento considerando
que, na soldagem destes aços, utiliza-se metal de adição de teor de liga menor e, portanto, menor
temperabilidade que o metal base (figura 49). Assim, no resfriamento durante a soldagem, a austenita tende a se
transformar antes que na ZTA. Como o hidrogênio apresenta menor solubilidade e maior difusibilidade na
ferrita do que na austenita, esse tende a difundir para as regiões ainda não transformadas da ZTA, causando uma
concentração deste elemento nesta região. Além disso, também em função da maior temperabilidade do metal
base, a ZTA, particularmente a sua região de crescimento de grão, tende a apresentar estruturas de maior dureza
e, portanto, mais sensíveis à fissuração. Em aços submetidos a tratamentos termo-mecânicos, particularmente a
resfriamento acelerado ao final de laminação controlada, pode-se conseguir elevados níveis de resistência
mecânica com teores de liga relativamente baixos. Neste caso, a temperabilidade do metal base pode ser similar
à do metal de solda e a fissuração pelo hidrogênio na zona fundida torna-se mais comum.
6.4 - Decoesão lamelar Decoesão lamelar, ou arrancamento lamelar, é uma forma de fissuração típica de
chapas laminadas. O problema ocorre no metal base (e às vezes na ZTA), em planos que são essencialmente
paralelos à superfície da chapa. As trincas aparecem tipicamente em soldas de vários passes em juntas de
ângulo em T ou L e juntas cruciforme e foram observadas na construção de prédios e pontes de estrutura
metálica e na fabricação de vasos de pressão, navios, estruturas "off-shore", caldeiras e equipamento nuclear. A
trinca tende a se localizar no metal base e próxima da ZTA. Stout e Ganesh (1976) observaram que a iniciação
de trincas, em vários aços submetidos a um teste de soldabilidade específico para a decoesão lamelar (ensaio
Lehigh), ocorre em qualquer ponto entre o final da ZTA e regiões localizadas até 13 mm abaixo da superfície da
chapa ou placa. Frequentemente as trincas são internas e não afloram na superfície. A macrografia de corpos de
prova com trincas por decoesão lamelar revela que estas apresentam uma aparência típica em degraus, figura
51. Esta aparência é explicada pelo mecanismo mais aceito para a sua formação, que associa a iniciação da
trinca com a decoesão ou fissuração de inclusões alongadas, quando o metal base é submetido a tensões de
tração no sentido de sua espessura (direção Z). Os vazios formados crescem e se unem por rasgamento plástico
da matriz entre as inclusões ao longo de planos horizontais e verticais, resultando na sua morfologia
característica, figura 52.
Esse fenômeno (DECOESÃO), relaciona-se como o nome diz, com a perda de coesão entre os
contornos de grãos provocando “fragilidade” (perda de resistência) intergranular. Tal deve-se à
segregação de solutos nos contornos de grãos, podendo provocar fraturas. No caso dos aços,
elementos tais como cobre, zinco, silício, estanho, fósforo, enxofre e oxigênio, entre os mais
notórios, provocam perda de resistência intergranular. A Resenha Técnica SEGREGAÇÃO (MICRO,
MACRO E NANO) E POROSIDADE aborda o assunto, creio que suficiente aos seus propósitos. Um
abraço!
AÇOS INOXIDÁVEIS
Antes de tudo, é oportuno entendermos que condutividade é uma medida da capacidade de um
metal de transmitir eletricidade, ou calor ou som. A recíproca é a resistência, ou a capacidade de
reduzir o fluxo desses. Os metais conduzem eletricidade por permitirem o fluxo de elétrons livres
(não associados a um único átomo ou ligação covalente. A Resenha Técnica Cobre e Suas Ligas
em Engenharia de Metais aborda esse assunto. A presença de impurezas, como elementos de liga,
restringe o fluxo de elétrons. Metais “puros” oferecem melhor condutividade. Aços inoxidáveis
oferecem baixa condutividade. Quanto maior o conteúdo de elementos de liga (ou impurezas)
nestes, pior a condutividade. O site a seguir apresenta uma boa tabela a respeito: