Trabalho Sobre Proceso Disciplinar. Certo
Trabalho Sobre Proceso Disciplinar. Certo
Trabalho Sobre Proceso Disciplinar. Certo
Processo Disciplinar
Universidade Púnguè
Chimoio
2022
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Atalia Tobias Dinís
Processo Disciplinar
Universidade Púnguè
Chimoio
2022
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Índice
Introdução .................................................................................................................................................. 4
Objectivos .................................................................................................................................................. 5
Conclusão ................................................................................................................................................. 17
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Introdução
Neste presente trabalho, que visa explicar sobre o processo disciplinar, encontra-se que na normal
execução de qualquer tipo de contrato de trabalho, com o objectivo de assegurar a organização
do trabalho, a promoção pessoal e profissional dos trabalhadores e o incremento da produtividade
com vista ao êxito organizacional são conferidos ao empregador os necessários poderes de
direcção e disciplina. O poder disciplinar pode servir propósitos de prevenção mas, em regra,
surge associado à via sancionatória, não podendo, contudo, ser arbitrário. Por essa razão, a
aplicação de qualquer sanção disciplinar pelo empregador exige o cumprimento de procedimentos
e prazos específicos, bem como a observância dos princípios da legalidade e da
proporcionalidade, atendendo-se à gravidade da infração e à culpa do trabalhador. A elaboração
deste trabalho foi possível usando metodologias de consulta bibliográfica.
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Objectivos
Geral:
• Explicar como se faz o processo disciplinar na base da lei do trabalho.
Específicos:
• Identificar as leis que regem sobre o processo disciplinar;
•
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Processo disciplinar
O processo disciplinar é nulo, regra geral, sempre que não tenham respeitado alguma das
formalidades estabelecidas por lei para a sua elaboração-cfr: Artigo 68, n.ᵒ1, alínea a) da lei do
trabalho, nomeadamente: “a falta de requistos da de culpa”; “a falta de notificação da nota de
culpa ao trabalhador arguido”; “a falta de audição do trabalhador arguido”; “a falta de remessa
dos autos ao órgão sindical”; ou “a falta de fundamentação da decisão final do processo
disciplinar”.
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O processo disciplinar é nulo quando a nota de culpa é feita sem respeitar o que sobre ela a lei
determina. De acordo com a lei, a nota de culpa deve “conter a descrição detalhada dos factos e
circúnstâncias de tempo, lugar e modo do cometimento da infracção que é imputada ao
trabalhador”. Assim, se, por exemplo, a nota de culpa é elaborada sem a indicação detalhada das
circunstâncias de tempo,lugar ou modo como os factos se passaram, em princípio, o processo
será nulo. Neste caso, a nulidade do processo disciplinar poderá ficar a dever -se ao facto de se
feito uma acusação genérica, do género “é acusado de faltar respeito ao superior hierárquico”.
De igual modo, constitui causa de nulidade do processo disciplinar o facto de o instrutor não
notificar o trabalhador arguido da nota de culpa. É o qu sucede, por exemplo, naqules casos em
que ao trabalhador é entregue apenas uma nota que diz que o contrato de trabalho cessou no dia
x,porque o trabalhador teve um comportamento negativo, sem que ao trabalhador tivesse sido
dada a oporturnidade de se defender,no processo disciplinar.
A nulidade do processo disciplinar pode também ficar a dever-se a violaçao dos diferentes prazos
e formalidades do processo. Assim, se o instrutor do processo não respeitar os prazos: (i) para a
abertura do processo disciplinar²; para o envio do processo ao órgão si ndical, para efeitos de
emissão de parecer³; bem como o da comunicação, por escrito, da decisão final ao trabalhador e
ao órgão sindical.
Em regra, não há mais nada a fazer. Mas a lei dá a possibilidade de, até ao encerra mento do
processo disciplinar, ou seja, até à comunicação da decisão final, o instrutor do processo ou o
empregador corrigir algum erro que tenha cometido. Chama-se a isso “sanar” a nulidade do
processo, que é o mesmo que dizer “limpar o erro cometido”, fazendo como a lei manda.
Mas existem casos que a lei não permite que a nulidade, uma vez verificada, possa ser sanada. É
o caso da violação do prazo de prescrição do processo disciplinar¹; ou da violação do prazo da
comunicação da decisão final do processo disciplinar, de que falmos há pouco (Ver a nota de
rodapé n.°16) ou, ainda, a falta de notificação da nota de culpa ao trabalhador arguido¹. Estas três
situações, uma vez verificadas, nada mais há a fazer se não declarar -se a nulidade do processo
disciplinar. O empregador pode, por sua vez, mandar arquivar o processo disciplinar, porque, se
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mandar aplicar a sanção disciplinar, o trabalhador pode, querendo, impugnar (“atacar”) essa
sanção nos órgãos competentes², dizendo que a mesm é nula e sem nenhum efeito jurídico.
Na normal execução de qualquer tipo de contrato de trabalho, com o objectivo de assegurar a organização
do trabalho, a promoção pessoal e profissional dos trabalhadores e o incremento da produtividade com
vista ao êxito organizacional são conferidos ao empregador os necessários poderes de direcção e
disciplina.
O poder disciplinar pode servir propósitos de prevenção mas, em regra, surge associado à via
sancionatória, não podendo, contudo, ser arbitrário.
Por essa razão, a aplicação de qualquer sanção disciplinar pelo empregador exige o cumprimento de
procedimentos e prazos específicos, bem como a observância dos princípios da legalidade e da
proporcionalidade, atendendo-se à gravidade da infracção e à culpa do trabalhador.
O direito de exercer o poder disciplinar prescreve um ano após a prática da infracção ou no prazo de
prescrição previsto na lei penal, caso constitua também a prática de um crime, devendo iniciar-se nos 60
dias subsequentes ao conhecimento do empregador ou do superior hierárquico com competência
disciplinar da prática da infracção.
No exercício do poder disciplinar, o empregador pode aplicar ao trabalhador as seguintes sanções:
repreensão; repreensão registada; sanção pecuniária; perda de dias de férias; suspensão do trabalho com
perda de retribuição e de antiguidade; despedimento sem indemnização, devendo a aplicação da sanção
ter lugar nos 3 meses subsequentes à decisão, sob pena de caducidade.
Após o período de inquérito prévio (fase facultativa), onde se averiguam das circunstâncias de modo,
tempo e lugar, bem como de apurar acerca da eventual responsabilidade do trabalhador em causa, a
entidade empregadora, caso conclua pela verificação de algum comportamento susceptível de constituir
violação de deveres laborais, deve elaborar nota de culpa, a qual é notificada ao trabalhador.
Caso a infracção assuma gravidade tal que se verifique impossível a manutenção do vínculo laboral,
sendo intenção do empregador lançar mão da sanção de despedimento com justa causa, a comunicação da
intenção de despedimento deverá ser efetuada por escrito, devendo o empregador anexar a nota de culpa,
onde se descrevem, circunstanciadamente, os factos imputados ao trabalhador.
A nota de culpa constitui a peça fulcral do procedimento disciplinar, por delimitar o seu objecto e na qual a
eventual decisão final de despedimento se pode fundamentar.
Com a notificação da nota de culpa, o empregador pode ainda suspender preventivamente o trabalhador,
mantendo o pagamento da retribuição.
O único pressuposto para que esta suspensão preventiva opere é o de que a presença do trabalhador na
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empresa se mostre fundamentadamente inconveniente.
Notificada a nota de culpa ao trabalhador, este dispõe de 10 dias úteis para consultar o processo e para
responder às acusações que lhe são imputadas.
O direito de defesa do trabalhador é exercido através de resposta à nota de culpa, na qual deve deduzir, por
escrito, os elementos que considera relevantes para esclarecer os factos e a sua participação nos mesmos,
podendo ainda juntar documentos e indicar as diligências probatórias que pretende sejam efetuadas para o
esclarecimento da verdade.
Trata-se de um direito, e não um dever/ónus, mas é um elemento essencial no processo.
As diligências probatórias requeridas pelo trabalhador devem ser realizadas pelo empregador, excepto se
as considerar patentemente dilatórias ou impertinentes.
A decisão final do processo disciplinar deve ser fundamentada e constar de documento escrito, da qual
devem constar os critérios de ponderação na determinação da sanção aplicável, nomeadamente a culpa
do trabalhador, não podendo ser invocados outros factos além dos constantes da nota de culpa e da
resposta do trabalhador, salvo se se tratarem de factos que atenuem a responsabilidade deste.
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Algumas disposições legais relevantes do CÓDIGO DO TRABALHO
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• No procedimento de despedimento em microempresa, caso o trabalhador não seja membro de
comissão de
trabalhadores ou representante sindical, são dispensadas as formalidades previstas no n.º 2 do artigo
353.º, no n.º 5 do artigo 356.º e nos n.os 1, 2 e 6 do artigo anterior, sendo aplicável o disposto nos
números seguintes.
• Na ponderação e fundamentação da decisão é aplicável o disposto no n.º 4 do artigo anterior, com
exceção da referência a pareceres de representantes dos trabalhadores.
O empregador pode proferir a decisão dentro dos seguintes prazos:
• Se o trabalhador não responder à nota de culpa, 30 dias a contar do termo do prazo para resposta
à mesma;
• 30 dias a contar da conclusão da última diligência;
• (Revogada.)
Se o empregador não proferir a decisão até ao termo do prazo referido em qualquer das alíneas do número
anterior, o direito de aplicar a sanção caduca.
A decisão é comunicada, por cópia ou transcrição, ao trabalhador.
Constitui contra-ordenação grave a violação do disposto nos n.os 3 ou 5.
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Conclusão
Chegado nessa fase do trabalho, conclui-se que o fundamento do poder disciplinar assenta na
necessidade de manter a ordem e disciplina no seio da organização empresarial do empregador.
Por isso, todos, empregadores e empregados vêm se obrigados a cumprir com os procedimentos
disciplinares. O trabalhador deve ser disciplinado para que seja produtivo. Assim, o empregador
só pode aplicar sanções disciplinares aos trabalhadores que se encontrem ao seu serviço. Mas, em
algumas dessas situações, antes de aplicar a sanção disciplinar, o empregador tem de abrir um
processo disciplinar ao trabalhador. Há casos, porém, em que o empregador pode aplicar sanções
disciplinares sem necessidade de instaurar previamente processo disciplinar.
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Referencias bibliográfica
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