1) O poema "Consoada" descreve a chegada da "Indesejada das gentes" à noite e a preparação para sua recepção, com a casa limpa e a mesa posta.
2) O poema "Desencanto" fala sobre como os versos do poeta são como sangue e tristeza que saem de seu coração como gotas amargas.
3) O poema "Chama e Fumo" compara o amor a uma chama que queima intensamente mas depois deixa apenas fumaça, com gozo passageiro e tristeza.
1) O poema "Consoada" descreve a chegada da "Indesejada das gentes" à noite e a preparação para sua recepção, com a casa limpa e a mesa posta.
2) O poema "Desencanto" fala sobre como os versos do poeta são como sangue e tristeza que saem de seu coração como gotas amargas.
3) O poema "Chama e Fumo" compara o amor a uma chama que queima intensamente mas depois deixa apenas fumaça, com gozo passageiro e tristeza.
1) O poema "Consoada" descreve a chegada da "Indesejada das gentes" à noite e a preparação para sua recepção, com a casa limpa e a mesa posta.
2) O poema "Desencanto" fala sobre como os versos do poeta são como sangue e tristeza que saem de seu coração como gotas amargas.
3) O poema "Chama e Fumo" compara o amor a uma chama que queima intensamente mas depois deixa apenas fumaça, com gozo passageiro e tristeza.
1) O poema "Consoada" descreve a chegada da "Indesejada das gentes" à noite e a preparação para sua recepção, com a casa limpa e a mesa posta.
2) O poema "Desencanto" fala sobre como os versos do poeta são como sangue e tristeza que saem de seu coração como gotas amargas.
3) O poema "Chama e Fumo" compara o amor a uma chama que queima intensamente mas depois deixa apenas fumaça, com gozo passageiro e tristeza.
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1.
Poema: Consoada – Manuel Bandeira
Consoada Quando a Indesejada das gentes chegar (Não sei se dura ou caroável), Talvez eu tenha medo. Talvez sorria, ou diga: – Alô, iniludível! O meu dia foi bom, pode a noite descer. (A noite com os seus sortilégios.) Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, A mesa posta, Com cada coisa em seu lugar. MELHORES POEMAS DE MANUEL BANDEIRA 2. Poema: Desencanto – Manuel Bandeira Desencanto Eu faço versos como quem chora De desalento… de desencanto… Fecha o meu livro, se por agora Não tens motivo nenhum de pranto. Meu verso é sangue. Volúpia ardente… Tristeza esparsa… remorso vão… Dói-me nas veias. Amargo e quente, Cai, gota a gota, do coração. E nestes versos de angústia rouca, Assim dos lábios a vida corre, Deixando um acre sabor na boca. – Eu faço versos como quem morre. 3. Poema: Chama e Fumo – Manuel Bandeira 4. Poema: A estrela – Manuel Bandeira Chama e Fumo A estrela Amor – chama, e, depois, fumaça… Vi uma estrela tão alta, Medita no que vais fazer: Vi uma estrela tão fria! O fumo vem, a chama passa… Vi uma estrela luzindo Gozo cruel, ventura escassa, Na minha vida vazia. Dono do meu e do teu ser, Era uma estrela tão alta! Amor – chama, e, depois, fumaça… Era uma estrela tão fria! Tanto ele queima! e, por desgraça, Era uma estrela sozinha Queimando o que melhor houver, Luzindo no fim do dia. O fumo vem, a chama passa… Por que da sua distância Paixão puríssima ou devassa, Para a minha companhia Triste ou feliz, pena ou prazer, Não baixava aquela estrela? Amor – chama, e, depois, fumaça… Por que tão alta luzia? A cada par que a aurora enlaça, E ouvi-a na sombra funda Como é pungente o entardecer! Responder que assim fazia O fumo vem, a chama passa… Para dar uma esperança Antes, todo ele é gosto e graça. Mais triste ao fim do meu dia. Amor, fogueira linha a arder! Amor – chama, e, depois, fumaça… Porquanto, mal se satisfaça (Como te poderei dizer?…), O fumo vem, a chama passa… 5. Poema: O impossível carinho – Manuel Bandeira A chama queima. O fumo embaça. O impossível carinho Tão triste que é! Mas… tem de ser… Escuta, eu não quero contar-te o meu desejo Amor?… – chama, e, depois, fumaça: Quero apenas contar-te a minha ternura O fumo vem, a chama passa… Ah se em troca de tanta felicidade que me dás Eu te pudesse repor – Eu soubesse repor – No coração despedaçado As mais puras alegrias de tua infância! 6. Poema: Pneumotórax – Manuel Bandeira 8. Poema: Estrada – Manuel Bandeira Pneumotórax Estrada Febre, hemoptise, dispnéia e suores noturnos. Esta estrada onde moro, entre duas voltas do caminho, A vida inteira que podia ter sido e que não foi. Interessa mais que uma avenida urbana. Tosse, tosse, tosse. Nas cidades todas as pessoas se parecem. Mandou chamar o médico: Todo o mundo é igual. todo o mundo é toda a gente. – Diga trinta e três. Aqui, não: sente-se bem que cada um traz a sua alma. – Trinta e três… trinta e três… trinta e três… Cada criatura é única. – Respire. Até os cães. – O senhor tem uma escavação no pulmão esquerdo e o pulmão Estes cães da roça parecem homens de negócios: direito infiltrado. Andam sempre preocupados. – Então, doutor, não é possível tentar o pneumotórax? E quanta gente vem e vai! – Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino. E tudo tem aquele caráter impressivo que faz meditar: Enterro a pé ou a carrocinha de leite puxada por um bodezinho manhoso. Nem falta o murmúrio da água, para sugerir, pela voz dos símbolos, 7. Poema: Velha chácara – Manuel Bandeira Que a vida passa! que a vida passa! Velha chácara E que a mocidade vai acabar. A casa era por aqui… Onde? Procuro-a e não acho. Ouço uma voz que esqueci: 9. Poema: O rio – Manuel Bandeira É a voz deste mesmo riacho. O rio Ah quanto tempo passou! Ser como o rio que deflui (Foram mais de cinquenta anos.) Silencioso dentro da noite. Tantos que a morte levou! Não temer as trevas da noite. (E a vida… nos desenganos…) Se há estrelas no céu, refleti-las A usura fez tábua rasa E se os céus se pejam de nuvens, Da velha chácara triste: Como o rio as nuvens são água, Não existe mais a casa… Refleti-las também sem mágoa – Mas o menino ainda existe. Nas profundidades tranquilas. 10. Poema: Satélite – Manuel Bandeira 11. Poema: Arte de Amar – Manuel Bandeira Satélite Arte de Amar Fim de tarde. Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma. No céu plúmbeo A alma é que estraga o amor. A Lua baça Só em Deus ela pode encontrar satisfação. Paira Não noutra alma. Muito cosmograficamente Só em Deus – ou fora do mundo. Satélite. As almas são incomunicáveis. Desmetaforizada, Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo. Desmitificada, Porque os corpos se entendem, mas as almas não. Despojada do velho segredo de melancolia, Não é agora o golfão de cismas, O astro dos loucos e dos enamorados. Mas tão-somente Satélite. Ah Lua deste fim de tarde, 12. Poema: Versos Escritos N’água – Manuel Bandeira Demissionária de atribuições românticas, Versos Escritos N’água Sem show para as disponibilidades sentimentais! Os poucos versos que aí vão, Fatigado de mais-valia, Em lugar de outros é que os ponho. Gosto de ti assim: Tu que me lês, deixo ao teu sonho Coisa em si, Imaginar como serão. – Satélite. Neles porás tua tristeza Ou bem teu júbilo, e, talvez, Lhes acharás, tu que me lês, Alguma sombra de beleza… Quem os ouviu não os amou. Meus pobres versos comovidos! Por isso fiquem esquecidos Onde o mau vento os atirou. 13. Poema: Poética – Manuel Bandeira 14. Poema: Letra para uma valsa romântica – Manuel Bandeira Poética Letra para uma valsa romântica Estou farto do lirismo comedido A tarde agoniza Do lirismo bem comportado Ao santo acalanto Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente Da noturna brisa. protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor E eu, que também morro, Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário Morro sem consolo, o cunho vernáculo de um vocábulo Se não vens, Elisa! Abaixo os puristas Ai nem te humaniza Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais O pranto que tanto Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção Nas faces desliza Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis Do amante que pede Estou farto do lirismo namorador Suplicantemente Político Teu amor, Elisa! Raquítico Ri, desdenha, pisa! Sifilítico Meu canto, no entanto, De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si Mais te diviniza, mesmo. Mulher diferente, De resto não é lirismo Tão indiferente, Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante Desumana Elisa! exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres, etc. Quero antes o lirismo dos loucos 15. Poema: O exemplo das rosas – Manuel Bandeira O lirismo dos bêbados O exemplo das rosas O lirismo difícil e pungente dos bêbados Uma mulher queixava-se do silêncio do amante: O lirismo dos clowns de Shakespeare – Já não gostas de mim, pois não encontras palavras para me – Não quero mais saber do lirismo que não é libertação. louvar! Então ele, apontando-lhe a rosa que lhe morria no seio: – Não será insensato pedir a esta rosa que fale? Não vês que ela se dá toda no seu perfume?
A Meditação da Princesa Clara (historia infantil, livros infantis, livros de crianças, livros para bebês, livros paradidáticos, livro infantil ilustrado, literatura infantil, livros infantis, juvenil): (historia infantil, livros infantis, livros de crianças, livros para bebês, livros paradidáticos, livro infantil ilustrado, literatura infantil)