Revisão - Alimentos Alternativos para Equinos
Revisão - Alimentos Alternativos para Equinos
Revisão - Alimentos Alternativos para Equinos
CÂMPUS DE PATOS
UNIDADE ACADÊMICA DE MEDICINA VETERINÁRIA
REVISÃO DE LITERATURA
Patos/PB
2021
LISTA DE FIGURAS
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Figura 1 – CASO TENHA ALGUMA FIGURA......................................................................8
SUMÁRIO
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1 INTRODUÇÃO..............................................................................................................4
3 REVISÃO DE LITERATURA.....................................................................................5
3.1 A Equideocultura no Brasil...........................................................................................5
Fisiologia do sistema digestório....................................................................................5
3.2 Manejo alimentar dos equinos......................................................................................5
3.3 Alimentos Alternativos..................................................................................................6
3.3.1 Principais alimentos alternativos para equinos................................................................6
1 INTRODUÇÃO
Os cavalos são classificados como herbívoros mediante o estilo de vida que sempre
tiveram, possuindo um trato digestivo especializado e adaptado para digerir dietas com
elevados níveis de fibra, e conseguem processar quantidades elevadas de forragem para
atender as suas exigências nutricionais (OLIVEIRA, 2001). Segundo Freitas, 2007, o cavalo é
o somatório de sua genética e do ambiente em que vive. Portanto, dos fatores ambientais, uma
boa alimentação é um fator essencial para o bem-estar e para o bom desenvolvimento de
qualquer animal.
Contudo, mediante o atual modo de vida dos criadores desta espécie e as exigências
que eles buscam para os animais, por exemplo, o desenvolvimento de animais cada vez mais
precoces, mais fortes e versáteis; somado com o avanço no mercado para os proprietários, e as
necessidades nutricionais exigidas pelos cavalos para obter um melhor desempenho,
houveram inadequações cada vez mais frequentes no manejo alimentar, em que o animal
deixava um pouco de lado o “ser herbívoro” para tornar-se um consumidor de grãos/ração.
Partindo disso, existem pesquisas internacionais sobre o uso de certos alimentos para
cavalos, que conseguem substituir os mais utilizados comumente na produção das rações, que
são milho, trigo e soja. Principalmente, no intuito de promover o barateamento dos custos
com a produção, também pelo quesito da competição alimentar entre humanos x animais.
Entretanto, segundo FURTADO, et al. (2011) para que se possa utilizar estes “novos”
alimentos de uma forma adequada e segura, devem ser levados em consideração fatores como
palatabilidade, granulometria, higiene e valor nutricional, e necessitam ser usados de maneira
criteriosa.
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3 REVISÃO DE LITERATURA
De acordo com Nickel et al. (1979), o estômago equino quando comparado a outras
espécies e proporcionalmente ao seu tamanho, é pequeno. Dividido em regiões chamadas:
cárdica, fúndica e pilórica, onde a cárdica participa apenas da secreção de muco; já a fúndica,
possui células parietais, as quais secretam HCl e as células principais, as quais secretam
pepsinogênio, percussor da pepsina, que tem função de realizar o desdobramento de proteínas
para que sejam absorvidas no intestino delgado; a região pilórica tem a presença das
chamadas células G, que tomam conta da secreção de gastrina. Nenhuma enzima com
capacidade de digestão de carboidratos é encontrada no ambiente estomacal, devido a isso, é
evidente que tanto a ingestão excessiva de carboidratos quanto o jejum prolongado,
ocasionam queda do pH estomacal, o que predispõe ulceras gástricas.
O intestino delgado desta espécie estende-se do estômago ao ceco, com cerca de 20m
de comprimento, dividindo-se respectivamente em duodeno, jejuno e íleo. Este segmento do
sistema gastrointestinal dos equídeos é de grande valia pois, é onde ocorre a principal
absorção de alguns nutrientes como carboidratos, aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas,
minerais. Esta região do intestino é revestida por vilosidades e microvilosidades as quais
aumentam a superfície de absorção. Na porção inicial do duodeno, região pilórica, há a
penetração do ducto pancreático e ducto hepático, onde será liberado o suco pancreático.
O pâncreas equino, produz secreção de maneira contínua, porém, com baixa
concentração de enzimas, explicando assim a incapacidade dos equinos em digerir
concentrados ricos em proteínas. O suco pancreático tem pH básico, o que auxilia no
tamponamento do ácido gástrico que chega ao duodeno.
Os equinos não possuem vesícula biliar, e sua bile é constantemente lançada no
intestino, com função de emulsionar a gordura que estiver presente na dieta do animal. O
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lançamento constante da bile ao intestino se deve ao hábito equino de viver grande parte de
seu tempo de vida se alimentando. A digestão ocorre por enzimas as quais transformam o
alimento em partículas menores por hidrólise.
O intestino grosso é uma estrutura dividida em ceco e cólon (subdividido em maior,
transverso e menor), onde o conteúdo (diferentemente de estômago e intestino delgado)
passará de forma mais lenta, pois é onde será realizada a fermentação do que não foi digerido
no delgado, que chega ao ceco através do óstio ileocecal. Os equideos não possuem enzimas
capazes de digerir os carboidratos presentes nas células vegetais, e por isso se mantem em
simbiose com microorganismos que têm enzimas capazes realizar a digestão. O intestino
grosso possui grande motilidade, capaz de misturar e transportar o alimento. Entre o ceco e o
cólon existe uma estrutura chamada válvula ceco cólica, a qual é capaz de fazer uma forte
contração, empurrando o conteúdo. O cólon transverso, é curto e estreito, liga os cólons maior
e menor. O cólon menor possui tênias e saculações (haustros), responsáveis pelo formato das
fezes.
indicado como substituto parcial do farelo de soja para categorias de média exigência.
Para Oliveira et al. (2007), concentrados podem ser formulados com grãos secos de
triticale, em substituição total ao milho grão, porém a inclusão deste grão promove trânsito
lento da fase sólida da digesta.
A mandioca é um alimento com grande disponibilidade no Brasil e seus coprodutos
têm sido bastante pesquisados para uso em ruminantes, com resultados promissores. Todavia,
para equinos a literatura internacional e nacional é escassa (FURTADO et al., 2011). Para
Meyer (1995), a mandioca deve ser fornecida associada a outros ingredientes, pois apresenta
digestão pré-ileal do amido menor que a de cereais, além disso, apresenta valor nutricional
inferior ao dos grãos, baixo nível de proteínas, glicosídeos e linamarina.
Para Furtado et al. (2011), o sorgo é um ingrediente amplamente estudado em dietas
de equinos, sendo o uso atribuído à presença ou não de tanino e à forma de processamento.
Gobesso et al. (2008) avaliaram a substituição de milho por sorgo, triturado ou extrusado, no
concentrado e indicaram a possibilidade de substituição total do milho pelo sorgo em dietas
para equinos, considerando que os coeficientes de digestibilidade e os níveis plasmáticos de
glicose e insulina não diferiram entre as formas de processamento do sorgo.
A literatura internacional indica o uso de óleo para equinos como fonte energética no
concentrado, permitindo maiores quantidades de volumoso, sem prejudicar a concentração
energética da dieta (FURTADO et al., 2011). A recomendação é que a dieta total pode conter
níveis de até 20% de óleo ou de 30% no concentrado, sem efeitos adversos (Lewis, 1995).
A silagem constitui excelente volumoso alternativo para equinos e bem aceito por esta
espécie, pode ser utilizada em substituição total ou parcial de volumosos tradicionais,
pastagens e feno, dependendo da categoria do rebanho e da higiene do produto final
(MÜLLER; UDÉN, 2007).
Meyer (1995) indica que o uso da linhaça na forma de seu coproduto principal, o
farelo de linhaça, é indicado como bom suplemento proteico para equinos, evidenciando
alguns pontos que devem ser considerados: alto teor de gordura e de mucilagem (fibras
solúveis em torno de 3 a 10%, o que confere efeito laxativo), contém glicosídeo cianogênico,
teor proteico médio (baixo em lisina), considerado alimento palatável se não utilizado em
grandes quantidades.
Soncin et al. (2009) avaliando a semente de linhaça integral na dieta de éguas
(concentrado com 10%) relataram que inclusão deste alimento melhorou a digestibilidade, em
especial da fração fibrosa, e não apresentou alterações nos parâmetros reprodutivos e
sanguíneos dos animais.
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Segundo Cunha (1991), para equinos adultos, o resíduo seco de cervejaria em níveis
de 20 a 40%, como substituto da aveia e do farelo de soja, é um bom alimento, sem efeitos
adversos na digestibilidade dos nutrientes, além disso, são boas fontes de minerais e vitaminas
e podem ser utilizados como fonte de energia, proteína e volumoso.
Novas opções de fenos, como os de leguminosas (amendoim forrageiro, desmódio,
guandu, macrotiloma e estilosantes), foram estudados por Morgado et al. (2009), que
concluíram que os fenos de amendoim forrageiro, estilosantes e macrotiloma podem compor
dietas para equinos, pois apresentaram elevada digestibilidade dos carboidratos fibrosos e
não-fibrosos.
3.5 X x
X xxxxx
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4 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ANDRADE, T.V.; SANTOS, R.N.V.; ARAÚJO, D.J.; et al. Efeito de fatores antinutricionais
encontrados nos alimentos alternativos e seu impacto na alimentação de não ruminantes.
Revista Eletrônica Nutri Time. v. 12, n6, 2015.
CUNNINGHAM, J.G. Tratado de Fisiologia Veterinária. 4 ed. São Paulo: Elsevier. pág. 303-
390, 2009.
THOMASSIAN, A. Enfermidades dos Equinos. 4ª ed. São Paulo: Livraria Varela, pág. 573,
2005.
THOMKE, S. Feedstuffs for horses. In: HORSE NUTRITION SYMPOSIUM, 1983, Uppsala,
Proceedings... Uppsala: Swedish University of Agricultural Sciences, 1983. p.37-50.
OLIVEIRA, K.; FURTADO, C.E. Digestibilidade aparente de dietas com diferentes níveis de
farelo de canola para cavalos. Revista Brasileira de Zootecnia, v.30, n.1, p.181-186, 2001.
FRAPE, D. Equine nutrition and feeding. 2.ed. Oxford: Blackwell Science Ltda., 1998.
564p.
GOBESSO, A.; et al. Substituição de milho por sorgo triturado ou extrusado em dietas para
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MÜLLER, C.E.; UDÉN, P. Preference of horses for grass conserved as hay, haylage or silage.
Animal Feed Science and Technology, v.132, p.66-78, 2007.
CUNHA, T.J. Horse feeding and nutrition. 2.ed. London: Academy Press, 1991. 445p.