Oswaldojunior, Gerente Da Revista, 10427-37428-1-CE
Oswaldojunior, Gerente Da Revista, 10427-37428-1-CE
Oswaldojunior, Gerente Da Revista, 10427-37428-1-CE
ISSN: 2316-4093
Danilo Sey Kitamura1, Carlos Eduardo Camargo Nogueira1, Felipe Pinheiro Silva1, Samuel
Nelson Melegari de Souza1, Antonio Marcos Massao Hashisuca2, Dangela Maria Fernandes3,
Otávia Lídia Klaus1
1
Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, PPGEA – Programa de Pós-Graduação em Energia na
Agricultura, Rua Universitária, 2069, CEP: 85819-110, Cascavel – PR
dankitamura@gmail.com
2
Instituto de Tecnologia Aplicada e Inovação - ITAI - Foz do Iguaçu – PR
3
Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE, PPGA – Programa de Pós-Graduação em Agronomia,
Marechal Cândido Rondon - PR
Abstract: The residual biomass from the agroindustry can be treated by digesters, which have
the biogas as an energetic product. One of the forms of biogas exploitation can be as fuel for
internal combustion engines in order to generate electricity. The proposition of this study was
to evaluate the performance of a biogas engine generator, the operation and generation of
electricity. To analyze the electrical and operational parameters were used two energy
analyzers. The result of the energy balance within six months of analysis was the surplus of
72 MWh, which has been comercialized by a contract with the electric utility.
Introdução
O Paraná possui o terceiro maior rebanho nacional de suínos, representado por 13,9%,
enquanto o Rio Grande do Sul é o segundo com 14,4% e Santa Catarina possui o maior
rebanho com 20,3% de todo efetivo nacional (IBGE, 2011).
A região oeste paranaense se destaca no efetivo de suínos no cenário nacional, com
destaque para os municípios de Toledo e Marechal Cândido Rondon, com 455 mil e 330 mil,
respectivamente (IBGE, 2011).
A suinocultura é uma atividade de grande potencial poluidor por gerar um grande
volume de dejetos, fato decorrente do sistema de criação por confinamento trazer um aumento
de volume e concentração de dejetos em pequenas áreas (Roesler e Cesconeto, 2003).
Neste caso, os biodigestores destacam-se como uma das opções de tecnologias para o
tratamento e reaproveitamento dos dejetos suínos (Capatan, 2011).
O manejo do biodigestor é uma das práticas que requer muita atenção quando se trata
da utilização do biogás, pois, um manejo inadequado pode comprometer todo o sistema de
utilização deste gás (Kunz, 2006).
O biogás é composto por uma mistura de gases que tem sua concentração determinada
pelas características da biomassa e condições de funcionamento do processo de digestão. É
constituído principalmente por metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2) e alguns outros
gases em menores proporções como nitrogênio (N2), hidrogênio (H2), monóxido de carbono
(CO), sulfeto de hidrogênio (H2S), dentre outros (Coldebella et al., 2008).
A Tabela 1 apresenta a equivalência energética de 1 m3 de biogás com um poder
calorífico de 5.500 kcal, quando comparados com valor energético de outros combustíveis.
_____________________________________________________________
Acta Iguazu, Cascavel, v.3, n.2, p. 20-26, 2014
KITAMURA, D.S., et al. 22
Material e Métodos
O estudo foi realizado no período de janeiro a junho de 2012. O local de estudo está
localizado na área rural de São Miguel do Iguaçu, região oeste paranaense.
A propriedade rural Granja Colombari trabalha com o sistema de crescimento e
terminação de suínos. Toda a biomassa contida nos galpões é encaminhada para o sistema de
tratamento composto por dois biodigestores em série, modelo fluxo tubular. Estes
biodigestores possuem uma tubulação que transporta o biogás gerado nos biodigestores a um
grupo gerador para geração de energia e/ou para um flare destinado a queima do biogás.
O grupo gerador de 80 kW, opera em regime contínuo, conectado em paralelismo
permanente com a rede de distribuição. A energia gerada é utilizada para suprir as demandas
internas da propriedade e o excedente de energia gerada é injetado na rede de distribuição de
energia local, que posteriormente é comercializada para a concessionária COPEL. Em
determinados momentos o grupo gerador é desconectado da rede de distribuição, para as
manutenções preventivas e corretivas, ou devido à baixa disponibilidade de biogás,
permitindo que a propriedade consuma energia da distribuidora.
Para a análise dos parâmetros elétricos foram utilizados dois analisadores de energia,
configurados em intervalos de 15 minutos para a realização dos registros. Um analisador foi
_____________________________________________________________
Acta Iguazu, Cascavel, v.3, n.2, p. 20-26, 2014
KITAMURA, D.S., et al. 23
Resultados e Discussões
_____________________________________________________________
Acta Iguazu, Cascavel, v.3, n.2, p. 20-26, 2014
KITAMURA, D.S., et al. 24
Na Tabela 3 pode ser visualizada as grandezas de energia mensal, obtidas nos registros
dos medidores de energia.
_____________________________________________________________
Acta Iguazu, Cascavel, v.3, n.2, p. 20-26, 2014
KITAMURA, D.S., et al. 25
Conclusões
Constata-se que a operação do grupo gerador teve funcionamento por 1.643,50 horas,
obtendo uma média de operação de 9,03 horas.
Quanto aos parâmetros de energia elétrica, a energia total gerada do grupo gerador
obteve um valor aproximado de 110,30 MWh. O consumo de energia da propriedade foi de
55,00 MWh, sendo 16,80 MWh consumido da rede de distribuição. A energia excedente
exportada para a rede de distribuição foi de aproximadamente 72,00 MWh.
Portanto, por mais que haja complexidade nos procedimentos da geração de energia
elétrica, ressalta-se que para a operação do grupo gerador ser efetiva torna-se necessário ter
conhecimento aprofundado nos processos produtivos e considerar informações consistentes
que possam ser embasadas em planos de monitoramento para as tomadas de decisões. Neste
sentido, as inovações e aperfeiçoamentos são ferramentas essenciais para as melhorias na
otimização e eficiência do processo, de modo a buscar desempenhos ainda mais favoráveis
para a viabilidade técnica econômica.
Referências
_____________________________________________________________
Acta Iguazu, Cascavel, v.3, n.2, p. 20-26, 2014
KITAMURA, D.S., et al. 26
____________________________________
Recebido para publicação em: 22/10/2013
Aceito para publicação em: 11/06/2014
_____________________________________________________________
Acta Iguazu, Cascavel, v.3, n.2, p. 20-26, 2014