Gestao Estrategica Carbono
Gestao Estrategica Carbono
Gestao Estrategica Carbono
Boa leitura!
SUMÁRIO
MÓDULO I – NOÇÕES BÁSICAS SOBRE MUDANÇA DO CLIMA .......................................................... 9
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................................................................... 87
PROFESSOR-AUTOR ............................................................................................................................. 93
MÓDULO I – NOÇÕES BÁSICAS SOBRE
MUDANÇA DO CLIMA
O planeta tem passado por enormes variações climáticas ao longo de toda a sua história
geológica. No entanto, existem fortes evidências científicas de que as mudanças mais recentes não são
variações naturais e, sim, estão relacionadas com o aumento na temperatura da Terra – o aquecimento
global – causado por inúmeras atividades antrópicas, sobretudo pelo consumo de combustíveis fósseis,
como petróleo, carvão mineral e gás natural, além dos desmatamentos e das queimadas.
O Módulo I contém as noções básicas sobre as mudanças climáticas, abrangendo o cenário global
e nacional do clima bem como a legislação brasileira relacionada às questões que impactam a mudança
climática. Além disso, apresenta algumas definições chave para o entendimento da temática, como o
efeito estufa, os GEE e o cenário das emissões de GEE. Ainda, para a compreensão da relevância de
abordar a gestão estratégica do carbono, aponta as principais causas e consequências das mudanças
climáticas e aquecimento global e as evidências dos impactos da mudança do clima no Brasil.
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vigorar em 21 de março de 1994, à qual aderiram cerca de 180 países, além da Comunidade
Europeia, sendo ratificada no Brasil pelo Decreto Legislativo nº 1, de 3 de fevereiro de 1994.
Desde a sua criação, o IPCC apresentou cinco relatórios de avaliação (denominados de AR1
a AR5) e uma edição especial. Estes relatórios enfatizam que a mudança do clima ameaça tanto os
sistemas naturais, quanto os sociais e os econômicos. Entre outros riscos, a mudança do clima pode
provocar a extinção de espécies e afetar a disponibilidade de água, a produção agrícola e a saúde
humana, aumentando o nível de subnutrição, ferimentos, doenças e mortes devido a eventos
climáticos extremos e ao recrudescimento de vetores de doenças infecciosas. Isso sem falar nas
enormes consequências econômicas que estimam que os custos e os riscos da mudança do clima
serão equivalentes à perda anual de 5% do Produto Interno Bruto (PIB), caso não sejam adotadas
medidas preventivas. Em contraste, os custos das ações para reduzir as emissões de GEE e evitar os
impactos da mudança do clima podem limitar-se a cerca de 1% do PIB ao ano.
O Relatório do IPCC apresentado em 2013, salienta que o aquecimento do sistema climático
é evidente e irrefutável diante do aumento de 0,78°C na temperatura média da superfície terrestre
entre os períodos de 1850-1900 e 2003-2012. Cada uma das últimas três décadas tem sido
sucessivamente mais quente na superfície terrestre que qualquer década anterior desde 1850. No
Hemisfério Norte, o período de 1983 a 2012 constitui provavelmente os 30 anos mais quentes dos
últimos 1.400 anos. Já o relatório especial do IPCC – “Global Warming of 1.5 ºC”, Aquecimento
Global de 1,5ºC - publicado em 2018, evidencia a gravidade dos impactos do aquecimento global
de 1,5°C acima dos níveis pré-industriais e a trajetória de emissão globais de gases de efeito estufa
relacionados. Esta publicação especial visou atuar no fortalecimento da resposta global à ameaça das
mudanças climáticas, desenvolvimento sustentável e esforços para erradicar a pobreza.
Dentre as tantas evidências apresentadas neste relatório especial, de acordo com IPCC (2018)
“estima-se que as atividades humanas tenham causado cerca de 1,0°C de aquecimento global5 acima
dos níveis pré-industriais, com uma variação provável de 0,8°C a 1,2°C. É provável que o
aquecimento global atinja 1,5°C entre 2030 e 2052, caso continue a aumentar no ritmo atual”. E
complementa: “o aquecimento causado por emissões antrópicas desde o período pré-industrial até
o presente persistirá por séculos e milênios, e continuará causando mudanças a longo prazo no
sistema climático, como aumento dos níveis dos oceanos, com impactos associados, mas é
improvável que apenas essas emissões isoladamente causarão um aquecimento global de 1,5°C”
(IPCC, 2018).
No cenário das negociações sobre a mudança do clima, o Brasil ocupa uma posição especial,
como um dos países que mais contribuem com o efeito estufa, devido ao desmatamento e às
queimadas, ao mesmo tempo em que é bastante vulnerável a essas mudanças.
Ano após ano, observa-se a intensificação dos diversos eventos do clima, como inundações e
deslizamentos de terra em determinadas regiões do País enquanto ocorrem secas em outras. Assim,
há algum tempo, a sociedade demandava uma política de mitigação da mudança do clima e
adaptação aos seus efeitos, que foi suprida pela Lei nº 12.187, de 29 de dezembro de 2009. Esta lei
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instituiu a Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), que foi responsável por
determinar princípios, objetivos, diretrizes e instrumentos dessa política, em observância aos
princípios da precaução, da prevenção, da participação cidadã e do desenvolvimento sustentável.
Os principais objetivos da PNMC são:
Compatibilizar o desenvolvimento econômico-social com a proteção do sistema climático.
Reduzir as emissões e o fortalecimento das remoções antrópicas por sumidouros de GEE
no território nacional.
Implementar medidas para a promoção da adaptação à mudança do clima.
Conservar os recursos ambientais, com foco especial nos grandes biomas naturais
considerados como Patrimônio Nacional.
Consolidar e expandir as áreas legalmente protegidas, incentivando os reflorestamentos e
a recomposição da cobertura vegetal em áreas degradadas.
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Entre os instrumentos definidos pela PNMC, figuram o Plano Nacional sobre Mudança do
Clima; o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (FNMC), criado pela Lei nº 12.114, de 9 de
dezembro de 2009; os planos de ação para a prevenção e o controle do desmatamento nos biomas;
e os mecanismos financeiros e econômicos referentes à mitigação da mudança do clima e à
adaptação aos efeitos dessa mudança.
As duas fontes principais de financiamento da PNMC são: o FNMC e o Fundo Amazônia.
O primeiro foi criado para assegurar recursos de apoio a projetos ou estudos e financiamento de
empreendimentos voltados à mitigação e à adaptação à mudança do clima e aos seus efeitos. A
aplicação dos recursos poderá ser destinada principalmente às seguintes atividades:
projetos de redução de emissões de carbono pelo desmatamento e degradação florestal,
com prioridade a áreas naturais ameaçadas de destruição e relevantes para estratégias de
conservação da biodiversidade;
pesquisa e criação de sistemas e metodologias de projeto e inventários que contribuam
para a redução das emissões líquidas de GEE e para a redução das emissões de
desmatamento e alteração de uso do solo;
desenvolvimento de produtos e serviços que contribuam para a dinâmica de conservação
ambiental e a estabilização da concentração de GEE;
apoio às cadeias produtivas sustentáveis;
pagamentos por serviços ambientais às comunidades e aos indivíduos cujas atividades
comprovadamente contribuam para a estocagem de carbono, atrelada a outros serviços
ambientais;
sistemas agroflorestais que contribuam para a redução de desmatamento e a absorção de
carbono por sumidouros e para a geração de renda e
recuperação de áreas degradadas e restauração florestal, priorizando áreas de reserva legal
e áreas de preservação permanente e as áreas prioritárias para a geração e a garantia da
qualidade dos serviços ambientais.
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O Decreto nº 7.390, de 9 de dezembro de 2010, detalha as principais ações para o
atendimento do compromisso nacional, em que se destacam as seguintes: prevenção e controle do
desmatamento na Amazônia Legal e no Cerrado; incremento da eficiência energética e expansão da
oferta de energia hidrelétrica e de outras fontes renováveis; redução de emissões da siderurgia; e
melhoria de práticas agrícolas para a consolidação de uma economia de baixa emissão de carbono,
como a recuperação de pastagens degradadas, o aumento da utilização dos sistemas de integração
lavoura-pecuária-floresta e do plantio direto (BRASIL, 2010).
Diante do exposto, nota-se que a legislação brasileira sobre mudança do clima é relativamente
nova para que permita uma avaliação aprofundada da sua real contribuição e dos impactos para a
sociedade. No entanto, o fato de existir uma política específica dirigida ao tema é, por si só, um
grande aspecto positivo, pois demonstra a preocupação da sociedade e do governo em agir tanto em
prol da mitigação dessa mudança como na adaptação aos seus efeitos.
Efeito estufa
Quando a energia solar chega ao planeta e atinge o topo da atmosfera terrestre, parte é
refletida diretamente ao espaço, e parte é absorvida pela superfície da Terra, promovendo o
aquecimento. Assim, parte do calor é retornada ao espaço sob a forma de radiação, e parte é
bloqueada na atmosfera terrestre devido à presença de gases (MMA, 2011).
Os gases na atmosfera garantem que a temperatura da Terra se mantenha em níveis habitáveis.
Se não existissem, a temperatura média do planeta seria em torno de -18 oC, inviabilizando a vida
terrestre. Assim, as trocas de energia entre a atmosfera e a superfície terrestre mantêm as condições
climáticas atuais proporcionando a temperatura média terrestre de 14 °C (MMA, 2011).
É muito importante reforçar que o efeito estufa é um fenômeno natural que possibilita a vida
humana na Terra, sem o qual seria inviável a sobrevivência dos seres, devido às baixíssimas temperaturas.
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Gás Metano (CH4)
Resultado da decomposição da matéria orgânica, o CH4 é abundantemente encontrado em
lixões, aterros sanitários e reservatórios de hidrelétricas. Além disso, em menor escala, na pecuária –
criação de gado – e na agricultura, sobretudo, no cultivo de arroz. O seu poder de aquecimento global
equivale a 21 vezes o do CO2 (MMA, 2018).
Outros gases
Outros gases que intensificam o efeito estufa são: hidrofluorcarbonos (HFCs) e
perfluorcarbonos (PFCs). Os HFCs, presentes em aerossóis e refrigeradores, são utilizados como
substitutos dos clorofluorcarbonos (CFCs). Embora os HFCs não agridam a camada de ozônio
como os CFCs, em geral, possuem alto potencial de aquecimento global, com poder de
aquecimento que varia de 140 a 11.700 vezes superior ao do CO2. Os PFCs são utilizados como
gases refrigerantes, solventes, propulsores, espuma e aerossóis e têm potencial de aquecimento global
de 6.500 a 9.200 vezes superior ao do CO2 (MMA, 2018).
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Cenário emissões de GEE
A figura 1 a seguir apresenta um panorama das emissões totais de GEE no Brasil.
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Causas e consequências do aquecimento global
Mudanças do clima
O clima da Terra se mantém adequado à vida quando existe um equilíbrio entre a energia
solar incidente e a energia emitida pelo planeta para o espaço sideral. Esse equilíbrio pode ser
perturbado de diversas formas:
pela variação natural da quantidade de energia emitida pelo Sol;
por alterações naturais na órbita da Terra e
por uma modificação, de origem natural ou antrópica, na composição da atmosfera,
especialmente na concentração de minúsculas partículas chamadas aerossóis – que
resultam de queimadas, por exemplo – e de GEE (MMA, 2011).
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Elevação dos níveis dos mares e oceanos
Como consequência das mudanças climáticas e do aquecimento global, o nível dos mares poderá
subir substancialmente, acarretando o desaparecimento de muitas ilhas, países e regiões costeiras, além
de ampliar a ocorrência de enchentes e erosões em áreas próximas à costa (MMA, 2011).
Impactos na agricultura
As mudanças climáticas podem alterar as condições naturais de algumas áreas agrícolas,
levando ao deslocamento de culturas alimentares ou inviabilizando a produção de alimentos em
outras áreas (MMA, 2011).
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Os impactos da mudança de clima sobre a biodiversidade são de grande preocupação para a
CDB. A COP enfatizou os riscos, especialmente aqueles que se referem aos ecossistemas de recifes
de coral e às florestas, e chamou atenção sobre os graves impactos da perda de biodiversidade nesses
sistemas na subsistência das populações (MMA, 2017).
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MÓDULO II - HISTÓRICO DAS NEGOCIAÇÕES
INTERNACIONAIS E SITUAÇÃO BRASILEIRA
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Uma observação importante em relação ao Protocolo de Quioto é a não ratificação do
documento e dos seus compromissos pelos Estados Unidos, o maior emissor de GEE do planeta,
que abandonaram o acordo em 2001.
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COP 9 – Milão, 2003
Regulamentação de sumidouros de carbono e determinação de regras para a execução de
projetos de reflorestamento.
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COP 17 – Durban, 2011
A Plataforma de Durban estabelece que os países devem definir metas até 2015 e praticar a
partir de 2020. Trabalhos em torno da substituição do Protocolo de Quioto que encerra em 2012.
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Figura 2 – Principais COPs
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O gráfico 1 apresenta dados históricos de emissões globais de GEE, bem como a simulação de
cinco possíveis cenários diante de adoções de alguns pressupostos na economia e na política mundial.
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Figura 3 – Projeções CAT de aquecimento
Para atingir os objetivos propostos no Acordo de Paris até 2020, os países signatários devem
apresentar as suas estratégias de desenvolvimento de baixo carbono até o meio do século, conhecida
como as estratégias de longo prazo (ELPs). A ELP de cada país deve conter emissões históricas;
metas de mitigação, com opções prioritárias e custos; projeções de emissões de GEE; e ações de
curto e médio prazo, entre outros dados e informações.
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COP 23 – Bonn, 2017
Aprovação de um documento a respeito das diretrizes estabelecidas no Acordo de Paris, que
não deve se materializar até 2020. Mesmo após a declaração da saída dos Estados Unidos do Acordo
de Paris, cerca de 200 delegações e chefes de estado reafirmaram o seu compromisso.
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Linha do tempo: tratados sobre mudanças climáticas e principais marcos
sobre compromissos globais
1997 – Tratado de Quioto; 2015 – antes da conferência iNDCs dos países; 2015 – Acordo de
Paris; 2016 – NDCs dos países; até 2020 – apresentação das ELPs países signatários do Acordo de Paris;
2050 – meta global de aumento da temperatura; 2100 – meta global de aumento da temperatura.
NDC
Em 2015, antes da COP 21 que aprovou o Acordo de Paris, os países apresentaram as suas
intended Nationally Determined Contributions (iNDCs), ou pretendidas Contribuições
Nacionalmente Determinadas, pretendidas pois foram propostas antes da aprovação do Acordo.
Logo após a ratificação do Acordo em setembro de 2016, as iNDCs automaticamente foram
assumidas como Nationally Determined Contributions (NDCs), ou seja, Contribuições
Nacionalmente Determinadas.
As NDCs nos países assumem um papel norteador dos desafios para o cumprimento das
metas localmente e, assim, sugerem tendências gerais, adaptações e novas oportunidades na busca
do cumprimento das metas acordadas em Paris.
Em 12 de setembro de 2016, o Brasil concluiu o processo de ratificação do Acordo de Paris após
a aprovação pelo Congresso Nacional, e o instrumento foi entregue em 21 de setembro de 2016 às
Nações Unidas. Assim, desde essa data, a iNDC brasileira deixou de ser pretendida e passou a ser NDC.
Em relação à participação dos países nas emissões, segundo o World Resources Institute
(WRI, 2017), o Brasil contribui com 2,33% das emissões globais, e atualmente é o sétimo país no
ranking emitindo 2,278 GtCO2 em 2016 (SEEG, 2017).
O Acordo de Paris pede que as NDCs de cada país sejam entregues a cada cinco anos
contendo informações dos últimos anos, avanços em tecnologia e sinalizando as tendências
econômicas em mudança.
O WRI (2020) rastreia os países que sinalizaram aumentar suas contribuições nas NDCs. Em
2020, são 33 países que declaram sua intenção de atualizar a NDC, incluindo a União Européia,
representando 9,2% das emissões globais e 106 países declaram sua intenção de aumentar a ambição
ou ação da NDC até 2020, representando 15% das emissões globais.
NDC Brasil
O Brasil assumiu o Acordo com o compromisso de implantar ações e medidas estabelecidas
na NDC apresentada. Vale ressaltar que a iNDC atual NDC teve na sua elaboração o envolvimento
de diferentes atores – governo, setor privado, academia e organizações não governamentais –,
resultando em consenso entre todos os segmentos da sociedade brasileira.
Na tabela 2, apresenta-se um resumo das contribuições assumidas pelo Brasil.
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Tabela 2 – Compromissos assumidos pelo Brasil na NDC
12 milhões de hectares de
restaurar e reflorestar 2030
florestas
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O Sumário para Formuladores de Políticas apresenta as principais conclusões do Relatório
Especial de 2018, com base na avaliação da literatura científica, técnica e socioeconômica em relação
ao aquecimento global de 1,5°C e na comparação entre o aquecimento de 1,5°C e o de 2°C acima
dos níveis pré-industriais.
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Os gráficos 2 e 3 e a tabela 3 a seguir apresentam dados de resultados totais de emissões de
GEE no Brasil para os diferentes setores da economia – energia, tratamento de resíduos, processos
industriais, agropecuária, uso da terra e florestas –, para o período entre 1990 e 2012, publicadas
em 2014, os últimos dados disponíveis.
Setores
1995 - 2005 -
GgCO2eq
2005 2012
Processos
52.537 63.065 71.674 77.943 86.173 85.365 23,6% 9,5%
industriais
Gg = milhares de toneladas
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Gráfico 3 – Variação da participação nas emissões para cada setor entre 2005-2012
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Gráfico 4 – Estimativas e limites de emissões para 2020 definidos pelo Decreto nº 7.390/10
Fonte: adaptado de MMA (2018). Disponível em: <http://educaclima.mma.gov.br/graficos-miniaturas>. Acesso em: nov. 2018.
Fonte: adaptado de MMA (2018). Disponível em: <http://educaclima.mma.gov.br/graficos-miniaturas>. Acesso em: nov. 2018.
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Gráfico 6 – Estimativas e limites de emissões em 2020, em CO2eq, para o setor de Energia
Fonte: adaptado de MMA (2018). Disponível em: <http://educaclima.mma.gov.br/graficos-miniaturas>. Acesso em: nov. 2018.
Fonte: adaptado de MMA (2018). Disponível em: <http://educaclima.mma.gov.br/graficos-miniaturas>. Acesso em: nov. 2018.
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Gráfico 8 – Estimativas e limites de emissões em 2020, em CO2eq, para os setores de processos
industriais e tratamento de resíduos sólidos
Fonte: adaptado de MMA (2018). Disponível em: <http://educaclima.mma.gov.br/graficos-miniaturas>. Acesso em: nov. 2018.
A figura 4 a seguir apresenta o monitoramento das emissões de GEE no Brasil, em face das
metas de redução instituídas em 2009 pela Lei nº 12.187, PNMC:
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Figura 4 – Meta de reduções das emissões de GEE no Brasil
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Comunicações (MCTIC), que disponibiliza os resultados do Inventário Nacional de Emissões
Antrópicas por Fontes e Remoções por Sumidouros de Gases de Efeito Estufa não controlados pelo
Protocolo de Montreal. O SIRENE também disponibiliza informações relacionadas a iniciativas de
contabilização de emissões tais como Estimativas Anuais de Emissões de Gases de Efeito Estufa e o
inventário do Relatório de Atualização Bienal (MCTIC, 2020).
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O Fundo Clima foi criado em 2010 é um dos principais instrumentos da Política Nacional
sobre Mudança do Clima (PNMC), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) e
disponibiliza recursos de duas formas distintas: reembolsável, administrados pelo BNDES; e não
reembolsável, operacionalizados pelo próprio MMA (MMA, 2017).
O Fundo Amazônia foi criado em 2008 e seu principal objetivo é captar investimentos para
o combate ao desmatamento na Amazônia para execução de projetos não-reembolsáveis de
prevenção e monitoramento na região, promoção da conservação e uso sustentável do bioma. Entre
as ações beneficiadas pelo fundo estão os programas de Redução de Emissões por Desmatamento e
Degradação Florestal (REDD+). O fundo é gerido pelo BNDES e também apoia o
desenvolvimento de sistemas de monitoramento e controle do desmatamento no restante do Brasil
e em outros países tropicais, podendo usar até 20% dos seus recursos para este fim (MMA, 2020).
Áreas de projetos apoiadas pelo Fundo Amazônia: Gestão de florestas públicas e área
protegidas; Controle, monitoramento e fiscalização ambiental; Manejo florestal sustentável;
Atividades econômicas desenvolvidas a partir do uso sustentável da vegetação; zoneamento
ecológico e econômico, ordenamento territorial e regularização fundiária; conservação e uso
sustentável da biodiversidade; e recuperação de áreas desmatadas.
Quando criado, a gestão do Fundo Amazônia foi realizada pelo BNDES e contava com um
Comitê Orientador - COFA e um Comitê Técnico- CTFA.
A gestão do Fundo Amazônia teve alterações devido ao Decreto nº 9.759, de 11 de abril de
2019, que promoveu a extinção de diversos colegiados da administração pública federal, inclusive
o COFA e o CTFA. Até maio de 2020 não havia sido definida a nova governança do Fundo
Amazônia (MMA, 2020).
LEGISLAÇÃO ASSUNTO
40
LEGISLAÇÃO ASSUNTO
41
Conforme o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD (2018), os
ODS são:
Objetivo 1 – Erradicação da pobreza: acabar com a pobreza em todas as suas formas, em
todos os lugares.
Objetivo 2 – Erradicação da fome: acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e a
melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável.
Objetivo 3 – Saúde de qualidade: assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar
para todos, em todas as idades.
Objetivo 4 – Educação de qualidade: assegurar a educação inclusiva e equitativa e de
qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos.
Objetivo 5 – Igualdade de Gênero: alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as
mulheres e meninas.
Objetivo 6 – Água limpa e saneamento: garantir disponibilidade e manejo sustentável da
água e saneamento para todos.
Objetivo 7 – Energias renováveis: garantir acesso à energia barata, confiável, sustentável e
renovável para todos.
Objetivo 8 – Empregos dignos e crescimento econômico: promover o crescimento
econômico sustentado, inclusivo e sustentável, emprego pleno e produtivo, e trabalho
decente para todos.
Objetivo 9 – Inovação e infraestrutura: construir infraestrutura resiliente, promover a
industrialização inclusiva e sustentável, e fomentar a inovação.
Objetivo 10 – Redução das desigualdades: reduzir a desigualdade dentro dos países e
entre eles.
Objetivo 11 – Cidades e comunidades sustentáveis: tornar as cidades e os assentamentos
humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis.
Objetivo 12 – Consumo responsável: assegurar padrões de produção e de consumo
sustentáveis.
Objetivo 13 – Combate às mudanças climáticas: tomar medidas urgentes para combater
a mudança climática e os seus impactos.
Objetivo 14 – Vida debaixo da água: conservação e uso sustentável dos oceanos, dos mares
e dos recursos marinhos para o desenvolvimento sustentável.
Objetivo 15 – Vida sobre a Terra: proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos
ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação,
deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade.
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Objetivo 16 – Paz e justiça: promover sociedades pacíficas e inclusivas para o
desenvolvimento sustentável, proporcionar o acesso à justiça para todos e construir
instituições eficazes, responsáveis e inclusivas em todos os níveis.
Objetivo 17 – Parcerias pelas metas: fortalecer os meios de implementação e revitalizar a
parceria global para o desenvolvimento sustentável.
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MÓDULO III - PROCESSO DE OBTENÇÃO DE
CRÉDITOS DE CARBONO
participação voluntária;
consulta a todos os atores que sofrerão os impactos das atividades do projeto (partes
interessadas);
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Ganho com o MDL
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apoio da comunidade internacional tanto com recursos financeiros como tecnológicos novos e
adicionais, para que possam viabilizar as suas ações de mitigação, incluindo REDD+ (BRASIL, 2016).
O instrumento de REDD+ busca ir além da redução dos desmatamentos e degradação
florestal, pois atribui valores de compensação a diversas iniciativas voltadas a ações de conservação,
manejo sustentável de florestas e aumento dos estoques de carbono florestal (MMA, 2011).
Os Acordos de Cancun, firmados em 2010 após a realização da 16ª Conferência das Partes
da UNFCCC (COP16), consolidam o conceito e os seus principais elementos para o
reconhecimento de atividades que caracterizem REDD+. Assim, entre as atividades que
caracterizam REDD+, estão: redução das emissões provenientes de desmatamento e de degradação
florestal; conservação dos estoques de carbono florestal; manejo sustentável de florestas; e aumento
dos estoques de carbono florestal (BRASIL, 2016).
Além disso, os elementos necessários para o reconhecimento de resultados de REDD+ são:
uma estratégia ou plano de ação nacional;
um nível de referência nacional de emissões florestais ou nível de referência florestal (ou,
como uma medida interina, os correspondentes níveis subnacionais);
um sistema nacional robusto e transparente para o monitoramento e a relatoria das
atividades de REDD+, com monitoramento subnacional como medida interina, e
um sistema de informações sobre a implementação das salvaguardas de REDD+
(BRASIL, 2016).
Depois de sete anos de rodadas de negociação, na 19ª Conferência das Partes da UNFCCC
(COP19), realizada em 2013, definiu-se o Marco de Varsóvia para REDD+, que criou uma
arquitetura internacional para prover incentivos financeiros a países em desenvolvimento que
estejam implementando políticas de REDD+. O marco definiu as principais regras, ferramentas de
transparência e procedimentos para aspectos financeiros, metodológicos e institucionais para
REDD+ no plano internacional ao amparo da UNFCCC.
O principal fator de inovação desse instrumento de financiamento internacional é o
pagamento por resultados ou por performance. Dessa forma, é garantida a transferência de recursos
a países em desenvolvimento baseada em resultados já alcançados. Os pagamentos são realizados
por resultados de mitigação, medidos em toneladas de CO2eq, em relação a um nível de referência
previamente definido e avaliado pela UNFCCC. O desempenho deve estar ancorado na
implementação de ações que visem a diminuir, parar ou reverter o desmatamento. Diferentemente
da abordagem de projetos, a abordagem é nacional, a apresentação dos resultados é de
responsabilidade dos países-membros da convenção (BRASIL, 2016).
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A figura 6 a seguir apresenta a metodologia de abordagem no Brasil para as principais ações
de REPP+, em que considera as particularidades de cada bioma nacional: Amazônia, Caatinga,
Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.
Fonte: adaptado de MMA (2017). Disponível em: <http://redd.mma.gov.br/pt>. Acesso em: nov. 2018.
Fonte: adaptado de MMA (2017). Disponível em: <http://combateaodesmatamento.mma.gov.br>. Acesso em: nov. 2018.
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O gráfico 10 a seguir apresenta a meta de redução do desmatamento no Cerrado, calculada
com base na média do Decreto nº 7.390/10, que regulamenta a PNMC, e nos dados preliminares
do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE/Funcate), em km2.
Fonte: adaptado de MMA (2017). Disponível em: <http://combateaodesmatamento.mma.gov.br>. Acesso em: nov. 2018.
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Da análise desses resultados, evidencia-se que os dados registrados em 2017 apontam queda
de 53% em relação ao desmatamento médio observado no período de 1999 a 2008, sendo maior
que a meta de 40% estabelecida para o ano de 2020. Adicionalmente, observa-se que a área
desmatada no Cerrado nos últimos anos de monitoramento (2016 e 2017) corresponde a
6.777 km² e 7.408 km², respectivamente, representando uma redução de 43% e 38% em relação
ao ano de 2015, último período divulgado, que registrou 11.881 km2.
Biocombustíveis
No setor de biocombustíveis, o estudo aponta que entre o período de 2020-2030 é estimada
a mitigação potencial de 756 milhões de toneladas de CO2.
As ações sugeridas para esse resultado no setor de biocombustíveis envolvem:
Criar ou manter políticas claras de médio e longo prazo no setor de energia.
Inserir o custo do carbono no sistema de preços dos combustíveis.
Revisar estruturas dos leilões de eletricidade para competição mais justa.
Facilitar o acesso à rede do SIN.
Manter disponibilidade de recursos para renovação de canavial e retrofit.
Acelerar inovação e adoção de tecnologia.
Desenvolver nova geração de políticas para precificação do carbono.
Direcionar incentivos por ganho de eficiência do etanol em motores flex.
Incentivo tributário para a aquisição de máquinas agrícolas e industriais para a
expansão da produção.
Defesa e esclarecimento dos benefícios do etanol no Brasil e no exterior.
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Tabela 5 – Metas intermediárias
Setor florestal
No setor florestal, o estudo aponta a necessidade de eliminar o desmatamento ilegal das
florestas, com apoio de políticas pública de combate ao desmatamento ilegal, criação de incentivos
econômicos para fomentar as externalidades positivas relacionadas às florestas com práticas
produtivas sustentáveis, restauração florestal, cadeias produtivas livres do desmatamento ilegal e
comércio de madeira com origem comprovada.
A recomendação para o uso da terra nas próximas décadas sugere o alinhamento
governamental e privado considerando:
enfoque de incentivos econômicos voltados para promover a eliminação do
desmatamento ilegal;
restauração florestal com viés econômico;
desestímulo à conversão de áreas – áreas com baixa aptidão para agricultura – e
manejo florestal sustentável.
As ações sugeridas para esse resultado no setor florestal envolvem:
ações sugeridas para zerar o desmatamento ilegal na Amazônia;
ações para implementação do Código Florestal;
ações para promover a restauração e a recuperação de florestas com espécie nativas;
ações para promover o manejo florestal sustentável e
ações sugeridas para florestas plantadas.
52
Setor elétrico
O estudo aponta que, caso a mudança de clima afete a capacidade de geração hidrelétrica, a
mitigação dos impactos ambientais poderá ocorrer com a eficiência energética para garantir um
menor aumento da geração em usinas termelétricas e gás (gráfico 12).
Gráfico 12 – Capacidade instalada por fonte energética para cada cenário de carga em 2030
Fonte: adaptado de MMA, Sumário Executivo, 2017. Acesso em: nov. 2018.
O Brasil indicou que pretende alcançar 10% de ganhos de eficiência no setor elétrico até
2030 por meio de: melhorias na eficiência de equipamentos utilizados pelos três setores da
economia (residencial, industrial, comercial e outros, que inclui o setor público.
Setor de transportes
O Plano Setorial de Transporte e de Mobilidade Urbana para a Mitigação do Clima (PSTM)
tem como objetivo
contribuir para a mitigação das emissões de GEE no setor, por meio de iniciativas que
levam à ampliação da infraestrutura de transporte de cargas e à maior utilização de modos
mais eficientes energeticamente e, no setor de mobilidade urbana, ao aumento do uso de
sistemas eficientes de transporte público de passageiros, contribuindo para a consecução
dos compromissos assumidos voluntariamente pelo Brasil (PSTM, 2017).
53
veículos leves – programa de incentivos à inovação tecnológica e ao adensamento de cadeia
produtiva dos veículos automotores;
veículos pesados – uso de acessórios para o aumento de eficiência energética;
aviação – implementação de combustíveis alternativos e
mobilidade urbana – aumento da eficiência energética do transporte público por ônibus.
Setor indústria
O documento divide o setor da indústria em três categorias: 1) cimento; 2) siderurgia; e
3) química. No setor de cimento, considerando emissões observadas período de 2000-2014, o fator
médio de emissões foi de 0,38 tCO2eq/tonelada cimento.
cenários de emissões
2020 2025 2030
(tCO2eq)
54
Ações para alternativa tecnológica na redução do teor de clínquer do cimento, em 2025
e 2030 (Combustíveis e matérias-primas alternativas, substituição de clínquer,
eficiência energética: térmica e elétrica):
55
Outras ações sugeridas para a siderurgia:
Ações
Focar a linha de incentivos nos campos de eficiência energética, produção de carvão vegetal e
uso de carvão vegetal em altos fornos, incluindo infraestrutura e logística.
Indústria química
Segundo estimativas anuais de emissões de GEE no Brasil (MCT, 2014), as emissões de GEE
relacionados à indústria química são resultantes dos processos produtivos nas indústrias, e não
resultados de queima de combustível.
As ações sugeridas para este setor são:
Ações
56
Ações
57
Agricultura: pastagens e integração lavoura-pecuária-floresta
As ações sugeridas para este setor são:
recuperação de pastagens;
integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF);
criação de rede de informações para áreas de pastagens;
monitoramento das pastagens (e pastagens degradadas);
geração de estimativas de emissões de GEE;
incentivo à produção sustentável da cadeia de valor;
orientação de ações regionalizadas, otimizando a produção e a conservação ambiental;
disseminação das tecnologias e BPAs, disponibilizando assistência técnica e extensão rural;
redução do custo de insumos para a recuperação de pastagem e para a intensificação
da pecuária;
orientação do crédito rural para investimentos em intensificação sustentável da pecuária;
criação de um programa de incentivos para o financiamento privado voltado à pecuária e
criação de um programa para a regularização fundiária das propriedades rurais e das áreas
públicas não destinadas.
58
Quadro 5 – Quadro comparativo entre as projeções de longo prazo já realizadas para o Brasil
Opções de Mitigação
US$ 25/ tCO2 (BC25); US$50/ tCO2 (BC50); US$ 100/ tCO2 (BC100). Assim,
foram apresentados seis cenários: linha de base, baixo carbono sem
precificação (BC0) e baixo carbono com cada preço introduzido.
Representação É uma iniciativa do MCTIC, GEF e ONU Meio Ambiente e tem sido apontado
institucional e pelas empresas como referência por conta do cenário macroeconômico
percepções utilizado, cujas projeções são consideradas realizadas. Foi utilizado como
das empresas base na elaboração da NDC brasileira.
59
Projetos brasileiros
Buscando a implementação de normas, estratégias e políticas públicas ambientais, o MMA
apoia programas e projetos voltados para o conhecimento, a proteção, a recuperação e o uso
sustentável dos recursos naturais. Entre várias outras linhas, o MMA executa o monitoramento e o
combate ao desmatamento e às emissões de GEE (MMA, 2017).
Em 2013, 2014 e 2015, foram diversas as chamadas e os editais do Fundo Clima para apoiar
projetos relacionados às mudanças climáticas. Recentemente, em janeiro de 2018, foi lançado o
“EDITAL FNMA/FNMC nº 01/2018 – Iniciativas socioambientais para redução de
vulnerabilidade à mudança do clima em áreas urbanas” para a seleção de propostas para
implementação de iniciativas socioambientais voltadas à redução de vulnerabilidade à mudança do
clima em áreas urbanas, pela prefeitura proponente, com participação ativa dos munícipes, nos
seguintes eixos temáticos: áreas verdes urbanas e gestão de áreas legalmente protegidas; manejo de
água e segurança hídrica; agricultura urbana, segurança alimentar e nutricional.
Entre os ODSs estabelecidos pelas Nações Unidas como agenda para implementação até
2030 está a linha “Cidades e comunidades sustentáveis”, que tem como meta “Tornar as cidades e
os assentamentos humanos inclusivos, seguros, resilientes e sustentáveis”. O Brasil se comprometeu
com a implementação das metas estabelecidas no âmbito dos ODSs, e esse Edital pretende
contribuir para este fim. Informações gerais extraídas do Edital, disponível em
http://www.mma.gov.br/images/arquivos/Edital%2001-2018%20-%20Versao%20Final.pdf.
60
MÓDULO IV - MERCADO DE CARBONO
Conforme ressalta Araújo (2006), “O ecossistema não tem fronteira. Do ponto de vista
ambiental, o que importa é que haja uma redução de emissões global”, assim o Mercado de
Carbono propicia um valor monetário à redução da poluição e favorece o alcance das metas de
redução de GEE globalmente.
Para tanto, é necessário conhecer o mercado de carbono global e as suas generalidades. Em
relação à gestão estratégica do carbono, o presente módulo apresenta o funcionamento do mercado
global e nacional do mercado de carbono e algumas das suas ferramentas como o inventário e o
monitoramento de emissões de GEE, indicadores relacionados às mudanças climáticas, índices de
sustentabilidade e certificação relacionados ao tema.
Por fim, o Módulo IV explana o processo do sequestro de carbono e os principais desafios,
oportunidades e tendências do mercado de carbono global e nacional.
No Brasil, segundo o Sebrae (2018), são emitidos certificados quando há a redução de emissões
de GEE. Os certificados são conhecidos por “RCA” ou “Redução Certificada de Emissões” – os
créditos de carbono. Por convenção, um crédito de carbono equivale a uma tonelada de CO2.
62
Figura 7 – Infográfico Mercado de Carbono
63
Fonte: adaptado de Brasil (2018).
64
Mercado de carbono no Brasil
O Brasil ocupa a terceira posição mundial no mercado de carbono e com os seus 268 projetos
totaliza 5% da participação mundial. Além disso, apresentava uma expectativa inicial de absorver
20% do mercado de carbono mundial (BRASIL, 2018).
65
A metodologia garante resultados confiáveis, e todas as informações resultantes dos
inventários de GEE são aceitas e aplicadas nos questionários e relatórios de diversas iniciativas
nacionais e internacionais, entre elas: Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), atual B3;
Global Reporting Initiative (GRI); e Carbon Diclosure Project (CDP).
O Brasil foi o primeiro país em todo o mundo no Registro Público de Emissões e oferece
nesse pioneirismo também a possibilidade de acesso aos resultados dos inventários das empresas por
setor, por meio da consulta pública dos resultados de emissões registradas (BRASIL, 2018).
Em 2011, ocorreu o lançamento da área do Registro Público de Emissões de Gases de Efeito
Estufa e a publicação das Especificações de Verificação. Nesse período, o total de inventários de
GEE publicados e reconhecidos em Evento Anual do Programa subiu para 77.
66
Figura 9 – Ferramenta GHG Protocol para registro de emissões
67
Gráfico 13 – Emissões brutas e remoções de CO2eq para o setor de mudança de uso da
terra e florestas
Fonte: adaptado de MMA (2017). Disponível em: <http://educaclima.mma.gov.br/graficos-miniaturas>. Acesso em: nov. 2018.
Gráfico 14 – Emissões de GEE no Brasil para os anos 1994, 2000, 2010 e 2012, por setor, nas
métricas GTP e GWP, em comparação com o Compromisso Nacional Voluntário e projeção de
emissões para 2020
Fonte: adaptado de MMA (2017). Disponível em: <http://educaclima.mma.gov.br/graficos-miniaturas>. Acesso em: nov. 2018.
68
Simulação de mercado de carbono no Brasil (GVCes)
A simulação de mercado de carbono Brasil é uma iniciativa do GVCes e tem como objetivo criar
e disseminar conhecimento, entre as empresas, sobre o funcionamento de um sistema de comércio de
emissões (SCE), suas implicações para os negócios e sua contribuição para o alcance de metas de redução
das emissões de gases de efeito estufa (GEE) de forma custo-efetiva.
As empresas participantes da iniciativa devem conciliam suas emissões do ciclo vigente com
permissões de emissões – título que confere à empresa o direito de emitir uma tonelada de carbono
equivalente. Todas as transações ocorrem na plataforma de negociação do Instituto BVRio – Bolsa de
Valores Ambientais e são efetuadas com recurso financeiro fictício, EPCents (Ec$), com paridade ao
real (Ec$1,00 = R$ 1,00).
Os dados de emissões utilizados são reais, abrangendo (parte das) emissões de GEE provenientes
de fontes que pertencem ou são controladas pelas empresas participantes, publicadas no Registro
Público de Emissões, do Programa Brasileiro GHG Protocol.
A Simulação conta com um Conselho Consultivo formado por especialistas nacionais e
internacionais que contribuem para as tomadas de decisões estratégicas.
69
Indicadores Ethos
O Instituto Ethos foi fundado com o propósito desenvolver no País um centro de produção e
organização de conhecimento e troca de experiências em responsabilidade social e sustentabilidade.
Na sua missão, a organização enfatiza a mobilização, sensibilização para colaborar com as empresas a
gerir os seus negócios de forma socialmente responsável, e dessa forma tornar essas organizações
participantes da construção de uma sociedade sustentável e justa (ETHOS, 2018).
Entre os seus serviços, o Instituto Ethos oferece os Indicadores Ethos, uma ferramenta de
gestão que tem como foco avaliar o quanto a sustentabilidade e a responsabilidade social estão
incorporadas nos negócios, orientando para a definição de estratégias, políticas e processos.
O questionário é composto de 47 indicadores organizados em quatro dimensões, que
apresentam os temas centrais da sustentabilidade
70
Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis
Os Indicadores Ethos para Negócios Sustentáveis e Responsáveis tem como foco avaliar o
quanto a sustentabilidade e a responsabilidade social têm sido incorporadas nos negócios, guiando
a definição de estratégias, políticas e processos. Embora tragam medidas de desempenho em
sustentabilidade e responsabilidade social, o seu propósito não é reconhecer organizações como
sustentáveis ou responsáveis, mas intensificar o engajamento no tema (ETHOS, 2011).
Segundo a premissa Ethos (2011), um negócio sustentável e responsável é a atividade
econômica orientada para a geração de valor econômico-financeiro, ético, social e ambiental, cujos
resultados são compartilhados com os públicos afetados. A sua produção e a sua comercialização
são organizadas de modo a reduzir continuamente o consumo de bens naturais e de serviços
ecossistêmicos, a conferir competitividade e continuidade à própria atividade e a promover e manter
o desenvolvimento sustentável da sociedade.
71
Quadro 6 – Indicadores Ambientais do Questionário ISE (versão 2019) relacionados às emissões
de GEE e resíduos – aplicados ao Grupo C (Organizações do setor de Comércio e Serviços)
AMB-C 23 AMB-C 24
72
Assinale a alternativa que caracteriza a
Assinale a alternativa que
condição dos esgotos domésticos ou efluentes
caracteriza a condição das emissões
líquidos gerados nos processos administrativos
atmosféricas da companhia:
pela companhia:
Metodologia do ICO2
O ICO2 possui uma carteira teórica de ativos elaborada de acordo com os critérios
estabelecidos nesta metodologia. Os índices da BM&FBOVESPA são apoiados em regras e
procedimentos descritos no Manual de Definições e Procedimentos dos Índices.
O objetivo do ICO2 é indicar o desempenho médio das cotações de ativos pertencentes à
carteira do IBrX 50, levando em consideração as emissões de GEE das empresas.
O ICO2 é um índice de retorno total, sendo composto de ações e units exclusivamente de
ações de companhias listadas na BM&FBOVESPA que atendem aos critérios de inclusão descritos
a seguir. Nesse universo, não estão incluídos BDRs e ativos de companhias em recuperação judicial
ou extrajudicial, regime especial de administração temporária, intervenção ou que sejam negociados
em qualquer outra situação especial de listagem.
73
Para se tornar elegível à composição do ICO2, os ativos devem atender aos critérios abaixo,
de forma cumulativa:
Fazer parte da carteira do IBrX 50.
Aderir formalmente à iniciativa do ICO2.
Reportar dados do seu inventário anual de GEE de acordo com o nível de abrangência e
prazo definidos pela BM&FBOVESPA.
ISO 14064
Em 2006, a Organização Internacional para Padronização (ISO) designou pela norma
ISO 14064 uma série de diretrizes técnicas com princípios e requisitos para desenvolver, relatar e
gerenciar inventários de GEE (ABNT, 2007).
A norma ABNT NBR ISO 14064:2007, a versão brasileira da norma ISO 14064, foi subdividida
em três partes durante a reunião do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, descritas a seguir:
ABNT NBR ISO 14064:2007-1 – Detalha e orienta as organizações para quantificação e
elaboração de relatórios de emissões e remoções de GEE.
ABNT NBR ISO 14064:2007-2 – Detalha e orienta as organizações para quantificação e
elaboração de relatórios de emissões e remoções de GEE. Orienta a elaboração de plano e
projetos de GEE.
ABNT NBR ISO 14064:2007-3 – Detalha e orienta a validação e verificação de
declarações relativas à GEE. Orienta os processos de verificação e validação dos inventários
e projetos de GEE (ABNT, 2007).
Sequestro de carbono
Sequestro de carbono é um processo de remoção de CO2, que ocorre principalmente em
oceanos, florestas e outros organismos que, por meio de fotossíntese, capturando o carbono na forma
de CO2 da atmosfera e devolvendo oxigênio (O2). Com a manutenção ou o incremento desses
organismos, a captura e a estocagem de CO2 reduz a existência deste importante GEE na atmosfera.
Consagrado pela Conferência de Quioto, em 1997, o conceito de sequestro de carbono possui a
finalidade de conter e reverter o acúmulo de CO2 na atmosfera, visando à diminuição do efeito estufa.
Vários processos naturais, assim como meios artificiais de captura e de sequestro do carbono,
estão sendo estudados e desenvolvidos para auxiliar na mitigação do aquecimento global. Sob o
ponto de vista do MDL, o Brasil oferece as melhores condições físicas e naturais para atender aos
seus requisitos, uma vez que possui elevada produtividade das suas florestas associada à vasta
74
extensão de terra, grande disponibilidade de mão de obra, além de clima favorável, tecnologias de
silvicultura e manejo florestal em alto nível de competitividade.
Ainda que o mercado de MDL apresente um cenário de indefinição, alguns projetos florestais
já vêm sendo implementados no País, com vistas a vender créditos de carbono para os países
industrializados, conforme descrito a seguir:
Conservação de florestas
No âmbito do MDL, a manutenção das florestas protegidas ou conservação florestal não é
considerada válida para a geração de créditos de carbono. Alvo de inúmeras controvérsias,
considerando a grande dificuldade na conservação de florestas tropicais, caso não haja um incentivo
ou uma compensação destinada aos proprietários de áreas florestais pelos serviços ambientais
prestados pelas suas florestas, incluindo o estoque de carbono. Ainda, há vertentes que entendem
que a conservação florestal desconsidera aspectos sociais e todos os bens e serviços que as florestas
podem gerar (SMITH et al., 2000).
Além disso, outro ponto criticado nos projetos de conservação florestal é que estes se
baseiam mais em emissões evitadas do que no sequestro de carbono propriamente dito. Assim,
esses projetos consistem basicamente na venda temporária dos estoques de carbono de florestas
protegidas, com uma parcela de sequestro de carbono via reflorestamento ou regeneração de
florestas secundárias (CAMPOS, 2001).
O IPCC (2000) afirma que a preservação de uma floresta não garante a mitigação do efeito
estufa em longo prazo devido aos riscos de fugas e reversibilidade por meio de atividades humanas,
distúrbios ou mudanças ambientais. Assim, no primeiro período de compromisso do Protocolo de
Quioto, que correspondeu aos anos de 2008 a 2012, a conservação florestal não foi considerada
válida para os projetos de MDL.
75
ocorridas nos estoques líquidos de carbono determinam se um ecossistema florestal pode ser
considerado um sumidouro ou uma fonte de carbono atmosférico (SEDJO, 2001).
Uma floresta em fase inicial de crescimento, considerada jovem, que esteja crescendo de
forma acelerada, sequestra maiores quantidades de carbono do que uma floresta madura ou em
estágios mais avançados de crescimento. Por essa razão, a floresta madura atua como um reservatório
de carbono, estocando-o, ainda que não seja evidenciado um crescimento líquido. Em
contrapartida, uma floresta jovem sequestra mais carbono da atmosfera ao longo do tempo, ainda
que estoque menos carbono do que uma floresta madura. Apesar de não capturar “novo carbono”,
uma floresta madura continua a estocar grandes volumes de carbono na sua biomassa ao longo do
tempo, apesar de em alguns casos poder vir a se tornar uma fonte de emissão de carbono, como
quando ocorrem mortes ou outros eventos naturais (SEDJO, 2001; MIRBACH, 2003).
Uma forma bastante eficiente para proporcionar o sequestro de CO2 da atmosfera é o
desenvolvimento de plantações florestais de rápido crescimento. Quanto mais rápido o crescimento
de uma espécie, maior será a sua absorção de CO2.
No caso de florestas plantadas, ou plantações florestais, devido à grande produtividade nas
regiões dos trópicos, o incremento em biomassa – tronco, galhos, folhas, raízes – quando comparada
ao de uma floresta plantada em regiões temperadas, é muito maior, resultando em maior sequestro
de carbono nestas regiões.
O Brasil apresenta ainda uma parcela significativa do seu território composto de florestas
naturais, pertencentes a diversos biomas. Entre eles, a Mata Atlântica é a que possui o maior
potencial de estabelecimento de projetos de recomposição de áreas degradadas e, assim, gera créditos
de carbono. Esse bioma foi um dos que sofreu maior grau de intervenção humana, sobretudo no
que se refere ao desmatamento contribuindo para que o carbono estocado na biomassa florestal
fosse emitido para a atmosfera.
76
Até hoje, cerca de US$ 500 milhões já foram investidos em projetos de sequestro de carbono
no mundo todo. Só a Holanda já pagou até agora US$ 32 milhões em créditos para a Polônia, a
Romênia e a República Tcheca. Diante disso, pode-se observar como o mercado de crédito de
carbono é importante como instrumento para a política florestal brasileira.
77
No âmbito da iniciativa Partnership for Market Readiness (PMR), o Ministério da Fazenda
e o Banco Mundial vêm realizando análises de políticas de mitigação e de precificação de carbono,
incluindo questões como sistemas de comércio de emissões, tributação, impostos e outras possíveis
abordagens de precificação. Há uma expectativa de que as recomendações para uma estratégia
nacional de precificação sejam implementadas nacionalmente após 2020, e cabe aos setores
econômicos e à sociedade civil acompanhar e participar desse processo (ETHOS, 2017, p. 8).
Vale citar também o GT Relato de Emissões, coordenado pelo Ministério da Fazenda e pelo
Estado do Rio de Janeiro. Em 2013, o grupo fez recomendações técnicas para a criação de um
Sistema Nacional de Relato de Emissões e Remoções por Sumidouros. Coerente com a Carta Aberta
ao Brasil sobre Mudança do Clima (2015), que recomenda o estabelecimento de um Sistema
Nacional de Controle de Emissões, essa relevante iniciativa busca a implantação de instrumentos
de regulação, incentivos e precificação de carbono. Ainda, complementando as orientações para o
estabelecimento do mercado brasileiro de emissões, a Iniciativa Empresarial em Clima (IEC), do
Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS) publicou em 2016
o documento Posicionamento sobre Mecanismos de Precificação de Carbono (ETHOS, 2017).
Em nível mundial, o ODS 13, especificamente, aborda as mudanças climáticas no contexto
da urgência das suas ações, como a integração de medidas a políticas, estratégias e planejamentos
nacionais, programas de conscientização e educação, financiamento de projetos e capacitação de
mulheres, jovens e comunidades locais (ETHOS, 2017). Dessa forma, a gestão e a adaptação dos
negócios à mudança de clima devem ser vistas não somente como estratégia de sustentabilidade,
mas também como estímulo à inovação.
Energia
Biocombustíveis
De todos os setores da economia, o que está no centro dos debates sobre a sustentabilidade é
a expansão de biocombustíveis brasileiros; inicialmente pelo seu potencial para contribuir para
mitigação de emissões de GEE, mas hoje também em relação a impactos sociais e ambientais como
no caso do possível deslocamento da fronteira agrícola para a Floresta Amazônica, impactos sobre
a disponibilidade de recursos hídricos ou a sua contribuição para objetivos sociais como é o caso
para a redução da pobreza.
O impacto da mudança climática até 2030 pode ainda fortalecer esses potenciais conflitos,
mais conhecidos como trade-offs, em inglês. Por outro lado, há uma expectativa de que a expansão
sustentável da produção de biocombustíveis poderá contribuir para uma transição para uma
economia de baixo carbono. Para identificar e quantificar possíveis sinergias ou trade-offs entre os
setores da energia, uso da terra, macroeconomia e recursos hídricos, essa pesquisa buscou
desenvolver uma modelagem integrada, utilizando um conjunto de cenários socioeconômicos,
climáticos e energéticos até 2030 (CLIMA, 2018).
78
O papel dos biocombustíveis é muito importante no contexto da mudança do clima. Manter
o aquecimento global até 2100 no limite entre +1.5 °C e +2 °C, conforme o Acordo de Paris, requer
ações ambiciosas nos setores de uso da terra e florestas, como a redução de desmatamento em
florestas tropicais; e no de transportes, como a transição para biocombustíveis sustentáveis.
De modo geral, o Brasil tem assumido um papel proativo nas negociações sobre um novo
acordo e quadro legal internacional relativo à UNFCCC, e as iNDCs marcam a primeira vez em que
um país em desenvolvimento oferece uma meta absoluta para a redução de emissões de GEE. Nesse
contexto, é necessário ponderar se será possível aumentar a produção e o uso de biocombustíveis sem
afetar de forma adversa o uso do solo agrícola para outros fins e como será a influência sobre os preços
de alimentos, a segurança hídrica e a expansão das fronteiras agrícolas (CLIMA, 2018).
Tendências
79
regulamentação sobre o uso do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e
utilização de sensoriamento remoto para a fiscalização eletrônica do desmatamento
(CEBDS, 2018).
Economia circular
As práticas da economia circular deverão orientar a indústria no longo prazo, sobretudo nas
transformações da Indústria 4.0, permitindo a redução de custos com a reutilização de materiais
usados como matéria-prima e combustível. No setor siderúrgico, por exemplo, a utilização da sucata
reduz a necessidade de se produzir ferro-gusa, garantindo o reaproveitamento do material e
reduzindo emissões (CEBDS, 2018).
Transição energética
Há previsão de maior pressão sobre o setor de energia para que se desenvolva e passe a emitir
menos GEE, conforme os ODSs 7 e 13, que preveem a eliminação gradual dos subsídios aos
combustíveis fósseis e a consequente realocação para investimentos verdes (CEBDS, 2018).
Precificação de carbono
A precificação de carbono aparece como uma solução para incorporar de forma transparente
os impactos provocados pela emissão de carbono na atmosfera aos custos das empresas emissoras
para financiar a transição para uma nova economia de baixo carbono (CEBDS, 2018).
80
As políticas climáticas que envolvem uma meta de redução de GEE devem adotar
instrumentos de controle ou instrumentos de precificação. Instrumentos de controle especificam a
emissão ou normas tecnológicas comuns a todos os emissores de uma mesma fonte. Instrumentos
de preços influenciam a decisão entre não emitir ou pagar para emitir aos próprios emissores.
Os instrumentos de precificação criam oportunidades de minimização de custos, dando aos
agentes econômicos a liberdade de escolher tecnologias e tomar a decisão de pagar o preço pela
emissão, de acordo com seus custos de controle e metas de produção e expansão. Desta forma,
oferecem uma abordagem de menor custo para reduzir as emissões.
Em outras palavras, os instrumentos de preço no agregado permitem alcançar a mesma meta
de controle de emissões que os instrumentos de controle, mas por um custo menor de mitigação social
para os setores regulados, assim diminuindo também a competitividade e os efeitos macroeconômicos.
Além disso, a precificação gera oportunidades de negócios para mitigação e inovação
tecnológica, o que reduz os custos de mitigação no médio prazo. Em suma, se há um compromisso
de reduzir as emissões de GEE, geralmente é mais rentável atingir essa meta com os preços do que
com os instrumentos de controle (CEBDS, 2018a; CEBDS, 2018b).
A iniciativa Carbon Pricing Leadership Coalition (CPLC) reúne líderes do governo, do setor
privado, da academia e da sociedade civil para compartilhar experiências de trabalho com
precificação de carbono e expandir a base de evidências para os sistemas e políticas de precificação
de carbono mais eficazes.
A CPLC é uma parceria voluntária de 32 governos nacionais e subnacionais, mais de 150
empresas de diversos setores e regiões e 67 parceiros estratégicos representando organizações da
sociedade civil, ONGs e instituições acadêmicas que concordam em avançar a agenda de
precificação de carbono trabalhando conjuntamente em direção ao objetivo de longo prazo de um
preço de carbono aplicado em toda a economia global por meio de: fortalecimento das políticas de
precificação de carbono para redirecionar investimentos proporcionais à escala do desafio climático;
antecipação e fortalecimento da implementação das políticas existentes de precificação de carbono
para melhor gerenciar riscos e oportunidades de investimento; e intensificação da cooperação para
compartilhar informações, conhecimentos e lições aprendidas sobre o desenvolvimento e a
implementação da precificação de carbono por meio de várias plataformas de “prontidão” (CEBDS,
2018a; CEBDS, 2018b).
Da PNMC ao Acordo de Paris, já existem metas nacionais de redução de emissões. No Brasil,
onde as emissões de processos industriais respondem por menos de 2% do total de emissões e as
emissões de energia representam apenas 6%, o setor industrial contribui com menos se comparado
com o de mudança do uso do solo (LULUCF – Land Use, Land-Use Change and Forestry), que tem
emissões muito mais representativas. Assim, as metas brasileiras estabelecidas na Convenção das
Nações Unidas sobre Mudança do Clima podem ser amplamente alcançadas pela redução das
emissões de uso do solo.
81
No entanto, já é fato que as vantagens de mitigação do Brasil, baseadas em florestas e
emissões agrícolas, diminuirão, forçando o País em 2025 a começar a considerar novas metas para
a partir de 2030, quando as emissões de processos industriais e energia certamente estarão em
discussão. Além disso, com a crescente adoção de mecanismos de precificação de carbono, as
metas da política climática nacional são cada vez mais traduzidas em compromissos setoriais.
Assim, há também uma percepção crescente de que ter compromissos setoriais associados à
precificação pode ser estratégico para evitar barreiras comerciais relacionadas ao clima,
especialmente com a atual intensificação de disputas comerciais.
Dado que as emissões por indústria representam uma parcela relativamente pequena em
relação ao total de emissões do território nacional e que as emissões, em muitos setores, já atingiram
baixas intensidades de carbono em termos internacionais, a iniciativa de mercado pioneiro da
indústria busca fortalecer a participação do setor em compromissos nacionais para reduzir as
emissões de GEE. A precificação do carbono poderia, de fato, ser uma componente chave da atual
agenda de competitividade do setor industrial brasileiro. Tanto as preferências dos consumidores
quanto as cadeias de suprimento estão mudando rapidamente com as crescentes tratativas
relacionadas ao clima, e a indústria precisará adaptar-se a isso.
A inclusão da precificação de carbono na devolutiva de mitigação do Brasil é também importante
em uma perspectiva global. Os principais parceiros comerciais do Brasil – China, União Europeia e
vários países da América Latina – já possuem um Sistema de Comércio de Emissões (Emissions Trading
System – ETS), e ao participar desse movimento, a indústria brasileira pode expandir a sua presença
nesses mercados e atrair investimentos em inovação para baixa emissão de carbono.
O estabelecimento da precificação do carbono por meio de uma estratégia de negociação
alinha-se com os desenvolvimentos regionais. O México, a Argentina, a Colômbia e o Chile já
adotaram impostos sobre carbono e estão adotando estratégias de comércio nos níveis nacional e
regional. Uma vez que o Brasil tenha a sua própria estratégia de comércio, o tamanho do seu
mercado nacional e o domínio do seu setor manufatureiro na região reforçarão a liderança do País
na agenda comercial dentro daquela região e nos seus arredores (CEBDS, 2018a).
Existem dois tipos de instrumentos de implementação da precificação de carbono: a
tributação, com uma sobretaxa sobre emissões; e um mercado com emissões negociáveis. Ambos
são similares em termos de eficiência econômica quando não há incerteza sobre os custos de
transação e mitigação. Caso contrário, é preferível adotar o instrumento que ofereça menores custos
de transação e menos incerteza sobre os custos de mitigação (CEBDS, 2018a).
Apesar da simplicidade administrativa de um imposto, as entidades reguladas geralmente
preferem a estratégia de comércio de emissões. Essa preferência tem a ver com o desejo de evitar
um aumento da carga tributária e com a possibilidade de que as receitas fiscais possam ser
direcionadas a investimentos não relacionados à transição climática. Em muitos casos, um ETS
forneceria às entidades regulamentadas maior flexibilidade e ofereceria uma base justa para o
envolvimento na transição climática (CEBDS, 2018a).
82
Por outro lado, um esquema de comércio de emissões requer um arranjo novo e específico,
mas oferece maior flexibilidade no gerenciamento da competitividade, por exemplo, por meio da
distribuição gratuita de direitos de emissão para os setores de maior risco. Além disso, os mercados
de comércio de emissões criam outras oportunidades de negócios por meio das atividades associadas
ao funcionamento do próprio mercado e à participação de instituições financeiras (CEBDS, 2018a).
83
Gráfico 15 – Principais motivos para que as empresas incorporem voluntariamente os SEs nas
suas operações
Entretanto, relacionar a qualidade e o bem-estar dos ecossistemas com o bottom line das
organizações ainda é um grande desafio, já que há uma grande lacuna de compreensão sobre o tema.
A principal razão é a falta de conhecimento sobre a relação entre as suas práticas produtivas e a
dependência e o impacto nos ecossistemas e, também, sobre os possíveis riscos e oportunidades
associados à incorporação da BSEs nas suas operações (CEBDS, 2012a).
A Parceria Empresarial pelos Serviços Ecossistêmicos (Pese), iniciativa do CEBDS, busca
promover estratégias de negócios que associem o desempenho empresarial à gestão sustentável dos
ecossistemas e da biodiversidade (CEBDS, 2018c).
84
LISTA DE SIGLAS
BID Banco Interamericano de Desenvolvimento (em inglês, Inter-american
Development Bank)
CHG Protocol – Program CHG Protocol (em português, Protocolo de Gases do Efeito
Estufa)
ELP Estratégia de Longo Prazo (em inglês, mid-century long-term low GHG emissions
development strategies)
GCF Fundo Verde para o Clima (em inglês, Green Climate Fund)
85
MRV Mensuração, Relato e Verificação (em inglês, Measurement, Report and
Verification)
ONU Organização das Nações Unidas (em inglês, United Nations Organization)
PNUD United Nations Development Program (em português, Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento
PNUMA Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (em inglês, United Nations
Environment Programme)
RL Reserva Legal
SE Serviços Ecossistêmicos
TI Terra Indígena
UNFCCC Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança do Clima (em inglês,
United Nations Framework Convention for Climate Change)
WBCSD World Business Council For Sustainable Development (em português, Conselho
Mundial para o Desenvolvimento Sustentável)
86
BIBLIOGRAFIA
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climáticas. Disponível em:<https://wribrasil.org.br/pt/blog/2020/04/cop-26-adiada-permite-que-
paises-enfrentem-tanto-covid-19-quanto-mudancas-climaticas>. Acesso em: 05 mai. 2020.
92
PROFESSOR-AUTOR
Mariana Schuchovski, doutora em Ciências Florestais pela Universidade Federal do Paraná
(UFPR) e pela North Carolina State University (EUA). É engenheira florestal e mestra pela UFPR.
Foi executiva por mais de 15 anos, coordenando projetos e equipes nas áreas de Sustentabilidade,
Certificação, Pesquisa & Desenvolvimento e Tecnologia Florestal, participando de importantes
cooperativas de pesquisa nacional e internacional, e implementando parcerias com ONGs
socioambientais nacionais e internacionais e outros stakeholders. Atualmente, é professora de várias
disciplinas nas áreas de Sustentabilidade e Gestão Ambiental para cursos de pós-graduação (MBA,
GBA), Perspectivação, Programas in company e Soluções para Cooperativas no Instituto Superior de
Administração e Economia do Mercosul (Isae); e da disciplina Sustentabilidade na indústria, nas
Faculdades da Indústria/IEL no curso de MBA em Gestão Industrial. Ministrou os módulos: Cases
and Strategies of Sustentainability in Brazilian and Foreign Companies e Agribusiness in Brazil em cursos
de pós-graduação da School of Innovation and Business Entrepreneurship da Universidade de
Steinbeis University Berlin (Alemanha) em parceria com as Faculdades da Indústria/IEL. Realizou os
cursos Forest resources in Germany na Albert-Ludwigs-Universität Freiburg (Alemanha); Shaping the
future of plantation forests, na Forest Productivity Cooperative (EUA); e o GBA Internacional em
Cutting-Edge Practices on Sustainability, no Isae em parceria com a Colögne Business School
(Alemanha). Ministrou palestras sobre Sustentabilidade em diversos eventos regionais, nacionais e
internacionais. Conselheira do Conselho de Ação para Sustentabilidade Empresarial (Casem) da
Associação Comercial do Paraná, na gestão 2018/2019. Revisora ad hoc em conceituadas revistas
científicas nas áreas ambiental e florestal. Fundadora e diretora da Verde Floresta – Consultoria e
Treinamentos em Sustentabilidade, credenciada ao programa Sebraetec para serviços em
Sustentabilidade e Qualidade para MPE de diversos setores. A sua missão é demonstrar que a
sustentabilidade pode ser implantada em pequenas e médias empresas, aplicando estratégias simples
para gerar benefícios que vão além da produtividade, da valorização da marca e do lucro.
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Vanessa Weber Leite, mestra em Governança e Sustentabilidade pelo Isae, com MBA em
Gestão e Empreendedorismo Social pela FIA-FEA/USP. Especialista em Gestão do Terceiro Setor
e Investimento Social Privado pelo Programa Trainee do GIFE. Graduada em Serviço Social pela
FAPSS de São Caetano do Sul – SP. Consultora nacional da Rede Ethos para negócios sustentáveis
e responsáveis. Consultora em Responsabilidade Social Corporativa e Sustentabilidade na Seravalli
Consulting de São Paulo. Docente em cursos de Graduação, MBA, Pós-Graduação, Programas in
company, Soluções para Cooperativas e Perspectivação no Isae. Vice-coordenadora no Casem da
Associação Comercial do Paraná (ACP), gestão 2018/2019. Atuou como coordenadora de
Responsabilidade Social Corporativa na BASF S/A por 12 anos em funções ligadas ao Diálogo com
a Comunidade, Investimento Social, Responsabilidade Corporativa e Sustentabilidade. Foi diretora
de Responsabilidade Corporativa na Fundação Espaço ECO. No sistema Fiesc, no Sesi Joinville,
atuou como consultora de Responsabilidade Corporativa. Foi diretora no Centro de Voluntariado
de São Bernardo do Campo – SP e Conselheira no Instituto Ajorpeme – Associação de pequenas e
médias empresas de Joinville.
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