Estratégia Empresarial
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1. FUNDAMENTOS DA ESTRATÉGIA
Todos estes fatores possuem uma grande importância dentro da empresa. No entanto,
em relação à estratégia de negócio e à realização dos objetivos, hoje em dia têm um
papel fundamental os aspectos humanos e culturais da organização, assim, além de
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todas as questões mais técnicas em relação à estratégia, esses dois fatores mencionados
nunca devem ser deixados de lado quando se pretende chegar a uma posição exitosa.
Em geral, quando falamos sobre a missão, nos referimos à razão de ser da empresa, ou
seja, o motivo que leva à realização da sua atividade diária além disso. Ligado ao
conceito da missão, devemos mencionar o conceito de visão, que se refere à imagem a
longo prazo que a empresa tem de si. Assim, podemos estabelecer que a missão se
refere ao que a empresa deve realizar, a fim de alcançar a visão e podemos estabelecer
que a missão faz referência a todas as ações para chegar a visão.
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Por sua vez, a origem do conceito de estratégia vem da terminologia utilizada nos
campos militares, aparecendo no campo econômico e acadêmico seguindo a teoria dos
jogos de Von Neumann e Morgenstern em 1944. No entanto, em ambos os casos é feita
referência à concorrência; uma ação perante o adversário, com o fim de alcançar
objetivos previamente estabelecidos. De certo modo, se tratava de uma espécie de luta
na qual ganhava o mais forte.
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A partir destas três definições de estratégia, nos confrontamos com uma nova
concepção do sistema de gestão, exigida também pela mudança estrutural sofrida a
meados da década de 1970.
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Definir ojetivos
Entender os
fixar planos
resultados
Tomar decisões
para que se
cumpram os
planos
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Quando uma empresa inclui uma estratégia dentro dos seus planos de ações, deve ter
em conta que se deve respeitar uma série de itens que a ajudem a alcançar o objetivo
estipulado, já que o mais difícil das tarefas não é desenhar a estratégia, mas sim, levá-la
a cabo com bons resultados.
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Uma decisão deve ser tomada quando um problema é detectado, ou seja, quando há
um desvio do planejado ou simplesmente quando algo está completamente errado.
Antecipar problemas ou detectar oportunidades também pode levar à implementação
de ações segmentadas, primeiramente para neutralizar o impacto e depois, para tirar
proveito das oportunidades de negócio apresentadas à empresa. O processo estratégico
está especialmente desenhado para potenciar a estabilidade e os desenvolvimento da
organização.
Esta diretriz permite unir todas as decisões e esforços com a intenção de alcançar os
mesmos objetivos e fazer com que toda a empresa caminhe na mesma direção. Desta
forma, a estratégia em si implica uma mudança na organização e na gestão empresarial,
uma vez que se pretende chegar ao êxito da estratégia implementada.
Uma das principais dificuldades que encontramos são as ações que surgem no
momento da consecução dos objetivos marcados pela empresa, porque muitas vezes
elas dissipam-se ou abarcam mais terreno do que é necessário, afastando-se do objetivo
pré-estabelecido. A diferença entre o sucesso e o fracasso das organizações consiste no
fato de que os bem-sucedidos têm em conta seus valores em tempo integral e em tudo
o que fazem, por isso é importante constatar que os valores empresariais permanecem
estáveis no tempo.
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São necessários ter em conta os seguintes aspectos na hora de definir uma estratégia
exitosa:
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Ainda que a estratégia seja bem-sucedida, o que realmente nos permitirá saber se
chegamos a meta a que nos propusemos é a mensuração dos lucros obtidos pela
empresa.
Fornecedores
Trabalhadores Sociedade
Gerentes Governo
Empresa
Propietarios Credores
Clientes
Os lucros alcançados são compartilhados com todas as partes interessadas que estão
diretas ou indiretamente ligadas a empresa. Essas comunidades ou atores são chamados
stakeholders. São grupos com poder real ou potencial para influenciar nas decisões de
caráter de gestão. Por esta razão, afetam e são afetados pelas ações, decisões, políticas
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ou práticas empresariais que elegem para atingir os seus objetivos como um todo. Eles
também são responsáveis por fornecer apoio moral, econômico e social aos
trabalhadores da empresa, sempre que surja a necessidade de defender seus direitos.
São eles:
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Neste ponto, é necessário conhecer os dois tipos de estratégias que ajudam a alcançar
os objetivos medidos em benefícios pelas empresas, as estratégias corporativas e
estratégia de negócios.
Uma estratégia corporativa deve ser usada para considerar questões gerais, a de
negócios deve ser usada para resolver problemas específicos. Em geral, as estratégias
corporativas são mais estáveis, não sofrem mudanças frequentes. A estratégia de
negócio, por outro lado, pode ser alterada regularmente, a fim de responder as
mudanças no mercado.
Por exemplo, suponhamos que somos os diretores de uma nova companhia aérea low
cost. Neste caso, a estratégia corporativa se referiria ao fato de oferecer um serviço de
transporte aéreo para todos os passageiros, enquanto a estratégia de negócios ou a
abordagem de negócios se referiria ao fato de oferecer aos nossos clientes voos de baixo
custo.
Um exemplo real para diferenciar essas duas estratégias seria o caso da Inditex. A
estratégia corporativa refere-se a fornecer roupa moderna para todas as idades,
enquanto que a estratégia de negócios atende às necessidades do mercado e se destaca
por fornecer roupa em voga a preços competitivos e acessíveis a todos.
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Esta necessidade surge da ideia de que a empresa deve identificar o mercado no qual
deseja operar e definir uma estratégia (para onde quero ir e o que quero ser) para estar
presente no campo da atividade.
A. A missão:
É o objetivo final para o qual a organização está lutando. A missão deve coletar
o conjunto de valores da organização e sua consciência de responsabilidade
social (posição ética sobre questões de segurança, ecologia, qualidade...). A
missão deve ser reconhecida e compartilhada por todos os membros da
organização para atingir um alto grau de harmonia na ação comum.
A missão supõe:
O que pretende cumprir, em seu ambiente ou sistema social em que atua.
O que pretende fazer.
Para quem se vai fazer.
Por vezes a missão é influenciada por elementos como a história da organização,
as preferências do gestor e/ou proprietários, fatores externos ou ambientais,
recursos disponíveis e capacidades distintas.
Para complementar esta definição, citamos um conceito dos autores Thompson
e Strickland que diz:
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"O que uma empresa tenta fazer hoje pelos seus clientes é muitas
vezes qualificado como a missão da empresa. Uma exposição de
que é muitas vezes útil para ponderar o negócio em que a empresa
está localizada e as necessidades dos clientes que tenta servir."
B. A visão:
Representa a projeção no presente das expectativas da empresa sobre o que a
organização quer ser e fazer. Refere-se a posição que a empresa gostaria de
alcançar e representa um desafio. Consiste em definir o projeto de negócios que
será construído no tempo de hoje.
De acordo com Jack Fleitman, no mundo dos negócios a visão é definida como o
caminho para o qual a empresa é dirigida a longo prazo e serve como um rumo
e incentivo para orientar as decisões estratégicas de crescimento ao lado da
competitividade.
No entanto, Arthur Thompson e A. J. Strickland afirmam que ser conscientes do
que a empresa faz hoje, não significa que se possa prever seu futuro já que não
acrescenta o rumo necessário para uma gestão a longo prazo.
Há um imperativo administrativo ainda maior, o de ponderar o que a empresa
deve fazer para atender às necessidades futuras dos seus clientes, e como a
configuração do negócio deve evoluir para que possa crescer e prosperar.
Portanto, os gerentes são obrigados a olhar para além do negócio atual e
estrategicamente pensar sobre o impacto das novas tecnologias, as
necessidades de mudança, as expectativas dos clientes e o surgimento de novas
condições de mercado, entre outros fatores. Eles devem fazer algumas
considerações fundamentais sobre a direção que a empresa deve seguir e
desenvolver uma visão do tipo de empresa a ser convertida.
Os dois conceitos estão fortemente relacionados, o empresário empreendedor
ou o diretor máximo tem uma visão de um projeto empresarial que transmite
aos seus trabalhadores e posteriormente se concretiza com a missão da
organização. Esta missão permanece estável por um período até que um novo
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desafio estratégico questione a sua viabilidade. Assim, a direção tem que gerar
uma nova visão para o futuro que é mais uma vez concretizada em uma nova
missão para os próximos anos.
Uma vez que estes conceitos são estabelecidos, a empresa deve realizar uma análise de
avaliação de seus pontos fortes e fracos que irá incluir uma análise de elementos
externos e internos a empresa. Esta análise será realizada por meio de um DAFO que
permite conhecer a situação da organização e em quais as linhas podem avançar.
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POSITIVOS NEGATIVOS
Para alcançar o objetivo Para alcançar o objetivo
ORIGEM INTERNA FORÇAS FRAQUEZAS
Atributos da empresa Fatores internos que Fatores internos que
podem promover o podem prejudicar o
cumprimento dos cumprimento dos
objetivos. objetivos.
Esta é uma análise que compreende duas dimensões, isso é, por um lado a dimensão
interna e por outro a dimensão externa, possibilitando o conhecimento dos elementos
que podem significar uma força e os que são as debilidades, bem como os elementos e
fatores do ambiente empresarial que podem ajudar no seu bom desenvolvimento e o
sucesso.
Em relação à análise externa, todos os elementos do ambiente que podem ter algum
tipo de relação com a empresa devem ser considerados.
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Analisando estes fatores, devemos ser capazes de determinar os elementos que podem
ajudar a empresa a atingir seus objetivos e os que pode prejudicá-la.
Esta análise nos ajudará a detectar as vantagens competitivas, para que possamos
concentrar-nos nelas com o fim de atingirmos os nossos objetivos.
Uma vez feita matriz SWOT é importante falar da SWOT CRUZADA, uma ferramenta de
avaliação estratégica usada para definir o tipo de estratégia que deve ser aplicada na
empresa depois de conhecidos fatores interno e externos com ajuda do SWOT.
No que diz respeito ao tipo de estratégia a ser utilizada pela empresa, podemos
distinguir as seguintes tipologias:
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Neste sentido, é muito importante que a escolha de uma ou outra estratégia esteja
centrada nos objetivos que pretendemos alcançar.
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São eles:
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Também nos permitirá saber quais são todos os projetos inovadores no setor, com a
finalidade de tirar proveito das tendências que nos favorecem e ter uma concorrência
com mais nível.
Em relação a esta questão surge a necessidade de falar dos nichos de mercado, que
implicam uma análise das necessidades dos clientes e das fraquezas da concorrência
para poder adaptar os objetivos das empresas às deficiências detectadas.
Olhando rapidamente para o ambiente atual das empresas, vemos que ele não é linear
e não está formado exclusivamente por variáveis quantitativas facilmente manipuláveis
através de modelos econométricos que visam fazer uma previsão da empresa e tomar
decisões. Pelo contrário, as forças motrizes da dinâmica do ambiente compõem os
aspectos do tipo qualitativo (relações de interesses econômicos e de poder, relações de
influência, diferenciação estrutural das empresas, etc.) que tornam complexo o
esquema de funcionamento das empresas.
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No final desta seção vamos explicar como podemos realizar a análise PEST,
possibilitando a análise do ambiente que nos rodeia e a identificação de todos os fatores
que podem influenciar positiva ou negativamente a organização.
Ambiente Micro
Existem elementos no meio empresarial que somente podem afetar os negócios de um
determinado setor, por exemplo, o comportamento dos clientes, a concorrência ou os
fornecedores. Um setor econômico é o grupo de empresas que desenvolve a mesma
atividade econômica com produtos parecidos ou processos de produção similares. O
setor de atividade é o quadro de referência para analisar a competitividade da empresa,
ou seja, sua situação em matéria de concorrentes e sua capacidade de sobreviver.
Tecnológicos
Sociais
Econômicos
Culturais
Demográficico Fornecedores Concorrentes
s
As organizações devem obter resultados e a estrutura é algo que deve contribuir para
tal. Em geral, é maior o dano que pode fazer uma estrutura malfeita do que os benefícios
e bons resultados que uma organização razoavelmente levantada pode conduzir. Em
qualquer caso, os resultados são ameaçados em tempos de crise. A empresa está
"preparada" do ponto de vista organizacional?
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Há duas décadas que se comenta que as organizações devem mudar para lidar com um
ambiente econômico global, com constantes mudanças e com novos riscos.
Exemplificamos algumas:
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Neste contexto, muitas empresas incorporaram mudanças práticas na sua gestão, com
vista a atingir os objetivos acima mencionados, principalmente para criar melhores
condições de alcançar melhor resultados, melhor gestão de informação e agilizar os
processos de negócios.
Seu caráter externo faz com que eles estejam fora do controle da empresa, por isso é
apropriado que sejam claramente identificados.
É evidente que as condições legais de uma empresa em território brasileiro não são
mesmas se a empresa está localizada no território asiático, de modo que nesta análise
é realmente importante saber quais são os elementos que podem afetar e saber se
representam uma ameaça ou uma oportunidade para o sucesso.
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É evidente que a empresa faz parte de uma rede composta por várias empresas devido
à globalização, e por esta razão, a competitividade é maior e todas procuram obter o
maior rendimento possível.
Por isso, é muito importante realizar uma análise interna e externa pois conhecendo o
ambiente, podemos desenvolver uma gama de estratégias para ser competitivos em um
mercado cada vez mais turbulento.
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Toda empresa e seu setor possuem diferentes análises fundamentais, mas são as 5
forças que ajudam a determinar quais são os elementos que impactam a rentabilidade
em cada indústria, quais são as tendências, as regras do jogo desse setor e quais são as
restrições e complicações que surgem ao tentar aceder a ela.
O objetivo deste modelo é calcular a rentabilidade do setor tendo em conta o valor atual
e a projeção dos empreendedores.
Ameaça do
Poder de
surgimento
negociação Rivalidade entre de
dos concorrentes produtos
fornecedores
substitutos
Ameaça do surgimento de
novos concorrentes
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Falamos desta ameaça quando entram em jogo empresas que produzem e vendem o
mesmo produto que a nossa. Esta ameaça se
intensifica quando as empresas entram facilmente na
indústria, quando possuem um produto com uma
Ameaçade do surgimento de
novos concorrentes qualidade excepcionalmente superior, quando
possuem preços baixos e uma publicidade melhor. Ao
analisar estes novos concorrentes são criadas estratégias que nos permitem reforçar
barreiras de entrada ou enfrentar aos concorrentes que conseguem entrar na indústria.
As empresas de um determinado setor podem competir com setores diferentes se estes
possuem produtos que podem substituir os meus.
Algumas estratégias que poderiam melhorar a situação seriam: apostar por um produto
com maior qualidade, reduzir os preços, aumentar e diversificar os canais de venda,
aumentar a publicidade, oferecer melhores condições, etc.
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O valor da marca.
O capital requerido.
O acesso a distribuição.
Esta análise do poder de negociação dos fornecedores nos permite formular estratégias
destinadas a reduzir o poder de negociação e, assim, alcançar melhores condições ou
maior controle sobre eles.
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O sucesso da estratégia depende da sua eficácia em relação a gestão das mudanças que
são apresentadas no ambiente competitivo. Uma concorrência acelerada indica que não
é possível esperar a ação do concorrente, mas antecipar-se e preparar-se para enfrentar
qualquer eventualidade, ou usar aqueles fatores que permitam que a empresa sobreviva
no mercado competitivo através da utilização de estratégias.
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B. Sobreviver a competição
Um dos pontos cruciais é a análise da concorrência, porque depende do projeto
subsequente de estratégias que nos permitem superar os produtos oferecidos e
melhorá-los.
É necessário realizar um estudo dos clientes, saber quais são as características e as
necessidades que os definem para sermos capazes de projetar uma estratégia adequada
que permita adaptar-se a concorrência.
A análise interna visa identificar os pontos fortes e fracos de uma empresa quando se
trata de desenvolver sua atividade. Uma das origens desta análise está no trabalho de
Edith Penrose, de 1959 conhecido como "A Teoria do Crescimento da Empresa", onde
se refere aos recursos da empresa e da capacidade de seus gestores para administrá-los
como os principais fatores de crescimento da empresa.
É um processo analítico.
Permite saber a situação real da organização em um determinado momento.
Permite descobrir problemas e áreas de oportunidades a fim de corrigir os
primeiros e tirar proveito dos segundos.
O sucesso também vai depender dos fatores internos da empresa. Seus recursos e
capacidades nos ajudam a entender o porquê da eleição de uma estratégia na indústria
e porque algumas empresas são mais bem-sucedidas do que outras.
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Portanto, podemos dizer que os recursos e capacidades valiosas são aqueles que
permitem um lucro maior que os concorrentes e, além disso, a capacidade de criar e
manter a longo prazo uma vantagem competitiva.
É necessário ter em conta que os principais recursos e capacidades não podem ser
facilmente adquiridos no mercado; uma estratégia sustentável deve basear-se em
recursos e capacidades difíceis de adquirir pela concorrência.
Para ser capaz de saber se os recursos e capacidades da empresa são valiosos, eles
devem apresentar as seguintes características segundo Amit e Shoemaker (1993) e
Grant (1996):
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capacidades têm uma vida útil menor, como o caso dos recursos tecnológicos que,
devido aos avanços, podem estar obsoletos em pouco tempo.
4. Imitabilidade. Refere-se a velocidade com que os concorrentes podem imitar os
recursos que são parte da vantagem competitiva. Em relação a esta característica
e, a fim de avaliar o grau de replicação dos recursos e capacidades da empresa,
devem ser respondidas as seguintes questões: Quanta dificuldade representa para
os concorrentes copiarem os recursos e as capacidades da companhia? De quanto
tempo precisam? Basicamente, trata-se de determinar se os nossos recursos e
capacidades podem ser facilmente copiados, a fim de estabelecer se temos
recursos realmente valiosos e capacidades que sejam uma boa vantagem
competitiva.
5. Transferibilidade. Esta característica se refere a dificuldade de vender e comprar
os recursos de forma livre entre empresas. Este elemento está estritamente
relacionado com a existência ou não do mercado, de modo a que a transferência
de ativos entre as empresas possa ser produzida. Se houver um mercado, os
recursos podem ser movidos entre as empresas através dos processos de venda,
caso contrário os recursos são difíceis de transferir e as empresas que possuem tais
recursos ou capacidades terão uma série de ativos que lhes permitam manter
durante muito tempo vantagens competitivas.
6. Capacidade para ser substituído. Um recurso será importante sempre que ele e os
seus complementos não possam ser substituídos e os competidores não possam
aceder a eles simultaneamente. Assim, podemos dizer que um recurso é
insubstituível quando não há alternativas para substituí-lo. Essas alternativas se
referem as ações como a substituição por um recurso ou capacidade semelhante,
ou por meio de um recurso ou capacidade equivalente. Desta forma, teremos
recursos e capacidades de valor, desde que os concorrentes não possam substituir
tais recursos ou capacidades por outros de características iguais.
7. Complementaridade. Refere-se a possibilidade de que certos recursos e
capacidades são valiosos quando estão juntos, de modo que seu valor separado é
inferior. Isto significa que quando temos certos recursos ou valores que se
complementam entre si e nos oferecem uma vantagem competitiva, estes serão
mais difíceis de transferir, imitar e ser substituído pelos nossos concorrentes.
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A análise VRIO foi desenvolvida por Jay Barney (1991) e está fundamentalmente
centrada nos recursos e ajuda a determinar a competitividade numa empresa. A VRIO
exige a identificação dos recursos, nomeadamente nos recursos tangíveis e intangíveis,
que se classificam em financeiros, econômicos, individuais e de organização.
V R I O
RECURSOS FINANCIEROS
RECURSOS FÍSICOS
RECURSOS INDIVIDUAIS
RECURSOS DE ORGANIZAÇÃO
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No que se refere a cada tipo de recursos, a empresa deve especificar quais são os
recursos disponíveis e avaliá-los para poder acrescentar recursos como infraestrutura,
funcionários, imagem corporativa, relações com fornecedores, entre outros.
Resumidamente, se trata de avaliar tudo o que caracteriza uma empresa e determinar
quais são os aspectos em que ela se distingue dos seus concorrentes, isto é, saber qual
é a sua vantagem competitiva.
Os recursos são aqueles elementos através dos quais a empresa pode atingir os seus
objetivos.
Toda atividade empresarial labuta para dar o melhor de si em pouco tempo, com
mínimo esforço e claro, com um custo reduzido. As empresas e as suas condições
econômicas não são estáticas o que significa que toda a política, o sistema organizativo
e os procedimentos que outrora foram satisfatórios podem se tornar obsoletos e
ineficientes já que existem constantes mudanças e tendências imprevisíveis.
Os recursos básicos com os quais uma empresa deve sempre contar são: Humanos,
Materiais, Técnicos e Financeiros.
Físicos
Tangivéis
Financeiros
Recursos
Não
humanos
Intangíveis
Humanos
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Por outro lado, os ativos intangíveis são aquelas propriedades da empresa difíceis de ver
e tocar, não possuem um suporte físico, mas são perceptíveis. A sua imaterialidade faz
com que seja de difícil medição, avaliação e de serem vistos objetivamente.
Consequentemente em algumas ocasiões surgem dificuldades na hora de gerencia-los.
Uma empresa precisa aprender a administrar os recursos intangíveis. Uma vez que estes
geram valores que transmitem grande confiança nos clientes e levam a empresa a
diferenciar-se da concorrência.
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Elementos
Atividades básicas:
Atividades primárias
Atividades secundárias
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