Apostila MEF
Apostila MEF
Apostila MEF
1 Métodos Numéricos 4
1.1 Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
1.2 O Cálculo Variacional . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
1.2.1 Método Aproximado de Rayleight-Ritz . . . . . . . . . . . 11
1.2.2 O Método de Galerkin . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
4 O PVC Bi-dimensional 39
4.1 Exemplo: Equação do Calor: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
5 Elementos Isoparamétricos: 46
5.1 Elemento Unidimensional Linear: . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
5.2 Elemento Triangular Linear: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
5.3 Elemento Quadrilátero Bilinear: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
5.4 Integração Numérica: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
1
6 Convergência 55
2
Nota
Esta apostila tem como objetivo fornecer ao aluno uma visão geral do método
dos elementos finitos. Foi elaborada no intuito de atender as ementas dos cur-
sos de ”Método dos Elementos Finitos” do Bacharelado em Matemática Apli-
cada e Computacional do Instituto Multidisciplinar da UFRRJ (IM 475) e do
Mestrado Acadêmico em Modelagem Matemática e Computacional da UFRRJ -
PPGMMC. Trata-se de material didático sem fins lucrativos. Em algumas partes
ela reproduz partes de outras obras, devidamente referenciadas, sem que se
tenha intenção de reivindicar a autoria das mesmas, não oferecendo portanto
ofensa aos direitos autorais.
3
Chapter 1
Métodos Numéricos
1.1 Introdução
As equações diferenciais que descrevem matematicamente problemas práticos
de engenharia normalmente são difı́ceis de resolver. Com o advento dos com-
putadores de alta perfrmance se tornou possı́vel resolver tais equações. Para
tanto várias técnicas de solução numérica foram desenvolvidas, em especial o
método dos elementos finitos. Uma de suas principais vantagens é a possibil-
idade de se construir um programa computacional para analisar diversos tipos
de problemas, incluindo aqueles de geometria complexa com condições pre-
scritas. Vamos primeiramente introduzir os métos numéricos que diretamente
influenciaram a construção do método de elementos finitos.
• Método de Rayleight-Ritz
No método a função y(x) é substituida por uma função aproximada v(x),
formada pela combinação linear de funções φi (x). Minimizando-se o fun-
cional, a solução aproximada é obtida. Trata-se portanto de um método
variacional.
• Método de Galerkin
O método não requer a existência de um funcional. Utiliza diretamente
4
a equação diferencial que descreve o problema. Para obter a solução,
substitui-se na equação funções aproximadoras que devem satisfazer as
condições de contorno do problema.
5
igual ao valor do funcional para a curva inteira.
η(x1 ) = 0; x = x1
η(x2 ) = 0; x = x2
Observe que para a mesma função η(x) podemos obter uma famı́lia de
funções ȳ(x), bastando variar λ. Para cada x fixo, λη(x) é uma variação da
função exata, ou seja:
δy = λη(x) (1.2)
δy 0 = λη 0 (x)
6
∂F 0 1 ∂ 2 F
∂F 2
∆F = F + λη + 0 λη + (λη) + . . . +
∂y ∂y 2! ∂y 2
∂F ∂F
−F = λη + 0 λη 0 + . . .
∂y ∂y
∂F ∂F
∆F = δy + 0 δy 0 + . . . (1.3)
∂y ∂y
∂F ∂F
δF = δy + 0 δy 0
∂y ∂y
d dF
(δF ) = δ
dx dx
Z x2 Z x2
δ F dx = δF dx
x1 x1
Sendo assim, seja F (x, y, y 0 ) uma função com primeira e segunda derivadas
contı́nuas para x1 ≤ x ≤ x2 e que satisfaz as condições de contorno y(x1 ) =
A; y(x2 ) = B. Vamos encontrar a função para a qual o funcional,
7
Z x2
Y = F (x, y, y 0 ) dx
x1
Z x2
∂F ∂F
δY = δy + 0 δy 0 dx
x1 ∂y ∂y
Z x2
Ȳ = F (x, ȳ, ȳ 0 ) dx
x1
dȲ
δ Ȳ = Ȳ 0 δλ = δλ
dλ
é então a primeira variação de Ȳ em relação a λ.
dȲ
=0
dλ λ=0
Então:
8
x2 x2
∂F dȳ ∂F dȳ 0
Z Z
dȲ dF
= dx = + dx
dλ λ=0 x1 dλ λ=0 x1 ∂ ȳ dλ ∂ ȳ 0 dλ λ=0
dȳ
= η(x)
dλ
dȳ 0
= η 0 (x)
dλ
Z x2 Z x2
dȲ ∂F ∂F ∂F ∂F
= η + 0 η0 dx = η + 0 η0 dx
dλ λ=0 x1 ∂ ȳ ∂ ȳ λ=0 x1 ∂y ∂y
Z x2 x 2
dY ∂F d ∂F ∂F
= η− η dx + η
dλ λ=0 x1 ∂y dx ∂y 0 ∂y 0 x1
Z x2
dY ∂F d ∂F
= − η dx = 0 (1.4)
dλ λ=0 x1 ∂y dx ∂y 0
d2 Ȳ
dȲ 1
Ȳ = Y + λ + λ2 + ...
dλ λ=0 2! dλ2
9
Podemos ainda usar a notação variacional,
1 2
Ȳ = Y + δY + δ Y + ...
2!
dY 2 d2 Y
2
onde δY = λ dλ λ=0
e δ Y = λ dλ2 .
λ=0
Z x2 Z x2
∂F d ∂F ∂F d ∂F
δY = λ − η dx = − δy dx = 0
x1 ∂y dx ∂y 0 x1 ∂y dx ∂y 0
Observe que para que o funcional tenha um extremo deve ter mesmo sinal
para qualquer δy. Assim,
∂F d ∂F
− =0 (1.5)
∂y dx ∂y 0
∂F d ∂F
− =0
∂y dx ∂y 0
10
1.2.1 Método Aproximado de Rayleight-Ritz
Lembrando o cálculo variacional onde se procura uma função y(x) que dentre
todas as funções admissı́veis é a solução exata para minimizar um determi-
nado funcional, vamos agora supor que se queira encontrar a função v(x) que
minimiza o funcional:
Z x2
Y = f (x, y, y 0 ) dx (1.6)
x1
n
y(x) ∼
X
= v(x) = ai φi (x) (1.8)
i=1
As funções φi (x) são chamadas de funções de forma. Fica claro que sua
escolha é importante para uma boa aproximação da solução.
As funções de forma são linearmente independentes. O que as caracteriza
é que cada uma delas individualmente satisfaz as condições de contorno do
problema, ou seja:
∂Y ∂Y
δY = δa1 + ... + δan = 0 (1.10)
∂a1 ∂an
Que pode ser vista como o sistema homogêneo:
11
∂Y
=0
∂a1
.. (1.11)
.
∂Y
=0
∂an
Já que as variações δai são arbitrárias.
(i) v(x) deve ser contı́nua até uma ordem menor do que a maior derivada do
integrando;
Z x2 n
X
lim (y − ai φi )2 dx < λ
n→∞ xi i−1
(1) (1)
v (1) = a1 φ1
(n) (n)
v (n) = a1 φ1 + ... + a(n)
n φn
(n)
12
Então, a seguinte condição é verificada:
Y (1) ≥ Y 2) ≥ · · · ≥ Y (n)
Lv = f (1.13)
n
X
v̄ = ai φi ; i = 1, . . . , n (1.14)
i=1
= Lv̄ − f (1.15)
13
Z
(Lv̄ − f )φi dV = 0; i = 1, . . . , n (1.16)
V
14
Chapter 2
2.1 Introdução
• O método dos Elementos Finitos (MEF) é uma ferramenta para cálculo
aproximado da solução de equações diferenciais que governam diversos
problemas fı́sicos. Tem grande utilidade prática e permite a solução de
problemas que sem um método numérico não seriam solucionados.
15
as EDO’s com coeficientes constantes. Mesmo assim, quando um grande
número de variáveis dependentes estão envolvidas, encontramos dificul-
dades consideráveis.
• A Forma Forte nem sempre possui solução analı́tica, daı́ o uso de métodos
aproximados.
16
Dado: f : Ω̄ → R, as constantes g e h
d2 u
+f =0
dx2
u(1) = g (2.3)
du
− (0) = h
dx
ū(1) = g (2.4)
Z 1 2
dū
dx < ∞ (2.5)
0 dx
δ = {ū ∈ H 1 , ū(1) = g}
Ou,
17
Z 1 2
du
δ = {ū|ū(1) = g, dx < ∞} (2.6)
0 dx
n
u∼
X
= ū = ai Ni (2.7)
i=1
1
d2 ū
Z
wi +f dΩ = 0 (2.8)
0 dx2
Ou ainda
1 1
d2 ū
Z Z
wi dx + wi f dx = 0 (2.9)
0 dx2 0
ν = w|w ∈ H 1 , w(1) = 0
(2.10)
18
1 1 Z 1
d2 ū
Z
dū dū dw̄i
wi dx = wi − dx (2.11)
0 dx2 dx 0 0 dx dx
Z 1 Z 1
dū dw̄i
dx = wi f dx + wi (0)h (2.12)
0 dx dx 0
Dados: f : Ω̄ → R, constantes g, h
Z 1 Z 1
dū dw̄
dx = wf dx + w(0)h (2.13)
0 dx dx 0
Z 1
dū dw̄
a(w, u) = dx (2.14)
0 dx dx
Z 1
(w, f ) = wf dx (2.15)
0
19
a(w, u) = (w, f ) + w(0)h (2.16)
Observe que:
a(w, u) = a(u, w)
(w, f ) = (f, w)
Dados: f : Ω̄ → R, constantes g, h
δ h ⊂ δ; se uh ∈ δ h , então uh ∈ δ
ν h ⊂ ν; se uh ∈ ν h , então uh ∈ ν
No entanto, considere u1 e u2 ∈ δ → u1 + u2 ∈
/ δ, já que u1 (1) + u2 (1) =
g + g = 2g ∈
/ δ.
20
2.5 Formulação de Galerkin (G)
Observe que o método de Galerkin então é um método para obtenção de
soluções aproximadas baseado na formulação fraca do problema. Na verdade,
a escolha de espaços de aproximação de dimensão finita δ h e ν h não é atributo
do MEF mas do método de Galerkin quando este constroi uh do seguinte modo:
uh = v h + g h (2.17)
21
a(wh , v h ) = (wh , f ) + wh (0)h − a(wh , g h )
Assim, (G) é uma nova versão de (W), mas em termos de dimensão finita.
n
X
wh = CA NA = C1 N1 + · · · + Cn Nn (2.20)
A=1
g h = gNn+1 (2.21)
Assim, g h (1) = g.
22
n
X
h h h
u =v +g = dA NA + gNn+1 (2.22)
A=1
n n
! n
! " n
# n
!
X X X X X
a CA NA , dB NB = CA NA , f + CA NA (0) h−a CA NA , gNn+1
A=1 B=1 A=1 A=1 A=1
(2.23)
n
X
CA GA = 0 (2.24)
A=1
Onde,
n
X
GA = a(NA , NB )dB − (NA , f ) − NA (0)h + a(NA , Nn+1 )g (2.25)
B=1
Já que estamos usando as formas bilineares. Como os CA0 s são arbitrários,
cada GA , A = 1, . . . , n deve ser identicamente nulo, logo:
n
X
0= a(NA , NB )dB − (NA , f ) − NA (0)h + a(NA , Nn+1 )g (2.26)
B=1
23
Nosso problema agora consiste em um sistema com n equações e n incógnitas,
que na forma matricial fica:
n
X
KAB dB = FA ; A = 1, . . . , n (2.27)
B=1
Onde,
Ou ainda,
Kd = F (2.30)
Onde,
K11 . . . K1n
K = [KAB ] = ... .. .. (2.31)
. .
Kn1 . . . Knn
F
1
F = {FA } = .
. (2.32)
.
F
n
d1
d = {dB } = .
. (2.33)
.
d
n
24
Nestas matrizes, K é a chamada matriz de rigidez, F é o vetor de forças, e
d é o vetor deslocamentos. Observe que a forma matricial (M), abaixo, é equiv-
alente à formulação de Galerkin (G).
Kd = F
Observações:
• Se K possui inversa, então a solução do problema será: d = K −1 F .
Pn+1
• Podemos por conveniência escrever: uh = A−1 NA dA onde dn+1 = g.
25
em n subintervalos (que não se transpassam), de modo que para xA ’s pontos
nodais, temos o subintervalo tı́pico [xA , xA+1 ], onde xA < xA+1 ; A = 1, . . . .n.
Nosso elemento finito terá como domı́nio [xA , xA+1 ], com comprimento car-
acterı́stico hA = xA+1 − xA . Os pontos de interseção dos elementos da malha
são chamados nós.
26
Observações:
• Quanto menor for h, mais refinada é a malha. Ou ainda, quanto maior for
n, mais refinada é a malha.
n
X
v= aj Nj (2.34)
j=1
x−xA−1
NA (x) = hA−1
; xA−1 ≤ x ≤ xA
xA+1 −x
NA (x) = hA
; xA ≤ x ≤ xA+1
27
x2 −x
N1 (x) = h1
, x1 ≤ x ≤ x2
x−xn
Nn+1 (x) = hn
, xn ≤ x ≤ xn+1
1, se A = B
δAB =
0, se A 6= B
n
X
h
w = CA NA (2.36)
A=1
28
Podemos observar na Figura 2.3 que wh é contı́nua com trechos lineares
no interior de cada elemento e descontı́nua nos nós (Observe que wh , x será
constante por partes). A função wh assim definida é conhecida como função
degrau generalizada.
Observações:
Propriedades da Matriz K:
R1 dNi dNj
R1 dNj dNi
• K é simétrica. Observe que Kij = 0 dx dx
dx = 0 dx dx
dx = Kji .
29
• Observe que os elementos da diagonal principal de K são positivos e > 0:
R1 2
Kii = 0 dN
dx
i
dx > 0.
– C T KC ≥ 0, ∀ C ∈ <n
– dT Kd = 0 ⇒ d = 0, ∀ d ∈ <n
30
Chapter 3
Temos então que lidar com uma mudança de referência, o que implica em
31
mudança do sistema de coordenadas da descrição global para a local. Esse
”mapeamento” é feito através da transformação afim: ξ : [xA , xA+1 ] → [ξ1 , ξ2 ] tal
que:
ξ(xA ) = ξ1 = −1
ξ(xA+1 ) = ξ2 = 1
ξ(xA ) = c1 + c2 xA = −1
ξ(xA+1 ) = c1 + c2 xA+1 = 1
2x − xA − xA+1
ξ(x) = (3.1)
hA
onde hA = xA+1 − xA . Observe que chamamos de ξ(x) ao mapeamento e
de x ao ponto. De forma análoga temos:
hA ξ + xA + xA+1
x(ξ) = (3.2)
2
onde chamamos de x(ξ) ao mapeamento, e de ξ ao ponto.
1
Na (ξ) = (1 + ξa ξ), a = 1, 2 (3.3)
2
Assim,
32
2
X
e
x (ξ) = Na (ξ)xea (3.4)
a=1
nel
X nel
X
K= K e, F = Fe (3.5)
e=1 e=1
onde: K e = [KAB
e
] e F e = {FAe }, dados por:
Z
e e dNA dNB
KAB = a(NA , NB ) = dx (3.6)
Ωe dx dx
Z Z
dNA dNn+1
FAe e
= (NA , f ) +δe1 δA1 h−a(NA , Nn+1 ) g = e
NA f dx+δe1 δA1 h− dx g
Ωe Ωe dx dx
(3.7)
Note que NA (x1 ) = δA1 e que Ne (x1 ) = δe1 .
e
Observe que KAB = 0 quando:
• A 6= e
• A 6= e + 1
• B 6= e
• B 6= e + 1
E ainda, FAe = 0 quando A 6= e ou A 6= e + 1, o que decorre diretamente da
definição das funções de forma. Temos então, como esperado, muitos termos
e
nulos em KAB . Podemos observar na matriz esquemática abaixo o que ocorre
com o e-ézimo elemento, onde x’s indicam os termos diferentes de zero:
33
colunas
: e e+1
Ke =
x x
linha e
x x
linha e + 1
nXn
Fe = x linha e
x linha e + 1
nX1
k e = [kab
e
]2x2 (3.8)
Z
e e dNa dNb
kab = a(Na , Nb ) = dx (3.10)
Ωe dx dx
Z
fae = Na f dx + C̄ (3.11)
Ωe
• δa1 se e = 1
34
• 0 se e = 2, . . . , n − 1
e
• −ka2 g se e = nel
e, se a = 1
A = LM (e, a) =
e + 1, se a = 2
Operador Assembly:
K = Anel e
e=1 (k ) (3.12)
F = Anel e
e=1 (f ) (3.13)
e
Ke,e ← Ke,e + k11
e
Ke,e+1 ← Ke,e+1 + k12
35
e
Ke+1,e ← Ke+1,e + k21
e
Ke+1,e+1 ← Ke+1,e+1 + k22
Fe ← Fe + f1e
2. Montagem da matriz LM
3. Inicializar K = 0 e F = 0
10. Pare.
36
Troca de Variáveis:
Seja f : [x1 , x2 ] → < uma função integrável e seja x : [ξ1 , ξ2 ] → [x1 , x2 ] continu-
amente diferenciável, com x(ξ1 ) = x1 e x(ξ2 ) = x2 . Então:
R x2 R ξ2
x1
f (x) dx = ξ1
f (x(ξ)) dx(ξ)
dξ
dξ
dx(ξ)
onde dξ
é o Jacobiano da transformação.
Regra da Cadeia:
Seja f uma função diferenciável,
Cálculo de k e :
Primeiramente fazemos a troca de variáveis na integração:
R1 −1
e dNa (ξ) dNb (ξ) dx(ξ)
kab = −1 dξ dξ dξ
dξ
Observe que:
Então:
e
R1 (−1)a (−1)b 2 R1 (−1)a+b
kab = −1 2 2 he
dξ = −1 he
37
Logo,
(−1)2 1 (−1)3 −1
k11 = he
= he
, k21 = he
= he
,
(−1)3 4
k12 = he
= −1
he
, k22 = (−1)
he
= 1
he
,
1 1 −1
ke = he −1 1
P2
fh = a=1 fa Na , onde fa = f (x(ξa ))
R1
Na (ξ) f h (x(ξ)) dx(ξ)
R
fe = Ωe
f h (x) Na dx = −1 dξ
dξ + termos no contorno
he
R 1 P2 he
P2 R1
= 2 −1 b=1 fb Nb dξ = 2 b=1 −1
Na (ξ) Nb (ξ) dξ fb
1 (1 − ξ)2 (1 − ξ)(1 + ξ)
Na Nb = 4 (1 + ξ)(1 − ξ) (1 + ξ)2
Então:
R1 1
R1 1 2
−1 4
(1 − ξ)2 dξ = −1 4
(1 + ξ)2 dξ = 3
R1 1 1
−1 4
(1 + ξ)(1 − ξ)dξ = 3
e he 2/3 1/3
f = 2
fb
1/3 2/3
38
Chapter 4
O PVC Bi-dimensional
x1 x
x = {xi } = =
x2 y
n1 nx
n = {ni } = =
n2 ny
onde i = 1, . . . , nsd.
S T
Vamos considerar que τ admita a decomposição: τ = τg τh onde τh τg =
. Ou seja, juntos τh e τg compreendem
S todo o contorno e não há superposição
entre eles. Sendo assim, Ω̄ = Ω τ .
Para estabelecer as formulações de elementos finitos para o caso bi-dimensional,
vamos precisar de dois ingredientes básicos:
Teorema da Divergência:1
R R
Ω
f, i dΩ = τ
f ni dτ
1 ∂u ∂2u ∂2u ∂2u
Convenção: u, i = ∂xi e u, ii = ∂x21
+ ∂x22
+ ∂x23
.
39
Integração por Partes:
R R R
Ω
f, i g dΩ = − Ω
f g, i dΩ + τ
f g ni dτ
qi = −κij u, j
onde κij = κji são as condutividades térmicas, que para um meio ho-
mogêneo terão valor constante, enquanto que para um meio isotrópico serão
definidas como: κij = κ̄(x)δij , onde δij é a função delta de Kronecker. Note que
a matriz de condutividade κ = [κij ] é simétrica e positivo definida.
Formulação Forte:
qi, i = f em Ω
u = g em τg
−qi ni = h em τh
40
Espaço de Funções:
δ = {u ∈ H 1 |u = g em τg }
ν = {w ∈ H 1 |w = 0 em τg }
Formulação Fraca:
Ou ainda:
R
a(w, u) = Ω w,R i κij u, j dΩ
(w, f ) = RΩ w f dΩ
(w, h)τ = τh w h dτ
R
a(w, u) = Ω
(∇w)T κ ∇u dΩ
Formulação de Galerkin:
41
Encontre: uh = v h + g h ∈ δ h tal que ∀wh ∈ ν h
Discretização do Domı́nio:
Em relação às condições de contorno, considere os nós nos quais são pre-
scritas as condições de contorno de Dirichlet, uh = g. Vamos chama-los de
g-nós: ηg ⊂ η é o conjunto de g-nós. Seu complemento será: η − ηg , ou seja,
o conjunto dos nós para os quais queremos determinar uh . Assim, teremos
tantos elementos em η − ηg quanto equações a calcular. Logo, o número de
elementos do conjunto será neq, ou número de equações.
X
wh (x) = NA (x) cA (4.1)
A∈η−ηg
De forma semelhante,
X
v h (x) = NA (x) dA (4.2)
A∈η−ηg
2
Estudaremos mais adiante os elementos isoparamétricos.
42
X
g h (x) = NA (x) gA (4.3)
A∈ηg
X X
a(NA , NB )dB = (NA , f ) + (NA , h)τ − a(NA , NB )gB (4.4)
B∈η−ηg B∈ηg
Para A ∈ η − ηg .
P, se A ∈ η − ηg
ID(A) =
0, se A ∈ ηg
Forma Matricial:
Vamos estabelecer a forma matricial usando o arranjo ID na formulação de
Galerkin:
Kd=F
onde,
43
K = [KP Q ]
d = {dQ }
F = {FP }
Assim,
KP Q = a(NA , NB )
P
FP = (NA , f ) + (NA , h)τ − B∈ηg a(NA , NB ) gB
Pnel Pnel
K= e=1 K e, F = e=1 Fe
K e = [KPe Q ], F e = {FPe }
onde,
KPe Q = a(NA , NB )
No entanto, já sabemos que as matrizes podem ser calculadas com maior
eficiência pelo assembly de k e e f e , calculadas à nı́vel de elemento. Assim,
temos:
K = Anel e
e=1 k , F = Anel
e=1 f
e
k e = [kab
e
], f e = {fae }
44
onde 1 ≤ a, b, ≤ nen, número de nós do elemento.
e
kab = a(Na , Nb )
∂Na
Ba = ∂x
∂Na
∂y
e
R
Então: kab = a(Na , Nb ) = Ωe
BaT κ Bb dΩ.
Podemos também definir o arranjo que organiza os dados nodais dos ele-
mentos, IEN (Element Nodes Array), também chamado de arranjo de incidências
[6]. O arranjo relaciona a numeração local dos nós à sua numeração global.
IEN (a, e) = A
Assim,
0, se LM (e, a) 6= 0
gAe =
gA , se LM (e, a) = 0
Ver exemplo.
45
Chapter 5
Elementos Isoparamétricos:
A formulação isoparamétrica pode ser usada para produzir muitos tipos de ele-
mentos como: planos, sólidos, de casca, para mecânica da fratura, etc.
46
Em relação a completidade vamos analisar as funções de forma usadas nos
exemplos dos capı́tulos anteriores: uh = nen e
P
a=1 a da . Neste caso as funções de
N
forma serão completas se:
uh (x)e = c0 + c1 x + c2 y
onde c0 , c1 , c2 são constantes arbitrárias. No caso unidimensional, as funções
de forma são: N1 = 1/2(1 − ξ) e N2 = 1/2(1 + ξ). Neste caso,
P2 P2
dea = c0 + c1 xea → uh = a=1 Na dea = a=1 Na (c0 + c1 xea ) =
47
Podemos escrever.
1 1 1 ξ1
=
x x1 x2 ξ2
ξ1 1 x2 −1 1
=
ξ2 L −x1 1 x
Considere N1 = ξ1 e N2 = ξ2 .
Logo,
∂N1 ∂N2 −1 1
B= ∂x ∂x
= L L
−1
Z Z
e T −1 1
k = B D B dΩ = L [D] dΩ
1 L L
Ωe Ωe L
1 0
Para D = ,
0 1
e 1 1 −1
k = (5.1)
L −1 1
48
5.2 Elemento Triangular Linear:
Na construção do elemento triangular usaremos a ideia de coordenadas de
área. A Figura 5.2 tem área A = A1 + A2 + A3 , onde
A1 A2 A3
ξ1 = A
, ξ2 = A
, ξ3 = A
de modo que ξ1 + ξ2 + ξ3 = 1.
xP = ξ1 x1 + ξ2 x2 + ξ3 x3
yP = ξ1 y1 + ξ2 y2 + ξ3 y3
Ou ainda,
1 1 1 1 ξ1
x = x1 x2 x3 ξ2
y y1 y2 y3 ξ3
49
5.3 Elemento Quadrilátero Bilinear:
• Geometria:
• Interpolação:
4
X
x(ξ, η) = Na (ξ, η) xea (5.2)
a=1
4
X
y(ξ, η) = Na (ξ, η) yae (5.3)
a=1
N1 = 41 (1 − ξ)(1 − η)
N1 = 14 (1 + ξ)(1 − η)
50
Figure 5.4. Numeração Local dos Nós.
a ξa ηa
1 -1 -1
2 1 -1
3 1 1
4 -1 1
N1 = 14 (1 + ξ)(1 + η)
N1 = 14 (1 − ξ)(1 + η)
Ou ainda,
1
Na (ξ, η) = (1 + ξa ξ)(1 + ηa η) (5.4)
4
Assim, a solução aproximada será:
4
X
h
u (ξ) = Na (ξ) dea (5.5)
a=1
51
5.4 Integração Numérica:
Com vimos nas seções anteriores, na determinação das matrizes de elemento
precisamos calcular integrais. Seja f : Ωe ∈ <nsd → < vamos calcular:
R
Ωe
f (x) dΩ
• nsd = 1
R R1
Ωe
f (x) dΩ = −1
f (x(ξ)) x, ξ(ξ) dξ
• nsd = 2
R R1 R1
Ωe
f (x) dΩ = −1 −1
f (x(ξ, η), y(ξ, η)) J(ξ, η) dξ dη
• nsd = 3
R R1 R1 R1
Ωe
f (x) dΩ = −1 −1 −1
f (x(ξ, η, ζ), y(ξ, η, ζ), z(ξ, η, ζ)) J(ξ, η, ζ) dξ dη dζ
R1 R1
−1
... −1
g(ξ, . . . ) . . . dξ
Quadratura de Gauss
Para nsd = 1:
Z 1 nint
X nint
X
g(ξ) dξ = g(ξ¯l ) wl + R ' g(ξ¯l ) wl (5.6)
−1 l=1 l=1
52
onde nint é o número de pontos de integração, ξ¯l são as coordenadas dos
pontos de integração, e wl é o peso do l-ézimo ponto de integração.
ξ¯1 = 0
• nint = 1
w1 = 2
¯
ξ1 = √ −1
; ξ¯2 = √13
• nint = 2 3
w1 = w2 = 1
( q q
ξ¯1 = − 35 ; ξ¯2 = 0; ξ¯3 = 35
• nint = 3
w1 = w3 = 95 ; w2 = 98
Para nsd = 2 :
nint(2) (1)
Z 1 Z 1 X nint X (1) (2) (1) (2)
g(ξ, η) dξ dη ' g(ξ¯l(1) , η̄l(2) ) wl(1) wl(2) (5.7)
−1 −1
l(2) =1 l(1) =1
Ou ainda,
Z 1 Z 1 nint
X
g(ξ, η) dξ dη ' g(ξ¯l , η̄l ) wl (5.8)
−1 −1 l=1
Para o elemento quadrilátero bilinear (nint = 4), com o auxı́lio da Tabela 5.2
podemos calcular as coordenadas dos pontos de integração:
ξ¯1 = ξ¯3 = −1
√
3
, ξ¯2 = ξ¯4 = √1
3
−1 √1
η̄1 = η̄2 = √
3
, η̄3 = η̄4 = 3
w1 = w2 = w3 = w4 = 1
53
l l(1) l(2)
1 1 1
2 2 1
3 1 2
4 2 2
Seminários:
54
Chapter 6
Convergência
Nossas soluções via MEF possuem erros numéricos devido a vários fatores [3],
por exemplo, o tipo, formato dos elementos finitos escolhidos em um grande
leque de possibilidades tem algumas escolhas melhores do que outras. Além
disso, sabemos que por melhor que seja nosso tratamento via MEF ou qualquer
outro método haverão erros presentes em nossas soluções já que nossos com-
putadores representam os números com um numero finito de digitos. Mesmo
se assumirmos que nosso programa é apropriado para a tarefa e função, que
ele é livre de erros de implementação e que a escolha dos elementos e de suas
ordens de quadratura são adequadas, nossas soluções exigem exame e bom
senso em sua avaliação. por isso informações como a convergência ganham
um papel importante na garantia de fazer o melhor possı́vel, com segurança.
du ∆2 x d2 u ∆p x dp u
u(∆x) = u|x=0 + ∆x |x=0 + |x=0 + · · · + |x=0 + . . . (6.1)
dx 2! dx2 p! dxp
uh → e ≈ O(hp+1 )
duh
dx
→ e ≈ O(hp )
55
d2 uh
dx2
→ e ≈ O(hp−1 )
dn uh
dxn
→ e ≈ O(hp+1−n )
p+1−n≥1
Ou ainda: p ≥ n
Condição de Completidade
A solução aproximada uh (x) deve ser representada por polinômios completos
de grau n. Em outras palavras, as funções usadas na aproximação devem ser
polinômios de grau n.
Condição de Compatibilidade
As derivadas da aproximação de ordem n − 1 devem ser contı́nuas nas inter-
faces dos elementos, ou seja C n−1 .
R1 duh dwh
0 dx dx
dx < ∞
Observe que nas aproximações do MEF dos exemplos aqui tratados us-
amos funções de forma contı́nuas por partes. Essas funções são de quadrado
integrável. Observe também que se a ordem da mais alta derivada da formulação
é n, então as derivadas de ordem n − 1 devem ser contı́nuas nas interfaces dos
elementos.
56
Figura6.jpg
57
Chapter 7
Soluções de Problemas
Parabólicos
58
A forte de calor volumétrica f é agora definida como : f : Ω × ]0, T [→ <,
onde f (x, t); x ∈ Ω e t ∈ ]0, T [, intervalo de tempo com T > 0.
Observe que para que o problema seja bem posto é necessário definir uma
condição inicial de temperatura: u0 : Ω → <.
59
(wh , ρ c v̇ h ) + a(wh , v h ) = (wh , f ) + (wh , h)τ − (wh , ρ c ġ h ) − a(wh , g h ) (7.5)
X
v h (x, t) = NA (x) dA (t) (7.6)
A∈η−ηg
X
g h (x, t) = NA (x) gA (t) (7.7)
A∈ηg
M d˙ + Kd = F ; t ∈]0, T [ (7.8)
d(0) = d0
60
onde,
M = Anel
e=1 m
e
Para: me = [meab ]
R
meab = Ωe
Na ρ c Nb dΩ
K = Anel
e=1 k
e
Para: k e = [kab
e
]
e
R
kab = Ωe
BaT D Bb dΩ
Para: f e = {fae }
R R Pnen
fae = Ωe
Na f dΩ + τh
Na h dτ − e
b=1 (kab gbe + meab ġbe )
Sendo que:
d0 = M −1 Anel be
e=1 d
61
Algoritmo dos Métodos Trapezoidais Generalizados
M vn+1 + Kdn+1 = Fn+1
dn+1 = dn + ∆t vn+α
α = 1 → Diferenças atrasadas.
Forma v:
- Dado d0 , determinamos v0 : M v0 = F0 − Kd0
62
K d¯n+1 = Anel e ¯e
e=1 k dn+1
onde den+1 contém zeros nas posições que correspondem aos valores pre-
scritos de temperatura.
Forma d:
..
.
Para análise do método ver Hughes, página 462 [6], onde verifica-se que o
método é convergente, ou seja o algoritmo é estável e consistente, com pre-
cisão de 2a ordem, sendo assim adequado para o tratamento de problemas
de condução de calor. No entanto apresenta algumas desvantagens como a
necessidade de armazenagem de grande quantidade de dados, por exemplo.
Existem métodos que melhoram a solução e evitam certas desvantagens. Veja
por exemplo, o método EBE (Element-by-Element implicit method.)
63
Chapter 8
Soluções de Problemas
Hiperbólicos e Elı́pticos
64
Bibliography
[1] Assan, A. E., Método dos Elementos Finitos. 1a ed., UNICAMP, 2010.
[2] Cecka, C., Lew, A. Darve, E., Introduction to Assembly of Finite Element
Methods on Graphics Processors. WCCM/APCOM 2010 (Consulta On line
21/11/12 - 16:00h ).
[3] Cook, R.D., Malkus, D.S., Plesha, M.E.Concepts and Applications of Finite
Element Analysis. John Wiley & Sons, 3rd. Edition, 1989.
[6] Hughes, T. J. R.The Finite Element Method. 1st. ed., Prentice-Hall, 1987.
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CRC Press, 2000.
[9] Las Casas, E. B.,Notas sobre o Método dos Elementos Finitos. UFMG
(Consulta online 08/11/12- 10:00h).
65