Vol CRC
Vol CRC
Vol CRC
VOLEIBOL
Caderno de Referência de Conteúdo
Batatais
Claretiano
2013
© Ação Educacional Claretiana, 2010 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
796.325 M26v
Maranhão, Fabiano
Voleibol / Fabiano Maranhão, Robson Amaral da Silva – Batatais, SP :
Claretiano, 2013.
200 p.
ISBN: 978-85-67425-38-2
CDD 796.325
Preparação Revisão
Aline de Fátima Guedes Cecília Beatriz Alves Teixeira
Camila Maria Nardi Matos Felipe Aleixo
Carolina de Andrade Baviera Filipi Andrade de Deus Silveira
Cátia Aparecida Ribeiro Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Dandara Louise Vieira Matavelli Rodrigo Ferreira Daverni
Elaine Aparecida de Lima Moraes Sônia Galindo Melo
Josiane Marchiori Martins
Talita Cristina Bartolomeu
Lidiane Maria Magalini
Vanessa Vergani Machado
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza Projeto gráfico, diagramação e capa
Patrícia Alves Veronez Montera Eduardo de Oliveira Azevedo
Rita Cristina Bartolomeu Joice Cristina Micai
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Simone Rodrigues de Oliveira Luis Antônio Guimarães Toloi
Raphael Fantacini de Oliveira
Bibliotecária Tamires Botta Murakami de Souza
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11 Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Unidade 4 – VOLEIBOL
1 OBJETIVOS .......................................................................................................... 155
2 CONTEÚDOS ....................................................................................................... 155
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE .................................................... 156
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE................................................................................... 156
5 O UNIVERSO DO VOLEIBOL................................................................................. 158
6 FUNDAMENTOS DO VOLEIBOL............................................................................ 164
7 RELAÇÃO TEORIA E PRÁTICA NO PROCESSO DE ENSINO E DE
APRENDIZAGEM DO VOLEIBOL NA ESCOLA........................................................ 173
8 ASPECTOS TÉCNICOS E TÁTICOS LIGADOS AO DESENVOLVIMENTO DA
MODALIDADE VOLEIBOL..................................................................................... 176
9 SUGESTÕES DE ATIVIDADES................................................................................ 180
10 ARBITRAGEM...................................................................................................... 187
11 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS............................................................................. 194
12 CONSIDERAÇÕES ................................................................................................ 195
13 E-REFERÊNCIAS .................................................................................................. 196
14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................... 198
Caderno de
Referência de
Conteúdo
CRC
Ementa––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Voleibol: perspectivas na Educação Física escolar. Diálogos entre esporte e Edu-
cação Física escolar. Perspectivas do ensino do Voleibol na escola. Aspectos
históricos e sociais do Voleibol. Aspectos técnicos e táticos do Voleibol. Voleibol
em diferentes grupos e contextos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO
Prezados educandos! Neste Caderno de Referência de Con-
teúdo, você encontrará as unidades básicas que o ajudarão a com-
preender, de maneira crítica, reflexiva e propositiva, os aspectos
educacionais, sociais e históricos relacionados ao Voleibol no con-
texto escolar.
Este estudo fornecerá subsídios para a sua atuação como
educador inserido no contexto escolar e preocupado com uma
formação crítico-reflexiva dos educandos com os quais estará em
contato. Dessa forma, vamos, juntos, compreender o voleibol e
dialogar sobre ele como um dos conteúdos relacionados aos es-
8 © Voleibol
Abordagem Geral
Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais
deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de
aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. No entan-
sua cabeça uma série de erros mais comuns que ocorrem durante
a execução desse movimento, dentro desses padrões estabeleci-
dos. O sucesso ou o fracasso de um aluno estará ligado a sua capa-
cidade, ou melhor, a sua habilidade de reproduzir esse movimento
esperado pelo professor.
Caso existam inúmeros erros de execução, existem os exercí-
cios educativos que visam corrigir tais falhas e desenvolver, ainda
mais, o caráter técnico do toque, exemplo por nós privilegiado.
Dando prosseguimento ao seu trabalho, o professor realiza o que
chamamos de "sequência pedagógica" que seria um ordenamento
lógico para que ele possa desenvolver os fundamentos de maneira
a contemplar todos, de modo que o aluno possa praticá-los du-
rante as aulas. Exercícios que, segundo essa perspectiva, vão do
simples para o complexo, sempre! Posteriormente, são apresenta-
dos os posicionamentos, o rodízio, e, por fim, as regras. Agora sim,
os estudantes estão aptos para iniciar o jogo e colocar em prática
tudo que aprenderam durante as aulas. Agora, podemos afirmar
que eles conhecem o Voleibol.
Esse é um exemplo que reflete, em muitos casos, como o Vo-
leibol é desenvolvido nas escolas. Os alunos inaptos ficam desmo-
tivados e não participam das aulas, e o "selecionamento natural"
de muito tempo em nossa área, mais uma vez, é reproduzido. Tal
quadro se torna preocupante se partirmos do pressuposto de que
todos os alunos têm o direito de se apropriarem desse conteúdo
da cultura corporal, desse patrimônio da humanidade, indepen-
dente do seu nível de habilidade para esta ou aquela modalidade.
As bases para a reprodução viciosa desse quadro nas aulas
de Educação Física escolar se encontram no período em que a nos-
sa área primava pelo desenvolvimento da aptidão física, e ainda o
fazemos, quando passamos a valorizar, de forma exacerbada, o es-
porte no seio de nossa sociedade; tempos que remontam à década
de 1970, quando astuciosamente os militares elegeram o esporte
como uma ferramenta interessante para reprodução do ideal de
sociedade pregada por eles. A possibilidade de virarmos uma po-
© Caderno de Referência de Conteúdo 15
tência nos esportes era vista com "bons olhos", e a Educação Física
escolar tinha um papel de destaque ao se configurar em base que
forjaria os futuros atletas. Os objetivos desse componente curri-
cular que, até então, não era visto com este caráter, mas como
uma "atividade que por seus meios, processos e técnicas desperta,
desenvolve e aprimora forças físicas, morais, cívicas, psíquicas e
sociais do educando [...]", segundo a Lei de Diretrizes e Bases de
1971, estavam submetidos aos do esporte de alto rendimento.
Além desse objetivo, este período foi marcado por ações
opressivas e violentas contra aqueles que se opunham ao regime e
deveriam ser mascaradas estas formas de atrocidades. O esporte
foi um conteúdo prático e ideológico que contribuiu de maneira
salutar para o intento militar. Utilizemos o exemplo da conquista
brasileira da Copa do Mundo de Futebol no ano de 1970 no Méxi-
co, período em que o nosso país estava "mergulhado" no regime
militar. Ocasião perfeita para que uma propaganda positiva fosse
realizada e mostrasse para o mundo que o Brasil era um país que
dava certo, e que tudo que falavam a respeito do regime era coisa
de subversivo comunista.
Não obstante a esse cenário sociopolítico, os cursos de for-
mação de professores de Educação Física preparavam docentes
que trabalhariam nas escolas seguindo essa vertente tecnicista. Os
currículos das instituições eram "recheados" de disciplinas de ca-
ráter técnico e que enquadravam na área das Ciências Naturais (Fi-
siologia, Biologia, Treinamento Desportivo, só para citar algumas).
Com isso, a atuação do professor formado nessa perspectiva mais
se parecia a de um técnico esportivo do que um mediador que
proporciona a autonomia e criticidade de seus alunos.
Tal quadro permaneceu sem questionamentos mais radicais
(no sentido de ir à raiz) durante alguns anos quando no contexto
das décadas de 1980 e 1990 a Educação Física passa a construir
alternativas de intervenções pedagógicas. O período é marcado
por uma extrema fertilidade da produção de conhecimento aca-
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rá-
pida e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um
bom domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de
conhecimento dos temas tratados neste Caderno de Referência de
Conteúdo Voleibol. Veja, a seguir, a definição dos principais con-
ceitos:
1) Contradição: considerado um dos princípios da dialéti-
ca, a contradição indica que em uma mesma realidade
estruturada coexistem elementos opostos tendendo à
unidade e à oposição (GADOTTI, 2006), ou seja, um ele-
mento não pode existir sem o outro. Como exemplo po-
demos pensar a competição e a cooperação no âmbito
da Educação Física Escolar.
2) Cultura corporal (de movimento): será aqui entendida
como "aquela parcela da cultura geral que abrange as
formas culturais que se vêm historicamente construin-
do, nos planos material e simbólico, mediante o exercí-
cio da motricidade humana - jogo, esporte, ginásticas e
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem
ser de múltipla escolha ou abertas com respostas objetivas ou dis-
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Leia os livros da bibliografia indicada para que você amplie
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discuta
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas.
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas,
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
© Caderno de Referência de Conteúdo 27
1
1. OBJETIVOS
• Contextualizar o estudo do Voleibol com a Educação Físi-
ca escolar.
• Conhecer e apresentar breve histórico acerca do Voleibol,
sua origem e evolução histórica.
• Compreender as possibilidades do Voleibol para diferen-
tes grupos e em diferentes contextos.
2. CONTEÚDOS
• Breve contextualização histórica acerca da modalidade
Voleibol.
• Evolução da modalidade Voleibol.
• Voleibol para diferentes grupos.
• Voleibol adaptado para deficientes físicos.
30 © Voleibol
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Para o início da abordagem do Voleibol é indispensável uma
breve introdução ao estudo da modalidade Voleibol apresentando
sua origem e evolução.
Nesta unidade você terá a oportunidade de (re)conhecer o
contexto histórico em que a modalidade foi criada e a influência da
sociedade na maneira de se jogar o Voleibol.
Está preparado? Então, vamos lá!
© U1 – Introdução ao Estudo do Voleibol 31
O nascimento do jogo
Antes de datar o nascimento do jogo Voleibol e dizer o nome
do "pai" desse esporte, vamos mostrar como e em que condi-
ções essa modalidade foi criada. Para tanto, iniciaremos nossa
retrospectiva histórica na Inglaterra, no final do século 18. Antes
da denominada Revolução Industrial, o modo de produção era a
manufatura, mas, com o advento das máquinas, os trabalhadores
passaram a não deter mais o processo de trabalho em sua comple-
tude, somente observavam e controlavam a produção. Dessa ma-
neira, a produção aumentava na mesma velocidade que o tempo
necessário para produzir uma mercadoria, reduzindo o valor tanto
da mercadoria como da força de trabalho (MATTHLESEN, 1994).
De acordo com Matthlesen (1994),
Nesta época, as condições de vida, eram, portanto, as piores pos-
síveis, pois, as jornadas de trabalho muito longas tornavam qua-
se inexistente o tempo livre dos trabalhadores; os baixos salários
contribuíam, entre outras coisas, para a má qualidade de vida: má
alimentação, habitação e vestuário. Por outro lado, a situação dos
"homens de negócio" era bem diferente, pois, a estes era dado
tanto o tempo como as condições necessárias para desfrutá-lo. É
dessa forma que as atividades físicas desenvolvidas na Inglaterra,
nesta época, estiveram ligadas, conforme lembra Ghiraldelli (1990),
"a necessidades da burguesia de construir espaços de convivência
próprios, de modo a diferenciar seu comportamento social daque-
les ligados à vida operária". Com isso a burguesia formava seus
próprios espaços nos quais desfrutavam de seu tempo livre, acom-
panhados de seus familiares e outros de sua mesma classe social
(p. 195).
© U1 – Introdução ao Estudo do Voleibol 33
6. VOLEIBOL NO BRASIL
Existem diferentes versões sobre a introdução do Voleibol no
Brasil. Landulfo (s.d.), citado por Matthlesen (1994), afirma que a
primeira partida de Voleibol ocorreu em 1915, no Colégio Marista
© U1 – Introdução ao Estudo do Voleibol 37
7. EVOLUÇÃO DO VOLEIBOL
Com o início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), os
soldados americanos começaram a difundir o Voleibol junto aos
soldados de outros países.
Fundamentado nessa "globalização", o esporte começou a
primar pela performance, pois, com o aparecimento das represen-
tações nacionais, seria inevitável o surgimento das disputas entre
as mesmas.
Em 1947 surge a FIVB (Federação Internacional de Voleibol
– traduzido para o português), com sede em Paris e, tendo como
presidente, o francês Paul Libaud. Já em 1949, acontece o primeiro
campeonato na hoje extinta Tchecoslováquia. Nesse mesmo ano,
as regras europeia e americana são unificadas.
Em 1957, o Voleibol é reconhecido como desporto olímpico,
tendo a primeira disputa por medalhas em 1964 nos Jogos Olím-
picos de Tóquio.
Nos anos que se seguem foram ocorrendo pequenas mu-
danças nas regras visando proporcionar um maior dinamismo ao
jogo e, com isso, a modalidade foi se transformando e perdendo os
propósitos para os quais fora inicialmente criada, ou seja, ser uma
atividade de lazer.
O Voleibol, desde sua criação, vem sofrendo adaptações e
ajustes de modo que a modalidade ficasse mais interessante para
o grupo praticante. No entanto, com as conquistas da chamada
"Geração de Prata" nos anos 1980, o Voleibol começa a ser visto
como um ótimo meio de comercialização de produtos esportivos.
Tal fenômeno acaba influenciando a compreensão e aplicação da
modalidade. Nesse sentido, a FIVB vê-se com a obrigação de alte-
rar algumas regras para a melhoria do Voleibol como espetáculo,
já que a alta performance alcançada pelas equipes vinha tornando
enfadonhas as competições (VIEIRA; FREITAS; 2007).
© U1 – Introdução ao Estudo do Voleibol 39
Vôlei de praia
Além das modalidades existentes para pessoas com necessi-
dades especiais, seja por limitação física ou técnica, seja para ido-
sos, temos, também, dentro de outros contextos, a modalidade
vôlei de areia ou de praia.
Os fundamentos básicos do vôlei de praia são os mesmos
utilizados no voleibol indoor. Isso faz com que a maioria das ativi-
dades propostas para a modalidade desenvolvida na quadra possa
também ser empregada na areia.
Entretanto, algumas características necessitam de atenção
para o melhor aperfeiçoamento e preparação no vôlei de praia.
© U1 – Introdução ao Estudo do Voleibol 53
Equipamentos e instalações
Dimensões
A quadra de jogo é um retângulo medindo 16m x 8m, cir-
cundado por uma zona livre com no mínimo 3 m de distância das
linhas da quadra e também, mínimo de 7 m de altura medidos a
partir da superfície da quadra livre de qualquer obstáculo.
Superfície de jogo
O terreno deve ser de areia plana, horizontal, uniforme e
livre de qualquer objeto que possa causar perigo aos jogadores
como pedras, conchas, etc.
Para as competições mundiais da FIVB, a areia deve ter no
mínimo 40 cm de profundidade e ser composta de grãos finos e
compactos.
A superfície de jogo não deve apresentar nenhum perigo de
contusão aos jogadores.
Linhas da quadra
Duas linhas laterais e duas linhas de fundo marcam a quadra
de jogo.
Todas as linhas estão inseridas nas dimensões da quadra de
jogo e não existe linha central. Todas elas devem apresentar entre
5 a 8 cm de largura e as linhas devem ter cor contrastante com a
areia.
Trocas autorizadas
Se as duas equipes chegam à quadra com uniformes da mes-
ma cor, um sorteio será realizado para determinar qual equipe irá
trocar o uniforme.
O primeiro árbitro pode autorizar um ou mais jogadores:
a) Jogar de meias ou calçados.
b) Trocar o uniforme molhado entre os sets desde que ele
também siga as especificações e regulamentação da
FIVB: quando solicitado por um jogador, o primeiro árbi-
tro pode autorizar a jogar com uma camisa por baixo do
uniforme ou até com calças especiais.
Direitos e responsabilidades
Ambos os jogadores/participantes devem conhecer as Re-
gras Oficiais do Vôlei de Praia.
Os participantes devem aceitar as decisões dos árbitros res-
peitosamente, sem discussão. Em caso de dúvida, um esclareci-
mento poderá ser requerido.
Os participantes devem evitar ações ou atitudes que tentem
influenciar as decisões dos árbitros ou encobrir faltas cometidas
por sua equipe.
Os participantes devem evitar atitudes que retardem o jogo.
A comunicação entre os membros da equipe é permitida:
Durante o jogo, ambos os jogadores estão autorizados a con-
versar com os árbitros quando a bola está fora de jogo nos três
casos seguintes:
1) Solicitar explicação sobre a aplicação ou interpretação
da regra. Caso a explicação não satisfaça ao jogador, ele,
imediatamente, pode indicar o desejo de iniciar o Proto-
colo de Protesto.
2) Solicitar autorização para:
• Trocar uniforme ou equipamento.
Minivoleibol
Desde que o minivoleibol (MVB) foi criado, no início dos anos
de 1970, Mahlo (ex RDA) apontava importantes deficiências no en-
sino de práticas esportivas. Para reparar estas faltas constatadas
ele defendia métodos científicos a serem utilizados. A formação
lúdica e os pequenos jogos, como meio de educação relativamen-
te simples, poderiam auxiliar o ensino esportivo.
Criava-se assim a ideia de um método que poderia, na maior
parte de suas ações, utilizar os pequenos jogos como fator de
motivação, facilitando a aprendizagem, e por meio dos quais as
crianças aproveitariam experiências anteriores como base para a
aquisição de novas habilidades.
No ano de 1975, a FIBV realizou um Congresso na Suécia,
com a participação de especialistas de diversos países e, tomando
como referência as experiências realizadas, resolveu criar um mé-
todo para a iniciação denominado minivoleibol.
Uma das justificativas para o ensino e aprendizagem do mi-
nivoleibol consiste no fato de o mesmo ser um método simples e
adaptado às capacidades e às necessidades das crianças de oito a
14 anos, para a aprendizagem do voleibol.
A principal questão, ao se tratar de iniciação, é a conquista
da afeição do praticante à modalidade Voleibol, pois o Voleibol,
se comparado a outras práticas esportivas, possui alguns pontos
negativos.
A rapidez de execução dos gestos técnicos aliada à impossi-
bilidade de manter a bola alguns segundos em seu poder, como
acontece em outras modalidades esportivas (por exemplo, o Bas-
quetebol, Handebol, dentre outras), pode dificultar o aprendizado
das ações do jogo.
O praticante, na iniciação, está em fase de construção das
capacidades, portanto algumas noções básicas, como domínio
do espaço e domínio do tempo, não estão bem definidas ainda,
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
Vamos verificar como as informações contidas nesta unida-
de estão sendo assimiladas por meio de uma autoavaliação. Não
entenda este instrumento como algo meramente formal, é apenas
uma oportunidade de relembrarmos o conteúdo que foi desenvol-
vido até então e refletirmos criticamente sobre ele.
Tente responder para si mesmo as seguintes perguntas:
1) Como e onde nasceu a modalidade Voleibol?
3) Quais as principais diferenças entre vôlei adaptado para idosos e vôlei adap-
tado para deficientes físicos?
© U1 – Introdução ao Estudo do Voleibol 67
5) O vôlei adaptado para idosos pode ser praticado por e/ou com outros gru-
pos? Por quê?
6) O vôlei adaptado para deficientes físicos pode ser praticado por e/ou com
outros grupos? Por quê?
10. CONSIDERAÇÕES
Consideramos que a escola e o professor de Educação Física
como parte da mesma, deverão agir no sentido de desenvolver
uma Educação Física que possibilite ao estudante um contato com
a modalidade Voleibol de uma maneira integral e desmitificada,
auxiliando para que os alunos tenham subsídios para analisarem
criticamente o fenômeno esportivo dentro de um contexto social.
Nesta unidade, apresentamos alguns exemplos das diversas
possibilidades de manifestação do voleibol que podem ser desen-
volvidas também na escola, haja vista que em algumas instituições
11. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 – Associação Cristã de Moços (ACM - 1895). Disponível em: http://nipobrasileiro.
wordpress.com/2008/11/page/2/>. Acesso em: 21 out. 2010.
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org/wiki/Voleibol>. Acesso em: 21 out. 2010.
Figura 3 – Jogo de Voleibol na A.C.M. Disponível em: <http://efebism.blogale spot.com/
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efd125/o-voleibol-sentado-um-reflexao-bibliografica-e-historica.htm> Acesso em: 21
out. 2010.
Sites pesquisados
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<http://www.cpb.org.br/area-tecnica/modalidades/volei-paraolimpico> Acesso em: 31
jul. 2010.
© U1 – Introdução ao Estudo do Voleibol 69
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história, avanços e retrocessos em relação aos princípios da integração/inclusão e
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2010.
GIOIA, Fernanda Menegassi; SILVA, Paula Ferreira Rodrigues da; PEREIRA, Erik Giuseppe
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LOPES, Marize Amorim; BENEDETTI, Tânia Rosane Bertoldo. Vôlei adaptado como forma
de inclusão dos idosos ao esporte. Santa Catarina. 2006. Disponível em: <http://www2.
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MAZO, Giovana Zarpellon; LOPES, Marize Amorim; BENEDETTI, Tânia Bertoldo. Atividade
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RIBEIRO, Sônia Maria. O esporte adaptado e a inclusão de alunas com deficiência nas
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Ciências Humanas, Universidade Metodista de Piracicaba, 2009. Disponível em: <http://
www.unimep.br/phpg/bibdig/pdfs/2006/INAYIPCIURCT.pdf>. Acesso em: 31 jul. 2010.
WIKIPÉDIA. Voleibol. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Voleibol>. Acesso
em: 21 out. 2010.
12. REFERÊNCIAS
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atualidade. 1997. 140f. Tese (Doutorado em Educação Física) – Universidade Estadual de
Campinas, Campinas.
BETTI, Mauro. Educação física e sociedade: a educação física na escola brasileira. 2. ed.
ver. ampl. São Paulo: Hucitec, 2009.
BROTTO, Fábio Otuzzi. Jogos cooperativos: o jogo e o esporte como exercício de
convivência. 3. Ed. Santos: Projeto Cooperação, 2006.
CARMO, Apolônio Abadio do. Inclusão escolar e a educação física: que movimentos são
estes? Revista Integração, Brasília, ano 14, p. 6-13, 2002.
CLEMENTE, José Antonio Julián. Propuesta práctica para el desarrollo del voleibol como
deporte escolar. Madrid: Gymnos, 2004.
CRUZ, Gilmar de Carvalho. Classe especial e regular no contexto da educação física:
segregar ou integrar? 1996. 80 f. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade
Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
DARIDO, Suraya Cristina; SOUZA JÚNIOR, Osmar Moreira de. Para ensinar educação
física: possibilidades de intervenção na escola. Campinas: Papirus, 2007.
DARIDO, Suraya Cristina; RANGEL, Irene Conceição A. (Coords.). Educação Física na
escola: implicações para a prática pedagógica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
FREITAS, Patrícia Silvestre de; CIDADE, Ruth Eugenia. Noções sobre educação física e
esporte para pessoas portadoras de deficiência: uma abordagem para professores de 1º
e 2º graus. Uberlândia: Breda, 1997.
MANTOAN, Maria Tereza E. et al. A integração de pessoas com deficiência: contribuições
para uma reflexão sobre o tema. São Paulo: Memnon, 1997.
MATTHIESEN, Sara Quenzer. Um estudo sobre o Voleibol: em busca de elementos para
sua compreensão. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Santa Maria, v. 15, n. 2,
p.194-199, 1994.
SCARPATO, Márcia (Org.). Educação Física: como planejar as aulas na educação básica.
São Paulo: Avercamp, 2007.
EAD
Esporte e Educação
Física Escolar:
Diálogos
2
1. OBJETIVOS
• Conhecer as origens do esporte moderno em nossa so-
ciedade.
• Distinguir os esportes tendo como referência aspectos
como conceitos, características e classificação.
• Compreender criticamente as interfaces estabelecidas
entre Educação Física Escolar e esporte.
• Analisar o estabelecimento de relações entre Educação
Física Escolar e esporte ao longo do período histórico em
nosso país.
2. CONTEÚDOS
• As origens do esporte moderno.
• Esporte: conceitos, características e classificação.
• Relações entre esporte e Educação Física escolar.
72 © Voleibol
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Não dá para negar que o esporte, frequentemente, figura
entre os conteúdos privilegiados pela Educação Física na escola.
Basta nos lembrarmos de nossas experiências, ainda crianças,
quando frequentávamos a instituição escolar, como participantes
ativos das diversas modalidades esportivas, ainda que isso seja
discutível. Tal observação se faz necessária, pois sabemos que
em muitas realidades escolares nem todas as modalidades es-
portivas são contempladas durante as aulas de Educação Física.
Em diversas situações, o futebol ainda predomina como conteúdo
privilegiado nas aulas, e, muitas vezes, praticado pelos meninos,
ainda que observemos meninas também inseridas nessa prática,
integrantes das equipes representativas da escola, ou ainda como
© U2 – Esporte e Educação Física Escolar: Diálogos 73
Outra definição:
[...] para quem o esporte é uma atividade realizada na forma de
jogo (no sentido de que não há a certeza absoluta antecipada do
seu resultado) em que duas ou mais pessoas confrontam deter-
minadas habilidades motoras específicas, em condições e limites
espaço-temporais preestabelecidos, competindo segundo regu-
lamentos, normas e procedimentos reconhecidos, registrados e
controlados publicamente (KOLYNIAK FILHO (1997) apud GALVÃO;
RODRIGUES; MOTA E SILVA, 2005, p. 179).
9. QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS
A seguir, trazemos algumas questões autoavaliativas para
que você possa consolidar, ainda mais, os conhecimentos constru-
ídos nesta unidade.
1) Como vimos durante o estudo desta unidade, o esporte moderno apresenta
algumas características diferenciadoras das práticas corporais tradicionais
de tempos passados. Apresente tais características, tecendo um breve co-
mentário em relação a cada uma delas.
10. CONSIDERAÇÕES
De acordo com o que pudemos estudar nesta unidade, evi-
dencia-se o esporte como um forte integrante cultural de nossa so-
ciedade e, a partir do momento da sua inserção na escola, sempre
teve influência na Educação Física, sendo inúmeras vezes pratica-
mente o único conteúdo ministrado nesse componente curricular.
Os profissionais que se formam possuem o perfil de técnicos das
diversas modalidades, ainda que atuando no contexto escolar. Vi-
mos, também, que essa relação não foi edificada repentinamente,
pois atendeu a anseios de grupos dirigentes de nossa sociedade no
intuito de reforçar a ideologia dominante.
Com a mudança no cenário político de nossa sociedade a
partir da década de 1980, o meio acadêmico da Educação Física é
marcado pelo questionamento e pela reflexão sobre o papel deste
campo na formação dos indivíduos. Na esteira de tais transforma-
ções, passa a ser debatido, também, o papel do esporte dentro da
escola.
Não compartilhamos da ideia do esporte contemplar todas
as necessidades da Educação Física Escolar, mas também discorda-
mos da perspectiva que defende que o mesmo deva ser trabalha-
do como um fim em si mesmo ou abandonado em prol de outros
conteúdos.
Em nosso entendimento, o esporte deve, sim, estar presente
na escola, essencialmente no componente de Educação Física (o
que não quer dizer que deva ser desconsiderado por outros com-
ponentes curriculares), pois é um conhecimento próprio dessa
área. Entretanto, devemos fazer dele um elemento imprescindível
na formação dos alunos, em uma perspectiva crítica que lhes pro-
picie uma inserção autônoma em nossa sociedade.
11. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras
Figura 1 – Modelo piramidal. In: BETTI, Mauro. Educação Física e sociedade. São Paulo:
Editora Movimento, 1991.
Figura 2 – Perspectiva da formação dos professores de Educação Física. In: CASTELLANI
FILHO, Lino. Educação física no Brasil: a história que não se conta. Campinas: Papirus,
1988.
Figura 3 - Influência do pensamento marxista no campo da Educação Física (Escolar).
In: TAFFAREL, Celi Nelza Zulke. Currículo, formação profissional na educação física &
esportes e campos de trabalho em expansão: antagonismos e contradições da prática
social. Movimento, Porto Alegre, v.4, n.7, p.43-51, 1997.
Sites pesquisados
BRACHT, Valter. A constituição das teorias pedagógicas da Educação Física. Caderno
Cedes. Campinas, v. 19, n. 48, p. 69-89, 1999. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
ccedes/v19n48/v1948a05.pdf>. Acesso em: 21 out. 2010.
TAFFAREL, Celi Nelza Zülke. Desporto educacional: realidade e possibilidades das políticas
governamentais e das prática pedagógicas nas escolas públicas. Movimento. Porto
Alegre, v.7, n.13, p.XV-XXXV, 2000. Disponível em: <http://seer.ufrgs.br/Movimento/
article/view/11788/6986>. Acesso em: 21 out. 2010.
2. CONTEÚDOS
• O esporte nos documentos oficiais da educação básica
brasileira.
104 © Voleibol
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Esta Unidade tem como elemento desencadeador a seguinte
questão: Pode o esporte participar de um projeto político-pedagó-
gico emancipador no contexto escolar?
Essa pergunta nos ajudará na construção desta terceira Uni-
dade, que compartilharemos com reflexões de autores que buscam
desenvolver uma práxis pedagógica transformadora no âmbito da
Educação Física e a apresentar elementos que lhes ajudarão a pen-
sar e construir propostas educativas nesta perspectiva de ensino e
de aprendizagem com o conteúdo Voleibol.
© U3 – Transformação do Processo de Ensino-Aprendizagem do Esporte: O Caso do Voleibol 105
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Práxis aqui entendida de acordo com a perspectiva freireana que considera a
mesma como sendo a "reflexão e ação dos homens sobre o mundo para trans-
formá-lo" (FREIRE, 2006, p. 42), dimensões (ação e reflexão) essas, mútuas e
solidárias entre si, que apresentam encontros e desencontros. Condição para a
superação da contradição "opressor-oprimido".
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Como anunciado anteriormente, os PCNs nos apontam que
durante o percurso escolar no ensino fundamental os alunos se-
jam capazes de:
a) compreender a cidadania como participação social e política, assim
como exercício de direitos e deveres políticos, civis e sociais, adotan-
do, no dia a dia, atitudes de solidariedade, cooperação e repúdio às
injustiças, respeitando o outro e exigindo para si o mesmo respeito;
b) posicionar-se de maneira crítica, responsável e construtiva nas
diferentes situações sociais, utilizando o diálogo como forma de
mediar conflitos e de tomar decisões coletivas;
c) conhecer características fundamentais do Brasil nas dimensões
sociais, materiais e culturais como meio para construir progres-
sivamente a noção de identidade nacional e pessoal e o senti-
mento de pertinência ao País;
d) conhecer e valorizar a pluralidade do patrimônio sociocultural
brasileiro, bem como aspectos socioculturais de outros povos e
nações, posicionando-se contra qualquer discriminação basea-
da em diferenças culturais, de classe social, de crenças, de sexo,
de etnia ou outras características individuais e sociais;
e) perceber-se integrante, dependente e agente transformador do
ambiente, identificando seus elementos e as interações entre eles,
contribuindo ativamente para a melhoria do meio ambiente;
f) desenvolver o conhecimento ajustado de si mesmo e o sentimen-
to de confiança em suas capacidades afetiva, física, cognitiva,
ética, estética, de inter-relação pessoal e de inserção social, para
agir com perseverança na busca de conhecimento e no exercício
da cidadania;
g) conhecer e cuidar do próprio corpo, valorizando e adotando há-
bitos saudáveis como um dos aspectos básicos da qualidade de
vida e agindo com responsabilidade em relação à sua saúde e à
saúde coletiva;
h) utilizar as diferentes linguagens – verbal, matemática, gráfica,
plástica e corporal – como meio para produzir, expressar e co-
municar suas ideias, interpretar e usufruir das produções cultu-
rais, em contextos públicos e privados, atendendo a diferentes
intenções e situações de comunicação;
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
O sentido empregado aqui de "conhecimento ingênuo" não diz respeito a um tipo
de conhecimento inocente, desvalorizado, mas sim, do conhecimento que os
educandos chegam à escola, resultante de suas experiências de vida.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
6. CONSTRUINDO A PROPOSTA
Até agora nos ocupamos em discutir o esporte em sua ma-
nifestação hegemônica na sociedade, ou seja, o esporte de rendi-
mento. Buscamos na história elementos que nos fizessem compre-
ender a sua relação com a Educação Física em termos de associação
direta entre ambos, chegando ao ponto de que seria o fenômeno
esportivo o responsável pela legitimação deste componente curri-
cular na escola.
Anunciamos ainda, mesmo que timidamente, a necessidade de
transformação deste conteúdo no contexto escolar, lançando mão das
vertentes críticas da Educação Física para nos fornecer os argumentos
necessários de um trabalho diferenciado com o esporte.
Vejamos agora excertos relacionados aos objetivos da Edu-
cação Física na educação básica, e a inserção dos esportes nestes
documentos. Vamos vislumbrar assim, possibilidades metodológi-
cas que superam a ideia do "saber fazer" característico das aulas
de Educação Física Escolar.
Neste tópico passaremos a discutir e construir os caminhos
para um trabalho ressignificado do esporte no contexto escolar,
apresentado e discutindo exemplos relacionados ao Voleibol.
Pensar o esporte inserido na dinâmica escolar, e mais deti-
damente nas aulas de Educação Física, é ter em nosso horizonte o
caráter dialético (confronto de ideias) no tratamento do mesmo.
Consideramos esta perspectiva de grande valia para o entendimen-
to do esporte em nossa sociedade, além de nos fornecer subsídios
para a sua organização nas aulas de Educação Física, também ca-
paz de realizar uma leitura da realidade do esporte na sociedade
(e de uma maneira restrita, na escola), e gestar "possibilidades" de
intervenção para este conteúdo.
8. A QUESTÃO DA TÉCNICA
Afirmamos que os nossos objetivos com o esporte no con-
texto escolar devem transcender a mera reprodução de gestos
técnicos (por exemplo, manchete, toque, saque, dentre outros)
estereotipados, como aqueles descritos em manuais técnicos de
Voleibol. Não podemos restringir a participação de nossos alunos,
durante as aulas, à experimentação de determinadas habilidades
e destrezas, conhecidas como fundamentos dos esportes, das di-
versas modalidades.
Mas também advertimos aqui que a nossa tarefa é fazer
com que os nossos alunos tenham contato com esta forma de ex-
pressão humana (o esporte em geral, e mais especificamente em
© U3 – Transformação do Processo de Ensino-Aprendizagem do Esporte: O Caso do Voleibol 131
Objetivo geral
Propiciar que os alunos apropriem-se dos conhecimentos
teóricos e práticos do Voleibol, a fim de que possam relacioná-lo
com a realidade atual, respeitando suas características individuais
e possibilitando o desenvolvimento do senso crítico e da reflexão.
Objetivos específicos
1) Tematizar as questões históricas e de origem do Voleibol
por meio de atividades que se proponham à reconstru-
ção destes aspectos com os alunos.
2) Conhecer os aspectos técnicos, táticos e as regras do Vo-
leibol, bem como reconhecer que os mesmos são fruto
da evolução histórica do esporte e da influência da ciên-
cia e da mídia, entre outras.
3) Discutir questões sociais mais amplas, como por exemplo,
a discriminação de raça, gênero ou estatura, que se ma-
nifestam no âmbito esportivo, mais especificamente no
Voleibol e suas influências na técnica e tática do jogo.
4) Identificar e reconhecer as características e aspectos
marcantes do Voleibol enquanto "esporte-espetáculo",
bem como ressaltar a atuação da indústria esportiva.
5) Vivenciar o Voleibol por meio de situações pedagogica-
mente adaptadas à realidade dos educandos e da escola,
sem perder de vista ou negar a estes a oportunidade de
conhecerem e praticarem o Voleibol institucionalizado.
6) Sistematizar o conhecimento apreendido por meio de
diferentes linguagens: textual, gráfica e corporal.
Procedimentos metodológicos
Aula 1
• Vivenciar o jogo de Voleibol em suas origens com a rede à
altura de 1,98 m do chão e utilização da câmara de ar de
uma bola de Basquetebol.
© U3 – Transformação do Processo de Ensino-Aprendizagem do Esporte: O Caso do Voleibol 143
Aula 7
Produção de texto
• Os alunos devem elaborar um texto como se eles próprios
fossem o William Morgan e estivessem apresentando o
jogo para quem ainda não o conhece. O texto deve con-
templar respostas às seguintes perguntas:
1) Por que inventar esse jogo?
2) Para quê?
3) Para quem?
Nas questões que seguem, vamos trabalhar com excertos extraídos de obras
publicadas em nosso campo, e por meio deles realizar algumas reflexões.
Observe o seguinte trecho:
[...] o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em
que se solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados
ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir-se a
um ato de depositar ideias de um sujeito no outro, nem tampouco
tornar-se simples troca de ideias a serem consumidas pelos permu-
tantes (FREIRE, 2006c, p. 91).
I – Relacione esta citação de Paulo Freire a uma aula de Voleibol na escola.
Como estaríamos desenvolvendo o diálogo em uma aula?
Ainda trabalhando com trechos, leia atentamente o excerto abaixo:
Na escola, é preciso se comprometer com o cultivo de valores que
verdadeiramente socializam, privilegiam o coletivo sobre o indivi-
dual, garantam a solidariedade e o respeito humano e levem ao en-
tendimento de que o jogo se faz com o outro e não contra o outro
(ASSIS DE OLIVEIRA, 2005).
Diante deste posicionamento de Assis de Oliveira (2005), pense na estrutura-
ção de aulas de Voleibol que contemplem os valores que devem ser desenvol-
vidos na escola. Leia o seguinte trecho:
Garantir a participação irrestrita de todos em todas as práticas pos-
síveis, independentemente de suas qualificações prévias ou apti-
dões físicas e desportivas (BRASIL, 2006, p. 235).
Quais estratégias o professor de Educação Física pode lançar mão
nas aulas de Voleibol para atingir este objetivo apontado pelos
PCNs? Segundo Mauss (1974):
Não há técnica e tampouco transmissão se não há tradição. É nisso
que o homem se distingue dos animais: pela transmissão de suas
técnicas e muito provavelmente por sua transmissão oral (p. 217).
II – Como esta afirmação de Mauss (1974) pode ser relacionada ao âmbito
do Voleibol?
Estas questões que estruturamos para você têm como objetivo auxiliá-lo no
estudo desta unidade. Em caso de dúvidas, compartilhe com os demais cole-
gas e seu professor tutor, para que todos, ao final das reflexões, saiam bene-
ficiados.
© U3 – Transformação do Processo de Ensino-Aprendizagem do Esporte: O Caso do Voleibol 147
12. CONSIDERAÇÕES
[...] a partir de uma visão crítica em relação aos códigos, valores e sen-
tidos do esporte moderno, que são códigos, valores e sentidos funda-
mentais da sociedade capitalista, implica reconhecer a necessidade e
a possibilidade de pensá-lo à luz de um determinado projeto político-
pedagógico, que aponta para a construção de uma sociedade baseada
em outros códigos, valores e sentidos (ASSIS DE OLIVEIRA, 2005, p. 20).
para além dos muros escolares, uma vez que os estudantes carre-
gam consigo referenciais que se constituem em tempos e espaços
que não os da escola. Uma forma de saber:
[...] que leva à emancipação é, portanto, um saber crítico, que tem
origem no mundo vivido dos sujeitos passando pelo desenvolvi-
mento de um saber elaborado pelo processo interativo e comuni-
cativo num contexto livre de coerção (KUNZ, 2006, p. 44).
14. E-REFERÊNCIAS
Sites Pesquisados
BRASIL. Secretaria de Ensino Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: educação
física –ensino de primeira à quarta série. Brasília: MEC/SEF, 1997. Disponível em: <http://
www.portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro07.pdf>. Acesso em: 15 out. 2010.
______. Parâmetros curriculares nacionais: educação física –ensino de quinta a oitava
séries. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: <http://www.portal.mec.gov.br/seb/
arquivos/pdf/fisica.pdf>. Acesso em: 15 out. 2010.
BRASIL. Secretaria de Educação Básica. Orientações curriculares para o ensino médio:
volume 1 –Linguagens, códigos e suas tecnologias. Brasília: ME/SEB, 2006. Disponível
em: http://www.portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_01_internet.pdf>.
Acesso em: 15 out. 2010.
SÃO PAULO (Estado). Secretaria da Educação. Proposta curricular do Estado de São Paulo:
educação física. São Paulo: SEE, 2008. Disponível em: <http://www.rededosaber.sp.gov.
br/portais/arquivos/pdf/Portals/18/arquivos/Prop_EDF_COMP_red_md_20_03.pdf>.
Acesso em: 15 out. 2010.
4
1. OBJETIVOS
• Instrumentalização sobre os estudos teórico-práticos da
fundamentação técnica e tática do Voleibol.
• Reflexão crítica sobre as dimensões socioculturais da mo-
dalidade Voleibol como conteúdo da Educação Física Es-
colar.
• Possibilitar a reflexão crítica sobre o para quê?, para
quem?, e como a modalidade Voleibol está sendo desen-
volvida na Educação Física Escolar.
2. CONTEÚDOS
• Táticas básicas.
• Fundamentos da modalidade (saque, passe, levantamen-
tos, ataques e defesas).
• Funções da arbitragem.
156 © Voleibol
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
Segundo Bracht citado por Matthiesen (1994), ao assistir aos
noticiários esportivos, jogos e propagandas relacionadas aos es-
portes, verificamos que a máquina publicitária age para reforçar
os valores de competição, o rendimento, a autossuperação, a vitó-
ria a qualquer preço, predominantes na sociedade capitalista. Se
estendermos o pensamento desse autor ao contexto do Voleibol,
verificaremos que o cenário não é diferente.
A repercussão desses valores no campo escolar é inevitável
e afloram nas aulas de Educação Física, na ênfase do gesto motor,
da técnica, do rendimento, deixando de lado os aspectos sociocul-
turais que o esporte possibilita.
No entanto, se não podemos (ou não é mais bem indicado)
perpetuar tal reprodução do Voleibol espetáculo de forma irre-
fletida, por meio do qual poucos (os mais habilidosos) são privi-
legiados, tão pouco podemos e/ou devemos negá-lo, pois, como
professores de Educação Física, temos a obrigação de atender o di-
reito da criança a esse conteúdo. Enquanto mediadores, devemos
contemplá-lo de maneira abrangente, levando-se em conta os pro-
COORD. ENGELS CÂMARA
DISCIPLINA: VOLEIBOL © U4 – Voleibol 157
AUTORES: FABIANO MARANHÃO E ROBSON SILVA
UNIDADE 4
cessos proximais (mudanças e continuidade), os atributos pessoais
PREPARAÇÃO: SIMONE RODRIGUES
(disposição, recursos e demandas) e os parâmetros do contexto.
Figura 1 O Voleibol nos diversos contextos.
5. O UNIVERSO DO VOLEIBOL
Ao contrário de muitos esportes, como Futebol ou Basquete-
bol, o Voleibol é jogado por pontos, e não por tempo. Cada parti-
da é dividida em sets que terminam quando uma das duas equipes
conquista 25 pontos. Deve haver também uma diferença de, no mí-
nimo, dois pontos em relação ao placar da equipe adversária, caso
contrário, a disputa prossegue até que tal diferença seja atingida. O
vencedor será o time que conquistar primeiramente três sets.
Como o jogo termina quando um time completa três sets
vencidos, cada partida de Voleibol dura, no máximo, cinco sets. Se
isso ocorrer, o último recebe o nome de tie-break e termina quan-
do um dos times atinge a marca de 15 pontos, e não 25. Como no
caso dos demais sets, também é necessária uma diferença de dois
pontos em relação ao placar do adversário.
Cada equipe é composta por doze jogadores, dos quais seis
estão atuando na quadra e seis permanecem no banco, na situa-
ção de jogadores reservas. Para as competições mundiais e oficiais
adultas da Federação Internacional de Voleibol (FIVB) uma equipe
pode ter, no máximo, 14 jogadores (com, no máximo, 12 jogadores
regulares).
Um líbero, designado pelo técnico antes do começo da par-
tida, será o líbero atuante. Se há um segundo líbero, ele atuará
como líbero reserva.
As substituições são limitadas, e seguem a seguinte dinâmi-
ca de realização: cada técnico pode realizar, no máximo, seis por
set, e cada jogador só pode ser substituído uma única vez − com
exceção do líbero −, devendo necessariamente retornar à quadra
para ocupar a posição daquele que tomara originalmente o seu
lugar. A substituição de um líbero por outro líbero, agora, deve ser
registrada em súmula.
Os seis jogadores de cada equipe são dispostos na quadra
do seguinte modo: no sentido do comprimento, três estão mais
© U4 – Voleibol 159
O campo de jogo
A quadra está delimitada por duas linhas laterais de 18 m
© U4 – Voleibol 161
Líbero
O líbero é um jogador especializado nos fundamentos que
são realizados com mais frequência no fundo da quadra, isto é,
recepção e defesa. Esta função foi introduzida pela FIVB em 1998,
com o propósito de permitir disputas mais longas de pontos e, as-
sim, tornar o jogo mais atraente para o público. Um conjunto espe-
cífico de regras se aplica exclusivamente a este jogador.
O líbero deve utilizar uniforme diferente dos demais, não
pode ser capitão do time, nem atacar, bloquear ou sacar. Quando
a bola não está em jogo, ele pode trocar de lugar com qualquer
outro jogador sem notificação prévia aos árbitros, e suas substi-
tuições não contam para o limite que é concedido por set a cada
técnico.
© U4 – Voleibol 163
Pontos
Existem basicamente duas formas de marcar pontos no Vo-
leibol:
• A primeira consiste em fazer a bola aterrissar sobre a
quadra adversária como resultado de um ataque, de um
bloqueio bem-sucedido ou de um saque que não foi cor-
retamente recebido.
• A segunda ocorre quando o time adversário comete um
erro ou uma falta.
Diversas situações são consideradas erros:
1) A bola toca em qualquer lugar exceto em um dos seis
jogadores que estão em quadra, ou no campo válido de
jogo (bola fora).
2) O jogador toca seguidamente duas vezes na bola (dois
toques).
3) O jogador empurra a bola, ao invés de acertá-la. Este
movimento é denominado carregar ou condução.
4) A bola é tocada mais de três vezes antes de retornar para
a quadra do time adversário.
5) A bola toca a antena, ou passa sobre ou por fora da an-
tena em direção à quadra adversária.
6) O jogador encosta na borda superior da rede.
7) Um jogador que está no fundo da quadra realiza um blo-
queio.
8) Um jogador que está no fundo da quadra pisa na linha
de 3 metros ou na área frontal antes de fazer contato
6. FUNDAMENTOS DO VOLEIBOL
Independente do espaço em que se deseja jogar Voleibol, há
a necessidade de conhecer e, minimamente, dominar um conjun-
to de seis ações básicas, denominadas, de modo usual, fundamen-
tos, são elas:
© U4 – Voleibol 165
1) Saque
2) Passe
3) Levantamento
4) Ataque
5) Bloqueio
6) Defesa
A cada um destes fundamentos compreende um certo nú-
mero de habilidades e técnicas que foram introduzidas ao longo
da história do Voleibol e são hoje consideradas prática comum no
esporte. É importante apontar que estas ações foram sendo pro-
duzidas de acordo com as necessidades que se impunham na di-
nâmica de jogo.
Vale lembrar que os fundamentos não se diferem em relação
aos espaços de atuação (escola, praça, rua, clube, time da cidade,
dentre outros), o que se distingue nestes diferentes espaços serão
as exigências técnicas de cada fundamento.
Manchete
É uma técnica de recepção realizada com as mãos unidas
e os braços um pouco separados e estendidos. O movimento da
manchete tem início nas pernas e é realizado de baixo para cima
numa posição mais ou menos cômoda, é importante que a perna
seja flexionada na hora do movimento, garantindo maior precisão
e comodidade. Ela é usada em bolas que vem em baixa altura, e
que não tem chance de ser devolvida com o toque.
É considerada um dos fundamentos da defesa, e é o tipo de
defesa de saque e cortadas mais utilizado no jogo de Voleibol. É
uma das técnicas essenciais para o líbero, mas também é empre-
© U4 – Voleibol 169
Figura 8 Defesa.
© U4 – Voleibol 173
Posição alta
Posição média
Posição baixa
Processo de desenvolvimento
O trabalho do professor de Educação Física na escola requer
envolvimento e comprometimento, pois, muitas vezes, a situação
que o professor se depara está longe de ser a ideal − quadras des-
cobertas, poucos materiais, rede com reparos, salas numerosas –,
representando a grande parte das escolas públicas brasileiras, ce-
nário que vem se alterando com os investimentos na área esporti-
va, mas que ainda deixam a desejar.
No entanto, a foto a seguir, ilustra em certa medida, a rea-
lidade de uma aula de Educação Física, na qual a modalidade Vo-
leibol (junto dos outros conteúdos da Educação Física) deve ser
trabalhada de forma abrangente. Esse será nosso desafio!
9. SUGESTÕES DE ATIVIDADES
Para que o grupo tenha interesse pelas atividades, é impor-
tante orientá-lo de uma forma lúdica.
© U4 – Voleibol 181
1) Adaptação à bola
• Lançar a bola e pegá-la com as duas mãos. Depois,
lançá-la com uma das mãos e pegá-la com a outra.
• Lançar a bola contra o chão, bater palmas e pegá-la.
Lançar a bola contra a parede, deixar quicar e pegá-la.
Lançar a bola contra a parede, bater palmas e pegá-la.
• Enviar a bola contra a parede a diferentes alturas.
Lançar a bola para cima, dar um giro e pegá-la de-
pois de quicar. Lançar a bola para o alto, dar um giro e
pegá-la antes de quicar.
2) Espelho
• Em duplas, um em frente ao outro, um estudante realiza
diferentes tipos de deslocamentos e o outro o imita.
3) Rede
• Delimitar um local para o jogo. Nomear dois "pescado-
res", os restantes são os peixes. Os pescadores se man-
têm unidos pelas mãos (rede) e tentam pescar os outros
segurando com os braços. O peixe capturado se junta
aos pescadores. O jogo continua até que todos os parti-
cipantes sejam pegos.
4) Toque alto
• O toque na posição alta é realizado na posição fun-
damental média, com pernas flexionadas e pés sepa-
rados, com o afastamento igual a distância entre os
ombros. Os dedos das mãos estão estendidos e se-
parados para que as pontas fiquem em contato com
a bola. Os dedos polegares e indicadores formam um
triângulo entre ambas as mãos para abranger uma
maior zona da bola. O toque se realiza sempre na
frente da testa. Ao executar o toque, deve-se esten-
der todo o corpo.
• Lançar a bola para cima e para os lados, deslocar-se,
adotar a posição básica e segurar a bola na altura da
testa. Lançar a bola, deixar quicar e colocar-se debai-
Dica
A importância do bloqueio está em parar um ataque forte
do adversário ou ao menos diminuir a sua força. Possibilite que
os estudantes pratiquem bastante, especialmente no momento de
realizar o salto, já que não é feito ao mesmo tempo em que o ata-
que, e sim um ou dois segundos depois.
© U4 – Voleibol 187
10. ARBITRAGEM
Neste tópico comentaremos um pouco sobre as funções e a
dinâmica do jogo de Voleibol. Acreditamos que elas podem (e de-
vem) ser discutidas, bem como modificadas para que se adaptem
à realidade dos estudantes com os quais estaremos em contato.
Vejamos agora um pouco do universo da arbitragem.
Primeiro árbitro
O primeiro árbitro é encarregado de dirigir a partida e suas de-
cisões são inapeláveis. Possui autoridade sobre os outros árbitros, já
que, inclusive, pode anular decisões tomadas por eles, e também so-
bre os jogadores durante toda a partida. Ele é quem faz o sinal para
autorizar o saque que inicia a jogada. Pode substituir um oficial se
considerar que não está desempenhando corretamente suas funções
e não deve permitir discussões no que diz respeito às suas decisões.
Segundo árbitro
O segundo árbitro vigia a linha central e a rede, marcando
todas as faltas que os jogadores possam fazer ao passar para o
outro lado ou ao tocar na rede. Além disso, tem de observar se a
bola toca nas antenas laterais. Verifica e fiscaliza a colocação da
equipe receptora em cada saque. Utiliza um apito durante o jogo
(semelhante ao do primeiro árbitro).
Apontador
O apontador é o encarregado de anotar os nomes dos joga-
dores nas atas, as substituições que são realizadas, os pedidos de
tempo, os pontos marcados por cada equipe, o controle do placar
eletrônico e o rodízio de cada equipe.
Além disso, notifica os árbitros sobre pedidos de tempo pe-
las equipes, anuncia aos árbitros o final dos sets, o início e o fim
de cada tempo técnico e quando foi atingido o oitavo ponto no
set decisivo. Registra as sanções de qualquer tipo sob instrução
do segundo árbitro, como substituições, tempo para recuperação,
pedidos de tempo prolongados e interferências externas.
Juízes de linha
O trabalho dos juízes de linha é indicar a queda da bola den-
tro ou fora da quadra mediante o uso de uma bandeira. Ficam lo-
calizados nos cantos da quadra, do lado da mão direita de cada
árbitro, diagonalmente, a 1 m ou 2 m de cada canto. Estes árbitros
marcam o toque da bola na antena e a bola de saque que atraves-
sa o plano vertical da rede por fora do espaço de jogo. Além disso,
indicam se algum jogador, exceto o sacador, está fora de sua posi-
ção no momento do saque.
A seguir, estão ilustrados alguns dos sinais manuais utiliza-
dos com maior frequência pelos árbitros durante o jogo:
© U4 – Voleibol 189
Regras do jogo
A equipe
Cada equipe é composta por 12 jogadores, sendo: seis in-
gressantes na quadra e seis reservas. Todos os jogadores devem
estar inscritos na súmula antes de começar cada partida. A quadra
é dividida em seis zonas que determinam as posições dos jogado-
res.
Para as competições mundiais e oficiais adultas organizadas
pela FIVB, uma equipe pode ter, no máximo, 14 jogadores (com, no
máximo, 12 jogadores regulares).
12. CONSIDERAÇÕES
Consideramos que a escola é um espaço social onde todos
que passam por ela têm o direito de experienciar de forma sis-
tematizada os bens culturais produzidos pela humanidade. Nesse
sentido, o Voleibol na escola deve auxiliar o desenvolvimento críti-
co do alunato, pois o esporte e a vida caminham dialeticamente.
13. E-REFERÊNCIAS
Lista de figuras -
Figura 2 − Posicionamento e rotação. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/
Voleibol>. Acesso em: 15 out. 2010.
Figura 3 – Marcações, arbitragem e apontadores. Disponível em: <http://tr3sag.do.sapo.
pt/Voleibol.pdf>. Acesso em: 15 out. 2010.
© U4 – Voleibol 197
Sites pesquisados
COMITÊ PARAOLÍMPICO BRASILEIRO. Vôlei: descrição e histórico. Disponível em: <http://
www.cpb.org.br/area-tecnica/modalidades/volei-paraolimpico>. Acesso em: 31 jul.
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