Ação Indenizatoria e Danos Moraes
Ação Indenizatoria e Danos Moraes
Ação Indenizatoria e Danos Moraes
DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA.
A Constituição da República, em seu artigo 5º, inciso LXXIV, garante a
prestação de assistência jurídica integral aqueles que comprovarem a
insuficiência de recursos.
Conformando a referida garantia a lei nº 1.060/50, que estabelece normas para
a concessão da assistência judiciarias aos legalmente necessitados e traz
como requisito para concessão do direito da gratuidade judiciaria a afirmação,
na própria petição inicial, de que a parte não está em condições para pagar às
custas do processo e honorários advocatícios.
Dessa maneira, pleiteia-se pela CONCESSÃO DO BENEFÍCIO DA JUSTIÇA
GRATUITA, nos moldes do artigo 98 e ss e artigo 5º LXXIV da Constituição
Federal.
Cediço salientar os termos do artigo 98 ss e § 2º e § 4º da Lei 13.105/15 onde
brilhante destaque ganha: “§ 4o A assistência do requerente por advogado
particular não impede a concessão de gratuidade da justiça.”
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FUNDAMENTAÇÃO FÁTICA.
O autor adquiriu o VEICULO TUCSON - 2.0 16V, de cor prata, de Placa ELK
2102, RENAVAN 00417094892 e Chassi 95PJN81BPCB030125, conforme
consta na documentação anexa.
A aquisição do veículo ocorreu na data de 09/2019, diante da sua insuficiência
de recurso para pagamento do bem em parcela única o requerente pagou
entrada de R$ 12.210,00 (Doze Mil e Duzentos e Dez Reais) com recursos
próprios e o saldo remanescente contou com financiamento junto ao banco
Bradesco, parcelando o saldo em 48 (Quarenta e Oito) parcelas no valor de R$
917,66 (Novecentos e Dezessete Reais e Sessenta e Seis Centavos), ate
data de vencimento de 09/09/2023, conforme extrato Bradesco financiamento
anexo.
Na data de 27/11/2019, momento no qual o autor solicitou junto a ré o contrato
e a prestação de serviço “de seguro automotivo” legalizando assim a
titularidade junto à empresa ré.
O autor realizava os pagamentos da prestação de serviços, sendo que o
contrato se iniciou na data de 27/11/2019. Justo e perfeito que o autor utilizava
seu veículo para locomoção entre sua residência, trabalho, evitando assim,
qualquer depreciação de seu patrimônio, não frequentando áreas de notório
conhecimento de risco de roubo ou furto.
No que pese tais fatos, o deslinde da presente demanda é fundamentado pelo
pilar da quebra contratual, pois na data de 10/02/2021, retornando de suas
atividades laborais, por volta das 23:45, o veículo estava à frente do portão de
sua residência no endereço Rua Afonso Vidal, 400 – Jardim Santo Antônio –
CEP 05723-330, no dia seguinte 11/02/2021 ao sair para trabalhar por volta
das 4:00, deparou que seu veículo TUCSON não estava em frente à sua casa
e tomou conhecimento que por volta das 2:30 e 3:00 horas, autor foi vítima
de furto qualificado do veículo, gerando o Boletim de Ocorrência nº 734
/2021, lavrado pela autoridade policial da 11ª Delegacia de Polícia Civil do
Estado de São Paulo, os quais seguem anexados. Após comunicar os fatos
para as autoridades competentes, o autor buscou suporte junto à empresa ré,
para que assim fosse realizado a indenização do valor coberto pelas clausulas
seguros, uma vez que o autor não deu causa ao sinistro, conforme contrato de
adesão.
Outra questão indagada pelo autor e a questão do veículo TUCSON, não ter
sido colocado o rastreador, sendo que o sistema de rastreamento e
imprescindível para a localização do veículo em caso de roubo e furto e para
própria seguradora tendo assim a possibilidade recuperação do bem, ora
furtado. Evitando assim prejuízos em indenizações conforme prevê cláusulas
do contrato.
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Conforme documentos anexados, o autor, que, após o cumprimento das
formalidades legais estipuladas pela própria empresa, o autor requisitou o
autor requisitou a indenização do valor do veículo baseado na tabela
FIPE, como está previsto em contrato.
Ao aderir ao PAR (Plano de Assistência Reciproca) o integrante tem direito a
reparação ou indenização em relação a seis tipos de evento, dentre os quais
consta o evento de “FURTO”, conforme item “ F “ da clausula 3.1 do
contrato anexo.
7.1 DO RESSARCIMENTO INTEGRAL.
7.1.1 - O valor do ressarcimento integral, hipótese de dano irreparável, roubo
ou furto qualificado, será correspondente a tabela FIPE na data do evento.
Ocorre que após avaliação, o julgador apresentou uma negativa, vaga, vazia e
padronizada, não justificando o real motivo da negativa, muito menos o mais
singelo sinal que a UNIVERSO AGV irá cumprir termos acordados,
destacamos o trecho da negativa.
Nesta seara cumpre ressaltar que realmente o contrato consta clausula de
ressarcimento do veículo, ademais, não havendo justificativa que impeça a
indenização do valor contratado, muito menos podendo ser aceita a negativa
de forma genérica, desta forma ocorreria a quebra contratual por parte da
requerida.
COMPETÊNCIA
MÉRITO
O contrato de adesão fornecido pela empresa ré realmente contempla o seguro
do veículo, conforme estipula no próprio contrato, o contratante deverá ser
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reembolsado com multa punitiva, correspondente a 100% do valor do veículo
pela tabela FIPE, que para o caso em tela equivale ao valor de R$ 35.726,00
(Trinta e Cinco Mil e Setecentos e Vinte Seis Reais) valor que deverá ser
corrigido monetariamente a partir da recusa da ré em efetuar o pagamento da
indenização, vejamos o contrato:
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Junto com a edição do Código de Defesa do Consumidor surgiu também a
teoria do Risco da Atividade estampada no artigo 14 do diploma legal citado,
que consiste nos ônus que devem ser arcados exclusivamente pelo Fornecedor
das possíveis ocorrências decorrentes do seu ramo de atividade.
É absurda a tentativa da ré em tentar se eximir de sua responsabilidade
inserindo um número de cláusulas abusivas num contrato de adesão, e
posteriormente negando o direito do autor, sem qualquer escusa válida ou
motivada.
Neste sentido, no mesmo julgamento colacionado no tópico anterior, o nobre
julgador Doutor Desembargador Renato Sartorelli, com muita inteligência
lecionou que:
Segundo a doutrina:
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enquadrando-se no artigo 171 do C.P. bem como no Crime contraordem
Tributária.
Ou seja, a inserção destas cláusulas mostra-se, sem deixar dúvidas,
excessivamente onerosas ao autor, pois, se assim o fosse, o autor teria sigo
enganado e pago por um serviço que nunca esteve à sua disposição.
Excelência, a prevalecer a negativa do pagamento do prêmio, estar-se-á
fomentando o enriquecimento ilícito abundante para as seguradoras, em
detrimento do patrimônio dos indefesos segurados.
O segurado cumpriu todas as normas que regem o contrato de seguro,
inclusive, providenciou a comunicação do sinistro tempestivamente a
autoridade policial e ao agente da própria seguradora. Fato este incontroverso.
Não cabia ao consumidor, no caso, adotar medidas outras senão aquelas que
o agente da seguradora lhe indicou. Evidentemente que não pode ser
penalizado, ainda mais quando restou pacífica a sua boa-fé contratual.
Note-se, não houve nenhum fato em desabono do autor que pudesse dar
guarida a negativa do pagamento do prêmio.
A atitude da ré ao negar o pagamento relativo à indenização do valor do
veículo colocou o autor em situação de desvantagem exagerada causando
desequilíbrio contratual, o que não é aceito pelo direito material, NÃO
PODENDO SER CONSIDERADO COMO UM MERO ABORRECIMENTO DA
RELACAO DE CONSUMO, QUE ALIAS ESSE TAMBEM MERECE
ATENÇÃO E RESSARCIMENTO.
O autor cumpriu com sua obrigação contratual ao pagar os valores
mensais. Em contrapartida, a ré se escusou da responsabilidade imposta pelo
contrato.
Desta forma, a ré tem obrigação de indenizar o autor, do valor da tabela FIPE o
valor do veículo furtado, pagando-lhe o estabelecido no contrato sendo
acrescido de juros e correção monetária contados da data dos fatos.
Ademais, a abrupta quebra de confiança na relação consumerista, se enquadra
na Teoria o Risco, sendo à base do equilíbrio social entre o consumidor e o
prestador, o fato de que ele, o prestador não ofertando seu serviço com a
devida qualidade responda civilmente pelos danos resultantes, posição esta
definida nos textos legais valendo destacar o Código de Defesa do
Consumidor, que nesse ponto, prevê o dever de reparação, posto que ao
enunciar os direitos do consumidor, em seu art. 6º, traz, dentre outros, o direito
de "a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e
difusos" (inciso VI) e "o acesso aos órgãos judiciários e administrativos, com vistas à
prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos,
assegurada a proteção jurídica, administrativa e técnica aos necessitados" (inciso VII).
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ordem tributária, requerendo inclusive que os autos sejam encaminhados ao
ilustre representante do “Parquet” para se caso for, oferecer a denúncia crime.
DANO MORAL
Tamanha é a angústia, a situação de estresse prolongado a que o autor foi e
está sendo submetido, já que sempre cumpriu com suas obrigações
contratuais, mas lhe foi negado o pagamento da indenização que tinha direito.
Com a falta do pagamento do valor do veículo pelo furto do Veículo TUCSON
conforme especificado na inicial, o autor teve que arcar com a compra de outro
veículo sem qualquer perspectiva da recuperação do bem ou do recebimento
de valor equivalente ao dano sofrido.
Tal assertiva encontra amparo também à luz do Código de Defesa do
Consumidor, que ao prever seus direitos básicos, garante a indenização por
danos morais decorrentes das relações de consumo e inclui o réu no rol das
entidades por ele abrangidas, in verbis:
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O Código de Defesa do Consumidor, na Seção II, do Capítulo IV, assegurou,
expressamente, a indenização por dano, assim dispondo:
Art. 6º. São direitos básicos do consumidor: VI – A efetiva
prevenção e reparação de patrimoniais e morais,
individuais, coletivos e difusos.
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“ Art. 927 - Aquele que, por ato ilícito (artigos. 186 e
187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-
lo.”
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
A fim de cumprir o dispositivo estampado no artigo 319, VII, do Código de
Processo Civil, o autor informa que não pretende a realização de audiência
conciliatória, tendo em vista que pretende pelo recebimento integral dos valores
que lhe são devidos à título de multa punitiva.
Dessa feita, é certo que a designação de audiência prévia neste momento
somente servirá somente para prolongar o deslinde do feito.
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AUTENTICIDADE DAS CÓPIAS.
Para os fins do disposto no art. 365, IV do C.P.C o patrono, ora autor, que esta
escreve declara que as cópias das peças que compõe o presente instrumento
são autênticas.
PEDIDO
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f) Condenação da ré em todas as despesas e custas processuais, bem como
ao pagamento de honorários advocatícios, a ser fixado em 20% do total da
condenação, tudo com plena correção monetária e juros legais;
g) Que seja deferida a inversão do ônus da prova, em seu favor, nos termos do
art. 6º, inciso VIII da Lei 8078/90 (CDC);
h) A intervenção do M.P. para atuar como fiscal, defensor e guarda da Lei;
i) Por se tratar de matéria documental, requer o julgamento antecipado da lide;
j) Caso o não pagamento no prazo legal, requer o acréscimo de multa de 10%
sobre o valor atualizado e dos honorários advocatícios conforme art. 523, § 1º
do C.P.C., devendo Vossa Excelência proceder com a penhora on line do valor
devido a ser atualizado até o momento do bloqueio, nos termos do artigo 835, I
e 854, ambos do C.P.C;
l) Por fim, protesta para que todas as intimações decorrentes do presente feito
sejam realizadas EXCLUSIVAMENTE, em nome do advogado Ronaldo
Ramos da Silva (OAB 435.901), sob pena de nulidade.
Protesta pela produção de provas, especialmente por juntada de novos
documentos, testemunhal, pericial e depoimento pessoal.
Dar-se-á causa o valor de R$ 50.726,00 (Cinquenta Mil e Setecentos e
Vinte Seis Reais).
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