I SÉRIE — N.

º 121 — DE 30 DE JUNHO DE 2010 1191

ARTIGO 37.º Lei n.º 11/10

(Criação) de 30 de Junho

1. As empresas de grande dimensão são criadas por Com a entrada em vigor da Constituição da República de
decreto presidencial. Angola, em 5 de Fevereiro de 2010, impõe-se a necessidade
de se adequar o regime jurídico e o estatuto remuneratório
ARTIGO 4.º dos titulares da função executiva do Estado.

O n.os 1, 2 e 5 do artigo 45.º da Lei n.º 9/95, de 15 de A Assembleia Nacional aprova, por mandato do Povo,
Setembro, Lei das Empresas Públicas, passa a ter a seguinte nos termos da alínea b) do artigo 161.º e da alínea d) do n.º 2
redacção: do artigo 166.º, ambos da Constituição da República de
Angola, a seguinte:
ARTIGO 45.º
(Conselho de Administração)
LEI SOBRE O REGIME JURÍDICO
E O ESTATUTO REMUNERATÓRIO DOS
1. O Conselho de Administração é o órgão de gestão
TITULARES DA FUNÇÃO EXECUTIVA DO
e de administração da empresa, sendo composto
ESTADO
por até 11 administradores, executivos ou não
executivos, em função da dimensão da empresa.
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
2. Nas empresas de grande dimensão, os membros
do Conselho de Administração são nomeados e
ARTIGO 1.º
exonerados pelo Presidente da República, após
(Objecto)
apreciação em Conselho de Ministros.

3. (………) A presente lei estabelece o regime jurídico e o estatuto

4. (………) remuneratório dos titulares da função executiva do Estado.

ARTIGO 2.º
5. O mandato do Conselho de Administração é de
três anos, renovável por uma ou mais vezes, (Âmbito)

continuando o exercício de funções até a efectiva

substituição ou declaração de cessação de 1. A presente lei aplica-se aos titulares de cargos políticos,
funções. membros do poder executivo, designadamente o Vice-Presi-
dente da República, os Ministros de Estado, os Ministros, o
ARTIGO 5.º Secretário do Conselho de Ministros, os Governadores
Provinciais, os Secretários de Estado, os Vice-Ministros, o
É revogada toda a legislação que contrarie a presente lei. Secretário-Adjunto do Conselho de Ministros e os Vice-
-Governadores Provinciais.
ARTIGO 6.º
2. Exceptua-se da aplicação da presente lei o Presidente
A presente lei entra em vigor à data da sua publicação. da República, enquanto titular do Poder Executivo.

Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, CAPÍTULO II

aos 27 de Maio de 2010. Direito Remuneratório e Beneficiários

O Presidente em Exercício da Assembleia Nacional, João SECÇÃO I

Manuel Gonçalves Lourenço. Remuneração dos Titulares da Função Executiva do Estado

Promulgada em 18 de Junho de 2010. ARTIGO 3.º

(Direito a remuneração)
Publique-se.
1. Os titulares dos cargos políticos previstos na presente
O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS. lei têm os seguintes direitos:
1192 DIÁRIO DA REPÚBLICA

a) vencimento-base mensal; a) vencimento-base mensal, correspondente a 90% do

b) suplementos; vencimento do Presidente da República;
c) prestações sociais. b) abono para despesas de representação, no valor de
55% do respectivo vencimento-base;
2. Os suplementos referidos na alínea b) do número c) frota de viaturas e residência oficial, nos termos da
anterior integram: legislação aplicável;
d) pessoal de apoio e de serviço, a definir por diploma
a) o subsídio de renda de casa; próprio.
b) o abono para as despesas de representação;
c) o subsídio de férias; ARTIGO 6.º
d) o subsídio de natal; (Ministros de Estado)
e) as ajudas de custo;
f) o subsídio de instalação; Aos Ministros de Estado cabem as remunerações e os
g) o subsídio de manutenção de residência. demais direitos adiante enumerados:

3. As prestações sociais referidas na alínea c) do n.° 1 a) vencimento-base mensal, correspondente a 80% do

integram: vencimento do Presidente da República;
b) abono para despesas de representação, no valor de
a) o abono de família; 50% do respectivo vencimento-base;
b) as prestações complementares de abono de família; c) uma viatura protocolar;
c) o subsídio de funeral; d) uma viatura de apoio à residência;
d) o subsídio de morte. e) pessoal de apoio e de serviço, a definir por diploma
e) o subsídio de atavio. próprio.

ARTIGO 7.º
4. As modalidades e as condições de atribuição das pres-
(Ministros)
tações sociais referidas no número anterior são as definidas
na legislação sobre a protecção social obrigatória. 1. Aos Ministros cabem as remunerações e os demais
direitos adiante enumerados:
ARTIGO 4.º
(Outros direitos)
a) vencimento-base mensal, correspondente a 75% do
vencimento do Presidente da República;
1. Além dos direitos mencionados no artigo anterior os b) abono para despesas de representação, no valor de
titulares de cargos políticos têm direito à viatura oficial e à 45% do respectivo vencimento-base;
subvenção mensal vitalícia por incapacidade e por morte, nos c) uma viatura protocolar;
termos das disposições da presente lei e demais legislação d) uma viatura de apoio à residência;
aplicável. e) pessoal de apoio e de serviço, a definir por diploma
próprio.
2. Os titulares da função executiva do Estado e respec-
tivos cônjuges têm direito, em cada ano civil, a um bilhete 2. Para efeitos da presente lei, os cargos de Secretário do
de passagem aérea de ida e volta, em primeira classe, para Conselho de Ministros e de Governador Provincial são equi-
um único destino no exterior do Pais ou o equivalente para o parados a Ministros.
interior do País.
ARTIGO 8.º
SECÇÃO II (Secretários de Estado)
Remuneração e Outros Direitos dos Titulares
da Função Executiva do Estado e Equiparados 1. Aos Secretários de Estado cabem as remunerações e os
demais direitos adiante enumerados:
ARTIGO 5.º
(Vice-Presidente da República) a) vencimento-base mensal, correspondente a 70% do
vencimento do Presidente da República;
Ao Vice-Presidente da República cabem as remunerações b) abono para despesas de representação, no valor de
e demais direitos abaixo enumerados: 40% do respectivo vencimento base;
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c) uma viatura protocolar; 2. O tempo de exercício de cargos políticos é contado

d) uma viatura de apoio à residência; para efeitos de reforma.
e) pessoal de apoio de serviço, a definir por diploma
próprio. 3. O processamento da subvenção mensal vitalícia é feito
pelo Ministério das Finanças.
2. Para efeitos da presente lei, os cargos de Vice-Minis-
ARTIGO 12.º
tros, de Secretário-Adjunto do Conselho de Ministros e de
(Transmissão do direito à subvenção)
Vice-Governadores Provinciais são equiparados a Secretários
de Estado. Em caso de morte do beneficiário da subvenção mensal
vitalícia, conferida pelo artigo 9.º, o valor atribuído é o
SECÇÃO III
equivalente a 75% do vencimento do respectivo cargo e
Subvenções Mensais Vitalícias
montante transmite-se ao cônjuge sobrevivo e aos descen-
ARTIGO 9.º dentes menores ou incapazes e aos ascendentes a seu cargo,
(Subvenções mensais vitalícias) mediante requerimento.

ARTIGO 13.°
1. A subvenção mensal vitalícia é atribuída ao titular do
(Subvenção em caso de incapacidade)
cargo político que tenha exercido o cargo durante oito ou
mais anos, consecutivos ou interpolados. Quando, no decurso do exercício das funções referidas
no artigo 2.º da presente lei ou por causa delas, o titular do
2. A subvenção mensal vitalícia referida no número
cargo se incapacitar física ou psiquicamente para o mesmo
anterior é fixada em 75% do vencimento-base mensal
exercício, tem direito a uma subvenção mensal correspon-
correspondente ao cargo em que o titular tenha sido mais
dente a 50% do vencimento do respectivo cargo, enquanto
remunerado.
durar a incapacidade.
3. Quando o beneficiário da subvenção perfaça 60 anos de
ARTIGO 14.º
idade ou se encontre incapacitado permanentemente, a per-
(Subvenção de sobrevivência)
centagem referida no número anterior passa a ser de 85%.
Se, em caso de morte no exercício das funções previstas
4. A subvenção mensal vitalícia é automaticamente
no artigo 2.º da presente lei, não houver lugar à atribuição da
actualizada, nos termos da actualização do vencimento-base
subvenção mensal vitalícia, prevista no artigo 9.º, é atribuída,
do seu cálculo.
ao cônjuge sobrevivo, aos descendentes menores ou inca-
ARTIGO 10.º
pazes e aos ascendentes a seu cargo, uma subvenção mensal
(Suspensão da subvenção mensal vitalícia)
de sobrevivência, correspondente a 40% do vencimento do
cargo que o falecido desempenhava.
1. A subvenção mensal vitalícia deve ser imediatamente
SECÇÃO IV
suspensa, se o respectivo titular reassumir a função ou o
Descontos
cargo que esteve na base da sua atribuição.
ARTIGO 15.º
2. A subvenção mensal vitalícia deve ser igualmente
(Descontos)
suspensa, se o respectivo titular assumir alguma das funções
previstas nos n.os 1 e 2 do artigo 2.º da presente lei. As remunerações e os subsídios percebidos pelos titulares
da função executiva do Estado abrangidos pela presente lei
3. A subvenção mensal vitalícia é, ainda, suspensa sem- estão sujeitos aos descontos estabelecidos na lei.
pre que o respectivo titular assuma o cargo político não
incluído no número anterior e pelo qual aufira remuneração CAPÍTULO III
mensal não inferior à subvenção. Disposições Finais

ARTIGO 11.º ARTIGO 16.º

(Cumulação de pensões) (Dúvidas e omissões)

1. A subvenção mensal vitalícia prevista no artigo 9.º é As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e
cumulável com a pensão de reforma a que o respectivo titular da aplicação da presente lei são resolvidas pela Assembleia
tenha, igualmente, direito. Nacional.
1194 DIÁRIO DA REPÚBLICA

ARTIGO 17.º Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,

(Revogação de legislação) aos 19 de Maio de 2010.

É revogada a Lei n.º 13/96, de 31 de Maio e toda a O Presidente em Exercício da Assembleia Nacional, João
legislação que contrarie o disposto na presente lei. Manuel Gonçalves Lourenço.

Promulgada em 18 de Junho de 2010.

ARTIGO 18.º
(Vigência)
Publique-se.

A presente lei entra em vigor à data da sua publicação. O Presidente da República, JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS.

O. E. 398 — 6/121 — 1500 ex. — I. N.-E. P. — 2010