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Conclusão de Textos Dissertativo- que, embora não exista mais mão de obra escrava, os negros
e seus descendentes ainda ocupam posição marginalizada na
-Argumentativos sociedade; se discordar, pode-se citar que, do ponto de vista
legal, todos os brasileiros são iguais. É importante, assim,
LÍNGUA PORTUGUESA
escolher os argumentos relacionados a cada um dos aspectos
Exercícios de Aprendizagem que devem ser contemplados no texto mais adequados à defesa
do ponto de vista escolhido. O texto final deve ser redigido de
Questão 01 acordo com a norma-padrão da língua e apresentar as ideias
Comentário: A proposta solicita a redação de um texto de modo organizado, a fim de configurar-se como um todo
dissertativo explicitando os motivos que levam o homem a coeso e coerente.
se expressar de diferentes formas, seja por meio da arte,
da poesia, da música, do corpo ou de qualquer outra forma Questão 04
de linguagem. Nesse caso, é possível mencionar diversos Comentário:
motivos: a necessidade de contato com a realidade, a fuga
A) Os três Sermões de Quarta-Feira de Cinza, de Vieira,
dela, o visionarismo, um dom. A título de sugestão, é possível
desenvolvem-se sobre a passagem de Gênesis na qual Deus
mencionar que o homem é um ser social e que, por isso,
condena o homem à mortalidade. O tema “mortalidade”
é imprescindível que interaja com outros indivíduos, cada
é abordado sob diferentes nuances em cada sermão,
um a partir de suas habilidades específicas. Da Vinci, Mozart,
mas sempre com foco no saber morrer de acordo com os
Rimbaud, Pelé e Ayrton Senna se expressaram por meio de
preceitos da Igreja Católica. Vieira sugere que das 24 horas
diferentes linguagens e, com isso, definiram-se na história.
do dia uma seja dedicada a cuidar da alma, cuidado que
É importante, também, que se elabore um texto coeso e coerente.
para Vieira ocorre por meio da devoção.
B) As perguntas retóricas inseridas no final do trecho se dirigem
Questão 02
ao público da Igreja e têm como objetivo estimular a reflexão
Comentário: A leitura dos textos da coletânea aponta o
individual com relação à prática espiritual. Essa estratégia
tema da gentileza como aquele a ser desenvolvido. O texto I
argumentativa utilizada na conclusão reforça o argumento
argumenta que a falta de gentileza é evidente na sociedade
apresentado no texto.
contemporânea, fato que pode ser comprovado pelas situações
apresentadas. O texto II é um apelo a uma mudança de postura –
“gentileza gera gentileza” –, apontando para a necessidade Exercícios Propostos
de cultivá-la no dia a dia. O texto III, por sua vez, apresenta
uma pergunta feita em um site e algumas respostas, as quais Questão 01 – Letra C
traduzem diferentes pontos de vista acerca do tema. O texto Comentário: O texto “Filosofar para preservar” é um artigo
a ser produzido deve explicitar um posicionamento acerca da de opinião em que o autor propõe a reflexão sobre a sociedade
existência ou não da gentileza na sociedade contemporânea. contemporânea e seu modelo de consumo. Tal reflexão é
No desenvolvimento do texto, é recomendável usar exemplos desenvolvida a partir da ideia do que é o ato de filosofar,
que fundamentem o ponto de vista defendido. explorada logo na introdução (primeiro parágrafo). Para o autor,
filosofar é “fazer pensar, refletir sobre como gerenciar melhor
Questão 03 nossas escolhas cotidianas”, assim, a alternativa C está correta.
As demais alternativas não podem ser fundamentadas a partir
Comentário: Para atender a essa proposta, deve-se defender
de informações tratadas no texto.
uma tese que explicite de maneira clara se está de acordo ou
não com a opinião de Caio Prado Júnior, segundo a qual traços
do passado colonial brasileiro ainda marcam vários aspectos Questão 02 – Letra C
da vida brasileira contemporânea. O enunciado orienta, ainda, Comentário: Para a correta resolução da questão, deve-se
que sejam citados fatos relacionados aos aspectos geográfico, estar atento a dois pontos colocados na questão: primeiramente,
econômico, social e político. Desse modo, é importante que, de o significado do termo “impasse”, que remete à ideia de, pelo
acordo com a opinião assumida no texto, sejam escolhidos fatos menos, dois posicionamentos antagônicos, e, em segundo
relacionados a esses aspectos que a corroborem. Por exemplo, lugar, não se pode deixar de considerar a ideia central tratada
se concordar com Prado Júnior, pode-se afirmar que, embora no texto, isto é, o modelo de desenvolvimento e consumo no
a economia do país tenha ganhado destaque nos últimos mundo atual e seus impactos ambientais. A alternativa A,
anos, pelo fato de basear-se principalmente na exportação de embora traga a ideia do consumo em excesso, não se relaciona
produtos primários, ela ainda é muito parecida com a colonial. à questão ambiental tangente ao “impasse” colocado pelo autor.
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citado, o apoio em justificativas de base biológica. A resposta brasileiros, ou seja, a maioria devido à ação humana. Já o texto
correta, portanto, é a alternativa A. II é uma tabela cujos dados do IBGE mostram o percentual
de municípios que sofreram inundações, segundo os fatores
Questão 03 – Letra C agravantes – Brasil – 2008. Por fim, no texto III, há uma
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Questão 05 – Letra A Essa característica discursiva é muito frequente em textos de
Comentário: O trecho em análise, apesar de fazer parte de natureza acadêmica, como o apresentado no item, que se
um diário, não apresenta a função emotiva da linguagem, com trata do resumo de um artigo científico. No texto, esse traço é
centro no emissor e na expressão da sua subjetividade, conforme evidenciado a partir de recursos como a utilização de orações
indica a alternativa A. Ao contrário, no trecho, a adolescente Anne de voz passiva sintética (tal qual ocorre em construções como
Frank, autora do diário, faz um relato do modo como os judeus “Evidencia-se que [...]”), que focalizam o verbo e o objeto, em
eram tratados durante a Segunda Guerra Mundial, valendo-se, detrimento do sujeito, e do afastamento do enunciador em
para isso, da função referencial da linguagem, em que há um relação ao que é afirmado, como se percebe em “Este artigo
foco na mensagem, naquilo que se está querendo contar, a fim tem por finalidade [...]”, que põe em evidência o objetivo do
de transmitir um retrato da realidade. artigo, que é desvinculado, na superfície linguística, de seu autor.
O livro não é apenas “papel costurado ou colado”, “letras que A) Considerando que a fala de Tonho fosse proferida em
formam palavras [...] sentenças”, histórias, “sonhos escritos”, situação que exigisse o uso do português padrão, seriam
mas, sobretudo, “olhos”. O autor promove uma reflexão sobre necessárias adequações, tais como:
a interação que se estabelece entre o leitor e o livro. Não é medo, mas a possibilidade de evitar encrenca
(conflito, confusão). Falo com o Negrão e resolvo o problema
Questão 07 (mal-entendido / encontro uma solução). Se eu fizer uma
Comentário: Nessa proposta, deve-se redigir um texto besteira qualquer, minha mãe quem sofrerá. Ela já chorou
dissertativo-argumentativo em que se discorra sobre o tema: muito no dia em que saí de casa.
“A importância de combater o uso de plástico”. Na argumentação B) O discurso indireto é aquele no qual o narrador apresenta as
desenvolvida, deve-se trazer dados e referências colhidos da falas das personagens. Desse modo, a fala de Tonho seria:
observação da realidade, a partir da constatação de que, Tonho respondeu que bem que queria ficar, mas sua cidade
mundialmente, há o uso desmedido de materiais provenientes não tinha emprego. Quem quisesse ser alguma coisa na
do material plástico e o seu descarte incorreto. O texto I vida, teria que sair de lá. Fora o que fizera. Quando acabou
apresenta um infográfico que demonstra o resultado do relatório o exército foi para lá. Seu pai não poderia ajudá-lo.
sobre a poluição em cinco regiões da França e Espanha. Nele,
confere-se que a poluição normalmente é encontrada sob a Questão 02
forma de garrafas plásticas, sacos e tampas, concluindo-se que
Comentário:
o plástico é o principal material encontrado. Além disso, há a
A) Mayombe tem como tema central a guerra pela
informação de que este leva milhões de anos para se decompor,
independência na Angola e acompanha a história de um
ao contrário de outros materiais, como a madeira. O texto II
grupo de guerrilheiros na província de Cabinda, na fronteira
trata de uma ação ocorrida em Aracaju, em que os voluntários
com o Congo. A guerra colonial foi capaz de unir diversos
recolheram em duas horas 130 kg de plástico na praia.
grupos angolanos com visões políticas diferentes em busca
No decorrer do texto, há a explicação da motivação dessa ação:
do objetivo comum da independência do país.
o perigo de os animais que ali habitam se alimentarem desses
resíduos, ocasionando frequentemente sua morte. Por fim, B) Os conflitos mencionados pelo comandante estão associados
o texto III demonstra que a União Europeia já deu o primeiro à questão do tribalismo. Existiam no território angolano
passo para o combate de resíduos de plástico, sendo motivada diversas tribos que foram subjugadas e forçadas a se
pelas consequências drásticas nos oceanos, principalmente. unir em um único país devido à colonização portuguesa.
Em outras palavras, há uma preocupação em se evitar o uso do As diferentes heranças étnicas foram responsáveis pela
resíduo, já que existem outros materiais que podem facilmente desconfiança existente entre os membros de diferentes
substituí-lo. Portanto, trata-se de três textos que apresentam a tribos, desencadeando rivalidade e divergência dentro do
quantidade de plástico encontrada pelos territórios nacionais e grupo revolucionário. O tribalismo se reflete na narrativa
internacionais e a preocupação mundial em relação a esse fato – por meio da polifonia, que permite perceber e explorar os
já que isso afeta diretamente a vida marinha, principalmente. diferentes pontos de vista dentro dessa sociedade.
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e acrescenta ao substantivo a ideia de viabilidade, e pelos linguistas, responsáveis pelos estudos descritivos da
possibilidade. Desse modo, o adjetivo “capotável” significa gramática. Ao caracterizar a atividade dos gramáticos, Possenti
“possível de ter capota”. A adição do prefixo des-, prefixo confronta sua teoria de que esse padrão é usado pelos membros
de negação, troca esse sentido para “possível de não ter representativos da sociedade com sua prática, que não se
LÍNGUA PORTUGUESA
capota”. preocupa em analisar tais padrões no uso, pois dita regras
acerca do que seria certo ou errado. A atividade dos linguistas
B) Conforme pudemos observar pelos sentidos agregados pelos
fica implícita, pois, ao afirmar que os gramáticos não analisam
afixos ao substantivo “capota”, o adjetivo “descapotável”
o padrão em uso, o autor permite inferir que os linguistas
significa especificamente aquilo que pode ter a capota
analisam e, sendo o próprio Possenti uma autoridade linguística
removida. Tal especificidade é comprovada pelo dicionário
reconhecida, seu argumento está validado.
Aulete, que atribui ao adjetivo o seguinte significado:
diz-se do veículo automóvel cuja capota ou tejadilho se
Questão 02 – Letra B
podem tirar ou correr. A forma brasileira do adjetivo,
Comentário: A autora inicia o texto demonstrando a associação
“conversível”, tem sentido amplo, podendo significar “que
direta entre a língua e a cultura por meio de exemplos que
se pode converter; convertível” ou ainda “que pode ser
demonstram como cada sociedade estabelece riqueza vocabular
trocado por outra coisa, por outros valores (moeda de outro
nos assuntos que lhe são mais pertinentes. Assim, temos
país, ouro etc.)”. No dicionário Aulete, somente o terceiro
conceitos que são impossíveis de serem traduzidos para outras
significado indicado para “conversível” diz respeito a seu
culturas, pois não possuem equivalência ou perdem o sentido
uso para automóveis: diz-se do carro ou embarcação que
quando interpretados em outra realidade. Os preconceitos e
possui capota dobrável ou removível. Desse modo, apesar
tabus sociais também repercutem na língua e na seleção dos
de sinônimos, o adjetivo “descapotável” é mais claro, pois
termos utilizados em cada situação. As diferenças regionais,
não gera ambiguidade.
sociais e de gênero, que se refletem na língua, bem como as
relações de poder por ela reforçadas são explorados pela autora
Questão 04
como exemplos que corroboram sua tese da relação íntima
Comentário:
entre cultura e língua.
A) Monteiro Lobato fala em correção e incorreção, aspectos que
se associam ao certo ou errado. Tais noções são próprias Questão 03 – Letra A
da gramática normativa, na qual se observa a prescrição
Comentário: Para responder a essa questão, vamos considerar
de regras para a língua. Tendo em vista essa nuance,
cada uma das alternativas:
a noção de incorreção não se aplica à língua falada, que
A) Correta. A locução “assim como” introduz um aspecto da
é naturalmente aprendida e produzida pelos falantes de
cultura árabe que é comparativamente semelhante ao que
um dado idioma. Apesar de não ser prescritiva como a
foi previamente afirmado sobre a cultura esquimó.
gramática normativa, a língua falada possui convenções
B) Incorreta. A conjunção “mas” apresenta uma ideia que se
próprias, que permite que os falantes de um mesmo idioma
opõe à afirmação que liga o sentido das expressões ao seu
se comuniquem, por reconhecerem os padrões produzidos
passado, indicando que, apesar da história, seu sentido
pelas convenções. Considera-se, então, que a língua falada
pode ser alterado ao longo do tempo.
possui regras próprias, diferentes daquelas consideradas
pela norma-padrão. C) Incorreta. A expressão “mas também” tem sentido aditivo,
pois acrescenta os tabus sociais e preconceitos ao que foi
B) O contraste é observado, pois o advérbio “episcopalmente”
previamente estabelecido sobre a linguagem.
caracteriza um uso formal da língua e entra em choque
com as expressões “meter o bico” e “de orelhas murchas”, D) Incorreta. A conjunção “pois” introduz as razões pelas
tipicamente coloquiais. Para substituí-las por equivalentes quais a linguagem das classes sociais elevadas é vista com
“meter o bico” e “cabisbaixa” no lugar de “de orelhas E) Incorreta. A expressão “no entanto” demonstra que a
murchas”, caso queira-se manter o uso de uma metáfora situação linguística da região Centro-Sul é diferente daquela
para “chateada”, “entristecida”, “envergonhada”. observada para as regiões mais pobres no cenário nacional.
A) Correta. A ordem direta da oração seria: Os esquimós têm I Correta. O uso dessas expressões, típicas da fala informal,
demonstra a escolha do escritor por situar sua narrativa na
um número elevado de vocábulos para designar a cor da
situação coloquial de uso da língua.
neve. Nessa ordem, temos o sujeito, o verbo, o objeto direto
e o advérbio, que nesse caso é representado pela oração II. Correta. A crônica é um gênero textual que se pauta
em situações cotidianas e, portanto, se vale de recursos
subordinada adverbial “para designar a cor da neve”. Seu
típicos da oralidade e da língua informal em busca de
deslocamento da posição direta torna a presença da vírgula
verossimilhança.
obrigatória.
III. Incorreta. O uso de elementos coloquiais é recorrente
B) Incorreta. O pronome “lhe” é um importante instrumento na literatura como recurso estilístico, fundamental na
coesivo dentro do texto, pois retoma o substantivo cultura. caracterização das personagens exploradas pela obra.
C) Incorreta. O acordo ortográfico determinou a queda do IV. Correta. Alguns coloquialismos são importantes na
acento diferencial que distinguia palavras de grafia idêntica determinação de tipos regionais, como o caipira ou o
com sentidos diferentes, como “pelo” e “pêlo”. O acento que sertanejo. O uso de personagens típicas é uma das
distingue as formas verbais da terceira pessoa do plural e estratégias que confere humor à obra.
do singular em “ter” e “ver”, por exemplo, se mantém.
hoje na Língua Portuguesa, não configurando aspecto relevante Comentário: Dialeto pode ser definido como um conjunto
para a determinação de uma variante histórica, e a descrição de marcas linguísticas de natureza semântico-lexical,
morfossintática e fonético-morfológica, restrito a uma
dos escravos não é formal, pois expressões como “desdentado”
comunidade inserida em uma comunidade maior. Conforme
e “pernas finas” são condizentes com o uso coloquial da língua.
mostrado no texto, uma vez que o Pajubá possui palavras e
expressões próprias (objetos formais de registro) e é utilizado
Questão 06 – Letra D por uma comunidade restrita, no caso a população LGBT, pode
Comentário: O conceito de incorreção que aparece no poema ser considerado um dialeto.
de Bandeira em “a língua errada” é elitista, pois considera que
existe uma língua certa e que tudo aquilo de destoa desta Questão 02 – Letra E
língua certa está errado. Atualmente, os linguistas lidam com Eixo cognitivo: III
o conceito de adequação e a escolha entre as variantes padrão Competência de área: 8
ou popular da língua deve levar em consideração o contexto
Habilidade: 25
de fala. Tal discussão surgiu devido à desvalorização das
Comentário: Para atingir o maior número de pessoas,
variantes regionais ou socioculturais da Língua Portuguesa,
é interessante que as campanhas educativas apresentem
como consequência do preconceito linguístico. Dentro desse
linguagem acessível, de fácil entendimento. Nesse sentido,
fenômeno, a língua padrão, aquela falada pelas classes o uso de marcas linguísticas típicas da oralidade será sempre uma
dominantes na região Centro-Sul do país, é considerada estratégia eficiente, por se aproximar da realidade da maioria dos
superior, em detrimento da língua das classes mais pobres e brasileiros. Essas marcas podem ser identificadas em construções
das regiões Norte e Nordeste. como “está difícil largar?” e “ir se acostumando aos poucos”.
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foi registrado”, respectivamente), demonstrando que a
correção linguística, como se afirma em D, visto que as formas
escolha pela escrita com “G” é uma forma de particularizar a
da língua devem ser adequadas a diferentes tipos de texto
localidade em questão como sendo algo que lhe é muito próprio.
e contexto.
Nesse sentido, fica evidente a forte relação existente entre o
lugar de origem e o uso da língua pelas pessoas que ali habitam,
Questão 07
como é colocado na alternativa E.
Comentário: Nessa proposta, deve-se redigir um texto
Questão 04 – Letra D dissertativo-argumentativo em que se discorra sobre o tema:
“Consequências da falência de livrarias físicas no Brasil”.
Eixo cognitivo: I
Na argumentação desenvolvida, deve-se trazer dados e
Competência de área: 8
referências colhidos da observação da realidade, do modo como
Habilidade: 25
a sociedade será afetada a partir da falência de livrarias físicas
Comentário: Nessa questão, deve-se reconhecer que os usos no Brasil. Com a concorrência de venda de livros pela Internet,
linguísticos de um povo ou região são, também, elementos deve-se compreender que isso afeta não só diretamente as
constitutivos de uma identidade cultural. Desse modo, livrarias físicas, mas a população como um todo, já que nem
ao sugerir representações dos usos linguísticos do carioca para todas as regiões do Brasil possuem acesso à Internet. Esse fato
o Museu de Invenções Cariocas, pretende-se a manutenção e prejudica o acesso ao conhecimento e à cultura de maneira
a valorização de uma variedade da língua que destaca esse igualitária. Primeiramente, deve-se observar um aumento no
povo de outras culturas. A alternativa D, portanto, indica a desemprego no setor em relação aos funcionários em cada
correção na resposta do enunciado. Em A, não é o desvio da livraria – caixas, vendedores, estoquistas. Em segundo lugar,
norma-padrão que está sendo valorizado nas sugestões. Em B,
uma questão prática: se nem todos possuem acesso à Internet,
compreende-se que não há inadequação de uso nas situações
menos ainda terão acesso aos livros, caso estes sejam vendidos
abordadas no texto. Em C e E, o texto não trata de variação
apenas pela tendência de e-commerce. Assim, nota-se que o
devido a fatores como escolaridade ou idade.
texto I fala sobre a falência das duas maiores livrarias do Brasil,
mas essa situação não é apenas nacional, é também mundial.
Questão 05 – Letra B
Além disso, demonstra como a distribuição do acesso a esses
Eixo cognitivo: I livros é desproporcional, sendo concentrada basicamente no
Competência de área: 8 Sudeste. O texto II é um trecho de um conto que relata os
Habilidade: 25 sentimentos da personagem em relação à leitura de um livro
Comentário: A questão exige que se identifique os tipos de físico, como ela se emociona. Ao final do fragmento, o narrador
variação presentes nos termos apontados em cada uma das afirma que a personagem, ao morrer, arrepender-se-ia na vida
alternativas, retirados do texto-base. O enunciado delimita apenas se não conseguisse terminar o livro, nada mais. O texto
que cada um dos itens apresente a mesma regra de variação. III, por fim, é um infográfico apresentando as porcentagens
Em A, os itens não apresentam a mesma variação: o item relacionadas às habilidades de leitura, ao acesso à leitura,
“vorta” tem a mudança do “l” por “r”; já em “veve”, o que à preferência de leitura dos brasileiros e ao próprio costume
ocorre é o alçamento de “e” para “i”. Em C, há, respectivamente, de leitura de e-books dos brasileiros. É necessário ter em
a mudança de “l” para “r” e a anulação do “r” final de infinitivo. mente que, antes de se ter conhecimento digital, é preciso
Em D, há a despalatização do “lh” para “i” na palavra “óio”, aprender a ler – com o livro físico. Sendo assim, espera-se que
e, em “frô”, há duas mudanças, a mudança de “l” para “r” e a o texto construído seja desenvolvido dentro da perspectiva dos
anulação do “r” final. Por fim, em E, há a queda da vogal “i” prejuízos advindos do fechamento das livrarias físicas no Brasil
em “ignorança” e a anulação do “r” final em “avuá”. É apenas e, como solução plausível e de conhecimento, talvez, o perdão
em B que ambos os termos apresentam a mesma regra de de dívidas destas pelo Governo – assim como ocorre com os
mudança linguística, do fonema “l” para “r”, tanto em “tarvez” bancos; o incentivo à ida a livrarias físicas e à compra dos livros,
quanto em “sorto”. além da tentativa de construção da cultura de leitura no país.
A) Um aspecto estrutural que aproxima os textos de Gonçalves relação direta com a famosa “Canção do exílio”, de Gonçalves
Dias, cujo trecho é citado na alternativa E. Os versos de
Dias e de Bandeira é o uso da anáfora (repetição de termos)
Casimiro de Abreu, Murilo Mendes e Oswald de Andrade também
para ressaltar os pontos positivos do lugar descrito e o
retomam o poema de Gonçalves Dias, num processo claro de
desejo de fuga. No poema de Gonçalves Dias, por exemplo,
intertextualidade. Portanto, o único trecho que não estabelece
há a repetição da estrutura “nosso(as) + substantivo + tem
essa relação com a “Canção do exílio” é o do poema “Vou-me
+ complemento”, como em “Nosso céu tem mais estrelas”,
embora pra Pasárgada”, de Manuel Bandeira. Está incorreta,
“Nossas várzeas têm mais flores”, “Nossos bosques têm
assim, a alternativa A.
mais vida”, “Nossa vida [tem] mais amores”, bem como nos
versos “Minha terra tem palmeiras / onde canta o sabiá”.
Questão 02 – Letra C
No poema de Manuel Bandeira, há a repetição da estrutura
Comentário: Na tirinha de Quino, duas personagens
“Lá tem + complemento”, como em “Tem telefone automático”,
conhecidas, Mafalda e Manolito, discutem sobre a noite dos
“Tem alcaloide à vontade”, “Tem prostitutas bonitas”,
Reis Magos, uma história bíblica que narra o episódio dos Três
bem como no verso “Vou-me embora pra Pasárgada”.
Reis Magos, os quais levaram presentes para o menino Jesus,
B) Nos dois poemas, há um contraste entre os ambientes que nascera recentemente. Reconhece-se, portanto, que a
representados pelo “aqui” (lugar onde se encontra o expressão “Reis Magos” remete e dialoga com outro texto,
eu lírico e onde ele não está feliz) e o “lá” (lugar para de conhecimento amplo, caracterizando, assim, uma relação
onde o eu lírico deseja ir e onde está sua felicidade). de intertextualidade. Está correta, portanto, a alternativa C.
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LÍNGUA PORTUGUESA
A ideia de que futebol e literatura podem ser simples e, ainda diferenciados. Portanto, a alternativa D é a correta.
assim, elaborados artisticamente se confirma nos trechos
“Garrincha dominava – como [...] Drummond – a arte da Questão 07 – Letra B
simplicidade” e “[...] Como podia um drible ser tão inédito Comentário: A sentença “nada desaparece, tudo se
e tão familiar?”. reorganiza”, retoma a famosa frase do químico Lavoisier:
“na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”.
Questão 04 – Letra D Ou seja, há uma relação bastante explícita entre os dois
Comentário: Na letra de Aldir Blanc e Maurício Tapajós, textos mencionados, dessa maneira, não se pode afirmar
temos, de início, uma paródia com o título da música de Ary que há o emprego de uma comparação, uma vez que a
Barroso: de “Aquarela do Brasil”, que seriam as cores do semelhança que existe entre os dois enunciados é construída
país, a “Querelas do Brasil”, que são as queixas e conflitos a partir da intertextualidade. Assim, são verdadeiras as
do Brasil. Assim, já se espera que a música tenha como afirmativas I e III, conforme indica a alternativa B.
assunto principal algum problema enfrentado no país.
Analisando cada alternativa, temos que a A não é verdadeira, Questão 08 – Letra C
uma vez que não há, na segunda letra, a recuperação das
Comentário: A própria questão já afirma que Carlos
imagens idealizadas e bonitas construídas na primeira
Drummond de Andrade produz seu texto a partir de uma
música. Reconhece-se, na realidade, uma desconstrução
intertextualidade com o famoso poema de Gonçalves Dias,
dessas imagens. A alternativa B, por sua vez, é incorreta
“Canção do Exílio”, o que facilita a análise. Assim, observando
porque uma visão ufanista é aquela que vangloria o país.
o texto de Drummond, reconhece-se a intertextualidade de
Ao usar de anglicismos, o autor desfaz essa estratégia,
maneira explícita, logo no começo, no verso que retoma o
pois não enaltece o Brasil, ao contrário, ele mostra que
original de Gonçalves Dias, “Minha terra tem palmeiras”,
o anglicismo está, de alguma forma, descaracterizando a
transformando-o em uma indagação. O texto original é,
cultura brasileira. A alternativa C também não está correta,
n o e n t a n t o, u m p o e m a r o m â n t i c o, e m q u e h á u m
uma vez que o autor de “Querelas do Brasil” usa da aliteração
embelezamento e um enaltecimento do país de origem do
para demonstrar, por meio de palavras de origem indígena,
eu lírico, que se encontra exilado. Enquanto o poema de
o quanto a cultura brasileira é diversa, mas pouco conhecida,
Drummond constrói-se de forma diferente, apresentando
valorizada. Assim, a única alternativa correta é a D, pois, de
diversos questionamentos quanto a essa beleza, representados
fato, a música de Blanc e Tapajós se refere o tempo todo a uma
pelas engenhocas de rapadura, distantes dos sabiás que
imagem interessante e bem vista que é construída da cultura
cantam nos versos de Gonçalves Dias. Percebe-se, assim,
anglo-saxônica (representada pelo termo “Brazil”) e a imagem
uma ruptura de Drummond em relação ao pensamento e à
da rica, mas desvalorizada, cultura brasileira (o “Brasil”),
ideologia referente à nação expressos no poema romântico,
a primeira sobrepondo-se à segunda, conforme indicam os
a qual passa de encantamento e, em certa medida, ilusão,
últimos versos da canção: “O Brazil não merece o Brasil /
a questionamentos e aprofundamento crítico quanto à
O Brazil ta matando o Brasil”.
realidade do país. Portanto, está correta a alternativa C.
Logo, na releitura do clássico machadiano, são narradas as vermelho”. A alternativa B está incorreta, pois o texto não
memórias de um zumbi, que seria Brás Cubas. Portanto, está apresenta tom irônico, na verdade, ele destaca a relevância
correta a alternativa D. dos dados descobertos em relação à água salobra marciana.
também fora avisado por um “anjo safado” de que ele seria e vista como loucura (Quaresma). As personagens possuem
caracteres diferenciados e expressam as contradições e os
um “ser errado”, um “esquerdo”. Entretanto, mesmo assim,
paradoxos apontados por Renan.
ele irá “até o fim” nessa trajetória que, “já de saída”, lhe fora
funestamente anunciada.
Questão 02
Comentário:
Questão 02 – Letra B
A) Vadio, preguiçoso.
Eixo cognitivo: I
B) É por meio de uma explicação médico-científica que
Competência de área: 7
Lobato, preocupado com o problema da força de trabalho
Habilidade: 21
improdutiva, muda a concepção sobre o caboclo brasileiro.
Comentário: Como bem lembra o crítico Affonso Romano de A ineficiência do Jeca não é mais uma questão de
Sant’Anna, no enunciado da questão, a paráfrase “é um discurso inferioridade racial, mas sim um problema médico-sanitário.
em repouso”, isto é, um discurso que não se altera, que preserva O caipira é doente. Ele é pobre porque é doente e, assim,
seu sentido original, mesmo quando expresso de outra maneira. não produz. Essa mudança de concepção passava pela
Em outras palavras, a paráfrase propõe uma nova forma de crença positiva de Lobato na ciência.
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LÍNGUA PORTUGUESA
Está correta, portanto, a alternativa E.
Questão 01 – Letra E
Questão 06 – Letra A
Comentário: Somente no excerto de poema presente na
C o m e n t á r i o : A o b ra M u l h e r s e n t a d a , d e P i c a s s o,
alternativa E percebe-se a aproximação com o disposto no
é representativa da vanguarda denominada Cubismo, uma vez
Manifesto do Futurismo, por meio da exaltação à mecanização
que subverte a tendência realista nas pinturas, bem como
em “Nova Revelação metálica” e da glorificação da modernidade
rompe com noções canônicas de perspectiva, trabalhando com
“Ó coisas todas modernas, / Ó minhas contemporâneas, forma
formas decompostas e diferentes pontos de vista justapostos
atual e próxima”.
sem, exatamente, um critério estético de harmonia, precisão
e linearidade. Está correta, assim, a alternativa A.
Questão 02 – Letra B
Comentário: A alternativa B traz uma informação incorreta a
Questão 07 – Letra C
respeito do Pré-Modernismo, uma vez que a preocupação dos
Comentário: Ao falar sobre o sertão, o narrador faz uma
autores dessa época girava em torno da relevância social dos
comparação desse ambiente com o de uma floresta, como
conteúdos tratados nas suas obras, as quais apresentavam
tipos comuns das cidades e do sertão brasileiro, afastando-se pode ser visto nestes dois trechos: “A luta pela vida que nas
da burguesia. Nesse sentido, não havia o objetivo de criação florestas se traduz como uma tendência irreprimível para a
de um “novo modelo estético” que romperia com a literatura luz” e “O Sol [no Sertão] é o inimigo que é forçoso evitar, iludir
tradicional. Tal afirmativa está mais relacionada ao Movimento ou combater.”
Modernista de 1922, para o qual o Pré-Modernismo abriu
caminho ao tratar de temas que vinham sendo ignorados na Questão 08 – Soma = 51
literatura brasileira da época. Comentário: A passagem extraída de Os sertões demonstra
que, apesar da superioridade bélica do Exército republicano,
Questão 03 – Letra A os sertanejos resistiam bravamente aos atentados que sofriam.
Comentário: O romance Triste fim de Policarpo Quaresma As dificuldades, pelo contrário, só aumentavam-lhes o ânimo,
é representativo do Pré-Modernismo por estar consonante davam-lhes forças para prosseguir, como se comprova na
com o projeto dos autores dessa época de defender um olhar frase: “Os sertanejos invertiam toda a psicologia da guerra:
crítico sobre o Brasil, abordando suas carências sociopolíticas enrijavam-nos os reveses, robustecia-os a fome, empedernia-os
e culturais, conforme indica a alternativa A. A maneira a derrota”. A imagem que se constrói deles a partir do trecho
encontrada por Lima Barreto para realizar esse “nacionalismo é a de seres persistentes, inquebrantáveis, o que confirma
crítico” é exatamente a construção de uma personagem a descrição, feita pelo próprio Euclides da Cunha, de que
ingênua, que ignora a realidade do país e busca uma utópica
“o sertanejo é antes de tudo um forte”.
nação com cultura pura e elevada. No trecho do romance
apresentado na questão, a narração de um episódio de uma
guerra aparentemente sem propósito, na qual o que importa
Questão 09 – Letra B
era o orgulho daqueles que “venceram a batalha”, demonstra Comentário: A questão solicita conhecimentos a respeito de
a crítica ao nacionalismo vazio e cínico, que ignorava os reais diferentes movimentos artísticos para serem apontados em um
problemas pelos quais passavam o país na época. poema e na pintura de Salvador Dalí. É importante conhecer
cada um dos movimentos colocados entre as alternativas. Tanto
Questão 04 – Letra B texto quanto figura pertencem ao Surrealismo, movimento
Comentário: É falsa a afirmativa de que o eu lírico que procurava retratar o inconsciente humano, a livre criação
apresenta uma visão utópica sobre o amor. Pelo contrário, espontânea, com a presença de figuras irreais, livres da
a visão do amor expressa no poema é totalmente descrente, obrigação de retratar o mundo objetivo. No texto, constrói-se a
desiludida. O eu lírico afirma que “o amor da humanidade é imagem de um “cavalo em chamas” que lê um livro e remonta
uma mentira”, expressão apenas de um desejo carnal, sensual à imagem da loucura humana, de modo surreal e imaginário.
e voluptuoso (“É o amor da sibarita e da hetaíra”) e, por isso, A imagem recriada pelo texto pode ser observada também na
raramente ele aborda esse tema (“De amores fúteis poucas figura da pintura de Dalí, em que se observam gigantes cavalos
vezes falo”). com crinas em chamas, que cercam pequenas figuras humanas.
Habilidade: 14
Exercícios de Aprendizagem
Comentário: A pintura A hieroglífica dinâmica do Bal Tabarin
Questão 01
reflete a valorização da velocidade no mundo moderno e seu
Comentário: A questão diz respeito a uma produção
dinamismo, encontrando eco no texto de F. Legér, que fala
contemporânea que traz como personagens escritores
sobre uma “paisagem rasgada por um automóvel, ou por um
e pintores da dita fase heroica do Modernismo. Deve-se
trem” e sobre um “homem moderno que registra cem vezes
relacionar alguns dos postulados do Modernismo brasileiro,
mais impressões que o artista do século XVIII”. Ambos os textos
expressos no texto de Maria Adelaide Amaral, às telas de
fazem referência, assim, ao Futurismo, vanguarda europeia do
Tarsila. A tela Antropofagia dá continuidade ao movimento
início do século XX.
lançado em 1928 por apresentar, como paisagem de fundo,
uma vegetação da flora brasileira e por trazer a junção de
Questão 02 – Letra A
Abaporu e A negra, personagens de telas anteriores, o que
Eixo cognitivo: I
acentua a brasilidade do tema da obra em questão. O índio
Competência de área: 5 e a negra representam a formação da sociedade brasileira.
Habilidade: 16 O europeu foi suprimido, como propõe o Movimento
16 Coleção 6V
Bernoulli Resolve
LÍNGUA PORTUGUESA
Exercícios Propostos Questão 06 – Letra C
Comentário: A afirmação correta é a alternativa C. Nos dois
Questão 01 – Letra B últimos versos do poema (“A visita na casa que a / Gente
Comentário: Macunaíma difere dos heróis românticos, sentava no sofá”), é possível constatar certa informalidade
cujas ações eram sempre honráveis, por apresentar um linguística, marcada pela ausência de conectivos.
comportamento bagunceiro, tendo aprontado bastante na
infância, inclusive dizendo “palavras feias e imoralidades Questão 07 – Letra E
estrambólicas”, sendo caracterizado, assim, como um anti-herói. Comentário: A afirmação correta é a alternativa E, pois
Contudo, ao longo do romance, a personagem também o texto de Luís Bueno fala justamente da necessidade do
demonstra um comportamento valoroso em algumas situações. Modernismo de romper com padrões e amarras que moldavam
a cultura nacional e impediam a livre manifestação cultural,
Questão 02 – Letra C mais próxima do povo e de suas raízes, além de se opor às
Comentário: É preciso estar atento às características que tendências artísticas europeias que inundavam a literatura
compõem o poema, tanto em sua forma e construção quanto brasileira até então.
referente a sua temática. Destaca-se que o texto pertence
ao Movimento Modernista, assim, é preciso considerar os Questão 08 – Letra C
conhecimentos a respeito desse período literário. Em I,
Comentário: No poema de Oswald de Andrade, tem-se o
a afirmativa está correta, pois a mistura de pessoas, como o
retrato de uma cidade no meio do caminho de sua evolução
uso da segunda pessoa (Tu) pelo viajante e da terceira (seu)
pelo índio, indicam uma linguagem mais coloquial e popular, urbana. Ao mesmo tempo em que se discorre sobre motorneiros
que mistura povos, europeu e índios nacionais, em busca de e advogados, fala-se de boi e carroça atravancando o caminho.
uma caracterização da pátria. O texto em questão é de fato Essa descrição tem eco na imagem da Rua da Liberdade,
uma paródia que pretende retratar a fundação e a colonização em que é possível ver a multidão de pessoas no bonde dividindo
nacional como sugerido em II. Por fim, a afirmativa III está o espaço com animais. Está correta, assim, a alternativa C.
correta porque, no poema, há também o ideário da formação
étnica nacional de miscigenação entre índios, europeus e negros Questão 09 – Letra B
africanos. Dessa forma, a alternativa C é a que representa a
Comentário: O homem amarelo é a obra mais conhecida de
correção das opções.
Anita Malfatti. O homem da pintura encontra-se como se não
coubesse ali, num espaço limitado, redefinindo a ocupação do
Questão 03 – Letra A espaço na tela. Na imagem, a explosão de cores e pinceladas
Comentário: Os dois textos possuem uma preocupação firmes tornam o personagem principal um elemento secundário,
nacionalista, defendendo o uso da linguagem coloquial e os tons amarelados e alaranjados dão à obra luminosidade.
na literatura, reforçando a característica modernista de
Além disso, a deformação utilizada no traço é uma característica
rompimento com o clássico.
que foge dos modelos clássicos.
Competência de área: 5
Questão 02 – Letra B
Habilidade: 15
Comentário: A questão pede que se indique a alternativa
Comentário: A resposta correta para a questão que envolve o incorreta. A alternativa que contém erro é a B. Em “Rogo a
poema “O canto do guerreiro”, de Gonçalves Dias, e o romance Vossa Excelência vos digneis aceitar o meu convite”, há um
Macunaíma: o herói sem nenhum caráter, de Mário de Andrade, erro de concordância verbal. Quando o sujeito da oração for um
é a que se encontra na alternativa C: “as perguntas ‘– Quem há, pronome de tratamento, devem-se usar formas verbais, bem
como eu sou?’ (Texto I) e ‘Quem podia saber do Herói?’ (Texto II) como pronomes, de terceira pessoa. Portanto, a forma verbal
expressam diferentes visões da realidade indígena brasileira.’’ e o pronome adequados ao enunciado são “se” e “digne”, não
No primeiro texto, a indagação conduz à evidência da “vos digneis”. A inserção de uma conjunção integrante também
superioridade, força e bravura do índio, concepção vinculada melhoraria estilisticamente a frase. Observe: “Rogo a Vossa
ao modo idealizado como o Romantismo o retratou. Excelência que se digne aceitar o meu convite”.
18 Coleção 6V
Bernoulli Resolve
As alternativas A e C estão corretas, pois os verbos “fazer” A alternativa C, por sua vez, concorda o substantivo plural
e “haver”, quando indicam tempo, são impessoais, portanto, “esquírolas” com o verbo singular “sobra”, enquanto a
devem permanecer no singular. A alternativa D está correta, alternativa D concorda erroneamente o verbo singular
pois, quando o sujeito é “tudo”, o verbo deve concordar com “passeia” com o substantivo plural “rodas de incêndio”
o predicativo (o verbo está no plural para concordar com e, na sequência, o verbo na voz passiva singular “vê-se”
o predicativo “flores”). A letra E está correta, pois o verbo com o substantivo plural “esquírolas”. A única alternativa que
“haver” com sentido de “existir” é impessoal, portanto, apresenta a reescrita em norma-padrão é, portanto, a E.
a locução verbal “deve haver”, por regra, permanece no singular.
Questão 02 – Letra D
Questão 03 – Letra A
Comentário: A afirmativa “Os brasileiros somos assim”
LÍNGUA PORTUGUESA
Comentário: Deve-se indicar a alternativa que complete
apresenta sujeito na terceira pessoa do plural e verbo na
corretamente o enunciado, o que ocorre na letra A. O verbo
primeira pessoa do plural, o que aparentemente equivaleria
“fazer” com sentido de tempo é impessoal, portanto, deve
a ausência de concordância verbal, mas cuja utilização pelo
permanecer no singular. O verbo “haver”, quando não é utilizado
emissor é proposital para atingir um objetivo específico.
com o sentido de “existir”, não é impessoal, portanto, flexiona-se
para concordar com o sujeito. No enunciado em questão, A finalidade desse uso é incluir o emissor da mensagem no
ele é utilizado como verbo auxiliar na locução verbal sujeito “os brasileiros”, que são os elementos retratados
“haver + iniciado” e está no plural para concordar com o sujeito nas obras do artista, de modo que o verbo não concorda
“os trabalhos de apuração dos votos”. Quanto ao verbo gramaticalmente com o sujeito, mas com a ideia que ele
“prever”, este deve seguir o paradigma de conjugação do verbo representa. A alternativa correta é, portanto, a D.
“ver”, que lhe dá origem. Por isso, é adequado “previsse(m)”
e não “prevesse(m)”, forma não descrita em gramáticas e em Questão 03 – Letra B
dicionários. Além disso, o verbo se encontra no singular porque
Comentário: A presença de substantivo singular que
o sujeito (passivo) é oracional. Note que é possível substituir
especifica a porcentagem no sujeito “64% da nicotina injetada”
a oração substantiva subjetiva pelo pronome substantivo
admite a concordância do verbo tanto no plural, com o número,
“isso” e manter a concordância: “sem que se previsse
como no singular, com o substantivo. A alternativa correta é,
isso”. Nas demais alternativas, há, pelo menos, uma forma
verbal inadequada. portanto, a B.
de concordância nominal e verbal. A alternativa A está “de adolescentes”), o adjetivo ou o particípio pode ir para o plural
incorreta por associar o verbo na voz passiva “acha-se”, que ou ficar no singular, o que torna correta também a afirmativa B.
é singular, ao substantivo “esquírolas”, no plural. Da mesma A concordância, portanto, não fica a critério do usuário da
maneira, a alternativa B sugere concordância do substantivo língua, mas obedece a regras específicas, o que invalida a
plural “rodas de incêndio” ao verbo no singular “passeia”. afirmativa C. A resposta correta é, portanto, alternativa A.
de “há” por “fazer” no plural, o que está incorreto, pois deveria está correta, pois a construção na voz passiva sintética está
estar no singular. Na alternativa D, o verbo “dar” não estabelece de acordo com os padrões normativos, uma vez que o verbo é
relação com “um dos argumentos”, e sim com um sujeito transitivo direto, em concordância com o sujeito (“a venda”).
está correta, uma vez que o verbo “listar” está na voz passiva Comentário: Nas alternativas A e D, o verbo “haver” é auxiliar.
sintética. Como sua transitividade é direta, a concordância Na alternativa A, concorda com o sujeito simples “Ele”. Já na
com o núcleo do sujeito (“disciplinas”) deve ser respeitada. alternativa D, está flexionado na terceira pessoa do plural,
A alternativa C está incorreta, visto que o verbo “listar” está porque ocorre caso de sujeito indeterminado.
na voz passiva sintética. Como sua transitividade é direta,
Nas alternativas B e E, o verbo “haver” é impessoal (corresponde
a concordância com o núcleo do sujeito (“princípios”) deve
a “existir”), mas está inadequadamente flexionado, pois deveria
ser respeitada. A forma correta, portanto, é “listam-se”.
estar na terceira pessoa do singular.
A alternativa D, por fim, está incorreta, pois o núcleo do sujeito
da oração (“motivos”) está no plural, sendo assim, o verbo e Está correta, portanto, a alternativa C, na qual o verbo “haver”
o predicativo do sujeito devem concordar com ele. A forma é impessoal e está empregado segundo as prescrições da
correta é “não ficam claros”. Gramática Normativa, portanto, na terceira pessoa do singular.
20 Coleção 6V
Bernoulli Resolve
LÍNGUA PORTUGUESA
pronomes relativos e, para resolvê-la, deve-se atentar para as “de”, de modo que a frase estaria adequada da seguinte
preposições exigidas pelos verbos que compõem as orações maneira: “A importância de que eu preciso é vultosa”.
adjetivas em cada um dos enunciados. Assim, é necessário
observar que:
Questão 03 – Letra E
• No enunciado 1, o verbo “referir-se” exige um complemento
antecedido pela preposição “a”, de modo que a lacuna deve Comentário: A única alternativa em que a regência está
ser preenchida por a que; adequada é a E. O verbo “carregar” é transitivo direto, portanto,
seu complemento deve ser um termo não preposicionado ou
• No enunciado 2, o verbo “assistir” exige um complemento
antecedido pela preposição “a”. Nesse caso, é necessário um pronome que desempenhe a função específica de objeto
que também seja usado o relativo “cuja”, que indica posse, direto. Percebe-se que, na frase, usa-se, adequadamente,
pois se faz referência à “abertura das Olimpíadas”; portanto, o pronome pessoal oblíquo átono “o”.
a lacuna deve ser preenchida por a cuja; Todos os demais enunciados apresentam desvios em relação
• No enunciado 3, o verbo “lutar” exige um complemento ao que prescreve a Gramática:
antecedido pela preposição “por”, de modo que a lacuna
• Em A, não se obedece à regência do verbo “preferir”, que,
dever ser preenchida por por que;
quando transitivo direto e indireto, deve ter um objeto
• No enunciado 4, o verbo “trabalhar” é intransitivo, mas está
indireto antecedido da preposição “a”. A frase estaria correta
associado a um adjunto adverbial de companhia (trabalhar
com as pessoas), de modo que a lacuna deve ser preenchida da seguinte forma: “Prefiro um asno que me leve a um
por com quem; cavalo que me derrube”;
• No enunciado 5, ocorre a locução verbal “será construída”, • Em B, não se obedece à regência do verbo “aspirar”, que,
indicativa de voz passiva sintética; nesse caso, o verbo quando equivale a “desejar”, deve ter um complemento
principal “construir” é intransitivo, mas está associado antecedido pela preposição “a”; também não estão de
a um adjunto adverbial de lugar (construir em / sobre acordo com a norma-padrão o uso do acento circunflexo
o morro), de modo que a lacuna pode ser preenchida por sobre o “que” e a vírgula que, na frase, separa o sujeito
em que, onde ou sobre o qual;
de seu verbo; a frase estaria correta da seguinte forma:
• No enunciado 6, o verbo “guardar” é transitivo direto e seu “O cargo a que aspiras se conquista, não se ganha”;
complemento, na frase, é “seus tesouros”; esse verbo está
associado a um adjunto adverbial de lugar (guardar seus • Em C, não se usa a correta predicação do verbo
tesouros na / dentro da arca), de modo que a lacuna pode “redundar”, que, quando equivale a “sobejar, superabundar”,
ser preenchida por em que, onde ou dentro da qual. é intransitivo. Para adequar a construção à norma-padrão,
Apesar de os enunciados 5 e 6 permitirem o uso de mais seria melhor substituir a forma verbal por um nome
de uma expressão, ao checar as opções de resposta, equivalente, da seguinte forma: “Sua afirmação de agora
deve-se observar que apenas a alternativa E contém a é redundante com o que antes disse”;
sequência apropriada. • Em D, não se obedece à regência do verbo “gostar”, que
deve ter um complemento antecedido pela preposição
Questão 02 – Letra B “de”; a frase estaria correta da seguinte forma:
Comentário: A única alternativa adequada às prescrições da “As do Nordeste são as frutas de que mais gosto.”
Gramática Normativa é a B. O verbo “propor”, quando significa
“dispor-se a”, assume a forma pronominal. No caso, a oração Questão 04
que o complementa pode tanto ser antecedida pela preposição
Comentário: Em “Mas nenhum se compara, afirma, ao que ele
“a” quanto aparecer sem preposição.
esteve envolvido ontem pela manhã.”, “envolvido” demanda a
Em todas as demais alternativas, há discordância da Gramática, preposição “em”. A frase poderia ser reescrita como: “[...] ao
como demonstrado a seguir: em que ele esteve envolvido [...] / àquele em que ele esteve
• Na alternativa A, há dois verbos, com regências distintas; envolvido / ao acidente em que ele esteve envolvido [...]”.
nesse caso, deve-se repetir o complemento, associando-o É interessante notar que em “Na estrada a gente vê de tudo”,
a cada um dos verbos separadamente. A frase estaria não há erro de regência, uma vez que há caso de objeto direto
adequada da seguinte maneira: “Vi o filme apresentado preposicionado, essencial à coerência da frase: não se vê tudo
na Sessão de Gala ontem e gostei muito dele”; na estrada, mas um pouco de cada coisa.
Questão 01 – Letra E
Questão 07 – Letra B
Comentário: A frase escrita de acordo com as normas da
Comentário: Estão corretas apenas as frases I e II, pois
regência verbal é a alternativa E, pois o verbo “preferir”
apresentam a regência correta dos verbos “aspirar”, que é
rege a preposição “a”. Na alternativa A, a ausência de crase
acompanhado da preposição “a” quando tem o sentido de
diante da palavra feminina mostra que o “a” ali presente não
“objetivar”, e “assistir”, que é acompanhado da preposição
é preposição, e sim artigo. As alternativas B e C associam ao
“em” quando assume o sentido de “morar”.
verbo as expressões “do que” e “que”, as quais não são regidas
por ele. Já a alternativa D apresenta a construção “prefiro
mais”, que é incorreta. Questão 08 – Letra A
Comentário: Não está correta a substituição proposta na
Questão 02 – Letra E alternativa A porque o pronome oblíquo “lhe” tem a função de
Comentário: A questão solicita que se identifique a única objeto indireto, representando a quem foi pedido, enquanto a
alternativa cuja regência verbal está correta de acordo com a forma “pedi-lo” estaria correta para se referir ao “texto”, que
norma-padrão. A alternativa correta é E, pois o verbo “namorar” é objeto direto de “pedir”.
é transitivo direto. As demais alternativas são invalidadas
porque o verbo “ir” rege a preposição “a”; o verbo “aspirar” Questão 09 – Letra D
é transitivo direto; “assistir”, no sentido de “ver”, é transitivo
Comentário: O verbo “chegar”, por indicar deslocamento no
indireto e rege a preposição “a”; “pagar” é bitransitivo, mas, ao
espaço, não aceita a preposição “em” no início de adjuntos
se referir a quem recebe o pagamento, rege a preposição “a”.
adverbiais de lugar. Dessa forma, está incorreta a alternativa D,
na qual a preposição “na” deveria ser trocada pela preposição “a”.
Questão 03 – Letra E
Comentário: Na regência do verbo “esquecer”, o uso da Questão 10 – Letra E
preposição “de” é admitido desde que ele esteja acompanhado
Comentário: O verbo “informar” é transitivo direto e indireto,
do pronome oblíquo átono. Nesse sentido, a única oração
portanto, não pode ter como complemento dois termos
correta é: “Todos se esqueceram das informações dadas”.
preposicionados. Há duas opções para corrigir o trecho:
• Informei-lhe os novos planos da empresa.
Questão 04 – Letra E
• Informei-o dos novos planos da empresa.
Comentário: Nessa questão, é solicitada a identificação de
uma oração com regência verbal semelhante à do exemplo, que
apresenta o verbo bitransitivo “pagar”. Entre as alternativas
apresentadas, a única que traz um verbo bitransitivo, ou Seção Enem
seja, que admite como complemento um objeto direto e um
Questão 01 – Letra D
objeto indireto, é aquela em que aparece o verbo “perdoar”.
Em “A vítima perdoou o crime ao agressor.”, “o crime” funciona Eixo cognitivo: I
como objeto direto e “ao agressor” como objeto indireto, Competência de área: 8
o qual é introduzido pela preposição “a”, exigida pelo verbo. Habilidade: 25
Está correta, portanto, a alternativa E. Comentário: A alternativa em que o trecho citado não
apresenta desvio gramatical é a D. Embora falte paralelismo
Questão 05 – Letra C no segundo período que compõe o trecho “Chegaram novas
Comentário: A questão solicita que se identifique a alternativa pessoas para a favela. Estão esfarrapadas, andar curvado
que apresenta regência verbal correta. Em A, percebe-se a e os olhos fitos no solo [...]”, não há erro de relação entre
incorreção no uso da preposição “de” com o verbo “chegar”, as palavras. Todos os outros trechos citados contêm desvios
pois este rege a preposição “a”. A opção B apresenta ausência e, para ficarem de acordo com a norma-padrão, deveriam
da preposição “de” acompanhando a forma “lembrar-se”. ser alterados:
22 Coleção 6V
Bernoulli Resolve
• Em A, de: “As oito e meia eu já estava na favela respirando B) Em “Ao descer pela rua cheia de lama, a senhora se
o odor dos excrementos que mescla com o barro podre”; perguntava aonde é que estava, confusa no lugar que
para: “Às oito e meia, eu já estava na favela respirando o
caminhava”, encontram-se dois desvios. O primeiro refere-se
odor dos excrementos que se mesclam com o barro podre”;
ao uso do advérbio “aonde”, que só deve ser utilizado em
• Em B, de: “Quando estou na cidade tenho a impressão
adjuntos adverbiais de lugar que modificam verbos que
que estou na sala de visita com seus lustres de cristais,
seus tapetes de viludos, almofadas de sitim”; para: indicam deslocamento no espaço, como: ir, voltar, chegar.
“Quando estou na cidade, tenho a impressão de que estou Nesse enunciado, o verbo “estar” indica ausência de
na sala de visita com seus lustres de cristais, seus tapetes movimento no espaço, o que caracteriza a impropriedade
de veludo, almofadas de cetim”; da preposição “a” em “aonde”, o termo correto, portanto,
• Em C, de: “E quando estou na favela tenho a impressão é “onde” (“a senhora se perguntava onde é que estava”).
que sou um objeto fora de uso, digno de estar num quarto
LÍNGUA PORTUGUESA
O segundo desvio ocorre em “confusa no lugar que
de despejo”; para: “E, quando estou na favela, tenho a
caminhava”, pela ausência da preposição “em” antes do
impressão de que sou um objeto fora de uso, digno de
estar num quarto de despejo”; demonstrativo “que”, indicando lugar (“Confusa no lugar
• Em E, de: “Um lugar que não se pode plantar uma flor para em que caminhava”).
aspirar o seu perfume, para ouvir o zumbido das abelhas ou C) Em “Era comum de que a senhora, distraída com sua
o colibri acariciando-a com seu frágil biquinho”; para: “Um sensibilidade, fosse roubada, o que lhe fazia levar as
lugar em que não se pode plantar uma flor para aspirar o
mãos ao peito em sinal de inquietação”, a utilização da
seu perfume, para ouvir o zumbido das abelhas ou o colibri
acariciando-a com seu frágil biquinho.” preposição “de” é incorreta, uma vez que a oração “que
a senhora [...] fosse roubada” funciona como sujeito do
Questão 02 – Letra E verbo da oração principal, portanto, não pode ser iniciada
(“achava melhor esquecer aquilo”), ou, ainda, transitivo preposicionado e de o antecedente do relativo “que” ser uma
indireto se pronominal, exigindo, assim, o pronome reflexivo palavra feminina (“moto”). A segunda crase ocorre porque o
(“achava melhor esquecer-se daquilo”). “a” integra a locução adverbial feminina “à venda”.
Comentário: A alternativa B contém a sequência de palavras uma expressão idiomática (significa “todos ao mesmo tempo”).
que completam as lacunas do texto. A primeira lacuna deve Em E, há um erro no uso do acento indicativo de crase, pois,
ser preenchida por “a que”, pois o pronome relativo “que” de acordo com a regra geral, o “a” não receberá o acento diante
desempenha a função de complemento nominal do adjetivo de palavra feminina no plural (só receberá caso o “a” também
“sujeitos”. Por regra, esse termo exige um complemento esteja no plural “as”, por questões de concordância).
regido pela preposição “a”, o que justifica a forma “a que”.
A segunda lacuna, por sua vez, deve ser preenchida por Questão 03 – Letra A
“de que”, pois o pronome relativo “que”, nesse caso,
Comentário: A questão exige e trabalha com os conhecimentos
é complemento da forma verbal “dispomos”. O verbo “dispor”,
a respeito das regras de uso do acento indicativo do fenômeno
por regra, deve ter como complemento um termo regido de crase. Assim, analisando o texto, a primeira lacuna deve ser
pela preposição “de”; daí a forma correta para preencher a preenchida com “à”, com acento de crase, pois o nome “ataque”
segunda lacuna ser “de que”. requer um complemento regido de preposição “a”, sendo
seguido do nome feminino “cidade”, que é antecedido por artigo
Questão 04 – Letra A definido “a”. Na segunda lacuna, não cabe o acento indicativo
de crase, pois entre palavras repetidas não ocorre crase.
Comentário: Para responder a essa questão, é preciso ser Na terceira lacuna, também não há acento, pois não ocorre
capaz de perceber em qual alternativa há problema de regência, crase diante de pronomes pessoais. Na quarta lacuna, ocorre
se consideradas as normas da Gramática Normativa. O adjetivo o acento de crase, pois o nome “ameaça” requer complemento
“angustiada” demanda a preposição “com”, e não “contra”; regido de preposição “a”, seguido por nome feminino também
por sua vez, o verbo “imaginar” é transitivo direto e não exige acompanhado por artigo definido “a”.
preposição (“imaginou recorrer a outro especialista”), o que
torna a alternativa A incorreta. Questão 04 – Letra C
Comentário: A questão pede a análise do uso ou não do acento
Questão 05 – Soma = 23 indicativo de crase na frase destacada. No primeiro “a”, o uso
do acento está correto, pois o verbo “caber”, no contexto,
Comentário: A crase deve ser empregada para sinalizar a fusão
é transitivo indireto, requer complemento regido por preposição
de duas vogais “a”: quando está empregada uma preposição “a”, que é seguida de nome feminino definido por artigo “a”.
“a” antes de uma vogal “a”. Em “Àqueles que acreditam em Já no segundo “a”, o uso do acento estaria incorreto, uma
propaganda devem ser advertidos”, o emprego da crase está vez que não há verbo ou nome que exija complemento com
incorreto, pois, sendo “aqueles” parte do sujeito, não pode regência de preposição, apenas a presença do artigo definido
“a” como especificador da palavra “garantia”. No final da
haver preposição. Assim, a afirmação 08 está incorreta.
sentença, há o verbo “chegar” que requer complemento regido
por preposição “a”, porém, não há possibilidade de ocorrência
Exercícios Propostos do acento indicativo, pois o nome que complementa o verbo é
uma palavra masculina (“países”). Dessa forma, a alternativa C
é a única em que foram seguidas corretamente todas as regras
Questão 01 – Letra D
para uso do acento indicativo de crase.
Comentário: A questão trabalha com os conceitos fundamentais
e as regras gerais para o uso do acento indicativo do fenômeno de
Questão 05 – Letra B
crase. Na alternativa A, o acento indicativo da crase é facultativo
Comentário: A questão exige e trabalha com os conhecimentos
diante de nomes próprios femininos. Em B, o acento indicativo
relacionados à regência verbal e suas aplicações. Nas duas
de crase não pode ocorrer, uma vez que não há crase entre “a”
primeiras frases, a lacuna deve ser preenchida com a preposição
(singular) e palavra no plural, mesmo que ela seja feminina. “em”, pois ela completa o sentido do verbo “morar” (transitivo
Em C, de acordo com a regra geral, não pode ocorrer crase indireto) na primeira e do verbo “confiar” (transitivo indireto)
diante de palavras masculinas. Portanto, é em D que há uma na segunda. Por outro lado, nas duas frases seguintes, não
alternativa correta, pois o uso do acento indicativo de crase há ocorrência da preposição “em”, pois os verbos das orações
é obrigatório diante de expressões que indiquem maneira, não requerem uso de preposição, já que são transitivos
estilo, como “à maneira de” ou “à moda de”, mesmo que tais diretos. Dessa forma, a alternativa B responde corretamente
expressões estejam elípticas. ao comando da questão.
24 Coleção 6V
Bernoulli Resolve
LÍNGUA PORTUGUESA
correto, indica o sentido de “fazer depoimento”. Assim, A alternativa D está incorreta, uma vez que, com base na
a alternativa C é a única que traz uma afirmação correta a norma-padrão, o sujeito não pode ser acompanhado de acento
respeito dos períodos. Destaca-se que o uso do acento grave indicativo de crase, pois não apresenta preposição.
não é facultativo, pois sua presença ou ausência alteram o
sentido expresso pelo período. Questão 12 – Letra D
Comentário: Para responder a essa questão, vamos considerar
Questão 08 – Soma = 05 cada uma das alternativas. A alternativa A está incorreta,
Comentário: Para responder a essa questão, é preciso ser pois o acento grave é empregado de modo inadequado nos
capaz de perceber se há ambiguidade devido ao uso ou não seguintes casos: antes de “seres humanos”, pois há apenas a
do sinal indicativo de crase. Assim, temos que: preposição “a”; antes de “Curitiba”, já que não há artigo (usa-se
02. Não há ambiguidade em nenhuma das frases. O uso do voltar de Curitiba, e não da Curitiba). Além disso, não é
acento grave deixa claro o sentido da frase I, e o não uso indicada a ocorrência de crase antes dos substantivos femininos
do acento deixa clara a ideia da frase II. “dengue” e “chikungunya”. A alternativa B está incorreta, pois
08. A frase II significa que alguém sentiu o cheiro da flor de falta o acento indicador de crase antes de “moradia própria”.
romã. Além disso, há indicação inadequada de crase antes de “áreas
16. O não uso do acento indicativo da crase em II só altera o de preservação permanente”, pois há somente o artigo “as”,
sentido da frase, não a faz incorreta. já que o verbo “invadir” é transitivo direto e, portanto, não
requer o uso de preposição. A alternativa C está incorreta,
Questão 09 – Soma = 10 pois não ocorre crase antes de verbo, o que torna inadequado
Comentário: A questão pede que sejam comparadas diferentes o emprego de acento grave antes de “punir”. Faltou, por
ocorrências do acento indicativo de crase para indicar quais outro lado, indicar a ocorrência de crase antes de “esquerda”
usos seguem as mesmas regras do acento grave usado no (à esquerda).
texto da questão. Destaca-se que a expressão “à sobremesa”,
no texto, é usada como uma locução adverbial de tempo, isto é,
no momento da sobremesa alguém falou ao Presidente.
Seção Enem
Assim, entre as alternativas, aquelas que mantêm o acento
Questão 01 – Letra B
pela mesma regra são as opções 02 e 08, respectivamente,
“à tarde” e “à hora de ângelus”, pois ambas também são Eixo cognitivo: III
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