Nota de Aula Totalitarismo Na Península Ibérica

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 3

NOTA DE AULA – Totalitarismo – Capítulo 07 do livro didático

No estudo da disciplina de História, é comum nomear o período limitado pelo final da


primeira guerra e o início da segunda - 1918 a 1939- como Entreguerras. Nesse espaço de tempo,
são abordados: a Revolução Russa, a Crise de 1929 e os Totalitarismos. Os dois primeiros temas já
foram objetos de nosso estudo e, agora, daremos atenção ao último deles.
A crise de 1929 abalou, significativamente, as economias de diversos países. A fome, a miséria e o
desemprego multiplicaram-se vertiginosamente, ceifando vidas, gerando perplexidade e
promovendo o desespero. As agitações ganhavam expressão e a instabilidade política ameaçadora.
Nesse contexto, os partidos de esquerda, inspirados na Revolução Russa de 1917, começaram a
ganhar espaço político, apresentando-se como solução para os múltiplos problemas e, obtendo
como resultado o crescente número de adeptos. Os governos instalados, a maioria de orientação
liberal e democrática, não encontraram os caminhos para debelar os efeitos da desorganização
econômico-social, Temiam a ascensão da esquerda e pretendiam evitá-la a qualquer custo. Em
consequência, dispuseram seus recursos para financiar regimes de força, conhecidos como
totalitários.

O QUE É O TOTALITARISMO

É a prática de um regime político que defende a total importância do Estado


sobre os interesses dos cidadãos.
No regime totalitário, o Estado tem um governo forte, capaz de controlar de
forma absoluta os diversos setores da vida social: os meios de comunicação,
os órgãos de segurança, os sindicatos dos trabalhadores, etc...
Em termos políticos, o regime totalitário prega o fim da democracia liberal e
a eliminação das oposições por meio de uma propaganda agressiva ou
através da violência física. A linha política do Estado seria determinada por
um partido único.
COTRIM, Gilberto –História e Consciência do Mundo 2- Da Idade Moderna ao
mundo atual. São Paulo: Ed Saraiva, 1996. 8 ed

O fascismo foi o totalitarismo europeu do entreguerras. Nos países derrotados ou


insatisfeitos com os resultados da Primeira Guerra, a crise se manifestou de forma violenta.
Cresceram o nacionalismo e o antiliberalismo. As classes médias e a alta burguesia temiam a
expansão do socialismo e se viam ameaçadas pela possibilidade de uma revolução bolchevique
(socialista). Assim, setores conservadores começaram a se aproximar e apoiar as lideranças fascistas.
Crescia a violência e a atuação das formações paramilitares.

O Totalitarismo se caracteriza por ser: Corporativista, autoritarista, antiliberal,


anticomunista, nacionalista, anti-individualista e militarista.
O fascismo surgiu na Itália; na Alemanha, assumiu conotações racistas e, sob a liderança do
Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, ficou conhecido como nazismo.
O Fascismo

A 1ª Guerra Mundial abalou a economia italiana deixando um rastro de fome, miséria e


agitação social. A forma de governo era a monarquia constitucional, conduzida pelo rei Victor
Emanuel III.
Assustada com a crescente manifestação política dos trabalhadores, os banqueiros,
industriais e grandes comerciantes passaram a apoiar o programa político do Partido Fascista,
liderado por Benito Mussolini. O Partido fazia uso de milícias voluntárias, que atuavam com
violência, agredindo fisicamente os opositores . A atuação dos fascistas provocou uma greve geral,
em protesto contra a repressão violenta. Em nome da alta burguesia, o Partido exigiu que o
governo desse fim à agitação, o que não ocorreu. Como o governo não obteve êxito, os fascistas
dissolveram o movimento, fazendo uso de sequestros, espancamentos e assassinatos.
Em 1922, Mussolini reuniu cinquenta mil fascistas e, para dar uma demonstração de força,
realizou um desfile ( Marcha sobre Roma). Pressionado, o rei designou Mussolini (Primeiro
Ministro) para formar um governo. No novo governo, o Partido Fascista tornou-se único e os
sindicatos de trabalhadores passaram ao controle do governo(corporativismo), Os poderes do 1º
Ministro foram ampliados, instalando-se uma ditadura fascista. O ensino foi controlado de forma a
doutrinar a juventude. Em 1929, foi assinado o Tratado de S. João de Latrão, segundo o qual o
Vaticano deixava de ser um bairro de Roma, tornando-se nação independente. O Papa tornava-se,
assim, Chefe de Estado. Sob essa administração ditatorial , violenta e amparada na força das
milícias, a Itália conseguiu se reerguer economicamente e restabelecer a prosperidade capitalista.

O Nazismo

A Alemanha chegou ao final da 1ª Guerra, derrotada, humilhada e endividada. Instalou-se no


país a República de Weimar, cujo presidente, democraticamente eleito, escolhia o Chefe do
Executivo ( chanceler ). A crise econômica era forte e o desemprego crescente. Nesse contexto,
inspirados na Revolução Russa, surgiram vários protestos contrários à exploração capitalista.
A exemplo da Itália, a alta burguesia, temerosa da expansão das manifestações operárias,
passou a apoiar o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, cuja sigla NAZI, deu
origem ao Nazismo.
O líder do agrupamento político era Adolf Hitler, ex-combatente na 1ª Guerra, pouco
apegado aos valores democráticos e possuidor de grande talento oratório. Em 1923, numa tentativa
de tomar o poder, Hitler liderou uma tentativa de Golpe de Estado (Putsch de Munique).
Fracassando, foi preso e, durante parte do cumprimento da pena, escreveu a obra MEIN KAMPF
(Minha luta). Nessa obra, estão algumas teorias da doutrina hitlerista: o arianismo, segundo o qual
o povo alemão descendia de uma raça superior (arianos) e, por isso, poderia dominar as raças
inferiores ( judeus, eslavos, ciganos, etc.) ; o antissemitismo, perseguindo e condenando os
judeus,que, segundo a doutrina, seriam capazes de destruir a pureza alemã e, ainda, que teriam se
negado a ajudar na recuperação da Alemanha no pós 1ª Guerra; o expansionismo, segundo o qual
o povo alemão teria direito de conquistar o seu Espaço Vital; o fortalecimento do Estado, a cuja
autoridade soberana o cidadão deveria se submeter incondicionalmente.
Eleito em 1925, o presidente alemão Von Hindenburg não obteve êxito na estabilização
econômica e política do país. As agitações decorrentes levaram o presidente a nomear Hitler para o
posto de Chanceler, em 1933. Hitler fazia uso intenso da propaganda para influenciar a opinião
pública. Eram utilizados grandes espetáculos, com emprego de rituais que passavam ideias de
ordem, disciplina e organização.
O Partido Nazista passou a ser único e, com a morte de Hindenburg, em 1934, Hitler passou
a ser também, presidente, tornando-se o supremo dirigente (Fuhrer). Com total controle sobre o
país, explorando o ultranacionalismo, Hitler promoveu a reabilitação econômica alemã. A agricultura
e a indústria cresceram. Desrespeitando o Tratado de Versalhes, a Alemanha se militarizou
rapidamente.
Em outras regiões do mundo, o modelo totalitário também evoluiu.

TOTALITARISMO NA PENÍNSULA IBÉRICA

Em Portugal, as constantes disputas políticas dificultavam as tentativas de desenvolvimento


econômico e social. Diante dessa situação a República Parlamentar democrática, instalada em 1910,
durou pouco, sendo em 1926 substituída, através de um golpe militar, por um regime baseado no
fascismo, tendo como presidente o general Carmona, que nomeou Antônio de Oliveira Salazar seu
primeiro ministro.

Na Espanha, na primeira metade do século XX, a Espanha enfrentava várias divergências


políticas, com o crescimento dos partidos de esquerda. A crise de 1929 agrava mais ainda a situação
da Espanha. Em 1936, a esquerda se organizou, formando a Frente Popular que saiu vitoriosa nas
eleições, formando assim, um governo com tendências socialistas. Militares e conservadores, sob o
comando do general Francisco Franco, se colocaram contra esse governo, dando início a uma
guerra civil que durou até 1939. Os franquistas obtiveram apoio da Itália de Mussolini e da
Alemanha de Hitler, que passaram a bombardear várias cidades espanholas para testar suas armas.
Com a vitória, o general Franco implanta uma ditadura que se estenderia até 1975.
Obs: Guernica, uma cidade ao norte da Espanha, foi duramente bombardeada pela aviação alemã. O
pintor Picasso, retratou a dor e o sofrimento da população na famosa tela Guernica, exposta hoje,
no Museu de Prado, em Madri.

O modelo totalitarista pode ser empregado a todas as tendências autoritárias. Dentre os


exemplos de doutrinas totalitárias, estão: o Stalinismo na URSS- Jossef Stalin (1924 a 1953);
Maoísmo na China - Mao Tse-Tung (1949 a 1976); Integralismo no Brasil - Plínio Salgado (1937 a
1945); Franquismo na Espanha - Gen Francisco Franco (1939 a 1976;) e Salazarismo em Portugal –
Oliveira Salazar (1932 a 1968).

Você também pode gostar