Lei Das Associações Privadas
Lei Das Associações Privadas
Lei Das Associações Privadas
Preâmbulo
O artigo 48.º da Constituição estabelece que os cidadãos têm o direito de, livremente e
sem dependência de qualquer autorização administrativa, constituir associações, desde
que estas se organizem com base em princípios democráticos, nos termos da lei.
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo, nos termos das alíneas b) do
artigo 161.º, l) do artigo 164.º e d) do n.º 2 do artigo 166.º, da Constituição da República
de Angola, a seguinte:
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 1.º
Objecto
Artigo 2.º
Noção
As associações são pessoas colectivas constituídas por duas ou mais pessoas singulares
ou colectivas e que não têm por fim o lucro económico dos associados.
Artigo 3.º
Regimes específicos
Artigo 4.º
Liberdade de associação
1. A todas as pessoas maiores de catorze anos, no gozo dos seus direitos civis, é
reconhecido o direito de livremente se associarem, para fins não contrários à lei ou à
moral pública, sem necessidade de qualquer autorização.
2. Ninguém pode ser obrigado a fazer parte de uma associação, nem ser obrigado por
qualquer modo a permanecer na associação.
3. Os menores com idade inferior a catorze anos têm o direito de aderir a associações,
desde que previamente autorizados, por escrito, por quem detém a autoridade paternal.
Artigo 5.º
Autonomia
Artigo 6.º
Associações proibidas
Artigo 7.º
Associações políticas
CAPÍTULO II
ARTIGO 8.º
Artigo 9.º
Denominação
Artigo 10.º
Personalidade jurídica
Artigo 11.º
Forma e publicidade
Artigo 12.º
Artigo 13.º
Controlo de legalidade
CAPÍTULO III
ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO
Artigo 14.º
1. Para além do disposto no artigo 163.º do Código Civil, aprovado pelo Decreto-Lei n.º
47 344, de 25 de Novembro de 1966, compete ao órgão de administração da associação:
a) Gerir a associação;
Artigo 15.º
Actas
1. As deliberações dos órgãos das associações devem constar de livros de actas próprios
de cada órgão, os quais devem estar disponíveis para consulta.
Artigo 16.º
Reuniões em simultâneo
3. Na falta de indicação nos estatutos dos termos e condições em que as reuniões podem
ser realizadas em simultâneo ou do órgão com competência para essa indicação, cabe à
Assembleia Geral da associação a competência para definir esses critérios.
Artigo 17.º
Artigo 18.º
Associações ilícitas
São ilícitas as associações que prosseguirem a sua actividade após o trânsito em julgado
da decisão judicial que as extinguir.
CAPÍTULO IV
Artigo 19.º
Artigo 20.º
Autorização
Artigo 21.º
CAPÍTULO V
Artigo 22.º
Apoio
Artigo 23.º
Dirigente associativo
2. Os dirigentes associativos voluntários, não podem ser prejudicados nos seus direitos e
regalias no respectivo emprego por virtude do exercício de cargos de direcção nas
associações.
Artigo 24.º
d) Associação com mais de mil associados: crédito de horas correspondente a três dias
de trabalho por mês.
2. O crédito de horas referido no número anterior pode ser utilizado por outro dirigente
associativo, por deliberação da direcção, comprovada através do envio da respectiva
acta às entidades empregadoras ou aos responsáveis pelo serviço público dos dirigentes
associativos envolvidos.
Artigo 25.º
Não pode haver lugar a acumulação do crédito de horas pelo facto de o dirigente
associativo não exercer o direito previsto no artigo anterior em determinado mês, nem
pelo facto de o trabalhador ser dirigente de mais de uma associação.
Artigo 26.º
Regime de faltas
As faltas dadas ao abrigo do disposto no artigo 4.º por quaisquer dirigentes associativos
voluntários são consideradas justificadas, não implicando perda de remuneração, caso
sejam funcionários públicos.
Artigo 27.º
Tempo de serviço
O tempo de serviço prestado às associações nos termos do artigo anterior conta para
todos os efeitos como tempo de serviço prestado no local de trabalho, designadamente
para promoções, diuturnidades, benefícios sociais ou outros direitos adquiridos.
Artigo 28.º
Marcação de férias
CAPÍTULO VI
SECÇÃO I
Artigo 29.º
SECÇÃO II
REGIME FISCAL
Artigo 30.º
Isenções fiscais
a) Imposto do selo;
d) Impostos alfandegários sobre material indispensável aos seus fins e não produzido no
país;
Artigo 31.º
1. Para que se efectivem as isenções previstas nas alíneas b), c) e d) do artigo anterior,
deve o respectivo pedido ser submetido a despacho conjunto dos órgãos auxiliares do
Presidente da República a quem este delegue competências sobre a administração local,
finanças e sobre a tutela do sector de actividade da pessoa colectiva.
3. A isenção a conceder nos termos dos números anteriores pode ser total ou parcial,
sendo a sua graduação fixada no despacho de concessão.
SECÇÃO III
TUTELA ADMINISTRATIVA
Artigo 32.º
Objecto da tutela
Artigo 33.º
Conteúdo da tutela
d) A sindicância consiste numa indagação aos serviços quando existam sérios indícios
de ilegalidades de actos de órgãos e serviços que, pelo seu volume e gravidade, não
devam ser averiguados no âmbito de inquérito.
Artigo 34.º
Artigo 35.º
2. O órgão titular dos poderes de tutela deve garantir a articulação dos planos anuais de
inspecção referidos no n.º 2 do artigo 36.º.
Artigo 36.º
Realização de acções inspectivas
1. Os pedidos de informação são solicitados pelo órgão previsto no n.º 1 do artigo 35.º
ou pelos dirigentes máximos dos serviços inspectivos competentes.
CAPÍTULO VII
ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS
Artigo 37.º
Os artigos 164.º, 166.º, 174.º, 176.º, 177.º, 178.º, 179.º, 180.º, 182.º, 183.º, 195.º e 197.º,
bem como a epígrafe do Capitulo III do Título II do Livro I do Código Civil, aprovado
pelo Decreto-Lei n.º 47 344, de 25 de Novembro de 1966, passam a ter a seguinte
redacção:
« Artigo 164.º
[...]
1. [...].
2. [...].
3. Os titulares dos órgãos das pessoas colectivas respondem perante estas pelos danos
que lhes causarem por actos ou omissões praticados com preterição de deveres legais ou
estatutários, salvo se provarem que agiram sem culpa.
4. Nas associações, os titulares dos corpos gerentes não são responsáveis para com a
associação, se o acto ou omissão assentar em deliberação dos associados, ainda que
anulável, ou se a deliberação tiver sido feita sob proposta dos associados.
Artigo 166.º
[...]
1. Extinta a pessoa colectiva, se existirem bens que lhe tenham sido doados ou deixados
com qualquer encargo ou que estejam afectados a um certo fim, o tribunal, a
requerimento do Ministério Público, dos liquidatários, de qualquer associado ou
interessado, ou ainda de herdeiros do doador ou do autor da deixa testamentária, os
atribuir, com o mesmo encargo ou afectação, a outra pessoa colectiva.
2. Os bens não abrangidos pelo número anterior têm o destino que lhes for fixado pelos
estatutos ou por deliberação dos associados, sem prejuízo do disposto em leis especiais.
Artigo 174.º
[...]
1. A Assembleia Geral é convocada por meio de aviso postal ou carta protocolada com
aviso de recepção, expedido para cada um dos associados com a antecedência mínima
de oito dias com indicação do dia, hora e local da reunião e a respectiva ordem do dia.
3. São anuláveis as deliberações tomadas sobre matéria estranha à ordem do dia, salvo
se todos os associados compareceram à reunião e todos concordaram com o aditamento.
Artigo 176.º
[...]
1. O associado não pode votar, nem por si nem por meio de representante, nem
representar outro associado numa votação, nas matérias em que haja conflito de
interesses entre a associação e ele, seu cônjuge ou unido de facto, ascendentes ou
descendentes.
2. [...].
Artigo 177.º
Deliberações inválidas
1. São inválidas as deliberações da Assembleia Geral:
a) Que sejam contrárias à ordem pública ou aos bons costumes ou a normas legais
destinadas, principal ou exclusivamente à tutela do interesse público;
b) Sobre matéria que não esteja, por lei ou por natureza, sujeita a deliberação dos
associados;
c) Que não tenham sido aprovadas pelo número de votos exigido na lei ou estatutos;
Artigo 178.º
Regime da invalidade
c) O órgão de administração;
d) O conselho fiscal;
b) A anulabilidade só pode ser arguida dentro do prazo de seis meses a contar da data
em que a deliberação foi tomada.
Assembleia Geral, o prazo só começa a correr a partir da data em que ele teve
conhecimento da deliberação.
Artigo 179.º
[...]
1. [...].
Artigo 180.º
4. O representante, nessa qualidade, não pode nunca representar mais do que um décimo
dos associados da associação.
Artigo 182.º
Causas de extinção
1. As associações extinguem-se:
b) Quando o seu fim real não coincida com o fim expresso no acto de constituição ou
nos estatutos;
Artigo 183.º
[...]
2. Nos casos previstos no n.º 2 do artigo precedente, a declaração da extinção pode ser
pedida em juízo pelo Ministério Público ou por qualquer interessado.
CAPÍTULO III
Artigo 195.º
[...]
2. [...].
3. [...].
Artigo 197.º
Liberalidades
Artigo 38.º
«Artigo 158.º-A
Artigo 201.º-A
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CAPÍTULO X
DISPOSIÇÕES FINAIS
Artigo 39.º
Regime subsidiário
As associações regem-se pelas normas dos artigos 157.º e seguintes do Código Civil em
tudo o que não for contrário à presente lei.
Artigo 40.º
Revogação
Artigo 41.º
Dúvidas e omissões
As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e da aplicação da presente lei são
resolvidas pela Assembleia Nacional.
Artigo 42.º
Entrada em vigor