Revisão Guerra Fria
Revisão Guerra Fria
Revisão Guerra Fria
Resumo
Conceito
A Guerra Fria é entendida como uma disputa ideológica entre o comunismo e o capitalismo, representados,
respectivamente pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e pelos Estados Unidos. Esta
conflagração teve início após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e ficou assim conhecida porque ambos
os países nunca se enfrentaram diretamente num conflito em seus territórios. O fim da Guerra Fria ocorreu
em 1991, quando houve o desmantelamento da URSS e marcou-se a vitória do bloco capitalista.
Durante as mais de quatro décadas de duração, Estados Unidos e URSS buscavam aumentar sua área de
influência, tanto por meios materiais – através da economia e do poder bélico – quanto por suas distintas
ideologias. Procurando se afirmar como maior potência global, ambos iniciaram uma corrida armamentista:
eles tentavam sempre superar o poder bélico de seu oponente e avançar em criações tecnológicas voltadas
à guerra. A corrida armamentista tornou-se também nuclear: os Estados Unidos possuíam a tecnologia desde
1945, e a URSS realizou seus primeiros testes em 1949.
Outro meio em que a disputa ocorreu de modo muito claro foi no espaço: a conhecida corrida espacial. Os
soviéticos contaram com algumas vitórias iniciais: lançaram o primeiro satélite artificial (1957), o primeiro
foguete tripulado com um ser vivo (1960) e mesmo o primeiro voo espacial tripulado por um humano (1961).
Entretanto, a chegada do homem à lua, realizada pelos Estados Unidos em 1969, foi o ápice dessa corrida.
Apesar do nome “Guerra Fria” e das superpotências não terem entrado em conflito direto em nenhum
momento, houve conflitos na periferia do sistema que contaram com a influência dos EUA e da URSS. A Guerra
da Coreia, do Vietnã e do Afeganistão são alguns dos exemplos mais conhecidos, onde ocorreu o
enfrentamento indireto entre as duas superpotências em disputa.
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História
Acertos Políticos
Terminada a guerra, os aliados (URSS, França, Estados Unidos e Reino Unido) dividiram a Alemanha em quatro
zonas de ocupação, o lado leste ficaria com a União Soviética, e o Oeste ficaria com as potências capitalistas.
Mas antes mesmo do término oficial da guerra os aliados se reuniram no Cairo, capital do Egito em 1943 e
acertaram as redefinições do território europeu e asiático. Nas conferências que se seguiram os aliados
tiraram da Alemanha trinta e sete por cento do território anterior a guerra que foram devolvidos para outras
nações, principais siderúrgicas e indústrias de base passaram para o Conselho de Controle Aliado, o eixo com
exceção da Itália foi obrigado a pagar indenizações de guerra aos países aliados.
A Ásia e África passaram por diversas mudanças territoriais também, a Coréia que estava sob o comando do
Japão desde antes da guerra reconquistou sua independência, e as colônias voltaram para seus antigos
donos. O mundo estava prestes a presenciar uma polarização gigantesca entre os países, os soviéticos em
sua marcha para Berlim anexaram todos os países que passaram sendo reconhecidos por Churchill e Roosvelt,
o aumento do território lhe conferiu mais mão obra e recursos materiais. No outro lado do mundo os Estados
Unidos despontavam como a liderança dos países capitalistas, assim, a maior parte dos países da América
Latina acabou entrando na esfera de influência dos Estados Unidos durante a guerra já que muitos países
declararam guerra contra o eixo.
Para evitar mais um conflito desse tamanho os aliados formaram em São Francisco em 24 de outubro de
1945 a ONU – Organização das Nações Unidas, inicialmente assinaram a Carta das Nações Unidas cinquenta
países, os pertencentes ao Eixo assinaram a carta mais tarde, a organização tinha objetivo de evitar as guerras
por meios pacíficos como negociações diplomáticas baseadas no direito internacional, mas principalmente
atrocidades como o holocausto garantindo os Direitos Humanos, com a criação da ONU outros órgãos foram
iniciados, o mais importante é a Assembleia Geral que se reúne uma vez por ano e conta com os discursos
dos presidentes de todos os países-membros, há o Secretariado que é presidido pelo Secretário-Geral da ONU
sendo responsável pela administração da organização, o Conselho de Segurança formado permanentemente
União Soviética (atual Rússia), França, Estados Unidos, Inglaterra e China e dez membros provisórios, o
Conselho Social e Econômico tem o objetivo de promover o desenvolvimento e a economia humana, estão a
ele associados a UNICEF e a Organização Mundial do Comércio, por último temos a Corte Internacional de
Justiça que ficou com as funções de julgamento dos crimes internacionais contra os direitos humanos com
sede em Haia na Holanda.
Apesar do caráter imparcial da instituição houve um domínio maior da União Soviética e dos Estados Unidos
já que a polarização mundial se refletia na instituição principalmente por causa do fato do Conselho de
Segurança contar com esses países como membros permanentes, muitos conflitos foram mal resolvidos na
organização e culminaram em guerras mais locais, porém as maiores missões de sucesso da ONU são as
assistências humanitárias por meio de tropas de intervenção como no conflito em Ruanda em 1994 e
assistência as crianças de todo o mundo com a UNICEF.
Economia de Recuperação
Além do pagamento de restituições da dívida de guerra pelos alemães, os países europeus contaram com
uma grande ajuda estadunidense, com o destaque dos soviéticos no cenário mundial os Estados Unidos
tinham que demonstrar a sua força, tanto militarmente quanto nos campos econômicos, culturais etc. A força
militar foi demonstrada com as bombas atômicas lançadas no Japão, e sua força econômica seria
demonstrada no Plano Marshall. A guerra por sua destruição geraria uma crise econômica, que por sua vez
geraria descontentamento das massas e assim fomentaria movimentos de esquerda que por sua vez seriam
apoiados pela União Soviética, nessa suposição, os países que se tornassem socialistas seriam ou anexados
pelos soviéticos ou ficariam sob sua esfera de influência.
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História
Portanto o Programa de Recuperação Europeia (nome original do Plano Marshall) tinha a intenção de
recuperar a economia dos países devastados pela Segunda Guerra, como a Alemanha, França e Itália que
tinham os partidos comunistas alinhados com a União Soviética e era bem representativo entre os
trabalhadores urbanos e rurais, desse modo o plano que durou de 1947 a 1951 entregou aos europeus cerca
de 18 milhões de dólares pela Administração da Cooperação Econômica, formada por grandes capitalistas e
pelo governo dos Estados Unidos que estava sob a administração de Henry Truman e seu Secretário de Estado
Catllet Marshall, ajudou os países auxiliados a comprar alimentos, combustível e produtos industrializados e
agrícolas dos Estados Unidos por meio de empréstimos ou doações econômicas mantendo nesses países
um regime capitalista alinhado com os Estados Unidos.
Se a guerra fortaleceu a polarização política o Plano Marshall fortaleceu a polarização da parte economia
colocando uma boa parte do mundo sob as asas dos estadunidenses, Moscou não aceitou a ajuda dos
capitalistas em seus domínios e tocou sua própria recuperação econômica e industrialização dos países
novos dentro da União sendo igualmente bem-sucedida. Do outro lado, em 1948 surgiu também a Organização
Europeia de Organização Econômica que iria administrar os recursos vindos dos Estados Unidos, essa
instituição viria a ser o embrião da União Europeia.
O plano foi um dos responsáveis por instituir como padrão econômico nos países afetados pela guerra a
política do Estado Bem Estar Social, essa vertente política social-democrata fazia frente a liberalismo
desenfreado que existia nos países ocidentais antes da crise de 1929, apesar de alguns muitos países
seguirem essa linha somente depois da guerra, a ideia de que o estado teria que oferecer os serviços básicos
como saúde, educação, seguro-desemprego e transporte entre outros se tornou universal, assim os países
capitalistas fizeram frente ao comunismo oferecendo serviços básicos e necessários a população o que
geraria menos revoltas de contestação ao sistema acalmando os ânimos dos partidos comunistas e do
proletariado.
A Guerra Fria foi um conjunto de tensões e disputas diplomáticas e ideológicas que se estende até 1991
quando a União Soviética termina, a mudança nas mais diversas áreas foi profunda e moldou a nossa
contemporaneidade em diversos aspectos, desde a mudança cultural do meio do século quanto as mudanças
políticas devido às disputas de interesse.
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História
Outro conflito que foi influenciado e levado a cabo pelos Estados Unidos foi a guerra do Vietnã, logo depois
da libertação da Indochina pelo Viet Minh (grupo comunista e anticolonial) que lutou ao lado dos aliados
contra a França de Vichy (fascista) e o Japão, assim depois da vitória Ho Chi Min instaurou um regime
comunista no norte enquanto no sul a derrota se deu pela mão dos ingleses.
Assim em 1954 havia duas repúblicas, no Vietnã do Norte o regime era socialista e o Vietnã do Sul era uma
ditadura militar capitalista apoiado pelos EUA. A guerra começa oficialmente em 1959 quando os guerrilheiros
socialistas do Sul os Viet Congs atacaram uma base dos Estados Unidos no Vietnã do Sul dando início ao
conflito, que nessa época não tinha o apoio direto dos EUA, porém, em 1964 estes passam a mandar soldados
e equipamentos para lutarem ao lado dos sulistas que fraquejava diante dos socialistas.
Com essa intervenção o cenário político e social entrou em convulsão nos Estados Unidos, enormes protestos
contra a guerra do Vietnã por sua falta de apoio interno, principalmente protagonizados por ativistas
associados à cultura hippie, movimentos de esquerda e do movimento pelos direitos civis dos negros (tendo
em vista que havia um grande alistamento de soldados negros) provocou a retirada estadunidense de Saigon
em 1970 com a invasão dos socialistas. A oposição interna somada ao terreno de florestas tropicais
desconhecido pelos estadunidenses e as apuradas técnicas de guerrilha dos Viet Congs e do exército do norte
culminaram com a derrota dos capitalistas em 1973 com a assinatura do Acordo de Paris e a retirada definitiva
em 1975.
Em outubro de 1962 uma crise entre as duas maiores potências quase levou o mundo a sua aniquilação, os
russos estavam instalando em Cuba uma série de mísseis nuclearas, assim que os Estados Unidos souberam
o presidente John Kennedy anunciaria o ocorrido na televisão estadunidense, começava um bloqueio naval e
o presidente ameaçara invadir a ilha caso os soviéticos não retirassem os mísseis. Uma negociação foi
instalada entre as duas potências que terminaria com os Soviéticos e Estadunidenses cedendo um pouco, os
soviéticos desinstalariam os misseis com a promessa de Kennedy não invadir Cuba e os EUA tiraria os mísseis
da Turquia que estavam muito perto da URSS, depois desse episódio foi inaugurada um canal direto entre os
líderes do EUA e da URSS além dos dois países reduzirem seus armamentos nucleares.
Détente e Recrudescimento
Depois da crise dos mísseis e os agravamentos da Guerra do Vietnã junto com oposição interna na política e
na população, os presidentes estadunidenses Richard Nixon e Gerald Ford Jr em conjunto com Leonid Brejnev
que também dificuldades econômicas com a crise do petróleo e enfrentava movimentos nacionalistas e
reformistas como a Primavera de Praga de 1968 tomaram uma série de medidas de aproximação
diplomáticas econômicas e militares que, na linguagem diplomática é chamada de Détente, ou em tradução
livre do francês distensão, relaxamento de tensões.
Além disso as duas potências geriam conflitos com intenso interesse de ambos, como a Guerra do Vietnã e
vinham de uma escalada de medição de forças e disputa por áreas de influência nos continentes da América,
África e Ásia que desde a Guerra da Coreia, no contexto da libertação dos povos afro-asiáticos.
A aproximação foi feite em um contexto de tensão extrema entre os dois países, mas também dentro das
duas potências, assim além do propósito pacifista e de autopreservação os líderes tendiam a diminuir as
pressões internas, os principais pontos desse período foi a retirada do Vietnã feita por Nixon e o
desarmamento nuclear das duas potências. Os acordos começam com o Tratado de Moscou sobre a
regulação das pesquisas nucleares e a neutralidade da Antártida, depois desses seguem-se mais três acordos
sobre armas nucleares o TPN (1968), SALT I (1972) e SALT (1979).
Há mudanças nas diplomacias de outras potências como o nacionalista e antiamericanista Charles De Gaulle
tira a França da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em 1966, na Alemanha dividida a parte
Ocidental retoma as relações com seus vizinhos em 1969, os dois voltam para a ONU em 1972 após
reconhecerem-se mutuamente outro caso é o da China e dos Estados Unidos que se reaproximam com o
reconhecimento do governo da China pelos estadunidenses.
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História
Apesar desse período de “paz diplomática” a década de 1980 foi marcada por uma retomada de tensões mas
já sem o mesmo nível, temos exemplos como a Guerra do Afeganistão ainda em 1979 que foi a fracassada
intervenção dos soviéticos em defesa de um governo de esquerda e a subida de um governo islâmico
patrocinado pelos Estados Unidos. Outro fator foi a eleição dos neoliberais Ronald Reagan e Margareth
Thatcher nos Estados Unidos e no Reino Unido respectivamente, esquentaram as tensões internacionais por
estes líderes defenderem um novo endurecimento com os soviéticos, as tensões terminariam com o fim da
União Soviética em 1991 pelas mãos de Mikhael Gorbachev.
Mudanças Culturais
O fim da Segunda Guerra Mundial e dos extremismos autoritários abriu caminho para as ideologias que
prezassem mais pelas liberdades tanto individuais como coletivas, pelo fim de velhas imposições sociais e
por mais liberdade sexual e social das mulheres. Vários intelectuais da Europa e Estados Unidos influenciaram
essas correntes de pensamento mais libertário, no mundo cultural o rock em suas versões mais psicodélicas
arrastava multidões para gigantescos festivais de música como o de Woodstock em 1969.
As lutas dos movimentos feministas, negros e LGBTs se intensificavam nessa época, no campo da luta pelo
direito das mulheres há um crescimento muito intenso na militância desses movimentos, isso foi fruto de uma
grande participação feminina no esforço de guerra nos campos de batalha e nas fábricas, assim nessa
segunda fase do movimento eram reivindicados mais do que somente direitos políticos, mas pretendia-se
acabar com a descriminação de gênero no âmbito social, como por exemplo a separação de papéis
masculinos e femininos além de uma igualdade e consolidação da mulher nos ambientes de trabalho, um dos
grandes nomes que influenciaram essa geração foi o da filósofa francesa Simone Beauvoir.
O movimento negro pelos direitos civis também causou espanto na sociedade tradicional estadunidense,
mesmo depois da guerra da secessão os afro-americanos sofriam imensas sanções legais, principalmente
nos estados do sul dos EUA, nesses lugares que até hoje guardam um revanchismo racista do norte e dos
negros haviam leis que segregavam os negros dos brancos, como, por exemplo, leis que previam lugares
separados para negros e brancos nos ônibus. Nesse sentido, um dos mais marcantes feitos desses
movimentos pacíficos foi o caso de Rosa Parks que se recusou a ceder seu lugar em um ônibus em
Montgomery no Alabama em 1955 o que provocou o Boicote dos Ônibus de Montgomery promovido pela
Associação Nacional para o Progresso das Pessoas de Cor (NAACP em inglês).
Outro movimento famoso de resistência eram os Panteras Negras, fundado em 1967 inicialmente era um
grupo de autodefesa dos bairros de maioria negra contra os abusos policiais, mais tarde o grupo ganhou
contornos de um marxismo revolucionário, sendo que algumas alas mais radicais eram a favor da revolução
armada. O grupo chegou a contar com mais de dois mil membros filiados com sedes em todo o país, estes
sofreram uma dura repressão policial e um desmantelamento sistemático provocado pelo FBI, onde muitos
membros foram executados ou presos, uns de seus adeptos mais famosos foi a ativista Angela Davis.
Os movimentos de libertações homossexuais também ganharam destaque nas décadas de 1960 e 1970,
principalmente depois das revoltas de Stonewall em Nova Iorque, o Stonewall era um bar destinado ao público
LGBT que na época sofria grande perseguição das autoridades e empresas privadas, em 26 de julho de 1969
a polícia de Nova Iorque tentou invadir esse bar, porém os visitadores e pessoas dos arredores organizaram
uma enorme resistência contra a ação policial onde no fim conseguiram por seguidas noites durante seis
meses afastar a polícia do bairro de Greenwich Village e organizar uma luta coesa pelo direito dos
homossexuais que se espalhou pelo resto do país, um dos mais famosos nomes dessa luta foi o
representante municipal por São Francisco Harvey Milk, sendo o primeiro homossexual eleito para um cargo
político sendo morto por um adversário dentro do prédio da câmara em 1978, na política esses movimentos
eram majoritariamente capitalistas, porém uma parte apoiava políticas e regimes de esquerda.
A queda do Muro de Berlim e o fim da União Soviética terminaram com uma era de disputas mundiais entre a
URSS e os Estados Unidos, durante o período houve uma enorme tensão não somente nas nações envolvidas,
mas no mundo inteiro a respeito da destruição nuclear dessas duas potências que poderia acarretar uma
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História
destruição em níveis mundiais. Com o fim dessa era os Estados Unidos tomam conta do cenário mundial com
o neoliberalismo e as ideologias de esquerda ficam desgastadas com a queda dos comunistas na Rússia e
no Leste Europeu.
Fim da URSS
O fim da Guerra Fria está diretamente ligada com o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, em
1991, no entanto 10 anos antes as potências haviam encontrado caminhos mais pacíficos e de coexistência
depois da queda do Muro de Berlim em 1989 a União dava sinais de enfraquecimento o que durante a década
de 1980 gerou inúmeras reformas tocadas pelo líder soviético Mikhael Gorbachev, a situação piorou quando
em 1986 uma usina nuclear na Ucrânia sofre uma explosão de vapor liberando material radioativo no ar
infectando imediatamente a cidade Prypiat e os arredores, o acidente da Usina de Chernobyl colocou em
cheque todo o sistema de geração de energia nuclear.
Em um contexto mais amplo, uma grande crise econômica na URSS junto com rebeliões e protestos por
democracia na Alemanha Oriental e nos outros países satélites da Rússia desde a década de 1960 vieram
minando o governo da URSS pouco a pouco até o ponto de ruptura nos anos de 1980. Para tentar manter a
unidade Mikhael Gorbachev lança as suas reformas a Glasnost e a Perestroika que visavam reformar a
economia, buscando uma maior abertura de mercado, e reformar a política tendo em vista reformas mais
democráticas no fechado sistema político. As reformas deram abertura para a saída de países do bloco que
começaram uma fuga em massa da União Soviética como Polônia, Hungria, Romênia, Bulgária entre outros,
inclusive a Rússia que foi retirada do bloco por Boris Yeltsen.
Dias depois Gorbachev dissolve oficialmente a União Soviética, terminando com anos de bipolaridade mundial,
isso abriu avanço para a fronteira do neoliberalismo e para economia de mercado na Europa da ex-união
soviética, inúmeros países com representação independente surgiram e a antiga Iugoslávia no Leste Europeu
em uma sangrenta guerra civil com inúmeras denúncias de violações dos direitos humanos de vários lados
sendo necessária uma coalização mundial para terminar com a guerra.
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História
Exercícios
1. (ENEM-PPL-2013) Embora o aspecto mais óbvio da Guerra Fria fosse o confronto militar e a cada vez
mais frenética corrida armamentista, não foi esse o seu grande impacto. As armas nucleares nunca
foram usadas. Muito mais óbvias foram as consequências políticas da Guerra Fria.
(HOBSBAWM, E. Era dos extremos: o breve século XX: 1914-1991. São Paulo: Cia. das Letras, 1999 (adaptado).)
O conflito entre as superpotências teve sua expressão emblemática no(a):
a) formação do mundo bipolar.
b) aceleração da integração regional.
c) eliminação dos regimes autoritários.
d) difusão do fundamentalismo islâmico.
e) enfraquecimento dos movimentos nacionalistas.
2. (ENEM-2009) O fim da Guerra Fria e da bipolaridade, entre as décadas de 1980 e 1990, gerou
expectativas de que seria instaurada uma ordem internacional marcada pela redução de conflitos e pela
multipolaridade.
O panorama estratégico do mundo pós-guerra Fria apresenta:
a) o aumento de conflitos internos associados ao nacionalismo, as disputas étnicas, ao extremismo
religioso e ao fortalecimento de ameaças como o terrorismo, o tráfico de drogas e o crime
organizado.
b) o fim da corrida armamentista e a redução dos gastos militares das grandes potências, o que se
traduziu em maior estabilidade nos continentes europeu e asiático, que tinham sido palco da
Guerra Fria.
c) o desengajamento das grandes potências, pois as intervenções militares em regiões assoladas
por conflitos passaram a ser realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), com maior
envolvimento de países emergentes.
d) a plena vigência do Tratado de Não Proliferação, que afastou a possibilidade de um conflito nuclear
como ameaça global, devido à crescente consciência política internacional acerca desse perigo.
e) a condição dos EUA como única superpotência, mas que se submetem às decisões da ONU no
que concerne às ações militares.
3. (ENEM-2009) Do ponto de vista geopolítico, a Guerra Fria dividiu a Europa em dois blocos. Essa divisão
propiciou a formação de alianças antagônicas de caráter militar, como a OTAN, que aglutinava os países
do bloco ocidental, e o Pacto de Varsóvia, que concentrava os do bloco oriental. É importante destacar
que, na formação da OTAN, estão presentes, além dos países do oeste europeu, os EUA e o Canadá.
Essa divisão histórica atingiu igualmente os âmbitos político e econômico que se refletia pela opção
entre os modelos capitalista e socialista. Essa divisão europeia ficou conhecida como:
a) Cortina de Ferro.
b) Muro de Berlim.
c) União Europeia.
d) Convenção de Ramsar.
e) Conferência de Estocolmo.
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História
4. (ENEM-2018) Os soviéticos tinham chegado a Cuba muito cedo na década de I960, esgueirando-se pela
fresta aberta pela imediata hostilidade norte-americana em relação ao processo social revolucionário.
Durante três décadas os soviéticos mantiveram sua presença em Cuba com bases e ajuda militar, mas,
sobretudo, com todo o apoio econômico que, como saberíamos anos mais tarde, mantinha o país à
tona, embora nos deixasse em dívida com os irmãos soviéticos - e depois com seus herdeiros russos -
por cifras que chegavam a US$ 32 bilhões. Ou seja, o que era oferecido em nome da solidariedade
socialista tinha um preço definido.
(PADURA, L. Cuba e os russos. Folha de São Paulo, 19jul. 2014 (adaptado).)
O texto indica que durante a Guerra Fria as relações internas em um mesmo bloco foram marcadas
pelo(a):
a) busca da neutralidade política.
b) estímulo à competição comercial.
c) subordinação à potência hegemônica.
d) elasticidade das fronteiras geográficas.
e) compartilhamento de pesquisas científicas.
5. (ENEM-2012)
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História
6. (ENEM-PPL-2016)
A charge faz alusão à intensa rivalidade entre as duas maiores potências do século XX. O momento
mais tenso dessa disputa foi provocado pela:
a) ampliação da Guerra do Vietnã.
b) construção do muro de Berlim.
c) instalação de mísseis em Cuba.
d) eclosão da Guerra dos Sete Dias.
e) invasão do território do Afeganistão.
7. (ENEM-2014) Em 1961, o presidente De Gaulle apelou com êxito aos recrutas franceses contra o golpe
militar dos seus comandados, porque os soldados podiam ouvi-lo em rádios portáteis. Na década de
1970, os discursos do aiatolá Khomeini, líder exilado da futura Revolução Iraniana, eram gravados em
fita magnética e prontamente levados para o Irã, copiados e difundidos.
(HOBSBAWM, E. Era dos extremos: o breve século XX (1914-1991).
São Paulo. Cias das Letras, 1995.)
Os exemplos mencionados no texto evidenciam um uso dos meios de comunicação identificado na:
a) manipulação da vontade popular.
b) promoção da mobilização política.
c) insubordinação das tropas militares.
d) implantação de governos autoritários.
e) valorização dos socialmente desfavorecidos.
8. (ENEM-2010) A América se tornara a maior força política financeira do mundo capitalista. Havia se
transformado de país devedor em país que emprestava dinheiro. Era agora uma nação credora.
(HUBERMAN, L. História da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1962.)
Em 1948, os EUA lançavam o Plano Marshall, que consistiu no empréstimo de 17 bilhões de dólares
para que os países europeus reconstruíssem suas economias. Um dos resultados desse plano, para os
EUA, foi:
a) o aumento dos investimentos europeus em indústrias sediadas nos EUA.
b) a redução da demanda dos países europeus por produtos e insumos agrícolas.
c) o crescimento da compra de máquinas e veículos estadunidenses pelos europeus.
d) o declínio dos empréstimos estadunidenses aos países da América Latina e da Ásia.
e) a criação de organismos que visavam regulamentar todas as operações de crédito.
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História
9. (ENEM-PPL-2009) A Guerra do Vietnã, polêmico e violento conflito armado da segunda metade do
século XX, envolveu as guerrilhas do Vietnã do Sul e o governo comunista do Vietnã do Norte. O conflito
atingiu maiores proporções com a participação dos Estados Unidos da América (EUA) ao lado das
tropas do Vietnã do Sul. Entretanto, foi também uma guerra com imagens, que divulgavam, amplamente
e de forma crua, o sofrimento da população civil — crianças com os corpos queimados por napalm,
mulheres violentadas, velhos feridos — e de jovens soldados americanos mutilados ou mortos e
ensacados. Considerando-se o fato histórico descrito, é correto afirmar que:
a) o Vietnã do Sul usava, na guerra, os mesmos métodos de combate dos comunistas do Vietnã do
Norte.
b) os EUA tinham interesse direto na guerra, por sua aliança estratégica com o governo comunista
do Vietnã do Norte.
c) os civis, por serem ativos colaboradores dos comunistas do Vietnã do Norte, foram considerados
alvos legítimos.
d) a imprensa, ao divulgar os fatos ocorridos, colocou a opinião pública dos EUA contra a guerra, o
que pressionou ativamente o seu fim.
e) a violência contra a população civil e o emprego de armas químicas são recursos de guerra aos
quais se deve recorrer com moderação.
10. (ENEM-2009) O ano de 1968 ficou conhecido pela efervescência social, tal como se pode comprovar
pelo seguinte trecho, retirado de texto sobre propostas preliminares para uma revolução cultural: “É
preciso discutir em todos os lugares e com todos. O dever de ser responsável e pensar politicamente
diz respeito a todos, não é privilégio de uma minoria de iniciados. Não devemos nos surpreender com
o caos das ideias, pois essa é a condição para a emergência de novas ideias. Os pais do regime devem
compreender que autonomia não é uma palavra vã; ela supõe a partilha do poder, ou seja, a mudança
de sua natureza. Que ninguém tente rotular o movimento atual; ele não tem etiquetas e não precisa
delas”.
(Journal de la comune étudiante. Textes et documents. Paris: Seuil, 1969 (adaptado).)
Os movimentos sociais, que marcaram o ano de 1968:
a) foram manifestações desprovidas de conotação política, que tinham o objetivo de questionar a
rigidez dos padrões de comportamento social fundados em valores tradicionais da moral religiosa.
b) restringiram-se às sociedades de países desenvolvidos, onde a industrialização avançada, a
penetração dos meios de comunicação de massa e a alienação cultural que deles resultava eram
mais evidentes.
c) resultaram no fortalecimento do conservadorismo político, social e religioso que prevaleceu nos
países ocidentais durante as décadas de 70 e 80.
d) tiveram baixa repercussão no plano político, apesar de seus fortes desdobramentos nos planos
social e cultural, expressos na mudança de costumes e na contracultura.
e) inspiraram futuras mobilizações, como o pacifismo, o ambientalismo, a promoção da equidade de
gêneros e a defesa dos direitos das minorias.
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História
Gabarito
1. A
A Guerra Fria foi marcada principalmente pela formação de um mundo bipolar, com duas grandes
potências competindo por zonas de influência e poder, sem nunca terem entrado em conflitos diretos.
2. A
O fim da Guerra Fria na passagem dos anos 80 para os anos 90 não marcou o fim das disputas regionais,
mas sim a construção de uma nova configuração política com o surgimento de novas exigências de certos
grupos e a manutenção de antigos conflitos.
3. A
A região conhecida como Cortina de Ferro foi assim denominada por conta da presença autoritária das
forças soviéticas no leste europeu, dividindo as zonas de influência socialistas das zonas capitalistas.
4. C
Durante a Guerra Fria, a bipolarização do mundo construiu grandes zonas de influência dominadas por
E.U.A e U.R.S.S, que atuavam como potências hegemônicas de blocos antagonistas. Os países que
pertenciam aos blocos estavam subordinados ao poder econômico e bélico de ambas as potências.
5. D
A independência da Índia foi um dos primeiros grandes processos de libertação asiática a resultar na
vitória dos colonizados. Liderado principalmente por Mahatma Gandhi, o processo contou com forte apoio
popular de cidadãos indianos que frequentemente pressionavam o governo britânico contra a prisão do
líder revolucionário.
6. C
A imagem em questão apresenta os líderes das duas potências da época, E.U.A e U.R.S.S sentados em
bombas nucleares e disputando o poder. Visto isso, a imagem faz uma alusão ao episódio da crise dos
mísseis em Cuba.
7. B
No texto podemos observar a importância das tecnologias de comunicação para as mobilizações políticas
o período da Guerra Fria.
8. C
Com o fim da 2ª Guerra Mundial, a indústria europeia voltava a se reconstruir no meio ao caos deixado
pelos conflitos. Assim, a indústria norte-americana nesse período aumentou suas vendas para a Europa,
buscando suprir as demandas do continente arrasado por produtos industrializados.
9. D
A Guerra do Vietnã teve como característica importante o grande acesso de civis à imagens dos conflitos,
demonstrando para o mundo as barbáries que ocorriam no Vietnã. Foi graças a divulgação dessas imagens
que muitos civis passaram a pressionar os E.U.A pela retirada das tropas e fim da guerra.
10. E
Os movimentos de 1968 se espalharam por todo o mundo defendendo principalmente o fim do
autoritarismo, a liberdade sexual, a paz, as mudanças culturais e promoção da igualdade de gênero. As
pautas dessa geração, muito marcada por jovens estuantes, tornaram-se demandas básicas para as
gerações futuras e até hoje influenciam os movimentos sociais.
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