Direito Financeiro
Direito Financeiro
Direito Financeiro
EXTENSÃO DE NACALA
Michel Budula
Paula Domingos
CRÉDITO PÚBLICO
NACALA
2022
1
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE
EXTENSÃO DE NACALA
CRÉDITO PÚBLICO
NACALA
2022
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Lista de abreviaturas
Art. – Artigo
N° - Numero
Pag. – Página
Séc. – Século
3
Índice
Introdução ................................................................................................................................... 5
2. Empréstimo público................................................................................................................ 9
Conclusão ................................................................................................................................. 13
Bibliografia ............................................................................................................................... 14
4
Introdução
No entanto para WATY, o crédito público é uma receita não efectiva provinda de uma
relação jurídica com dilação temporal em que o Estado, como beneficiário de activos
financeiros, se assume na obrigação de reembolsar o capital e juros ou rendas.
5
CAPITULO I: ASPECTOS GERAIS
1. Conceito de Crédito
Segundo ORÍA1, crédito significa etimologicamente crer ou ter confiança, pois desde
as primeiras versões e interpretações do latim, no séc. XVI, as palavras credo, crediti e
creditum eram traduzidas por crer, confiar a outros ou emprestar crendo, ou seja, com fé na
moral do tomador do empréstimo.
Na opinião do autor essa concepção vem se mantendo, uma vez que crédito seria um
termo ligado à ideia de confiança ou fé na conduta de uma pessoa, isto é, em sua acepção
geral e mais permanente, a palavra crédito estaria relacionada "com duas formas de crença: a
confiança ou fé na moral de uma pessoa disposta a cumprir com os seus deveres e obrigações,
e a crença de que poderá cumpri-los, por dispor de meios económicos.2
1
ORÍA, Salvador. Finanzas. Buenos Aires: Guillermo Kraft, 1948, v. 3, p. 07
2
Idem. Pag.8
3
ARRUDA, João Paulo de. Aspectos do Capital Financeiro. São Paulo: Livraria Martins. 1942. pag. 48
4
LEROY BEAULIEU, Paul. Science des Finances. Paris: Guillaumin. 1899. v. 2, pag. 203.
6
CAPITULO II: CRÉDITO PUBLICO
1. Crédito público
No entanto para WATY6 o crédito público é uma receita não efectiva provinda de uma
relação jurídica com dilação temporal em que o Estado, como beneficiário de activos
financeiros, se assume na obrigação de reembolsar o capital e juros ou rendas.
5
VILLEGAS, Héctor B. Curso de Finanzas, Derecho Financiero v Tributário. Buenos Aires: Depalma, 1972.
Pag. 343.
6
WATY, Teodoro Andrade, introdução as finanças publicas e direito financeiro, Maputo, Moçambique: WeW
Editora, 2004, Pag. 190
7
República de Moçambique, Decreto n.° 26/2021, de 3 de Maio, que aprova o regulamento do sistema de
administração financeira do Estado, in Boletim da República
8
WATY, Teodoro Andrade, introdução as finanças publicas e direito financeiro, Ob. Cit. Pag. 185
9
República de Moçambique, Decreto n.° 26/2021, de 3 de Maio, que aprova o regulamento do sistema de
administração financeira do Estado, in Boletim da República
7
1.1.1 Cobertura do défice de tesouraria
Verifica-se quando as receitas públicas não são suficientes para cobrir as despesas do
Estado. Nestes casos, torna-se necessário cobrir o défice orçamental através dos empréstimos
(a médio ou longo prazo). Estes, não poderão ser pagos ou reembolsados durante o próprio
ano económico, mais nos anos seguintes, dai que devam ter uma maturidade superior a um
ano. (n°2 do art.28)12
O Estado não só recorre ao crédito para financiar despesas públicas. Também recorre
por vezes, para impedir despesas privadas.13 Aqui o crédito funciona como um instrumento de
política económica, num clima inflacionista duma baixa oferta não correspondente a uma
grande pressão de procura.14
10
TEIXEIRA, Ribeiro J. J. Crédito Publico, Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, v20, 1977.
Pag.1
11
República de Moçambique, Decreto n.° 26/2021, de 3 de Maio, que aprova o regulamento do sistema de
administração financeira do Estado, in Boletim da República
12
Idem
13
TEIXEIRA, Ribeiro J. J. Crédito Publico. Ob. Cit. Pag.3
14
WATY, Teodoro Andrade, introdução as finanças publicas e direito financeiro, Ob. Cit. Pag. 190
8
2. Empréstimo público
Para WATY15, o empréstimo público é um acto pelo qual, através de várias operações
financeiras, o Estado beneficia de uma transferência de meios de liquidez, constituindo-se na
ulterior obrigação de os reembolsar e/ou pagar juros. O empréstimo é, pois, um conjunto de
operações financeiras que conduzem ao Crédito Público. Assumimos que não haverá Crédito
Público sem que estas operações (de empréstimo) sejam desencadeadas.
15
WATY, Teodoro Andrade, introducao as financas publicas e direito financeiro, Ob. Cit. Pag. 195
16
República de Moçambique, Decreto n.° 26/2021, de 3 de Maio, que aprova o regulamento do sistema de
administração financeira do Estado, in Boletim da República
9
b) Empréstimo externo. Considera-se externo o empréstimo emitido no
estrangeiro, independentemente da moeda de empréstimo e da nacionalidade
dos seus subscritores.
3. Quanto a duração
a) Empréstimos temporários. (curto, médio e longo prazo), existe um prazo
certo para o pagamento.
b) Empréstimos perpétuos (remíveis e irremíveis), o Estado só tem a obrigação
de pagar juros durante um período, e não de reembolsar o capital.
Quanto ao regime jurídico ou seja natureza jurídica dos empréstimos públicos importa
referir que são vários os posicionamentos a nível da doutrina, dentre os quais, os que
defendem o empréstimo público como um acto unilateral de soberania do Estado, os que
consideram o empréstimo público um acto que consubstancia uma relação de estrutura
bilateral, com a natureza de contrato público e por ultimo a posição que se aproxima da
segunda. e dela se distingue por defender tratar-se de um contrato de direito privado.17
17
WATY, Teodoro Andrade, introdução as finanças publicas e direito financeiro, Ob. Cit. Pag. 198
10
2.3.1 Autorização legislativa
2.3.3 Titulação
18
República de Moçambique, Lei n.° 1/2018, de 12 de Junho, que aprova a nova Constituição da República , in
Boletim da República
11
Os títulos nominativos podem ser integrados, quando englobados noutros de idêntica
natureza, sujeitos a desdobramento, quando parcelados noutros de idêntica natureza, ou
sujeitos a inversão, reversão ou substituição.
2.3.4 Subscrição
Assim, o Tesouro tem sempre a certeza de que o empréstimo está sempre totalmente
subscrito (e realizado) cabendo ao Banco de tomada firme ou sindicato de Bancos recolocá-lo
junto do grande público.
Os empréstimos subscritos podem ter sido colocados acima ou abaixo do par. Será
abaixo do par quando o valor da subscrição é inferior ao valor nominal do título; acima do par
será o caso dos títulos estarem com valor superior ao da subscrição.
12
Conclusão
Tal como demonstramos no corpo deste trabalho, por via de regra, crédito público é
uma receita não efectiva provinda de uma relação jurídica com dilação temporal em que o
Estado, como beneficiário de activos financeiros, se assume na obrigação de reembolsar o
capital e juros ou rendas. E que o empréstimo público é a operação de crédito concreta
mediante a qual o Estado obtém tal dinheiro ou bens;
Dai que, o empréstimo público designa cada um dos actos de natureza contratual que o
Estado celebra com entidades privadas para obter meios de liquidez, assumindo, como
contrapartida típica, duas obrigações: de reembolso ou restituição do capital. Importante é
frisar que nem sempre estas duas obrigações se acumulam.
13
Bibliografia
Legislação
Doutrina
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