Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa I
Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa I
Comunicação e Expressão em Língua Portuguesa I
Módulo I
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(18) 3117-7481 / (18) 3117-7482 / (18) 3625-6960
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SUMÁRIO
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A Língua Portuguesa para fins de estudo divide-se em três partes:
Fonologia / Morfologia / Análise Sintática
Fonologia
Fonologia é a parte da gramática que estuda o fonema
(do grego: phoné = som + logia = estudo)
I – Fonema e Letra
1 Conceito de Fonema é a mínima unidade de som capaz de estabelecer diferenciação
entre um vocábulo e outro.
Ex.: f/i/t/a - f/i/l/a
A diferenciação entre as duas palavras é marcada pelos fonemas / t / e / l /.
Fonema e letra são conceitos distintos:
Fonema é de natureza sonora;
Letra é representação gráfica do fonema.
Não devemos confundir letra com fonema, já que o fonema é uma unidade sonora,
enquanto a letra é sua representação gráfica. Para evitar essa confusão, escrevemos o
fonemas sempre entre duas barras oblíquas (/ /).
Exemplos
mala 4 letras = m – a – l – a 4 fonemas =/m/, /a/, /l/, /a/
tapete 6 letras = t – a – p – e – t – e 6 fonemas = /t/, /a/, /p/, /e/, /t/, /e/
manhã 5 letras = m – a – n – h - ã 4 fonemas = /m/, /a/, /nh/, /ã/
fixo 4 letras = f – i – x – o 5 fonemas = /f/, /i/, /k/, /s/, /o/
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Observe que nos fonemas /o/ e /a/ a corrente de ar que vem dos pulmões passa
livremente pela boca. Pronuncie várias vezes esses fonemas separadamente para
verificar que a corrente de ar, ao sair pela boca, não encontra nenhum obstáculo.
Em português, temos cinco vogais: a, e, i, o, u. Elas representam os doze fonemas
vogais: /a/, /ã/, /e/, /é/, / /, /i/, / /, /o/, /õ/, /u/, / /. As vogais, dependendo da maneira como
são pronunciadas, podem ser:
a) Abertas: quando pronunciadas com cavidade bucal mais aberta.
casa, café, loja, pele, maracujá, porta.
b) Fechadas: quando pronunciadas com cavidade bucal mais fechada.
porco, mesa, sino, lâmpada, muro.
c) Orais: quando a corrente de ar ressoa apenas na boca.
mala, bola, gelo, saci, bambu.
d) Nasais: quando a corrente de ar ressoa também na cavidade nasal:
mãe, romã, ambiente, embalo, ombro, põe, interno, algum.
Observe que a nasalização das vogais é marcada pelo til (~), ou pelas letras m e n,
quando estiverem em final de sílaba.
2. Semivogais
É um fonema de caráter vocálico que se junta a uma vogal para formar uma sílaba.
Exemplo: Ao pronunciarmos a palavra loira, os fonemas se agrupam da seguinte forma:
loi – ra. Cada um desses grupos de fonemas pronunciados, numa única expiração,
recebe o nome de sílaba.
Na pronúncia do primeiro bloco (loi), o fonema /i/ soa mais fraco que o fonema /o/,
apoiando-se nele para formar a sílaba. Nesse caso, dizemos que o fonema /i/ é uma
semivogal.
Pronuncie as palavras abaixo, observando as semivogais, já que vêm apoiadas numa
vogal para com ela formar sílaba.
O e de róseo e o o de mágoa também representam semivogais. Leia em voz alta essas palavras e
você notará que soa como /i/ e o soa como /u/.
Observe também que o primeiro i da palavra lírio não é semivogal, e sim vogal, uma vez que
funciona como a base da sílaba.
As vogais sempre serão o centro sílaba. Lembre-se que não existe sílaba sem vogal, e que nunca
teremos duas vogais na mesma sílaba.
As semivogais nunca serão o centro da sílaba, pois estarão sempre apoiadas a uma vogal para
3. Consoantes
com ela formar sílaba.
São fonemas que resultam de algum obstáculo encontrado pela corrente de ar ao passar
pela boca.
Ex.: Na palavra loira, observamos mais dois fonemas, representados pelas letras l e r.
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Na Língua Portuguesa, os fonemas consonantais são representados pelas seguintes
letras:
b = bico l = luta s = sino
c = corpo m = mola t = taco
d = dado n = nada v = vaca
f = fogo p = pulo x = xadrez
g = galo q = quilo z = zebu
III – Sílaba
É um grupo de fonemas pronunciados numa só expiração.
Ex.: pronunciado lentamente, as palavras: pai, país, escola e televisão, teremos:
pai / pa-ís / es-co-la / te-le-vi-são
Repare que, quando pronunciamos as palavras, os fonemas são agrupados de acordo
com a expiração. Na palavra pai, temos uma única sílaba, na palavra país, duas, na
palavra escola, três e na palavra televisão, quatro.
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a) Ditongo: é o agrupamento de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) na mesma
sílaba. Ex.: ré-gua, cá-rie, lou-sas, he-rói, sá-bio, pas-téis.
2-decrescentes: quando a vogal vem antes da semivogal. Ex. pai, chapéu, herói, boi,
lousa
2. Encontro Consoantal
É o agrupamento de fonemas consonantais numa palavra, sem que entre elas haja vogal.
Ex. Pra-to blu-sas dig-no rit-mo
Observe que, para que haja encontro consonantal, não é necessário que as consoantes
pertençam à mesma sílaba. Basta que tenhamos duas consoantes juntas, sem vogal
entre elas, para que haja encontro consonantal.
V. Dígrafos
É o grupo de duas letras que representam um único fonema.
Ex.: As pronunciarmos as palavras chave, carro, malha, ninho, quilo, assado, exceto
ocorrem mais letras do que fonemas. Na palavra chave, observamos apenas quatro
fonemas, que representam assim: /x/ /a/ /v/ /e/.
O grupo representado pelas letras ch representa um único fonema, /x/. Nas demais
palavras da relação acima, ocorre o mesmo fenômeno. Veja, por exemplo, como seriam
representados os fonemas da palavra quilo: /k/ /i/ /l/ /o/. Portanto, podemos, concluir o
seguinte: muitas vezes duas letras podem estar representando um único fonema. A esse
tipo de encontro damos o nome de dígrafo.
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Alguns dígrafos que ocorrem com bastante frequência na língua portuguesa.
rr: carro, carroça, burro, terra
ss: assim, assado, assembleia
ch: chave, chaveiro, chuva
lh: malha, telha, calha
nh: ninho, rainha, lenha
gu: sangue, guerra, guerreiro
qu: quilo, quente, queijo
sc: nascer, crescer, descer
xc: exceto, exceção, excepcional
Deve-se ter muito cuidado para não confundir dígrafo com encontro consonantal.
Nos dígrafos rr, ss, ch, nh, lh, sc, sc, xc, as duas consoantes juntas representam um
único fonema. Já nos encontros consonantais, cada consoante representa um fonema.
Além dos dígrafos consonantais, existem também os dígrafos vocálicos, que são os
seguintes:
am: lâmpada
an: canto
em: embalo
en: enxame
im: imbuia
in: delinquente
om: escombro
on: tonto
um: penumbra
un: alguns
VI – Divisão Silábica
Para dividir as sílabas de uma palavra, é preciso pronunciá-la vagarosamente e em voz
alta, procurando observar os impulsos de voz utilizados para pronunciá-la. As
observações a seguir poderão ajudá-lo nessa tarefa:
a) Os ditongos e tritongos não devem ser separados. Ex.: au-ro-ra, tá-bua, sei-ta.
b) Os dígrafos ch, lh, nh, gu, qu não devem ser separados. Ex. : cha-péu, ca-lha, ni-
nho.
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c) Os dígrafos rr, ss, sc, sc, xc sempre deverão se separados. Ex.: car-ro, as-sas-si-no,
nas-cer.
d) Separam-se as vogais que formam os hiatos. Ex.: sa-ú-de, sa-í-da, ta-i-nha, vo-o.
f) Nos demais encontros consonantais, cada consoante pertence a uma sílaba diferente.
Ex.: dig-no, ap-to, af-ta, rit-mo.
Crase
A palavra crase provém do grego (krasis) e significa “fusão”, “junção”. A crase nada mais
é do que a fusão da preposição a com outro a.
Para indicar, na escrita, que ocorreu a junção (crase) dos dois as, utilizamos o acento
grave (`).
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Se o termo antecedente não exigir a preposição a, ou o termo posterior não aceitar o
artigo definido feminino a, (ou as ), a crase não ocorrerá. Veja:
Verifique que os nomes de lugar Bahia e Itália vêm precedidos do artigo a. Como o termo
antecedente vou exige a preposição a, ocorre a crase.
Vou a Roma. / Vou a Brasília.
Nesses exemplos, embora o termo antecedente (vou) exija a preposição a, não ocorre a
crase porque os nomes de lugar Roma e Brasília não são procedidos de artigo a.
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uma solução para o caso. / Às vezes fico preocupado com a situação do país. / Fez um
gol à moda de Pelé.
Morfologia
Classes Gramaticais
Classe gramatical das palavras é a classificação da palavra segundo a sua
distribuição sintática e morfológica.
Na língua portuguesa, existem dez classes gramaticais. Destas, seis são variáveis e
quatro, invariáveis. As variáveis se flexionam em gênero, número etc. As invariáveis não
se flexionam.
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Há dez classes gramaticais na Língua Portuguesa que são classificadas como:
Variáveis e Invariáveis.
I – Variáveis
1 - Substantivo
Substantivo é toda a palavra que é determinada por um artigo, pronome ou numeral, ou
modificada por um adjetivo.
De acordo com a gramática portuguesa, um substantivo dá nome aos seres em geral e
pode variar em gênero, número e grau.
Para transformar uma palavra de outra classe gramatical em um substantivo, basta
precedê-lo de um artigo, pronome ou numeral. Ex: "O não é uma palavra dura". Artigos
sempre precedem palavras substantivadas, mas substantivos (que são substantivos em
sua essência) não precisam necessariamente ser precedidos por artigos.
Classificação dos substantivos
Quanto à existência de radical, o substantivo pode ser classificado em:
1- Primitivo: palavras que não derivam de outras.
Ex: flor, pedra, jardim, leite, goiaba, ferro, cobre, uva, maçã, metal.
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8- Próprio: denota um elemento individual que tenha um nome próprio dentro de um
conjunto, sendo grafado sempre com letra maiúscula. Ex: João, Maria, Bahia, Brasil, Rio
de Janeiro, Japão.
9- Coletivo: um substantivo coletivo designa um nome singular dado a um conjunto de
seres. No entanto, vale ressaltar que não se trata necessariamente de quaisquer seres
daquela espécie. Alguns exemplos:
Uma biblioteca é um conjunto de livros, mas uma pilha de livros desordenada não é
uma biblioteca. A biblioteca discrimina o gênero dos livros e os acomoda em prateleiras.
Conteúdo Complementar
Coletivo de Tempos:
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Flexão do Substantivo
Quanto ao gênero
Os substantivos flexionam-se nos gêneros masculino e feminino e quanto às
formas, podem ser:
1- Substantivos biformes: apresentam duas formas originadas do mesmo radical. Ex.:
menino - menina, traidor - traidora, aluno - aluna.
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2- Substantivos heterônimos: apresentam radicais distintos e dispensam artigo ou
flexão para indicar gênero, ou seja, apresentam duas formas uma para o feminino e outra
para o masculino. Ex.: arlequim – colombina / arcebispo – arquiepiscopisa / bispo –
episcopisa/ bode – cabra / ovelha - carneiro.
5- Comum de dois gêneros: o gênero é indicado pelo artigo precedente. Ex.: o dentista
- a dentista, um jovem - uma jovem, imigrante italiano - imigrante italiana.
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anteparo)
o rádio (aparelho receptor) a rádio (estação emissora)
o voga (remador) a voga (moda, popularidade)
Quanto ao número
Os substantivos apresentam singular e plural.
Formação do plural:
1- Substantivos simples: para formar o plural, acrescenta-se à terminação em n, vogal
ou ditongo o s. Ex: elétron/ elétrons, povo/ povos, caixa/ caixas, cárie/ cáries; a
terminação em ão, por ões, ães, ou ãos; as terminações em s, r, e z, por es; terminações
em x são invariáveis; terminações em al, el, ol, ul, trocam o l por is, com as seguintes
exceções: "mal" (males), "cônsul" (cônsules), "mol" (mols) quantidade de matéria de um
sistema, "gol" (gols); terminação em il, é trocado o l por is (quando oxítono) ou o il por eis
(quando paroxítono).
2- Substantivos compostos: flexionam-se da seguinte forma quando ligados por hífen:
se os elementos são ligados por preposição, só o primeiro varia (mulas-sem-
cabeça);
se os elementos são formados por palavras repetidas ou por onomatopeia, só o
segundo elemento varia (tico-ticos, pingue-pongues);
nos demais casos, somente os elementos originariamente substantivos, adjetivos e
numerais variam (couves-flores, guardas-noturnos, amores-perfeitos, bem-amados,
ex-alunos).
Quanto ao grau
Os substantivos possuem três graus, o aumentativo, o diminutivo e o normal que são
formados por dois processos:
1- Analítico: o substantivo é modificado por adjetivos que indicam sua proporção (rato
grande, gato pequeno);
2- Sintético: modifica o substantivo através de sufixos que podem representar além de
aumento ou diminuição, o desprezo ou um sentido pejorativo (no aumentativo sintético:
gentalha, beiçorra), o afeto ou sentido pejorativo (no diminutivo sintético: filhinho, livreco).
Exemplos de diminutivos e aumentativos sintéticos:
sapato/sapatinho/sapatão;
casa/casebre/casarão;
cão/cãozinho/canzarrão;
homem/homenzinho/homenzarrão;
gato/gatinho/gatão;
bigode/bigodinho/bigodaço;
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vidro/vidrinho/vidraça;
boca/boquinha/bocarra;
muro/mureta/muralha;
pedra/pedregulho/pedrona;
rocha/rochinha/rochedo; papel/papelzinho/papelão; lápis/lapisinho/lapisão.
2 - Artigo
Do ponto de vista semântico
Artigo são palavras que precedem os substantivos para determiná-los ou indeterminá-los.
Subdivide-se em:
1- Os artigos definidos (o, a, os, as), de modo geral, indicam seres determinados,
conhecidos da pessoa que fala ou escreve.
Ex. Falei com o médico. Já encontramos os livros perdidos.
Serve para particularizar (definir) um elemento entre tantos da mesma espécie.
Ex.: O jornal publicou a notícia.
2- Os artigos indefinidos (um, uma, uns, umas) indicam os seres de modo vago,
impreciso. Uma pessoa lhe telefonou. Uns garotos faziam barulho
na rua.
Serve para designar qualquer elemento de uma espécie. Ex.: Um jornal publicou uma
notícia.
Observação 1:
A simples ausência de artigo definido antes do substantivo serve para generalizá-lo e
indeterminá-lo.
Comparem-se as duas frases que se seguem:
1. O atirador arremessa a flecha.
2. Atirador arremessa flecha. (ausência do artigo)
Como se pode notar, os substantivos atirador e flecha têm sentido mais vago na frase
2 que a frase 1.
Observação 2:
Tanto artigo definido quanto artigo indefinido assumem outros que não se resumem em
determinar ou indeterminar o substantivo.
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Exemplo: Ele me olhou com uma fúria, que nem soube o que dizer.
No caso, uma funciona como intensificador.
1. Ambas as mãos
Usa-se o artigo as entre o numeral ambos e o substantivo mãos. Ex.: Ambas as mãos
são perfeitas.
b) Todo, toda significam qualquer, cada. Ex: Toda cidade pode concorrer ao pleito.
(qualquer cidade)
No plural, usam-se sempre todos os, todas as, exceto antes de numeral não seguido de
substantivo.
Ex.: Todas as cidades vieram.
4. Tua decisão / A tua decisão
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De maneira geral, é facultativo o uso do artigo antes dos possessivos.
Ex.: Aplaudimos tua decisão. / Aplaudimos a tua decisão.
7. Em um / Num
Os artigos definidos e indefinidos podem combinar-se com preposições: de + o = do
de + a = da etc.
As formas de + um e em + um podem-se usar combinadas (dum e num) ou separadas
(de um, em um.).
Ex.: Estava em uma cidade grande. Estava numa cidade grande.
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A águia enxerga das alturas. O homem é mortal.
Porém:
Venho da casa do meu amigo. Estivemos na casa do meu amigo.
Estivemos na casa de parentes. Estive na terra da minha avó.
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Os provérbios em geral dispensam o artigo:
Observe que, na linguagem jornalística, é comum a omissão dos artigos nas manchetes
e títulos de artigos e notícias.
Observações
De acordo com a gramática normativa do português, não se usa artigo depois da palavra
"cujo" e suas derivações (cuja, cujos, cujas). Assim: Assisti ao filme cujo título me parecia
estranho.
Não se usa artigo também antes da palavra "casa" quando entendida como o próprio lar.
Deste modo: Estou em casa. Estou na casa de uma amiga.
Muitas vezes, estas categorias criadas pelas gramáticas para tentar normatizar/descrever
as línguas, não dão conta de explicar todos os fenômenos linguísticos possíveis. Em
alguns casos, o artigo pode indicar também certa familiaridade. Ex: "Lucas é um
apresentador de TV" e "O Lucas é meu amigo desde a quarta série".
O artigo, diante de qualquer palavra, relacionando-se a ela, transforma-a em substantivo
3 - Adjetivo
Adjetivo é uma palavra que caracteriza um substantivo atribuindo-lhe
qualidade/característica, estado ou modo de ser. Flexionam-se em gênero, número e
grau.
Sua função gramatical pode ser comparada com a do advérbio em relação aos verbos,
aos adjetivos e a outros advérbios. Ex: borboletas azuis / céu cinza / sandálias sujas.
Da mesma forma que os substantivos, os adjetivos contribuem para a organização do
mundo em que vivemos. Assim, distinguimos uma fruta azeda de uma doce, por exemplo.
Eles também estão ligados a nossa forma de ver o mundo: o que pode ser bom para uns,
pode ser mau para outros.
Classificação dos adjetivos
Os morangos são vermelhos. Vermelhos caracteriza o substantivo morangos e por isso,
é um adjetivo.
Quanto à semântica
A classificação semântica dos adjetivos pode variar de acordo com o tipo de característica
que exprimem. Alguns exemplos:
1. Cor: verde, amarelo, azul, vermelho, etc.
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2. Forma: quadrado, redondo, triangular, etc.
3. Temperatura: quente, frio, morno, gelado, etc.
4. Intensidade: forte, fraco, moderado, etc.
5. Proporção: grande, médio, pequeno, nanico, enorme, gigante, minúsculo etc.
6. Qualidade: bom, bonito, amável, agradável, etc.
7. Defeito: mau, ruim, feio, horrível, etc.
8. Adjetivos gentílicos: brasileiro, americano, paulista, carioca, mineiro, etc.
Quanto à formação
Com relação à formação das palavras, os adjetivos podem ser classificados em:
1. -Primitivo: Não provém de outra palavra e serve de base para a formação de outras
palavras, em geral, substantivos abstratos. Exemplos: Triste é primitivo de tristeza; Negro
é primitivo de negritude.
2. -Derivado: Apresenta afixos e provém de outra palavra. Exemplos: Integral é derivado
de íntegro (íntegro + sufixo -al); Amansado é derivado de manso(prefixo a- + manso +
sufixo -ado).
3. -Simples: É constituído de um só elemento: surdo, mudo, etc.
4. -Composto: É aquele que é constituído de mais de um elemento: Plantão médico-
cirúrgico, Uniforme alviverde(alvi + verde).
5. -Pátrio: É aquele que mostra a origem, a nacionalidade do ser: Menino iraquiano (do
país Iraque), Gaivota africana (do continente África).
Flexão de adjetivos
Os adjetivos podem sofrer três tipos de flexão: por gênero, por número e por grau.
Flexão de Gênero
Os adjetivos podem ser divididos em dois grupos em relação ao gênero.
1. -Adjetivos uniformes: Apresentam uma única forma para os dois gêneros (masculino
e feminino). Exemplos: empregado competente (masculino)/empregada competente
(feminino)
2. -Adjetivos biformes: Apresentam duas formas para os dois gêneros (masculino e
feminino). Exemplo: o homem burguês (masculino)/a mulher burguesa (feminino)
Em geral, para formar o feminino, os adjetivos levam a vogal -a no final do adjetivo e para
formar o masculino eles levam a vogal -o no final do adjetivo.
Exemplo:-criativo (masculino)/criativa (feminino). Entretanto, pode haver exceções, como
no caso dos masculinos terminados em -eu, que podem fazer o feminino em -eia
(europeu, européia) ou em -ia (judeu, judia).
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Flexão de Número
O adjetivo flexiona-se no plural de acordo com as regras existentes para o substantivo.
-Nos adjetivos compostos, como regra geral, só o último elemento vai para o plural.
Exemplo: poemas herói-cômicos
Há exceção para o adjetivo surdo-mudo, que faz o plural surdos-mudos.
-Não há variação de número nem de gênero para os seguintes casos:
-adjetivos compostos com nome de cor + substantivo: olhos verde-mar
-adjetivo azul-marinho: calças azul-marinho
-locuções adjetivas formadas pela expressão cor + de + substantivo: chapéus cor-
de-rosa
-os substantivos empregados em função adjetivas quando está implicita a ideia de
cor: sapatos cinza
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3. -Comparativo de inferioridade: Usa-se para expressar que um ser tem um grau de
inferioridade a outro ser. Pode ser determinado pelas locuções: menos...que ou
menos...do que. Ex.: "José é menos alegre que Pedro".
4. -Superlativo absoluto (analítico): Exprime um aumento de intensidade sobre o
substantivo determinado pelo adjetivo, sem compará-lo com outros da mesma espécie.
Ex.: "José é muito alto".
5. -Superlativo absoluto (sintético): É expresso com a participação de sufixos. O mais
comum é íssimo. Ex.: “Trata-se de um artista originalíssimo”, “Seremos
tolerantíssimos”.
6. -Superlativo relativo de superioridade: Exprime uma vantagem de um ser entre os
demais da mesma espécie. Ex.: "José é o mais alto de todos".
7. -Superlativo relativo de inferioridade: Exprime uma desvantagem de um ser entre os
demais da mesma espécie. Ex.: "José é o menos alto de todos".
Locução adjetiva
A mãe possui um amor de mãe ou maternal por seu filho. O adjetivo de mãe é locução
adjetiva, pois são duas palavras que possuem o valor de um adjetivo.
Locução adjetiva é a reunião de duas ou mais palavras com função de adjetivo. Elas são
usualmente formadas por:
1-uma preposição e um advérbio
2- uma preposição e um substantivo
Exemplos: Conselho da mãe = Conselho materno / Dor de estômago = Dor estomacal /
Período da tarde = Período vespertino
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de amígdalas = tonsilar de fera = beluíno, feroz, de pântano = palustre
ferino
de amor = erótico de ferro = férreo de papa = papal
de andorinha = hirundino de fígado = gigadal, de paraíso = paradisíaco
hepático
de anel = anular de filho = filial de parede = parietal
de anjo = angelical de fogo = ígneo de páscoa = pascal
de ano = anual de folha = foliáceo de peixe = ictíaco, písceo
de aranha = aracnídeo de dormiga = formicular de pele = cutâneo,
epidérmico
de asno = asinino de frente = frontal de pênis = peniano, fálico
de astro = sideral de gado = pecuário de pescoço = cervical
de audição = ótico de gafanhoto = acrídeo de platão = platônico
de aves de rapina = acipitrino de galinha = galináceo de plebe = plebeu
de baco = báquico de galo = alectório de pombo = columbino
de baço = esplênico de ganso = anserino de porco = suíno, porcino
de baixo-ventre = alvino de garganta = gutural de prado = pratense
de bálsamo = balsâmico de gato = felino, felídeo de prata = argêntep,
argentino
de bexiga = vesical de gelo = glacial de professor = docente
de bílis = biliar de gesso = gípseo de prosa = prosaico
de bispo = biliar de golias = goliardo de proteína = protéico
de boca = bucal, oral de gerra = bélico de pulmão = pulmonar
de boce = hircino de homem = humano, viril de pus = purulento
de boi = bovino de idade = etário dos quadris = ciático
de borboleta = papilionáceo de idade média = medieval de raio = fulgural
do bosque = nemoral de igreja = eclesiático de raposa= vulpino
de brejo = palustre de ilha- insular de rato = murino
de bronze = brônzeo, êneo de inseto = entômico de rei = real
de cabeça = cefálico, capital de intestino = intestinal, de rim = reanal
entérico, cilíaco
de cabelo = capilar de inverno = hibernal de rio = fluvial, potâmico
de cabra = caprino de irmão = fraterno, de rocha = rupestre
fratenal
de caça = venat´roio, de joelho = genicular de romance = romanesco
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cinegético
de campo = rural de junho = junino de rosa = róseo
de cana = arundíneo de lado = lateral de sabão = saponáceo
de cão = canino le lago = lacustre de seda = sérico, seríceo
de cardeal = cardinalício de lágrima = lacrimal de selo = filatélio
de carlos magno = carolíngio de leão = leonino de selva = silvestre
de carneiro = arietino de lebre = leporino de sobrancelha =
superciliar
de cavalo = equídeo, equino, de leite = lácteo, láctico de sonho = onírico
hípico
de cegonha = ciconídeo de lesma = limacídeo de sócrates = sintático
de cela, célula = celular de limão = cítrico de sol = solar
de chumbo = plúmbeo de lobo = lupino de sul = meridional, autral
de chuva = pluvial de lua = lunar, selênico de tarde = vesperal,
vespertino, crepuscular
de cidade = citadino, urbano de macao, símio = de teatro = teatral
simiesco
de cílio = ciliar de maças do rosto = malar de tecido = têxtil
de cinza = cinéreo de madeira, lenho = lígneo de terra = terrestre,
terreno, telúrico
de circo = circense de madastra = novercal de terremoto = sísmico
de cobra = columbrino, urbano de mãe = materno, de tijolo = laterário
maternal
de cobre = cúprio de manhã = matinal de tio = avuncular
de coelho = cunicular de mar = marinha, de tórax = torácico
marítimo, equóreo
de coração = cardíaco, cordial de marfim = ebúrneo = de touro = taurino. táureo
ebóreo
de correio = postal de margem = marginal de trás = traseiro
de corujas = estingídeos de mármore = marmóreo de trigo = tritíceo
de costas = dorsal de memória = mnemônico de túmulo = tumular
de coxa = crural de mestre = magistral de umbigo = umbilical
de crânio = craniano de moeda = monetário, de universo (habitado) =
numismático ecumênico
de criança = pueril, infantil de moisés = mosaico de unha = ungueal
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de dança = coreográfico de monge = monacal, de vaca = vacum
monástico
de daltonismo = daltônico de monstro = monstruoso de vasos sanguíneos =
vascular
de dedo = digital de morte = morte, letal, de veado = cerval, elafiano
mortífero
de descrtes = cartesiano de nádegas = glúteo de velho, velhice = senil
de diamante = adamantino, de nariz = nasal de vento = eóleo, eólico
diamantino
de dinheiro = pecuniário de navio = naval de verão, estio = estival
de direito = jurídico de neve = níveo, nival de víbora = viperino
de éden = edênico de nilo = nilótico de vida = vital
de eixo = axial de noite = noturno de vidro = vítreo, hialino
de embriaguez = ébrio de norte = setentrional, de vinho = vínico, vinário,
boreal vinosos, víneo
de enxofre = sulfúrico, de noz = nucular de vinagre = acético
sulfúreo, sulfuroso
de erva = herbáceo de nuca = occipital de violeta = violáceo
de espelho = especular de óleo = oleaginoso de virilha = inguinal
de esposa = uxoriano de olhos = ocular, óptico, de virgem = virginal
oftálmico
de esposos = esponsal de olimpo = olímpico de visão = óptico (ótico)
de esquilo = ciurídeo de opala = opalino, de vontade = volitivo
opalescente
Adjetivos Pátrios
ESTADO ADJETIVO
ACRE Acreano
ALAGOAS Alagoano
AMAPÁ Amapaense
AMAZONAS Amazonense
BAHIA Baiano
CEARÁ Cearense
ESPÍRITO SANTO Espírito-santense, capixaba
GOIÁS Goiano
MARANHÃO Maranhense
MATO GROSSO Mato-grossense
MATO GROSSO DO SUL Mato-grossense-do-sul
MINAS GERAIS Mineiro
29
PARÁ Paraense, paroara
PARAÍBA Paraibano
PARANÁ paranaense
PERNAMBUCO Pernambucano
PIAUÍ Piauiense
RIO DE JANEIRO Fluminense
RIO GRANDE DO NORTE Rio-grandense-do-norte, norte-
riograndense, potiguar
RIO GRANDE DO SUL Rio-grandense-do-sul, sul-rio-grandense,
gaúcho
RONDÔNIA Rondoniense, rondoniano
RORAIMA roraimense
SANTA CATARINA Catarinense, catarineta, barriga-verde
SÃO PAULO Paulista
SERGIPE Sergipano
TOCANTIS Tocantinense
Outras Localidade
Anápolis Anapolino
Angra dos Reis Angrense
Aracaju Aracajuao, aracajuense
Belém Belenense
Belo Horizonte Belo-horizontino
Boa Vista Boa-vistense
Brasília Brasiliense
Cabo Frio Cabo-friense
Campo Grande Campo-grandense
Campos Campista
Cuiabá Cuiabano
Curitiba curitibano
Dois Córregos Duocorreguense
Duas Barras Bibarrense
Entre Rios Entrerriano
Florianópolis Florianopolitano
Fernando de Noronha Noronhense
Fortaleza fortalezense
Foz do Iguaçu Iguaçuense
Goiânia Goianiense
Ilhéus Ilheense
João Pessoa Pessoense
Juiz de Fora Juiz-forense, juiz-forano, juiz-de-forano
Macapá Macapaense
Maceió Maceioense
Manaus Manauense, manauara
Marajó Marajoara
Natal Natalense, papa-jerimum
Niterói Nitoroiense
Nova Iguaçu Iguaçuano
Novo Hamburgo Hamburguense
Palmas Palmense
30
Petrópolis Petropolitano
Pindaminhangaba Pindense, pindamonhangabense
Poço de Calda Caldense
Porto Alegre Porto-alegrense
Porto Velho Porto-velhense
Recife Recifense
Ribeirão Preto Ribeirão-pretano, ribeirão-pretense,
riberopretano, rioberopretense
Rio de Janeiro Carioca
Rio Branco Rio-branquense
Salvador Salcadorense, soteropolitano
Santarém Santarense
Santa Rita do Passa Quatro Santa-ritense, passa-quatrense
São Luís São-luisense
São Paulo Paulistano
Teresina Teresinense
Três Corações Tricordiano
Três Rios Trirriense
Uberaba Uberabense
Uberlândia Uberlandense
Vitória Vitoriense
4 - Numeral
Do ponto de vista semântico
Numeral é a palavra que quantifica numericamente os seres, indica a ordem que eles
ocupam numa certa sequência.
Ex.: Apenas dois casos ocorreram. / Apenas o segundo caso merece atenção.
31
2- Numerais coletivos: dúzia, milheiro, dezenas, centenas, par, década, grosa(s)...
Os numerais coletivos são aquelas palavras que designam uma quantidade específica de
um conjunto de seres ou objetos. São termos variáveis em número e invariáveis em
gênero. Ex.: dúzia(s), milheiro(s), milhar(es), dezena(s), centena(s), par(es), década(s),
grosa(s).
6- Numerais partitivos
Os numerais partitivos são aqueles que passam ideia de partir, não deve se confundir
com fracionários. Ex.: meio.
Observações:
Do ponto de vista sintático
O numeral, sintaticamente, pode funcionar como:
Palavra adjetiva: Ex: O juiz expulsou dois jogadores. / O corretor cometeu duplo
engano. / O automobilista chegou em quarto lugar.
Palavras substantivas: Ex: Dois mais dois são quatro. / A inflação subiu o dobro em
1982.
32
Do ponto de vista mórfico
Numeral cardinal: Com exceção do numeral um, os cardinais são todos plurais.
Observação: Os cardinais terminadas em ão ocorrem sob forma singular e plural (um
milhão/ dois milhões).
Os cardinais um, dois e todas centenas a partir de duzentos apresentam forma masculina
e feminina. Ex.: um – uma / dois – duas / duzentos – duzentas / novecentos – novecentas
Numeral ordinal:
Os numerais ordinais flexionam-se em gênero e número. Ex.: primeiro – primeira /
primeiros – primeiras
Numeral multiplicativo:
Os numerais multiplicativos flexionam-se em gênero e número quando funcionam como
palavras adjetivas. Caso contrário, ficam invariáveis.
Ex.: Arriscou dois palpites duplos. / O atacante cometeu dupla falta. / Os atletas
renderam o dobro do que costumavam. (dobro, no caso, fica invariável)
Numeral fracionário
Os numerais fracionários concordam com o cardinal indicador do numero de partes em
que se dividiu a quantidade.
Ex.: Comprou um terço das terras de município. Comprou dois quartos da produção
anual.
Observação: O fracionário meio concorda em gênero e número substantivo a que se
refere.
Ex.: É meio-dia e meia (hora) / São homens de meia palavra.
5 - Pronome
Os pronomes constituem a classe de palavras categoremáticas, ou seja, são palavras
cujo significado é apenas categorial, sem representar nenhuma matéria extralinguística. A
análise de um pronome em isolado não permitiria identificar nele um significado léxico
dentro de si mesmo, pois seu significado na frase ocorre de acordo com a situação ou
outras palavras do contexto.
Assim, o pronome adquire sua classe de acordo com sua função na frase, de acordo com
a coesão textual, e por isto os pronomes são substantivos, adjetivos, ou adjuntos.
Todavia, ao contrário dessas classes de palavras, o pronome não aceita sufixos
33
aumentativos, diminutivos, e superlativos tais como ão, zão, inho, íssimo, etc, no que são
semelhantes aos numerais.
Essencialmente, um pronome é uma única palavra (ou raramente uma forma mais longa)
que funciona como um sintagma nominal completo.
A semântica caracteriza o pronome por indicar algo, caracteriza-o como dêixis (apontar
para), pois se formos observar, o pronome atua na frase remetendo a algo dentro dela, ou
em seu exterior, apontando e se referindo a outros elementos do contexto, situação,
discurso.
É ainda de acordo com a semântica que os pronomes classificam-se em vários tipos:
pessoais, possessivos, demonstrativos (incluindo nesta classificação também o artigo
definido de acordo com o caso), indefinidos (incluindo nesta classificação também o artigo
indefinido de acordo com o caso), interrogativos, e relativo. Alguns pronomes são: mim, ti,
ele, ela, si, nós, vós, eles, elas.
1- Pronome substantivo e pronome adjetivo
Como já foi observado, um pronome aponta para algum elemento do enunciado, e
localiza este elemento (objeto-substantivo) dentro do enunciado. Quando ele faz
referência a um elemento que surge explícito no enunciado, é um pronome adjetivo ou
adjunto; quando porém, ele faz referência a um elemento que não foi citado, e é
encaixado no lugar dele, então caracteriza-se como pronome substantivo ou absoluto.
2- Pronome Possessivo
São aqueles que se referem às três pessoas do discurso, atribuindo-lhes a posse de
alguma coisa. Flexionam-se em gênero e número, concordando com a coisa possuída, e
em pessoa, concordando com o possuidor.
Pronomes possessivos
Singular Plural
Pessoa
Masc. Fem. Masc. Fem.
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A- Pronome Possessivo Adjetivo
Como já foi observado, o pronome possessivo atribui posse a alguma das pessoas do
discurso. Quando o pronome possessivo é empregado, ele pode estar se referindo a um
objeto que já foi citado e que por isso não precisa ser repetido, ou a um objeto que sequer
foi citado.
Quando o pronome possessivo faz referência a um substantivo já citado, atribuindo sua
posse a um sujeito, ele tem função ADJETIVA ou de ADJUNTO.
O meu casaco é melhor que o seu.
Os dois pronomes estão adjetivando o substantivo casaco, já citado.
3- Pronome Indefinido
São aqueles que se referem a substantivos de modo vago, impreciso ou genérico. São
pronomes indefinidos aqueles que se referem à 3ª pessoa do discurso de modo, ou em
quantidade, indeterminada. Um pronome indefinido pode ser variável ou invariável.
Pronomes Indefinidos Substantivos
Pronomes Indefinidos
São palavras que se referem à terceira pessoa do discurso, dando-lhe sentido vago
(impreciso) ou expressando quantidade indeterminada.
Não é difícil perceber que "alguém" indica uma pessoa de quem se fala (uma terceira
pessoa, portanto) de forma imprecisa, vaga. É uma palavra capaz de indicar um ser
humano que seguramente existe, mas cuja identidade é desconhecida ou não se quer
revelar.
Classificam-se em:
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São eles: algo, alguém, fulano, sicrano, beltrano, nada, ninguém, outrem, quem, tudo.
Por exemplo:
Algo o incomoda?
Por exemplo:
Cada povo tem seus costumes.
Certas pessoas exercem várias profissões.
Note que:
algum, alguns, alguma(s), bastante(s) (= muito, muitos), demais, mais, menos, muito(s),
muita(s), nenhum, nenhuns, nenhuma(s), outro(s), outra(s), pouco(s), pouca(s), qualquer,
quaisquer, qual, que, quanto(s), quanta(s), tal, tais, tanto(s), tanta(s), todo(s), toda(s), um,
uns, uma(s), vários, várias.
Por exemplo:
Menos palavras e mais ações.
Alguns contentam-se pouco.
Variáveis
Singular Plural Invariáveis
Masculino Feminino Masculino Feminino
algum alguma alguns algumas
nenhum nenhuma nenhuns nenhumas alguém
todo toda todos todas ninguém
muito muita muitos muitas outrem
pouco pouca poucos poucas tudo
vário vária vários várias nada
tanto tanta tantos tantas algo
outro outra outros outras cada
quanto quanta quantos quantas
qualquer quaisquer
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cada qual, cada um, qualquer um, quantos quer (que), quem quer (que), seja quem for,
seja qual for, todo aquele (que), tal qual (= certo), tal e qual, tal ou qual, um ou outro, uma
ou outra, etc.
Por exemplo:
Cada um escolheu o vinho desejado.
Indefinidos Sistemáticos
todo/tudo, que indicam uma totalidade afirmativa, e nenhum/nada, que indicam uma
totalidade negativa;
4- Pronome Relativo
O pronome relativo é em geral um pronome de dêixis anafórica, ou seja, um pronome de
retorno que está apontando para algo que já foi citado, para um elemento anterior. Afora
isto, o pronome relativo pode apresentar dois diferentes papéis gramaticais, esse com
dêixis anafórica, e ainda o de transpositor de oração.
Exemplos:
qual, o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas, que, quanto, quantas,
quantos, onde.
-Bloquearam a página para edição, a qual ficou incompleta. (pronome relativo a
qual)
-Ela me mostrou uma página de usuário que estava em branco! (pronome relativo
que)
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A) Transpositor de Oração Pronome Relativo Que: O transpositor pronome relativo que
age fazendo a ligação de duas orações independentes uma da outra, e quando isto ocorre
uma delas fará adjetivação se tornando adjunto adnominal daquilo apontado.
Ex:
Eles são colunistas que trabalham em artigos novos.
Eles são colunistas + Os colunistas trabalham em artigos novos.
Nota: Quem, funciona como pronome relativo quando aponta para elementos citados, e é
precedido de preposição.
Ex: Ele foi o professor de quem mais se falou.
5- Pronome Interrogativo
Os pronomes interrogativos consistem em pronomes relativos (quem, que, qual quanto e
variações) com referência a pessoas e coisas e são utilizados em perguntas diretas ou
indiretas.
Quem editou este artigo?
Que bloqueio, senhor administrador?
Que editaste?
Qual administrador editou?
Qual foi feito?
Quantos eram?
Quantos artigos editou?
Quem fez este serviço?
Quem: Em linhas gerais faz referência a indivíduos e é um pronome substantivo.
Que: Em linhas gerais faz referência a indivíduos e coisas ou é indicador de seleção
como no quarto exemplo, e também, é um pronome substantivo e adjetivo.
Qual: Em linhas gerais busca fazer uma diferenciação, selecionar, e é pronome adjetivo.
Nota: O que: é uma forma enfatizada de que;
Nota: Quem também pode ser caracterizado como pronome relativo indefinido de uso
absoluto.
Atenção!
O uso de classificação pronominal requer muita atenção, porque alguns pronomes variam
de classificação de acordo com sua posição na frase, como foi mostrado; e não obstante
isto, muitas outras palavras, não citadas acima, tem valor pronominal quando
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empregadas em certos contextos. Há muitos erros comuns no que tange à classificação
pronominal.
O pronome O, quando empregado sem valor demonstrativo, e antecedendo um
substantivo explícito ou oculto, perde de imediato seu caráter de pronome, sendo
considerado artigo definido.
O, os, a, as que surgem atrelados a vários pronomes como os relativos, que surgem
muitas vezes precedidos deles, são meras PREPOSIÇÕES; fora de tal situação, em
geral, são artigos definidos.
Os pronomes indefinidos quantitativos podem ser frequentemente confundidos com
adjuntos adverbiais.
Ex: Ele sabia muito sobre o caso. (adjunto adverbial). Muito já fiz. (pronome)
6 - Verbo
Verbo é o nome dado à classe gramatical que designa uma ocorrência ou situação. É
uma das duas classes gramaticais nucleares do idioma, sendo a outra o substantivo. É o
verbo que determina o tipo do predicado, que pode ser predicado verbal, nominal ou
verbo-nominal. O verbo pode designar ação, estado ou fenômeno da natureza.
Classificação
Definem-se os verbos tradicionalmente como as palavras que indicam ação, estado ou
fenômeno da natureza. Podem ser divididos em:
Quanto à semântica
1- Verbos transitivos: Designam ações voluntárias, causadas por um ou mais indivíduos,
e que afetam outro(s) indivíduo(s) ou alguma coisa, exigindo um ou mais objetos na ação.
Podem ser:
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A- transitivos diretos: que não possuem sentido completo, logo ele necessita de um
complemento,sendo este complemento chamado de objeto direto.
Ex.: visitar, socorrer, ouvir etc.
B- transitivos indiretos: que também não possuem sentido completo e necessita de
um objeto indireto, que necessariamente exigem uma preposição antes do objeto.
Ex.: dar, fazer, vender, escrever, amar etc.
2- Verbos intransitivos: Designam ações que não afetam outros indivíduos. Ex.: andar,
existir, nadar, voar etc.
3- Verbos impessoais: São verbos que designam ações involuntárias. Geralmente (mas
nem sempre) designam fenômenos da natureza e, portanto, não tem sujeito nem objeto
na oração. Exemplos: chover, anoitecer, nevar, haver (no sentido de existência) etc. Todo
verbo impessoal é também intransitivo.
4- Verbos de ligação: São os verbos que não designam ações; apenas servem para ligar
o sujeito ao predicativo. Ex.: ser, estar, parecer, permanecer, continuar, andar, tornar-se,
ficar, viver, virar etc...
Quanto à conjugação
1- Verbos da primeira conjugação: São os verbos terminados em ar: molhar, cortar,
relatar, etc.
2- Verbos da segunda conjugação: são os verbos terminados em er: receber, conter,
poder etc. O verbo anômalo pôr (único com o tema em o), com seus compostos (compor,
depor, supor, transpor, antepor, etc.), também é considerado da segunda conjugação
devido à sua conjugação já antes realizada (Ex: fizeste, puseste), decorrente de sua
forma do português arcaico “poer”, vinda do latim “ponere”.
3- Verbos da terceira conjugação: são os verbos terminados em ir: sorrir, fugir, iludir,
cair, colorir, etc.
Quanto à morfologia
1- 'Verbos regulares: Flexionam sempre de acordo com os paradigmas da conjugação a
que pertencem. Ex.: amar, vender, partir, etc.
2- 'Verbos irregulares: Sofrem algumas modificações em relação aos paradigmas da
conjugação a que pertencem. Exemplos: resfolegar, caber, medir ("eu resfolgo", "eu
caibo", "eu meço", e não "eu resfolego", "eu cabo", "eu medo").
3- 'Verbos anômalos: Verbos que não seguem os paradigmas da conjugação a que
pertence, sendo que muitas vezes o radical é diferente em cada conjugação. Ex.: ir, ser,
ter ("eu vou", "ele foi" / "eu sou", "tu és" / "ele tinha", " se eu tivesse" / e não: "eu io", "ele
iu" / "eu sejo", "tu sês" / "ele tia", "se eu tesse").
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O verbo "pôr" pertence à segunda conjugação e é anômalo a começar do próprio
infinitivo.
4- Verbos defectivos: Verbos que não têm uma ou mais formas conjugadas. Ex:
precaver - não existe a forma "precavenha".
5- Verbos abundantes: Verbos que apresentam mais de uma forma de conjugação. Ex.:
encher - enchido, cheio / fixar - fixado, fixo / fazer,faz / dizer, diz / trazer, traz.
Flexão
Os verbos têm as seguintes categorias de flexão:
1- Número: singular e plural.
2- Pessoa: primeira (transmissor), segunda (receptor), terceira (mensagem).
3- Modo: indicativo, subjuntivo e imperativo, alem das formas nominais (infinitivo,
gerúndio e particípio).
4- Tempo: presente, pretérito perfeito, pretérito imperfeito, pretérito mais-que-
perfeito, futuro do presente, futuro do pretérito.
Voz
Ativa, passiva (analítica ou sintética) e reflexiva.
1- Ativa: O sujeito da oração é que faz a ação. Ele sempre fica na frente da frase.
Ex : Os alunos resolveram todas as questões.
2- Passiva: O sujeito recebe a ação. Ele sempre fica no final da frase.
Ex : Todas as questões foram resolvidas pelos alunos.
3- Reflexiva: O sujeito faz e também recebe a ação.
Ex: Ana se cortou. / José se machucou no trabalho.
II – Invariáveis
7- Advérbio
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2- Diminutivo: diminui a intensidade. Ex.: perto - pertinho, pouco - pouquinho, devagar -
devagarinho, etc.
Os advérbios "bem" e "mal" admitem ainda o grau comparativo de superioridade,
respectivamente, "melhor" e "pior".
Existem também as formas analíticas de representar o grau, que não são flexionadas,
mas sim, representadas por advérbios de intensidade como "mais", "muito", etc. Nesse
caso, existe o grau comparativo (de igualdade, de superioridade, de inferioridade) e o
grau superlativo (absoluto e relativo).
Exemplos:
Comparativos de igualdade: Ele é tão estudioso quanto ela.
Comparativo de superioridade: Ele é mais estudioso do que ela.
Comparativo de inferioridade: Ele é menos estudioso do que ela.
3- Superlativo absoluto: Analítico e Sintético
Superlativo absoluto analítico: Ele é bastante estudiodo.
Superlativo absoluto sintético: Ele é estudiosíssimo.
Superlativo relativo: Ele é o mais estudioso da sala.
Superlativo relativo de superioridade: Ele é o mais estudioso de todos.
Classificação dos advérbios
Os advérbios da língua portuguesa são classificados conforme a circunstância que
expressam. A Norma Gramatical Brasileira reconhece sete grupos de advérbios: de lugar,
de tempo, de modo, de intensidade, de dúvida, de causa, finalidade, instrumento,
companhia, afirmação e negação.
Adjunto Adverbial
Na classificação específica do adjunto adverbial, o número de circunstâncias é bem maior
que o número de circunstâncias dos advérbios. Desse modo, além dos adjuntos
adverbiais de afirmação, causa, dúvida, finalidade, intensidade, lugar, modo,
negação e tempo, pode haver na oração adjuntos adverbiais de: assunto, companhia,
concessão, condição, conformidade, distância, exclusão, fim, inclusão, limitação,
matéria, medida, meio , instrumento, origem, peso, preço e etc.
8 - Preposição
Preposição é uma palavra invariável que liga dois elementos da oração, subordinando o
segundo ao primeiro. Isso significa que a preposição é o termo que liga substantivo a
substantivo, verbo a substantivo, substantivo a verbo, adjetivo a substantivo, advérbio a
substantivo, etc. Só não pode ligar verbo a verbo: o termo que liga dois verbos (e suas
42
orações) é a conjunção. Junto com as posposições e as raríssimas circumposições, as
preposições formam o grupo das adposições.
Exemplo: "Os alunos do colégio assistiram ao filme de Walter Salles, comovidos", teremos
como elementos da oração os alunos, o colégio, o verbo assistir, o filme, Walter Salles e a
qualidade dos alunos comovidos. O restante é preposição. Observe: "do" liga "alunos" o
"colégio", "ao" liga "assistiram" a "filme", "de" liga "filme" a "Walter Salles". Portanto, são
preposições.
O termo que antecede a preposição é denominado regente e o termo que a sucede,
regido. Portanto, em "Os alunos do colégio...", teremos: os alunos = elemento regente; o
colégio = elemento regido.
1- Essenciais
Aquelas que só funcionam como preposição, são elas: a , ante, após, até, com, contra,
de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás, da (de+a), do (de+o).
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pois professor funciona como sujeito do verbo querer. Portanto a frase deve ser "Isso não
depende de o professor querer" ou "Isso não depende de ele querer". Teria que ter a
classe das preposições!
9 – Conjunção
As conjunções são palavras invariáveis que servem para conectar orações ou dois termos
de mesma função sintática, estabelecendo entre eles uma relação de dependência ou de
simples coordenação.
São exemplos de conjunções:
portanto, logo, pois, como, mas, e, embora, porque, entretanto, nem, quando, ora,
que, porém, todavia, quer, contudo, seja, conforme.
Quando duas ou mais palavras exercem função de conjunção, dá-se-lhes o nome de
locução conjuntiva.
São exemplos de locuções conjuntivas: à medida que, apesar de, a fim de que.
As conjunções são classificadas de acordo a relação de dependência sintática dos termos
que as ligam. Se conectarem orações ou termos pertencentes a um mesmo nível
sintático, são ditas conjunções coordenativas.
Quando conectam duas orações que apresentem diferentes níveis sintáticos, ou seja,
uma oração é um membro sintático da outra, são chamadas de conjunções
subordinativas.
Apesar de ser uma classe de palavras com muitas classificações, são poucas as
conjunções propriamente ditas existentes. A maioria delas são na verdade locuções
conjuntivas (mais de uma palavra com a função de conjunção) ou palavras de outras
classes gramaticais que às vezes exercem a função de conjunção em um período.
As conjunções ditas "essenciais" (isto é, palavras que funcionam somente como
conjunção) são as seguintes: e, nem, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, ou,
porque, porquanto, pois, portanto, se, ora, apesar e como.
Conjunções Coordenativas
1 - Aditivas ou Copulativas
Indicam uma relação de soma, adição.
São elas: e, nem, mas também, como também, quanto (depois de tanto) etc.
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Ex.: Desesperada, você tenta até o fim e, até nesse momento, você vai lembrar de mim.
Não estivemos lá nem nos interessamos por saber de nada.
2 - Adversativas
Indicam uma relação de oposição bem como de contraste ou compensação entre as
unidades ligadas.
São elas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, no entanto etc.
Ex:O carro bateu, mas ninguém se feriu.
3 - Alternativas ou Disjuntivas
Como o seu nome indica, expressam uma relação de alternância, seja por
incompatibilidade dos termos ligados ou por equivalência dos mesmos.
São elas: ou, ora, já,ja que,quer, seja etc.
Ex.: Ou ela, ou eu.
4 - Explicativas
Expressam a relação de explicação, razão ou motivo.
São elas: que, porque, porquanto, pois (anteposta ao verbo).
Ex: Ele não entra porque está sem tempo.
5 - Conclusivas
Indicam relação de conclusão.
São elas: pois (posposta ao verbo), logo, portanto, então.
Ex:Ele bateu o carro, estava, pois, embriagado.
Conjunções Subordinativas
1- Integrantes
que, se.
Introduzem uma oração (chamada de substantiva) que pode funcionar como sujeito,
objeto direto, predicativo, aposto, agente da passiva, objeto indireto, complemento
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nominal (nos três últimos casos pode haver uma preposição anteposta a conjunção) de
outra oração. As conjunções subordinativas integrantes são que e se.
Quando o verbo exprime uma certeza, usa-se que; quando não, usa-se se.
-Afirmo que sou estudante. Não sei se existe ou se dói. Espero que você não demore.
OBS: Uma forma de identificar o se e o que como conjunções integrantes é substituí-los
por "isso", "isto" ou "aquilo".
Exemplo: -Afirmo que sou estudante. (Afirmo isto.) / -Não sei se existe ou se dói. (Não sei
isto.) / -Espero que você não demore. (Espero isto.)
As adverbiais podem ser classificadas de acordo com o valor semântico que possuem.
2 - Causal
porque, pois, porquanto, como, pois que, por isso que, já que, uma vez que, visto
que, visto como, que, entre outros.
Inicia uma oração subordinada denotadora de causa.
-Dona Luísa fora para lá porque estava só.
-Como o calor estivesse forte, pusemo-nos a andar pelo Passeio Público.
-Como o frio era grande, aproximou-se das labaredas.
3 - Comparativa
que, (mais/menos/maior/menor/melhor/pior) do que, (tal) qual, (tanto) quanto, como,
assim como, bem como, como se, que nem (dependendo da frase, pode expressar
semelhança ou grau de superioridade), etc.
Iniciam uma oração que contém o segundo membro de uma comparação.
Indica COMPARAÇÃO entre dois membros.
-Era mais alta que baixa.
-Nesse instante, Pedro se levantou como se tivesse levado uma chicotada.
-O menino está tão confuso quanto o irmão.
-O bigode do seu Leocádio era amarelo, espesso e arrepiado que nem vassoura
usada.
4 - Concessiva
embora, conquanto, ainda que, mesmo que, posto que, bem que, se bem que,
apesar de que, nem que,em que, que,e, etc.
Inicia uma oração subordinada em que se admite um fato contrário à ação proposta
pela oração principal, mas incapaz de impedi-la.
-Pouco demorei, conquanto muitos fossem os agrados.
-É todo graça, embora as pernas não ajudem.
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5 - Condicional
se, caso, quando, contanto que, salvo se, sem que, dado que, desde que, a menos
que, a não ser que, etc.
Iniciam uma oração subordinada em que se indica uma hipótese ou uma condição
necessária para que seja realizado ou não o fato principal.
-Seria mais poeta, se fosse menos político.
-Consultava-se, receosa de revelar sua comoção, caso se levantasse.
6 - Conformativa
conforme, como, segundo, consoante, etc.
Inicia uma oração subordinada em que se exprime a conformidade de um pensamento
com o da oração principal.
-Cristo nasceu para todos, cada qual como o merece.
-Tal foi a conclusão de Aires, segundo se lê no Memorial. (Machado de Assis)
7 - Consecutiva
que (combinada com uma das palavras: tal, tanto, tão ou tamanho, presentes ou
latentes na oração anterior), de forma que, de maneira que, de modo que, de sorte
que.
Iniciam uma oração na qual se indica a consequência do que foi declarado na anterior.
-Soube que tivera uma emoção tão grande que Deus quase a levou.
-Falou tanto na reunião que ficou rouco.
-Tamanho o labor que sentiu sede.
-Era tal a vitória que transbordou lágrimas de emoção.
-As palavras são todas de tal modo ou tamanho.
8 - Final
para que, a fim de que, porque [para que], que
Iniciam uma oração subordinada que indica a finalidade da oração principal
-Aqui vai o livro para que o leia.
-Fiz-lhe sinal que se calasse.
-Chegue mais cedo a fim de que possamos conversar.
9 - Proporcional
à medida que, ao passo que, à proporção que, enquanto, quanto mais … (mais),
quanto mais (tanto mais), quanto mais … (menos), quanto mais … (tanto menos),
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quanto menos … (menos), quanto menos … (tanto menos), quanto menos … (mais),
quanto menos … (tanto mais)
Iniciam uma oração subordinada em que se menciona um fato realizado ou para realizar-
se simultaneamente com o da oração principal.
-Ao passo que nos elevávamos, elevava-se igualmente o dia nos ares.
-Tudo isso vou escrevendo enquanto entramos no Ano Novo.
-O preço do leite aumenta à proporção que esse alimento falta no mercado.
10 - Temporal
quando, antes que, depois que, até que, logo que, sempre que, assim que, desde
que, todas as vezes que, cada vez que, apenas, mal, que [=desde que], etc.
Iniciam uma oração subordinada indicadora de circunstância de tempo
-Custas a vir e, quando vens, não te demoras.
-Implicou comigo assim que me viu.
Observações gerais
Uma conjunção é na maioria das vezes precedida ou sucedida por uma vírgula
(",") e muito raramente é sucedida por um ponto ("."). Seguem alguns exemplos de frases
com as conjunções marcadas em negrito:
-"Aquele é um bom aluno, portanto deverá ser aprovado."
-"Meu pai ora me trata bem, ora me trata mal."
-"Gosto de comer chocolate, mas sei que me faz mal."
-"Marcelo pediu que trouxéssemos bebidas para a festa."
-"João subiu e desceu a escada."
Quando a banda deu seu acorde final, os organizadores deram início aos jogos.
Em geral, cada categoria tem uma conjunção típica. Assim é que, para classificar uma
conjunção ou locução conjuntiva, é preciso que ela seja substituível, sem mudar o sentido
do período, pela conjunção típica. Por exemplo, o "que" somente será conjunção
coordenativa aditiva, se for substituível pela conjunção típica "e".
Veja o exemplo:
"Dize-me com quem andas, que eu te direi quem és."
"Dize-me com quem andas, e eu te direi quem és."
As conjunções alternativas caracterizam-se pela repetição, exceto "ou", cujo primeiro
elemento pode ficar subentendido.
As adversativas, exceto "mas", podem aparecer deslocadas. Neste caso, a substituição
pelo tipo (conjunção típica) só é possível se forem devolvidas ao início da oração.
48
A diferença entre as conjunções coordenativas explicativas e as subordinativas causais é
o verbo: se este estiver no imperativo, a conjunção será coordenativa explicativa: "Fecha
a janela, porque faz frio."
O "que" e o "se" serão integrantes se a oração por eles iniciada responder à pergunta
"Qual é a coisa que…?", formulada com o verbo da oração anterior. Veja o exemplo:
-Não sei se morre de amor. (Qual é a coisa que não sei? Se morre de amor.)
O uso da conjunção "pois" pode a ser classificada em:
-Explicativa, quando a preposição estiver antes do verbo;
-Conclusiva, quando a preposição estiver depois do verbo;
-Causal, quando a preposição puder ser substituída por "uma vez que".
10 – Interjeições
49
Os principais tipos de interjeição são aqueles que exprimem:
a) afugentamento: arreda! - fora! - passa! - sai! - roda! - rua! -toca! - xô! - xô pra lá!
b) alegria ou admiração: oh!, ah!, olá!, olé!, eta!, eia!
c) advertência: alerta!, cuidado!, alto lá!, calma!, olha!, fogo!
d) admiração: puxa!
e) alívio: ufa!, arre!, também!
f) animação: coragem!, eia!, avante!, upa!, vamos!
g) apelo: alô!, olá!, ó!
h) aplauso: bis!, bem!, bravo!, viva!, apoiado!, fiufiu!, hup!, hurra!, isso!, muito bem!,
parabéns!
i) agradecimento: graças a deus!, obrigado!, obrigada!, agradecido!
j) chamamento: alô!, hei!, olá!, psiu!, pst!, socorro!
k) estímulo: ânimo!, adiante!, avante!, eia!, coragem!, firme!, força!, toca!, upa!, vamos!
l) desculpa: perdão!
m) desejo: oh!, oxalá!, tomara!, pudera!, queira deus!, quem me dera!,
n) despedida: adeus!, até logo!, bai-bai!, tchau!
o) dor: ai!, ui!, ai de mim!
p) dúvida: hum! hem!
q) cessação: basta!, para!
r) invocação: Alô!, Ô, Olá!
s) espanto: uai!, hi!, ali!, ué!, ih!, oh!, poxa!, quê!, caramba!, nossa!, opa!, virgem!, xi!,
terremoto!, barrabás!, barbaridade!,
t) impaciência: arre!, hum!, puxa!, raios!
u) saudação: ave!, olá!, ora viva!, salve!, viva!, adeus!,
v) saudade: ah!, oh!
w) silêncio: psiu!, silêncio!, calada!, psiu! (bem demorado), psit!
x) suspensão: alto!, alto lá!
y) terror: credo!, cruzes!, jesus!, que medo!, uh!, ui!, fogo!, barbaridade!
z) interrogação: hã? o quê?
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A interjeição é considerada palavra-frase, caracterizando-se como uma estrutura à parte.
Não desempenha função sintática.
Observe:
Ortoepia: pronúncia correta das palavras.
Ortografia: escrita correta das palavras.
51
52
Ortografia
Mudanças na Língua Portuguesa
Mudanças no alfabeto
O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto
completo passa a ser: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R ST U V W X Y Z
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da
nossa língua, são usadas em várias situações.
Por exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W
(watt);
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy,
playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
Trema
agüentar aguentar
argüir arguir
bilíngüe bilíngue
cinqüenta cinquenta
delinqüente delinquente
eloqüente eloquente
ensangüentado ensanguentado
eqüestre equestre
freqüente frequente
lingüeta lingueta
lingüiça linguiça
qüinqüênio quinquênio
sagüi sagui
seqüência sequência
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seqüestro sequestro
tranqüilo tranquilo
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser
pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.
Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas.
Exemplos: Müller, mülleriano.
alcalóide alcaloide
alcatéia alcateia
andróide androide
asteróide asteroide
bóia boia
celulóide celuloide
clarabóia claraboia
colméia colmeia
Coréia Coreia
debilóide debiloide
epopéia epopeia
estóico estoico
estréia estreia
geléia geleia
heróico heroico
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ideia ideia
jibóia jiboia
jóia joia
odisséia odisseia
paranóia paranoia
paranóico paranoico
platéia plateia
tramóia tramoia
Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser
acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis,
herói, heróis, troféu, troféus.
2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando
vierem depois de um ditongo.
baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva
cauíla cauila
feiúra feiura
abençôo abençoo
enjôo enjoo
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perdôo (verbo perdoar) perdoo
vôos voos
zôo zoo
Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos.
Atenção:
- Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo
poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do
presente do indicativo, na 3ª pessoa do singular.
Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.
- Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir,
assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir
etc.). Ex.:
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
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Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.
5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles)
arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.
6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como
aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos
admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do
subjuntivo e também do imperativo.
Veja:
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas.
Exemplos: verbo enxaguar*: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue,
enxágues, enxáguem. Verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem;
delínqua, delínquas, delínquam.
b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Ex.(a
vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras):
verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues,
enxaguem.
verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.
Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira*, aquela com a e i tônicos.
Emprego do Hífen
Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se
trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, apresentamos um resumo das
regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas
orientações estabelecidas pelo Acordo.
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos
ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante,
anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper,
infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró,
pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.
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1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos: anti-
higiênico, anti-histórico; co-herdeiro; macro-história; mini-hotel proto-história; sobre-
humano; super-homem; ultra-humano.
Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h).
2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que
se inicia o segundo elemento. Exemplos: aeroespacial; agroindustrial; anteontem;
antiaéreo; antieducativo; autoaprendizagem; autoescola; autoestrada;
autoinstrução; coautor; coedição, extraescolar; infraestrutura; plurianual;
semiaberto; semianalfabeto; semiesférico; semiopaco.
Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando
este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar,
coocupante etc.
3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento
começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos: anteprojeto; antipedagógico;
autopeça; autoproteção; coprodução; geopolítica; microcomputador;
pseudoprofessor; semicírculo; semideus; seminovo; ultramoderno.
Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante
etc.
4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento
começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Ex: antirrábico;
antirracismo; antirreligioso; antirrugas; antissocial; biorritmo; contrarregra,
contrassenso; cosseno; infrassom; microssistema; minissaia; multissecular;
neorrealismo, neossimbolista; semirreta; ultrarresistente; ultrassom.
5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento
começar pela mesma vogal. Ex.: anti-ibérico; anti-imperialista; anti-inflacionário; anti-
inflamatório; auto-observação; contra-almirante; contra-atacar; contra-ataque; micro-
ondas; micro-ônibus; semi-internato, semi-interno
6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento
começar pela mesma consoante. Ex.: hiper-requintado; inter-racial; inter-regional; sub-
bibliotecário; super-racista; super-reacionário; super-resistente; super-romântico
Atenção:- Nos demais casos não se usa o hífen. Exemplos: hipermercado,
intermunicipal, superinteressante, superproteção.
Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-
região, sub-raça etc.- Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra
iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.
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7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo
elemento começar por vogal. Ex.: Hiperacidez; hiperativo; interescolar; interestadual;
interestelar; interestudantil; superamigo; superaquecimento; supereconômico;
superexigente; superinteressante; superotimismo.
8. Com os prefixos: ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o
hífen. Ex.:além-mar; além-túmulo; aquém-mar; ex-aluno; ex-diretor; ex-hospedeiro; ex-
prefeito; ex-presidente; pós-graduação; pré-história; pré-vestibular; pró-europeu; recém-
casado ;recém-nascido; sem-terra ;
9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.
Ex.: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se
combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos
vocabulares. Ex.: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo. ;
11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de
composição. Ex.: girassol; madressilva; mandachuva; paraquedas; paraquedista;
pontapé ;
12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou
combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha
seguinte.
Exemplo:
a) Na cidade, conta-
-se que ele foi viajar.
b) O diretor recebeu os ex-
-alunos.
Resumo - Emprego do Hífen com Prefixos
Regra básica:
Sempre se usa o hífen diante de h: anti-higiênico, super-homem.
Outros casos
1. Prefixo terminado em vogal:- Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola,
antiaéreo.
2- Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.-
3-Sem hífen diante de r e s Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial,
ultrassom. –
4-Com hífen diante de mesma vogal: contra-ataque, micro-ondas.
5. Prefixo terminado em consoante:-
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a- com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário.
b- sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico.
c- sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
Observações
1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r sub-
região, sub-raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen:
subumano, subumanidade.
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n
e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.
3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este
se inicia por o: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.
5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de
composição, como: girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas,
paraquedista etc.
6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o
hífen: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-
vestibular, pró-europeu.
2. Uso do j ou g
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Nestes casos, obviamente , o g transforma em j para manter o som da palavra primitiva.
4. Sufixo isa
- O sufixo isa, sempre feminino, grafa-se com s. Ex.: poeta - poetisa / sacerdote –
sacerdotisa
5. Sufixo oso
- Sufixo oso, que significa cheio de, plenitude, grava-se com s. Ex.: chuva – chuvoso /
prazer – prazeroso
6. Uso do e ou do i
- O e átono, em muitas regiões do país, soa como i, gerando por isso, algumas
indecisões na grafia.
Sempre é útil confrontar a palavra problema com outras de mesma família.
Ex.: aborígine (aquele que habita o país desde a origem, nativo) é da mesma família que
originário, original. crânio – craniano / cumeeira – cume / candeeiro – candeia (vela)
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- na 3ª pessoa do imperativo afirmativo.
Ex.: continuar
pres. do subj.: eu continue
tu continues
ele continue
imp.: continue você
7. Uso do o e do u
O o átono pode soar como u, acarretando na grafia. Pode-se recorrer ao artifício da
comparação com palavras da mesma família. Ex.: abolir – abolição / tábua – tabular /
comprimento – cumprimentar / explodir – explosão
8. Uso do ch ou do x
Depois de ditongo, usa-se x e não ch. Ex.: peixe, eixo, feixe, caixote
Além dessa norma prática, a origem da palavra é que vai terminar a escolha de uma letra
ou outra.
9. Uso do h
O h desapareceu do interior dos vocábulos, permanecendo apenas no dígrafos ch, lh, nh.
Exceção: Bahia (o estado)
- Nas palavras derivadas em que o prefixo não se separa por hífen, não se usa o h.
Ex. : des + honra = desonra re + haver = reaver
Parônimos
São palavras parecidas na escrita ou na pronúncia, mas com significados diferentes.
62
Ex.: O cavaleiro se portou como um autêntico cavalheiro.
Na frase acima, temos duas palavras muito parecidas: cavaleiro, que significa “aquele que
anda a cavalo”, e o cavalheiro, que quer dizer “homem cortês, educado”.
Há, na língua portuguesa, muitas palavras que são bastante parecidas; portanto,
devemos tomar cuidado para não usar uma no lugar da outra.
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infligir (aplicar pena) infringir (violar, desrespeitar)
mandado (ordem judicial) mandato (procuração)
peão (aquele que anda a pé, domador de
pião (tipo de brinquedo)
cavalos)
procedente (proveniente; que tem
precedente (que vem antes)
fundamento)
ratificar (confirmar) retificar (corrigir)
recrear (divertir) recriar (criar novamente)
soar (produzir som) suar (transpirar)
sortir (abastecer, misturar) surtir (produzir efeito)
sustar (suspender) suster (sustentar)
tráfego (trânsito) tráfico (comércio ilegal)
vadear (atravessar a vau) vadiar (andar ociosamente)
Homônimos
São palavras que possuem ou a mesma pronúncia ou a mesma grafia, mas significados
diferentes.
Ex.: A costureira cosia a roupa, enquanto a cozinheira cozia os alimentos.
Cosia (com s) significa “costurava”, enquanto cozia (com z) significa
“cozinhava”.
coser= costurar cozer= cozinhar
Há casos em que as palavras têm a mesma grafia, mas a pronúncia e o significado são
diferentes.
Exemplos: selo = substantivo (coloca-se em carta) ele = pronome
Selo = verbo selar (sela de cavalo) ele = nome da letra L
Sintaxe
Concordância Nominal
1. Regra geral
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Os nomes (artigos, adjetivos, numerais e pronomes adjetivos) devem ser flexionados em
gênero e número para se adequarem ao substantivo a que se refere.
Observe o exemplo: Aqueles dois alunos simpáticos conversam com alegres alunas.
Os nomes que se referem aos substantivos aluno e alunas são flexionados em gênero e
número a fim de se adequarem a eles. A esse mecanismo damos o nome de
concordância nominal.
b) Se o adjetivo vier depois dos substantivos a que se refere, a concordância tanto poderá
ser feita no plural quanto com o substantivo mais próximo.
Exemplos:
Encontramos a aluna e o aluno aborrecido.
Encontramos a aluna e o aluno aborrecidos.
Quando optamos pela concordância no plural, se entre os substantivos, pelo menos um
for masculino, a concordância será feita no masculino plural.
Ex: A casa possuía um jardim, uma piscina e uma quadra maravilhosos.
Se, no entanto, o sujeito dessas expressões vier antecedido de artigo (ou outro
determinante qualquer), a concordância será obrigatória.
Ex.: A aspirina é boa para dor de cabeça.
Aquela chuva foi necessária para agricultura.
4. Anexo e incluso.
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Anexo e incluso são palavras adjetivas, devendo, portanto concordar em gênero e
numero com substantivo a que se referem.
Segue anexo o livro. Vai incluso o documento.
Segue anexa a prova. Vai inclusa a duplicata.
Seguem anexos os livros. Vão inclusos os documentos.
Seguem anexas as provas. Vão inclusas as duplicatas.
5. Meio / meia
Certas palavras, ora se comportam como adjetivos, ora como advérbios. Quando se
comportam como adjetivos (lembre-se: estarão se referindo a um substantivo), concordam
com o substantivo a que se refere. Quando se comportam como advérbios (estarão se
referindo a um verbo, a um adjetivo ou a um outro advérbio), permanecem invariáveis).
bastante caro barato muito pouco
Adjetivo Advérbio
Tomou meio litro de leite. A porta estava meio fechada.
Bebeu meia garrafa de refrigerante. Lúcia anda meio preocupada.
Bastantes pessoas faltaram. Elas estudaram bastante.
Marcaram bastantes gols no jogo. Era uma aluna bastante simpática.
Muitos alunos faltaram à aula. Estudaram muito para a prova.
Poucas pessoas compareceram. Ela andava pouco aborrecida.
Aquelas mercadorias eram caras. Aquelas mercadoria custaram caro.
Os ingressos eram baratos. Pagaram barato pela casa.
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o capital (dinheiro) a capital (cidade principal)
o caixa (pessoa) a caixa (objeto)
o cisma (separação) a cisma (desconfiança)
o cura (padre) a cura (restabelecimento)
o lente (professor) a lente (vidro)
o lotação (veículo) a lotação (capacidade)
o moral (ânimo) a moral (ética)
o grama (unidade de peso) a grama (vegetação)
2. São masculinas:
o telefonema o eclipse
o trema o estratagema
o dó (pena, compaixão) o guaraná
o champanhe
3. São femininos:
a análise a cataplasma
a cala (pequena enseada entre rochedos) a dinamite
a bacanal a alface
a libido
Concordância Ideológica
Muitas vezes a concordância não é feita com a palavra expressa na oração, mas com a
ideia ou o sentido nelas subentendido. A esse tipo especial de concordância damos o
nome de concordância ideológica ou silepse.
No exemplo: Ontem fez 125 anos que “Danúbio Azul”, de Strauss, foi ouvida pela primeira
vez. A palavra ouvida não está concordando gramaticalmente com Danúbio Azul, a que
se refere, mas com a palavra valsa que está subentendida naquele conceito. Temos,
então, um caso de concordância ideológica ou silepse.
Exemplos de silepse:
Os Sertões, de Euclides da Cunha, conta a Guerra de Canudos.
Nesse exemplo, temos um caso de silepse de número, uma vez que o verbo não está
concordando gramaticalmente com o sujeito Os Sertões, mas com a ideia de obra, o
livro.
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A dinâmica e populosa Araçatuba continua sofrendo com as enchentes.
No caso, os adjetivos dinâmica e populosa não estão concordando com a forma
gramatical Araçatuba, mas com ideia subentendida de cidade. Trata-se de um caso de
silepse de gênero.
O verbo não está concordando com a forma gramatical do sujeito “os brasileiros”, mas
com ideia ali subentendida: “nós”, já que o autor da frase inclui-se entre os brasileiros.
Trata-se, portanto, de uma silepse de pessoa.
Concordância Verbal
1. Regra geral
O verbo deve concordar em pessoa e número com o seu sujeito.
Ex.: Eu saí tarde. Tu saíste tarde.
2. Sujeito composto
Quando temos um sujeito composto, o verbo deve ficar no plural. Caso o sujeito composto
esteja depois do verbo, a concordância poderá ser feita com o núcleo mais próximo.
Ex.: O diretor e os professores saíram. / Saíram o diretor e os professores. /
Saiu o diretor e os professores.
Observe que, nesse último exemplo, optou-se por deixar o verbo concordando com o
núcleo mais próximo (diretor).
a- Se entre elas houver primeira pessoa, o verbo deverá ir para a primeira pessoa do
plural.
Ex.: Eu, tu e os alunos saímos. O aluno e eu chegamos.
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b- Se o sujeito composto for formado de segunda e terceira pessoas, o verbo deverá ir
para a segunda pessoa do plural. Ex.: Tu e ele saístes. / O aluno e tu chegastes.
Como o tratamento vós tem caído em desuso, admite-se, nesses casos, a concordância
na terceira pessoa do plural.
5. O sujeito é um coletivo
Quando o sujeito for substantivo coletivo, o verbo deve ficar no singular.
Ex.: A multidão gritava entusiasmada. / Um bando de aves voava rumo ao Polo Sul.
Caso o substantivo coletivo venha especificado, a concordância pode ser feita com o
verbo no singular ou no plural. Ex.: Um bando de aves voava (ou voavam) rumo ao Polo
Sul.
Quando um verbo auxiliar se juntar aos verbos haver e fazer impessoais, ele também
deverá ficar no singular.
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Ex.: Devia haver muitos livros na biblioteca./ Vai fazer mais de dez anos que ele não
viaja.
Lembre-se de que o verbo existir não é impessoal, ou seja, ele possui sujeito, devendo
concordar normalmente com ele. Ex.: Existiam muitos livros na biblioteca.
a) Quando, na oração, houver pronome pessoal, o verbo ser concordará com o pronome
pessoal, seja ele sujeito ou predicativo.
Ex.: Os responsáveis somos nós. Nós somos os responsáveis. / O professor sou eu.
Eu sou o professor.
b) Quando o sujeito for um dos pronomes interrogativos que ou quem, o verbo ser
concordará obrigatoriamente com o predicativo. Ex.: Que são células? / Quem foram
os responsáveis?
c) Quando o verbo ser for impessoal, isto é, indicar tempo, data ou distância, deverá
concordar com o predicativo. Ex.: É uma hora. / São duas horas. / Daqui até a escola
são cinco quilômetros. / São dez de julho.
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Observação: Se o sujeito não for o número das horas, não vale a regra acima. Tais
verbos podem ter outros sujeitos com os quais devem concordar. Ex.: O relógio deu duas
horas.
11. Sujeito formado por nomes próprios que só tem plural
Quando o sujeito é constituído por nomes próprios que só tem plural, ocorrem
basicamente duas construções:
a) Se tais nomes não vierem precedidos de artigo, o verbo fica no singular.
Ex.: Vassouras fica no Estado do Rio.
Observação: Se tais nomes próprios forem títulos de obras, pode ocorrer o plural ou o
singular:
Ex: Os Sertões glorificou nossa literatura. / Os Sertões glorificaram nossa literatura.
Embora precedido de artigo, o verbo pode ficar no singular, por efeito de uma
concordância feita com um termo implícito; (a obra) Os Lusíadas são... ou (o poema) Os
Lusíadas é....
Regência
É a parte da gramática que estuda a relação de dependência entre termos da oração,
verificando se um termo pede ou não complemento.
71
Damos o nome de regente ao termo que pede o complemento e o nome de regido ao
complemento.
Ex.: Regente Regido
Eles amam a vida.
Eles gostam da vida.
Temos amor à vida.
Quando o termo regente for um verbo, dizemos tratar-se de regência verbal. Se o termo
regente for um nome, trata-se de regência nominal.
Regência Nominal
Lista de Regência de alguns nomes:
acessível a idêntico a
agradável a impossível de
alheio a impróprio para
ansioso por incompatível com
apto a, para compatível com
aversão a, por compreensível a
benéfico a contrário a
capaz de cuidadoso com
difícil de desejoso de
escasso de desfavorável a
essencial para diferente de
estranho a indiferente a
fácil de necessário a
favorável a nocivo a
grato a paralelo a
habituado a passível de
horror a possível de
hostil a posterior a
72
prejudicial a semelhante a
relacionado com sensível a
responsável por útil a, para
Regência Verbal
Indicamos a seguir uma lista de verbos que apresentam problemas com relação à regência.
Muitos desses problemas ocorreram porque o uso popular não está de acordo com a norma
culta, ou porque um verbo pode apresentar mais de uma regência.
Ex.: Nós chegamos cedo a Florianópolis. / Na semana que vem iremos a Santo André.
Portanto, devem ser consideradas erradas as construções em que esses verbos aparecem
com a preposição em.
Ex.: Cheguei cedo “na” escola. (errado) / Vou “no” cinema. (errado)
Corrija-se para: Cheguei cedo à escola. / Vou ao cinema.
Namorar
O verbo namorar é transitivo direto (quem namora, namora alguém), portanto, é considerado
errado o emprego desse verbo com a preposição com.
Ex.: João namora Luciana. Pedro está namorando aquela aluna.
Obedecer
O verbo obedecer é transitivo indireto, exigindo a preposição a (quem obedece, obedece
alguém ou a alguma coisa).
Ex: Ele obedecia às leis antigas. / O filho obedece ao pai.
Preferir
O verbo preferir exige dois complementos: um sem, outro com a preposição a (quem prefere,
prefere alguma coisa a outra). Ex.: Prefiro cinema a teatro. / Prefiro estudar a trabalhar.
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Simpatizar
O verbo simpatizar é transitivo indireto, exigindo complemento com a preposição com (quem
simpatiza, simpatiza com alguém ou com alguma coisa). Ex.: Simpatizei com aquela
aluna. / Nós simpatizamos com a ideia apresentada pelo professor.
A particularidade desse verbo é que ele não é um verbo pronominal, ou seja, são consideradas
erradas as construções em que esse verbo aparece acompanhado por pronome oblíquo.
Assim, não se deve dizer: A aluna simpatizou-se com o novo professor. (errado).
O correto é: A aluna simpatizou com o novo professor.
Assistir
No sentido de “prestar assistência”, “dar ajuda”, é normalmente empregado com
complemento sem preposição (objeto direto).
Ex.: O médico assiste o doente. / Aquela instituição assiste os trabalhadores.
Esquecer/Lembrar
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Os verbos esquecer e lembrar, quando não acompanhados de pronome oblíquo, exigem
complemento sem preposição (objeto direto). Quando acompanhados de pronome oblíquo,
exigem complemento com a preposição de (objeto indireto).
Ex: Esqueci o assunto da prova. / Esqueci-me do assunto da prova. / Lembrei o dia de teu
aniversário. / Lembrei-me do dia de teu aniversário.
Pagar /Perdoar
Os verbos pagar e perdoar, quando têm por complemento uma coisa, não exigem preposição.
Se o complemento for pessoa, contudo, pedem a preposição a. Ex.: Paguei o livro. (livro=coisa)
/ Paguei ao colega. (colega=pessoa) / Perdoa os pecados. / Perdoa aos pecadores.
Querer
No sentido de “ desejar “, exige complemento sem preposição (objeto direto). No sentido de
“estimar”, “ter afeto”, exige complemento com a preposição a. Ex.: Eu quero uma casa no
campo. / Quero a meus colegas.
Visar
No sentido de “mirar”, exige complemento sem preposição (objeto direto). Ex.: O atirador
visou o alvo.
No sentido de “dar visto”, exige complemento sem preposição (objeto direto).
Ex.: O gerente visou o cheque.
No sentido de “ter em vista”, “objetivar”, exige complemento com a preposição a.
Ex.: Visamos a uma posição de destaque.
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A palavra “consigo” é outra que tem dado margem a uso impróprio, acreditando-se que também
possa equivaler à expressão “com você”; entretanto , esta palavra não se presta para tal
substituição.
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Atividades a serem feitas pelo aluno
3) Em aluguel temos:
a) 3 vogais e 1 semivogal c) 1 vogal e 3 semivogais
b) 4 vogais e 0 semivogal d) 2 vogais e 2 semivogais
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8)___________________ muitos pretendentes ao apartamento, mas_____________existir
poucos com a renda familiar exigida.
a) Há / deve c) Haviam / deve
b) Existia / devem d) Há / devem
9) Os ritmos diferentes do trabalho e dos trabalhadores nos levam a considerar que podemos
exigir que todos tenham o mesmo desempenho __________________ os diferentes elementos
que as formam.
a) haja vista c) haviam vista
b) hajam vistos d) haja visto
11) Coloque Certo ( C ) ou Errado ( E ) para as frases a seguir, considerando a regência verbal:
a) ( ) Não conheço o médico que assistiu a este doente.
b) ( ) Informei aos amigos sobre a carta que recebi.
c) ( ) Lembrei-me dos amigos de infância.
d) ( ) Ele sempre aspirou aos primeiros lugares.
e) ( ) Quero visar a este cheque.
f) ( ) Venha assistir a decisão do campeonato.
g) ( ) Paga o que deve aos teus funcionários.
h) ( ) Perdoei à conta ao empregado.
12) Substitua o verbo em negrito pelo que estiver indicado entre parênteses, alterando a
regência de acordo com a necessidade.
a-Ele não deseja este cago. (aspirar) __________________
b-Todos os alunos viram esta peça teatral. (assistiram) ______________________
c-O caçador mirou o pássaro. (visar) ________________________
d-O enfermeiro socorreu a criança. (assistir) __________________________
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n) _____________ uma hora e dez minutos (é / são)
o) ____________ duas horas e quinze minutos. (é / são)
p) O responsável ____________ eu. (é / sou)
q) Laís ___________ as alegrias da casa (era / eram)
r) Isto ___________ preocupações sem sentido. (é / são)
s) Cem milhões ___________ muito. (é / são)
17) A expressão sublinhada “... tem dado margem a uso impróprio, ...” pode ser substituída
pelo verbo:
a) abandonar
b) proporcionar
c) ladear
d) mostrar
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18) Use a palavra apropriada para completar a frase abaixo:
Os fatos____________nossas previsões. (ratificaram / retificaram)
19) Já _______ muitos anos que se alteraram algumas regras de acentuação, mas ________
muitas pessoas que ainda _________ ao gravar certas palavras.
a) Devem fazer – há – hesitam
b) Deve fazer – tem – hesitam
c) Deve fazer – há – hesitam
d) Devem fazer – tem – hesitam
20) Substituir o verbo pelo seu substantivo derivado e fazer concordância nominal adequada.
Besteira lembrar que o “a” da palavra “aonde” equivale a “para”.
Besteira ________ que o “a” da palavra “aonde” equivale a “para”.
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Acentuação Tônica e Acentuação Gráfica
Observe: Nos exemplos dados para os três casos, só há palavras com mais de uma sílaba.
Quanto às de apenas uma sílaba, os chamados monossílabos, há divergências quanto à
sua classificação tônica. Quando apresentam tonicidade, como no caso de má, pó, fé, há
quem as considere simplesmente monossílabos tônicos. Outros preferem dizer que são
"oxítonas de apenas uma sílaba". A questão é polêmica, mas a primeira tese
(monossílabos tônicos) têm mais adeptos. É importante destacar que só se percebe se um
monossílabo é tônico ou átono, pronunciando-o numa sequência de palavras, ou seja, numa
frase.
Tonicidade é uma propriedade da sílaba tônica, isso é, da sílaba que é pronunciada mais
forte em uma palavra. É uma característica dependente de idioma que é estudada pela
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Prosódia. Dependendo do idioma, a sílaba tônica de uma palavra pode ou não ser marcada
com acentos gráficos, de acordo com as regras de acentuação desse idioma.
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Observação:
o trema ( ¨ ) - é aplicado em palavras estrangeiras como sobrenomes: "Müller".
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i, is: táxi, beribéri, lápis, grátis, júri.
u, us, um, uns, on, ons: vírus, bónus / bônus, álbum, parabélum, álbuns,
parabéluns (coifa/exaustor), nêutron, prótons.
l, n, r, x, ps: incrível, útil, ágil, fácil, amável, éden, hífen, pólen, éter, mártir,
caráter, revólver, destróier, tórax, ónix / ônix, fénix / fênix, bíceps, fórceps,
Quéops.
ã, ãs, ão, ãos: ímã, órfã, ímãs, órfãs, bênção, órgão, órfãos, sótãos.
ditongo oral, crescente ou decrescente, seguido ou não de s: água,
árduo, pônei, cáries, mágoas, jóquei, jóqueis.
oxítonas – Têm acento na última sílaba tônica. São acentuadas as que terminam
em:
a, as: Pará, vatapá, estás, irás, cajá.
e, es: você, café, Urupês, jacarés.
o, os: jiló, avó, avô, retrós, supôs, paletó, cipó, mocotó.
em, ens: alguém, armazéns, vintém, parabéns, também, ninguém.
monossílabos tônicos - são acentuados os terminados em:
a, as: pá, vá, gás, Brás, cá, má.
e, es: pé, fé, mês, três, crê.
o, os: só, xô, nós, pôs, nó, pó, só.
Obs. Os monossílabos átonos não são acentuados.
hiato - i e u nas condições:
sejam a segunda vogal tônica de um hiato;
formem sílabas sozinhos ou com s na mesma sílaba;
não sejam seguidas pelo dígrafo nh;
não forem repetidas (i-i ou u-u);
não sejam, quando em palavras paroxítonas, precedidas de ditongo;
Ex.: aí: a-í; balaústre: ba-la-ús-tre; egoísta: e-go-ís-ta; faísca: fa-ís-ca; viúvo; vi-ú-vo;
heroína: he-ro-í-na; saída: sa-í-da; saúde: sa-ú-de.
Não se acentuam as palavras oxítonas terminadas em i ou u (seguidos ou não do s).
Palavras como baú, saí, Anhagabaú, etc., são acentuadas não por serem
oxítonas, mas por o i e o u formarem sílabas sozinhos, num hiato.
Apesar de não poder ser considerado um caso de tonicidade, coloca-se um acento
grave "`" na crase da preposição "a" com os artigos femininos "a", "as" e com os
pronomes demonstrativos "aquele", "aqueles", "aquela", "aquelas", "aquilo": à, às,
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àquele, àquilo.
Acento diferencial
O acento diferencial é utilizado para diferenciar palavras de grafia semelhante. É utilizado
nos seguintes casos:
pôde (pret. perf. do ind. de poder) - pode (pres. do ind. de poder)
pôr (verbo) - por (preposição)
têm (terceira pessoa do plural do verbo ter) - tem (terceira pessoa do singular do
verbo ter)
Os derivados do verbo ter têm na terceira pessoa do singular um acento agudo "´", já
a terceira pessoa do plural tem um acento circunflexo "^" mantém - mantêm
fôrma (substantivo) - forma (substantivo e verbo)(opcionalmente) O
acento em "fôrma" pode ser considerado opcional.
chegámos (1ª pessoa do plural no pretérito - indicativo) chegamos (1ª pessoa do
plural no presente - indicativo) (opcionalmente)
O acento diferencial do pretérito é opcional.
Após a Reforma Ortográfica, o acento diferencial foi quase totalmente eliminado da
escrita, porém, obviamente, a pronúncia continua a mesma.
Referências Bibliográficas:
Cunha, Celso; Cintra, Lindley. Nova Gramática do Português Contemporâneo. 5 ed. Rio
de Janeiro: Lexikon, 2008
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