Memorial Descritivo - Modelo

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Jayron Alves Ribeiro Junior

COOPERATIVA ECOVILLA: complexo de construção verde voltado para famílias de baixa


renda em Palmas-TO

Memorial descritivo e justificativo

Palmas – TO

2017
Jayron Alves Ribeiro Junior
COOPERATIVA ECOVILLA: complexo de construção verde voltado para famílias de
baixa renda em Palmas-TO

Memorial descritivo e justificativo

Palmas – TO

2017
Lista de figuras
Figura 1 - Planta de situação (sem escala) ................................................................................... 3
Figura 2- Acesso principal e estacionamento ............................................................................... 4
Figura 3 – 5 elementos no Vaastu Purusha Mandala .................................................................. 5
Figura 4- Conceituação adotada ................................................................................................... 6
Figura 5- Implantação geral e legenda ......................................................................................... 7
Figura 6- Estacionamento e bicicletários ..................................................................................... 8
Figura 7 – Detalhamento fossa wetland ....................................................................................... 9
Figura 8- Esquema de reuso de águas servidas ............................................................................ 9
Figura 9- Playground ................................................................................................................. 10
Figura 10- Horta comunitária ..................................................................................................... 10
Figura 11- Centro comunitário ................................................................................................... 11
Figura 12 - Cobertura com telha TetraPak ................................................................................. 12
Figura 13 - Blocos Isopet ........................................................................................................... 12
Figura 14 - Utilização de Eco Tintas nas residências unifamiliares........................................... 13
Figura 15 - Residências 1, 2, 3 e 4. ............................................................................................ 16
Figura 16- Setorização geral ...................................................................................................... 17
Figura 17- Centro comunitário, composição espacial ................................................................ 18
Figura 18- Lixeiras de coleta seletiva e iluminação ................................................................... 21
Memorial descritivo Habitação de Interesse Social
Empreendimento: Ecovilla
Proponente: Jayron Alves Ribeiro Junior – Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo
Disciplina de Trabalho de Conclusão II (TC II)
Endereço: 707 sul (AESO 73), Avenida NS 07, Palmas-TO
INTRODUÇÃO:
Este memorial descreve as justificativas e os procedimentos para a execução da
Cooperativa Ecovilla, complexo de construção verde voltado para famílias de baixa renda
em Palmas-TO.
O LUGAR:
No município de Palmas, a destinação de habitação de interesse social é feita
predominantemente nas zonas especiais de interesse social definidas no Plano Diretor
Participativo, porém a câmara municipal impediu a aprovação destas zonas na área central
. Esta eco vila foi escolhida para ser urbana, devido à melhor infraestrutura existente na
zona urbana e aos melhores acessos à saúde (postos de saúde, hospitais) e educação
(escolas, faculdades). Devido as áreas aprovadas como zonas de interesse sociais
inseridas no plano diretor norte estarem ocupadas, a quadra escolhida para o
desenvolvimento deste trabalho foi a AESO 73 (707 sul), na qual parte será desafetada e
doada para a cooperativa. A área delimitada para implantação, vide figura 1, possui
15.062,33m² (19,31% da quadra original implantada, que possui área de 77.977,10m²).
Figura 1 - Planta de situação (sem escala)

Fonte: O autor, 2017


Dados da área escolhida:

Frente: 104,03 m
Fundo: 130,00 m
Lateral direita: 110,17 m
Lateral esquerda: 98,00m +27,48 m +27,50 m
Área total: 15.062,33m²
A acessibilidade ao terreno é facilitada para automóveis através das grandes
coletoras executadas e previstas pelo plano diretor. Devido ao relevo da cidade ser suave,
as formas principais de transporte em Palmas são motos e bicicletas (PEREIRA et al.,
2006), sendo a segunda alternativa mais viável, principalmente para as comunidades mais
carentes. A entrada do terreno é feita por um acesso de 6,00m pela avenida NS 07, que
funciona como rua de acesso particular, vide figura 2.
Figura 2- Acesso principal e estacionamento

Fonte: O autor
O entorno do terreno conta com toda infraestrutura básica (água, esgoto, energia,
coleta de lixo) porém alguns equipamentos públicos (posto de saúde, hospital, escola) só
podem ser encontrados nas quadras vizinhas. A vegetação da quadra é distribuída
uniformemente, sendo densamente arborizada, e com pouca vegetação rasteira nas
bordas. Um levantamento arbóreo mais detalhado não foi obtido na prefeitura municipal
devido à falta de técnicos para fazerem tal estudo, porém a vegetação é típica do cerrado
e encontra-se antropizada em pequenos trechos, inclusive próximos à entrada da
ECOVILLA, já a fauna é representada por mamíferos de pequeno e médio porte e aves.
A IMPLANTAÇÃO:
Neste trabalho foram aplicados princípios da arquitetura milenar védica, que
surgiu entre 1500AC a 1000AC, que lida com as influências energéticas e espirituais das
paisagens, trazendo consigo a melhor maneira de harmonizá-las com os cinco elementos
(PINDORAMA, 2017).
O planejamento védico usa os quatro Vedas1, porém o projeto aplica
conceitos do Vastu Shastra2, o Feng Shui Indiano, é a ciência de fornecer energia
harmônica dentro de uma estrutura, que trata do planejamento da construção, seleção do
local adequado, layout, paisagismo e orientação da construção (AR, 2016).
O planejamento vernacular indiano é conhecido por utilizar métodos e técnicas
arquitetônicas tradicionais. O Vastu Shastra, usa de materiais locais disponíveis e técnicas
de urbanismo, como a técnica das Mandalas, criando locais sustentáveis, amigáveis ao
meio ambiente e esteticamente agradáveis (Ibid., p. 27).
No Vastu, os elementos direcionais são baseados na geolocalização, onde cada
direção, vide figura 3, é responsável por transmitir vibrações e sensações diferentes,
conforme a energia elemental em contrapartida à disposição dos ambientes da edificação
(PARDESHI, 2016). Os cinco elementos, contribuem para projetar e harmonizar os
espaços, desta forma, o Vastu conduz os elementos da natureza de maneira coerente com
as demais forças naturais, trazendo benefícios aos residentes.
Figura 3 – 5 elementos no Vaastu Purusha Mandala

Fonte: (GOODARZI; FAZELI, 2014)

1
Rig Veda, Sam Veda, Atharva Veda and Yajur Veda.
2
Vastu Shastra, Manasollasa, Priccha, Prasadamandana, Shilparatnam, etc são tratados sobre arquitetura e
planejamento baseado em hinos védicos.
A implantação da ECOVILLA, vide figura 4, realizou-se conforme o Vaastu
Purusha Mandala3. Trata-se de uma concepção em forma de malha de energia que
sustenta todas as fontes de energia corporificadas, inclusive o homem e outros seres
animados que vivem na Terra. A mandala no plano projetado propõe a forma, a ordem e
as organizações espaciais, utilizando conceito das oito direções da rosa dos ventos, e do
centro, que contemplam direções auspiciosas.
A localização do complexo habitacional, as direções das edificações, a orientação
no plano e a disposição das esquadrias favorecem o melhor aproveitamento da insolação
e ventilação adequada.
Figura 4- Conceituação adotada

Fonte: O autor, 2017


A disposição das edificações proporciona vista para a paisagem, ampliando a
circulação do ar e o controle da insolação, além de privilegiar áreas abertas com vistas
para a natureza, gerando locais onde as pessoas possam se encontrar contemplar uma
linda visão. Na ECOVILLA não haverá ruas, cada residência é contemplada com
caminhos que convergem entre si e levam ao centro, onde haverá um espaço comum em
que serão realizadas atividades dos moradores. O complexo habitacional será provido de
20 residências unifamiliares, 1 centro comunitário (que contempla um restaurante e área

3
Vastu Purusha mandala é basicamente a figura de um corpo voltado para a terra cuja cabeça está em
direção nordeste. (Devi Vasudev & Dash, 1998 apud GOODARZI E FAZELI, 2014).
de convivência), hortas comunitárias, playgrounds4, estacionamento descoberto, de uso
comum e indeterminado5 para carros, motos e bicicletário. A implantação geral pode ser
vista conforme figura 5.
Figura 5- Implantação geral e legenda

Fonte: O autor, 2017


Descrição geral das áreas:
Vagas no bicicletário: 20
Vagas de estacionamento p/carros: 15 (sendo uma vaga para PNE6)
Fossa wetland: 180,00m²
Playground 1: 88,78m²
Playground 2: 88,78m²
Horta 1: 96,00m²
Horta 2: 96,00m²

4
Conforme a lei complementar nº 209/2010, item II:
II - Nos conjuntos residenciais, para cada 20 (vinte) unidades de moradias ou fração, haverá playground
comum, com área equivalente a 1/8 (um oitavo) da soma das áreas de projeção das moradias.
5
NBR 12.721/2004, item 5.7.2.2.3
6
Portadores de Necessidades Especiais
Área de calçada: 2.656,07m²
Área de pavimentação do estacionamento: 639,75m²
Centro comunitário: 455,32m²
Residências unifamiliares (20 unidades) = 1.420,40m²
 Estacionamento e bicicletário: as vagas de carros, foram pensadas e
dimensionadas de forma que não priorizasse o uso de veículos, resultando em apenas 15
vagas, destas, 1 vaga é para portador de necessidades especiais. Contudo, o
estacionamento prevê a possível entrada de veículos maiores para carga e descarga. Já o
bicicletário, contempla 20 vagas, sendo este, feito com pneus. A pavimentação do
estacionamento será em concreto permeável e, para inserção das pessoas com
necessidades especiais, foram utilizados pisos táteis direcionais e de alerta nas calçadas,
além de rampas de acesso para o estacionamento, que podem ser vistas na figura 6.
Figura 6- Estacionamento e bicicletários

Fonte: O autor, 2017


 Fossa wetland (180,00m²): Trata-se de um sistema de tratamento de águas
cinzas e negras, estudo de Araújo, 2016 para a ECOVILLA, que demonstrou ser uma
forma mais viável e sustentável para conjuntos de construções de caráter popular, afim
de contribuir especialmente, para as 20 residências deste trabalho. As figuras a respeito
do detalhamento da fossa podem ser observadas conforme figuras 7 e 8 abaixo:
Figura 7 – Detalhamento fossa wetland

Figura 8- Esquema de reuso de águas servidas

Fonte: ARAÚJO (2016) apud SILVA (2017)


 Playgrounds (177,56m²): Tratam-se de dois espaços pensados para o
público infantil, os materiais utilizados na construção dos mesmos serão madeira de
reflorestamento, pneus e outros materiais reciclados. Podemos observar o exemplo de um
dos playgrounds conforme figura 9 abaixo:
Figura 9- Playground

Fonte: O autor, 2017


 Hortas comunitárias (96,00m² cada): São dois espaços pensados com
objetivo de possibilitar aos usuários a complementação das condições de alimentação,
uma vez que a vila ecológica não será autossuficiente. Espaços criados também afim de
favorecer e fortalecer o convívio comunitário, além de exercitar o trabalho em equipe e a
cooperação, visando a aquisição de novos conhecimentos técnicos de plantio, manejo e
principalmente, incentivar o cultivo de hortas nos espaços previstos em suas residências.
A horta contará com uso de materiais reciclados, como a tela de proteção e garrafas-pet,
conforme a figura 10:
Figura 10- Horta comunitária

Fonte: O autor, 2017.


 Centro comunitário (455,32m²): O projeto arquitetônico deste edifício
contemplará área para alimentação, sala de artesanato, espaço comum que poderá ser
utilizado para diversas atividades, como palestras, oficinas e afins, tendo como foco
reforçar o empreendedorismo local, tornando-se uma área de convivência que contribuirá
para o convívio social da comunidade. A arquitetura deverá seguir a rusticidade presente
no projeto. O centro comunitário pode ser visto na figura 11.
Figura 11- Centro comunitário

Fonte: O autor, 2017


 Calçadas: os caminhos formarão corredores verdes e serão sombreados por
árvores de espécies nativas conforme o plano de arborização de Palmas. Os pisos das
calçadas serão construídos com blocos intertravados com adição de pneu triturado, pois
quando devidamente granulados e adicionados à pasta de cimento, a borracha possui
propriedades que as tornam viáveis como material de construção em pisos e revestimentos
(SEGRE, 1999).

OS MATERIAIS ALTERNATIVOS NAS EDIFICAÇÕES:


Os materiais utilizados no projeto das edificações foram pensados de forma que
atendessem às necessidades de ordem ambiental e saúde pública. Estimulando a
reciclagem, serão utilizados materiais nos quais os destinos mais comuns são os aterros
sanitários ou lixões.
Na cobertura serão utilizadas madeiras de reflorestamento e telhas Tetra Pak, que
são feitas de embalagens de leite-longa-vida, compostas por alumínio, pet, polietileno e
polinylon, conforme figura 12, cujo cerca de 6 bilhões são produzidas por ano no país
(ECOPEX, 2017).
Figura 12 - Cobertura com telha TetraPak

Fonte: ECOPEX (2017)


Para a construção das paredes será utilizado o sistema construtivo de blocos
Isopet, pois possibilita a aplicação em alvenarias de vedação e atingem a resistência
mínima necessária, além de possuírem desempenho térmico superior à da NBR
15575/2013, desempenhando assim, melhor esta função do que as alvenarias
convencionais (VEZARO, 2016). Os blocos em Isopet podem ser vistos conforme figura
13.
Figura 13 - Blocos Isopet

Fonte: Vezaro, 2016


As residências possuirão padrão de acabamento popular. Os cinco elementos se
referem ao uso de cores, formas e decorações para criar lugares únicos, que identifiquem
facilmente suas funções (GOODARZI; FAZELI, 2014). Cada residência receberá uma cor
distinta, vide figura 14, conforme variações de cor do açafrão da terra e urucum, que além
serem de fácil obtenção e sustentáveis, reforçam a identidade própria local.
Figura 14 - Utilização de Eco Tintas nas residências unifamiliares

Fonte: O autor, 2017

As variações de altura dos telhados formam volumes que criam interseções e


vazios centrais, que por sua vez, foram projetados de forma intencional, pois no Vastu
Shastra, o espaço aberto central é projetado para absorver as energias cósmicas invisíveis
e também para permitir o ar fresco dentro da casa (GOODARZI; FAZELI, 2014).
A eco vila tem um programa de necessidades realizado para atender 20 famílias,
portanto, possui 20 residências a serem executadas de forma seriada, adaptadas para
portadores de necessidades especiais e contemplando a possibilidade de ampliação futura.
A lei complementar de Palmas nº 209/2010 dispõe normas específicas para
empreendimentos de interesse social, determinando critérios a serem obedecidos, então
destacamos os principais critérios pertinentes à elaboração do plano de necessidades:
§ 1º O tamanho máximo das unidades habitacionais não poderá exceder 75,00m².
I – Sala: 8,00m² de área mínima, com formato que permita no plano do piso a
inscrição de um círculo com diâmetro de 2,50m. Pé direito mínimo de 2,50m.
II – Dormitório: 7,80m² de área mínima, com formato que permita no plano do
piso a inscrição de um círculo com diâmetro de 2,50m. Pé direito mínimo de 2,50m.
III – Cozinha: 5,00m² de área mínima, com formato que permita no plano do piso
a inscrição de um círculo com diâmetro de 1,50m. Pé direito mínimo de 2,30m. A
iluminação é facultativa, através da sala ou área de serviço, desde que os vãos de
iluminação e ventilação possam ter área mínima de 1/6 da soma da área do piso dos
compartimentos.
IV – Área de serviço: 1,80m² de área mínima, com formato que permita no plano
do piso a inscrição de um círculo com diâmetro de 1,00m. Pé direito mínimo de 2,30m.
V – Banheiro: 2,00m² de área mínima, com formato que permita no plano do piso
a inscrição de um círculo com diâmetro de 1,00m. Pé direito mínimo de 2,30m. Devendo
possuir revestimento impermeável com altura de 1,50m no box do chuveiro. Podendo
haver apenas 1 banheiro por unidade habitacional.
VI – Hall: 0,64m² de área mínima, com formato que permita no plano do piso a
inscrição de um círculo de 0,80m. Pé direito mínimo de 2,30m
Art. 9º Quando as unidades forem geminadas ou seriadas, a parede comum às
residências terá espessura mínima de 11,50 cm.
Parágrafo único. A parede comum às residências não precisará trespassar a
cobertura e deve garantir total separação entre as unidades.
Art. 10. Para os EHIS ficam admitidos os seguintes afastamentos mínimos entre
as edificações, no mesmo terreno:
I - Edificação térrea: 1,50 m;
Art. 11. No EHIS7 será possível o uso misto dos imóveis e será admitida a
implantação de atividades de geração de trabalho e renda, desde que respeitados os
devidos índices de incomodidade e as diretrizes da Secretaria de Desenvolvimento
Urbano, Meio ambiente e Habitação.
Portanto, obedecendo a lei, o plano de necessidades para as residências contempla
os seguintes ambientes:
1 Quarto de casal (9,45m²)
1 Quarto de solteiro (9,45m²)
1 Sala (10,44m²)
1 Cozinha (8,66m²)
1 Área de serviço (6,40m²)
1 Hall de acesso à área de serviço (1,90m²)
1 Hall de acesso ao quarto e banheiro (somente nas residências 1 e 2)
1 Varanda (7,76m² nas residências 1 e 2. Nas residências 3 e 4, 17,40m²)
A setorização, que pode ser vista na figura 14, foi pensada de forma a definir
separar da melhor maneira as áreas íntimas, sociais e de serviços. Como existem diversos
perfis sociais à serem atendidos, as residências foram divididas afim de atender alguns
aspectos em comum, porém com algumas divergências e, para que não fosse injusto,
embora as vezes de perímetros diferentes, todos os ambientes das residências (com
exceção das varandas) possuem áreas internas iguais.

7
Empreendimento Habitacional de Interesse Social
As residências 1 e 2, foram pensadas para famílias que optarem por ter mais
privacidade, portanto possuem um hall separando o quarto de casal da sala, porém
possuem um menor aproveitamento gerado pelo perímetro resultante da cozinha e
possuem varandas menores. Já nas residências 3 e 4, as varandas são maiores, porém a
privacidade é menor, tendo vista que os quartos têm acesso direto à sala. Nas cozinhas
foram colocadas portas de acesso às varandas, pensando na possibilidade de os moradores
poderem criar seu próprio jardim ou horta vertical.
Apesar de bem semelhantes, as residências também possuem distinções na
localização das janelas, conforme figura 15, que foram inseridas conforme melhor
orientação solar obtida a partir da carta solar para Palmas. Para proteger as esquadrias e
dar mais privacidade para as janelas dos quartos, será utilizada de vegetação como
proteção visual.
Figura 15 - Residências 1, 2, 3 e 4.

Fonte: O autor, 2017


 Áreas úteis de 1 conjunto de residências (1,2, 3 e 4):
Setor social: 100,27m²
Setor de serviços: 74,815m² (somando as áreas de serviços descobertas, que
possuem área de 26,56m²)
Setor íntimo: 109,00m²
Área total: 284,08m²
 Setorização residências 1 e 2:
-Áreas individuais:
Setor social: 19,18m²
Setor íntimo: 28,49m²
Setor de serviços: 18,66m² (somando 6,64m² da área de serviço)
Área construída residências 1 e 2: 51,75m²
 Setorização residências 3 e 4:
-Áreas individuais:
Setor social: 31,08m²
Setor íntimo: 25,60m²
Setor de serviços: 19,07m² de setor de serviços (somando 6,64m² da área de
serviço).
Área construída residências 3 e 4: 62,45m²
 Setorização geral (4 residências):
Figura 16- Setorização geral

Fonte: O autor, 2017.

O layout, que pode ser visto melhor na figura 15, foi disposto de maneira
condizente às recomendações Vastu. Nos quartos, as cabeceiras da cama ficaram voltadas
para o Sul, pois é a melhor posição conforme o Ashub Palang, conceito popular na índia.
Oeste e Leste, são consideradas posições neutras, não há ganho de benefícios. Contudo
deve-se evitar cabeceiras para o Norte, pois geram distúrbios no sono e nas articulações,
devendo haver apenas escrivaninhas e camas no quarto de dormir, conforme Shayan
Kaksh, devem ser evitados aparelhos eletrônicos, pois causam distúrbios
eletromagnéticos que prejudicam o sono e a saúde.
Os sofás devem ser colocados de maneira que para quem utilize, permita sempre
olhar para o norte ou leste. As visitas podem olhar para o sul. Neste ambiente são
permitidos aparelhos eletrônicos. Na mesa de jantar, deve-se preferencialmente sentar no
lado leste e norte.
Na cozinha, quando houver culinária vegetariana, o fogão deve ser posicionado
para o leste, se o consumo for de carne, o fogão deve estar voltado de forma que o
cozinheiro olhe para o sul. Vale salientar que, como a disposição das residências não
permite que estes quesitos sejam atendidos em totalidade, recomenda-se aos moradores
que tentem adaptar o layout às recomendações citadas. INFORMAÇÕES DO CURSO EM VASTU SHASTRA DO

INSTITUTO PINDORAMA

 Centro comunitário:
Figura 17- Composição espacial do centro comunitário

Fonte: O autor, 2017.


Ficha técnica:
 Ambientes do centro comunitário:
-Restaurante:
1 Circulação: 8,70m²
1 Bar/copa: 17,10m²
1 Antecâmara: 5,87m²
1 Despensa seca: 4,46m²
1 Depósito de materiais de limpeza: 1,50m²
1 Câmara de congelados: 6,15m²
1 Câmara de refrigerados: 3,75m²
1 Higienização: 9,64m²
1 Cozinha: 34,60m²
1 Área de preparo p/saladas e sobremesas: 9,30m²
1 Lavabo: 3,33m²
-Espaços de usos comuns:
1 Área de convivência: 225,38m²
1 Sala de artesanato: 25,12m²
2 Banheiros: 8,00m² cada = 16,00m² totais
Área total do centro comunitário: 455,32m²
Devido à altura e inclinação formada pelo telhado, de modo a garantir um melhor
conforto térmico para os usuários da área de convivência, serão utilizados brises soleil de
madeira. Na orientação norte seria mais indicado que os brises sejam verticais e na
posição oeste, horizontais. A solução adotada foi utilizar do resfriamento evaporativo
com plantação de árvores de grande porte afim de formar uma barreira de proteção solar.
Visando garantir a forma arquitetônica e sua estabilidade estrutural, os pilares do
centro comunitário foram de perfis em aço laminados de aba paralela, conforme a NBR
8800/2008.
Figura 18- Perfis de aço utilizados na estrutura do centro comunitário

Fonte: DELATORRE; TORRESCASANA; PAVAN (2017), adaptado pelo autor, (2017)

Para pré-dimensionar as seções de aço das vigas e pilares, foi utilizado o livro do
Prof. Zacarias M. Chamberlain Pravia (2002) que em sua obra afirma que os gráficos da
figura 19 foram traduzidos e adaptados às normas brasileiras, pelos professores Yopanan
Rabello e Walter Luiz.
Figura 19- Gráfico para pré-dimensionamento de colunas de aço um único andar

Fonte: PRAVIA (2002)


No projeto arquitetônico, existem alguns vãos que variam de 5 a 6 metros, e alturas
que variam de 3 a 7 metros, adaptando aos gráficos, resultaria em colunas com no mínimo
15cm de largura e vigas em torno de 25 a 30 cm. Foram utilizadas vigas de 30cm de altura
e colunas com 15cm de largura de forma a ser suficiente para vencer os vãos e manter a
estética proposta. Para manter a rusticidade, os pilares e vigas metálicos serão revestidos
com madeira.
 Mobiliário Urbano:
Os bancos, cadeiras e mesas a serem utilizados na composição da vila
ecológica serão de madeira de reflorestamento e pallet, assim como os brinquedos dos
playgrounds. Já nos bicicletários serão utilizados pneus usados e nas hortas, garrafas-pet.
Pois todos estes materiais são reutilizáveis, além de contribuir com o meio ambiente
evitando mais degradação e poluição ambiental. A ECOVILLA também conta com
lixeiras de coleta seletiva distribuídas de forma a incentivar a separação dos resíduos,
reforçando a sustentabilidade. A iluminação interna será composta por postes com altura
de forma a permitir adaptação às áreas mais densamente arborizadas, obedecendo a
configuração espacial indicada no Plano de Arborização Urbana de Palmas.
Figura 20- Lixeiras de coleta seletiva e iluminação

Fonte: O autor, 2017.


REFERÊNCIAL TEÓRICO

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 8800/2008: Projeto de


estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Brasil: Abnt, 2008. 237 p.
Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfFPgAE/nbr-8800-2008>. Acesso
em: 15 maio 2017
AR, Kaninika Dey Sarkar. Historic Architecture & The Ancient Art of Planning: The Era
Forgotten. Civil Engineering And Urban Planning: An International Journal (CiVEJ), [s.l.],
v. 3, n. 1, p.21-29, 30 mar. 2016. Academy and Industry Research Collaboration Center (AIRCC).
http://dx.doi.org/10.5121/civej.2016.3103. Disponível em:
<http://airccse.com/civej/papers/3116civej03.pdf>. Acesso em: 04 mar. 2017.
ARAÚJO, Renê Faria de. CONTRIBUIÇÃO PARA CONSTRUÇÃO VERDE EM
MUTIRÃO DE UM CONJUNTO HABITACIONAL COMPOSTO POR 20 CASAS: fossas
sépticas construídas de forma sustentável e eficaz. 2016. 49 f. TCC (Graduação) - Curso de
Engenharia Civil, Centro Universitário Luterano de Palmas, Palmas, 2016.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR 12721/2004:
AVALIAÇÃO DE CUSTOS DE CONSTRUÇÃO PARA INCORPORAÇÃO IMOBILIÁRIA E
OUTRAS DISPOSIÇÕES PARA CONDOMÍNIOS EDILÍCIOS. Brasil: [s.n], 2004. 103 p.
Disponível em:
<https://docs.google.com/viewer?a=v&pid=forums&srcid=MDA4MjMzNzEyNzk0MDYyNDU
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Acesso em: 14 maio 2017.
DELATORRE, Vivian; TORRESCASANA, Arlos Eduardo Nunes; PAVAN, Roberto
Carlos. Arquitetura e Aço: Estudo dos condicionantes para projeto arquitetônico integrado.
2017. Disponível em: <http://wwwo.metalica.com.br/arquitetura-e-aco-estudo-dos-
condicionantes-para-projeto-arquitetonico-integrado>. Acesso em: 15 abr. 2017.
ECOPEX (Barueri) (Ed.). TELHA ECOLÓGICA PARA COBERTURAS. 2017. Disponível
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PARDESHI, Durgesh G.. Vastu Shastra New Concept In Architecture. Mat Jornals: Journal of
Architectural Drawing. Índia, p. 1-15. jan. 2016. Disponível em:
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PINDORAMA, Instituto. Vastu Shastra. 2017. Disponível em:
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GOODARZI, Ali; FAZELI, Hengameh. Identifying the Principles of Traditional Iranian
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PEREIRA, Gabriel Velloso da Rocha et al. Concurso Público Nacional de Idéias e Soluções
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