Memorial Descritivo - Modelo
Memorial Descritivo - Modelo
Memorial Descritivo - Modelo
Palmas – TO
2017
Jayron Alves Ribeiro Junior
COOPERATIVA ECOVILLA: complexo de construção verde voltado para famílias de
baixa renda em Palmas-TO
Palmas – TO
2017
Lista de figuras
Figura 1 - Planta de situação (sem escala) ................................................................................... 3
Figura 2- Acesso principal e estacionamento ............................................................................... 4
Figura 3 – 5 elementos no Vaastu Purusha Mandala .................................................................. 5
Figura 4- Conceituação adotada ................................................................................................... 6
Figura 5- Implantação geral e legenda ......................................................................................... 7
Figura 6- Estacionamento e bicicletários ..................................................................................... 8
Figura 7 – Detalhamento fossa wetland ....................................................................................... 9
Figura 8- Esquema de reuso de águas servidas ............................................................................ 9
Figura 9- Playground ................................................................................................................. 10
Figura 10- Horta comunitária ..................................................................................................... 10
Figura 11- Centro comunitário ................................................................................................... 11
Figura 12 - Cobertura com telha TetraPak ................................................................................. 12
Figura 13 - Blocos Isopet ........................................................................................................... 12
Figura 14 - Utilização de Eco Tintas nas residências unifamiliares........................................... 13
Figura 15 - Residências 1, 2, 3 e 4. ............................................................................................ 16
Figura 16- Setorização geral ...................................................................................................... 17
Figura 17- Centro comunitário, composição espacial ................................................................ 18
Figura 18- Lixeiras de coleta seletiva e iluminação ................................................................... 21
Memorial descritivo Habitação de Interesse Social
Empreendimento: Ecovilla
Proponente: Jayron Alves Ribeiro Junior – Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo
Disciplina de Trabalho de Conclusão II (TC II)
Endereço: 707 sul (AESO 73), Avenida NS 07, Palmas-TO
INTRODUÇÃO:
Este memorial descreve as justificativas e os procedimentos para a execução da
Cooperativa Ecovilla, complexo de construção verde voltado para famílias de baixa renda
em Palmas-TO.
O LUGAR:
No município de Palmas, a destinação de habitação de interesse social é feita
predominantemente nas zonas especiais de interesse social definidas no Plano Diretor
Participativo, porém a câmara municipal impediu a aprovação destas zonas na área central
. Esta eco vila foi escolhida para ser urbana, devido à melhor infraestrutura existente na
zona urbana e aos melhores acessos à saúde (postos de saúde, hospitais) e educação
(escolas, faculdades). Devido as áreas aprovadas como zonas de interesse sociais
inseridas no plano diretor norte estarem ocupadas, a quadra escolhida para o
desenvolvimento deste trabalho foi a AESO 73 (707 sul), na qual parte será desafetada e
doada para a cooperativa. A área delimitada para implantação, vide figura 1, possui
15.062,33m² (19,31% da quadra original implantada, que possui área de 77.977,10m²).
Figura 1 - Planta de situação (sem escala)
Frente: 104,03 m
Fundo: 130,00 m
Lateral direita: 110,17 m
Lateral esquerda: 98,00m +27,48 m +27,50 m
Área total: 15.062,33m²
A acessibilidade ao terreno é facilitada para automóveis através das grandes
coletoras executadas e previstas pelo plano diretor. Devido ao relevo da cidade ser suave,
as formas principais de transporte em Palmas são motos e bicicletas (PEREIRA et al.,
2006), sendo a segunda alternativa mais viável, principalmente para as comunidades mais
carentes. A entrada do terreno é feita por um acesso de 6,00m pela avenida NS 07, que
funciona como rua de acesso particular, vide figura 2.
Figura 2- Acesso principal e estacionamento
Fonte: O autor
O entorno do terreno conta com toda infraestrutura básica (água, esgoto, energia,
coleta de lixo) porém alguns equipamentos públicos (posto de saúde, hospital, escola) só
podem ser encontrados nas quadras vizinhas. A vegetação da quadra é distribuída
uniformemente, sendo densamente arborizada, e com pouca vegetação rasteira nas
bordas. Um levantamento arbóreo mais detalhado não foi obtido na prefeitura municipal
devido à falta de técnicos para fazerem tal estudo, porém a vegetação é típica do cerrado
e encontra-se antropizada em pequenos trechos, inclusive próximos à entrada da
ECOVILLA, já a fauna é representada por mamíferos de pequeno e médio porte e aves.
A IMPLANTAÇÃO:
Neste trabalho foram aplicados princípios da arquitetura milenar védica, que
surgiu entre 1500AC a 1000AC, que lida com as influências energéticas e espirituais das
paisagens, trazendo consigo a melhor maneira de harmonizá-las com os cinco elementos
(PINDORAMA, 2017).
O planejamento védico usa os quatro Vedas1, porém o projeto aplica
conceitos do Vastu Shastra2, o Feng Shui Indiano, é a ciência de fornecer energia
harmônica dentro de uma estrutura, que trata do planejamento da construção, seleção do
local adequado, layout, paisagismo e orientação da construção (AR, 2016).
O planejamento vernacular indiano é conhecido por utilizar métodos e técnicas
arquitetônicas tradicionais. O Vastu Shastra, usa de materiais locais disponíveis e técnicas
de urbanismo, como a técnica das Mandalas, criando locais sustentáveis, amigáveis ao
meio ambiente e esteticamente agradáveis (Ibid., p. 27).
No Vastu, os elementos direcionais são baseados na geolocalização, onde cada
direção, vide figura 3, é responsável por transmitir vibrações e sensações diferentes,
conforme a energia elemental em contrapartida à disposição dos ambientes da edificação
(PARDESHI, 2016). Os cinco elementos, contribuem para projetar e harmonizar os
espaços, desta forma, o Vastu conduz os elementos da natureza de maneira coerente com
as demais forças naturais, trazendo benefícios aos residentes.
Figura 3 – 5 elementos no Vaastu Purusha Mandala
1
Rig Veda, Sam Veda, Atharva Veda and Yajur Veda.
2
Vastu Shastra, Manasollasa, Priccha, Prasadamandana, Shilparatnam, etc são tratados sobre arquitetura e
planejamento baseado em hinos védicos.
A implantação da ECOVILLA, vide figura 4, realizou-se conforme o Vaastu
Purusha Mandala3. Trata-se de uma concepção em forma de malha de energia que
sustenta todas as fontes de energia corporificadas, inclusive o homem e outros seres
animados que vivem na Terra. A mandala no plano projetado propõe a forma, a ordem e
as organizações espaciais, utilizando conceito das oito direções da rosa dos ventos, e do
centro, que contemplam direções auspiciosas.
A localização do complexo habitacional, as direções das edificações, a orientação
no plano e a disposição das esquadrias favorecem o melhor aproveitamento da insolação
e ventilação adequada.
Figura 4- Conceituação adotada
3
Vastu Purusha mandala é basicamente a figura de um corpo voltado para a terra cuja cabeça está em
direção nordeste. (Devi Vasudev & Dash, 1998 apud GOODARZI E FAZELI, 2014).
de convivência), hortas comunitárias, playgrounds4, estacionamento descoberto, de uso
comum e indeterminado5 para carros, motos e bicicletário. A implantação geral pode ser
vista conforme figura 5.
Figura 5- Implantação geral e legenda
4
Conforme a lei complementar nº 209/2010, item II:
II - Nos conjuntos residenciais, para cada 20 (vinte) unidades de moradias ou fração, haverá playground
comum, com área equivalente a 1/8 (um oitavo) da soma das áreas de projeção das moradias.
5
NBR 12.721/2004, item 5.7.2.2.3
6
Portadores de Necessidades Especiais
Área de calçada: 2.656,07m²
Área de pavimentação do estacionamento: 639,75m²
Centro comunitário: 455,32m²
Residências unifamiliares (20 unidades) = 1.420,40m²
Estacionamento e bicicletário: as vagas de carros, foram pensadas e
dimensionadas de forma que não priorizasse o uso de veículos, resultando em apenas 15
vagas, destas, 1 vaga é para portador de necessidades especiais. Contudo, o
estacionamento prevê a possível entrada de veículos maiores para carga e descarga. Já o
bicicletário, contempla 20 vagas, sendo este, feito com pneus. A pavimentação do
estacionamento será em concreto permeável e, para inserção das pessoas com
necessidades especiais, foram utilizados pisos táteis direcionais e de alerta nas calçadas,
além de rampas de acesso para o estacionamento, que podem ser vistas na figura 6.
Figura 6- Estacionamento e bicicletários
7
Empreendimento Habitacional de Interesse Social
As residências 1 e 2, foram pensadas para famílias que optarem por ter mais
privacidade, portanto possuem um hall separando o quarto de casal da sala, porém
possuem um menor aproveitamento gerado pelo perímetro resultante da cozinha e
possuem varandas menores. Já nas residências 3 e 4, as varandas são maiores, porém a
privacidade é menor, tendo vista que os quartos têm acesso direto à sala. Nas cozinhas
foram colocadas portas de acesso às varandas, pensando na possibilidade de os moradores
poderem criar seu próprio jardim ou horta vertical.
Apesar de bem semelhantes, as residências também possuem distinções na
localização das janelas, conforme figura 15, que foram inseridas conforme melhor
orientação solar obtida a partir da carta solar para Palmas. Para proteger as esquadrias e
dar mais privacidade para as janelas dos quartos, será utilizada de vegetação como
proteção visual.
Figura 15 - Residências 1, 2, 3 e 4.
O layout, que pode ser visto melhor na figura 15, foi disposto de maneira
condizente às recomendações Vastu. Nos quartos, as cabeceiras da cama ficaram voltadas
para o Sul, pois é a melhor posição conforme o Ashub Palang, conceito popular na índia.
Oeste e Leste, são consideradas posições neutras, não há ganho de benefícios. Contudo
deve-se evitar cabeceiras para o Norte, pois geram distúrbios no sono e nas articulações,
devendo haver apenas escrivaninhas e camas no quarto de dormir, conforme Shayan
Kaksh, devem ser evitados aparelhos eletrônicos, pois causam distúrbios
eletromagnéticos que prejudicam o sono e a saúde.
Os sofás devem ser colocados de maneira que para quem utilize, permita sempre
olhar para o norte ou leste. As visitas podem olhar para o sul. Neste ambiente são
permitidos aparelhos eletrônicos. Na mesa de jantar, deve-se preferencialmente sentar no
lado leste e norte.
Na cozinha, quando houver culinária vegetariana, o fogão deve ser posicionado
para o leste, se o consumo for de carne, o fogão deve estar voltado de forma que o
cozinheiro olhe para o sul. Vale salientar que, como a disposição das residências não
permite que estes quesitos sejam atendidos em totalidade, recomenda-se aos moradores
que tentem adaptar o layout às recomendações citadas. INFORMAÇÕES DO CURSO EM VASTU SHASTRA DO
INSTITUTO PINDORAMA
Centro comunitário:
Figura 17- Composição espacial do centro comunitário
Para pré-dimensionar as seções de aço das vigas e pilares, foi utilizado o livro do
Prof. Zacarias M. Chamberlain Pravia (2002) que em sua obra afirma que os gráficos da
figura 19 foram traduzidos e adaptados às normas brasileiras, pelos professores Yopanan
Rabello e Walter Luiz.
Figura 19- Gráfico para pré-dimensionamento de colunas de aço um único andar